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Uso correto da pontuação na língua escrita

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371PROMILITARES.COM.BR
PONTUAÇÃO
Nós já vimos, em outro capítulo, que não se escreve como se fala. 
Na língua falada, as palavras são formadas de fonemas; na língua 
escrita, de letras. Na língua falada os interlocutores estão presentes, 
alternando seus papéis de emissor e receptor, como acontece em uma 
conversa; na língua escrita, o leitor não está na presença do escritor e 
vice-versa, portanto não há interação comunicativa. Na língua falada, 
há elementos sonoros, expressões faciais, gestos, mímica, entoação da 
frase, pausas, acentuação expressiva de certas palavras ou sílabas etc.
Ao tentar transpor a língua falada para a escrita, o homem 
começou o grande desa� o: como transcrever a entoação e as pausas 
com suas in� exões expressivas?
Tentando reproduzir a expressividade humana no discurso 
escrito, muitos escritores consagrados usaram de formas diversas, 
criando seus estilos, os sinais de pontuação. Atualmente, depois que 
a Microsoft criou o Of� ce, com sua variedade de letras e recursos 
tipográ� cos, os escritores contemporâneos começaram a fazer uso 
desses recursos também, na tentativa de aproximar as duas línguas: 
a escrita e a falada. Assim, vemos aspas simples e duplas, parênteses 
e colchetes, reticências e sinais combinados (?!), negrito, itálico, 
caps lock, sublinhado e tachado, os versaletes. Mas apesar de tantos 
recursos, ainda podemos dizer que são limitados para imitar a fala 
humana, muito mais rica e � exível.
Os sinais de pontuação podem ser divididos segundo sua � nalidade. 
1. Indicadores de pausa - vírgula, ponto e vírgula, ponto e dois-
pontos.
2. Sugestivos de entonação - ponto de interrogação, ponto de 
exclamação e reticências.
3. Convencionais - aspas, parênteses, colchetes e travessão.
Observação
Alguns sinais de pontuação indicam simultaneamente entonação, 
pausa e ritmo. Porém, há pausas na fala que não são assinaladas 
na escrita.
PRINCIPAIS SINAIS DE PONTUAÇÃO E 
NORMAS DE USO
 VÍRGULA
Sinal grá� co de pontuação ( , ) indicando uma pausa ligeira, usada 
para separar frases encadeadas entre si ou elementos dentro de uma 
frase. 
(HOUAISS, Antônio – Dicionário Eletrônico)
O uso da vírgula é geralmente desnecessário se a oração está na 
ORDEM DIRETA.
 Veja:
Todos os portões serão abertos antes do horário previsto.
sujeito verbo adjunto adverbial
Quando essa ordem é quebrada por inversões ou intercalações, a 
vírgula marcará essa quebra. 
Veja:
Serão abertos, antes do horário previsto, todos os portões.
Antes do horário previsto, todos os portões serão abertos.
Antes do horário previsto, serão abertos todos os portões.
Observa-se que a vírgula foi usada para marcar a inversão ou 
a intercalação do adjunto adverbial. O sujeito e o verbo não são 
separados, ainda que estejam invertidos.
Portanto, nunca use vírgula para separar o sujeito do verbo ou 
o verbo do seu complemento. Use vírgula para separar elementos 
“intrusos” colocados entre o sujeito e o verbo ou entre o verbo e seu 
complemento.
JUSTIFICATIVAS PARA A VÍRGULA
Separa termo ou oração de valor adverbial, principalmente 
quando aparecem deslocados de sua posição (depois do verbo 
que modi� cam). É facultativa quando o termo é de pequena 
proporção e não altera o sentido da frase.
Exemplo: 
Por volta das cinco da tarde, o circo começou a pegar fogo.
Hoje é dia 23 de maio.
Destaca um aposto explicativo.
Exemplo: 
João Mendes, o ganhador da Loteria, doará metade de sua fortuna 
para um asilo.
Separa orações e termos em sequência, coordenados, de 
mesma função, ligados ou não por conjunção. 
