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Prof. Marcus dos Reis UNIDADE II Mecânica dos Solos e Fundações NBR da ABNT – Norma Brasileira da Associação Brasileira de Normas Técnicas. DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Classificação táctil-visual. (Bloco 1) Identificação táctil-visual e Métodos de exploração do subsolo – Sondagens Caso seja um solo arenoso, a mistura permite sentir que os grãos são ásperos ao tato e apresentam partículas que são visíveis a olho nu. Caso seja um solo siltoso, a mistura apresenta-se menos áspera do que a areia, sendo perceptível visualmente e ao tato. Caso seja um solo argiloso, quando misturado com água, a mistura tende a se espalhar entre os dedos, apresentando uma semelhança com uma pasta de sabão escorregadia. Quando seco, os grãos finos das argilas proporcionam uma sensação similar a um talco e/ou farinha. Táctil-visual Solos (arenoso, siltoso e argiloso) Na fase de investigação e exploração do subsolo em projeto de engenharia, o mais comum é empregar métodos diretos, como sondagens à percussão, a trado e rotativa, aberturas de poços e até mesmo trincheiras para obter informações sobre o subsolo. Sondagens de simples reconhecimento O método mais comum de reconhecimento do subsolo é a sondagem de simples reconhecimento, que é objeto da norma brasileira, a NBR 6484. É ponto de partida para programas mais detalhados de investigação. Métodos de exploração do subsolo Sondagens Procedimento para execução (três etapas): Perfuração; Amostragem; Resistência à penetração. Perfuração Trado tipo cavadeira: = 10 cm; Inserção de hastes; Por cravação: tubo de revestimento: = 2,5” (6,35 cm); Espiral: acima do nível d’água. Sondagens a trado e à percussão Perfuração (tipos mais comuns de trados) Métodos de exploração do subsolo – Sondagens Fonte: Acervo próprio Tubo galvanizado Tipo balde Tipo helicoide Amostragem Amostrador i = 34,9 mm; e = 50,8 mm; L = 45 cm. Índice de resistência à penetração é também chamado de NSPT ou SPT do solo Resistência à penetração (SPT) SPT - Standard Penetration Test “N” - “número” (“number”) Fonte: Acervo próprio Percussão Amostrador Padrão Nº de Golpes Nº de Golpes Nº de Golpes Métodos de exploração do subsolo: Compacidade, consistência e número de furos de sondagens Fonte: Adaptadas de: ABNT, 1980 SPT CONSISTÊNCIA >2 Muito mole 3 a 5 Mole 6 a 10 Média 11 a 19 Rija Acima de 19 Dura Tabela – Argilas e siltes argilososTabela – Areias e siltes arenosos Área (A = m²) Número de pontos de sondagens A ≤ 200 m² 2 200 m² < A < 400 m² 3 400 m² < A < 1200 m² 1 sondagem para cada 200 m² que excederem os 400 m² 1200 m² < A < 2400 m² 1 sondagem para cada 400 m² que excederem os 1200 m² A > 2400 m² Fixado de acordo com o plano particular da construção SPT COMPACIDADE 0 a 4 Fofa 5 a 8 Pouco compacta 9 a 18 Mediamente compacta 19 a 40 Compacta Acima de 40 Muito compacta Resumo do Boletim de Sondagem Resultado obtido de metro em metro da resistência NSPT Resultado de uma sondagem de simples reconhecimento Fonte: Acervo próprio Em 5,0 m de profundidade, fez-se a determinação do SPT com os números de golpes, resultando nos valores do ensaio apresentados na tabela a seguir: Resultados do ensaio SPT Solução: O NSPT é a soma dos dois últimos trechos, ou seja, 8+8 = 16. Note-se