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2o TRIMESTRE 2022 CB4D O Perigo das Tentações As orientações da Palavra de Deus de como resistir e ter uma vida vitoriosa O PERIGO DAS TENTAÇÕESLIÇÃO 1 3 LIÇÃO 2 ADÃO E EVA: QUERENDO SER COMO DEUS 8 LIÇÃO 3 JOSÉ: RESISTIR À TENTAÇÃO É POSSÍVEL 13 LIÇÃO 4 DESAFIANDO A DEUS NO DESERTO 18 LIÇÃO 5 BALAÃO: QUANDO DEUS DIZ NÃO 23 LIÇÃO 6 OLHANDO PARA A DIREÇÃO ERRADA 28 LIÇÃO 7 33 A TENTAÇÃO DE FUGIR DO JULGAMENTO DE DEUSLIÇÃO 8 38 PEDRAS PODERÍAM SE TORNAR PÃESLIÇÃO 9 43 LIÇÃO 10 INTERPRETANDO ERRONEAMENTE AS ESCRITURAS 48 LIÇÃO 11 ANTECIPANDO OS PLANOS DE DEUS 53 QUANDO SATANÁS ENCHE O CORAÇÃO DO HOMEMLIÇÃO 12 57 DEUS PROVÊ O ESCAPELIÇÃO 13 61 CONSTRUINDO TUDO PARA A MINHA GLÓRIA CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS Presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil José Wellington Costa Junior Presidente do Conselho Administrativo José Wellington Bezerra da Costa Diretor Executivo Ronaldo Rodrigues de Souza Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho Consultor Doutrinário e Teológico Elienai Cabral Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfim Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva Gerente Comercial Cícero da Silva Gerente da Rede de Lojas João Batista Guilherme da Silva Gerente de TI Rodrigo Sobral Gerente de Comunicação Leandro Souza da Silva Chefe do Setor de Educação Cristã Marcelo Oliveira Chefe do Setor de Arte & Design Wagner de Almeida Comentarista Alexandre Coelho Editora Telma Bueno Revisora Verônica Araújo Projeto Gráfico, Diagramação e Capa Suzane Barboza Fotos shutterstock.com RIO DE JANEIRO - CPAD MATRIZ Av. Brasil, 34.401 - Bangu - CEP21852-002 Rio de Janeiro - RJ CENTRAL DE ATENDIMENTO 0800-021-7373 Ligação gratuita Segunda a sexta: 8h às 18h. Livraria Virtual www.cpad.com.br Comunique-se com a editora da revista: telma.bueno@cpad.com.br O PERIGO DAS TENTAÇÕES AS ORIENTAÇÕES DA PALAVRA DE DEUS SOBRE COMO RESISTIR E TER UMA VIDA VITORIOSA Prezado(a) aluno(a), com a graça de Deus vamos iniciar mais um trimes tre de estudos da Palavra de Deus, que é "lâmpada para os nossos pés". Estudaremos a respeito de um tema que atualmente não é muito abordado, mas é extremamente relevante para o crente: a tentação. Todo crente é tentado; o próprio Jesus, depois do seu batismo, foi levado ao deserto pelo Espírito Santo e ali foi tentado por Satanás. Jesus venceu todas as propos tas do Diabo usando a Palavra de Deus, pois Ele a conhecia bem. Para vencermos as muitas propostas do mundo, da carne e do Maligno, precisamos conhecer as Escrituras Sagradas e ter um relacionamento pessoal com o Pai. A tentação em si não é peca do, o erro está no ato de ceder à tentação, deixando de lado o que Deus nos ordenou na sua Palavra. Que estejamos atentos, vigilantes para que jamais venhamos cair nas muitas ciladas do Diabo. Um trimestre abençoado, prote gidos de toda e qualquer investida do Inimigo. Até o próximo trimestre! shutterstock.com http://www.cpad.com.br mailto:telma.bueno@cpad.com.br O PERIGO DAS TENTAÇÕES TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar adma do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar." (1 Co 10.13) RESUMO DA LIÇAO Nenhum ser humano está livre de ser tentado, seja por seus próprios desejos carnais, seja pelo Inimigo de nossas almas. SEGUNDA-Tg 1.13 Deus não tenta a ninguém TERÇA - Mt 6.13 Livra-nos do mal QUARTA - Lc 4.1,2 Jesus foi tentado QUINTA-2 Pe 2.9 Deus livra da tentação SEXTA - Ef 6.13 Tome a armadura de Deus SÁBADO - Rm 13.14 Revista-se do Senhor Jesus JOVENS 3 TEXTO BÍBLICO Tiago 1.2-5; 12-17 2 Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações. 3 Sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. 4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltarem coisa alguma. 5 E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada. 12 Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. 13 Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. 14 Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupis- cência. 15 Depois, havendo a concupiscência con cebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. 16 Não erreis, meus amados irmãos. 17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação. INTRODUÇÃO Um dos maiores perigos para uma vida de santidade e comunhão com Deus é a tentação. Ela pode se mani festar de diversas formas e para todas as pessoas. Até o próprio Senhor Jesus foi tentado, mas não se deixou ser vencido pela tentação. A tentação não é o pecado em si, mas uma isca para que a pessoa caia nele. A temática deste trimestre é a res peito da tentação. A Palavra de Deus será a fonte dos nossos estudos, com a análise de casos de personagens bíblicos que cederam à tentação e pagaram um preço alto. Também trataremos a respeito da tentação do Senhor Jesus, que nos serve de modelo para resistir às empreitadas de Satanás. Veremos que é possível escolher entre pecar contra Deus, cedendo à tentação, e ser fiel a Ele, dominando nossas tendências ao pecado e, assim, dar Lugar a uma vida que agrade ao Senhor. I -OQUEÉ A TENTAÇÃO 1. Um convite ao pecado. Pode mos descrever a tentação como um impulso que move o ser humano a alguma ação que abrirá a porta para o pecado, ou para alguma situação que vai comprometer o futuro da pessoa que está sendo tentada. A tentação não é o pecado, mas um convite a ele. Uma pessoa que passa por um momento de tentação tem a escolha de ceder ou não, subjugando sua própria vontade ou sendo dominada por ela. Isso nos mostra que a tentação não é um fator determinante para que uma pessoa caia, ou seja, que uma pessoa tentada peque. Deus espera que guardemos a sua Palavra em nosso coração, que tenhamos uma vida de comunhão com Ele e que andemos de modo vigilante, atentos às muitas ciladas do Diabo (2 Pe 5.8). Como pessoas, nós temos necessi dades físicas e emocionais. Por isso que toda tentação tende, de forma inicial, 4 JOVENS buscar preencher essas “Lacunas". Pode ser o desejo desenfreado por um tipo de comida ou um gasto financeiro não adequado ou não planejado, ou ainda por status, posição ou mesmo pela busca de um relacionamento com outra pessoa. Sendo assim, não devemos andar segundo a concupiscência da carne (GL 5.17-21). A Lista de desejos varia de pessoa para pessoa. A questão é: será que aquela possível necessidade só pode ser satisfeita com a proposta que a tentação apresenta? 2. Uma forma de provar se cremos que Deus é suficiente para nós. A tentação é como uma vitrine que fixa o olhar do ser humano para aquilo que vai contra Deus e a sua vontade. Quando uma pessoa cede à tentação, ela está agindo de maneira como se Deus não se importasse com suas necessidades, ou que Ele não tivesse o poder de mudar a realidade de acordo com a vontade dEle. Quando somos tentados e cedemos, mostramos que não confiamos em Deus. Foi o caso de Adão e Eva, que se esqueceram de que o Criador é suficiente quando se depararam com a ideia de que pode ríam conhecer o bem e o mal, assim como que Deus (Gn 3.1-5). O preço da desconfiança e da desobediência foi definitivo (Gn 3.14-19,23). A tentação passa pela confiança. Ou você confia na pessoa que está fazen do uma proposta que pode alterar de forma negativa a sua vida, ou acredita que Deus é fiel para suprir suas neces sidades (Sl 23.1). Até que ponto quem está lhe oferecendo uma saída mais fácil realmente tem interesse no seu bem-estar espiritual e físico? Mais do que tomar um caminho, que aprincipio pode parecer mais fácil, a tentação é um teste de confiança para todos nós, se realmente acreditamos que Deus pode suprir nossas necessidades e se o que Ele disse é melhor para nós. 3. A tentação não resistida faz com que uma pessoa caia de onde Deus a colocou. Uma pessoa pode ceder à ten tação não apenas diante de um grande obstáculo. Mas diante de coisas corriquei ras do seu dia a dia, o que acaba por criar um histórico de pequenas concessões. Pouco a pouco, as pequenas tentações se tornam como raposinhas em meio a uma plantação de vinhas e estragam tudo (Ct 2.15). As tentações que achamos ser menores, se não abandonadas, vão dar origem a outras maiores, destruindo a vida de uma pessoa, a sua reputação e sua família. Quantos foram agraciados por Deus e perderam suas posições por não terem resistido a uma ou mais tentações? Tomemos como exemplo o jovem Sansão (Jz 14—16). 0 PENSE! A “queda"de uma pessoa pode ser fruto dar uma única tentação que não foi resistida? @ PONTO IMPORTANTE! A “queda"de uma pessoa costuma se dá aos poucos, com pequenos atos de desobediência, motivados por pequenas tentações que não foram resistidas. II - COMO ELA SE MANIFESTA 1. Por uma ação de Satanás. O Ini migo é descrito como um dos principais agentes da tentação, pois ele tentou o próprio Senhor Jesus Cristo (Mt 4.1-11). Se ele não deixou de tentar a Jesus, JOVENS 5 com certeza se empenhará em Lançar “iscas" para seduzir os servos de Deus e tirá-los da presença do Senhor. Ele fez o possível para que Jó blasfemasse contra Deus (Jó 1.11), mas não conse guiu que o patriarca deixasse de ser um homem sincero, reto e temente a Deus (Jó 1.8). Satanás vai observar o momento e o lugar em que esta mos, e oferecerá ciladas a fim de que pequemos contra Deus. A tentação também pode ganhar forças quando o Diabo se utiliza de certos sentimentos que abrigamos em nossos corações, como por exemplo: o orgulho. Foi o que aconteceu com Nabucodonosor (Dn 5.18-21). Esses sentimentos costu mam ser usados por Satanás para que sejamos tentados e, assim pequemos. Momentos de isolamento também tendem a fazer com que fiquemos mais suscetíveis às tentações. Por isso, Satanás tem investido para que servos de Deus deixem de congregar e de terem comunhão uns com os outros. Ovelhas que andam Longe do rebanho e afastadas dos cuidados do pastor, sempre são alvos fáceis dos lobos e mercenários (Jo 10.11-13). 