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117 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS Unidade III 7 PLANO DE NEGÓCIOS Já sabemos o que é empreendedorismo e quais as principais características do comportamento empreendedor. Também aprendemos a efetuar um modelo de negócios – Canvas – para que possamos efetuar os primeiros passos de transformar a ideia em empreendimento. Compreendemos ainda o quão importante é o planejamento para que o empreendedor tenha sucesso no seu negócio e possa sobreviver no mercado, crescendo e desenvolvendo cada vez mais. Nesta unidade, apresentaremos o plano de negócios. Trata-se de uma ferramenta essencial para qualquer empreendedor, pois através deste documento que será efetuado o planejamento para o início do processo de empreender. Um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado (SEBRAE, 2013b, p. 13). Ele é importante porque, além de servir como guia do empreendedor para o acompanhamento e monitoração das atividades em relação ao planejado, trata-se de uma forma de comunicação para todas as partes interessadas e obtenção de recursos perante as instituições financeiras ou investidores em geral. Como dito anteriormente, o plano de negócios é um documento que possui uma série de passos para a sua elaboração. Ele pode ser empregado com o modelo de negócios, assim o empreendedor possuirá mais uma ferramenta que o auxiliará. As etapas para a sua elaboração incluem: • Os principais pontos e a estrutura de um plano de negócios. • Análise da oportunidade e do mercado. • Plano de marketing. • Plano operacional. • Plano financeiro. Vamos iniciar tratando sobre o plano de negócios e sua estrutura, para depois detalharmos de forma clara e objetiva cada análise e plano que necessita ser efetuado pelo empreendedor. 118 Unidade III 7.1 Os principais pontos e a estrutura do plano de negócios Já sabemos que o plano de negócios é um documento formal que o empreendedor deve efetuar na fase de planejamento do seu empreendimento, seja no início do seu novo negócio, seja em alterações e/ou adaptações que devem ser efetuadas, e que servirá para diversos propósitos. Como vimos, o profissional necessita verificar as oportunidades que surgem constantemente no mercado e transformar suas ideias em negócios. Portanto, desenvolver o plano de negócios faz parte de umas das quatro fases do processo empreendedor: • Identificar e avaliar a oportunidade. • Desenvolver o plano de negócios. • Determinar e captar os recursos necessários. • Gerenciar a empresa criada. Assim, o empreendedor possuirá melhores condições de determinar os recursos necessários para o seu empreendimento, bem como terá uma ferramenta eficiente e eficaz de controle gerencial da empresa ou negócio criado. O empreendedor deve saber que o plano de negócios poderá ser utilizado não somente para seu controle, mas para a busca de parcerias, sócios, recursos financeiros em investidores ou bancos (inclusive através de recursos de programas de incentivo como o BNDES, por exemplo), bem como pode servir para buscar apoio em instituições como o Sebrae. Saiba mais O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fornece diversos tipos de financiamentos para as empresas brasileiras com juros reduzidos e outras condições favoráveis aos empreendedores. Acesse o site a seguir para verificar os tipos de financiamentos que estão à disposição para empreendimento no Brasil. BNDES. Soluções para o seu negócio. Rio de Janeiro: BNDES, [s.d.]. Disponível em: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento. Acesso em: 5 jan. 2021. 119 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS Conforme Dornelas (2006), um plano de negócios possui cinco objetivos bem definidos: • Testar a viabilidade de um conceito de negócios. • Orientar o desenvolvimento das operações e estratégia. • Atrair recursos financeiros. • Transmitir credibilidade. • Desenvolver a equipe de gestão. Em resumo, o plano de negócios será importante para verificar se a ideia do empreendedor pode aproveitar as oportunidades que o mercado apresenta, originando assim capacidade de criar valor para o cliente, se manter “vivo” no mercado e, também importante, gerar lucros consistentes com o que foi criado para a possibilidade de crescimento e desenvolvimento do empreendimento – a viabilidade do negócio. O documento permitirá fazer um estudo detalhado do mercado, da concorrência, dos clientes e dos fornecedores, no intuito de traçar estratégias que direcionem as operações e os processos da organização para atender a visão, metas e objetivos mensuráveis e atingíveis que devem ser traçados e que possam ser mensurados em indicadores. Ele ainda poderá ser fonte de informação para a busca de investimento financeiro, pois o plano de negócios bem efetuado trará credibilidade ao empreendimento e novos meios de contato do empreendedor, uma vez que será parte integrante do processo. E, por fim, ele também deverá ser o manual e a ferramenta para o desenvolvimento da equipe de gestão. No caso do empreendedor solo, será o mapa que o guiará para definir a gestão de seus processos, produtos e/ou serviços e dos seus colaboradores. Com tanta importância, devemos saber que não há um modelo exato para a elaboração do plano de negócios, porém podemos apontar uma estrutura básica para servir de norte para o empreendedor. Dornelas (2016) novamente nos apresenta a sua estrutura: 1 – Sumário executivo. 2 – Conceito do negócio. 3 – Mercado e competidores. 4 – Equipe de gestão. 5 – Produtos e serviços. 6 – Estrutura e operações. 120 Unidade III 7 – Marketing e vendas. 8 – Estratégia de crescimento. 9 – Finanças. 10 – Anexos. Ainda, Dornelas (2016, p. 21-24) exibe um detalhamento da estrutura, explicando o que deve ser preenchido em cada etapa de um plano de negócios: 1 – Sumário executivo — O conceito do negócio e a oportunidade. — Mercado e competidores. — Equipe de gestão. — Produtos e/ou serviços e vantagens competitivas. — Estrutura e operações. — Marketing e projeção de vendas. — Estratégia de crescimento. — Índices e projeções financeiras. — Oferta/necessidade de aporte de recursos. 2 – Conceito de negócio — Apresentação. — Visão e missão. — Oportunidade. — Produtos e serviços. — Aspectos legais e composição societária. — Certificações, licenças e regulamentações. 121 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS — Localização. — Terceiros e parcerias. 3 – Mercado e competidores — Análise setorial. — Mercado-alvo. — Necessidade do cliente. — Análise dos competidores. — Vantagens competitivas. 4 – Equipe de gestão 5 – Produtos e serviços — Descrição. — Benefícios e diferenças. — Utilidades e apelos. — Tecnologia. — Ciclo de vida. 6 – Estrutura e operações — Organização funcional. — Máquinas e equipamentos. — Processos de negócio e de produção. — Política e previsão de recursos humanos. — Fornecedores. — Infraestrutura. 122 Unidade III 7 – Marketing e vendas — Posicionamento do produto e/ou serviço. — Praça e canais de venda. — Promoção. — Preço. — Market share. 8 – Estratégia de crescimento — Análise SWOT. — Cronograma. — Riscos e mitigações. 9 – Finanças — Investimentos. — Custos e despesas. — Evolução dos resultados financeiros (projeção para 5 anos). — Demonstrativo de resultados. — Fluxo de caixa. — Balanço. — Indicadores financeiros (taxa interna de retorno, valor presente líquido, breakeven e payback). — Necessidade de aporte. — Cenários alternativos. — Planos de expansão. 10 – Anexos necessários 123 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS Nas próximas páginas, estudaremos as análises de oportunidade e de mercado, e os planos de marketing, operacional e financeiro, completando assim de forma detalhada praticamente todos os itensde um plano de negócios. Ainda, é importante salientar que o sumário executivo, que aparece no topo da estrutura, provavelmente será um dos últimos itens a serem descritos, uma vez que ele englobará uma série de informações que estarão melhor fornecidas nos itens de 4 a 9 da estrutura apresentada. Por fim, o plano de negócios pode ser efetuado pelo empreendedor de duas formas: • Modelo linear: uma sequência lógica de informações, baseado em uma estrutura já predefinida (como a apresentada anteriormente, por exemplo). • Modelo interativo: em que as informações, anotações, análises e conclusões são inseridas no plano e para cada uma delas é efetuada a verificação das influências nos diversos itens a serem preenchidos (Marketing, Finanças e Operações). Para facilitar o entendimento, faremos a exposição por meio do modelo linear. 7.2 Análise de oportunidade e de mercado Observamos que, sem uma análise aprofundada do mercado e das oportunidades, o empreendedor não terá êxito em seu negócio e, infelizmente, entrará para a estatística negativa, que ainda é muito presente no Brasil. Também vimos que muitas empresas não conseguem completar dois anos de existência e os motivos mais comuns estão diretamente ligados à falta de planejamento que envolve tais análises. Fato este que levará a problemas financeiros, trará prejuízo ao empreendedor e ele se virá obrigado a encerrar suas atividades. Lembrete Existem fórmulas para que o empreendedor possa adequar suas ideias às necessidades dos clientes, tais como: franquias, nichos etc., porém, durante o processo de elaboração do plano de negócios, o estudo deve ser mais aprofundado. Uma das formas de iniciar o estudo do mercado e da oportunidade é verificar em qual mercado o empreendimento estará inserido. Utilizaremos um exemplo para auxiliar no entendimento da importância da análise de mercado: um empreendedor que tenha verificado a oportunidade de criar uma nova linha de chocolates para fabricação e venda. Seus concorrentes e seu mercado deverão ser verificados de forma diferenciada dependendo do segmento escolhido dentro do mercado de chocolates: tradicional ou gourmet (ou premium). 