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Centralização e Descentralização da Educação históricas conduções administrativas da educação pública brasileira

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UFPE - CENTRO DE EDUCAÇÃO - DPGE - Licenciaturas Diversas - 
GESTÃO EDUCACIONAL E GESTÃO ESCOLAR – Recife, 25 de março de 2022
Aluno(a): __Matheus Ryan Da Silva____ Turma 5 N
Atividade alternativa para composição da Nota do 1º Exercício
1ª Questão: Centralização e Descentralização: históricas conduções administrativas da educação pública brasileira 
Não há como negar que o século XX foi marcado por uma efervescência social, econômica, cultural e política. O historiador Eric Hobsbawm, classificou tal época como a “Era dos Extremos”, isso devido os grandes acontecimentos que protagonizaram aquele século, indo desde a primeira guerra mundial, em 1914, até a fragmentação da União Soviética, 1991. No Brasil, a situação não estava menos alarmante.
Em 1930, Getúlio Vargas, com apoio da Aliança Liberal, encabeçou uma revolução ao qual culminaria na destituição do então presidente eleito Washington Luís e na sua nomeação como presidente provisório do Brasil. Dando início a era Vargas. Temendo um possível retorno das oligarquias ao poder, o governo Vargas deu início a uma política centralizadora, entre as medidas, destacam-se a extinção do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas estaduais e municipais e a criação do Ministério da Educação e Saúde, que tinha como principal objetivo ser um órgão de controle e normatização da educação nacional, além de promover a unicidade do ensino. 
Não demorou muito para que intelectuais e educadores da época se opusessem ao formato centralizador da educação. Em 1932, através de uma Manifesto redigido pelo sociólogo Fernando de Azevedo, os Pioneiros da Educação Nova defenderam a necessidade de haver uma descentralização através da implementação de um programa de educação amplo, integrado e democrático que carregasse a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita. 
Para uma melhor compreensão, se faz necessário definir o que cada condução significa. Em primeiro plano, vamos tratar sobre a gestão centralizadora, que ocorre quando o poder – a tomada de decisão - se concentra em determinadas pessoas (sempre posicionadas em níveis hierárquicos elevados) ou em órgãos (Ministério da Educação, Secretaria Estaduais). Ademais, tal modelo administrativo está associado ao autoritarismo, já que é usado, em sua maioria, no intuito de controlar os subordinados.
Em contrapartida, temos a descentralização, compreendida como sinônimo de autonomia, participação e democratização do poder. Nesse tipo de gestão, as tomadas de decisões, especificamente no âmbito educacional, não estão a cargo, exclusivamente, do Governo Federal, no entanto, tais decisões são distribuídas entre a equipe pedagógica, a comunidade escolar, o município e o governo estadual. 
No que concerne à educação brasileira, tanto a centralização quanto a descentralização se apresentam em momentos importantes da nossa história. Como dito anteriormente, a centralização da educação surgiu com a criação do Ministério da Educação e Saúde, logo após a revolução de 1930. Influenciada, também, pela revolução industrial, a centralização da educação no Brasil teve como inspiração a Escola de Administração Científica, onde a produtividade era priorizada. Nessa época, as escolas eram vistas e tratadas como empresas, o que resultou numa subdivisão: A elite brasileira era incentivada a ingressarem em um ensino superior, enquanto o restante da população, classificado como “a massa”, recebiam uma educação tecnicista, visando a sua utilidade para o mercado de trabalho. 