que se diz que o NSPT à profundidade de 5,0 m é 16, embora ele tenha sido medido entre as profundidades de 5,16 e 5,45 m. Exemplo de aplicação Trecho 1os 15 cm 2𝑜𝑠 15 cm 3𝑜𝑠 15 cm Golpes/cm 5/15 8/15 8/15 Em um terreno com área de 300 m², no primeiro furo de 8,0 m de profundidade fez-se a determinação do SPT com os números de golpes, resultando nos valores da tabela a seguir, e com a amostra coletada no amostrador realizou-se a análise táctil-visual, sendo que ao manter o contato com a água, os grãos possuem aspecto áspero ao tato e é possível ver o grão a olho nu. Pergunta-se: quantos furos devem ser realizados no terreno, qual a resistência do solo a 8 m e o respectivo tipo de solo. Resultados do ensaio SPT a) 2, NSPT = 30 e solo argiloso. b) 3, NSPT = 15 e solo argiloso. c) 4, NSPT = 25 e solo siltoso. d) 3, NSPT = 15 e solo arenoso. e) 3, NSPT = 25 e solo arenoso. Interatividade Trecho 1os 15 cm 2𝑜𝑠 15 cm 3𝑜𝑠 15 cm Golpes/cm 5/15 11/15 14/15 Em um terreno com área de 300 m², no primeiro furo de 8,0 m de profundidade fez-se a determinação do SPT com os números de golpes, resultando nos valores da tabela a seguir, e com a amostra coletada no amostrador realizou-se a análise táctil-visual, sendo que ao manter o contato com a água, os grãos possuem aspecto áspero ao tato e é possível ver o grão a olho nu. Pergunta-se: quantos furos devem ser realizados no terreno, qual a resistência do solo a 8 m e o respectivo tipo de solo. Resultados do ensaio SPT a) 2, NSPT = 30 e solo argiloso. b) 3, NSPT = 15 e solo argiloso. c) 4, NSPT = 25 e solo siltoso. d) 3, NSPT = 15 e solo arenoso. e) 3, NSPT = 25 e solo arenoso. Resposta Trecho 1os 15 cm 2𝑜𝑠 15 cm 3𝑜𝑠 15 cm Golpes/cm 5/15 11/15 14/15 Procura-se obedecer às seguintes recomendações: Distribuição homogênea na área projetada da construção. Distância entre as sondagens aproximadamente iguais. Localização das sondagens 40m 30m 1 5 m 1 0 m P e rím e tro d e p ro je ç ã o d e á re a c o n s tru íd a . P e rím e tro d o te rre n o . Fonte: acervo próprio Evitar extrapolações (grandes trechos sem sondagens). No caso de três ou mais sondagens, nunca distribuí-las ao longo de uma mesma reta, para que se possa ter indicações sobre eventuais inclinações das camadas do subsolo. (Bloco 2) Localização das sondagens 60m 1 5 m 1 0 m 45m Fonte: acervo próprio A NBR 8036/83 recomenda que o número de sondagens seja função da área (A), de construção projetada em planta do edifício, conforme resumido a seguir: A ≤ 200 m2 ⇒ 2 sondagens. 200 m2 < A < 400 m2 ⇒ 3 sondagens. 400 m2 < A < 1200 m2 ⇒ 1 sondagem para cada 200 m2 que excederem os 400 m2. 1200 m2 < A < 2400 m2 ⇒ 1 sondagem para cada 400 m2 que excederem os 1200 m2. A > 2400 m2 ⇒ fixado de acordo com o plano particular da construção. (Bloco 2) Localização das sondagens (Bloco 2) Localização das sondagens 60m 45m 1 5 m 1 0 m 40m 30m 1 5 m 1 0 m Fonte: acervo próprio Perfil geotécnico (Perfil longitudinal do terreno) Seção do subsolo interpolada a partir de sondagens de simples reconhecimento Fonte: Acervo próprio Fixando como critério a profundidade tal que o acréscimo de tensão no solo, devido às cargas estruturais aplicadas, seja menor que 10% da tensão vertical efetiva de peso de terra. q: tensão média sobre o terreno (peso do edifício dividido pela