Exemplo: 
São recorrentes as revoltas, os saques e as manifestações em 
Moçambique, Iêmen, Peru, Indonésia, Camarões, Egito e Senegal.
Isola um vocativo.
Exemplo: 
“A obra em si mesma é tudo: se te agradar, � no leitor, pago-me 
da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus.” 
(M. Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas)
Isola palavras ou expressões de valor explicativo, conclusivo, 
continuativo ou enfático – ou seja, por exemplo, isto é, como 
dizer, outrossim, em suma, en� m, ou melhor, etc.
Exemplo:
“Há sinais claros de que a expansão do etanol de milho nos EUA tem 
reduzido a oferta do grão como alimento. Aqui, porém, a produção de 
372
PONTUAÇÃO
PROMILITARES.COM.BR
biocombustíveis, especialmente o etanol à base de cana-de-açúcar, não 
ameaça a lavoura de gêneros alimentícios. ‘A partir do momento que 
nos tornamos uma referência na área desses combustíveis, as pessoas 
começam a nos criticar. E, aliás, falam até mesmo com leviandade.’ - disse 
o Presidente Lula revidando as críticas do relator da ONU, Jean Ziegler.” 
Isola as orações adjetivas explicativas.
Exemplo: 
Publicada em 1791, a primeira emenda da Constituição norte-americana,
que estabelece a liberdade de imprensa como pilar irremovível da democracia, 
nunca esteve tão a perigo.
ALTERAÇÃO DE SENTIDO
Em alguns casos, a retirada ou colocação da vírgula e ainda o 
deslocamento alteram o sentido do texto. Veja alguns casos:
ORAÇÕES ADJETIVAS
Exemplo: 
1. Tenho sempre saudades dos tios, que tanto � zeram por mim. 
(oração adjetiva explicativa) = Todos os meus tios � zeram 
tanto por mim.
2. Tenho sempre saudades dos tios que tanto � zeram por mim. 
(oração adjetiva restritiva) = Tenho muitos tios, mas só sinto 
saudades daqueles que � zeram algo por mim, não dos outros.
ADVÉRBIOS
Exemplo:
1. Ela me passou as informações, apenas, necessárias para a 
inscrição no concurso. = Ela não fez mais nada além de me 
passar informações necessárias...
2. Ela me passou as informações apenas necessárias para a 
inscrição no concurso. = Ela só me passou as informações que 
eram necessárias.
ORAÇÕES CONDICIONAIS
Exemplo: 
1. Se os homens soubessem o valor que têm, as mulheres 
� cariam de joelho a seus pés.
O sujeito de “têm” é “os homens” e o de “� cariam” é “as 
mulheres”.
2. Se os homens soubessem o valor que têm as mulheres, 
� cariam de joelho a seus pés.
O sujeito de “têm” é “as mulheres” e o de “� cariam” é “os 
homens”.
PONTO E VÍRGULA
Sinal de pontuação (;) que indica pausa mais forte que a da vírgula e 
menos que a do ponto. 
(HOUAISS, Antônio – Dicionário Eletrônico)
JUSTIFICATIVAS PARA O PONTO E VÍRGULA
• Separa os termos de um período longo, principalmente se um 
ou mais deles já estiverem separados por vírgula.
Exemplo: 
O Vestibular Militar é um concurso rigoroso; para se preparar 
é necessário muito estudo, dedicação e disciplina; uma prática 
exaustiva de questões e bastante energia.
• Separa os elementos de uma enumeração descritiva ou 
narrativa.
Exemplo: 
Os feriados, no Brasil, são festas constantes para o povo. O 1º 
de janeiro anuncia, com fogos de artifício, as festas vindouras; 
o Carnaval deixa a Nação em clima de euforia por quatro 
dias consecutivos; a Semana Santa é comemorada com 
bacalhoada em almoços fartos regados com um bom vinho; a 
sequência de folgas em abril com Tiradentes e São Jorge leva 
as famílias pelas estradas aos balneários mais ensolarados, 
fechando o ciclo veranista de festas e folgas. 