2. Focando em nossas necessida des. Todas as pessoas têm necessida des, e essas necessidades podem ser um canal para que a tentação acabe se apresentando como uma solução prática e fácil. A tentação por ter mais dinheiro pode Levar uma pessoa a com prometer sua vida financeira ou destruir sua família trabalhando em excesso e deixando de assistir os seus (1 Tm 6.10). A necessidade por afeto pode fazer com que uma pessoa busque uma vida sexual desregrada e arque com as consequências no seu corpo, alma e espirito, como por exemplo, a mulher Samaritana (Jo 4.16-18). A necessidade desenfreada de ter bens materiais pode deixar uma pessoa endividada e sem crédito para suas aquisições básicas e necessárias. E a busca por títulos pode fazer com que uma pessoa comprometa sua fé, moldando-se ao espirito deste mundo (Rm 12.2). As variedades são muitas, pois o que atrai uma pessoa não necessariamente atrai outra. 3. Focando em algo de que não precisamos. A tentação pode ganhar espaço em nossas vidas quando ela se apresenta como uma suposta oportuni dade de um ganho ou de um beneficio, caso venhamos a nos esquecer de Deus. Quem nunca se viu surpreen dido por uma “oportunidade” ou por uma “promoção" que, sem dúvida, Lhe proporcionaria, de forma fácil, um titulo, dinheiro ou uma posição de destaque? Adão e Eva viviam no Paraíso e não precisavam desobedecera Deus, mas o fizeram porque se deixaram conven cer pela ideia de que precisavam ser como o Todo-Poderoso, conhecendo o bem e o mal. Balaão tinha ouvido Deus falar para não amaldiçoar Israel, mas se deixou levar por um prêmio do qual não tinha necessidade (2 Pe 2.15; Jd 1.11). III - QUANDO CEDEMOS ÀTEN- TAÇÃO 1. Perdemos a comunhão com Deus. A primeira consequência de se ceder à tentação é a perda gradativa da comunhão com Deus, advinda do pecado (Gn 3.8). Davi sentiu esse peso quando cedeu à tentação e adulterou com Bate-Seba, a ponto de, após ser confrontado por Deus, ter pedido: “Não 6 JOVENS me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espirito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espirito voluntário" (Sl 51.11,12). As consequências para aqueles que cedem à tentação são muitas e danosas; e uma delas é a morte (Tg 1.15). Outra consequência é o sentimento de culpa, que pode afastar as pessoas da presença do Senhor. 2. Comprometemos o nosso futuro. O ato de ceder a uma tentação pode selar o destino de uma pessoa. Quantos Lares foram e são destruídos por um pai ou mãe que não consegue resistir a uma bebida ou a uma droga? Quantos relacionamentos foram destruídos por contínuas quebras de confiança? Isso nos mostra que ceder às tentações traz consequências que serão vistas de ime diato ou no futuro. Seja a dependência de um vicio, seja uma infidelidade, o preço de ceder à tentação sempre chega. "De Deus não se zomba; o que o homem semeia, colherá" (Gl 6.7). 3. Ficamos dominados por senti mentos ruins. Se cedermos à tentação, Logo vamos experimentar sentimentos tóxicos que vão afetar nossas vidas e relacionamentos, como por exemplo: a frustração, a baixa autoestima, o sentimento de culpa, o medo e a ideia de que Deus virou as costas para nós. Esses sentimentos nos fazem adoecer no corpo, na alma e no espírito. A Palavra de Deus nos diz que “não veio sobre vós tentação, senão humana" (1 Co 10.13). Tal verdade significa que todos são, de alguma forma, tentados em situações muito particulares. Quan do imaginamos que nada poderá nos afetar, é ali que a nossa humanidade será testada. O CONCLUSÃO É preciso entender que a tentação envolve muito mais do que uma sa tisfação pessoal física ou emocional momentânea. Essa satisfação nunca será duradoura, mas suas consequ ências poderão ultrapassar gerações. Por isso, é necessário entender e crer que Deus é mais do que suficiente para todos nós, e que seus manda mentos existem para que sejamos protegidos de pecar contra Ele, caindo em tentação. Ô HORA DA REVISÃO 1. De acordo com a Lição, como po demos descrever a tentação? 2. A queda de uma pessoa costuma ocorrer em uma única tentação? 3. Satanás é o único agente que pro move a tentação? 4. Cite uma consequência de se ceder à tentação. 5. Se cedermos à tentação quais sentimentos vão nos afetar? ADÃO E EVA: QUERENDO SER COMO DEUS TEXTO PRINCIPAL "Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." (Gn 3.5) RESUMO DA LIÇÃO Mesmo sendo criado sem pecado, o primeiro casal cedeu à tentação e desejou ser como Deus. LEITURA SEMANAL SEGUNDA - Gn 2.16,17 Um mandamento simples TERÇA - Gn 3.1 A conversa da desobediência QUARTA - GN 2.17 Uma morte anunciada QUINTA - Gn 5.5 A morte concretizada SEXTA - Os 11.9 Deus não mente SÁBADO - Is 43-10 Não há outro Deus 8 JOVENS TEXTO BÍBLICO Gênesis 3.1-11 1 Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos. 3 Mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4 Então, a serpente disse à mulher: Cer tamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal 6 E, vendo a mulher que aquelaárvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7 Então, foram abertos os olhos de am bos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. 8 E ouviram a voz doSENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia: e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim, 9 E chamou o SENHOR Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás? 10 E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. 11 E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? INTRODUÇÃO O tema tentação é apresentado nas Sagradas Escrituras em diversos mo mentos, e com diferentes pessoas. Nem mesmo o primeiro casal, criado em um estado de perfeição, escapou de ser tentado e de ceder à tentação. Nesta lição, veremos de que forma Adão e Eva, ainda que orientados por Deus, decidiram romper os limites estabelecidos pelo Criador. Os resultados advindos dessa decisão foram nefastos para o homem e para a natureza, e perduraram até os nossos dias. Assim como o primeiro casal, estamos sujeitos à tentação, mas podemos escolher entre pecar contra Deus ou sermos fiéis a Ele. Desejar ser como Deus e ficar livre da consequência dessa escolha foi a “chave” usada por Satanás para tentar Adão e Eva, e eles se deixaram levar por esse desejo. I - UMA ORIENTAÇÃO DADA PELO PRÓPRIO CRIADOR 1. A criação. A Palavra de Deus nos mostra que antes do Eterno criar o primeiro casal, o mundo tinha forma e os animais já existiam (Gn 1.14-23). Deus não apenas trouxe ordem ao caos existente, mas também preparou um local devidamente adequado para que o homem e a mulher pudessem viver sem padecer qualquer necessidade (Gn 2.8-15). O homem não foi criado no jardim, mas foi ali colocado por Deus não apenas para cuidar dele, mas também para guardá-lo (Gn 2.15). Adão estava cercado de animais e desfrutava da companhia de Deus, mas o próprio Senhor afirmou: "Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18), Então, 0 Senhor, da costela do homem, formou aquela que seria a ajudadora JOVENS 9 de Adão, a sua outra metade (Gn 2.18). Esta verdade bíblica nos mostra que há uma forte ligação afetiva e emo cional entre o homem e a mulher. Essa ligação afetiva foi planejada por Deus para o casal, por isso Satanás sempre vai tentar destrui-la com suas muitas propostas enganosas. 2, Criados sem pecado. O primeiro casal foi formado sem pecado, no es tado de inocência. Adão e Eva foram criados para não morrer. As Escrituras nos mostram que desde o principio, Deus preparou o melhor para a huma nidade. Assim como 0 primeiro casal, ali no Éden, o Senhor deseja que tenhamos provisão, proteção e a presença dEle. 3. Uma única restrição. A única restri ção que Deus determinou ao casal foi não comer do fruto que procedia da árvore que Ele chamou de “árvore da ciência do bem e do mal” (Gn 2.16,17). Não nos é dito, no livro de Gênesis, o formato, a aparência ou o tamanho desse fruto, nem dessa árvore, mas entendemos que o primeiro casal sabia onde ela estava e como era a sua aparência e fruto. Deus foi bem enfático ao afirmar que o homem jamais poderia comer da árvore da ciência do bem e do mal. Adão e Eva entenderam as orientações que o Eterno lhes dera. Deus não criou robôs programados para obedecerem incondicionalmente a qualquer ordem, sem poderem refletir no que iriam fazer ou deixar de fazer, e nas consequências de suas ações. Adão e Eva tinham autonomia para obedecerem a Deus ou rebelar-se contra Ele. II-SERÁS COMO DEUS 1. A dúvida. Um dos maiores proble mas no tocante à tentação é o fato de que ela não apenas serve de isca para 0 pecado, mas coloca em cheque o que pensamos a respeito de Deus. Muitas vezes, diante de uma necessidade, a dúvida aparece e pensamos: “Deus realmente vai suprir minhas neces sidades?" Ou diante de uma situação perigosa questionamos: “O Senhor vai mesmo me livrar e proteger?" A Palavra de Deus afirma que Sata nás se aproximou de forma sorrateira da mulher, e começou a conversar com ela por meio da serpente. Esse animal certamente já era conhecido do primeiro casal, e por isso, não deve ter despertado espanto quando se aproximou e iniciou a conversa. A dúvida semeada pela serpente na mente e no coração de Adão e Eva foi a respeito do que Deus havia falado: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” A mulher respondeu que, exceto uma, as demais árvores lhes eram permitidas (Gn 3.2). Contudo, a serpente continuou falando de modo astuto e afirmou ao casal: “Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3,5). As palavras do Diabo foram direto ao coração de Eva: era como se Deus não quisesse abençoar o primeiro casal com uma sabedoria especial e, mais ainda, com a possibilidade de eles serem como o próprio Criador. O Inimigo semeou no coração de Eva o mesmo sentimento pelo qual foi expulso do Céu (Is 14.14). Da mesma forma que ocorreu a queda do ser que fora criado para glorificar a Deus, caíram também 0 homem e a mulher. 