124 Unidade III Conforme relatório do Sebrae, “o mercado de chocolate gourmet vem crescendo até três vezes mais que o mercado de chocolate tradicional” (SEBRAE BA, 2017, p. 7), porém a crise econômica e a quantidade pequena de fornecedores são ameaças constantes, bem como é preciso que haja uma constante verificação da qualidade do produto fornecido. Assim, o empreendedor deverá observar que o mercado consumidor será parcialmente diferente em cada um dos segmentos, assim como seus concorrentes, sua forma de venda e a localização das fábrica e lojas. Quando falamos em chocolate gourmet, por exemplo, o negócio poderá ter que verificar outros estabelecimentos relativos ao ramo de presentes, pois nele, devido à diferenciação do produto (não somente no preço, mas em sua qualidade), a loja de chocolate também estará competindo, ainda que indiretamente, com outras formas de presentear em datas comemorativas. Por sua vez, no mercado de chocolates tradicional, a produção será em massa, e a venda deverá atingir um nível muito superior ao gourmet para que o empreendedor possa obter lucro com a quantidade vendida (trata-se do que chamamos de venda de escala ou venda escalável), sendo competitivo no preço. Portanto, seus concorrentes serão outros, seu cliente-alvo também, assim como o empreendedor terá um processo industrial produtivo completamente diferente do segmento gourmet. Com esse exemplo, já demonstramos a importância de perceber como a ideia do empreendedor deve estar alinhada à oportunidade e ao mercado que se deseja entrar. Uma das ferramentas conhecidas para tal fim é a matriz SWOT ou Fofa. Ao entender o mercado e suas características, o profissional já pode fazer uma análise aprofundada, utilizando a matriz SWOT, observando os seguintes aspectos: • Pontos fortes ou forças: faz parte da análise interna do processo de elaboração da matriz e deve apresentar as qualidades do empreendimento. Aqui deve-se exibir todos os aspectos positivos possíveis: equipe de colaboradores motivada ou com alto grau de conhecimento, disponibilidade de recursos, marca, diferenciação no produto ou serviço a ser prestado (ou na forma de produção, distribuição ou relacionamento com os clientes etc.). • Pontos fracos ou fraquezas: também pertencente à análise interna, aqui veremos o que impede ou dificulta o empreendimento de atingir os seus objetivos de forma clara e eficiente. Lembrando que devemos nos atentar somente aos pontos fracos da empresa. • Oportunidades: a análise agora será direcionada para o ambiente externo da empresa. Já entendemos o conceito de oportunidade, mas podemos apontar outros exemplos que podem nos auxiliar mais ainda: novas necessidades dos clientes a serem atendidas, economia em crescimento, desenvolvimento tecnológico que trará benefícios no segmento/área em que o empreendimento está inserido etc. • Ameaças: outra vez deverá ser verificado o ambiente externo que atua sobre o empreendimento. Um desses itens, por exemplo, é o mercado concorrente – sejam os concorrentes atuais ou a possibilidade de novos entrantes no mercado (bem como a perspectiva do surgimento de 125 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS produtos substitutos, tornando os produtos e/ou serviços fornecidos obsoletos ou sem a qualidade desejada pelo cliente). O empreendedor deve possuir a consciência da importância e da responsabilidade das análises, tanto internas quanto externas, para que não as efetue nem com viés otimista (que o levará a se surpreender com problemas que poderiam ter sido verificados na análise efetuada), nem com viés pessimista (que poderá fazê-lo perder oportunidades e/ou obter menor participação e lucratividade no mercado). Conforme Fernandes (2018), é importante que o profissional siga as dicas a seguir para que a análise SWOT seja efetuada corretamente: • Definir a missão. • Efetuar os itens com clareza e de forma simples. • Fazer em conjunto com outras pessoas (familiares, amigos, parceiros, sócios etc.). • Buscar informações externas. • Combinar fatores que permitam gerar ideias estratégicas. • Estabelecer metas e objetivos. • Começar a agir para que o processo não leve mais tempo que o desejado. Saiba mais Com a objetivo de ler o artigo de Gide José Fernandes em sua integralidade, acesse: FERNANDES, G. J. Análise SWOT ou matriz F.O.F.A. [Guia Prático e Completo]. São Paulo: Fundação Instituto de Administração (FIA), 2018. Disponível em: https://fia.com.br/blog/analise-swot/. Acesso em: 5 jan. 2021. Consta a seguir um exemplo de matriz SWOT: Quadro 22 Contribui para o empreendimento Dificulta o empreendimento Ambiente interno Pontos fortes Pontos fracos Ambiente externo Oportunidades Ameaças Fonte: Nakagawa ([s.d.]a, p. 2). 126 Unidade III O empreendedor então preencherá cada um dos quadrantes e conseguirá verificar os itens com clareza. O estudo pode ser ainda mais bem desenvolvido, ampliando a análise SWOT, classificando cada quadrante: • Problemas: o quadrante que apresenta a união entre os pontos fracos (análise interna) e as ameaças (análise externa). Aqui, o empreendimento, além de sofrer com ameaças externas (como, por exemplo, concorrentes fortes no mercado), pode ter algum problema interno que dificulte seu crescimento, gerando um problema a ser resolvido com certa urgência pelo empreendedor. • Alavancas: este item representa a união entre pontos fortes e oportunidades. É o quadrante de maior benefício ao empreendimento e deve ser trabalhado sempre para que a empresa possa continuar gerando valor aos seus clientes. • Vulnerabilidades: aqui temos a união de um ponto forte com uma ameaça, ou seja, a empresa internamente está preparada para o mercado, porém surge uma ameaça externa que pode trazer certa instabilidade. Um exemplo muito simples é o de uma crise financeirano país que abale a economia de forma geral e possa trazer problemas para o empreendedor devido à redução de vendas. • Restrições: trata-se também de uma união entre algo favorável e desfavorável para o negócio, sendo a junção de uma oportunidade com um ponto fraco. O fato a ser resolvido aqui é como o empreendedor conseguirá aproveitar a oportunidade do mercado, ajustando seus pontos fracos internamente para tornar-se competitivo. Consta na sequência o modelo de análise SWOT com os quadrantes citados: Quadro 23 Ambiente interno Pontos fortes Pontos fracos Am bi en te e xt er no Am ea ça s Vulnerabilidade Problemas Op or tu ni da de s Alavancas Restrições Adaptado de: Nakagawa ([s.d.]a, p. 2). 127 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS Com essa análise mais aprofundada para a montagem da SWOT, o empreendedor terá condições de responder certas questões essenciais nessa fase inicial da elaboração do plano de negócios: • Quais serão os clientes? • Quem serão meus fornecedores? • Quem são os concorrentes? • Qual o tamanho do mercado? Vamos fazer uma avaliação mais detalhada de cada uma dessas questões. Tal processo deve ser efetuado pelo empreendedor, até porque servirá de base para os planos de marketing, operacional e financeiro que compõem o plano de negócios. 7.2.1 Análise de clientes Esta análise é a principal peça para todo o plano de negócios. Como vimos, o Canvas começa a ser preenchido por proposta de valor ou segmentação de clientes, ou até mesmo pela junção das ideias em ambos os blocos. No plano de negócios não será diferente. Feito o levantamento da oportunidade do mercado e uma matriz SWOT, será possível ampliar a análise dos clientes. A pesquisa de mercado é ferramenta fundamental, em boa parte dos casos, para a abertura de um negócio, pois com ela é possível entender o desejo e a necessidade dos futuros clientes. Segundo Priscila Zuini (2014b), “pesquisa de mercado é o processo de coleta e análise de informações que ajuda o empreendedor na tomada de decisões estratégicas”. Com a análise de mercado e o resultado da pesquisa de mercado já efetuados, o profissional terá informações suficientes para o planejamento estratégico do seu negócio, em relação aos clientes, e também o auxiliará no que se refere a itens como preço e distribuição (praça). Qualquer pesquisa de mercado possui cinco etapas: definição do seu problema, planejamento, investigação, coleta e análise dos dados/informações e pode ser feita de duas formas: • Primária: pesquisa feita para coletar dados que tenham relação direta com o empreendimento, por meio de questionários, entrevistas etc. • Secundária: pesquisa efetuada por meio da internet ou através de órgãos e associações especializadas, que possuem dados gerais sobre mercado, clientes, fornecedores etc. A pesquisa de mercado primária deve definir o tamanho da amostra a ser entrevistada ou que responda ao questionário, assim como estabelecer quais as questões que o empreendedor deseja que sejam respondidas. Segundo Dornelas (2016), um instrumento de pesquisa deve ter dados demográficos (sexo, idade, renda), dados objetivos e dados de checagem. Outro fator importante é checar como as pessoas 128 Unidade III terão acesso ao questionário a ser respondido. Por fim, as escalas do instrumento de pesquisa precisam ser bem definidas Na sequência, exibiremos um quadro a respeito da criação da pesquisa: Quadro 24 Escala Definição Exemplos Nominal Categorização ou identificação Esporte preferido? Ordinal Preferências, opiniões, atitudes e percepções Gostar de futebol? Muito ou pouco Intervalo Classificação mais detalhada Gostar de basquete? Nota de 1 a 5 (sendo 1 pouco e 5 muito) Adaptado de: Dornelas (2016). Observação Após uma análise aprofundada, é muito provável que ocorra alguma alteração no projeto inicial ou mesmo a revisão de algum item da matriz SWOT que tenha relacionamento direto ou indireto com o tema. Quando o empreendedor já definiu o motivo do seu negócio, criando sua proposta de valor e, com isso, a visão e a missão do seu empreendimento, associado a uma pesquisa de mercado que tenha ouvido o cliente e/ou em estudos efetuados e disponíveis (Sebrae, por exemplo), será mais simples responder alguns questionamentos essenciais: • Quais as características gerais dos meus clientes? O empreendedor deverá identificar seu público-alvo principal. Para exemplificar, o profissional que pretende abrir um restaurante gourmet consegue identificar a classe social que deseja atingir e a faixa etária média de seu público. • Quais os comportamentos e desejos dos clientes? O empreendedor deverá responder essa questão, principalmente verificando sua concorrência atual. Será por meio de análise de dados levantados dos concorrentes que poderão ser observados os pontos fracos. Se o produto e/ou serviço é uma inovação no mercado, tal análise é importante para saber se o que será ofertado está de acordo com a vontade dos futuros clientes. Por fim, sabemos que desejos podem ser inseridos na população por meio de marketing. • Onde estão os meus clientes? Trata-se de uma pergunta que deve ser bastante analisada porque definirá os canais de atendimento do empreendimento, bem como a extensão geográfica que o empreendedor quer atingir com seu negócio. Para exemplificar, um e-commerce poderá atender um público em qualquer lugar na Terra, e o empreendedor terá que saber como lidar com a logística para a entrega dos produtos tanto no território do seu país como em qualquer país estrangeiro. 