• Separa orações adversativas e conclusivas, com ou sem 
conjunções. As conjunções, nesses casos, vêm pospostas aos 
verbos ou a outros termos, à exceção do mas.
Exemplo: 
Achou que o anúncio da candidatura dele era oportuno; 
convinha, contudo, aguardar todos os correligionários 
chegarem à reunião do partido.
 “Há muitos modos de a� rmar; há um só de negar tudo.” 
(M. de Assis)
DOIS-PONTOS
Sinal de pontuação (:) correspondente, na escrita, a uma pausa 
breve da linguagem oral e a uma entoação geralmente descendente, e 
cuja função é preceder uma fala direta, uma citação, uma enumeração, 
um esclarecimento ou uma síntese do que foi dito antes etc. 
(HOUAISS, Antônio – Dicionário Eletrônico).
 JUSTIFICATIVAS PARA OS DOIS-PONTOS
• Anuncia a entrada de um interlocutor.
Exemplos: 
Um paulista, trabalhando pesado, suado, terno e gravata, vê 
um baiano deitado numa rede, na maior folga.
O paulista não resiste e diz:
-Você sabia que a preguiçaé um dos sete pecados capitais?
E o baiano, sem nem se mexer, responde: 
- A inveja também!
• Anuncia uma enumeração especi� cadora de um termo que 
a generaliza.
Exemplo: 
O mundo se transformou numa grande feira de sexo com 
explosão de várias ações transgressoras: adultério, divórcio, 
aborto, prostituição, pornogra� a, estupro, perversão e 
gravidez na adolescência.
• Anuncia uma explicação, um esclarecimento, uma conclusão, 
uma oração apositiva.
Exemplos: 
As empresas estão cada vez mais conscientes da preservação 
ambiental: 48% realizam controles de emissão de carbono, 
ante 41% em 2007.
Tente imaginar esta cena: homens e animais vivendo 
harmonicamente, sem destruir o meio ambiente.
• Anuncia uma citação.
Exemplos: 
Foi Chekhov quem de� niu: “A arte de escrever é a arte de 
abreviar”.
373
PONTUAÇÃO
PROMILITARES.COM.BR
TRAVESSÃO
Sinal constituído de traço horizontal maior que o hífen (–), da 
largura do quadratim, usado, entre outras coisas, para indicar a 
mudança dos interlocutores num diálogo, separar título e subtítulo 
em uma mesma linha, substituir parênteses para efeito de ênfase. 
(HOUAISS, Antônio – Dicionário Eletrônico).
JUSTIFICATIVAS PARA OS TRAVESSÕES
• Inicia a fala de um interlocutor.
Exemplo:
A mulher comenta com o marido: 
– Querido, o relógio caiu da parede e quase acertou a cabeça 
da mamãe...
– Maldito relógio! Sempre atrasado. 
• Enfatiza a adjetivação atribuída ao substantivo anterior.
Exemplo:
Ela é muito bonita − bonita mesmo!
• Indica uma concessão a uma opinião hipotética.
Exemplo: 
A frase mais reveladora do ano – está bem, do mês – foi a 
do Lula.
• Marca orações intercaladas:
– de citação = indica a pessoa que proferiu a oração 
anterior.
Exemplo:
A ciência é o único campo do conhecimento humano 
com características progressistas – disse Michael Sermer, 
Diretor da ONG contra superstições.
– de advertência = esclarece algo que o enunciador julga 
necessário.
Exemplo: 
“Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem 
onde dormir – isto é, um menor abandonado.”
(Fernando Sabino)
– de opinião = enuncia a opinião do autor.
Exemplo: 
“[...] se você advogar a tese de que a água deveria ser 
explorada por particulares, todos se voltarão contra você, 
pois − com toda razão − jamais poderiam admitir essa 
hipótese [...]” 
(Millôr Fernandes)
– de desejo ou exclamação = o autor exprime um desejo.