2. “Se abrirão os vossos olhos". A ser pente fez Eva acreditar na possibilidade de obter um conhecimento extraordinário 10 JOVENS sem esforço algum. Saber mais do que era preciso, no caso do primeiro casal, não estava atrelado a possuir um conhe cimento diferenciado para a vida, e sim ao ato de desobedecer ao que Deus havia determinado. Não é pecado buscar o co nhecimento. A Palavra de Deus nos convida a buscar a sabedoria e o conhecimento (Pv 47). Entretanto, ela nos adverte a que não nos apoiemos somente na nossa própria experiência, mas que aprendamos a confiar no Senhor (Pv 3.5). Deus tem prazer em partilhar conosco os seus segredos, mas há coisas que não nos é resen/ado saber. 3. “Sereis como Deus". Satanás, ao tentar Eva, diz que ela e 0 marido seriam como Deus. Mas em que aspecto? Na glória que Deus manifestava, ou no seu poder criador? Em nenhum dos atributos de Deus. Satanás ofereceu a eles uma promessa falsa, a de saber a diferença entre o bem e o mal. O que eles receberam foi justamente o que Deus disse que aconteceria caso fossem desobedientes: a morte. O pai da mentira iniciava, assim, o seu projeto para destruir a obra prima de Deus, 0 PENSE! Será que foi a busca pelo conhecimento que derrubou 0 primeiro casal? @ PONTO IMPORTANTE! 0 que derrubou 0 primeiro casal não foi a busca do conhecimento, e sim a desobediência a Deus, que já os havia orientado acerca de suas ações em relação ao fruto. III - O CUSTO DA DESOBEDIÊNCIA 1. O afastamento de Deus. A pri meira ação de Adão e Eva, depois de desobedecerem a Deus, foi tentar se esconder da presença dEle (Gn 3.8). Em sua onisciência, o Senhor já sabia do ocorrido, no entanto Ele não pergun tou a Adão: “Por que você pecou?” O Criador perguntou: “Onde estás"? Deus sabia onde eles estavam, mas desejava dar ao casal a oportunidade para que entendessem o que fizeram. O “onde estás” representava uma posição de afastamento da presença de Deus. O Senhor não chamou Eva, mas chamou Adão, pois ele era o responsável pelo jardim, por sua esposa e. juntamente com ela. por obedecer às orientações que havia recebido de Deus. 2. Problemas entre o casal. Com a desobediência por parte do casal, tam bém veio o primeiro desentendimento entre eles. Adão, questionado por Deus por sua desobediência, aponta para sua esposa como a fonte que o induziu ao erro (Gn 3.12). É curioso como ele tentou transferir a culpa do seu erro para outra pessoa, sendo que ele mesmo não se opôs à proposta de desobedecer a Deus. Não raro, temos a tendência de buscar um culpado para a nossa própria torpeza. Acabamos surpreendidos pelo confronto de nossa consciênciae da voz de Deus, e a primeira coisa que fazemos é arrumar uma pessoa ou uma situação para justificar nossa falha. Por sua vez, Eva, questionada tam bém por Deus, aponta para a serpente como a raiz da sua desobediência. Tanto Eva quanto Adão não entende ram que eram responsáveis por suas atitudes, e que por mais que fossem incentivados por elementos externos a pecarem, eles eram culpados por escolher e colher os resultados de suas ações. JOVENS 11 J Adão e Eva se esqueceram dos momentos com Deus, das riquezas do jardim, do convívio e das conversas ao fim do dia. Ao dar ouvidos a Satanás, eles se posicionaram em contrariedade ao que conheciam do próprio Deus, mesmo que de forma inconsciente. 3. A morte como consequência. O que o Inimigo não disse, foi o preço que o casal pagaria pela desobediência: a morte. Satanás conseguiu, em poucas palavras, perverter no coração do primeiro casal toda a orientação que Deus dera. Isso nos mostra que temos a inclinação de questionar o que Deus disse, e uma vez questionando, crer que é possível ultrapassar os limites por Ele propostos, sem ver lá, na frente, as consequências. Muitas vezes, não apenas questionamos o que foi falado por Deus, mas também desprezamos o que Ele delimitou como consequências para os nossos atos. A busca pelo conhecimento jamais será vista como um mal. O que Satanás ofereceu a Adão e Eva foi um pseudo- conhecimento. Obedecer a Deus é uma escolha nossa, e é sempre a melhor decisão. Adão e Eva escolheram ouvir a voz do Inimigo, desobedeceram a Deus e as consequências dessa decisão trouxeram maldição tanto para eles quanto para a natureza. 0 PENSE! Qual foi o preço pago pelo primeiro casal por sua desobediência? 0 PONTO IMPORTANTE! Além do afastamento de Deus, o ca sal foi retirado do Paraíso e passou a experimentara morte, e com eles, todos os seus descendentes. 12 JOVENS 0 CONCLUSÃO 0 primeiro casal passou pela primeira tentação e não conseguiu subsistir porque preferiu dar mais valor ao que Satanás disse do que ao que Deus havia ordenado. Eles não somente descreram do que o Senhor havia dito, mas também creram que poderíam ser semelhantes a Deus, e que não morreríam. Como vimos. 0 preço pago pela desobediência nunca compensa a perda da comunhão com Deus e as consequências que se seguirão. ©HORA DA REVISÃO 1. O primeiro casal foi criado com ou sem pecado? 2 Pelo texto sagrado, o homem foi criado no Jardim? 3. Foi a busca pelo conhecimento que derrubou o primeiro casal? 4 O que fizeram Adão e Eva ao serem questionados de sua desobediência? 5. Cite duas consequências que atin giram Adão e Eva por terem deso bedecido a Deus. JOSÉ: RESISTIRÁ TENTAÇÃO É POSSÍVEL TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL "Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?" (Gn 39.9) RESUMO DA LIÇÃO Quando temos temor a Deus, entendemos que é possível, pelo Espírito Santo, resistir às tentações. SEGUNDA - Gn 39.2 O Senhor estava com José TERÇA - Gn 39-5,6 O governo de José QUARTA - Gn 39-6 Um Jovem de boa aparência QUINTA-Gn 39-7 O laço do Inimigo SEXTA - Gn 39.10 Resistindo à tentação diária SÁBADO - Gn 39.12 Fugindo da tentação JOVENS 13 TEXTO BÍBLICO Gênesis 39.7-20 7 E aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e disse: Deita-te comigo. 8 Porém ele recusou e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo e entregou em minha mão tudo o que tem. 9 Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher: como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus? 10 E aconteceu que, falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvidos para deitar-se com ela e estar com ela, 11 Sucedeu, num certo dia. que veio à casa para fazer o seu serviço; e nenhum dos da casa estava ali. 12 E ela lhe pegou pela sua veste, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua veste na mão dela, e fugiu, e saiu para fora. 13 E aconteceu que, vendo ela que deixara a sua veste em sua mão e fugira para fora, 14 Chamou os homens de sua casa e falou-lhes, dizendo: Vede, trouxe-nos o varão hebreu para escarnecer de nós; entrou até mim para deitar-se comigo, e eu gritei com grande voz. 15 E aconteceu que, ouvindo ele que eu levantava a minha voz e gritava, deixou a sua veste comigo, e fugiu, e saiu para fora. 16 E ela pôs a sua veste perto de si, até que o seu senhor veio à sua casa. 17 Então, falou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: Veio a mim o servo hebreu, que nos trouxeste para escar necer de mim. 18 E aconteceu que, levantando eu a minha voz e gritando, ele deixou a sua veste comigo e fugiu para fora. 19 E aconteceu que, ouvindo o seu se nhor as palavras de sua mulher, que lhe falava, dizendo: Conforme estas mesmas palavras me fez teu servo, a sua ira se acendeu. 20 E 0 senhor de José o tomou e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam presos; assim, esteve ali na casa do cárcere. INTRODUÇÃO Quando nos deparamos com o tema tentação, é preciso destacar que ela acontece com todas as pes soas, de formas diferentes, todavia é resistível. Se nos lembrarmos de que os homens e mulheres da Bíblia tiveram suas lutas, e que diante de si, ainda que por questão de fração de segundos, puderam escolher ceder ou não à tentação, entenderemos que é possível e necessário resistir a ela. Nesta lição, veremos o exemplo de José, um jovem que resistiu à tentação e foi grandemente recompensado por Deus. Sozinho, em uma terra distante, e vivendo como um escravo, José per maneceu fiel ao propósito de Deus em sua vida, e foi compensado por isso. I - AS DIFICULDADES DE UM JOVEM DE DEUS 1. Um filho nascido em uma casa dividida. José nasceu em um lar onde o seu pai, Jacó, tinha a sua atenção disputada por quatro mulheres e dez outros filhos. Adaptações feitas para acomodar certas tradições podem cobrar seu preço, como foi neste caso. Um lar dividido por concorrências internas prenunciava que a família de Jacó era uma família disfuncíonaL Deus 14 JOVENS jamais autorizou que o homem ou a mulher partilhassem seus leitos. O casamento deve ser monogâmico. Com a bigamia ou a poliga mia vieram as disputas. Basta lembrar de que o pai de Samuel, Elcana, tinha duas esposas, Ana e Penina. E a Palavra nos diz que Penina perturbava Ana justamente quando iam à Casa do Senhor, em Siló (i Sm 1.7). Lendo o texto de 1 Samuel, podemos concluir que nem mesmo o horário do culto, um momento sagrado, é respeitado quando um lar é dividido. A divisão familiar revela insensatez e falta de temor a Deus. 2. Um filho detestado por seus irmãos. José cresceu sendo o preferido de seu pai. O amor devotado a José logo foi observado pelos seus irmãos mais velhos, pois o tratamento que ele recebia era diferente: “E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores (Gn 37.3). Por sua vez, os irmãos de José, por força dessa preferência paterna, “aborreceram-no, e não podiam falar com ele pacificamente" (Gn 37.4). A Palavra dá a entender que eles não tinham forças para tratar José como igual, pois realmente Jacó tratava José de uma forma privilegiada, algo que nenhum pai ou mãe deve fazer. 