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trabalho de TGP - resumo Acesso a Justiça

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I – A Evolução do Conceito Teórico de Acesso à Justiça
O processo histórico do acesso à justiça era considerado um direito natural a partir dos séculos dezoito e dezenove, em que o Estado era passivo dessa relação, ou seja, o Estado não apoiava ninguém, pois diziam que o Direito Natural viria antes do Estado, então não seria de sua competência fazer.
Esse sistema era chamado de Laissez Faire, em que só se podia usar a justiça realmente quem tinha dinheiro. Porém com o aumento das sociedades, que foram ficando cada vez mais complexas, esse sistema precisou de transformação fazendo com que fosse reconhecido direitos e deveres (direitos humanos) de todos os indivíduos. 
O acesso à justiça hoje é considerado o ponto central da moderna processualística e requisito fundamento mais básico dos direitos humanos. Para que isso sempre continue dando certo o Estado deve sempre ser positivo na questão de assegurar a todos na sociedade direitos sociais básicos. 
II- O significado de um direito ao acesso efetivo à justiça: os obstáculos a serem transpostos
A. Custas judiciais 
Os advogados e seus serviços são muito caros, e fica ainda mais caro se uma das partes litigantes perde o processo e em decorrência deve ser usado o princípio da sucumbência (ele pagará os custos de ambas as partes).
Para piorar a situação para a solução do problema, as partes precisam esperar anos para uma decisão exequível.
B. Possibilidades das partes
Nesta visão as partes têm suas vantagens e desvantagens, uma delas está no quesito financeiro, onde uma das partes podem possuir recursos financeiros mais elevadas que a outra parte e então fazer maiores gastos para ter uma melhor litigação. É uma disputa que não possui equidade, pois também está relacionada a falta muitas vezes de informação e conhecimento das partes mais carentes. 
C. Problemas especiais dos interesses difusos
Os interesses difusos são interesses fragmentados ou coletivos que abrange diferentes grupos e classes, que iram ser reunidas pelo mesmo tipo de problema ou fato. Problemas e fatos esses que o Estado interfere, tornando essa situação muitas vezes inadequada e falha.
D. As barreiras ao acesso: uma conclusão preliminar e um fator complicador
Segundo o autor, a um padrão para essa barreira ao acesso existir, essa dificuldade maior vem das pequenas causas e pessoas mais carentes, diferentemente de quem é rico pois já possui uma certa vantagem no sistema para seus interesses.
Esses problemas ao acesso se dá por várias vezes aos inter-relacionamentos, ou seja, posso tentar mudar algo para o bem, mas de outra forma posso estar prejudicando uma parte. Conclusão, não pode haver negligencia da Justiça com nenhuma das inter-relações existentes.
III- As soluções práticas para os problemas de acesso à justiça
Segundo o autor, o acesso efetivo a justiça se iniciou em 1965, com 3 posicionamentos básicos, são eles:
A. A primeira onda: assistência Judiciária para pobres.
Quando falamos de acesso à justiça, abrangemos a todos os cidadãos que possuem direito, mesmo para aqueles mais pobres são disponibilizados os serviços jurídicos gratuitos. Só que antes de 1965, começaram a ter grandes falhas nesses programas, e depois desse período é que as reformas começaram a acontecer nesses programas como prioridades. 
A reforma se iniciou nos Estados Unidos, com o Office of Economic Opportunity (OEO) e logo depois de algum tempo começou a se espalhar para outros países
O Sistema Judicare é o mais conhecido e adotado por quase todos os países, pois é um sistema que todas as pessoas que se enquadram nos termos da lei (pessoas de baixa renda por exemplo) vão ter o direito de um advogado pago pelo Estado. Ele não é um dos melhores e eficientes sistemas, mas foi o melhor feito na época para ajudar a eliminar barreiras. 
B. A segunda onda: representação dos interesses difusos.
Nessa segunda reforma foi focada mais no processo civil e no papel dos tribunais. Essa “revolução” abrangeu ainda mais pessoas, mas agora como interesses coletivos ou grupais, pois o processo somente era visto como assunto entre duas partes. Agora os direitos poderiam ser tantos individuais como grupais (concepção social).
Segundo o autor, muitas vezes não é possível que todos os titulares do interesse difuso compareçam em juízo, consequentemente houve também a necessidade de mudar o papel do juiz e de conceitos básicos como a “citação” e o “direito de ser ouvido”. 
C. A terceira onda: do acesso a representação em juízo a uma concepção mais ampla de acesso à justiça. Um novo enfoque de acesso à justiça.
“Tentativa de atacar as barreiras ao acesso mais articulado e compreensivo. ”
Nessa segunda reforma, observa-se um alcance mais abrangente e amplo, nas questões de advocacia, judicial ou extrajudicial. Visando melhorar o acesso cada vez mais na sociedade moderna.
Mesmo com o avanço gigantesco já ocorrido, ainda sim a alguns problemas em efetivar os novos direitos sobre pobres, consumidores entre outras categorias. Em todo caso seria como mudar de regras para uma nova redistribuição de vantagens, ou seja, novos direitos precisam de novos mecanismos procedimentais que os tornem possíveis, digamos que é preciso sempre haver reformas ou alterações na estrutura dos tribunais.