129 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS Saiba mais Se houver a intenção de exportar, as análises devem ser melhor verificadas e a coleta de informações precisa ser estudada com maior detalhamento. O Governo Federal possui diversos sites vinculados à exportação para auxílio às empresas que desejem exportar. Acesse o link a seguir: Disponível em: http://www.vitrinedoexportador.gov.br/bens. Acesso em: 22 mar. 2021. 7.2.2 Análise de fornecedores O empreendedor deve compreender o significado do mercado fornecedor para melhor efetuar sua análise. Conforme o Sebrae (2013b, p. 44), O mercado fornecedor compreende todas as pessoas e empresas que irão fornecer as matérias-primas e equipamentos utilizados para a fabricação ou venda de bens e serviços. Inicie o estudo dos fornecedores levantando quem serão seus fornecedores de equipamentos, ferramentas, móveis, utensílios, matérias-primas, embalagens, mercadorias e serviços. Portanto, serão os fornecedores que irão atuar de forma direta no negócio, sendo essencial a análise do que está sendo fornecido considerando-se vários quesitos, tais como: preço, qualidade, localização, prazo de entrega, formas de pagamento etc. O melhor relacionamento possível entre o empreendedor e o fornecedor é a constatação de que há necessidade de uma parceria que seja benéfica para ambos, sendo assim um relacionamento de “ganha-ganha”. Ainda, segundo o Sebrae (2019a), essa relação “significa que a negociação tem uma característica incomum: ninguém perde, todos ganham”, ou seja, ambos os empresários estarão satisfeitos com o contrato a ser efetuado entre as partes. Para tal, portanto, é necessário que o empreendedor faça uma seleção de fornecedores e um cadastro deles, que seja mantido sempre atualizado, evitando assim a dependência de um único fornecedor para todos os itens necessários para o empreendimento. O profissional deve montar um quadro de fornecedores que facilitará sua análise e, posteriormente, suas aquisições. Vejamos um modelo a seguir: Quadro 25 Item a ser adquirido Fornecedor Preço Condições de pagamento Prazo de entrega Localização Adaptado de: Gomes (2005, p. 46). 130 Unidade III Atualmente, com a internet e o auxílio de instituições, o empreendedor possui mais facilidade em encontrar os fornecedores ideais para cada item a ser adquirido aos processos do seu negócio. 7.2.3 Análise de concorrentes Esta é mais uma análise fundamentalpara o sucesso do empreendimento. Saber quem são seus concorrentes e como atuam no mercado também é peça-chave para que o empreendedor avalie suas condições de competição. Na matriz SWOT, o profissional já fez uma verificação de seus pontos fortes e pontos fracos, provavelmente comparando o que já está no mercado com o que deseja colocar em seu negócio. É importante verificar não somente os concorrentes, mas seus aspectos fundamentais, tais como: preço, qualidade, local, condições de pagamento, atendimento prestado ao cliente, entre outros. Devemos tentar encontrar uma resposta para o seguinte questionamento: “Por que o cliente irá preferir minha empresa ao invés de escolher o concorrente?”. Ou seja, o empreendedor precisará entender as necessidades dos futuros clientes que não estão sendo plenamente atendidas no mercado e verificar se terá condições de participar do mercado. Temos de compreender que o empreendedor fará uma análise da concorrência praticamente em conjunto com a análise de mercado, uma vez que para tal identificação há a necessidade de uma investigação do mercado no qual o empreendimento estará inserido. De toda forma, o profissional deverá ainda efetuar um quadro de concorrentes que o auxiliará tanto no momento da abertura do negócio como nos ajustes de planejamento estratégico que necessite fazer. O quadro a seguir é um modelo que pode ser seguido: Quadro 26 Qualidade Preço Pagamento Local Atendimento Serviços Garantias Sua empresa Concorrente 1 Concorrente 2 Conclusões: Adaptado de: Gomes (2005, p. 43). Após o preenchimento do quadro, haverá maior facilidade para as avaliações necessárias dos concorrentes, auxiliando inclusive na revisão das análises de pontos fortes e pontos fracos da empresa. Ao ser construído, o plano de negócios será modificado em mais de um tópico em várias ocasiões. É importante saber que um planejamento estratégico sempre deve ser revisitado, mesmo durante o momento da sua concepção para que sejam feitos os ajustes necessários antes de transformar a ideia em realidade. 131 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS 7.2.4 Análise de mercado O empreendedor que efetuou uma análise da oportunidade, vendo os aspectos de clientes, fornecedores e concorrentes, já se aprofundou em vários aspectos do mercado no qual pretende estar inserido. Muitas vezes, as análises são feitas de forma concomitante, abrangendo o maior número de informações possível. Conforme Dornelas (2016, p. 42), A análise de mercado deve ser feita em algumas etapas. A primeira refere-se à análise setorial, ou seja, em que ramos de negócios a empresa vai atuar? Como este setor é organizado? Que tipos de empresas atuam no setor? Qual o tamanho do mercado? Quem domina o mercado e quais são os principais competidores? Note que muitas destas informações você pode obter da análise de oportunidade, caso você tenha feito uma. Assim, vemos que sempre haverá a necessidade de ampliar a análise, colhendo mais detalhes que auxiliaram na tomada de decisões referentes a público-alvo, localização, preço, entre outros aspectos. Ainda, conseguiremos verificar qual o posicionamento que desejamos atingir no mercado, podendo buscar um nicho específico, “buscando atender clientes que não são atendidos pelos competidores atuais” (DORNELAS, 2016, p. 42). Essas pesquisas podem ser feitas com consultas em vários ambientes, de forma local ou virtual, tais como: associações comerciais e industriais, publicações em revistas ou jornais, sindicatos, prefeituras, universidades, empresas de pesquisa de mercado, órgãos do governo, no Sebrae e em outras instituições de auxílio ao empreendedor. Consta a seguir uma ferramenta que pode ser utilizada pelo empreendedor: o modelo 3M ou modelo de Timmons: Demanda de mercado Tamanho e estrutura de mercado Análise de margem Figura 33 – Modelo 3M No item de demanda de mercado, o empreendedor deverá verificar vários aspectos sobre como os clientes têm acesso aos produtos ofertados pelo mercado, bem como observar o potencial de crescimento desse mercado e o custo para captar o cliente. 132 Unidade III O profissional precisará saber se o mercado no qual pretende se estabelecer está saturado (com vários competidores) ou em declínio, se é emergente ou inovador. Na sequência, fará também a pesquisa acerca do tamanho e da estrutura do mercado. Sua função aqui envolverá descobrir as respostas para questões como: • Quais as tendências do setor? • Como o mercado está estruturado e qual o seu tamanho? • Quais os riscos e as oportunidades do mercado? Evidentemente que uma boa análise dos futuros clientes auxiliará na verificação da demanda e do tamanho do mercado, pois possuirá os dados para a avaliação do perfil do consumidor. Por fim, em análise da margem, verificaremos os dados vinculados diretamente às margens de lucro das empresas já estabelecidas no setor, bem como quais os principais custos que elas possuem no mercado para se manter. Também analisaremos o investimento para a abertura do empreendimento e o tempo de retorno dele. Tais dados podem ser verificados pelo empreendedor quando da análise da concorrência. Além disso, eles envolvem receitas e despesas que são muito importantes porque farão parte do plano financeiro, que é parte integrante do plano de negócios. Assim, após a obtenção dos dados, o empreendedor poderá definir seu segmento de mercado e ficar atento e ciente de várias informações. Vejamos o esquema a seguir: Quem está comprando? - Geografia - Perfil - Estilo de vida - Personalidade O que está comprando? - Recursos - Embalagem - Serviços - Preço - Entrega Por que está comprando? - Benefícios - Características especiais Seu produto ou serviço Figura 34 – Análise do plano de negócios A análise de oportunidade e de mercado acaba, de toda forma, englobando as demais análises que vimos: concorrentes, fornecedores e clientes. A fim de que possamos compreender melhor quais os 133 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS pontos de partida de uma análise de oportunidade e de mercado, vejamos dois