3. Um filho fora de casa. O distan ciamento entre as pessoas dentro de um lar pode abalar muito a forma como vivemos. Por força da predileção de seu pai. do tratamento que recebia e dos sonhos que teve, José foi vendido por seus irmãos, dado como morto e A divisão familiar revela insensatez e falta de temor a Deus. se tornou um escravo. Seus irmãos eram inve josos e malvados, por isso decidiram afastar o filho amado de seu pai. José precisou lidar com a solidão, os maus-tra- tos,a ingratidão e a constante ameaça de perder a vida, pois ao se tornar um escravo, na perspectiva dos povos orientais, ele deixava de ser uma pessoa para ser uma “mercadoria". Somente Deus poderia ser com ele. @ PENSE! Nossa fidelidade a Deus passa despercebida diante dEle? @ PONTO IMPORTANTE! Deus jamais deixa de recompensar a nossa fidelidade para com Ele. No momento certo, nos dará 0 que necessitamos. II - EGITO, O LUGAR DA TEN TAÇÃO 1. Escravo na casa de Potifar. Ape sar das adversidades pelas quais José passou, Moisés relata que “o SENHOR estava com José, e foi varão próspero” (Gn 39.2). A definição de prosperidade apontada na vida de José não se parece com a mesma que tem sido falada em nossos dias. Em muitos púlpitos tem sido ensinada uma prosperidade que move 0 coração dos ouvintes a uma vida regalada, sem adversidades ou lutas. Os homens e mulheres da Bíblia nos dão exemplos de que a prosperidade não é dinheiro ou bens materiais, como disse Jesus: “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância JOVENS 15 do que possui” (Lc 12.15). Mesmo como um trabalhador não remunerado, sem hora para descansar, sem direitos, o Senhor estava com José. 2. A tentação ocorrida. Ao se dedicar ao seu trabalho, e se destacar como um gestor inteligente e trabalhador, José acaba atraindo a atenção da esposa de seu senhor. Numa sociedade em que os valores familiares eram relativizados, a esposa de Potifar deve ter entendido que José era propriedade dela também, e que os hábitos do Egito permitiam que ela se utilizasse de um “escravo" para a prática sexual ilícita. A Palavra de Deus nos diz que as investidas dela não aconteceram so mente uma vez. Moisés relata que José era formoso de aparência e formoso à vista (Gn 39.6), e que a sua senhora falava a cada dia com José, mas ele não lhe dava ouvidos (Gn 39.10). Muitas tentações se iniciam com uma simples conversa, que vai se aprofundando até achar guarida nos corações daqueles que não estão vigilantes. Contudo, José tinha temor a Deus. Ele respeitava 0 seu senhor, muito mais do que a própria esposa de Potifar o respeitava. 3. A tentação resistida. Mesmo diante das investidas de uma mu lher cujo marido tinha uma posição importante no Egito (Gn 391). José se manteve firme em sua dedicação ao seu trabalho, ao respeito por seu patrão e. acima de tudo, manteve seu temor a Deus: “Como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?" (Gn 39.9). Por mais que José, enquanto jovem, tivesse os seus desejos, ele os sujeitava a Deus, e isso o manteve fiel. Não foi fácil se manter fiel, e ao invés de ser recompensado por sua fidelida de, José foi acusado injustamente de assédio sexual. Se cedesse à tentação, poderia ter sido tratado melhor na casa de seu senhor. Talvez recebería uma promoção, uma condição de vida melhor, e teria seus desejos carnais satisfeitos. Mas ele sabia que nenhum desses “benefícios" seriam aprovados por Deus, e preferiu não se deixar levar pelas palavras da esposa de Potifar. 0 PENSE! Os desejos carnais podem ser uma desculpa para dar vazão ao pecado? 0 PONTO IMPORTANTE! Jamais os desejos carnais podem ser uma porta para pecarmos contra Deus. III - EGITO, O LUGAR DA RES TAURAÇÃO 1. O preço da fidelidade. Ser fiel a Deus tem um preço, e José pagou pela sua fidelidade a Deus e a Poti far. Acusado falsamente, foi parar na prisão. Se a situação dele já não era confortável como escravo, quem dirá como prisioneiro. Um escravo poderia sair da casa, comprar coisas para seus senhores, e de certa forma, se socializar com outras pessoas. Mas na prisão estariam as piores pessoas, acusadas de crimes contra a sociedade. Ser fiel a Deus custou alto para José. Mas a Palavra nos diz que “o SENHOR, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade” (Gn 39,21). Se por um lado ser fiel a Deus pode nos custar uma posição, recursos ou mesmo a boa fama, por outro lado, é certo que teremos a presença dEle conosco. 16 JOVENS 2. A recompensa da fidelidade. Deus não permitiu que José termi nasse seus dias na prisão. Da mesma forma que ele havia honrado ao Se nhor por meio de seu testemunho, o Todo-Poderoso começou a agir para exaltar José e lhe fazer justiça ainda na prisão. A tentação pode ser uma fonte de prazeres momentâneos que vão cobrar o seu preço e vão fazer você passar a eternidade longe de Deus. É melhor ser fiel ao Senhor e ser exaltado por Ele do que pecar contra o Senhor e colher os frutos da desobediência. 3. Fuja da aparência do mal. Quando o apóstolo Paulo orienta aos tessalonicenses acerca de ficar vigilantes diante do pecado. Ele diz: “Abstende-vos da aparência do mal" (1 Ts 5.22). Ele não orienta que fujamos do mal, mas da sua aparência, ou seja, se de longe é possível enxergar uma situação como uma “porta aberta" ao pecado, devemos nos desviar imedia tamente desse caminho. A orientação bíblica é que estejamos sempre na direção oposta do que parece ser do mal. Infelizmente, não são poucos os que percebem a aparência do mal e ainda assim, se deixam aproximar e se envolver com coisas que desagradam a Deus. 0 PENSE! Nossa fidelidade a Deus passa despercebida diante dEle? 0 PONTO IMPORTANTE! Deus jamais deixa de recompensar a nossa fidelidade para com Ele. No momento certo, nos dará 0 que necessitamos © CONCLUSÃO Como vimos, a tentação existe, mas é resistivel. José provavelmente tinha os argumentos necessários para dar vazão ao pecado, mas permaneceu firme ante às investidas malignas com que estava se deparando no seu trabalho. Mesmo tendo se tornado um escravo, distante de casa, das pessoas que amava, não estava distante do seu Deus, e essa convicção o sustentou quando ninguém estava perto para vigiá-lo. Deus está sempre ao nosso lado, e pela fé, podemos resistir às tentações mesmo quando ninguém está por perto para nos observar. © HORA DA REVISÃO 1. Como era 0 lar em que José cresceu? 2. No que resultou o tratamento diferen ciado que José recebia de seu pai? 3. Como José via a proposta da esposa de Potifar? 4. Como José resistiu à tentação? 5. É possível resistir à tentação? DESAFIANDO A DEUS NO DESERTO TEXTO PRINCIPAL "Neste deserto cairá o vosso cadá ver, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes." (Nm 14.29) RESUMO DA LIÇÃO A tentação da murmuração contra Deus fez os israelitas perderem uma geração inteira no deserto. LEITURA SEMANAL SEGUNDA-1 Co 10.5 Deus não se agrada de murmuradores TERÇA - Êx 15 23 Murmuração em Mara QUARTA - Êx 17.1,2 Murmuração em Refidim QUINTA - Êx 17.7 Deus está conosco ou não? SEXTA - Nm 13 32 A terra que consome SÁBADO - Nm 14-37 Consequência de tentar a Deus 18 JOVENS I TEXTO BÍBLICO Números 13.25-33 25 Depois, voltaram de espiar a terra, ao fim de quarenta dias. 26 E caminharam, e vieram a Moisés, e a Arão, e a toda a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, a Cades, e, tornando, deram-lhes conta a eles e a toda a congre gação; e mostraram-lhes o fruto da terra. 27 E contaram-lhe e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel, e este é o fruto. 28 O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades, fortes e mui grandes; e também ali vimos os filhos de Anaque. 29 Os amalequitas habitam na terra do Sul; e os heteus, e os jebuseus, e os amorreus habitam na montanha; e os cananeus habitam ao pé do mar e pela ribeira do Jordão. INTRODUÇÃO Fazer um passeio turístico por um deserto, quando se esta com roupas apropriadas, um veículo adequado e suprimentos pode ser uma aventura radical. No entanto, andar pelo deserto por 40 anos, sabendo que jamais sairá dele vivo, e consciente de que não verá a promessa de Deus se cumprindo na sua vida, é desanimador. Veremos, nalição deste domingo, que esse foi o preço pago pelos israeli tas, que haviam recebido a promessa de Deus, de saírem da escravidão e entra rem numa terra onde seriam donos de sua própria liberdade e ainda teriam a proteção e a bênção de Deus; se fossem obedientes aos seus Mandamentos. Contudo, por terem tentado a Deus, deixaram de receber a promessa do Senhor, e pagaram com suas próprias vidas por sua incredulidade e rebeldia. 