área em planta). : peso específico natural (ou submerso, abaixo do NA) médio para os solos ao longo da profundidade em questão. B: menor dimensão do retângulo circunscrito à planta da edificação. L: maior dimensão do retângulo circunscrito à planta da edificação. D: profundidade da sondagem. Profundidade das sondagens Profundidade das sondagens Gráfico: estimativa da profundidade D de sondagem. Fonte: NBR 8036, 1983, p. 2. Determine a profundidade das sondagens para um edifício com 10 andares (supondo fundação direta). q: 250 kN/m2; estimado: 18 kN/m3; B: 10 m. a) 20 m. b) 18 m. c) 10 m. d) 32 m. e) 15 m. Interatividade q: tensão média sobre o terreno; : peso específico natural; B: menor dimensão; L: maior dimensão do retângulo; D: profund. sondagem. Fonte: acervo próprio 60m 45m P e rím e tro d e p ro je ç ã o d e á re a c o n s tru íd a . P e rím e tro d o te rre n o . 1 5 m 1 0 m Determine a profundidade das sondagens para um edifício com 10 andares (supondofundação direta). q: 250 kN/m2; estimado: 18 kN/m3; B: 10 m. a) 20 m. b) 18 m. c) 10 m. d) 32 m. e) 15 m. Resposta q: tensão média sobre o terreno; : peso específico natural; B: menor dimensão; L: maior dimensão do retângulo; D: profund. sondagem. Fonte: acervo próprio 60m 45m P e rím e tro d e p ro je ç ã o d e á re a c o n s tru íd a . P e rím e tro d o te rre n o . 1 5 m 1 0 m Determine a profundidade das sondagens para um edifício com 10 andares (supondo fundação direta). q: 250 kN/m2; estimado: 18 kN/m3; B: 10 m. D/B = 3,2 ∴ D = 32 m. Solução da interatividade q: tensão média sobre o terreno; : peso específico natural; B: menor dimensão; L: maior dimensão do retângulo; D: profund. sondagem. Fonte: acervo próprio. 45m P e rím e tro d e p ro je ç ã o d e á re a c o n s tru íd a . P e rím e tro d o te rre n o . 1 5 m 1 0 m 60m Cálculo da tensão admissível a partir do resultado da prova de carga. A tensão de ruptura (r) a ser adotada a partir do resultado de uma prova de carga é o menor dos três valores: Cálculo da tensão admissível a partir do resultado da prova de carga Bulbo de tensões. Fonte: FESP, 2000. Tensão de ruptura definida no ensaio, no caso de ruptura geral. Tensão correspondente a um recalque de 25 mm. Cálculo da tensão admissível a partir do resultado da prova de carga Bulbo de tensões. Fonte: FESP, 2000. Tensão máxima aplicada no ensaio, se não atingida a ruptura ou um recalque de 25 mm. Escolhida a tensão de ruptura de acordo com o critério anterior, a tensão admissível será o menor dos dois valores: Tensão de ruptura dividida por um fator de segurança igual a 2 (r /2); Tensão correspondente a um recalque de 10 mm (10). É importante conhecer o perfil geotécnico do terreno para evitar interpretações erradas. Cálculo da tensão admissível a partir do resultado da prova de carga Exemplo gráfico de resultado obtido na prova de carga Prova de Carga. Fonte: Acervo próprio. tensão (kN/m2) R e c a lq u e ( m m ) Determinar, a partir do resultado apresentado a seguir de uma prova de carga em placa de 80 cm de diâmetro, o valor da tensão admissível do solo. a) adm = 390 kN/m2. b) adm = 290 kN/m2. c) adm = 350 kN/m2. d) adm = 490 kN/m2. e) adm = 190 kN/m2. Interatividade Fonte: Acervo próprio Determinar, a partir do resultado apresentado a seguir de uma prova de carga em