Exemplo: 
O espantoso é que Mariana – feliz seja para sempre! – 
casou-se com o homem mais rico da cidade.
– de escusa = pedido de desculpas do autor.
Exemplo: 
Nossa preocupação – perdoem-me os ambientalistas de 
plantão – não era só controlar a exploração das � orestas 
e evitar a morte de muitos animais silvestres. Era também 
a de tirar as mais belas fotogra� as da paisagem.
• Comenta uma enunciação anterior.
Exemplo: 
“O que ela amava acima de tudo era fazer bonecos de barro 
– o que ninguém lhe ensinara.” 
(Clarice Lispector)
PARÊNTESES
“Cada um dos sinais de pontuação ( ) que delimitam essa frase 
ou período.” 
(HOUAISS, Antônio – Dicionário Eletrônico).
JUSTIFICATIVAS PARA OS PARÊNTESES
• Indica o nome do autor de uma citação.
Exemplo:
“Para perseguir meus ideais não preciso me deixar matar: 
basta procurar a coerência, o que pode ser uma forma de 
heroísmo silencioso.” (Lya Luft)
• Indica a fonte da declaração, datas, sigla.
Exemplos:
“O governo tem sido um dos grandes cúmplices dos vilões 
do desmatamento na Amazônia. Uma Nota Técnica, assinada 
por André Lima e Sergio Travassos, respectivamente, diretor 
e gerente do Departamento de Políticas para o Combate ao 
Desmatamento, do Ministério do Meio Ambiente, pode ser 
uma bússola para as ações do ministro Carlos Minc.” 
(Revista Carta Capital . Nº 497, maio-2008)
Francis Bacon (1909-1992) bateu um recorde: seu tríptico de 
1976 foi arrematado por 86,2 milhões de dólares e tornou-se 
a mais cara obra de arte contemporânea.
A usina de Belo Monte é um dos projetos prioritários do 
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo 
Federal, focado em suprir a carência energética brasileira.
• Isola orações intercaladas, expressões explicativas em 
substituição aos travessões, enumerações.
Exemplos: 
O Brasil sempre foi exportador de produtos agrícolas (açúcar, 
café, cacau). Gradualmente, tornou-se líder mundial na 
produção de grãos e, mais recentemente, fonte alternativa 
para atenuar a potencial carência de alimentos no mundo.
• Explicita uma referência.
Exemplos: 
Pelé e Maradona adoram al� netar um ao outro. Esta semana, 
Maradona declarou, em Cannes, num documentário, que, se 
ele não tivesse feito tantas besteiras, Pelé não teria chegado 
nem a segundo melhor jogador do mundo. Ele (Maradona) 
é realmente dionisíaco. Parece fazer parte de um Olimpo 
futebolístico.
ASPAS
Sinal grá� co, geralmente alceado (“ “), que delimita uma citação, 
título de obra, denominação comercial etc., ou usado para realçar 
certas palavras ou expressões, sentidos � gurados, gírias etc. 
(HOUAISS, Antônio – Dicionário Eletrônico)
374
PONTUAÇÃO
PROMILITARES.COM.BR
JUSTIFICATIVAS PARA AS ASPAS
• Usam-se antes e depois de uma citação textual.
Exemplo:
Os homens vikings eram saqueadores e violadores 
contumazes, mas tinham a coerência moral de não sentir 
ciúme das escapadas de suas esposas. Como explicou uma 
pessoa que conheci em minha viagem à Islândia, dois anos 
atrás: “Os vikings iam embora e as mulheres dominavam a 
situação e tinham � lhos com seus escravos, e, quando os 
vikings voltavam, aceitavam tudo com muita normalidade.”
• Dão destaque a nomes de publicações, obras de arte, títulos, 
apelidos, etc.
Exemplo:
Quem estrela o novo “Indiana Jones” ao lado de Harrison 
Ford é Shia La-Beouf, nascido em 1986, cinco anos depois da 
estreia de “Os Caçadores da Arca Perdida”.
• Destacam termos gírias, estrangeiros, neologismos.