30 Então, Calebe fez calar o povo perante Moisés e disse: Subamos animosamente e possuamo-la em herança; porque, certamente, prevaleceremos contra ela. 31 Porém os homens que com ele subiram disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. 32 E infamaram a terra, que tinham espiado, perante os filhos de Israel, dizendo: Ater ra, pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos no meio dela são homens de grande estatura. 33 Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes: e éramos aos nossos olhos como ga fanhotos e assim também éramos aos seus olhos. I - DESPREZANDO A PRESENÇA DE DEUS NA CAMINHADA 1. As águas amargas em Mara. Moisés registra que, após saírem do Mar Vermelho, os hebreus andaram na direção do deserto de Sur por três dias, sem encontrar água (Êx 15.22). Ao chegar a uma localidade chamada Mara, encontraram ágUa, mas logo descobriram que elas eram amargas (Êx 15,23). Não se consegue matara sede em um deserto bebendo uma água com sabor desagradável. Na prática, provavelmente se tratava de águas com um sabor diferenciado pela presença de minerais, o que pode ter causado estranheza aos israelitas sedentos. É curioso que os mesmos israelitas que bebiam das águas nada saudáveis do rio Nilo, reclamassem das águas amargas de Mara, Na escravidão, não reclamavam do que eram obrigados a beber, mas bastou ficarem livres JOVENS 19 que passaram a reclamar de tudo. De qualquer forma, a postura deles não foi buscar a ajuda de Deus em oração, mas sim murmurar contra Moisés (Éx 15.24) . Então, o servo de Deus clama ao Senhor, e Este o orienta a lançar um pedaço de madeira na água, e a água ficou boa para beber (Êx 15 25). Ali, naquela situação, Deus os provou (Êx 15.25) . Além de tornar a água agradável para o consumo, Deus garantiu aos hebreus que se eles o obedecessem, não teriam nenhuma das enfermidades que foram vistas nos egípcios (Êx 15.26). 2.0 envio do Maná. Passados mais alguns dias, os hebreus novamente murmuraram contra Moisés e apre sentaram a Arão suas queixas (Éx 16.2). Por qual motivo? Por não terem o que comer. Eles não pediram alimentos a Deus. Era mais fácil colocar a culpa em Moisés, do que se lembrarem de que haviam sido escravos de Faraó. As suas memórias não estavam nos milagres que haviam presenciado, mas nas panelas com carne e nos pães que comiam “até fartar” (Éx 16.3). É importante observar que o esqueci mento é muito próximo da ingratidão. Os hebreus não agradeceram a Deus pela liberdade nem pela provisão re cebida. Eles preferiram permanecer como escravos bem alimentados e murmuraram contra Deus (Éx 16.7). Em sua bondade, o Senhor proveu a carne e o pão, enviando codornizes de tarde e o maná pela manhã (Êx 16.13). E mesmo com a orientação de Deus, de nos dias da semana, pegarem somente o maná necessário, houve israelitas que se apropriaram de mais do que precisavam, tentando estocar alimentos. A desobediência Lhes rendeu bichos e mau cheiro nos alimentos. A lição necessária para que confiassem no Senhor seria aprendida com bastante dificuldade. 3. As águas de Refidim. Como se fossem poucas essas duas ocorrências anteriores, Moisés registra uma nova murmuração dos israelitas contra Deus. Ao chegarem em Refidim, e percebendo que não havia ali água, logo se puseram a reclamar contra Moisés (Éx 17.2). Esse relato nos evidencia duas verdades: era comum o povo reclamar contra Moisés, e essas murmurações eram vistas por Deus como um pecado contra Ele. Os hebreus chegaram a dizer: “Está o SENHOR no meio de nós, ou não" (Êx 17.7). Duvidar da presença de Deus junto a nós pelo fato de faltarem um ou mais elementos essenciais à vida é falta de confiança na provisão divina! Não podemos ser imaturos na fé ao ponto de acreditar que se passamos por dificuldades é porque Deus não está conosco. Na verdade, tanto a fartura quanto a escassez devem nos levar a Ele. II - INFAMANDO A TERRA QUE DEUS DISSE QUE ERA BOA 1. Uma honra transformada em uma vergonha. Para que os hebreus pudessem entrar na terra que Deus lhes havia prometido, era preciso sa ber quem estava residindo nela. Um trabalho de inteligência precisava ser montado para que eles pudessem ser bem-sucedidos na conquista daqueles territórios. O fato de Deus estar com eles não os isentava de serem precavidos e, acima de tudo, observadores. Então, Moisés escolheu representantes das tribos, homens tidos por “cabeças” (Nm 20 JOVENS 13.3). Isto significa que eram influentes, e tinham poder de convencimento diante de seus irmãos. A missão deles era saber “que terra é, o povo que nela habita; se é forte ou fraco, se é pouco ou muito" (Nm 13.18). Certamente Deus poderia revelar todos esses detalhes a Moisés, sem que fosse necessário escolher homens para uma missão tão arriscada. Mas, aqueles homens teriam a honra de cooperar com o plano de Deus. Eles, até hoje, são lembrados por terem cumprido a sua missão e influenciado negativamente a opinião do povo diante daquilo que Deus havia falado. Em nossos dias, essa cena pa rece se repetir: pessoas que deveriam ser úteis na obra de Deus, cooperando com o Senhor, acabam influenciando outras pessoas para direções opostas, tornando-se, assim, inúteis. 2. Quando príncipes se veem como insetos. “Éramos aos nossos olhos como gafanhotos e assim também éramos aos seus olhos” (Nm 13.33). Quem fez essa declaração? Os mesmos homens que a Bíblia diz que eram os cabeças dos filhos de Israel (Nm 13.3). A orientação divina era que homens capacitados na liderança fossem enviados para espionar a terra. Eles a espiaram mas, ao retomarem da missão, falaram coisas ruins da terra que Deus havia dito que era boa. Eles chegaram a dizer que se pareciam com gafanhotos diante dos moradores de Canaã, apresentando igualmente uma opinião do povo da terra sobre eles. Como é triste obe decer a Deus no início da caminhada, e perder a visão do que Ele quer fazer no percurso. 3. Desqualificando o que Deus disse que era bom. “E infamaram a terra, que tinham espiado, perante os filhos de Israel, dizendo: A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos no meio dela são homens de grande estatura” (Nm 13.32). Da mesma forma que Satanás, no Éden, enganou de forma proposital o primeiro casal, des qualificando o que Deus disse, os espias, exceto Josué e Calebe, desqualificaram a terra que por séculos Deus estava preparando para os filhos de Abraão. Toda tentação, em algum nível, busca tomar inútil, ou de pouco valor, aquilo que Deus disse que era bom, e tenta tornar valioso o que Deus disse que não deveria ser valorizado. III - UM ATRASO DE QUARENTA ANOS 1. Quando a promessa de Deus é mudada. Os israelitas descobriram, ao longo dos 40 anos seguintes, que desprezar a Deus e a sua Palavra tinha consequências terríveis. O deserto não havia sido escolhido para que eles perdessem suas vidas (Êx 13.17). Deus sabia que os hebreus não tinham experiência de combate, e por isso os conduziu por outro caminho. O que muitas vezes acreditamos ser uma provação de Deus pode ser, na verdade, uma forma de Livramento que Ele nos está dando, para que a sua promessa se cumpra em nossas vidas. Mas, por causa da rebeldia do seu povo, e as constantes murmurações com a quais tentaram ao Senhor, Deus reverteu sua promessa para aquela geração. O Todo-Poderosonão falhou em seus desígnios. Uma geração de hebreus libertos entrou na Terra Prometida, mas foi somente aquela que cresceu JOVENS 21 no deserto e valorizou a terra que Deus concedeu. Às vezes, Ele nos permite passar por dificuldades para que pos samos entender o valor da bênção que Ele reservou para nós. 2. Tentar a Deus é pecado. O que devemos entender diante das narrativas que tratam dos primeiros dias do povo no deserto, é que tentar o Senhor é pecado: “Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Mt 4.7). Por não verem a Deus, os hebreus queixavam-se dos homens que Ele havia escolhido para libertá-los e conduzir rumo à Terra Prometida. A geração que saiu do Egito teve todas as oportunidades de vivenciar duas experiências marcantes: a liberdade da escravidão e a chegada no lugar que Deus lhes reservara. Contudo, por causa da tentação, os homens que infamaram a terra “morreram de praga perante o SENHOR” (Nm 14.37). e os demais hebreus, que se deixaram levar, perderam suas vidas no deserto. 3. Vale a pena desagradar a Deus? Os hebreus precisavam confiar no que Deus havia prometido. Eles já tinham visto o poder do Senhor contra os egípcios, mas, mesmo assim, prefe riram atentar para as circunstâncias e tentaram a Deus com sua incredulidade. Já fomos alcançados pela salvação, mas precisamos aprender a agradar a Deus com nossas ações. Agradamos ao Senhor dando crédito ao que Ele nos diz. 0 PENSE! Vale a pena desagradar ao Senhor? @ PONTO IMPORTANTE! Desagradar ao Senhor só traz consequências maléficas. r © CONCLUSÃO Da mesma forma que Deus não tenta a ninguém, não podemos tentá-lo com nossas palavras, pensamentos ou ações, pois essas são formas de ingratidão contra aquEle que nos salvou 0 nos tirou da escravidão do pecado. Que jamais sejamos ingratos ou esquecidos das bênçãos que temos recebido dEle. © HORA DA REVISÃO 1, Por qual motivo Deus levou os hebreus para a Terra Prometida pelo deserto? 2, Por que o povo não pôde beber as águas de Mara? 3, Quem Moisés escolheu para es pionar a terra? 