exemplos simples de como o empreendedor pode iniciar tal processo. No primeiro deles, falaremos sobre como montar um pet shop. Utilizaremos algumas informações que podem ser encontradas na internet facilmente, porém é sempre importante que o empreendedor faça estudos mais focados no local onde pretende abrir e qual o cliente-alvo de seu empreendimento. O Sebrae ([s.d.]b) possui em seu site uma série de ideias de negócio com várias informações importantes. Dentre elas, vamos utilizar a descrição de alguns indicadores importantes sobre o mercado de loja de animais (ou pet shop): • O mercado é promissor porque seu crescimento foi de aproximadamente 7% nos anos de 2017 e 2018. • Em 2018, o Brasil já possuía mais de 132 milhões de animais de estimação. • O setor teve um faturamento de R$ 21,77 bilhões, sendo que 68,6% desse montante é referente a produtos para nutrição animal. • Em 2019, o brasileiro gastou em média R$ 189 por mês com animais de estimação. O referido número sobe para R$ 224 quando analisamos as classes A e B. • Além dos produtos tradicionais de nutrição e diversos mimos para os animais de estimação, o mercado está aberto a outros produtos ou serviços: hospedagem de alto padrão, tratamentos de saúde com equipamentos modernos, monitoramento 24 horas, spa e alimentos especiais. O empreendedor já tem algumas informações essenciais do mercado, sabendo as tendências do setor e como se comportam os seus futuros clientes, bem como uma visão prévia de quais os caminhos pode seguir, uma vez que existem diversos tipos de lojas dentro do mesmo segmento. Saiba mais Além do Sebrae, o profissional pode consultar revistas, sites de associações vinculadas ao segmento e até mesmo pesquisar certos estabelecimentos já abertos junto aso proprietários. Como exemplo, temos o site da Abinpet a seguir: Disponível em: www.abinpet.org.br. Acesso em: 22 mar. 2021. Devemos frisarque esse é apenas o passo inicial para o entendimento do mercado e das oportunidades que o modelo de negócios desejado pode oferecer. Há depois uma série de aspectos 134 Unidade III a serem verificados, como já vimos. Também será necessário saber o local, o preço e as promoções a serem efetuadas, bem como seus gastos. O segundo exemplo refere-se à abertura de negócio no setor de turismo; vamos utilizar como referência Dornelas (2016) para verificar os principais aspectos do mercado e suas oportunidades: • O setor de turismo cresce de maneira consistente no país, sendo que em 2014 o número de turistas no Brasil ultrapassou a marca de 6,4 milhões de pessoas. • A receita cambial turística no Brasil é considerável, ultrapassando a marca de 6 bilhões de dólares dos Estados Unidos. • Segundo o IBGE (2015), as atividades turísticas que se destacaram na criação de vagas de trabalho foram aluguel de bens móveis e diversas atividades recreativas, culturais e desportivas. • Há uma carência ainda sentida no setor de turismo receptivo no Brasil, principalmente vinculada aos turistas estrangeiros. Os dados aqui observados já são suficientes para uma visão mais apurada do setor turístico no país e para o encontro de oportunidades no local em que se deseja instalar o empreendimento ou que se deseja prestar o serviço. Porém, por se tratar de uma grande área, repleta de oportunidades, mas com um número de players (participantes) muito extenso, sendo alguns de grande porte, o empreendedor pode ampliar seu estudo analisando três ambientes de concorrência: comunidades como o Tripadvisor, agências on-line como Expedia e sites de serviços turísticos, como o Decolar ou o Booking, por exemplo. Consta na sequência um comparativo entre os participantes do mercado, avaliando seus pontos fortes e fracos: Quadro 27 Tópicos Comunidades Agências on-line Sites de serviços Número de visitantes Forte Forte Forte Informações sobre o Brasil Média: não é seu foco Média: não é seu foco Média: não é seu foco Interatividades entre usuários Forte: por conta das avaliações Média Forte: por conta das avaliações Fonte: Dornelas (2016, p. 52-53). Vimos que o empreendimento desejado não está diretamente vinculado aos participantes do mercado de turismo citados, mas ele pode ser, inclusive, um futuro aliado, pois se a intenção do empreendedor for no segmento de hotéis/pousadas para turismo, as avaliações positivas geradas no Tripadvisor, por exemplo, auxiliarão nas reservas futuras e na fidelização dos clientes, assim como ter seu estabelecimento com reservas abertas através do Booking pode gerar uma taxa de ocupação elevada e, consequentemente, um faturamento maior. 135 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS Saiba mais A fim de coletar informações importantes no momento de fazer escolhas, sugerimos que o empreendedor acesse os seguintes sites: Embrapa. Disponível em: https://embratur.com.br/. Acesso em: 22 mar. 2021. Ministério do Turismo. Disponível em: https://www.gov.br/turismo/pt-br. Acesso em: 22 mar. 2021. A intenção de ambos os exemplos foi apresentar os primeiros passos na busca por informações que auxiliem o empreendedor no início de sua análise de oportunidades e de mercado, partindo para a elaboração de seu plano de negócios. 7.3 Plano de marketing O empreendedor deverá, no plano de negócios, desenvolver a estratégia de marketing e vendas para o seu negócio. O principal método utilizado é o que chamamos de 4 Ps do marketing: composto de marketing, onde serão vistos o produto (ou serviços), o preço, a praça e a promoção. Será possível perceber que uma boa análise de mercado e de oportunidades, feita anteriormente, auxiliará na estrutura do planejamento de marketing que o profissional deseja efetuar em seu novo negócio. Portanto, o plano de marketing é peça-chave para que o empreendedor tenha sucesso, uma vez que é um dos pilares de sustentação para a estruturação e o direcionamento da empresa. Conforme Gomes (2005, p. 10): O plano de marketing é uma ferramenta de gestão que deve ser regularmente utilizada e atualizada, pois permite analisar o mercado, adaptando-se as suas constantes mudanças e identificando tendências. Por meio dele você pode definir resultados a serem alcançados e formular ações para atingir competitividade. Conhecendo seu mercado, você será capaz de traçar o perfil do seu consumidor, tomar decisões com relação a objetivos e metas, ações de divulgação e comunicação, preço, distribuição, localização do ponto de venda, produtos e serviços adequados ao seu mercado, ou seja, ações necessárias para a satisfação de seus clientes e o sucesso de seu negócio. Veremos, então, com detalhes cada um dos 4 Ps do marketing que devem estar contidos no plano. 7.3.1 Produto O primeiro dos itens é o produto. É importante observarmos que, apesar do nome, utilizamos a definição tanto para produtos quanto para serviços que o empreendedor pretenda ofertar. 136 Unidade III Ao efetuar uma análise de oportunidades e de mercado, o profissional já deve ter a noção ou a certeza de qual é o seu público-alvo, uma vez que já estudou seu comportamento de consumidor – suas necessidades e desejos que não são atendidas pelos concorrentes atuais ou que ainda há espaço no mercado para novos entrantes. Dessa forma, o produto e/ou serviço ofertado trará os diferenciais necessários para ser competitivo, conseguindo ser percebido pelos clientes. Ou seja, o posicionamento do empreendimento no segmento de mercado escolhido na análise de oportunidade será o ponto focal para a determinação do produto e/ou serviço. Na presente etapa do plano de marketing, também pode ser verificada a definição da marca do produto, com o nome e o símbolo que o empreendedor deseja apresentar aos seus clientes. Para Gomes (2005, p. 34), A marca é a identidade da empresa, ou seja, a forma como ela será conhecida, portanto, deve traduzir a imagem que se deseja passar para o mercado, no caso, o posicionamento da empresa. Por isso, a definição do posicionamento do seu negócio e de suas vantagens sobre a concorrência, realizadas anteriormente, são fatores essenciais para repensar uma marca ou criá-la. Devemos também salientar que o empreendedor deve verificar no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) se sua marca ainda não existe naquele segmento escolhido, pois a não observação poderá gerar problemas futuros de ações judiciais. Como descrito por Kotler e Armstrong (2007) apud Meneses (2015), “as marcas são muito mais que meros nomes e símbolos. Elas são um elemento-chave nas relações da empresa com os consumidores”. Assim, o profissional precisa estabelecer um nome, um logotipo e/ou o conjunto dos elementos de marketing para que seu produto seja reconhecido, aceito e demandado pelos clientes. Atualmente, com o advento e crescimento da internet e das redes sociais, é muito importante que esse item seja bem tratado pelo empreendedor, pois ele irá auxiliar na configuração de seu relacionamento e estará presente em todos os canais de acesso. Porém, o produto e/ou serviço ofertado, evidentemente, irá além da marca, pois suas características e seus benefícios são parte dos ingredientes principais para a captação, a manutenção e o encantamento dos clientes. Todavia, conforme veremos na sequência, há uma diferença sutil, porém importante entre características e benefícios do produto e/ou serviço para o cliente: Quadro 28 Características Benefícios Tamanho do produto Peso do produto Cor do produto Formato do produto e/ou serviço Utilidade do produto e/ou serviço Segurança do produto e/ou serviço Garantia do produto e/ou serviço Assistência técnica do produto Atualização do produto e/ou serviço Facilidade de utilização do produto e/ou serviço Adaptado de: Dornelas (2006, p. 44). 