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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV HISTOLOGIA DO ESÔFAGO A partir do esôfago, inicia-se o Trato Gastrointestinal (TGI). A parede do TGI possui sempre 4 camadas: • Mucosa • Submucosa • Muscular própria • Adventícia ou serosa MUCOSA É dividida em 3 partes: • Epitélio de revestimento • Lâmina própria - é composta por tecido conjuntivo frouxo, fibrooelástico e contém o GALT. As glândulas costumam ser encontradas na lâmina própria. • Muscular da mucosa – Não realiza o peristaltismo. Realiza movimentos exclusivamente na mucosa para facilitar o processo de absorção. No esôfago, ela está presente, mas de forma bem sutil, em uma camada fina, já que a região não exerce a absorção. Ela vai se desenvolvendo ao fim do esôfago, já próximo ao estômago. Obs. MALT- tecido linfoide associado a mucosa, especializado. GALT: tecido linfoide associado ao trato gastrointestinal. O epitélio do esôfago é do tipo estratificado pavimentoso não queratinizado SUBMUCOSA • Localiza-se abaixo da mucosa. • Tecido conjuntivo pouco mais denso. • Muito vascularizada; • É nela que está localizado o plexo submucoso * • Não possui glândulas, exceto no esôfago (glândulas esofágicas – servem para secretar muco e lubrificar) e no duodeno (glândulas duodenais). MUSCULAR PRÓPRIA Se divide em 2: o Interna – possui músculo em disposição circular; útil para misturar; o Externa- possui músculo em disposição longitudinal; útil para a propulsão; Na maioria das vezes, será encontrado músculo liso, com fibras em diferentes disposições, nas duas camadas, tanto externa, quanto interna. Obs. O esôfago possui 3 tipos de músculo na sua extensão. • 1/3- Músculo esquelético (início, porção inicial) - Apesar de ser músculo esquelético, o controle é involuntário. • 2/3 – Músculo liso • 3/3 – Músculo liso (terço final) ADVENTÍCIA Possui tecido conectivo - mais rígido; SEROSA o Possui tecido conectivo revestido por peritônio; o Camada mais uniforme Obs. A última camada de revestimento do esôfago é adventícia, porém apenas até o fim da porção torácica. A porção Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV abdominal é serosa, pois é revestida por peritônio. FISIOLOGIA O esôfago participa do processo de deglutição, isto é, a passagem do alimento da boca até o estômago. A deglutição possui 3 fases: • Oral – somente a fase oral é voluntária; Alimento na boca → mastigação → mecanorreceptores percebem a consistência → bolo alimentar é empurrado em direção ao palato duro → em seguida é empurrado ao palato mole → mecanorreceptores da região são ativados → conduzem a informação até o bulbo pela via aferente, no centro da deglutição → a informação retorna pela via eferente (de forma involuntária), formando um arco reflexo • Faríngea – totalmente involuntária; Tem como uma das principais características o fechamento de lacunas para que o alimento vá para o caminho certo. As pregas palatofaríngeas serão puxadas para trás e se aproximam → fecha a cavidade nasal Para fechar as vias aéreas inferiores → a laringe eleva- se com a contração dos músculos intrínsecos e a epiglote desce, impulsionando a passagem do bolo alimentar para o esôfago, por meio do esfíncter superior esofágico Obs. As fases faríngea e esofágica fazem parte do reflexo de deglutição. • Esofágica – totalmente involuntária; É caracterizada pela entrada do alimento no esôfago. No interior, surge uma onda peristáltica primaria, involuntária (por meio do reflexo de deglutição), que conduz o bolo alimentar. Quando chega no esfíncter esofágico inferior, ela o relaxa, fazendo com que o bolo alimentar passe para o estômago, causando o relaxamento receptivo (fim do reflexo). A onda peristáltica secundária acontece pela presença do alimento, de forma intrínseca. Ela pode complementar a passagem do bolo alimentar, se a onda primária não for suficiente. Obs. As ondas primária e secundária podem acontecer de forma simultânea ou não. MOTILIDADE Tipos de movimentos peristálticos: • De mistura • De propulsão Sistema nervoso autônomo é dividido em 3 partes: simpático, parassimpático e entérico (nova divisão). O entérico contém: • Plexo mioentérico – camada muscular própria • Plexo submucoso – Camada submucosa EMBRIOLOGIA Intestino anterior • Faringe primitiva e seus derivados • Esôfago e estômago • Duodeno (proximal à abertura do canal biliar) • Fígado, aparelho biliar e o pâncreas • O intestino primitivo é formado por três segmentos: anterior, médio e posterior Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV • O intestino anterior origina a faringe, o esôfago, o estômago, a primeira porção do intestino delgado (o duodeno), o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar. É suprido pela artéria/tronco celíaco. • O intestino médio deriva o resto do intestino delgado (o jejuno e o íleo) e parte do intestino grosso (ceco, apêndice, cólon ascendente e metade ou 2/3 do cólon transverso). É suprido pela artéria mesentérica superior. • O intestino posterior forma a última porção do intestino grosso (metade ou o terço distal do cólon transverso, cólon descendente, sigmoide, reto e a porção superior do canal anal). É suprido pela artéria mesentérica inferior. O esôfago forma-se na porção inicial do tubo digestório, logo após a faringe, persistindo sob a forma de tubo. O mesoderma subjacente ao epitélio endodérmico diferencia-se em músculo estriado na região cefálica (dois terços superiores) e músculo liso na região caudal, ficando a região intermediária com os dois tipos de músculo. O lúmen ou luz esofágica forma-se a partir de um processo de proliferação da mucosa derivada do endoderma, obliterando o lúmen até a recanalização do esôfago que normalmente acontece no final do período embrionário, por volta da oitava semana. Nesse período, são formados vacúolos que subsequentemente coalescem, gerando um lúmen. A recanalização incompleta leva à estenose, ou seja, estreitamento da luz do esôfago. A princípio, o esôfago é curto, mas, com a descida do coração, se alonga, alcançando seu comprimento final relativo durante a sétima semana. Caso o esôfago deixe de se alongar o suficiente durante o desenvolvimento do pescoço e do tórax, parte do estômago pode se deslocar para o tórax, através do hiato esofágico, caracterizando uma hérnia congênita do hiato. Referências • GARTNER, LP; HIATT, J.L. T ratado de Histologia em Cores. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 576p. • JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 13ª edição. Rio de Janeiro - RJ: Guanabara Koogan, 2017. • BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. (Ed.). Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. • AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2012, 1352 p DICA
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