4, Segundo a lição, o que a desobe diência dos hebreus lhes rendeu? 5, Como podemos agradar ao Senhor? 22 JOVENS BALAÃO: QUANDO DEUS DIZ NÃO TEXTO PRINCIPAL "Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como detestarei, quando o SENHOR não detesta?" (Nm 23.8) RESUMO DA LIÇÃO Devemos estar atentos para as ocasiões em que Deus nos orienta a não ultrapassar os limites impostos por Ele. LEITURA SEMANAL SEGUNDA-Nm 22.9 Balaão sabe que é Deus quem fala TERÇA - Nm 22.19 Um homem de negócios QUARTA - Nm 22.12 A advertência divina QUINTA-Nm 23.4 Um sacrifício para o Senhor SEXTA - Nm 23.26 Um coração ambicioso SÁBADO - Ap 2.14 Lançando tropeços para o povo de Deus JOVENS 23 Números 22.1-12 1 Depois, partiram os filhos de Israel e acamparam-se nas campinas de Moabe, desta banda do Jordão, de Jericó. 2 Viu, pois, Balaque, filho de Zipor, tudo o que Israel fizera aos amorreus. 3 E Moabe temeu muito diante deste povo, porque era muito; e Moabe andava an gustiado por causa dos filhos de Israel. 4 Pelo que Moabe disse aos anciãos dos midianitas: Agora lamberá esta congregação tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Naquele tempo, Balaque. filho de Zipor, era rei dos moabitas. 5 Este enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito; eis que cobre a face da terra e parado está defronte de mim. 6 Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; para ver se o poderei ferir e o lançarei fora da terra; porque eu sei que a quem tu abençoares será abençoado e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado 7 Então, foram-se os anciãos dos moa bitas e os anciãos dos midianitas com o preço dos encantamentos nas mãos; e chegaram a Balaão e lhe disseram as palavras de Balaque. 8 E ele lhes disse: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como 0 SE NHOR me falar; então, os príncipes dos moabitas ficaram com Balaão. 9 E veio Deus a Balaão e disse: Quem são es tes homens que estão contigo? 10 E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, mos enviou, di zendo: 11 Eis que o povo que saiu do Egito cobriu a face da terra; vem, agora, amaldiçoa-mo; porventura, poderei pelejar contra ele e o lançarei fora. 12 Então, disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é. INTRODUÇÃO Uma das maiores tentações que cercam as pessoas que conhecem a Deus é, justamente, tentar contornar o que o Senhor disse, seja para fazer alguma coisa, seja para deixar de fa zê-la. A vontade do Altíssimo pode impulsionar pessoas para a obediência, mas quando essa vontade confronta o que desejamos, como reagimos? Não raro, o anseio por conseguir mais bens materiais; posições ou fama nos Leva a querer impor para Deus a nossa vontade. A ambição pode nos fazer ignorar as orientações expressas do Eterno, levando-nos a lugares onde Ele jamais planejou que estivéssemos. Nesta lição, veremos 0 quanto à tentação pelo dinheiro levou um homem chamado Balaão a contrariar orientações divinas, como ele contornou a situação para desobedecer a Deus e o custo da sua desobediência. Por fim, veremos 0 custo de se desafiar a Deus quando Ele nos dá orientações claras e diretas. I - UM HOMEM QUE OUVIU A VOZ DE DEUS 1. Um homem que ouvia a voz de Deus (Nm 22.8-12). Balaão e descrito na Bíblia como um homem que ouviu a voz de Deus. Moisés não entra em detalhes sobre a fé de Balaão, nem como ele começou a ouvir ao Todo-Poderoso, muito menos se Balaão tinha por hábito 24 JOVENS obedecer ao que Deus lhe dizia, mas deixa claro que ele não apenas ouviu ao Pai Celeste, mas soube também distinguir que o Senhor estava falando com ele. Então, eis aqui uma importante questão: Quando somos tentados, não basta ouvir a voz de Deus! Veremos que é preciso ouvir e obedecer ao que Deus está falando. O Senhor não se nega a falar conosco. Hoje temos a sua Palavra escrita, onde os princípios gerais para comunhão com Ele já estão apresentados. Temos também respostas do Altíssimo quando oramos, e podemos não somente ouvir sua voz nos orientando, mas igualmente nos direcionando em situações nas quais Ele mesmo está nos dirigindo (Jr 33-3). Deus também fala conosco de diferentes maneiras: por intermédio dos seus servos e por meio dos dons espirituais, que são bíblicos e válidos para os nossos dias, pois foram dados à Igreja para a edificação dos santos. Esses dons não têm data de validade no Novo Testamento, nem se sujeitam ao pensamento de algumas pessoas que entendem terem sido extintos no primeiro século da era cristã. Mas, de nada adiantaria todas essas formas do Criador falar conosco, se decidirmos que ouvir e obedecer ao que Ele diz não é necessário. 2. Um homem diante de um negó cio (Nm 22.6,18). Balaão entra na história sagrada durante a caminhada do povo em direção à Terra Prometida. Midia- nitas e moabitas se uniram em torno de uma causa à qualjulgaram ser um problema em comum: 0 acampamento dos israelitas nas campinas de Moabe (Nm 22.1-3). É certo que a multidão de hebreus deixou os moabitas assustados, pois os filhos de Abraão eram nume rosos. Talvez fosse mais fácil, para os inimigos do povo de Deus, se cercarem de forças espirituais que pudessem dar fim àquele povo, poupando, desta forma, uma possível guerra e a perda de moabitas. Dessa forma, os midianitas e moabitas enviam representantes para falarem com Balaão. 3. Povo bendito é. Após receber os representantes dos dois reinos, Balaão consultou ao Senhor. Ao que parece, ele não tinha conhecimento de que os hebreus contavam com a proteção de Deus. O Eterno sabia o que estava acontecendo, mas se dirigiu a Balaão e perguntou quem eram os homens que estavam com ele. Deus deixou que ele explicassequem eram e o que estavam fazendo, e de forma objetiva, deixou claro a Balaão que ele não deveria entrar naquele negócio: “[...1 Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é" (Nm 22.12). É curioso o fato de que Deus considera seu povo um povo bendito. O mesmo povo que murmurou contra Ele, que se rebelou contra Moisés, foi considerado bendito pelo próprio Senhor. É provável que isso se deva não apenas porque o Todo-Poderoso trata com o seu povo de forma amorosa, mas também que somente Ele pode julgar os seus. Ele não permitiría que seu próprio povo fosse alvo de alguma maldição. Na prática, foi essa lição que Balaão não aprendeu. Ele até entendeu, em um momento inicial, que não deveria agir de forma contrária ao que Deus lhe orientou: “Então,.Balaão levantou-se pela manhã e disse aos príncipes de Balaque: Ide à vossa terra, porque o SE JO VENS 25 NHOR recusa deixar-me ir convosco" (Nm 22.13). Mas logo ele sucumbiría à constância dos apelos daqueles povos. II - INSISTINDO NO ERRO 1. Obedecendo a Deus, mas com o coração ambicioso (Nm 23.26). Podemos ver que Balaão, em um primeiro momen to, obedeceu a Deus: “E levantaram-se os príncipes dos moabitas, e vieram a Balaque. e disseram: Balaão, recusou vir conosco" (Nm 22.14). Entretanto, o rei dos moabitas não se deu por vencido. Ele insiste com Balaão. a fim de conseguir o seu objetivo: “Assim diz Balaque, filho de Zipor: Rogo-te que não te demores em vir a mim, porque grandemente te honrarei e farei tudo o que me disse res: vem, pois, rogo-te, amaldiçoa-me este povo” (Nm 22.16,17). Aquela era uma oferta tentadora: um rei disposto a premiar um homem apenas para que ele lançasse pragas contra um povo. 2.0 Senhor abriu a boca da jumenta (Nm 22.21-30). Advertido por Deus a não dar prosseguimento ao seu plano, Balaão passa por uma experiência sem precedentes: ouvir um animal falando. A jumenta com a qual ele costumava viajar conversa com Balaão. Em nos sos dias, é comum pessoas dizerem, de forma jocosa, que se Deus usou a mula para falar com Balaão, pode usar qualquer outra pessoa também. Ocorre que a Bíblia não diz que Deus “usou” a mula para falar com Balaão. A Palavra de Deus é enfática em deixar claro que Deus falou aos pais, de diversas maneiras, pelos profetas (Hb 1.1). A mesma Bíblia diz que Deus abriu a boca do animal, e ele questionou Balaão por ter apanhado. A partir desse "diálogo" o Senhor abriu os olhos de Balaão, e ele viu o anjo do Senhor. O anjo, sim, tratou com Balaão. 3. A insistência que mina a resistên cia (Nm 22.21). Apesar de ter resistido, inicialmente, aos convites recebidos com a promessa de uma recompensa finan ceira, no final Balaão acabou cedendo. Mesmo Deus permitindo que ele fosse com os mensageiros, o Senhor deixou claro que ele só falasse o que o Eterno ordenaria. Isso Balaão obedeceu. Tendo chegado onde estava Bala que, Balaão foi a três lugares diferentes: Quiriate-Huzote, Pisga, Peor, e em todos esses lugares suas palavras foram dirigidas por Deus, que abençoou o seu povo. Apesar dessas experiências, Balaão ainda estava desejoso de ser “honrado”, remunerado para que Israel fosse punido de alguma forma. III - QUANDO A AMBIÇÃO VEN CE O DISCERNIMENTO 1. Mudar de lugar não muda o que Deus disse. É curioso o fato de que 0 homem sem Deus, por desprezar a revelação divina, tende a adquirir crendices que irão nortear suas ações e sua fé. Balaque conduziu Balaão para mais de uma localidade, imaginando que, de alguma forma, conseguiría fazer com que um deus pudesse inspirar o vidente a lançar pragas contra os hebreus. Porém, em Quiriate-Huzote, a Palavra de Deus foi: “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?” (Nm 23.8) Em Pisga é dito:“Deus não é homem, para que minta: nem filho de homem, para que se arrependa; porventura, diria ele e não o faria?” (Nm 23.19). Em Peor a palavra foi: “Que boas são as tuas tendas, ó Jacó! Que boas as tuas moradas, ó Israel!" (Nm 24.5). 