placa de 80 cm de diâmetro, o valor da tensão admissível do solo. a) adm = 390 kN/m2. b) adm = 290 kN/m2. c) adm = 350 kN/m2. d) adm = 490 kN/m2. e) adm = 190 kN/m2. Resposta Fonte: Acervo próprio Determinar, a partir do resultado apresentado a seguir de uma prova de carga em placa de 80 cm de diâmetro, o valor da tensão admissível do solo. Solução: Na prova de carga, está bem definida a tensão de ruptura de 1230 kN/m2. A tensão correspondente a um recalque de 25 mm é maior (600 kN/m2). Portanto, o valor a ser tomado como r é 1230 kN/m2. Solução da interatividade Fonte: Acervo próprio r/2 = 1230/2 = 615 kN/m2 10 = 490 kN/m2 Logo adm = 490 kN/m 2. Solução da interatividade Prova de Carga. Fonte: Acervo próprio Determinação das tensões verticais Os solos são constituídos por partículas, e as forças aplicadas neles são transmitidas entre as partículas, além de parte suportada pela água localizada nos vazios. Esse fenômeno de divisão das forças é muito complexo, principalmente no caso de argilas, sendo mais fácil a interpretação desse fenômeno em solos granulares. Estimativa da tensão admissível do terreno Fonte: Pinto, C. S. 2002. Ilustração da distribuição de forças entre grãos de solo Determinação das tensões verticais Tensão vertical A pressão da água “u” será: A tensão efetiva para solos saturados: Formação da tensão vertical geostática em um elemento de solo. Fonte: Pinto, C. S. 2002, p. 83 e p. 85. Determinação das tensões verticais Características do subsolo determinado na sondagem à percussão: Determinação das tensões verticais Fonte: Acervo próprio Figura 1 Figura 2 Areia Fina e média Argila pouco siltosa mole Pedregulho (material granular) Pedregulho (material granular) Argila pouco siltosa mole Quando o solo é constituído por camadas, a tensão vertical resulta do somatório do efeito das diversas camadas (figura a seguir). Tensão vertical A pressão da água “u” será: A tensão efetiva para solos saturados: Exemplo de aplicação Soma de tensões devidas ao peso próprio de camadas diversas de solo. Fonte: Pinto, C. S, 2002, p. 85. Na figura a seguir, podemos observar o acréscimo de tensão efetiva da cota -4 m até a cota -8 m, resultante do acréscimo da pressão neutra, portanto, pede-se os acréscimos da tensão total, pressão neutra e tensão efetiva. a) 34 kPa, 20 kPa, 24 kPa. b) 14 kPa, 40 kPa, 14 kPa. c) 32 kPa, 38 kPa, 24 kPa. d) 64 kPa, 40 kPa, 24 kPa. e) 54 kPa, 40 kPa, 56 kPa. Interatividade Fonte: adaptado de PINTO, C. S. Na figura a seguir, podemos observar o acréscimo de tensão efetiva da cota -4 m até a cota -8 m, resultante do acréscimo da pressão neutra, portanto, pede-se os acréscimos da tensão total, pressão neutra e tensão efetiva. a) 34 kPa, 20 kPa, 24 kPa. b) 14 kPa, 40 kPa, 14 kPa. c) 32 kPa, 38 kPa, 24 kPa. d) 64 kPa, 40 kPa, 24 kPa. e) 54 kPa, 40 kPa, 56 kPa. Resposta Fonte: adaptado de PINTO, C. S. Na figura a seguir, podemos observar o acréscimo de tensão efetiva da cota -4 m até a cota -8 m, resultante do acréscimo da pressão neutra, portanto, pede-se os acréscimos da tensão total, pressão neutra e tensão efetiva. Obs.: o acréscimo da tensão efetiva pode ser calculado direto, ou seja: Solução da interatividade Fonte: adaptado de PINTO, C. S. ATÉ A PRÓXIMA!
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