137 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS 7.3.1.1 Ciclo de vida do produto Com as condições bem definidas, o empreendedor deve ainda conhecer o ciclo de vida do produto quepretende ofertar. Aqui, mesmo que o profissional esteja somente entrando no mercado, ele deverá saber que, se o seu produto e/ou serviço não for inovador ou não estiver sendo apresentado a um novo público, haverá uma ligação direta entre as características do mercado (estagnado, em expansão, em declínio etc.). Porém, para a maioria dos produtos e/ou serviços ofertados, conseguimos encontrar quatro estágios (que possuem certa semelhança em relação ao ciclo de vida da empresa). São eles: • Lançamento ou germinação: quando o produto e/ou serviço é lançado ao mercado. Neste estágio é possível verificar certa lentidão na demanda (vendas), uma vez que os clientes necessitam possuir mais conhecimento do produto para efetuar a compra. O empreendedor terá custos altos com divulgação e produção. • Crescimento: neste estágio podemos observar o aumento rápido das compras por parte dos clientes, com uma relação mais salutar entre promoção e vendas. O empreendedor deverá se atentar para não somente construir um bom relacionamento com o cliente, mas levá-lo a uma experiência de sucesso que o faça fiel a seu produto e/ou serviço. • Maturidade: neste estágio, o produto e/ou serviço ofertado já possui aumento do número de novos concorrentes e encontra-se saturado, pois os clientes já fizeram suas escolhas. Vários fatores ocorrem: queda dos lucros, redução dos preços (por conta dos concorrentes e da diminuição de vendas), surgimento de novos produtos substitutos etc. O empreendedor deverá tentar fazer campanhas que levem os clientes a efetuar novas compras, tais como: programas de fidelização, queimas de estoque, entre outras. • Declínio ou morte: neste último estágio, podemos ter desde a manutenção do produto, porém havendo maior competitividade para que ele não se torne obsoleto, bem como o seu desaparecimento. Muitas vezes, o empreendedor deverá fazer a atualização e/ou substituição do seu produto e/ou serviço, trazendo inovações que possam manter os seus clientes fiéis. Não há um modus operandi exclusivo, determinados produtos e/ou serviços passam por esses estágios em velocidades e formas diferentes. O empreendedor também precisa avaliar seus produtos e/ou serviços e o mercado nele inserido para que suas ações em cada estágio sejam tomadas com prazos, preços e custos bem definidos estrategicamente. Vamos tomar como exemplo a venda de jogos on-line. Muitas vezes, as ações de promoção têm início muito antes do lançamento do produto (inclusive com a disponibilização de pré-venda ou mesmo de versão de demonstração, as famosas demos). Com isso, os estágios de lançamento e crescimento ocorrem quase que simultaneamente, pois as vendas são catapultadas já nos primeiros dias (por vezes, em horas). A maturação, neste exemplo, ocorre de forma mais lenta, porém com algumas atualizações no jogo que permitem novas experiências ao comprador/jogador. Em síntese, na etapa final, podemos ter o declínio das vendas, mas a manutenção da fidelidade dos clientes, com atualizações frequentes, 138 Unidade III novos desafios e/ou novas fases a serem vencidas no jogo, ou podemos ter a morte daquele jogo, sendo substituído por outro, criando assim uma sequência de itens com a mesma vertente (o que chamamos de saga ou franquia). Temos vários exemplos neste segmento, nele podemos destacar o jogo de simulação de futebol Fifa, da empresa Electronic Arts, que a cada ano efetua um lançamento (Fifa 19, Fifa 20, Fifa 21 etc.). 7.3.1.2 Oportunidade de crescimento do produto Sabendo da importância da perfeita definição do produto e/ou serviço a ser ofertado e de algumas ações estratégicas necessárias durante as fases do seu ciclo de vida, o empreendedor deverá elaborar um planejamento com base em ferramentas e técnicas conhecidas que o auxiliarão nas decisões a serem tomadas para que ele alcance de forma eficiente as oportunidades de crescimento do produto. Nesse momento, podemos destacar a matriz de Ansoff, ferramenta muito utilizada para a estratégia do desenvolvimento do produto no mercado: Quadro 29 Produtos Existentes Novos Mercados Existentes Penetração de mercado Desenvolvimento de produtos Novos Desenvolvimento de mercado Diversificação Adaptado de: Gomes (2005, p. 43). Em cada um dos quadrantes, o empreendedor deverá atuar estrategicamente, obedecendo às atividades específicas em cada caminho, conforme veremos na sequência: • Penetração de mercado: o produto e/ou serviço ofertado pelo empreendedor já é conhecido, bem como o mercado em que ele está inserido, sendo necessárias campanhas de promoção que incentivem os clientes a consumirem os itens da empresa criada, seja pela competição por preço ou melhoria na qualidade do atendimento. Como exemplo, podemos citar a abertura de um restaurante por quilo. • Desenvolvimento de produtos: o mercado já existe e está consolidado, porém o empreendedor vai ofertar um novo tipo de produto ou serviço aos clientes. Neste item, podemos verificar a descoberta de um nicho específico ainda não explorado (como o segmento nerd em um mercado de roupas) ou a oferta de um novo produto e/ou serviço que traga benefícios antes não verificados pelos clientes do mercado (como o caso do Uber em relação à prestação de serviço no transporte público particular). • Desenvolvimento de mercado: o produto já existe, porém ainda não era vendido em um mercado específico, sendo que o empreendedor será o primeiro a ofertá-lo. Um exemplo de fácil compreensão é o item sendo exportado para outros países que ainda não o conheciam. Aqui, há um trabalho grande a ser efetuado para divulgação a fim de tornar o produto e/ou serviço conhecido pelos novos clientes. 139 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS • Diversificação: este é o quadrante com a mais difícil e arriscada opção, pois o empreendedor lançará um novo produto em um mercado ainda não existente. Tal estratégia pode ser verificada em diversas startups e unicórnios que surgem diariamente no mundo, trazendo novidades aos consumidores. Lembrete Não há um modus operandi exclusivo, determinados produtos e/ou serviços passam por esses estágios em velocidades e formas diferentes. Por fim, para o aproveitamento das oportunidades de crescimento do produto, o empreendedor deverá utilizar a matriz BCG. Ela é uma ferramenta poderosa para administração dos produtos e/ou serviços, uma vez que, além de permitir que o empreendedor faça o acompanhamento dos seus itens ofertados, auxilia na elaboração de estratégias necessárias em cada tipo de produto. É essencial esclarecermos que tal instrumento é “mais útil para negócios com um número limitado de produtos em função da quantidade de análises” (NAKAGAWA, [s.d.]b.). A matriz BCG também é composta de quatro quadrantes: • Vaca leiteira: produtos que possuem uma boa geração de caixa para a empresa, com pouca exigência de recursos em marketing. • Estrela: produtos que geram muito caixa para a empresa e que necessitam de altos recursos para divulgação, produção etc. • Ponto de interrogação: produtos que ainda não possuem a certeza de crescimento nas vendas, mas que necessitam de investimentos. • Abacaxi: produtos que têm pouca participação no mercado, ou seja, “não vendem bem, não têm boa margem de lucro e contribuem pouco para os resultados” (NAKAGAWA, [s.d.]b.). Para compreender a disposição de cada quadrante, consta na sequência o desenho de uma matriz BCG: Quadro 30 Participação relativa no mercado Alto Baixo Crescimento do mercado Alto Estrela Ponto de interrogação Baixo Vaca leiteira Abacaxi Adaptado de: Dornelas (2006, p. 41). 140 Unidade III Com todas essas informações em mãos, o empreendedor já pode efetuar o seu posicionamento de produto e/ou serviço no segmento de mercado escolhido, conseguindo: efetuar as alterações necessárias em relação ao ciclo de vida do seu produto; retirar ou modificar seu produto em relação ao verificado com as vendas e perante o ofertado por seus concorrentes; fazer modificações nas característicase benefícios que acompanham o produto e/ou serviço (tais como: embalagem, qualidade, tamanho etc.); e criar e/ou padronizar os seus modelos. 7.3.2 Preço O segundo composto de marketing que estudaremos será o preço. Na realidade, veremos neste item a política de preços que o empreendedor adotará ao inserir seu produto e/ou serviço no mercado. Para efetuar o preço de venda, sua formação requer cálculos que devem ser baseados nos custos e na margem de lucro que o profissional gostaria de ter, mas antes desses cálculos é necessário saber qual a política e qual a estratégia de preços que o negócio terá no mercado. Observaremos as formas de definição do empreendedor em relação ao preço, aos prazos e às formas de pagamento possíveis. Para iniciar, podemos ter a seguinte definição de preço realizada por Gomes (2005, p. 46): Preço é quanto o seu produto ou serviço vale para o consumidor. Para o seu negócio, o preço ideal de venda é aquele que cobre os custos do produto ou serviço e ainda proporciona o retorno desejado pela empresa. Analisando o quanto o consumidor está disposto a pagar, a empresa avalia se seu preço ideal de venda é compatível com aquele vigente no mercado. O preço deverá cobrir todos os custos (fixos e variáveis) e ainda dar lucro ao empreendedor. Assim, precisamos fazer uma separação de definições que será mais bem detalhada no plano financeiro: faturamento é o valor total das vendas da empresa e lucro é o resultado da diferença entre faturamento e custos, que deve ser positivo (se negativo, o empreendimento terá prejuízo). Porter (2005), em seu livro Estratégia competitiva, amplia nossa visão quando apresenta as estratégias de posicionamento das empresas no mercado, envolvendo diretamente os preços a serem executados: • Custo: a empresa compete com redução máxima de custos para que possa ser competitiva no preço, pois ele é o principal diferencial para a escolha do produto e/ou serviço por parte do cliente. • Diferenciação: a empresa investe em fatores tangíveis (como produtos e/ou serviços inovadores ou canais de distribuição e de atendimentos eficientes) e fatores intangíveis (como marca, imagem etc.), criando um diferencial que será repassado ao preço a ser ofertado, porém será aceito pelos clientes. • Foco: neste item, a empresa enfatiza uma das duas estratégias escolhidas, ampliando seu foco em um público específico. 