26 JOVENS 2. A insistência no erro. A Palavra de Deus nos diz que em Quiriate-Huzote, “o Senhor pôs a palavra na boca de Balaão” (Nm 23.5). Em Pisga, “encon trando-se o SENHOR com Balaão, pós uma palavra na sua boca” (Nm 23.16). E em Peor, "veio sobre ele o Espirito de Deus” (Nm 24.2). Com todas essas intervenções sobrenaturais, como Balaão continua insistindo no erro? Parece-nos que, ao perceber que Deus não mudou seu posicionamento, Balaão deixou de tentar amaldiçoar o povo de Deus por meio de impreca- ções. Mas ele não desistiu de receber a sua recompensa prometida pelos moabitas e midianitas. Quando se pôs a ir com os mensageiros de Balaque, Balaão ouviu do anjo de Deus: “Eis que sai para ser teu adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim" (Nm 22.32). Essa fala, por si, já deveria ter convencido Balaão, mas ela não foi suficiente para mover o coração daquele homem ambicioso. 3. Lançando tropeço. O vidente ensinou Balaque “a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem” (Ap 2.14). Dessa forma Deus se tornaria o opositor do seu povo, por causa dos pecados co metidos. Se tentar amaldiçoar o povo de Deus não deu certo, com certeza apelar para a carnalidade dos filhos de Israel trouxe a recompensa que Balaão buscava. Mulheres orientadas a desviar os israelitas pela sedução, conduzindo-os à idolatria e à pros tituição, causando a morte de vinte e quatro mil pessoas por meio de uma praga em forma dejuízo divino (Nm 25.9). © CONCLUSÃO Balaão começou sua história como uma pessoa que ouvia a Deus, mas se tornou depois um mercenário A tentação de fazer a nossa própria vontade sempre terá seu preço. Balaão podería ter entrado para a história como um personagem que aprendeu a ser fiel a Deus, mas passou a ser conhecido como um vidente maligno, cujo conselho matou a ele e outras milhares de pessoas. ©HORA DA REVISÃO 1, Como Balão é descrito na Bíblia? 2, Quando somos tentados, basta ouvir a voz de Deus? 3, De acordo com a lição, cite duas maneiras de Deus falar conosco. 4 Quando Balaão entra na história sagrada? 5, Qual animal falou com Balaão? OLHANDO PARAA DIREÇÃO ERRADA TEXTO PRINCIPAL "Não porei coisa má diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará." (SI 101.3) RESUMO DA LIÇÃO É preciso, por questão de vigilância e temor a Deus, estarmos atentos à direção e à forma como olhamos as pessoas à nossa volta. LEITURA SEMANAL SEGUNDA-2 Sm 11.2 Um rei que se descuidou TERÇA - 2 Srn 11.5 Uma das consequências do pecado QUARTA - 2 Sm 11.15 A morte que vem do pecado QUINTA-2 Sm 12.7 Deus confronta o rei SEXTA-Sl 32.3 O preço de se ocultar o pecado SÁBADO - 2 Sm 12.10 Marcas que não se acabam 28 JOVENS TEXTO BÍBLICO 2 Samuel 11.1-5,14.15. 26, 27 1 E aconteceu que, tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem para a guerra, enviou Davi a Joabe, e a seus servos com ele, e a todo o Israel, para que destruíssem os filhos de Amom e cercassem Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém. 2 E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se levantou do seu Leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista. 3 E enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porventura, não é esta Bate-Seba, filha de ELiã e mulher de Urias, o heteu? 4 Então, enviou Davi mensageiros e a man dou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa. 5 E a mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pejada estou. 14 E sucedeu que, pela manhã, Davi escre veu uma carta a Joabe e mandou-lha por mão de Urias. 15 Escreveu na carta, dizendo: Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e retirai-vos de detrás dele, para que seja ferido e morra. 26 Ouvindo, pois,a mulher de Urias que Urias, seu marido, era morto, lamentou a seu senhor. 27 E, passado o luto, enviou Davi e a recolheu em sua casa; e lhe foi por mulher e ela lhe deu um filho. Porém essa coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do SENHOR. INTRODUÇÃO A forma como olhamos as coisas que nos cercam, como também a ocasião em que estamos, pode ser um meio pelo qual seremos tentados. Precisamos estar vigilantes, pois a ocasião e lugar não po dem se tornar um elemento que facilite a ação de Satanás em nossas vidas. Mesmo sendo pessoas a quem o Eterno salvou pela sua graça, não estamos isentos de ocupar nossas mentes e o nosso olhar com aquilo que não agrada a Deus, por isso precisamos estar sempre atentos. I - NOTEMPO DA GUERRA. OCIOSO 1. O homem segundo o coração de Deus. Ao estudarmos a respeito da tentação e queda de Davi, é preciso dizer que, na época, ele não era um jovem com pouca experiência de vida, e sim um rei coroado e experiente em batalhas. A Palavra de Deus faz referência a ele como um homem segundo o coração do Senhor (At 13.22). Em seu histórico, Davi tinha diversas vitórias contra seus inimigos, vários livramentos da parte de Deus, o hábito de consultar ao Senhor para tomar certas ações e o fato de congregar sob sua liderança homens desajustados, transformando-os em valorosos. Some-se a essa Lista o fato de trazer de volta a Arca de Deus para Jerusalém e de buscar fazer com que o povo adorasse ao Senhor. Ele também foi chamado de poeta, compositor e profeta. Davi, sem dúvida, tinha habilidades e era dono de um currículo diferenciado para um rei daqueles dias. 2. Um homem de ação. A Palavra de Deus nos mostra que a tentação de Davi aconteceu em um momento de guerra. Naás, rei dos amonitas, faleceu, e seu filho, Hanum, reinou em seu lugar. Davi JOVENS 29 se lembra de que Naás o havia tratado com bondade (2 Sm 10.2), e decide enviar mensageiros para consolar o novo rei. Hanum, inexperiente, ouve seus conselheiros, que acusam os men sageiros de Davi de serem espiões. O rei rapa metade da barba dos homens enviados por Davi, além de cortar-lhes as roupas de maneira que ficaram muito envergonhados. Como esses homens retornariam a Israel naquele estado? Davi, sabendo do ocorrido, pede que os homens fiquem em Jerico, até que suas barbas cresçam. Esse foi um ato de grande humilhação para com os mensageiros enviados por Israel. Como se isso fosse pouco, os filhos de Amon contrataram mercenários sírios, para atacarem Israel, num total de 33,000 homens. A guerra estava a caminho e Davi precisava se preparar para esse momento. 3. No tempo em que os reis saem para as guerras. É notório que o rei Davi havia sido generoso para com a memória do rei Naás, mas sua ação foi interpretada de forma errada pelos amonitas, e isso lhes custaria caro. Davi havia vencido muitos inimigos na sua jornada e Deus o havia preservado de ser morto por Golias e Saul. Ele derrotou os filisteus, moabitas, e também os arameus. Suas vitórias lhe deram prestígio como rei, e paz para a nação. Mas logo todas essas benesses podem ter deixado o rei em uma situação de despreparo para o que haveria a seguir. A Palavra nos diz que a queda de Davi se deu “no tempo em que os reis saem para a guerra” (2 Sm 11.1), e podemos compreender esse momento como um período em que os monarcas conduziam suas tropas contra seus inimigos, para preservara soberania de seus países. Não era um momento de descanso, mas de alerta, pois vidas esta riam em jogo, e 0 nome do Senhor, numa guerra, seria glorificado ou blasfemado. 0 PENSE! É possível crer que uma pessoa que tem vários anos de experiên cia com Deus jamais poderá ceder à tentação? 0 PONTO IMPORTANTE! A tentação vem sobre pessoas com bastante vivência com Deus, e sobre pessoas que estão começando a trilhar na caminhada da fé. II - OLHANDO NA DIREÇÃO ERRADA 1. Passeando pelo terraço. A Palavra de Deus nos diz que Davi estava pas seando pelo terraço do seu palácio, e naquele lugar, viu-se observando uma mulher tomando banho (2 Sm 11.2). Isso era, com certeza, algo incomum. Por sua vez, Davi estava em um lugar alto, e quem está em um andar mais alto em um prédio consegue ver quem está nas partes mais próximas do nível do chão. Aquela visibilidade chamou a atenção de Davi, e foi o começo de sua queda. Bate-Seba era “mulher mui formosa à vista" (2 Sm 11.2), e o coração do rei havia sido envolvido pelo desejo. Não raro, 0 olhar pode ser a fonte de sérias tentações. O texto bíblico nos dá a ideia de que a contemplação de Davi não foi por um momento rápido, acidental, mas uma ação que encheu o seu coração, que durou tempo suficiente para que ele desejasse a mulher de outro homem. 2.0 adultério consumado. Antes de dar prosseguimento ao seu plano, Davi 30 JOVENS pergunta a algumas pessoas do palácio quem era aquela mulher, e lhe disseram que era "Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu?” (2 Sm 11.3). Ele soube que ela tinha uma família, e um marido. Mesmo assim, essas informações não frearam o ímpeto do rei. Ele envia men sageiros para falarem com a mulher a fim de que ela fosse para o palácio, onde o rei a esperava. Ali, Davi consumou um dos seus pecados. 