Exemplos:
Os irlandeses são o povo menos “encucado” do mundo.
“Nouveau Riche” do poder, Nicolas Sarkozy − Presidente da 
França − faz o que se espera de alguém como ele, no que diz 
respeito à exposição espalhafatosa de suas novas ferramentas 
de trabalho.
“A nova tribo dos “micreiros” cresceu tanto que talvez já 
não seja apenas mais uma tribo, mas uma nação, embora a 
linguagem fechada e o fanatismo com que se dedicam ao seu 
objeto de culto sejam quase de uma seita.” 
(Zuenir Ventura)
• Usam-se para isolar as falas de personagens em textos 
narrativos.
Exemplos:
“Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, 
chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, 
domingo vou jantar com você.”—”Vou para Petrópolis, Dom 
Casmurro; a casa é a mesma da Renania; vê se deixas essa caverna 
do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.”—
”Meu caro Dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro 
amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, 
dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.” 
(Machado de Assis - Dom Casmurro)
Atualmente, em alguns casos, tem sido tolerado o uso de itálico
como forma de dispensar as aspas, exceto em citação textual e fala 
de personagens.
A pontuação do trecho que � gura entre aspas seguirá as regras 
gramaticais correntes. Caso, por exemplo, o trecho transcrito entre 
aspas terminar por ponto � nal, este deverá � gurar antes do sinal de 
aspas que encerra a transcrição. 
Exemplo:
O art. 2º da Constituição Federal – “São Poderes da União, 
independente se harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário.” – já � gurava na Carta anterior.
PONTO
Sinal de pontuação que indica, no � nal de uma frase, o 
encerramento de um período, uma pausa acentuada. 
(HOUAISS, Antônio – Dicionário Eletrônico)
JUSTIFICATIVAS PARA O PONTO
• Indica o � nal de uma frase declarativa.
Exemplo:
A Incon� dência Mineira é considerada o principal movimento 
emancipacionista do Brasil colônia.
• Separa períodos entre si.
Exemplo:
No princípio eram as trevas. Aí Deus criou o couvert. Depois 
do couvert, vieram as entradas; depois das entradas, o pernil.Depois do pernil veio a farofa, a maionese e o feijão tropeiro, 
além da cerveja, é claro, bem gelada, que não podia faltar.
Deus achou tudo aquilo muito bom, mas achava que faltava 
um doce. Aí apareceu o quindim, depois do quindim veio o 
café. O café e um licor. E a conta. 
(Jô Soares - Alfaçada)
• Encerra abreviaturas.
Exemplo:
Sr.; etc.; Av.
PONTUAÇÃO E LUDISMO
Veja como algumas alterações na pontuação pode provocar 
mudança de signi� cado. Leia a história abaixo com atenção.
Um homem rico, sentindo-se morrer, pegou papel e pena e 
escreveu:
“Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais 
será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.”
A irmã chega e pontua assim: “Deixo meus bens à minha irmã, 
não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada 
aos pobres.”
Chega o sobrinho e faz as seguintes pontuações: “Deixo meus 
bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a 
conta do alfaiate. Nada aos pobres.”
Surge o alfaiate e pontua: “Deixo meus bens à minha irmã? 
Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. 
Nada aos pobres.”
O juiz estudava o caso quando chegaram os pobres; um deles 
tomou uma das cópias e pontuou:
“Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? 
Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.”
Moral da estória: Assim é a vida, somos nós que colocamos os 
pontos e isso faz diferença!
* autor desconhecido.
EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO I
01. Na frase: “A dupla articulação da linguagem caracteriza-se 
a) pela combinação e b) pela comutação”. O sinal de pontuação 
adequado para preencher a lacuna (indicada por um quadrado) é:
a) ponto e vírgula.
b) dois pontos.
c) vírgula.
d) reticências.
e) travessão.
02. Qual a justi� cativa do uso de vírgulas no seguinte trecho: “Ele 
citou, entre a lista de paradoxo que o panorama mundial oferece, o 
aumento de gastos militares em todo o mundo.”?
