Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 FLAGELADOS PARASITOS DO SANGUE E DOS TECIDOS Apresentam um ciclo heteroxênico, apresenta 2 hospedeiros. HD- Hospedeiro definitivo – homem (vertebrado). HI- Hospedeiro intermediário – vetor/ transmissor da doença (invertebrado)- são hematófagos. FORMAS EVOLUTIVAS AMASTIGOTA: • Só é encontrada no HD (no interior dos macrófagos). • Possui forma ovoide ou circular. • Cinetoplasto bem visível. • não possui flagelo. • Presente nos dois gêneros (trypanosoma e leshmania). • É encontrada somente intracelular. • Forma parasitária. • Realiza reprodução assexuada. OBS: A amastigota do Trypanosoma Cruzi localiza-se no tecido cardíaco e infecta células do SFM, desregulando a resposta imunológica do indivíduo. Já a amastigota de Leishmania, infecta tecido cutâneo, mucosas ou vísceras CINETOPLASO: importante na diferenciação entre as formas, é uma organela de DNA extracromossômico estrutural e funcionalmente semelhante à mitocôndria, relacionada ao fornecimento de energia. Parasitologia Médica AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO - 2/2021 Amastigota do leshmania Amastigota do trypanosoma NÚCLEO CINETOPLASTO NINHO DE AMASTIGOTAS AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 O macrófago teria que fazer o processamento e apresentação do parasita via MCHII para desencadear a resposta imunológica, porém as células parasitárias apresentam um lipídio que impede a fusão do fago com o lisossoma, dessa forma não ocorre a degradação do parasita, que passa a se reproduzir para aumentar sua carga parasitária. Depois do processo de multiplicação, a célula sofre lise e irá infectar outras células. Devido a essa característica do parasita, tanto na leishmaniose quanto na doença de chagas, a resposta imune ela é mais lesiva que benéfica para eliminação do antígeno e por isso vai haver uma exacerbação do processo que levará a danos ao indivíduo. Na doença de chagas formam-se ninhos de amastigotas entre as fibras musculares. PROMASTIGOTA: • forma longa e achatada • núcleo na porção média • possui flagelo na parte anterior. • Somente no gênero Leshmania. • presente HI (lutzomyia) • Forma infectante para o HD. EPIMASTIGOTA: • Só é encontrada no gênero trypanossoma no tubo digestivo anterior do HI (triatomíneo) • Distinguem-se do promastigota porque o cinetoplasto está situado próximo ao núcleo. • Possui membrana ondulante- é a projeção do flagelo para o lateral do corpo. • Função de reprodução dentro do vetor, onde realiza reprodução assexuada e depois se transforma em tripomastigota metacíclica. TRIPOMASTIGOTA: • O flagelo acompanha todo o corpo e inicia-se na parte posterior. • Possui uma forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo. Pode ser chamada de: Tripomastigota metacíclica: fica no tubo digestivo posterior do triatomíneo e é excretada nas fezes do triatomíneo. Caracteriza-se como forma infectante para os HD via transmissão vetorial. É transmitida através da “picada” (direta) ou da ingestão do vetor (indireta) ou fezes em açaí ou caldo de cana contaminados. A transmissão indireta é mais grave, pois a carga infectante ingerida é bem maior. Tripomastigota sanguínea: fica no homem (HD), também é forma infectante, não tem atividade reprodutora. Pode ser transmitida através de transfusão sanguínea, transplante de órgãos e transmissão transplacentária. NÚCLEO CINETOPLASTO FLAGELO CINETOPLASTO FLAGELO NÚCLEO CINETOPLASTO NÚCLEO FLAGELO AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 OBS: o açaí comercializado em nossa região é pasteurizado, não sendo, portanto, responsável por transmissão de Chagas. Leishmaniose -> formas amastigota e promastigota. Doença de Chagas -> amastigota, epimastigota e tripomastigota. O parasito demora 12 horas para produzir 2 filhas. Ocorrem 9 gerações de divisão exponencial que vão produzir cerca de 540 novas células, esse processo dura cerca de 24 a 48 horas. É uma reprodução assexuada: divisão binária. Formas amastigota (no fagócito, HD) e epimastigota (tubo digestivo, HI) realizam a divisão celular. Doença de Chagas ZOONOSE DAS AMÉRICAS: a patologia tem predominância por regiões tropicais. AGENTE ETIOLÓGICO: Trypanosoma cruzi. VETOR: Triatomíneos (“barbeiros”). • A doença foi descoberta, em meados de 1909, por Carlos Chagas ao examinar uma criança de 2 anos de idade. • Nem todos os indivíduos infectados apresentam sintomas, se tornando portadores assintomáticos. • Outros desenvolvem lesões graves e progressivas que conduzem a cardiopatia chagásica, ao megacólon, ao megaesófago e outras formas da doença. • Não existe tratamento definitivo para a fase crônica, apenas medicamentos controladores dos sintomas usados também na fase aguda. • A principal medida é a prevenção e o controle, rastreio da população de maior vulnerabilidade. OBS: A forma de contágio que torna a doença aguda e muitas vezes letal é a ingestão do agente etiológico através de caldo de cana ou açaí. O Trypanosoma cruzi é infectante para um grande número de espécies, dentre centenas de mamíferos silvestres e domésticos. Dentre os vetores transmissores mais de 30 espécies de triatomíneos podem ser encontrados com infecção, pertencentes aos gêneros: Triatoma, Rhodnius e Panstrongylus. 15 espécies são capazes de invadir e colonizar moradias. VETORES DOMICILIARES: T. infestans; Rhodnius prolixus OBS: Apresentam pré-disposição para sugar sangue humano, então a chance de transmissão é maior. VETORES PERIDOMICILIAR: T. brasiliensis; T. dimidiata, T. pseudomaculata e Panstrongylus megistus. OBS: Se alimentam de animais domésticos, em caso de áreas rurais do sangue de frangos (o consumo dessa carne mal cozida pode favorecer o ciclo de transmissão da doença). Na região do Norte de Minas Gerais o Triatoma sordida é o principal vetor peridomicilar. TIPOS DE TRIATOMÍNEOS PROBÓSCIDE: estrutura abaixo da cabeça do triatomíneo. HEMATÓFAGO: probóscide é curta e rente ao corpo, vai até o primeiro par de patas. PREDADOR: se alimenta de insetos, probóscide é curta e côncava, não ultrapassa o primeiro par de patas. FITÓFAGO: se alimenta de planas, probóscide é longa e ultrapassa os 3 pares de patas, a porção inferior do corpo é esverdeada. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 FORMAS DE TRANSMISSÃO A forma Infectante são os tripomastigotas metacíclicos presentes nas fezes dos insetos, que penetram facilmente na pele após a picada do “barbeiro”. A principal de forma de transmissão ainda é a vetorial – picada ou oral. Pode ocorrer também transmissão materno-infantil, por via transplacentária, o protozoário consegue infectar o feto pela forma tripomastigota sanguínea. Outras formas menos comuns são: • Transfusões de sangue. • Transplantes de órgãos (paciente que apresenta chagas, mas encontra-se na fase indeterminada, sem sintomas, porém o parasita está incubado, dessa forma o receptor pode ser infecctado). • Amamentação (quando o seio da mãe apresenta fissuras, o bebê pode sugar o sangue infectado junto ao leite. Em casos de mães com a doença de chagas e que não houve transmissão placentária, a amamentação é evitada). • Sexual (mulher que apresenta chagas ao se relacionar com parceiro durante o período menstrual pode transmitir, bem como, estudos apontaram presença de sêmen infectados). • Acidentes laboratoriais em pesquisas ou procedimentos em pacientes chagásicos. • Ingestão de carne crua ou mal cozida (principalmente de caça de animais silvestres). • Rituais religiosos que ingerem sangue. Após a infecção os parasitas são encontrados em células do SFM (sistema fagocitário mononuclear). CICLO BIOLÓGICO AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 CICLO NO HOSPEDEIRODEFINITIVO: HOMEM CICLO NO HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: TRIATOMÍNEOS Para que aconteça diferenciação e reprodução do parasita é necessário que o vetor tenha energia a partir da ingestão de sangue. Caso a energia seja insuficiente para que todas as epimastigotas finalizem sua reprodução, elas podem transformar em esferomastigota (forma latente). O triatomíneo pica o HD defeca/urina na região (pele/ mucosa) inoculando a tripomastigota metacíclica A tripomastigota metacíclica é fagocitada pelas células do SFM e se diferencia em amastigota. As amastigotas realizam reprodução assexuada, aumentando a carga parasitária e se transformam em tripomastigotas novamente. a célula hospedeira sofre lise e as tripomastigotas sanguíneas são liberadas e caem na circulação atacando novas células. O triatomíneo pica o homem contaminado e ingere o sangue com a tripomastigota sanguínea. A tripomastigota sanguínea migra para o tubo digestivo anterior do HI e se transforma em epimastigota. As epimastigotas fazem reprodução assexuada, aumentam a carga parasitária e migram para o instestino posterior. No instestino posteiror, as epimastigotas se transformam em tripomastigotas metacíclicas e são eliminadas nas fezes ou urina do vetor. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Se o processo de divisão não tiver sido finalizado, quando tiver energia disponível, as esferomastigotas se diferenciam em epimastigotas e o ciclo continua afim de gerar as tripomastigotas metacíclicas. • Se o processo de divisão foi finalizado, mas não há energia para diferenciação, quando tiver energia disponível, as esferomastigotas se diferenciam em tripomastigotas metacíclicas diretamente. TRIPOMASTIGOTAS FORMA DELGADA: • Forma mais infectante para as células. • Estão presentes na fase inicial. • Maior sensibilidade a ação de anticorpos circulantes. • Macrófagotrópicas: tem preferência por células do sistema mononuclear fagocitário do baço, fígado e medula óssea. TRIPOMASTIGOTAS FORMA LARGA: • Forma menos infectante. • Requerem um tempo maior para penetrarem nas células. • Estão presentes na fase tardia. • Possuem maior ressistência aos anticorpos circulantes. • Miotrópicas: tem preferência por células musculares lisas, cardíaca e esquelética. PATOGENICIDADE • Processo inflamatório crônico • Antígenos do T. cruzi • Neuroantígenos, receptores cardiovasculares, proteínas conservadas e miosina cardíaca. • Linfócitos TCD4: reconhecimento cruzado de auto-antígenos (miosina cardáica). • Linfócitos CD8: reconhecimento de antígenos parasitários. • Processo inflamatório crônico fibrosante (polimorfismo genético, genes associados ao processo inflamatório). Produção TNF- a – cardiomiopatia chagásica. Como não há uma resposta específica efetiva, o processo inflamatório tende a se cronificar. Células como as NK liberam o Fator de Necrose Tumoral alfa, que causa danos e as áreas de fibrose, levando a cardiomiopatia chagásica. Ocorre também, o reconhecimento cruzado de auto-antígenos (miosina cardíaca) pelos linfócitos TCD4, pois como o processamento intracelular do parasito não ocorre adequadamente, a apresentação aos linfócitos também fica comprometida e pode ser cruzada, levando a uma resposta dos anticorpos contra antígenos próprios, como a miosina cardíaca. QUADRO CLÍNICO Doença parasitária que se manifesta sob diferentes formas: Aguda, Indeterminada e Crônica. FASE AGUDA: • Pode ser sintomática ou assintomática. • Pode ocorrer devido a uma primo-infecção ou reativação da fase crônica. • É caracterizada como uma síndrome autolimitada, com duração de 4 a 8 semanas. Sintomas mais comuns: • Febre • Miocardite (no início não é muito perceptível), • Mal estar • Cefaleia • Edema • Linfadenomegalia • Hepatoesplenomegalia 1° sinal -> Sinal de Romana ou Chagoma de Inoculação. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Sinal de Romanã: edema bipalpebral unilateral, congestão conjuntival, linfadenite satélite, celulite de tecido gorduroso periorbitário e palpebral e presença de parasitos intra e extracelulares em abundância no local. Chagoma de inoculação: inflamação aguda local, na derme e hipoderme, no ponto de inoculação do parasito. FASE INDETERMINADA: • Assintomática (50 % dos casos acometidos) • Sorologia + (detecção de anticorpos contra o Trypanosoma cruzi) ou parasitológico + (detecção das tripomastigotas sanguíneas) • Ausência de sinais e sintomas • ECG, RX de tórax normais • Entre 5 a 10 anos • 10 a 50% evoluem para a forma crônica. FASE CRÔNICA • Com expressão clínica pode ser: cardíaca, digestiva, forma mista e congênita. • Afeta 30 a 40% dos infectados. FASE CRÔNICA NA FORMA CARDÍACA: mais importante e principal causa de morte. » Palpitação » Edema » Sopro sistólico » Cardiomegalia » Disfunção do nódulo sinusal » Fenômenos tromboembolíticos (infarto pulmões, rins, baço e cérebro) » ICC progressiva causada pela diminuição da massa muscular do órgão, substituída por tecido fibroso, e destruição do SNA local. » Morte súbita Cardiomiopatia chagásica: Afeta o sistema de condução do coração, principalmente o nó sinoatrial, os nervos intracardíacos e o sistema nervoso autônomo simpático. Há fibrose intersticial difusa e focal em graus variáveis. Aspecto patognomônico: aneurisma na ponta do ventrículo esquerdo e apical. FASE CRÔNICA NA FORMA DIGESTIVA • Apresentada pelos megas, megacólon e megaesôfago. • aperistalse e discinesia. • sintomas do megaesôfago: disfagia, odinofagia, dor retroesternal, regurgitação, pirose, tosse, soluço e sialose. • as maiores complicações do megacólon são a obstrução intestinal e a perfuração, levando a peritonite. OBS: o parasito bloqueia a inervação do sistema nervoso FASE CRÔNICA NA FORMA MISTA: paciente apresenta a forma cardíaca e a forma digestiva. FASE CRÔNICA FORMA CONGÊNITA: danos neurológicos graves e cardíacos. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Hepatomegalia • Esplenomegalia • Icterícia • Convulsões PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS: meningoencefalites, IC grave. Pacientes que apresentam a forma congênita e imunocomprometidos sempre devem ser tratados DIAGNÓSTICO Clínico: • origem do paciente. • busca dos sinais de porta de entrada –chagoma de inoculação e sinal de Romanã-, associados febre irregular ou ausente. • presença de adenopatia satélite ou generalizada. • hepatoesplenomegalia. • taquicardia. • edema. • crônico: alterações digestivas e cardíacas. DIAGNÓSTICO NA FASE AGUDA: baseia-se na detecção de formas tripomastigotas de Trypanosoma cruzi, por meio da observação microscópica de amostras de sangue. • Exames Parasitológicos: identificação do Trypanosoma Cruzi no sangue periférico, só é aplicável na fase aguda, na qual há alta parasitemia. Esfregaço corado é o mais utilizado. • Exames Imunológicos ou Sorológicos: imunofluorescência, Elisa. Detecta anticorpos contra o Trypanosoma Cruzi (IgM e IgG), paciente necessita de pelo menos 15 dias após o suposto contato, para que seja possível detectar esses anticorpos no sangue. Serve para diferenciar se está na fase aguda ou crônica. Para classificar o paciente em A, B1, B2, C e D, são necessários exames complementares, como RX de tórax. DIAGNÓSTICO NA FASE CRÔNICA: • baixa parasitemia e presença de anticorpos específicos, IgG’s. • é usado o método indireto. • os métodos sorológicos mais usados são o ELISA e a imunofluorescência. CLASSIFICAÇÃO A Forma indeterminada. Sem sintomas e exames normais. B Pacientes com alterações no ECG (distúrbios da condução ou arritmias) B1: sem disfunção ventricular B2: com disfunção ventricular. C Pacientes com sintomas de insuficiência cardíaca, com disfunçãoventricular. D pacientes com insuficiência cardíaca grave; cardiopatia grave; necessidade de intervenções especializadas. TRATAMENTO A- Não há necessidade de tratamento antiparasitário, apenas acompanhamento com ECG. B/ FASE AGUDA/ CONGÊNITA/ IMUNOSSUPRIMIDOS- Tratamento com benzonidazol. C/D- Tratamento antiparasitário não é indicado. As medidas de intervenção vão ser paliativas direcionadas às alterações cardiovasculares, tromboembólicas. FASE CRÔNICA (Forma digestiva): o tratamento é conservador (dietas) e cirurgia se houver uma exacerbação muito grande do esôfago e do cólon. Tratamento de suporte: antitérmicos, diuréticos, sedativos, anticonvulsivantes, cardiotônico – indicado para a fase aguda. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Restrição de sal, betabloqueadores seletivos, inibidores da ECA - ICC. Amiodarona (arritmias); heparina (fenômenos tromboembólicos). CONTROLE • Transmissão vetorial: melhoria ou substituição das habitações que propiciam a domiciliação dos triatomíneos e ou controle através do uso regular de inseticida. • Transmissão transfusional: fiscalização, triagem sorológica. • Transmissão laboratorial: normas de biossegurança. • Não existe prevenção da forma congênita. Leishmaniose Os parasitos do gênero Leishmania, são protozoários flagelados unicelulares. • Reprodução binaria simples • Transmitidos ao homem através de insetos flebotomíneos • Vetores: Flebotomíneos (gênero Lutzominyia- transmite Leishmaniose para as Américas e Phlebotomus- África, Europa e Ásia). • Infecção por esse protozoário afeta o Sistema Fagocítico Mononuclear (SFM). MORFOLOGIA AMASTIGOTA: • Ovóide ou circular, cinetoplasto bem visível, não possui flagelo. • É a forma parasitária (intracelular) – é fagocitado, com alto poder de divisão celular, causando lise da célula. PROMASTIGOTA: • Forma longa e achatada, núcleo na porção media, possui flagelo na parte anterior e afastado do núcleo. • É encontrada no tubo digestivo do HI (Lutzomya) • É a forma infectante TIPOS DE LEISHMANIOSE O que define se a Leishmaniose é Tegumentar e Visceral é o padrão de resposta imunológica TH1 ou TH2 (presença de IL10- anti-inflamatório) e a espécie de Leishmania inoculada via vetor. LEISHMANIOSE CUTÂNEA: parasita ataca células SFM da pele causando lesões cutâneas localizadas, ulceradas ou não. Úlcera única ou múltipla, dependendo da picada do inseto. Padrão de resposta TH1. LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA: é uma evolução da forma cutânea a partir de lesões preexistentes (vão regredindo), o parasita migra da pele e ataca células SFM da boca, nariz e faringe, causando lesões ulcerativas destrutivas. Padrão TH0 (TH1 (fase inicial) + TH2 (há liberação de IL10 que bloqueia o TH1 e favorece o parasito que acomete as cartilagens). É causada somente pela L. braziliensis. LEISHMANIOSE CUTÂNEO-DIFUSA: é uma evolução da forma cutânea, caracterizadas por lesões cutâneas disseminadas na pele (não ulcerosas). Acomete somente indivíduos imunossuprimidos e o parasito se difunde pelo tecido linfático. Padrão de resposta TH2. É causada somente pela L. amazonensis. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 LEISHMANIOSE CUTÂNEO-DISSEMINADA: Acomete indivíduos imunossuprimidos, com várias lesões de pele localizadas em várias partes do corpo. O parasito por via linfática, distribui-se por diversas áreas do corpo, são ulceradas. LEISHMANIOSE VISCERAL: parasita ataca células SFM do baço e fígado, medula óssea e tecido linfóides. LEISHMANIAS PERTECENTES AOS SUBGÊNERO VIANNIA (V) E LEISHMANIA (L) LEISHMANIA (V) BRAZILIENSIS: causa lesões cutâneas (padrão TH1) e mucosas (padrão TH0) com ampla distribuição geográfica da América Central ao Norte da Argentina. LEISHMANIA (V) GUAYANENSI: causa lesões cutâneas (padrão TH1), ocorrendo na América do Sul, restrita à Bacia Amazônica. LEISHMANIA (V) GUAYANENSI: causa lesões cutâneas (padrão TH1), ocorrendo no Norte do Estado do Pará, na região Amazônica. LEISHMANIA (L) AMAZONESIS: causa lesões cutâneas (padrão TH1) e eventualmente difusas (imunossuprimidos – padrão TH2) ocorrendo desde a América Central até o Norte, Nordeste e Sudeste da América do Sul. LEISHMANIA (L) CHAGASI: causa a forma visceral e o paciente apresenta febre, anemia, hepatomegalia, emagrecimento, ocorrendo do México ao Norte da Argentina, com predomínio no Nordeste brasileiro. CICLO BIOLÓGICO VETOR: Flebotomíneo (Lutzomya). A probócide do Lutzomya é pequena, mas apresenta alto poder lacerativo, casa dor intensa ao picar, costuma picar áreas periféricas do corpo. RESERVATÓRIO: marsupiais, roedores, preguiça, tamanduá, cães, equinos e mulas. Flebotomíneo pode se contaminar com os reservatórios (silvestre e doméstico) e passar para o homem ou vice- versa. TRANSMISSÃO: através da picada de insetos flebotomíneos do gênero Lutzomya. TRANSMISSIBILIDADE: do homem doente para o homem doente, através do mosquito. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 CICLO NO HOSPEDEIRO DEFINITIVO: HOMEM CICLO NO HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO A fêmea do inseto Lutzomyia pica o homem e inocula a promastigota metacíclica que estão presentes no estômago ou glândulas salivares do parasito. As promastigotas são fagocitadas pelos macrófagos locais. Elas se transformam em amastigotas. As sucessivas multiplicações das amastigotas por divisão binária fazem com que o macrófago sofra lise. as amastigotas liberadas são novamente fagocitadas (patogenicidade). MAXIDILAN: neuropeptídeo presente na saliva do flebotomíneo que atua como anticoagulante, inibidor da agregação plaquetária e imunossupressor (IL-10, inibe a produção de fagócitos). Favorece o recrutamento de fagócitos para o local. PROTEÍNA GP63: cliva as proteínas do sistema complemento (C3 e C5), atua promovendo opsonização e degradando enzimas lisossomais e permitindo a multiplicação da amastigota no meio ácido do vacúolo. LPG: inibe ou retarda a fusão do fagolissomo, inibe a formação do MAC (complexo de ataque a membrana) e protege o parasito da ação dos radicais livres. O triatomíneo pica o homem contaminado (reservatório) e ingere o sangue com as amastigotas A amastigota migra para o tubo digestivo anterior do HI e se transforma em promastigotas As promastigotas fazem reprodução assexuada, aumentam a carga parasitária e migram para o intestino posterior. No intestino posterior, ocorre a metaciclogênese. As promastigotas recém formadas adquirem uma nova conformação se transformando em promastigotas metacíclicas. Elas podem ser encontradas no tubo digestivo anterior ou glândulas salivares do vetor. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 A metaciclogênese faz com que sejam expressos os mecanismos de patogenicidade do parasito. Paramastigotas: podem ser formadas entre a transição do término reprodutivo e o processo de metaciclogênese, dependendo das condições nutricionais do vetor. (forma latente). Leishmaniose Tegumentar Americana Doença parasitária que acomete a pele e mucosas, causada por protozoário do gênero Leishmania. DOENÇA CUTÂNEA: presença de pápulas, que evoluem para ulceras com bordas elevadas e fundo grânulos. Podem ser únicas ou múltiplas e são indolores. Pode também se manifestar como placas verrucosas, papulosas, nodulares, localizadas ou difusas. DOENÇA MUCOSA: caracteriza-se por infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, laringe, ou faringe, Pode ocorrer destruição dos tecidos, perfuração do septo nasal e/ou do palato. • Complicações: disfagia, disfonia, insuficiência respiratória por edema de glote, pneumonia por aspiração e morte. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: pode variar de 2 semanas a 12 meses, com média de 1 mês. SINONÍMIA: úlcera de Bauru,Botão do Oriente, Nariz de Tapir. DIAGNÓSTICO Suspeita clínico-epidemiológica associada a dados laboratoriais. Diagnóstico clínico: úlceras traumáticas e vasculares, neoplasias cutâneas, acometimento por outros agentes infecciosos. Exame parasitológico: para pesquisa de amastigotas. • Raspado da lesão (na borda) após a higienização da região com solução fisiológica para posteriormente realizar o esfregaço corado. • Aspirado de lesões ou biópsia para realização do histopatológico. OBS: Teste de Montenegro: complementar, só é positivo em padrões de resposta TH1, resultado negativo não descarta a possibilidade de leishmaniose. TRATAMENTO FORMA CUTÂNEA • Antimonial de N-metil-glucamina (por 20 dias): nome comercial é Glucantime, é injetável. Utilizado para todos os tipos e é liberado somente pelo Ministério da saúde. Por ser derivado de metal pesado é contraindicado para pessoas com doença cardíaca, não pode utilizar em crianças menores de 5 anos e gestantes. • Pentaminina 4mg/Kg a cada 2 dias (até completar 2g de dose). Muito tóxica e menos efetiva, só se usa para restrição do Glucantine ou quando ele não teve efeito. • Anfotericina B doses diárias até atingir 1 a 1,5g da droga. Pode desencadear problema renal e hepático. Utilização endovenosa e hospitalar, único que pode ser usado por gestantes. Se tiver infecções secundarias no local usa antibiótico junto. FORMA MUCOSA • Antimonial de N-metil-glucamina (por 30 dias); • Pentaminina 4mg/Kg a cada 2 dias (até completar 2g de dose); • Anfotericina B doses diárias até atingir 1 a 1,5g da droga. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Leishmaniose Visceral/ Calazar As manifestações clínicas da Leishmaniose Visceral refletem o equilíbrio entre a multiplicação dos parasitas nas células do SFM, a resposta imunitária do indivíduo e as alterações degenerativas resultante deste processo. OBSERVA-SE: muitos indivíduos infectados apresentam forma inaparente da doença, sendo o numero de casos graves ou com sintomatologia relativamente pequeno em relação ao de infectados. PARA FACILITAR O ESTUDO SUBDIVIDIMOS A DOENÇA EM I: INAPARENTE: paciente positivo, presença de parasitas em tecidos, sem sintomatologia clínica. PARA FACILITAR O ESTUDO SUBDIVIDIMOS A DOENÇA EM II: CLÁSSICA: paciente apresenta febre, astenia, adinamia, anorexia, perda de peso e caquexia. Apresenta hepatomegalia acentuada, micropoliadenopatia generalizada, intensa palidez da pele e mucosas, anemia severa, que da de cabelos, crescimento dos cílios, e edema de membros inferiores. Há ocorrências de hemorragias: gengivorragias e petéquias. Aplasia medular. Exames Laboratoriais: leucopenia, plaquetopenia, hiperglobulenemia, hipoalbuminemia. OLIGOSSINTOMÁTCA: febre baixa ou ausente, hepatomegalia, esplenomegalia, adinamia. Ausência de hemorragias. • Forma Clássica: crianças, idosos, e imunossuprimidos, é a forma mais grave, padrão de resposta TH2, gera acometimento do fígado e baço implicando hepatoesplenomegalia e há também lesão da medula óssea gera o desenvolvimento de anemia. • Forma oligossintomática: melhor prognóstico, padrão de resposta TH1, o parasito não se espalha, há apenas hepatoesplenomegalia. PARA FACILITAR O ESTUDO SUBDIVIDIMOS A DOENÇA EM III: AGUDA: Início abrupto. Paciente com febre alta ou intermitente, com remissões de duas semanas Hepatomegalia, emagrecimento e hemorragia. Anemia com hiperglobulinemia, não sendo observado leucopenia ou plaquetopenia. Relaciona-se a forma clássica. REFRATÁRIA: Forma evolutiva da forma Calazar Clássica que não respondeu ao tratamento, ou respondeu parcialmente. Clinicamente é a mais grave, devido ao prolongamento da doença.Os pacientes geralmente vão a óbito devido ao quadro hemorrágico e as infecções associadas em virtude da debilidade física e imunológica. SINONÍMIA: Calazar ou Febre DUNDUN. AGENTE ETIOLÓGICO: Leishmania chagasi: apresentando duas formas - Amastigota (vertebrados) e Promastigota (flebotomínio Lutzomia longipalpis). TRANSMISSÃO: através do inseto hematófago. Há a transmissão de pessoa-pessoa e animal-animal. A transmissão ocorre a partir de reservatórios animais (cães, raposas até o homem), enquanto persistir o parasitismo na pele ou no sangue circulante. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: varia de 10 dias a 24 meses, média de 2 a 4 meses. COMPLICAÇÕES: afecções pleuropulmonares, geralmente precedida de bronquites; complicações intestinais; hemorragias, anemia aguda, podendo levar o paciente a óbito. TRATAMENTO: Antimoniais Pentavalentes (N-metil-glucamina). O tratamento deve ser rigoroso com acompanhamento médico. No caso de gestantes, menores de 1 ano, pacientes com problemas cardíacos graves, infecção por HIV, forma refratária, escore de gravidade > 6: anfotericina b lipossomal (Ambisome)- alto custo. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Sorológico: Pesquisa de anticorpos contra L. chagasi. ELISA, Imunofluorescência. Parasitológico: Mais efetivo para forma clássica. Mielograma: realizado com material retirado do baço e medula óssea. Hemograma: Diminuição de Hemácias, Leucopenia, Linfocitose, Plaquetopenia. PROFILAXIA Controle pelo centro de zoonoses, controle do vetor, divulgação de informações sobre profilaxia como o uso de coleira nos animais domésticos e vacinação deles. PROTOZOÁRIOS DO TRATO GENITURINÁRIO CARACTERÍSTICAS GERAIS: Os membros da família Trichomonadidae podem ser separados pelo número de flagelos e outras características: • Ditrichomonas: 2 flagelos livres; • Tritrichomonas: 3 flagelos livres; • Trichomonas: 4 flagelos livres; • Pentatrichomonas: 5 flagelos livres. Existem 4 espécies encontradas no homem: • Trichomonas vaginalis: habita o trato uro-genital de humanos, causando vaginite e uretrite; • Trichomonas tenax: vive como comensal na cavidade oral de humanos e macacos; (não é patogênico, pode ser removido com procedimentos odontológicos). • Pentatrichomonas hominis: vive como comensal no trato intestinal humano; (não é patogênico) • Trichomitus fecalis: somente encontrado em um paciente. Trichomonas vaginalis Trofozoíto (parasito monoxênico) - vive somente 2 horas fora do corpo do hospedeiro. A forma típica é alongada ou ovóide, provido de 4 flagelos livres e 1 membrana ondulante. Reprodução Divisão Binária. Possui feixes com estrutura FIBRILAR: • AXÓSTILO: forma de fita, constituído pela justaposição de microtúbulos que percorrem toda a extensão do corpo celular e fazem saliência no pólo posterior. • COSTA: é a faixa que percorre o citoplasma nas proximidades do flagelo recorrente, tendo partido do mesmo blefaroplasto que este. • CORPO PARABASAL: conjunto de fibras parabasais e o aparelho de Golgi, com suas membranas paralelas e suas vesículas. • HIDROGÊNOSSOMOS: atuam como mitocôndrias, promovem a produção de ATP. TRICOMONADIDAE costa axóstilo hidrogenossomos AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 É um parasito anaeróbio facultativo. Habita o Trato Geniturinário do homem e da mulher promovendo infecção e não consegue sobreviver fora do sistema urogenital. Transmissão deste parasita ocorre em alguns casos em coito interrompido, visto que o parasita se aloja na uretra, vesícula seminal e próstata, muitas vezes o homem não apresenta sintomas. OBS: o zinco atua como fator de inibição da multiplicação parasitária. Se acometer pacientes muito jovens pode causar infertilidade (reversível ou não). TRANSMISSÃO Existe apenas a forma TROFOZOÍTA, não apresenta cistos. • DIRETA: contato sexual; • INDIRETA: através de água ou fômites (roupa de cama, toalhas, roupa íntima, artigos de toalete e banho); • Gestantes infectadas: parto prematuro, baixo peso do recém-nascido, natimorto e morte neonatal. Transmissão neonatal, meninas ocorre no momento do parto; (o parasitonão é capaz de atravessar a barreira placentária). • Fertilidade: mulheres com história de tricomoníase o risco de infertilidade é quase duas vezes maior em relação a mulheres que nunca tiveram a infecção. OBS: Nas mulheres, o parasito a partir do intenso processo inflamatório pode causar oclusão tubária (principalmente), o que pode gerar gravidez ectópica, além de danos uterinos e ovarianos. Os espermatozoides não conseguem fertilizar devido a oclusão. Nos homens pode gerar azoospermia (ausência de espermatozoides no líquido seminal), o parasito compete pelos nutrientes (frutose) dos espermatozoides, levando a morte deles. • Transmissão HIV: infecção por Trichomonas vaginalis promove uma intensa resposta imune (linfócitos T) com inflamação do epitélio vaginal em mulheres e uretra em homens, além de provocar pontos hemorrágicos na mucosa. Sendo assim há um aumento na porta de entrada para o vírus. OBS: o intenso processo inflamatório (IL-8) leva a um grande recrutamento de linfócitos TCD4 (células alvo HIV), o que gera os danos na mucosa (pontos hemorrágicos). CICLO BIOLÓGICO AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 PATOGENICIDADE Tricomoníase CICLO DE VIDA: • Trichomonas vaginalis habita o Trato Geniturinário de mulheres e homens (uretra e próstata) promovendo infecção, onde se reproduz por divisão binária. • O parasita não apresenta a forma cística, somente a trofozoíta e este não sobrevive no meio externo. Trichomonas vaginalis é transmitido entre humanos, principalmente por contato sexual. Têm prevalência mundial e em casos graves é considerado DOENÇA SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL. EPIDEMIOLOGIA: • É a DST (não-viral) mais comum no mundo; • Mulheres adultas têm maior prevalência; • 170 milhões de casos são registrados anualmente; • Faixa etária: 16 a 35 anos. Trofozoíto entra em contato com o epitélio do TGU (região uretral ou vaginal), por meio do contato direto ou indireto. Com o auxílio dos mecanismos de adesão (adesinas- principalmente a Ap-65) o trofozoíto se fixa no epitélio (vaginal ou uretral) começa a ocorrer o processo de reprodução por divisão binária, gerando aumento do número de trofozoítos e gera a patogenicidade ocorre o processo inflamatório e os prejuízos ao hospedeiro • CARGA PARASITÁRIA (elevada e de repetição) • INTENSO PROCESSO INFLAMATÓRIO (principalmente por ação da IL-8) • A inflamação exacerbada inibe a COX-2 (consequentemente apoptose celular) • Em pacientes muito jovens (< 18 anos- sistema reprodutor imaturo) ou em pacientes com tricomoníase de repetição pode desenvolver câncer cervical. LPG: adesão e citotoxicidade celular, causa danos a mucosa genital- pontos hemorrágicos FERRO: importante para aumento da expressão de adesinas- exacerba o quadro clínico, principalmente em mulheres no período menstrual. IL-8: promove o recrutamento de neutrófilos e linfócitos para o local da inflamação. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MULHER • Assintomática; • Agudo (vaginite): corrimento vaginal fluido e abundante de cor amarelo- esverdeada, bolhoso, de odor fétido. Intensa inflamação na região da vagina, dor e dificuldades para relações sexuais, dor ao urinar e polaciúria e presença de pontos hemorrágicos na parede cervical. • A vagina normal é resistente as infecções, devido a microbiota de Doderlein (lactobacillus) que fermentam carboidratos produzindo ácido lático (pH 4 a 4,5) • As infecções ocorrem em ambientes com alterações de pH (6 e 6,5) e microbiota normal. HOMEM: • Assintomática; (importante papel protetor do zinco) • Dependendo da carga parasitária, o paciente pode apresentar uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de prurido na uretra, desconforto ao urinar e hiperemia do meato uretral. • Na maioria dos casos as infecções no homem são subclínicas e benignas. DIAGNÓSTICO MATERIAL CLÍNICO: secreção vagina e uretral, sedimento urinário. SOLICITAR: Exame a fresco e corado com secreção uretral ou vaginal e exame de urina primeiro jato (avalia infecções genitais). RECOMENDAÇÕES PRÉVIAS AO EXAME DA SECREÇÃO: não higienizar a região 18 a 24 horas, abstinência sexual 3 dias, não usar medicamentos e/ou sabonetes genitais antimicrobianos (últimos 15 dias). • Pesquisa de Trofozoítas no exame ginecológico microscópico; • Identificação do Trofozoíta no sedimento urinário; • Teste imunológico: Imunofluorescência e ELISA. (NÃO é aplicado na rotina.) TRATAMENTO METRONIDAZOL (primeira escolha, disponível na rede pública). • Mulher sintomática: creme vaginal, 1x ao dia durante 7 dias. • Homem assintomático (por ex: parceiro de uma mulher diagnosticada): oral dose única. • Homem sintomático: oral, 7 dias • Gestantes (após o 1º trimestre): oral dose única (preconizado pelo MS). OBS: (gestantes antes do 1º trimestre- administrar zinco ou utilizar cápsulas de bacilos na região vaginal): AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 TINIDAZOL OU ORNIDAZOL (outros medicamentos que podem ser utilizados). PROFILAXIA • Educação Sanitária • Diagnóstico Precoce • Tratamento Intensivo • Uso de Preservativos • Recomendações de Medidas de Higiene Trichomonas tenax • Flagelado parecido com o Trichomonas vaginalis, do qual se distingue pelo núcleo arredondado e pequeno, e pelo seu habitat que é a boca. • Vive no tártaro, cáries e nas lesões ulcerativas ou purulentas, se beneficiando das bactérias. • Entretanto, não apresenta ação patogênica, sendo as lesões atribuídas a outras causas. • Alimenta-se de bactérias e de detritos orgânicos; • Transmissão: partículas de saliva, durante tosse, beijo ou fala; • Controle: higiene dentária e tratamentos odontológicos. Pentatrichomonas hominis • Limitado interesse por não ser patogênico; • HABITAT: intestino delgado e grosso; • Alimenta-se de bactérias e outros materiais da luz intestinal; • Raramente aparece em fezes formadas, é abundante em fezes líquidas; • Distribuição Mundial PROTOZOÁRIO DA MUCOSA INTESTINAL CARACTERÍSTICAS GERAIS: • Também chamado de Giardia intestinalis, pequeno protozoário flagelado que durante seu ciclo de vida apresenta duas formas: cisto e trofozoíta. • Possui forma de cone oblíquo, um par de núcleos, dois feixes de fibras longitudinais (AXONEMAS), oito flagelos. • O trofozoíta vive no duodeno e nas primeiras porções do jejuno, podendo ser encontrado na vesícula biliar (somente em poucos casos- alta carga parasitária e paciente debilitado imunologicamente). • A nutrição da Giardia se faz através das membranas e por PINOCITOSE que se observa tanto na face ventral e dorsal. • REPRODUÇÃO: Divisão binária. Cisto • Forma eliminada nas fezes, forma infectante, pode sobreviver semanas no ambiente. • pH ácido é favorável, pois favorece degradação da dupla membrana no cisto, favorecendo sua entrada no duodeno Trofozoíto • Rapidamente destruído, se ingerido, por ação do HCl, porque não tem membrana protetora. • Forma parasitária GIARDIA LAMBLIA AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Discos ventrais (discos adesivos) → importantes para adesão do parasito à mucosa • Corpo parabasal: favorece processo de divisão binária Cada cisto origina 4 trofozoítos. TRANSMISSÃO Ingestão de Cistos existentes, podendo ser: FORMA PRIMÁRIA – HETEROINFECÇÃO- INDIRETA: através da ingestão de água e alimento contaminado. FORMA SECUNDÁRIA –AUTOINFECÇÃO- DIRETA: mãos contaminadas e consequente ingestão dos cistos existentes em dejetos de pessoa infectada. Tende a potencializar o quadro clínico. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 1 a 4 semanas, com média de 7 a 10 dias. (depende da carga parasitária e da resposta imune do hospedeiro). TRANSMISSIBILIDADE: Enquanto persistir a infecção. CICLO BIOLÓGICOIngestao de cistos (transmissão indireta) através de H2O contaminada ou alimentos contaminados Os cistos vão para o estômago e resistem a ação do HCL, favorecendo a degradação da dupla membrana Ocorre o encistamento, gerando a formação dos cistos que são eliminados nas fezes do hospedeiro No intestino, na região do duodeno e jejuno, ocorre o desencistamento (excitozoito e depois trofozoíto). Acontece a adesão ao epitélio através dos discos adesivos, inicia- se a divisão binária e consequentemente há aumento do número de trofozoítos AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 A redução do óxido nítrico, aumento dos sais biliares, aumento do pH e redução do colesterol são fatores que favorecem o encistamento. O colesterol, é percursor dos sais biliares, ele diminui aumento do recrutamento de sais biliares, para emulsificar o acúmulo de lipídios no intestino, levando esteatorreia. Cabe salientar que sem lipídeos, haverá ainda, deficiência de vitaminas. O processo inflamatório pode influenciar na ação das enzimas do suco pancreático → inibição total absorção nutrientes, acumulando no intestino. PATOGENICIDADE Giardíase Infecção por protozoário que atinge, principalmente a porção superior do intestino delgado. QUADRO CLÍNICO • Diarreia acompanhada de dor abdominal (o processo inflamatório leva a ativação da COX-2, ocasionando o aumento da síntese de prostaglandinas, gerando contração da musculatura lisa). • Esteatorreia: dejações amolecidas, com aspecto gorduroso; • Fadiga; (devido à falta de absorção nutricional) • Anorexia; (desnutrição, anemia) • Flatulência; • Distenção abdominal. As bactérias intestinais vão utilizar os carboidratos e proteínas não absorvidos, causando desconforto → não usam O2 como aceptor final, usam nitrato e sulfato, gerando gás com odor fétido (relacionado à flatulência) e H20 (relacionada à diarreia explosiva). DIAGNÓSTICO SOLICITAR: EPF- exame parasitológico de fezes (3 amostras com conservante). Quando não for possível, o paciente deve coletar a amostra e levar imediatamente ao laboratório ou refrigerar a amostra, caso demore mais de 2 horas para levar o material biológico. • Será realizada a pesquisa de cistos em fezes formadas. • Utiliza-se HPJ ou Hoffman (sedimentação espontânea de fezes) – mais utilizado e de baixo custo. • Há também o método de Faust (centrífugo flutuação com sulfato de zinco) para detecção de cistos e ovos leves • O quadro da giardíase pode se confundir com uma gastroenterite bacteriana, para diagnóstico diferencial pode-se utilizar o direto a fresco, será visível muitas bactérias e leucócitos se for um quadro bacteriano. OBS: trofozoítos em fezes diarreicas recém coletadas e sem conservantes. • Aumento da carga parasitária, aumento da adesão, levando à formação de tapete de trofozoítos, que recobre células do epitélio intestinal (duodeno/jejuno). Pode levar a um atapetamento da mucosa, impedindo à absorção de alimentos (acúmulo de macronutrientes). Giardina alfa-1: responsável pela ativação da inflamação e diminuição das microvilosidades intestinais (redução da absorção de nutrientes). Cisteína protease (CP): importante no processo de desencistamento e encistamento do parasito. Arginina d-aminase (ADI), ornitina carbamil transferase (OCT), enolase: fazem a degradação da arginina, produzindo energia para a Giardia e diminuindo a disponibilidade para as células intestinais, gerando a redução da produção de óxido nítrico (NO) – promove a apoptose de células intestinais e evasão do parasito. VSPs (proteínas de superfície): 200 genes, variabilidade antigênica, quando são produzidos anticorpos contra sua proteína de membrana, a Giardia modifica essa proteína – evasão da resposta imune. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Identificação do trofozoítos no fluído duodenal, através de aspiração (visualização lâmina e lamínula)- Não é muito utilizado • Teste imunológico: ELISA. (NÃO é aplicado na rotina, baixa sensibilidade) TRATAMENTO • O Metronidazol é o mais utilizado, duração 7 a 10 dias. OBS: age contra o protozoário e contra as bactérias anaeróbias, controlando o desarranjo intestinal. • Dependendo das condições financeiras do paciente, prescrever um repositor de microbiota intestinal. * Parasito com resistência terapêutica: intervalo de 5-10 dias e inicia outro medicamento. • Em casos de infecções de repetição: Secnidazol ou Nitazoxanida (3 dias- muitos efeitos colaterais e alto custo). • Tinidazol PROFILAXIA • Instalação de sanitários adequados em creches e orfanatos; • Educação sanitária, como hábitos de lavar as mãos, após o uso do banheiro; • Filtração da água potável; Doentes afastados do cuidado das crianças; • Diagnóstico parasitológico sucessivos 7, 14 e 21 dias após tratamento. FAMÍLIA ENDAMOEBIDAE AMEBAS AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 CARACTERÍSTICAS GERAIS: • Protozoários habituais da espécie humana que diferenciam-se pela estrutura nuclear. • Núcleo esférico, vesiculoso; possuem duas formas de vida: trofozoítas e cisto (forma infectante). • As espécies de Entamoeba podem ser separadas de acordo com o número de núcleos, que apresentam as formas císticas. FORMA ESTRUTURAL: TROFOZOÍTO CISTO Vacúolos digestivos núcleo corpos cromatóides AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 ENTAMOEBA COLI • Trofozoíto: de 20 a 50 m; • Citoplasma não diferenciado em endo e ectoplasma; • Núcleo: cromatina irregular e grosseira; • Cariossoma: grande e excêntrico; • Cisto com 8 núcleos e corpos cromatóides finos. ENTAMOEBA HARTMANNI • Trofozóito: de 7 a 12m; • Citoplasma diferenciado; • Cisto de 5 a 10 m de diâmetro, com 4 núcleos; • A estrutura nuclear semelhante a E. histolytica; cariossoma punctiforme. • Vive como comensal na luz do intestino grosso. ENDOLIMAX NANA • Trofozóito: 10 a 12 m é a menor ameba que vive no homem; • Cisto oval de 8m com 4 núcleos pequenos • Membrana celular fina e sem grãos de cromatina; • Vive como comensal. IODAMOEBA BUTSCHLII • Cosmopolita não patogênica. • Trofozoito 10 a 20 m. • Cisto oval com grande vacúolo de glicogênio e núcleo bem visível com cromatina condensada em uma grande massa. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Amebíase AGENTE ETIOLÓGICO: Entamoeba histolytica EPIDEMIOLOGIA • Cosmopolita- varia de acordo com a região de 5 a 50% pessoas infectadas • 500 milhões de infectados, 10% com formas invasivas • óbito anual 100.000 pessoas - regiões tropicais/subtropicais • condições precárias de higiene • estado nutricional deficiente • Américas: México, América Central, Perú, Colômbia, Equador • Brasil: Até 30% (AM,PA, BA,PB,RS) TRANSMISSÃO Ingestão de Cistos existentes, podendo ser: FORMA PRIMÁRIA – HETEROINFECÇÃO- INDIRETA: através da ingestão de água e alimento contaminado. FORMA SECUNDÁRIA –AUTOINFECÇÃO- DIRETA: pessoa-pessoa, pode ser por sexo anal. Cistos são viáveis por até: 30 dias no meio externo AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 Esse parasito tem preferência por viver no intestino grosso do hospedeiro, por isso, o parasito, na maioria das vezes, opta pelo mecanismo anaeróbio. CISTO: • é a forma infectante do parasito. • possuem formato esférico/oval. • podem ter de 1 a 4 núcleos. • passam pelo estômago devido a membrana cística composta de quitina – resiste pH ácido • desencistamento – intestino delgado sofre degradação devido ao pH alcalino • ciclo: luz intestino grosso • o cariossoma é pequeno e se encontra no centro do núcleo. • podem conter vacúolos de glicogênio. TROFOZOÍTO: • é a forma invasiva/parasitária. • possui apenas um núcleo, geralmente esférico e com aspecto de anel. • na parte central do núcleo encontra-se o endossoma. • pleomórfico, ativo, alongado, com emissãocontínua e rápida de pseudópodes, grossos e hialinos. • o citoplasma é apresentado em ectoplasma, claro e hialino. • o endoplasma, granuloso, possui vacúolos. • Não possui membrana cística, não resiste no estômago. METACISTO: • forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado. • no intestino delgado, essa forma sofre divisões e dará origem aos trofozoítos. CICLO BIOLÓGICO AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 PATOGENICIDADE Ingestão de cistos (transmissão indireta) através de H2O contaminada ou alimentos contaminados Os cistos vão para o estômago e resistem a ação do HCL devido a presença da membrana cística constituída de quitina. Uma parte desses trofozoítos expressam mecanismos de patogenicidade continuando a invasão tecidual. Outra parte sofrem o processo de encistamento (Pré- cisto > Cisto). Os cistos são eliminados nas fezes. No intestino delgado, ocorre o desencistamento (1 metacisto origina 8 trofozoítos). Os trofozoítos migram para o intestino grosso, se fixam na mucosa com auxílio de seus mecanismos de virulência. Inicia-se a reprodução assexuada e há aumento do número de trofozoítos. GAL/GAL-NAC: funcionam como adesinas, permitindo a adesão aos resíduos de lectina presentes nas células do cólon, assim favorecem a colonização da mucosa do intestino grosso, inibem formação do MAC, auxiliando na evasão da resposta imune do hospedeiro. Induz a resposta imune e processo inflamatório, por estimular a produção de NO, IL-12 e TNF. AMEBAPOROS: são enzimas potentes que induzem a citólise e citotoxidade através de perforinas causando lise celular, destruição das células da membrana extracelular do colón (MEC), levando a ulcerações, assim o parasito consegue sangue para realizar a eritrofagocitose, captando ferro e glicose. CISTEÍNA-PROTEASES (CPS): Causa a destruição de proteínas da MEC, gerando a colite amebiana (abcesso intestinal), isso intensifica o processo inflamatório (IL-1, IL-8, TNF, COX). Além disso, degrada as proteínas do sistema complemento (C3, C5) e também anticorpos: IgA e IgG. Potencializam o dano através da indução da invasão tecidual (submucosa > circulação > abcessos extra intestinais como no fígado > abcesso hepático). LPPG (lipopeptídeoglicano): atua como um PAMP, inibe o MAC e atua na evasão da resposta imune. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Na fase de trofozoíta diferem um pouco se a consideramos o ciclo patogênico, isto é, sua forma invasora “magna”, ou se tomarmos durante o ciclo apatogênico “minuta”. • Forma patogênica: aparecem raramente nas fezes. A forma magna (trofozoíta) não evoluem para a forma cística. Sendo a forma trofozoíta a forma patogênica. • Forma apatogênica: é encontrada em fezes líquidas, forma de cistos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E. histolytica: espécie patogênica (nem sempre), potencial invasivo, virulência dependente, cepa, resposta do hospedeiro, menos frequente. E. dispar: espécie não patogênica - raramente causa erosão de mucosa, 10x mais frequente, portadores assintomáticos. QUADRO CLÍNICO A apresentação clínica é variável • Diarréia aguda e fulminante de caráter sanguinolento ou mucoide, acompanhada de febre e calafrios. • Até uma forma branda, caracterizada por desconforto abdominal leve ou moderado com sangue ou muco nas dejeções. (carga parasitária menor e provavelmente ainda não tem a expressão dos mecanismos de patogenicidade). • Em casos graves as formas trofozoítas se disseminam através da corrente sanguínea, provocando abcesso no fígado, pulmões, ou no cérebro. Podendo levar o paciente a óbito, por um quadro séptico. FORMAS CLÍNICAS Assintomática: pode ser durante o período de incubação- exame parasitológico negativo ou exame parasitológico positivo, mas paciente sem sintomas, não foi acometimento pela Entamoeba histolytica) Forma intestinal (não invasiva): dores abdominais (cólicas) e diarreias (pode ficar crônica) Forma intestinal invasiva: colite amebiana aguda, desinteria grave (fezes líquidas), úlceras intestinais, abscessos. Forma extra-intestinal: formação de abcessos no fígado, pulmão, cérebro, pele. FORMAS SINTOMÁTICAS COLITE NÃO DISENTÉRICA: frequência- 2/4 evacuações, diarreicas ou não, dia, com fezes moles ou pastosas, as vezes com muco e sangue. Desconforto abdominal ou cólicas com períodos de acalmia. Ocorre no início do quadro pela E. histolytica ou principalmente E.dispar (não patogênica)- como no caso de pacientes imunossuprimidos. COLITE DISENTÉRICA (DISENTERIA AMEBIANA): início agudo diarreia (10 ou + /dia) c/ evacuação mucossanguinolenta, cólicas intestinais, tenesmo, febre moderada (ação do complexo cisteína-proteases, há produção de IL-1). AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 DIAGNÓSTICO CLÍNICO – diarréia/síndrome do cólon irritável SOLICITAR: EPF- exame parasitológico de fezes (3 amostras com conservante). • Será realizada a pesquisa de cistos em fezes sólidas (diferenciar amebas não patogênicas) OBS: trofozoítos em fezes diarreicas recém coletadas e sem conservantes. Cultura de fezes Diagnóstico imunológico • ELISA para detecção de antígeno nas fezes O parasito se alimenta de hemácias a demanda de bilirrubina fica baixa, além disso, o fígado debilitado não consegue conjugar a bilirrubina e consequentemente ela não é biotransformada e é excretada na urina. Há também anemia hemorrágica (perda de sangue nas fezes). AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • ELISA para detecção Acs IgG soro - amebíase invasiva Diagnóstico Molecular • PCR (distingue espécies) - alto custo e restrito a pesquisa. TRATAMENTO Deve-se tratar somente pacientes com quadro sintomático causado pela E. histolytica. • Metronidazol: 500 a 800 mg 3vezes ao dia 5 a 10 dias (age tanto no quadro intestinal quanto sistêmico). • Secnidazol: 30mg/Kg peso, dose única (utilizada em quadros brandos). • Tinidazol e Ornidazol • Annita - nitazoxanida (500 mg/ 2 X ao dia) – 3 dias (em quadros graves é a melhor opção, mas o custo é elevado). PROFILAXIA • Saneamento básico • Educação sanitária: • Tratamento de água • Controle de alimentos (lavar frutas e verduras). • Tratamento das fontes de infecção • Cuidados com higiene pessoal (lavar as mãos). • Seria importante fazer diagnósticos parasitológicos após tratamento. Vacinas (experimentais): alvos – trofozoítas (via oral) - cistos (impedir encistamento – bloqueio transmissão) Toxoplasmose AGENTE ETIOLÓGICO: Toxoplasma Gondii • Descoberto em 1909 - Nicolle e Monceaux. • É um esporozoário que pertence a classe Sporozoa; • É um parasita intracelular obrigatório de ampla distribuição mundial; Estima-se que 60% da população esteja contaminada com este parasita, mas somente 5% desenvolve patogenia. É uma zoonose, causada por um protozoário coccídio intracelular “próprio” de gatos. Hospedeiro Definitivo: felinos; Hospedeiro Intermediário: homem e outros mamíferos; ✓ Infecção crônica assintomática (sorologia positiva); ✓ Infecção transplacentária (muito comum) – principalmente no último trimestre, mais de 50% de chance. ✓ Infecções oportunistas. EPIDEMIOLOGIA AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 MORFOLOGIA DO PARASITO Apresenta 3 formas evolutivas TAQUIZOÍTO • Forma aguda ou reativação no HI (reprodução intracelular- endodiogênia) • Forma proliferativa • Só no HI, forma parasitária, tropismo maior para retina. • Pouco resistentes à ação do suco gástrico Apresenta forma de arco, parecendo banana ou meia lua, com uma das extremidades mais afilada e a outra mais arredondada, com núcleo central e se cora em vermelho pelo método de Giemsa, enquantoo citoplasma fica azul. Microscópio Eletrônico pode se ver: membrana externa e uma interna, apresentam estruturas celulares especiais que formam o complexo apical (roptrias, micronemas). Outras estruturas conóide, fibras conóides, aparelho de Golgi, mitocondria, retículo endoplasmático. COMPLEXO APICAL: adesão e internalização da célula hospedeira. Possui 3 partes/moléculas importantes (conóide, micronema, ropria) Se multiplicam assexuadamente dentro do vacúolo prasitóforo de várias células (SFM, hepáticas, pulmonares, nervosas, submucosas e musculares). AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 BRADIZOÍTO Forma encontrada em vários tecidos (musculares, esqueléticos e cardíaco, nervoso e retina), na fase crônica da doença. • São encontrados do vacúolo parasitóforo de uma célula, cuja membrana forma a cápsula do cisto tecidual. • Multiplicam-se lentamente (assexuadamente) dentro do cisto. • A parede do cisto é resistente e protege o bradizoíto da ação do sistema imunológico, e ácidos estomacais e podem permanecer viáveis nos tecidos por vários anos. OOCISTOS Forma de resistência que apresenta uma parede dupla bastante resistente às condições do ambiente. São produzidos nas células intestinais dos felídeos não imunes (1ª infecção) e eliminados juntamente com as fezes. TRANSMISSÃO • Ingestão de oocistos maduros (contendo esporozoítas) do solo, areia, latas de lixo e qualquer lugar onde os gatos ou outros felinos possam ter defecado; • Ingestão de cistos (contendo bradzoítas) de carne mal cozida ou crua, especialmente de porco e carneiro; • Ingestão de leite não pasteurizado contendo taquizoítas. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Infecção transplacentária (contendo taquizoítas): ocorre em 40% das mães que adquirem toxoplasmose durante a gravidez; • Transplante de órgãos (pode haver reativação da infecção por causa da imunossupressão, deve-se fazer tratamento profilático). • Inoculação acidental de taquizoítos Período de incubação: de 10 a 23 dias, quando a fonte for a ingestão de carne, e de 5 a 20 dias quando for contato com o animal. CICLO BIOLÓGICO Heteroxênico (Gatos e homem). Desenvolve em 2 Fases Distintas: 1- Fase Assexuada: nos linfonodos e nos tecidos de vários hospedeiros; 2- Fase Sexuada ou Coccidiana: nas células do epitélio intestinal de gatos jovens não imunes. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 CICLO NO HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: HOMEM OBS: Após o aumento da carga parasitária, ocorre a estimulação da resposta imune do hospedeiro, dessa forma há o estímulo ao encistamento, alguns trofozoítos adquirem a conformação de cistos (bradizoítos) -forma crônica. Ocorre a ingestão de taquizoítos através do leite não pasteurizado. Ocorre a ingestão de cistos (bradzoítos) através de carne crua ou mal cozida ou a ingestão de oocistos (esporozoítos) através de H20, alimentos ou fezes de felinos. Passam pelo estômago e devido à presença da membrana cística resistem ao HCL. Atingem o intestino delgado onde ocorre a eclosão dos cistos (liberação dos brazoítos) ou oocistos (liberação dos esporozoítos). Se diferenciam em taquizoítos e esses atravessam a parede intestinal. Se disseminam pelo sangue ou linfa para os tecidos. Atravessam a mucosa oral. Penetram nas células teciduais através do complexo apical, há a formação do vacúolo parasitóforo , ocorrem sucessivas divisões por endogenia para a maior formação desses taquizoítos. Ocorre a lise celular e a liberação dos taquizoítos para a linfa ou para o sangue para infectar novas células. • AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 CICLO NO HOSPEDEIRO DEFINITIVO: FELINOS PATOGÊNIA • Relacionada a fatores importantes como: virulência da cepa, resistência do hospedeiro e modo de infecção sendo a transmissão congênita a mais grave. QUADRO CLÍNICO TOXOPLASMOSE FEBRIL AGUDA: é a mais frequente, com comprometimento ganglionar e febre alta. Geralmente é benigna, mas as vezes pode levar a complicações de outros órgãos (pulmão, coração, fígado e cérebro), inclusive a ocular; LINFADENITE TOXOPLASMÁTICA: pode estar relacionada a porta de entrada, durante a Síndrome Febril Aguda. O Quadro se apresenta por Linfadenopatia localiza, envolvendo nódulos cervicais, se for estendido por semanas pode se assemelhar a Mononucleose Infecciosa. Ocorre a ingestão de taquizoítos através do leite não pasteurizado. Ocorre a ingestão de cistos (bradzoítos) através de carne crua ou mal cozida ou a ingestão de oocistos (esporozoítos) através de H20, alimentos ou fezes de felinos. Passam pelo estômago e devido à presença da membrana cística resistem ao HCL. Atingem o intestino delgado onde ocorre a eclosão dos cistos (liberação dos brazoítos) ou oocistos (liberação dos esporozoítos). Bradzoítos, esferozoítos ou taquizoítos se diferenciam em merozoítos, que realizam reprodução assexuada nas células intestinais. Posteriormente originam os gametócitos (fase de reprodução sexuada): • microgameta: gameta masculino • macrogameta: gameta feminino Ocorre a fusão dos gametas e formação do zigoto Atravessam a mucosa oral. Esse processo origina os oocistos imaturos (esporocistos) que serão eliminados nas fezes dos felinos • Entre 1 a 5 dias o oocisto imaturo faz o processo de esporogônia no meio externo, o oocisto se transformará em maduro ao formar 2 esporocistos, cada um contendo 4 esporozoíto. • AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 TOXOPLASMOSE OCULAR: retinocoroidite é a lesão mais frequente, caracterizada pela presença de taquizoítos ou cistos com bradizoítos na retina, causando focos coagulativos e necróticos na retina ou processo inflamatório. TOXOPLASMOSE NEONATAL: resulta da infecção intra-uterina, variando de assintomática a fatal. Os sobreviventes muitas vezes apresentam prematuridade, baixo peso, corioretinite pós maturidade, encefalite e convulsões, calcificações cerebrais, microcefalia com hidrocefalia, e retardo mental. TOXOPLASMOSE NO PACIENTE IMUNODEPRIMIDO (AIDS): cistos de T. gondii persistem por tempo indefinido, causando lesões focais, com maior frequência no cérebro (neurotoxoplasmose ou encefalite) e menos na retina, miocárdio e pulmões. DIAGNÓSTICO SOLICITAR: Testes sorológicos para pesquisa de anticorpos no soro: • Imunofluorescência Indireta; • Elisa (pesquisa de IgM e IgG); ESPIROMICINA: FÁRMACO QUE EVITA A TRANSMISSÃO AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • IgM isolada → fase aguda • IgM e IgG → transição • IgG e IgM não reagentes → nunca teve • IgG → crônica Para a gestante deve-se solicitar a sorologia para toxoplasmose + teste de avidez. TRATAMENTO Recomenda-se o tratamento apenas para casos agudos sintomáticos e gestantes em fase aguda. Toxoplasmose aguda sintomática: pirimetamina + sulfadiazina + ácido folínico. Toxoplasmose aguda em gestantes: Sem infecção fetal: • espiramicina, mantida até o final da gestação. Com infecção fetal: • Se for antes do 1º trimestre: sulfadiazina + ácido folínico. OBS: pirimetamina é um medicamento teratogênico, por isso não deve ser utilizado nesse período da gestação. Pirimetamina e sulfadiazina são inibidores de folato. Ácido folínico (forma ativa semelhante ao ácido fólico) deve ser utilizado devido à toxidade dos medicamentos (possuem toxidade medular e podem impedir a formação das células sanguíneas). AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Se for depois do primeiro trimestre: pirimetamina + sulfadiazina + ácidofolínico Toxoplasmose ocular ativa: • Pirimetamina + Sulfadiazina + Predinisona ou Clindamicina + Sulfadiazina + Predinisona. • Espiramicina + Sulfadiazina + Meticortem (indicada quando não se pode usar as opções anteriores). • Azitromicina (quando não se tolera a terapêutica convencional). Tratamento profilático de longa duração em pacientes com recidivas frequentes de retinocoroidíte (Sulfametozaxol + Trimetoprim – Bactrim) Encefalite em Imunodeficientes : Pirimetamina + Sulfadiazina ou Clindamicina + Pirimetamina CONTROLE • Evitar consumo de carnes animais mal cozidas; • Incinerar fezes de gatos; • Proteger caixas de areia; • Lavar a mão após manipular carne ou solo contaminado; • Evitar contato de grávidas com gatos. PROTOZOÁRIOS CAUSADORES DA MALÁRIA Os principais que parasitam o homem são: 1- Plasmodium falciparum: febre terçã maligna (36 a 48 h). OBS: infecta as hemácias jovens e maduras –anemia hemolítica grave. 2- Plasmodium vivax: febre terçã benigna (48 h). OBS: só infecta os reticulócitos (hemácias jovens) –formação dos hypnozoítos (forma latente). 3- Plasmodium malarie: febre quartã (72 h). OBS: só infecta as hemácias maduras – 4- Plasmodium ovale: febre terçã benigna (72 h), ocorrência na África. Possui maior tropismo pelas hemácias. OBS: produção do pigmento malárico- hemozoína (IL-1). HISTÓRICO DA MALÁRIA Talvez seja mais antiga que a humanidade. São parasitas estenoxenos, sendo os Plasmodium que parasitam os humanos, só admitem o Homem como hospedeiro. Os hospedeiros intermediários são elos obrigatórios, limitando-se ao gênero Anopheles. FORMAS EVOLUTIVAS • Esporozoíto: alongado, núcleo único central. Forma infectante para o HD, presente nas glândulas salivares do Anopheles. • Merozoíto: menores e arredondados, infectam hemácias. Forma reprodutiva do parasito dentro do HD (hepatócitos e hemácias). Faz Merogonia/ Esquizogonia (meronte ou esquinto- células cheias de merozoítos). • Formas eritrocitárias: trofozoíto (jovem e maduro), esquizonte, e gametócito - diferente para cada espécie de Plasmodium. Fase eritrocitária- 36 a 72 horas, responsável pela anemia hemolítica e quadro de febre. • Ovo ou Zigoto: forma esférica - dentro do mosquito. • Oocisto: ovo encistado, estomago do mosquito - esporozoítos. • OBS: só infecta os reticulócitos (hemácias jovens) –formação dos hypnozoítos (forma latente). PLASMODIIDAE AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 CICLO BIOLÓGICO • Inicia-se com a picada do mosquito - inoculação dos esporozoítos (forma infectante). • Esporozoítos na circulação sanguínea, após 15 a 45 min - migração para o fígado. Fígado FASE HEPÁTICA OU EXO-ERITROCÍTICA: reprodução assexuada (esquizogonia) - Merozoítas - Ciclo pré-eritrocítico. P. falciparum (6 dias), P. vivax (8 dias), P. malarie (12 a 16 dias), P. ovale (9 dias). Fase eirtrocitária- 36 a 48 horas. Penetração dos merozoítos nas hemácias, ocorre por meio de receptores Duff do sistema Rh. Trofozoítos jovens Trofozoítos médios Trofozoítos maduros ou ameboides Esquizonte/Meronte/Rosáceas: hemácias cheias de merozoítos Gametócitos: forma infectante para o HI. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 CICLO NO HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: HOMEM FASE 1: HEPÁTICA OU EXO-ERITROCITÁRIA FASE 2: ERITROCITÁRIA Anopheles pica o homem e inocula os esporozoítos Os esporozoítos migram para o fígado e penetram nos hepatócitos. Ocorre merogonia/esquizogonia e após essa reprodução, há a liberação dos merozoítos através de vesículas chamadas de merossomos. Os merozoítos caem na corrente sanguínea e seguem para a fase eritrocítica. Os merozoítos penetram nas hemácias. Há a merogonia, gerando os trofozoítos jovens, médios, maduros e consequente formação dos merontes e lise das hemácias (há liberação da hemozoína e o quadro febril). Ocorre a liberação de merozoítos na corrente sanguínea e consequente penetração em outras hemácias. Os merozoítos se reproduzem sexuadamente formando os gametócitos que serão ingeridos pela picada do HI. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Fígado: rompimento das células parasitadas - liberação dos merozoítas (infectam hemácias). • A Esquizogonia dos Plasmodium ocorre preferencialmente nos capilares profundos. • P. falciparum: formas esquizogônicas raramente são encontradas no sg. Periférico. • Formação de gametócitos - trofozoítas. • Mosquito: ingestão dos gametócitos. CICLO NO HOSPEDEIRO DEFINITIVO: ANOPHELES Malária QUADRO CLÍNICO Doença infecciosa febril aguda, promovida por parasita unicelular. • Febre alta acompanhada de calafrios, suores e cefaleia, ocorrendo em padrões cíclicos dependente da espécie do Plasmodium. Diferentes estágios: 1- frio intenso, com calafrios intensos. 2- calor, febre alta seguida de suores. Outras manifestações: náuseas, vômitos, astenia, fadiga, diarreia, tosse e dor abdominal podendo ser acompanhada de icterícia e hepatomegalia. Formas brandas: P. malariae e P. vivax (febre e calafrios em dias alternado). Formas graves: P.falciparum (distúrbios da coagulação, choque, insuficiência renal ou hepática, encefalopatia aguda, edema pulmonar - óbito 10% dos casos. Complicações: Malária cerebral, com edema, convulsões delírio, coma, anemia, edema pulmonar, insuficiência renal, hepatopatia, alterações gastroentestinais e cardíacas. (parasitemia elevada). Anopheles pica o homem contaminado e ingere as hemácias com os gametócitos No tubo digestivo do inseto ocorre a diferenciação dos gametas (macrogameta e microgameta), ocorre a fusão gerando o zigoto. O zigoto origina o oocisto que sofre esporogonia levando a formação dos esporozoítos. Ocorre lise e consequente liberação dos esporozoítos que migram para as glândulas salivares. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 O ciclo eritrocitário é o responsável pelas manifestações clínicas da doença. A passagem do parasito pelo fígado, ciclo exo-eritrocitário não é patogênico e não determina sintomas para o hospedeiro. » mecanismo de destruição dos eritrócitos parasitados: • processo presente em todos os tipos de malária. • esse acontecimento contribui para a aparição de anemia. • hipóxia: a destruição em massa das hemácias afeta a disponibilidade de oxigênio para os tecidos, logo, poderá ocorrer acidose láctica. » mecanismo de toxicidade resultante da liberação de citocinas: • esse processo ocorre na fase aguda da doença. • ocorre a mobilização de células imunes que produzem citocinas que agirão de forma direta e indireta sobre o parasito, mas que acabam sendo nocivas ao hospedeiro. (o TNF-α é o principal) • manifestações graves em órgãos, como o pulmão e os rins, são ocasionadas por lesão epitelial que leva a extravasamento do plasma para o interstício de estruturas como os alvéolos e os glomérulos. • hipoglicemia: algumas citocinas podem inibir a gliconeogênese ou estimular ainda mais a produção de insulina. • hiperbilirrubinemia: causada, principalmente, pelos danos hepáticos; desencadeia a icterícia e pode levar a danos neurológicos. • essas citocinas também estão ligadas a presença de febre e mal-estar durante o curso da doença. » mecanismo de sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar: • quando o parasito infecta uma célula ele é capaz de modificar as estruturas da superfície celular, fazendo com que célula consiga se aderir a parede do vaso. • esse mecanismo de citoaderência só acontece pois o parasito possui proteínas que são expressas na superfície celular, como a ICAM-1 (mais ativa no cérebro), CSA (mais ativa na placenta), CD36 (mais ativa na microcirculação dos órgãos). • a adesão de vários eritrócitosé denominado “rosetas” e podem levar a obstrução dos pequenos vasos. » mecanismo de lesão capilar por deposição de imunocomplexos: • esse quadro pode levar a lesões glomerulares, alterando a permeabilidade e induzindo a perda maciça de proteínas. Sinonímia: Paludismo, Febre Palustre, Febre Terçã Benigna, Febre Terçã Malígna, Maleita, Tremedeira... TRANSMISSÃO AGENTES ETIOLÓGICOS: no Brasil 3 espécies causam a Malária Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax e Plasmodium malariae. VETORES: insetos da família Cullicidae, do gênero Anopheles. Ocorre por meio da inoculação de esporozoítas, através de: • saliva do inseto infectado • transfusões sanguíneas • seringas • fetal DIAGNÓSTICO CLÍNICO: presença de sintomas sugestivos, como: febre intermitente, acompanhada de hematócrito elevado, anemia. Relacionar a área endêmica. OBS: Há baixa do hematócrito, pois há extravasamento de fluidos. A anemia é normocítica e normocrômica. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 LABORATORIAL: Pesquisa do parasito no sangue periférico • Gota Espessa e esfregaço corado para procura das formas eritrocitárias (trofozoítos jovens, esquizonte, gametócitos) importante para áreas endêmicas. • Imunodiagnóstico: (ELISA, Imunofluorescência) – IgG e IgM- áreas não endêmicas OBS: na área endêmica o diagnóstico sorológico não é interessante pois não diferencia os já infectados dos quadros agudos, apresenta baixa especificidade. • Aglutinação – baixa sensibilidade, para triagem sorológica, pouco utilizado. TRATAMENTO Cloroquina: • atua contra as formas sanguíneas e também contra os gametócitos. • é de baixa toxicidade e por isso é muito bem tolerada pela maioria das pessoas. Primaquina: • atua contra os gametócitos. • atua sobre os esporozoítos presentes no sangue. • não são usados em gestantes e em crianças pois tem efeito citotóxico para a medula. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Doxiciclina • Sulfato de quinina • Clindamicina * • Artemisina (usado atualmente como opção para os Plasmodium resistentes a quinino). No caso de Malária por Plasmodium falciparum pode-se utilizar: • Artemeter + Lumefantrina por 3 dias • Artesunato + Mefloquina por 3 dias OBS: não podem ser usados em gestantes ou crianças menores de 6 meses. No caso de Malária Plasmodium vivax e Plasmodium malariae utiliza-se: • Cloroquina + Primaquina CONTROLE • Notificação da doença • Diagnóstico imediato • Tratamento oportuno • Medidas anti-vetoriais (repelentes, telas, roupas de manga longa). • Concentrar o controle em regiões de alto risco. HELMINTOS DO FILO PLATYHELMINTHES • Os helmintos são seres pluricelulares, visíveis a olho nu. • Os helmintos do filo platyhelminthes são os platelmintos, seres achatados que vão apresentar ventosas para adesão. • Os trematódeos são vermes achatados, com ventosas e sem divisões no corpo. Esquistossomose • Doença causada por helmintos Trematódeos do gênero Schistosoma que têm como principais agentes etiológicos, para o homem, as espécies S. mansoni, S. haematobium e S. Japonicum, S. Mekongi, S. Intercalatum. • Ocorrências: África, América do Sul e Antilhas. Onde o Schistosoma mansoni determina a infestação denominada ESQUISTOSSOMOSE MANSONI. No Brasil conhecida como “xistose” ou “Barriga d, água”. • Os parasitos habitam os vasos do sistema porta hepático do homem e podem levar a uma obstrução, gerando uma hipertensão portal e consequentemente extravasamento de líquido do vaso para o tecido. AGENTE ETIOLÓGICO: Schistosoma mansoni. LOCALIZAÇÃO NO HOSPEDEIRO: vênulas da parede do intestino grosso, sigmoide e reto, com sintomas predominantemente intestinais. Sendo nas formas mais graves a envolvimento hepatoesplênico e hipertensão no sistema porta. DISSEMINAÇÃO: sua distribuição geográfica está condicionada por duas espécies de moluscos de água doce do gênero Biomphalária, que são hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni. PARASITOSE: o número de pessoas no mundo infestadas pelo Schistosoma mansoni atinge +/- 200 milhões de pessoas. Sendo 6 milhões somente no Brasil. CLASSE TREMATODA AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 HI: Biomphalaria glabrata, uma espécie de caramujo da família Planorbidae, HD: Homem. VERME ADULTO Schistosoma mansoni • São vermes delgados e longos, são platelmintos com ventosas, achatados, possuem um intestino (bifurcado) sem ânus. O macho mede cerca de 1 cm. • A fêmea tem o corpo cilindrico, mais longo e mais fino que o do macho, mede cerca de 1,2 a 1,6cm. • As fêmeas colocam um ovo por vez e calcula-se que ao final do dia tenham +/- 300 ovos. • Estes ovos contém uma espícula e no meio ambiente estes ovos sobrevivem cerca de 2 a 5 dias em fezes sólidas e 1 dia em fezes líquidas. • As cercárias são as formas infectantes do Schistosoma para o homem e para os vertebrados. Após saírem dos molucos estas cercárias tem 1 a 2 dias de vida. Ventosa ventral: adesão vascular Ventosa oral: nutrição do verme Canal ginecóforo: entrada da fêmea durante a reprodução AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 CICLO BIOLÓGICO • O miracídio apresenta o corpo recoberto de cílios e possui a ventosa para adesão ao molusco para ter o desenvolvimento embrionário. • A cercária apresenta duas glândulas que liberam substâncias proteolíticas que vão causar lesão epidérmica, facilitando sua entrada. Quando ela adentra a pele, perde sua cauda bifurcada e a região anterior passa a ser chamada de esquistossômulo, que após cerca de 3 semanas, origina os vermes adultos. FORMA INFECTANTE PARA O HI: miracídio. FORMA INFECTANTE PARA O HD: cercária. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 CICLO NO HOSPEDEIRO DEFINITIVO: HOMEM CICLO NO HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: BIOMPHALARIA GLABRATA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA • No Brasil (zonas agrículas e áreas irrigadas) a Esquistossomose continua se expandindo. Homem entra em contato com água contaminada e ocorre a penetração das cercárias pela pele ou mucosa. As cercárias perdem sua cauda e passam a ser denominadas esquistossômulos, que através do sangue migram para o sistema porta hepático. Após 3 semanas os esquistossômulos originam os vermes adultos. Esses realizam reprodução sexuada. A fêmea após a reprodução, migra para as veias mesentéricas e deposita seus ovos. Alguns ovos serão eliminados nas fezes. CERCÁRIA OVO DO S. MANSONI Os ovos eliminados nas fezes, quando em contato com a água eclodem liberando os miracídios. Os miracídios penetram no molusco e inicia-se o desenvolvimento embrionário. Forma-se o esporocisto I e depois o esporocisto II. São liberadas as cercárias. A partir de um único ovo são liberadas cerca de 400 cercárias diariamente. AMANDA GODINHO BALISA ALMEIDA- 4º PERÍODO 2/2021 • Os moluscos transmissores vivem em represas que fornece água para irrigar lavouras e hortaliças. Visto que, a mesma água que irriga a plantação é utilizada para o consumo da família (banho, alineto e bebida). • Sergipe e Alagoas são áreas de endemicidade e o principal vetor é o molusco Biomphalaria glabrata. Na região Norte do Brasil, apesar de ter muita água, apresenta muita vegetação aquática, o metabolismo dessas espécies leva a acidificação do pH aquático, não favorecendo o ciclo de reprodução do parasito. TRANSMISSÃO • A infecção ocorre com a forma infectante das cercárias. Quando saem do molusco ficam nadando na água por 1 a 2 dias. • Quaisquer região da pele, conjuntiva ou da mucosa orofaringiana são igualmente porta de entrada. Na penetração a cercária perde sua cauda, e até terminar sua penetração sua forma se torna o esquistossômulo. • Após o esquistossômulo penetra
Compartilhar