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Cliente com problemas respiratórios e cardiovasculares Prof.ª Natalia da Palma Sobrinho Descrição A construção do conhecimento sobre os aspectos gerais das doenças respiratórias e cardiovasculares na assistência de enfermagem ao cliente com problemas respiratórios e cardiovasculares e a importância do cuidado integral. Propósito Assistência de enfermagem relacionada ao cliente com distúrbio respiratório e cardiovasculares, de modo a proporcionar efetividade do cuidado clínico nos diferentes níveis de atenção à saúde. Objetivos Módulo 1 Assistência de enfermagem ao cliente com problemas respiratórios Descrever os principais aspectos da assistência de enfermagem aos clientes com distúrbios pulmonares com vistas à efetividade do cuidado clínico. Módulo 2 Assistência de enfermagem ao cliente com problemas Assistência de enfermagem ao cliente com problemas cardiovasculares Descrever os principais aspectos da assistência de enfermagem aos clientes com distúrbios cardiovasculares com vistas à efetividade do cuidado clínico. As doenças cardiorrespiratórias estão entre as principais causas de morbimortalidade em nosso país, correspondendo, assim, a um grave problema de saúde pública. As infecções respiratórias, por exemplo, estarão entre as cinco principais causas de morte em 2030, principalmente pela contínua exposição aos fatores de risco, como poluição, tabagismo e alimentação inadequada, tendo relação também com o envelhecimento da população mundial. Esse fenômeno afetará drasticamente a qualidade de vida populacional e, consequentemente, o perfil dos clientes nas unidades de saúde. Dessa maneira, a enfermagem tem papel fundamental na assistência aos clientes com problemas respiratórios e cardiovasculares no que tange à habilidade para reconhecer os achados anormais, propor cuidados fundamentados em evidências científicas e, assim, guiar a tomada de decisão clínica no cotidiano do cuidado de enfermagem nas unidades de saúde. Neste conteúdo, vamos apresentar os pontos relevantes com relação à assistência de enfermagem ao cliente com problemas respiratórios e cardiovasculares, com o intuito de estabelecer boas práticas assistenciais e uma prescrição personalizada de cuidados de enfermagem. Seu ponto de partida é: como ocorrem os distúrbios respiratórios e cardiovasculares? Vamos começar? Orientação sobre unidade de medida Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. Introdução 1 - Assistência de enfermagem ao cliente com problemas respiratórios Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever os principais aspectos da assistência de enfermagem aos clientes com distúrbios pulmonares com vistas à efetividade do cuidado clínico. Assistência de enfermagem ao cliente com problemas respiratórios O sistema respiratório é formado pelo trato respiratório superior e inferior, que precisam funcionar em harmonia para a plena ocorrência da ventilação. É importante lembrar que a ventilação é definida como o movimento de entrada e saída de ar das vias aéreas. O trato respiratório inferior é composto pelos pulmões e por sua estrutura específica responsável pelas trocas gasosas. A troca gasosa é compreendida como o movimento de entrada e saída do ar. Essa dinâmica ocorre com a entrega de oxigênio para os tecidos por meio da corrente sanguínea e a eliminação dos gases tóxicos pela expiração após a troca. No presente módulo, vamos apresentar os distúrbios frequentes que afetam o trato respiratório inferior e a efetividade das trocas gasosas, bem como o papel da enfermagem na prática cotidiana diante desses agravos. Pneumonias A pneumonia está entre as principais causas de morte no mundo e consiste no comprometimento do parênquima pulmonar por meio de infecção causada por um agente etiológico, que pode ser químico, físico ou mecânico. Ela pode ser causada por diferentes micro-organismos, como bactérias, vírus, micobactérias, fungos e parasitas, sendo as pneumonias virais e bacterianas as mais comumente encontradas. Podem ainda ser divididas em pneumonia adquirida na comunidade (PAC) e pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), sendo esta considerada uma iatrogenia . Iatrogenia É considerado iatrogenia o dano ao cliente decorrente de complicações do tratamento aplicado pela equipe de saúde, podendo estar relacionado com a administração de medicamentos, os procedimentos