3. Matando um marido e soldado honrado. Não bastou que Davi tenha ficado com a mulher de outro homem. Aquela relação sexual ilícita gerou uma vida, e Bate-Seba foi falar com Davi que estava grávida. O período fértil de Bate-Seba é relatado: “e já ela se tinha purificado de sua imundicia” (2 Sm 11.4). Sabendo que o esposo dela estava na guerra, Davi tentou ocultar seu pecado trazendo Urias de volta para casa. Ocorre que a tentativa de esconder o seu pecado não deu certo. Urias, em respeito aos seus colegas que estavam travando uma guerra pelo povo de Deus, não se deitou com sua esposa grávida. Ele chega a mencionar a Arca de Deus, que estava em uma tenda, e não vai para sua casa. Mesmo tendo Davi embebedado Urias, o soldado se manteve em seu propósito. A integridade de Urias incomodou Davi, e o rei decidiu tornar Bate-Seba viúva. Urias logo seria morto em combate, lutando em prol do reino de Israel, e Davi ganharia mais uma esposa, desta vez, já grávida. Esse foi o segundo pecado de Davi. III - CONSEQUÊNCIAS DA AÇÃO DE DAVI 1. O que Davi fez pareceu mau. A narrativa de 2 Samuel parece ser focada totalmente no ato de Davi, sem que houvesse qualquer intervenção divina. Entretanto, Deus não estava ausente, e mesmo amando Davi, julgou-o por três motivos: 1) O Senhor ungiu Davi, e deu a ele posses, bens e o reino de Israel. Mesmo assim, por causa de sua lascívia, desprezou “a palavra do Senhor, fazendo o mal diante dos seus olhos?” (2 Sm 12.9). 2) Davi havia matado Urias e tomado a viúva. Essa parecia ser uma prática dos tempos antigos, onde homens que tinham poder, para não incorrerem em adultério, matavam ou mandavam matar o esposo da mulher casada para depois ficarem com ela. 3) Davi havia matado um de seus melhores e mais íntegros soldados, e fez isso à traição, ordenando que Urias fosse colocado na frente da batalha e deixado para trás, sem possibilidade de resgate (2 Sm 11.6-11). A falta de controle sobre sua cobiça fez de Davi um homem digno de uma séria punição. A gravidade do ato do rei se conclui desta forma: “To davia, porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do SENHOR blasfemem [...]” (2 Sm 12.14). Toda vez que um servo ou uma serva de Deus peca, o nome do Senhor é blasfemado. 2. A espada nunca mais se separará da tua casa. As duas consequências do pecado de Davi, equiparáveis aos dois pecados cometidos por ele, foram a perda da criança que iria nascer, e a contínua guerra que haveria na sua família. O bebê de Bate-Seba chegou a nascer, mas faleceu depois de sete dias, ainda que Davi tenha buscado ao Senhor pela vida da criança. Depois, a Bíblia nos mostra que houve no lar do rei um incesto(2 Sm 13.1-36), um irmão JOVENS 31 matando outro irmão (2 Sm 13.27.28) e AbsaLão, um dos filhos de Davi, deu um golpe de Estado e por pouco Davi não perde a vida (2 Sm 14). Custou caro para o rei ceder à tentação. Entendemos que Davi não planejou cair em tentação, nem pensou em matar alguém no dia em que cometeu o adultério. Entretanto, um pecado tende a atrair outro, numa continua sucessão de erros. 3. O continuo cuidado que pre cisamos ter. Davi era um “homem segundo o coração de Deus” (At 13.22) e tal verdade significa duas coisas: que ele era uma pessoa que fazia o pos sível para agradar a Deus, que amava ao Senhor e que havia sido escolhido por Ele para uma grande obra e que mesmo sendo “segundo o coração de Deus”, Davi era um homem. Isso signi fica que ele estava sujeito a situações que poderíam deixá-lo vulnerável, e foi justamente isso que o fez cair. Ser um homem ou uma mulher de Deus não tira de nós a nossa humanidade e a tendência a fraquejar. Por isso, precisamos vigiar sempre como nos alertou o Senhor Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mt 26.41). 0 PENSE! Como pessoas de Deus, somente a oração e a leitura da Palavra bastam para que não caiamos em tentação? 0 PONTO IMPORTANTE! A vigilância deve fazer parte da nossa vida, da mesma forma que a oração e a leitura da Palavra. Todas essas ações devem estar presentes em nossa vida. QCONCLUSÃO A tentação de Davi nos mostra que ninguém está imune aos desejos do coração, e que um momento de falta de vigilância é suficiente para manchar toda uma história de vida. Também aprendemos que certos pecados tém consequências duradouras e mortais, e que podem ser evitados se, ao invés de estar ociosos, estivermos fazendo 0 que fomos chamados para realizar. Precisamos fixar o nosso olhar naquilo que Deus espera que façamos. O HORA DA REVISÃO 1. Que rei humilhou os embaixadores de Davi? 2. Em que tempo a Bíblia diz que Davi es tava passeando pelo terraço do palácio? 3. Onde Davi estava quando parou para ver Bate-Seba? 4. Cite um motivo pelo qual Deus julgou Davi por seu pecado. 5. Cite duas consequências do pecado de Davi. 32 JOVENS CONSTRUINDO TUDO PARA A MINHA GLÓRIA TEXTO PRINCIPAL "Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura." (Is 42.8) RESUMO DA LIÇÃO Tudo o que conseguimos realizar ou ter em nossa vida vem de Deus, e não reconhecer tal fato pode nos levar a pecar contra o Eterno. LEITURA SEMANAL SEGUNDA-Dn 237 Deus concede honra ao rei TERÇA - Dn 2.39 Deus avisa o que vai acontecer QUARTA-Dn 328 Deus livra seus servos QUINTA-Dn 4.31 Deus julga o soberbo SEXTA - Pv 16.18 A soberba precede a queda SÁBADO-Tg 4.6 Deus dá graça aos humildes JOVENS 33 TEXTO BÍBLICO Daniel 4.28-34 28 Todas essas coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor. 29 Ao cabo de doze meses, andando a passear sobre o palácio real de Babilônia, 30 Falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência? 31 Ainda estava a palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de ti o reino. 32 E serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo: far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer. 33 Na mesma hora, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens e comia erva como os bois, e 0 seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo, como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves. 34 Mas, ao fim daqueles dias, eu, Nabuco donosor, Levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. INTRODUÇÃO Deus, em sua soberania, honra pessoas e lhes dá domínio, recursos e inteligência a fim de que venham a se lembrar dEle, honrando-o e reconhe cendo que tudo vem do Senhor. Entre tanto. há pessoas que são tentadas a acreditar que sua própria mão, talentos e esforços foram os responsáveis por realizar grandes feitos, e ainda desejam que esses feitos durem para sempre. O orgulho impede estas pessoas de reconhecerem que foi Deus que tudo ofereceu. Todavia, todo orgulho será julgado no devido tempo pelo Todo- -Poderoso. É a respeito da tentação do orgulho que trataremos nesta lição. I - UM HOMEM QUE SE TORNOU GRANDE 1. Um homem a quem Deus hon rou. Nabucodonosor, cujo significado é “Nebo, proteja a minha fronteira”, é um nome usado por quatro reis que governaram a Babilônia. Mas a Palavra de Deus menciona quem certamente seria Nabucodonosor II. Este teria sido filho de Nabopolassar, um rei babilônico que derrotou a Assíria. Nabucodonosor se tornou rei, e teve grande protagonis- mo no cerco e destruição de Jerusa lém, de onde levou Daniel e seus três amigos para serem treinados na corte babilônica. Era um grande estrategista e administrador, e também passou a ser conhecido como um homem que marcou seu governo pelas grandes construções que desenvolveu, como uma rua suspensa para que por ela se passassem uma procissão ao deus Marduque. Também é atribuída a ele a construção dos jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Por todo esse histórico, esse rei é descrito pelo profeta Daniel da seguinte maneira: “Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem 34 JOVENS Devemos observar que Deus não permite que nos sobrevenham determinadas conse quências às nossas ações, sem antes nos dar as devidas ad vertências. dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade” (Dn 2.37). 2. O primeiro aviso. Devemos observar que Deus não permite que nos sobrevenham deter minadas consequências às nossas ações, sem antes nos dar as devidas advertências. Nabucodonosor teve um sonho no segundo ano do seu reinado onde viu uma estátua composta de diversos elementos, como ferro, ouro, prata e barro. Esses elementos repre sentavam diversos reinos que seriam conhecidos ao longo da história e todos teriam sua ascensão e seu declínio. Daniel, ao falar com o rei Nabu codonosor, procurou deixar claro que embora o reino deste monarca fosse grandioso, ele também seria temporário: "E, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu, e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra” (Dn 2.39). Deslumbrado com a interpretação do sonho, Nabucodono sor reconhece que o Deus de Daniel é Deus acima dos deuses da Babilônia. 3.0 segundo aviso. A Bíblia não diz quanto tempo se passou após o sonho do rei e a revelação do significado por Daniel, mas ela nos diz que Nabuco donosor fez uma estátua. Se a estátua do sonho era feita de vários elementos, a que o rei mandou construir era de ouro, e grande (Dn 3.1). Uma celebra ção foi feita a fim de que essa estátua pudesse ser reverenciada. Quando os amigos de Daniel se recusaram a se dobrar diante da estátua, após serem advertidos, e se manterem firmes em seu propósito de não se ajoelharem diante dela, foram lan çados em uma fornalha. Ocorre que o rei viu que havia quatro homens na fornalha, e não estavam sendo afetados pelo fogo, e o quarto homem tinha uma aparência sobrenatural. Aquele era o segundo aviso do Senhor para o rei, que após tirar os jovens hebreus do fogo, fez um decreto ordenando que todas as pessoas ado rassem ao Deus dos hebreus. 0 PENSE! Podemos crer que Deus nos adverte de forma contínua para que não venhamos a ser pessoas orgulhosas? 0 PONTO IMPORTANTE! Deus abomina o orgulho, e por isso, nos dá diversas advertên cias, em sua Palavra, a fim
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