375
PONTUAÇÃO
PROMILITARES.COM.BR
a) A presença de um vocativo.
b) A delimitação de um aposto.
c) A necessidade de ênfase.
d) A inversão de termos.
e) A divisão de orações.
03. “Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo 
de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também [...]” 
A justi� cativa para as vírgulas no trecho é:
a) a intercalação de um adjunto adverbial.
b) o destaque de um aposto.
c) a divisão de termos da mesma função.
d) a separação de orações.
e) a presença de um vocativo.
04. A vírgula que separa a oração sublinhada em: “Os ídolos cumprem 
um papel importante. São geradores de entusiasmo e alegria. Ayrton 
Senna foi um semeador de otimismo. O Brasil esquecia suas mazelas, 
e os nossos domingos se vestiam de verde e amarelo.” da oração 
seguinte se justi� ca porque esta oração
a) tem sujeito diferente.
b) é oração adverbial.
c) é coordenada à anterior.
d) é oração reduzida.
e) não tem nenhum elemento 
coordenativo.
05. Há uma vírgula usada para separar uma oração reduzida de 
gerúndio na frase da alternativa:
a) Apesar das tentativas de descrédito, foi a reação da sociedade civil 
que impulsionou a queda do ex-presidente.
b) Portanto, o momento histórico apresenta facetas negativas e positivas.
c) São partes de um todo, são dimensões inseparáveis do mesmo processo.
d) Por um lado, assistimos revoltados ao des� le de corruptos e 
criminosos.
e) Há um amplo espectro de iniciativas, envolvendo diferentes atores 
e segmentos sociais.
06. Há ERRO no emprego da vírgula na alternativa:
a) O mar, a � or e a lua não me falam de ti.
b) Maria Cândida, a professora de inglês, não compareceu.
c) Professor, não entendi o exercício.
d) Não me zanguei, mas também não gostei.
e) Tia Natália ouviu, uma explosão no pomar.
07. Na frase, “A favela é um sintoma – grave – da doença brasileira.”
os travessões foram usados para
a) evitar a repetição de um termo já mencionado.
b) explicar, com um sinônimo, o termo anterior.
c) enfatizar a adjetivação atribuída ao substantivo anterior.
d) interromper o pensamento, desviando-o para outro assunto.
e) intercalar uma ideia estranha à que vinha sendo enunciada.
08. De acordo com a norma culta, caberia o uso da vírgula na frase 
”Preste atenção, querida.” para
a) enumerar itens.
b) enfatizar uma explicação.
c) separar circunstâncias.
d) isolar o aposto.
e) destacar o vocativo.
EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO II
Leia o conceito de pontuação e os fragmentos de texto abaixo:
Pontuar é sinalizar gramatical e expressivamente um texto.
(Celso Cunha, Gramática do Português Contemporâneo, p.618)
Texto I
– Que bom vento o trouxe a Catumbi a semelhante hora? 
perguntou Duarte, dando à voz uma expressão de prazer, aconselhada 
não menos pelo interesse que pelo bom-tom.
– Não sei se o vento que me trouxe é bom ou mau – respondeu 
o major sorrindo por baixo do espesso bigode grisalho – sei que foi 
um vento rijo. Vai sair?
– Vou ao Rio Comprido.
– Já sei; vai à casa da viúva Meneses. Minha mulher e as pequenas 
já devem estar: eu irei mais tarde, se puder. Creio que é cedo, não?
Lopo Alves tirou o chapéu e viu que eram nove horas e meia. 
Passou a mão pelo bigode, levantou-se, deu alguns passos na sala, 
tornou a sentar-se e disse:
– Dou-lhe uma notícia, que certamente não espera. Saiba que 
� z... � z um drama.
– Um drama! – exclamou o bacharel.