cirúrgicos ou qualquer outro processo de tratamento. Ilustração Streptococcus pneumoniae. O Streptococcus pneumoniae é o maior agente etiológico associado à PAC, porém esta também pode ser p p g g , p p desenvolvida por bactérias endógenas das vias aéreas superiores (cavidade nasal, faringe e laringe), que, por ausência ou diminuição dos mecanismos fisiológicos de defesa, instalam-se nas vias aéreas inferiores (traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos). Entre os micro-organismos comumente associados à pneumonia, também temos: Haemophilus influenzae, Chlamydia pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae , vírus sincicial respiratório (VSR), adenovírus, vírus da influenza, metapneumovírus e vírus da parainfluenza. Entre os meios fisiológicos para impedir o acometimento de pneumonias (SETHI, 2020), os principais são: 1 Reflexo de tosse para expulsão de substâncias estranhas que invadem o sistema respiratório inferior, como muco, resíduos gástricos, corpos estranhos, entre outras. 2 Células ciliadas, que revestem o sistema respiratório inferior e deslocam muco, micro-organismos e substâncias estranhas para serem expelidos. 3 Sistema imunológico específico e inespecífico, como proteínas produzidas pelas células pulmonares e glóbulos brancos. Dessa maneira, diferentes fatores podem contribuir para o acometimento de pneumonia (SETHI, 2020), entre eles: 1 Cirurgia e/ou lesão abdominal ou torácica, em que a respiração e o reflexo de tosse podem ser comprometidos pela dor. 2 Condições como debilitação física, paralisias, inconsciência ou pessoas acamadas, o que dificulta ou diminui as incursões respiratórias. 3 Comprometimento imunológico por medicamentos imunossupressores, doenças como HIV e HTLV, câncer, bebês e crianças pequenas com sistema imunológico imaturo. Os sintomas da pneumonia podem variar de acordo com o agente causador, a extensão do comprometimento pulmonar, a idade e comorbidades associadas. Os sinais e os sintomas mais comuns são tosse com secreção de aspecto alterado e espesso, ruídos adventícios à ausculta pulmonar, dor torácica, febre, dispneia, náuseas, diarreia, anorexia, entre outros. Extremos de idade, como crianças e idosos, podem não manifestar febre e/ou dor, podendo cursar apenas com dispneia (SETHI, 2020). O agravamento da pneumonia pode desencadear quadros inflamatórios sistêmicos, como sepse incidindo em hipotensão arterial grave, baixa concentração de O2 no organismo com hipóxia, acidose respiratória por retenção de CO2, abscesso pulmonar com acúmulo de conteúdo inflamatório no pulmão, empiema entre o pulmão e a caixa torácica, e síndrome da angústia respiratória aguda (Sara), sendo esta uma inflamação excessiva, necessitando de suporte ventilatório com intubação orotraqueal. O diagnóstico de pneumonia pode ser realizado por anamnese e exame físico; porém, exames complementares podem ser solicitados para confirmação. Entre os exames de imagem, temos: Sepse A sepse é uma manifestação inflamatória sistêmica de etiologia infecciosa, podendo ser causada por vírus, fungos ou bactérias. Sua ocorrência envolve comprometimento de múltiplos órgãos e pode ser fatal. Os principais sinais e sintomas são febre, alteração respiratória, queda da pressão arterial (PA), taquicardia e confusão mental. O tratamento é baseadona administração de antibióticos. Raios X São os mais solicitados, apesar de não apresentarem maior fidedignidade de resultado. Ultrassonogra�a de tórax (USG) A USG é a que apresenta maior especificidade à consolidação em comparação ao raios X. Tomogra�a computadorizada (TC) A TC pode mostrar-se mais eficiente a achados diagnósticos alternativos, como pneumonia fúngica, tromboembolismo pulmonar, neoplasias, tuberculose pulmonar, entre outros. Um ponto de atenção na utilização da TC como método de apoio diagnóstico é a alta exposição à radiação que ela provoca. Em função disso, pode-se solicitar a USG como intermediária entre os dois serviços de apoio diagnóstico. Contudo, prevalece a intensa recomendação da utilização da TC para avaliação de complicações da pneumonia, como abscesso pulmonar, derrame pleural extenso e não resposta ao protocolo clínico implementado no tratamento. Atualmente, o vírus conhecido popularmente como covid-19 foi observado em 2019 na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, onde pacientes desenvolveram um quadro de pneumonia de etiologia