Apesar dos Pioneiros da Educação Nova, ainda na década de 30, ter nos dado o primeiro deslumbramento com a descentralização, foi, cinquenta e seis anos depois, no final da década de 80, após uma ditatura militar e em meio um processo de redemocratização, que os indicativos dos Pioneiros foram legislativamente acatados (MARQUES SOUSA, p. 81). Dentre os direitos garantidos pela constituição de 1988, podemos citar: a) igualdade de condições para o acesso e permanência da escola; b) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; c) pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; d) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. No que concebe o dever do Estado: a) educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade; b) progressiva universalização do ensino médio gratuito; c) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino e etc (BRASIL, 2006, p. 123 – 124) 
A gestão centralizadora, reiterando, está, em sua maioria, relacionada com o autoritarismo, e é aqui onde reside um dos seus principais pontos negativos. No mais, no que concerne os contras, podemos evidenciar: a ênfase na produtividade em detrimento das relações interpessoais; a concentração exacerbada do poder, resultando assim em tomadas de decisões limitadas e ineficientes; a padronização do ensino, gerando uma desigualdade ainda maior, já que não seria levado em consideração que as demandas educacionais se alteram de acordo com as regiões e as condições socioculturais; por fim, a má utilização e distribuição dos recursos públicos. Em contra partida, sob a perspectiva do órgão central, como ponto positivo – se há um ponto positivo – temos a possibilidade de ter um maior controle em relação ao que se chega nas escolas e a agilidade na tomada de decisões, mesmo que isso interfira na qualidade da mesma. 
No tocante a descentralização, dispomos de tais pontos positivos: a democratização das tomadas de decisões, resultando assim em decisões mais eficazes; a otimização da distribuição dos recursos, garantindo que cheguem ao diretor e que o mesmo possa, juntamente com a comunidade escolar, fazer um melhor aproveitamento dos recursos, já que conhecem, bem, as necessidades da escola; uma maior competência, por parte do poder local, na localização das demandas, no acompanhamento dos processos e no controle de gasto, visto que os municípios e as secretarias estaduais estão mais próximo de sua população. Por fim, como contraponto, podemos pôr que, em algumas ocasiões, podem ser gerados processos mais lentos, dado que nesse tipo de gestão é comum escutar e analisar os diferente pontos e opiniões a respeito de um tema. 
A democratização em si, garante a população uma maior autonomia na hora de tomar suas decisões. É em um governo democrático, ou pelo menos deveria ser, que todos, independente da classe, raça, gênero e da ideologia, tem seus direitos resguardados. Aliais, deve ser por isso que a democracia representava e representa um perigo para a elite brasileira. Como vimos anteriormente, a democratização é tratada como sinônimo de descentralização, “A descentralização é, portanto, considerada tendo como pano de fundo tanto, e fundamentalmente, a perspectiva de democratização da sociedade, como também a melhor gestão de processos sociais e recursos, visando a obtenção de melhores resultados educacionais.” (LUCK, Heloisa, p. 46). 
Sob a ótica neoliberalista, a gestão descentralizada vem sendo usada pelo governo como um mecanismo de repasse de responsabilidade; o que eles chamam de autonomia e democratização, na pratica, configura-se como desresponsabilização. A modernidade vem mostrando que não basta dar autonomia aos municípios e aos estados, para que as escolas sobrevivam é necessário liberar os recursos. Por mais que tenhamos superados alguns elementos da gestão centralizadora - ao qual, enfatizando mais uma vez, em nada tinha relação com a democratização – ainda se faz necessário lutar para solidificar a gestão democrática, autônoma e descentralizada da nossa educação, pois, só assim iremos alcançar o desenvolvimento que o Brasil tanto anseia. 
Referências bibliográficas
Biblioteca Digital . (01 de 04 de 2022). Fonte: Senado Federal : www2.senado.leg.br
Faval, G. C. (2005). Centralização e Descentralização da Educação no Brasil. Belém, Pará, Brasil.
Hidalgo, A.M. (1999). Centralização e Descentralização nas políticas educacionais do Brasil no pós 30. Revista Mediações , 53 - 59.
Locatelli, C. (08 de 23 de 2011). A política de descentralização na educação brasileira: resultados e consequencias . Palmas , Tocantins , Brasil .
MARQUES SOUSA, L. C. (s.d.).
Souza, L. C. (2021). Gestão educacional democrátia: intinérario de um paradgma em construção. Recife : Bagai.
Vargas, F. G. (s.d.). A Era Vargas: dos anos 20 a 1945. Fonte: FGV CPDOC.

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