(Machado de Assis, Contos)
Texto II
A CHEGADA
E quando cheguei à tarde na minha casa lá no 27, ela já me 
aguardava andando pelo gramado, veio me abrir o portão pra que 
eu entrasse com o carro, e logo que saí da garagem subimos juntos 
a escada pro terraço, e assim que entramos nele abri as cortinas do 
centro e nos sentamos nas cadeiras de vime, � cando com nossos olhos 
voltados pro alto do lado oposto, lá onde o sol ia se pondo, e estávamos 
os dois em silêncio quando ela me perguntou “que que você tem?”, 
mas eu, muito disperso, continuei distante e quieto, o pensamento 
solto na vermelhidão lá do poente, e só foi mesmo pela insistência da 
pergunta que respondi “você já jantou?” e como ela dissesse “mais 
tarde” eu então me levantei e fui sem pressa pra cozinha (ela veio atrás), 
tirei um tomate da geladeira, fui até a pia e passei uma água nele [...]
(Raduan Nassar, Um copo de cólera)
01. Compare duas diferentes possibilidades de pontuação – uma feita 
por Machado de Assis e outra por Raduan Nassar – em estruturas com 
funções semelhantes, apontando o efeito de sentido que produzem.
02. Pontue as frases de modo a torná-las coerentes e corretas.
a) Levar uma pedra a Paris uma andorinha só não faz verão
b) Um navio inglês entrava no porto um navio holandês 
c) Um fazendeiro tinha um bezerro e a mãe do fazendeiro era 
também o pai do bezerro
d) Comes como como comes como como comes
03. (EN 2011) Em que opção a outra possibilidade de pontuação está 
correta de acordo com a norma padrão atual?
a) “De vez em quando Regina escreve numa folha de papel alguma 
coisa, sem intuito de divulgação ou laivos de publicação.” / De vez 
em quando, Regina escreve, numa folha de papel, alguma coisa, 
sem intuito de divulgação, ou laivos de publicação.
b) “Certa manhã uma vizinha do mesmo edifício passeava pela 
calçada da praia, empurrando o seu carrinho de bebê.” / Certa 
manhã uma vizinha, do mesmo edifício passeava pela calçada da 
praia, empurrando, o seu carrinho de bebê.
376
PONTUAÇÃO
PROMILITARES.COM.BR
c) “Quando a moça voltou para casa, encontrou, passada pela soleira 
da porta de seu apartamento, uma folha de papel.” / Quando a 
moça, voltou para casa encontrou, passada, pela soleira da porta 
de seu apartamento uma folha de papel.
d) “Então ela, com a voz débil de quem ainda não falou com 
ninguém naquele dia, resmungou qualquer coisa bem baixinho.” 
/ Então, ela, com a voz débil de quem ainda não falou com 
ninguém naquele dia resmungou, qualquer coisa bem baixinho.
e) “Era um bilhete. Que assim dizia: ‘Obrigada pelo sorriso. Regina.’” / 
Era, um bilhete que, assim dizia, obrigada pelo sorriso, Regina.
04. (EN 2013). Que opção analisa corretamente o usodas reticências 
em “O dia acabou com a família em festa; eu lembro-me, � quei de 
uniforme até de tarde...”?
a) Destacam a interrupção de uma ideia do locutor, para exprimir 
considerações acessórias.
b) Marcam a suspensão da voz do autor, para assinalar in� exões de 
natureza emocional.
c) Indicam que a ideia que o autor quer exprimir deve ser preenchida 
com a imaginação do leitor. 
d) Cortam a frase do locutor pela interferência de outras informações 
que dão continuidade ao texto.
e) Assinalam que foram suprimidas possíveis referências do autor, 
com a intenção de realçar a última ideia enunciada.
05. (CN 2014) Em “Não basta mandarmos que elas prestem atenção: 
isso de nada as ajuda.”, os dois-pontos podem ser substituídos, sem 
que haja alteração de sentido, por
a) não obstante.
b) conquanto.
c) quando.
d) porque.
e) todavia.
