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ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
As Atividades Práticas Supervisionadas - APS têm deu detalhamento publicado no ambiente virtual de aprendizagem (Blackboard) da disciplina. São publicadas na primeira quinzena de aulas e devem ser realizadas pelos estudantes até o limite do prazo da N1, em conformidade com o calendário acadêmico.
As APS devem ser realizadas pelos estudantes no próprio ambiente virtual de aprendizagem (Blackboard) ou ter seu upload realizado lá, onde também serão corrigidas pelo docente, ficando registradas em sua integralidade.
No caso desta disciplina será prevista como tal atividade a leitura do livro Dos Delitos e das Penas, de Cesare Beccaria 
(http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/delitosB.pdf), e a entrega de um artigo no qual sejam comparados os delitos descritos 
pelo autor com aqueles já estudados em classe na disciplina Crimes em espécie, bem como as sugestões do autor para prevenção de crimes e sua aplicabilidade em nosso ordenamento.
A familiarização com o texto será realizada em horário não presencial pelos alunos, seguido da elaboração pelo aluno de texto descritivo que será postado no ambiente virtual (Blackboard).
A partir da leitura da obra “Dos Delitos e das Penas”, de Cesare Beccaria, relacione a questão das drogas no Brasil (artigos 28 e 33 da Lei de drogas – lei 11.343/2006, artigos 12 e 16 da Lei de entorpecentes – lei 6.368/1967 e antigo artigo 281 do Código Penal), informando:
1- Houve descriminalização ou despenalização?
2- Essa evolução legislativa acompanha a sistemática da Parte Especial do Código Penal?
3- Essas medidas legais surtiram os efeitos desejados pelo legislador?
4 - Como instrumento de Política Criminal a simples alteração da lei produz efeitos práticos na diminuição da criminalidade?
5 – Outras considerações que entender pertinentes.
Aqui vamos começar a falar da Lei de Drogas publicada em 23 de agosto de 2006 e que teve um período de “vacatio legis” de 45 dias entrando em vigor apenas em 08 de outubro do mesmo ano, lei essa que provocou muitas mudanças quanto ao assunto da criminalização, como a restrição no ordenamento jurídico, reparação de danos e a reinserção social da pessoa que for pega com uma certa quantidade de drogas, destacando assim a diferença entre o traficante, usuário e dependente químico, também apresentou mudanças no ordenamento jurídico-penal e processual, alterando alguns procedimentos internos, e por último um investimento em politicas públicas de desintoxicação de usuários a fim de garantir a paz pública.
Com o tempo afastou-se a nomenclatura utilizada pela lei 6.368/76, a Lei nos dias de hoje, não utiliza mais a terminologia “substâncias entorpecentes ou que cause dependência física ou psíquica”, e sim o termo “drogas”, que foi considerado mais adequado de acordo com a Organização Mundial de Saúde, e de acordo também com a reforma de lei onde a lei n° 11.343/06 vem para substituir a lei n° 6.368/76, que destaca que o melhor a se fazer é prevenir o uso de drogas, investir na reinserção social do usuário e dependentes de drogas, bem como o endurecimento mais severo da penalidade aplicada ao traficante (aquele que adquire, guarda, traz consigo, tem em depósito e transporta drogas visando o lucro). A lei 11.343/06 tem o intuito de coibir a venda, cultivo, armazenamento, circulação, troca, exportação, reexportação e outros modos não permitidos, tendo como inovação o aumento da pena, fazendo uma diferenciação ao traficante e o usuário de drogas ilícitas e a descriminalização da conduta de quem porta droga para consumo pessoal, pois alega que o uso pessoal não tem caráter criminoso, apesar de que seu uso não é regularizado por nenhuma outra lei, podemos destacar também o que é discutido no art. 28, da mesma lei, onde aqui é defendido que o usuário de drogas não deve sofrer penas restritivas de liberdade, pois a legislação prioriza a reeducação, desintoxicação e políticas públicas para reparação de danos sofridos por esses usuários. Ficando mais uma vez esclarecido essa evolução do nosso ordenamento jurídico pois a antiga lei n° 6.368/76, traz como destaque nos artigos 12 e 16, que tanto o usuário quanto o traficante tinham tratamento penal similar e eram classificados ambos como criminoso. Outro caso que podemos observar no nosso antigo Código Penal é o Art. 281, que especifica alguns pontos igualmente a n° 6.368/76, que classifica como deve ser tratados civil e penalmente os indivíduos que plantarem, importarem ou exportarem, etc…, artigo esse que com a reforma não permaneceu perante a nova lei antidrogas, onde a referida lei aboliu o caráter criminoso da posse de drogas para consumo pessoal, portanto, houve descriminalização, mas não legalização, ou seja, uma hipótese de abolitio criminis, e vale ressaltar também que a exclusão da pena privativa de liberdade para usuários e dependentes como uma sanção principal, são características do instituto da despenalização. 
Uma boa alternativa junto com as leis mais rigorosas, no Código Penal é o Estado criar ações de redução de danos buscando impedir o primeiro contato do individuo com as drogas, através de campanhas de prevenção e conscientização do alto risco que essas substâncias trazem a saúde pública, visando desintoxicar o individuo atingido pelo consumo de drogas, garantindo medidas mais flexíveis para reintegrar o usuário num convívio social, ações essas que devem considerar a dependência como uma doença progressiva, que é incurável e que tem um difícil tratamento e requer um comprometimento muito forte do dependente em busca da sua cura. Atualmente contamos com vários tipos de tratamento, desde grupos de autoajuda até o mais incisivo que é o tratamento em regime de internação, atitudes que buscam uma melhoria da qualidade de vida e a redução dos danos associados ao uso de drogas e por fim a reinserção social, ou seja, à integração ou reintegração no convívio social. Como consideração final a desintoxicação é uma política pública que tem por objetivo a diminuição dos danos causados pelas substâncias químicas aos seus usuários e dependentes, e a reinserção social é uma nova oportunidade para esses indivíduos atingidos pelas drogas de reingressar na sociedade, e também no convívio familiar e em suas atividades profissionais, para que se sinta útil, produtivo e capaz de recomeçar uma nova vida. 
Já o conceito passado pela obra “Dos Delitos e das Penas”, de Cesare Beccaria, podemos observar que o Direito aqui tem como objetivo apenas punir o indivíduo, levando em consideração os costumes da época, ou seja, apenas o que o coração julgue ser o correto, não a lei em si, o que pode acarretar com algumas punições distintas para o mesmo crime, aqui os direitos vem baseado na Teoria do Contrato Social, onde os indivíduos são considerados selvagens, e acabam sendo forçados a se unirem para garantir sua sobrevivência, e que para se sentirem protegidos devem abrir mão de sua própria liberdade, assim, indivíduos unidos sugerem que eles formam as leis, assim aqui o conceito de direito de punir baseia-se em pequenas porções de liberdade, portanto, qualquer atitude que se afaste disso pode ser considerado como injustiça, inclusive por não ser um poder legítimo. E na nossa atualidade temos o intérprete das leis como soberano, onde ele deve examinar o fato e julgar se o julgado praticou ou não a ação, o que garante a aplicação da justiça de modo mais eficiente e uma pequena chance por parte do juiz de causar uma arbitrariedade.

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