desconhecida que logo se transformou em uma pandemia. Hoje, sabe-se que a covid-19 tem por agente etiológico o Sars-CoV-2, que causa principalmente a síndrome respiratória, porém as evidências científicas apontam para uma doença multissistêmica, tendo como principais sintomas: febre, tosse, fadiga muscular, dispneia, entre outros. No momento, não há medicamentos específicos para tratamento da covid-19. A principal intervenção de enfrentamento à pandemia é a prevenção. A vacinação e as medidas de distanciamento são fundamentais para prevenir e minimizar a ocorrência dos casos. Converse com seus clientes e faça sua parte. Vamos lá? Saiba mais No calendário vacinal brasileiro, encontramos vacinas que visam à prevenção de pneumonia e de formas graves de infecções provocadas por alguns dos patógenos, como o vírus da influenza, a Bordetella pertussis e o Streptococcus pneumoniae. Incentive seus clientes quanto à adesão às campanhas de vacinação! O tratamento medicamentoso para a pneumonia consiste na administração, oral ou intravenosa, de antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários prescritos a determinada classe de micro-organismos que se esperam ou se identificam como sendo os causadores da infecção pulmonar. Outras medicações, como corticoides e anti-inflamatórios, podem ser associadas, de acordo com a indicação médica, além da oxigenoterapia, a depender da necessidade do paciente, sendo escalonada em frações por dispositivos de inalação, a fim de atender a uma saturação periférica venosa satisfatória às necessidades corporais. Os principais cuidados de enfermagem e metas com o cliente com pneumonia são: 1 Controlar a permeabilidade das vias aéreas, auxiliando na expectoração de secreção brônquica e na antecipação à deterioração clínica. 2 Incentivar respirações profundas e mobilização com o menor esforço possível, sendo essa uma ferramenta não farmacológica que pode trazer benefícios. 3 Promover repouso e conservação de energia, no caso dos clientes com quadros exacerbados, para evitar a piora dos sintomas. 4 Estimular a ingesta de líquidos, pois os pacientes com pneumonia apresentam tendência à desidratação em razão da febre e da sudorese intensa. 5 Estimular o abandono do tabagismo, sendo essa também uma recomendação pertinente na prevenção de pneumonias. 6 Encorajar o paciente à correta adesão ao tratamento, o que se mostra fundamental, uma vez que a não adesão completa do esquema antibiótico pode acarretar resistência microbiana e falência terapêutica. É de extrema necessidade a adesão de toda a equipe gerencial e assistencial à prevenção de infecções relacionadas com a assistência em saúde, com especial importância à pneumonia associada à ventilação mecânica, tendo em vista o relevante papel que essa iatrogenia tem sobre a sobrevida e o prolongamento da necessidade de cuidados intensivos. Edema Agudo de Pulmão (EAP) O edema agudo pulmonar é uma condição clínica caracterizada por baixo nível de oxigênio no sangue que pode estar associada a diferentes patologias, como cardiovasculares e renais. A rápida identificação e a tomada de decisão assertiva são vitais para um bom prognóstico ao paciente e o aumento da sobrevida. Esse evento consiste na migração de líquido para o interstício pulmonar e os alvéolos, resultando no impedimento da troca gasosa adequada e, suscetivelmente, em dispneia com intensa tosse produtiva de expectoração intensa, apresentando característica rósea e hemoptoica, taquipneia, cianose central, sudorese e extremidades frias. O edema agudo pulmonar pode ser definido como cardiogênico ou não cardiogênico. Veja a seguir. O tipo edema agudo de causa cardiogênica se dá como resultado de distúrbio cardíaco, em que ocorre desarmonia entre o ventrículo direito e o ventrículo esquerdo, congestionando a circulação pulmonar. Está associado a patologias como hipertensão arterial sistêmica (HAS), insuficiência cardíaca, cardiopatia isquêmica, arritmias, miocardites, sopros e doenças das valvas cardíacas. Quando o quadro clínico é associado à hipertensão, denomina-se edema agudo pulmonar hipertensivo e, quando associado à hipotensão, edema agudo pulmonar secundário ao choque cardiogênico. O edema agudo pulmonar não cardiogênico pode estar relacionado com diferentes patologias em associação a estados hidrodinâmicos, como insuficiência renal, choque séptico por Sara, obstrução de vias aéreas como no