Em todo caso a vários tipos de barreiras ao acesso, que variam entre diferentes situações, soluções, eficiência ou evidencias (claras ou obscuras), onde cada um irá sair do processo com o problema resolvido ou quase, podendo o processo rápido ou demora. Tudo depende, podendo até ter uma mediação ou alguns mecanismos como a Class action (utilizado para dar amparo aos indivíduos) que servem como um tipo de remédio.
IV – Tendências no uso do enfoque do acesso à justiça
O enfoque do acesso à justiça, segundo o autor, é um estudo crítico e reforma de todo o aparelho judicial. 
A. A reforma dos procedimentos judiciais em geral.
Desde de o início do século, ouve e ainda há grandes esforços para melhorar e modernizar os tribunais e seus procedimentos. 
A justiça formal (regular) é um desses procedimentos básicos e o melhor a ser acessado e tem um procedimento mais rápido, muitos autores questionam até mesmo a criação de procedimentos ou mecanismos especiais, pois estes têm o custo mais caro que a justiça formal. Todavia, alguns procedimentos sempre vão ser necessários como ter um advogado.
B. Imaginando métodos alternativos para decidir causas judiciais.
Pôr os tribunais terem suas limitações, acaba sendo criado novas alternativas para elas, porém mais simples e informais, uma dessas alternativas que vem se mostrando eficiente é o Juízo arbitral (são julgadores ou juízes que detêm da técnica de impor uma conciliação entre as partes em conflito), ademais essa técnica pode ser obrigatória em algumas situações e outra opção pode vim das partes. Essa técnica tem alto custo, porém seu tempo para uma sentença final é mais rápida. Entretanto esta é a maneira mais próxima para reduzir as barreiras existentes, já que o Estado pode pagar esses árbitros e ainda propiciar maior facilidade de acesso a muitas pessoas.
C. Instituições e procedimentos especiais para determinados tipos de causas de particular “importância social”. Uma nova tendência no sentido da especialização de institutos e procedimentos judiciais.
Deve-se sempre preservar os tribunais, mas também podem ser criados outros métodos de resolver conflitos, com objetivo de desafogar os tribunais, mas claro muitos casos que envolve direitos constitucionais ou difusos devem ir para o tribunal, pois são direitos que devem ser observados com certas cautelas. Mas o que se busca realmente é conservar os tribunais e ao mesmo tempo desenvolver ainda mais o sistema judiciário para o acesso dos indivíduos seja mais acessível, ou seja, digamos que está se ramificando dois tipos de justiça uma social (surgindo) e outra padrão (já existente).
O problema não é aprender novas leis, mas aplica-las corretamente, pois o que está acontecendo com um grande esforço é a tentativa de dar efetivo direito as pessoas favorecidas contra os quesão favorecidos (quem detém o capital).
O que também é necessário para atrair as pessoas, são a criações de foros com pontos econômicos, físicos e psicológicos, ou seja, algo confortante e confiante para que se possa ser utilizado sem muitas dores de cabeça.
D. Mudanças nos métodos utilizados para a prestação de serviços jurídicos.
Mesmo que as reformas tentam minimizar a atuação dos advogados (por conta do custo alto), eles ainda vão ser muito importantes em casos complicados, principalmente para aqueles que não são ativamente participantes em decisões. Todavia, as reformas são necessárias para atingir um novo público, ou seja, segundo o autor a dois enfoques, são eles:
1- “.... Consiste em desenvolver substitutos mais especializados e menos dispendiosos que os advogados individuais...”
2- “.... Encontrar novos meios para tornar os profissionais altamente qualificados, acessíveis as pessoas comuns...”
O primeiro enfoque, fala que em muitos casos não a necessidade de um advogado, ou seja, quem iria agora em pequenos casos aconselhar juridicamente, seriam os “parajurídicos”, estes que são assistentes jurídicos com vários graus de treinamento em direito, mas esta área as vezes é vista como uma profissão ilegal, pois seria uma concorrência desleal com os advogados formados.
O segundo enfoque, já seria algo mais correto, pois as pessoas qualificadas como os advogados que já são formados, teria que haver apenas novos meios para se tornar mais acessível para indivíduos de classe média e baixa, mediante convenio ou em grupo. 
E. Simplificando o direito.
O direito é complicado em várias áreas, se aquela lei é mais fácil de se compreender, ela acaba sendo mais acessível ás pessoas comuns, ou seja, essas pessoas começam a entender mais claramente seus direitos.
V- Limitações e riscos do enfoque de acesso à justiça: advertência final
Segundo o autor, essas reformas que ocorrem ajudam a melhorar o acesso, porém não é algo que substitui as reformas políticas e sociais, pois o verdadeiro problema ao acesso seria o político e econômico e não algo institucional, ou seja, se as pessoas não têm uma educação, provavelmente não terão conhecimentos de seus direitos e muito menos um emprego com um salário bom.
Por mais que seja legal, interessante e necessária as reformas, o fato é que o sistema tradicional da justiça foi moldado através de muitos séculos de esforços para prevenir arbitrariedades e injustiças, mesmo este sistema sendo lento e caro ela é democrática, ou seja, esses procedimentos modernos e eficientes tendem a ser as vezes de má qualidade ou injusto.
Faculdade de Direito de Presidente Prudente
Acesso à Justiça: Fichamento 
Larissa de Almeida Mantovani
Profª: Flavia Caroline Marsola
Presidente Prudente – SP
2018

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