141 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS O empreendedor, portanto, avaliará o preço a ser ofertado, considerando como está o mercado e seus concorrentes. Por isso, a análise de mercado feita de forma correta em etapa anterior o auxiliará na tomada de decisão. Isso é conhecido como posicionamento de preço. Evidentemente que algumas ações e verificações necessitam ser efetuadas para que a estratégia escolhida dê resultados. Em um exemplo simples, o profissional que escolher disputar por custo no mercado, reduzindo também seu preço para ser competitivo, terá, na maioria das vezes, que possuir uma escala alta de vendas, pois seu lucro virá na quantidade vendida. Por sua vez, se ele escolher a diferenciação, poderá aplicar um preço até mesmo acima dos concorrentes, porém deverá saber que seus custos de atualização, qualidade, produtividade e/ou de pessoal (qualificação) serão altos e deverão ser mantidos. Por fim, quando há um foco específico de clientes a serem atendidos, o empreendedor deve ter pleno conhecimento dos produtos e/ou serviços, do mercado e dos seus clientes para saber qual preço empregar. Também é importante citar que em caso de produtos ou serviços inovadores, na maioria das vezes, a estratégia adotada é “definir preços em um nível mais alto e baixá-los gradativamente” (SEBRAE, 2019b). Assim, seus custos de pesquisa e desenvolvimento, bem como da promoção do novo produto serão absorvidos pelos primeiros clientes, que desejam a novidade e não a encontram nos concorrentes. Como exemplo clássico, temos o mercado de televisores, que, ao lançar modelos mais modernos e com novas tecnologias, apresentam um preço bem acima da média dos demais produtos ofertados. Já sabemos que os preços não são estáticos, até porque as empresas necessitam flexibilizá-los por diversos motivos: maior competitividade, novidades no mercado, queima de estoque para entrada de novos produtos (muito comum no segmento de roupas) etc. Isabela Motta Gomes (2005) nos apresenta a seguir quais os modelos de flexibilização dos preços que podem ocorrer: • Promoções: são criadas estratégias de preços em determinados prazos para atrair clientes e aumentar as vendas. Exemplo: a promoção de Black Friday que boa parte das lojas efetua. • Segmentação: estratégica de diferenciação de preço por segmento de clientes. Exemplo: meia-entrada nos cinemas e teatros. • Regionalização: o produto possui preços variados dependendo da região geográfica onde será vendido. Muitas vezes, o valor é diferenciado por conta de valores que compõem o preço final do produto, como o frete, por exemplo. • Sazonalidade: alguns produtos sofrem redução ou aumento de preços dependendo da época do ano em que estão sendo vendidos. Exemplo: os itens de verão como bronzeadores e protetores solares costumam ter seus preços elevados no verão, devido à maior procura e ao aumento natural do seu consumo. • Personalização: nesta estratégia, os preços variam conforme o cliente e as suas necessidades, sendo muito comum em setores de serviços, como o turismo, por exemplo. 142 Unidade III Há outras formas que interferem no preço e estão diretamente vinculadas ao prazo e à forma de pagamento que o empreendedor disponibilizará para o cliente, como o prazo desses itens, uma vez que o fluxo de caixa do negócio será afetado direta ou indiretamente. De forma direta, porque o profissional receberá o valor de sua venda em parcelas, sendo assim, o valor de sua venda será dividido e o retorno financeiro de sua venda somente será percebido ao longo de tempo. De forma indireta, se o responsável efetuar a venda a prazo, porém ir ao mercado financeiro para receber antecipado por tais parcelas (seja por meio de um cartão de crédito que antecipa o valor de todas as parcelas, porém cobra uma quantia de desconto, seja através de uma empresa de fomento mercantil (as factorings), que compra os direitos creditórios do empreendedor. Com isso, verificamos que o preço pode ser afetado pelo prazo de pagamento, sendo que algumas empresas oferecem descontos por pagamentos à vista, não somente pelo fato de já receberem o valor em seu caixa, mas por terem a possibilidade de repassar ao cliente parte do ganho que tiverem com a não utilização dos recursos citados, que geram descontos no valor final recebido. Por fim, também a forma de pagamento e o volume de vendas podem alterar o valor do preço final ofertado ao cliente. Já vimos que a forma de pagamento em espécie (cash) é comumente uma maneira de redução de preços no mercado. Contudo, a ampliação dos métodos de pagamento por parte do empreendedor, naturalmente, amplia o número de clientes que podem ser atendidos. Os pagamentos por cartão de crédito ou débito podem trazer custos ao empreendedor, todavia aumentam a capacidade de venda, sendo que é possível o repasse desses custos, de forma diluída, aos preços dos seus produtos e/ou serviços. Assim, apesar de o repasse no preço final, seus clientes serão beneficiados, visto que eles “satisfaçam seus desejos e necessidades, sem terem qualquer preocupação presente com o pagamento” (MADRIGAL, 2019). Ainda, temos que lembrar que o volume e/ou quantidade de vendas altera significativamente o preço de alguns produtos e/ou serviços disponíveis no mercado. Para tal, temos os mercados atacadista e varejista, que são conhecidos no mercado e possuem preços diferenciados, diretamente vinculados ao total de compras efetuadas pelos clientes. Até mesmo no ramo varejista, por vezes a compra de produtos em maior número pode reduzir o preço final ou trazer outros benefícios, por exemplo, agratuidade do frete, que vemos principalmente no e-commerce. 7.3.3 Praça A praça é um importante componente de marketing que precisa ser minuciosamente estudado pelo empreendedor. A escolha do local e do canal de distribuição (seja físico e/ou virtual) são fatores críticos de sucesso do empreendimento, pois é parte crucial do planejamento estratégico do negócio. Neste item, o profissional deve se planejar para que os clientes recebam seus produtos e/ou serviços nos prazos e canais desejados por eles. Também precisará verificar os prazos e as condições de entrega de seus fornecedores, assim não terá problemas de estoque de produtos (tanto no excesso em estoque que causa prejuízos financeiros por conta do custo para a manutenção quanto na falta de produtos em estoque que pode levar os clientes a buscar os itens na concorrência). 143 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS Com isso, o modelo de vendas da empresa deve ser bem definido pelo empreendedor para que os produtos e/ou serviços possam chegar aos clientes. Há uma série de modelos de negócios com canais de venda com características diferentes que devem ser avaliados. São eles: • Venda direta. • Venda indireta. • Distribuidores. • Licenciamento. • Força de vendas. • Parceiros estratégicos. Para compreender que cada modelo possui uma série de ações a serem tomadas, podemos citar a diferença entre venda direta e indireta. Em venda direta, o empreendedor deve verificar os custos para manter a infraestrutura de vendas (como aluguel da loja ou despesas com manutenção do e-commerce), bem como precisa treinar sua força de vendas para atingir seus objetivos. Por sua vez, na venda indireta, o profissional precisa planejar suas entregas aos intermediários (quantidade, prazo, custos), assim como possuir uma boa administração de seus representantes. O empreendedor que escolher por abrir seu negócio em formato de franquia também precisa ter a ciência de que haverá uma série de compromissos legais a serem verificados para que ele possa ser um franqueado, incluindo a localização e o tamanho da loja. Além disso, ao depender da escolha, deverá verificar a infraestrutura do local para que os clientes possam ter os benefícios e as facilidades que necessitam no ato da compra, tais como: estacionamento na frente do estabelecimento para facilitar o momento da compra; site na internet ou um aplicativo que seja de fácil manuseio e entendimento por parte do cliente no ato da compra etc. Assim, de acordo com Gomes (2005, p. 49): Praça diz respeito a como será a operacionalização do seu negócio, ou seja, como o produto será colocado à disposição do seu cliente. A localização e estrutura adequadas, canais de distribuição de seu produto ou serviço e relação com fornecedores serão determinantes para levar ao cliente o que ele necessita. O tipo do negócio determinará todos os aspectos relevantes a esse elemento. A estratégia de marketing deve ser sempre efetuada considerando fatores que sejam determinantes para os clientes, aumentando a possibilidade de captação e fidelização. Vemos, então, que a escolha da praça faz parte de um planejamento de logística e suprimentos, pois a seleção do fornecedor precisa ser analisada, avaliando vários aspectos, tais como: preço, localização, prazos de entrega, entre outros. 