06. (AFA 2010) Assinale a alternativa em que a análise da palavra 
sublinhada está correta. 
a) “O retorno ao Rio marca uma nova fase de êxtase...” - (Palavra 
substantivada, proveniente de derivação imprópria).
b) “O negro abaixou imediatamente as mãos, semicerrou os olhos e 
dirigiu-lhe um olhar temeroso [...]” - (Pronome pessoal na função 
de objeto indireto).
c) “[...] os interessados em história natural têm vantagem no sentido 
de que sempre descobrem [...]”- (Elemento de coesão que retoma 
a palavra sentido).
d) “Nesse período, Darwin � cara hospedado em uma casa à beira-
mar (cottage) em Botafogo.” - (Particípio do verbo hospedar que, 
juntamente com o verbo � car, forma voz passiva).
GABARITO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO I 
01. B
02. D
03. B
04. A
05. E
06. E
07. C
08. E
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO II
01. O aluno deverá apresentar duas possibilidades de pontuação, 
como por exemplo: Marcação de diálogo: o emprego do travessão 
no texto I marca a fala diferenciada de cada personagem; o uso 
das aspas no texto II apresenta o diálogo incorporado ao � uxo 
da narrativa. Uso do ponto: no texto I indica o término de um 
período da narrativa, enquanto sua substituição pela vírgula no 
texto II destaca a lembrança de sequência de ações.
02.
a) Levar uma pedra a Paris, uma andorinha só não faz. Verão! 
(A palavra “verão” não é um substantivo, como sugere o dito 
popular, mas um verbo – ver - � exionado na 3ª pessoa do plural, 
futuro do presente do indicativo).
b) Um navio inglês entrava, no porto, um navio holandês. (O verbo 
da oração absoluta é “entravar”, � exionado no presente do 
indicativo. À primeira vista, parece ser o verbo “entrar”, � exionado 
no pretérito imperfeito do indicativo, o que inviabilizaria qualquer 
tentativa de pontuação coerente que mantivesse o sentido da 
frase.) 
c) Um fazendeiro tinha um bezerro e a mãe. Do fazendeiro era 
também o pai do bezerro. (A segunda oração tem seus termos 
invertidos, o que provoca a dúvida na hora de pontuar. A ordem 
direta seria assim: O pai do bezerro também era do fazendeiro.) 
d) Este conjunto de palavras forma um diálogo com algumas 
possibilidades. A mais coerente seria: 
– Comes? (verbo comer) 
– Como. (verbo comer) 
– Como comes? (advérbio interrogativo de modo e verbo comer) 
– Como, como comes. (verbo comer, conjunção conformativa e 
verbo comer) 
03. A
Observe que houve separação, na letra a, de elementos deslocados, 
os adjuntos adverbiais. A última vírgula se justi� ca pela possibilidade 
dupla de virgular ou não as orações coordenadas alternativas, de 
acordo com o estilo pretendido. 
Na letra b, houve separação inadequada do verbo com seu objeto 
direto: empurrando seu carrinho. 
Na letra c, houve separação inadequada do sujeito “moça” e de seu 
predicado “voltou...”. 
Na letra d, houve separação inadequada do verbo “resmungou” com 
seu objeto direto “qualquer coisa”. 
Na letra e, houve separação inadequada do verbo “era” com seu 
predicativo “um bilhete”. 
04. B
O autor teve a intenção de mostrar que ele ainda estava pensando 
sobre o que relatou, sem necessidade de exprimir com palavras ao 
leitor.
05. D
O que se coloca depois dos dois-pontos é uma justi� cativa do motivo 
indicado na primeira oração, logo a conjunção que melhor se aplica a 
este caso é “porque”, conjunção coordenativa explicativa. 
06. B
a) retorno é substantivo deverbal, derivado do verbo retornar. 
Derivação regressiva. 
b) o pronome pessoal oblíquo “lhe” tem a função de objeto indireto 
do verbo “dirigir” - dirigiu algo (od) a alguém (oi) 
c) a expressão “no sentido de que” é marca de oralidade e equivale 
à conjunção explicativa “porque”. 
d) a locução “� cara hospedado” não é voz passiva, pois o sujeito do 
verbo principal é “darwin”.

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