144 Unidade III A relação com o fornecedor deve ser de parceira e com a máxima longevidade possível, visto que “a troca constante de fornecedores pode prejudicar o seu negócio, pois não cria uma relação de parceria” (GOMES, 2005, p. 48). Como exemplo da importância dos diversos aspectos que fazem parte da escolha da praça do empreendimento, podemos tomar como base o que está disposto em Sebrae ([s.d.]b): • Adequação ao cliente: com facilidade de acesso ou de estacionamento. • Adequação aos funcionários: infraestrutura de serviço e disponibilidade de transporte público para locomoção casa-trabalho. • Infraestrutura: local com serviços básicos, como água, luz, telefone e internet, a segurança do local e da sua vizinhança, bem como a proximidade de locais de riscos como inundações, por exemplo. • Economia e finanças: preço do aluguel, qualidade do imóvel para redução com possíveis gastos com obras etc. Apesar de esses aspectos estarem direcionados para uma loja no formato pet shop, podemos afirmar que vários deles podem ser replicados na grande maioria dos negócios físicos. Por sua vez, em negócios virtuais – o e-commerce – as características são outras, por exemplo, a adequação ao cliente, uma vez que o ambiente de compras on-line deve ser o mais amigável possível, facilitando a compra de acordo com o público-alvo que se pretenda atingir. Já estudamos, inclusive, que é possível encontrar empreendimentos que efetuem a integração dos ambientes físicos e virtuais no que diz respeito à forma como os clientes têm contato com a empresa e os produtos e serviços por ela oferecidos, o que é denominado omnichannel. Lembrete Destaca-se que a estratégia de marketing deve ser sempre efetuada considerando fatores que sejam determinantes para os clientes, aumentando a possibilidade de captação e fidelização. 7.3.4 Promoção O último P do componente de marketing que faz parte desse plano é a promoção. É muito comum ocorrer confusão entre os termos marketing e promoção. Como visto, o marketing é um composto completo com quatro componentes, sendo que a promoção é um deles. Conforme Gomes (2005, p. 52), 145 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS A promoção tem a função de estimular a demanda relacionando serviços às necessidades e desejos de seus clientes. A informação que deve ser repassada deve basear-se nas necessidades de seus clientes e através dos corretos canais de comunicação. A chave do sucesso está em atrair e reter a atenção do consumidor. Assim, podemos dizer que promoção é a parte de divulgação do produto e/ou serviço a ser oferecido, bem como da própria empresa e da marca. Essa divulgação deve ser criada por empresas especializadas (agências de publicidade), uma vez que elas saberão empregar o melhor meio de divulgação. Como veremos agora, podemos encontrar várias formas de divulgação/promoção: • Venda pessoal (ou venda pessoa a pessoa): pode ser efetuada por representantes ou pelos próprios vendedores. As formas de promoção também têm relação direta com os demais componentes de marketing que vimos até o momento. • Propaganda: é uma das formas de divulgação de produto mais conhecidas, por ser muito utilizada pelas empresas nas mais variadas formas de mídia que existem: TV, rádio, revistas e jornais. Também podemos contar com outdoors, panfletos, carros de som etc. Nos últimos anos, temos visto o aumento significativo da utilização dos meios digitais por conta do avanço da internet, dos smartphones e dos aplicativos. Esse meio é interessante porque tem alta seletividade do público e baixo custo, porém a visualização pode ser ignorada pelo espectador. Na sequência consta quadro com os pontos fortes e fracos de alguns dos veículos de comunicação citados no item: Quadro 31 Meio de comunicação Pontos fortes Pontos fracos Televisão Alta cobertura e forte impacto Altos custos de veiculação e produção Rádio Baixo custo e seletividade do público Somente áudio e grande quantidade de comerciais Adaptado de: Gomes (2005, p. 52). • Publicidade: este item se difere da propaganda, porque “trabalha com a imagem da empresa e dissemina informações positivas acerca do seu negócio” (GOMES, 2005, p. 53), é efetuada por formadores de opinião, por exemplo. • Promoção de vendas: muito utilizada pelas empresas, é uma forma de promoção que pretende atrair os clientes através da proposta de um incentivo para a compra, sejam descontos por método 146 Unidade III de pagamento (desconto por pagamento à vista, por exemplo), amostras grátis e brindes, sorteios, ou promoções em datas especiais, como a Black Friday. • Patrocínio: outra forma de promoção, é a efetuação de patrocíniopor parte da empresa em algum evento ou para clubes, encontros, feiras, seminários etc. Há, por exemplo, as empresas que estão estampadas nas camisas de clube de futebol. • Telemarketing: ferramenta muito importante para promoção que, ao ser bem utilizada, cria um canal de contato com os clientes que irá atingir outras ações, como: sugestões, reclamações, solicitações etc. • Fidelização: uma forma de efetuar promoção é criando políticas de fidelização junto aos clientes. Segundo Gomes (2005, p. 56), “Envio de cartões e promoções em datas comemorativas, convite para lançamento de novos produtos, bonificações, são algumas das ações sugeridas” para a fidelização, principalmente dos clientes mais importantes da empresa. • Internet: neste formato de promoção, o direcionamento é para o conhecimento e a divulgação maior da empresa e de seus produtos e/ou serviços em sites próprios ou por meio da divulgação através das redes sociais. Precisamos salientar que essas formas de promoção não são excludentes, sendo que o empreendedor pode utilizar várias dessas ferramentas concomitantemente, fazendo um esforço de promoção em que cada uma das opções seja usada para atingir um público específico e, se possível, aumentar o número de clientes. 7.3.5 Projeção de vendas Após a análise de mercado com a verificação dos clientes, fornecedores e concorrentes e com a elaboração do plano de marketing, com todos os componentes (produto, preço, praça e promoção) definidos pelo empreendedor, há a necessidade de se efetuar a projeção de vendas. Uma vez que todas as informações foram levantadas, a projeção de vendas tende a ser bem realista, ou seja, estar muito próxima do que será verificado durante a efetivação das vendas. Tal projeção deve ser efetuada por um período de, ao menos, cinco anos. As informações econômicas e financeiras também estarão bem detalhadas no plano financeiro que veremos posteriormente. 8 PLANO OPERACIONAL O próximo passo para o plano de negócios é o plano operacional. Neste item, o empreendedor fará o detalhamento de como a empresa deverá ser operacionalizada, considerando a equipe de colaboradores e gestores (a necessidade de recursos humanos), a infraestrutura do negócio (desde o layout até a definição de materiais, equipamentos, ferramentas e maquinários necessários), a capacidade produtiva da companhia e a gestão dos processos organizacionais. 147 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS Como o plano de marketing já foi elaborado, o profissional deverá ter a noção do produto (ou serviço) que ofertará e em qual lugar (praça) o fará, bem como já ter efetuado a análise de mercado e de oportunidade, além de ter a noção de qual a produção que deverá possuir para vender aos seus futuros clientes. 8.1 Pessoal: recursos humanos Um passo importante é a definição da quantidade de funcionários que a empresa necessita no início das suas operações para que possa atingir seus objetivos, incluindo o número de gestores que deverão auxiliar na administração do negócio. É importante salientarmos que diversos empreendimentos começam com a quantia mínima de funcionários, muitas vezes também somente com o empreendedor (como no caso do MEI). De toda forma, há a necessidade de efetuar a elaboração desta etapa no plano de negócios, ainda que sem funcionários ou em número bem reduzido, para que se tenha os dados financeiros de custos com pessoal e/ou para que se estabeleça a capacidade de produção do empreendimento. O empreendedor deverá ter ciência de que quanto maior for o seu negócio, maior será a necessidade de pessoal envolvido em vários setores da empresa. Os cargos e suas atividades devem, portanto, ser descritos de forma simples para auxiliar, inclusive, no momento da contratação: Quadro 32 Cargo Quantidade necessária Qualificações Adaptado de: Gomes (2005, p. 65). Nas qualificações necessárias, é interessante observar os itens referentes à experiência exigida para o cargo, o nível de escolaridade requisitado para as atividades a serem exercidas e, ainda, as habilidades requeridas (exemplo: a obrigatoriedade do conhecimento de uma língua estrangeira para o atendimento de clientes de outras nacionalidades como nos casos de empresas de turismo e companhias aéreas). Outro fator importante é a criação de um organograma da empresa no qual possam ser verificadas as interações e as linhas de autoridade dentro do empreendimento. Além disso, o empreendedor poderá criar organogramas futuros, supondo a previsão de crescimento e desenvolvimento do seu negócio. Um exemplo muito comum são as empresas pequenas, que, ao surgirem, possuem um único gerente que efetua toda a administração. Com o desenvolvimento do negócio ao longo do tempo, faz-se necessária a contratação de gerentes para áreas específicas da empresa: vendas, marketing, financeiro, TI etc. 148 Unidade III Portanto, o empreendedor efetuará a estrutura de sua empresa, representando-a graficamente, pois conforme Chiavenato (2001, p. 251), “organograma é o gráfico que representa estrutura formal da empresa”. Consta na sequência um exemplo de um organograma: Conselho Presidência Diretoria de marketing Diretoria financeira Diretoria administrativa Figura 35 – Organograma 8.1.1 Infraestrutura e layout Uma vez que o empreendedor já tem o seu local (praça) definido e sabe das necessidades de produção (análises do mercado) e de pessoal, ele deve verificar toda a infraestrutura necessária para que possa operacionalizar sua ideia inicial. Portanto, ele deverá conhecer qual a metragem requerida para que suas operações possam ocorrer, verificando ainda a melhor distribuição dos maquinários e do pessoal envolvido nos processos da empresa. O arranjo físico da empresa é necessário para a “distribuição dos diversos setores da empresa, de alguns recursos (mercadorias, matérias-primas, produtos acabados, estantes, gôndolas, vitrines, prateleiras, equipamentos, móveis, matéria-prima etc.) e das pessoas no espaço disponível” (GOMES, 2005, p. 58). Com o layout (arranjo físico) definido, o empreendedor terá uma produtividade melhor, reduzindo desperdício, pois tornará mais eficiente e eficaz a comunicação entre os funcionários, a localização dos produtos e a movimentação de pessoas, produtos e ferramentas. 149 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS Consta na sequência o exemplo de layout de uma confeitaria: Basculante Convenções 1. Depósito para farinha de trigo 4. Mesa de serviço 7. Forno elétrico 10. Cilindro 2. Amassadeira 5. Divisora 8. Tabuleiros 11. Pia 3. Balança 6. Modeladora 9. Fermentadora Basculante WCWC 70x2.10 70x2.10 70x2.10 70 x2 .1 0 Po rt a de a ço Ár ea c om er ci al Po rt a de a ço Escritório/depósito Área para confeitaria 8,00 Área de forno 9,70 Basculante Basculante Basculante 1 2 9 10 4 3 5 6 8 7 11 Figura 36 – Layout (arranjo físico) Na figura anterior, podemos verificar a necessidade de espaço físico para a execução das atividades exigidas pelo empreendedorismo para a produção e o atendimento aos clientes. Portanto, a análise do layout é de extrema importância para o sucesso do negócio. Ela também deverá contar com as informações do material (ferramentas, máquinas, equipamentos etc.) necessárias para que a empresa possa operacionalizar seus processos. Observação Fatores importantes, tais como exigências legais para a montagem do empreendimento e a necessidade de adequação da instituição para as pessoas portadoras de necessidade especial precisam ser verificados. 150 Unidade III Vamos utilizar como exemplo das necessidades de infraestrutura e arranjo físico do negócio a montagem de um salão de beleza, conforme dados fornecidos por Sebrae ([s.d.]a): • Boas instalações e iluminação, porque o salão de beleza deve transmitir a impressão de limpeza. • Espaço para sala de espera com itens de conforto, tais como: cadeiras, televisão, água e máquina de café. • Balcão de atendimento com equipamento de informática paraagendamento, registro e controle dos serviços prestados. • Espaços de atendimento com tamanho suficiente e confortável para os serviços requeridos. • Estrutura de banheiros para clientes e funcionários. • Estacionamento para clientes, quando possível. • Uma lista de equipamentos (que dependerá do tamanho do salão de beleza, assim como dos serviços que foram prestados) que incluirá: lavatórios, espelhos, secadores de cabelo, tesouras, escovas, pentes, aventais, cadeiras, entre outros. • Uma lista de matéria-prima necessária para os serviços, tais como: cremes, esmaltes, toalhas, algodão e uma série de produtos para cabelo e maquiagem. • Além dos registros legais e do alvará de funcionamento, se atentar para o fato de o salão de beleza não poder atuar como um centro de estética, pois existem exigências legais específicas para tal que devem ser cumpridas pelo estabelecimento. 8.1.2 Capacidade produtiva O empreendedor, que está efetuando seu plano de negócios, terá condições de avaliar e registrar a sua capacidade produtiva (iremos utilizar esse termo tanto para as empresas industriais como as comerciais e de serviços). Tal capacidade está diretamente vinculada a diversos fatores do empreendimento, como: • Financeiro: a quantia disponível pelo empreendedor para a montagem do negócio, considerando-se, inclusive, os gastos com o investimento inicial, fato que será um dos limites para a sua capacidade de produzir ou comercializar uma quantidade de produtos, bem como de quais e quantos serviços poderão ser ofertados aos clientes. • Pessoal: a quantidade de pessoas que farão parte dos recursos humanos da empresa será um delimitador das possibilidades de produção do novo negócio. Naturalmente, a contratação de funcionários em número inferior ao necessário acarretará problemas para o atendimento aos clientes, com possíveis reclamações e redução de vendas ao longo do tempo. Por sua vez, a contratação de pessoas a mais provocará ociosidade e custos com pessoal além do necessário. 151 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS • Infraestrutura: o tamanho do estabelecimento, bem como a quantidade de material necessário para a produção, comercialização ou prestação de serviços serão fatores importantes para a definição da capacidade. Em um espaço restrito ou com poucas ferramentas, haverá uma capacidade de oferta limitada para os clientes, por exemplo. • Mercado e concorrência: o empreendedor que já efetuou uma boa análise do mercado e dos concorrentes saberá o tamanho do mercado e o quanto será possível ofertar aos clientes dentro de padrões que evitem o desperdício de material. Assim, a capacidade produtiva é mais um fator crítico de sucesso, pois ela deverá ser suficiente para se transformar em receitas (faturamento) capazes de cobrir todos os custos e trazer lucratividade para o profissional. 8.1.3 Processo operacional Por fim, no plano operacional, o empreendedor deverá elaborar o seu processo operacional. Ele deverá fazê-lo, portanto, ainda que de forma simplificada. Conforme Harrington (1993, p. 10) “processo é qualquer atividade que recebe uma entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente interno ou externo. Os processos fazem uso dos recursos da organização para gerar resultados concretos”. Toda empresa precisa saber como irá funcionar, quais os passos de cada processo: compra, estoque, fabricação, venda, entrega etc. Para que isso ocorra, o empreendedor tem de elaborar um roteiro de como as atividades são executadas, ou seja, de como as etapas ocorrem. Com isso, o profissional já pode efetuar um mapa de processo sobre algumas das atividades a serem exercidas. Vamos tomar como exemplo o mapa de processo, segmento idêntico ao que vimos anteriormente – um salão de beleza. Na figura a seguir, avaliaremos como será o processo de corte de cabelo no estabelecimento: Entradas → Processo → Saídas Tesouras, pentes e maquininha esterilizados Água e xampu Cabeleireiro(a) Cabelo comprido Lavar o cabelo Pentear Cortar Passar maquininha Tesouras, pentes e maquininha não esterilizados Água e xampu Corte novo de cabelo Figura 37 – Processo de corte de cabelo Podemos perceber que o empreendedor terá condições de saber quais ferramentas serão necessárias para o cumprimento do processo de cortar o cabelo do cliente desde o início do processo até o seu término. Ele ainda poderá descrever o processo de forma mais detalhada, inserindo todos os passos necessários para a sua execução. Uma das maneiras de apresentação mais comuns para tal visualização ocorre por meio do fluxograma. O fluxograma é a representação gráfica de um ou mais processos. 152 Unidade III Os fluxogramas servirão para a definição, inclusive das necessidades e capacitações dos funcionários a serem contratados, bem como serão a base para a verificação de futuras ações corretivas e/ou preventivas necessárias para a melhoria dos processos estabelecidos. Vejamos modelo a seguir: Levar o cliente ao lavatório Levar o cliente ao lavatório Levar o cliente à recepção Levar o cliente à cadeira Lavar o cabelo Lavar o cabelo Passar a máquina Tirar excesso de água Tirar excesso de água Pentear Retirar pontas duplas Realizar o corte Pentear Início Fim Aguardar a vez Esterilizar plásticos Limpar local de trabalho Verificar opinião Verificar opinião Raspar alguma parte? OK? OK? Tesoura? S S S S N NN N Figura 38 – Fluxograma – Processo: corte de cabelo Com as informações para cada processo a ser efetuado no empreendimento, o profissional poderá verificar todas as necessidades em qualquer etapa, elaborando seu plano de negócios de maneira mais eficiente. Dentre as muitas vantagens que o responsável terá ao elaborar seus fluxogramas estão: • Conhecer o padrão de execução das atividades, podendo verificar possíveis erros com maior rapidez e/ou criar métodos de melhoria do processo para aumentar a qualidade e a produtividade do seu negócio. • Fazer uma análise mais apurada de seus insumos e produtos, eliminando desperdícios e etapas desnecessárias, bem como conseguindo implantar indicadores nos diversos passos dos processos para maior e melhor controle. • Visualizar com maior facilidade os processos, auxiliando na comunicação aos funcionários e às demais partes interessadas. Por fim, o empreendedor também poderá verificar formas de melhorar o processo, utilizando-se do que chamamos de ciclo PDCA. Conforme Sebrae SP ([s.d.], p. 13): 153 EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS O ciclo funciona assim: a partir de um padrão de execução definido, é escolhido um ponto de melhoria. Para esse ponto de melhoria, é feito o planejamento (P – plan) da mudança, ou seja, uma nova maneira de executar que melhora o modelo atual. Na execução (D – do), o planejamento é seguido. Depois disso, é realizada a análise (C – check) dos resultados obtidos. As ações que obtiveram sucesso são mantidas e as falhas são corrigidas (A – act). A representação gráfica do ciclo PDCA pode ser vista na sequência: Plan Check DoAct Figura 39 – Ciclo PDCA Dependendo da importância, necessidade ou exigência do mercado, o empreendedor também poderá implantar procedimentos baseados em normas de qualidade certificadas. Com a normalização de seus processos, o profissional terá os benefícios de possuir uma ferramenta de melhoria contínua de qualidade, além de estar apto a atender clientes que exijam a certificação (como no caso de várias compras governamentais – as licitações, por exemplo). De acordo com o site da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) [s.d.], normalização é a “atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto”. Uma das normas mais conhecidas é a ISO 9000, que se refere à implantação de um sistema de gestão de qualidade dentro da organização. Finalmente, com o plano
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