laringospasmo, ressuscitação volêmica agressiva, pneumonia, altitudes elevadas, uso de drogas como cocaína, entre outros. O edema agudo de pulmão é uma das causas de dispneia mais prevalentes em atendimentos de urgência e emergência, o entendimento dos mecanismos desencadeadores dessa condição fisiopatológica e de seu desfecho mostra-se de fundamental importância para a identificação precoce e o assertivo tratamento com correção da causa-base. O que fazer quando se suspeita de edema agudo pulmonar? Resposta Deve-se realizar avaliação clínica detalhada e solicitar exames complementares, como eletrocardiograma (ECG), com a finalidade de avaliar distúrbios de condução e arritmias, alterações condizentes com isquemia, Cardiogênico Não cardiogênico infarto antigo e sobrecarga miocárdica (CG); e raios X de tórax ou ecografia pulmonar, com atenção a achados de consolidação em bases compatíveis com congestão, derrame pleural e cardiomegalia. O tratamento consiste em fornecer oxigenoterapia invasiva, a depender do quadro clínico do paciente, podendo ser necessários até mesmo intubação traqueal, administração de diuréticos para diminuir o excesso de líquidos circulantes, controle da PA e tratamento da causa-base, principalmente para os casos de origem cardiogênica. O tratamento farmacológico (ZANCANER, 2018) é realizado com a administração de drogas por via intravenosa nas concentrações apresentadas a seguir: Medicamento Função Furosemida 0,5mg/kg Diurético de alça que age pela inibição da reabsorção de cloreto de sódio, gerando aumento na excreção de sódio e água. Nitroglicerina 5- 200ug/min Vasodilatador venoso e, em menor potência, arterial. Nitroprussiato de sódio 0,5-10,0ug/kg/min Vasodilatador arterial e venoso. Morfina 1-3mg Opioide com ação vasodilatadora venosa. Nesse contexto, os principais cuidados de enfermagem que visam a atender a essa condição clínica são: Promover adequado posicionamento, visando a diminuir o retorno venoso. Deve-se colocar o paciente na posição ereta, com os membros inferiores pendentes, a fim de promover a redistribuição hídrica pulmonar e a descompressão diafragmática pelo abdome, favorecendo a expansibilidade torácica. Monitorar a condição cardiorrespiratória com oximetria de pulso. Realizar ausculta de sons respiratórios, observando áreas com sons vesiculares diminuídos ou abolidos, presença de ruídos adventícios, como estertores, estertores crepitantes ou bolhosos, e expansibilidadetorácica. Controlar a ingesta e a administração de líquidos com otimização do balanço hídrico assertivo. Instalar oxigenoterapia não invasiva e controlar atentamente a saturação periférica e acesso venoso calibroso. Promover suporte emocional, visando a tranquilizar o cliente, pois a diminuição da chegada de oxigênio promove o aumento da sensação de medo e ansiedade, tornando a condição clínica mais grave. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) fi f fi Ao longo da história, os autores definiram a DPOC de diferentes maneiras. Hoje, temos a definição de doença prevenível, tratável, porém sem cura. É caracterizada pela obstrução progressiva crônica das vias aéreas, após broncodilatação, por infecção associada à resposta inflamatória diretamente das vias aéreas e sistêmica. Atualmente, não se faz mais a associação do diagnóstico da DPOC com patologias como bronquite crônica ou enfisema, pois o termo mais preciso para o diagnóstico dessa doença se dá por espirometria após o uso de broncodilatadores e a análise na relação do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) dividido pela capacidade vital forçada (CVF) < 0,70 (FERNANDES, 2017). Diferentes fatores de risco podem estar associados ao desenvolvimento de DPOC, sendo os principais: Inalação de agentes tóxicos, com destaque para o tabaco, que gera danos à via aérea em toda a sua extensão pela destruição das células ciliadas responsáveis pela eliminação do muco, ocasionando broncoconstrição e até nos alvéolos, com sua destruição progressiva. Moradores de regiões com temperaturas mais frias podem ser prejudicados pela inalação de produtos derivados da queima de biomassa dentro de casa com a finalidade de prover calor. Processos infecciosos recorrentes ou antigos, como histórico de tuberculose, bronquiolite ou pneumonias recorrentes. Fatores socioeconômicos desfavoráveis, como higiene, acesso à água potável e rede de esgoto. Envelhecimento pulmonar, pela perda de elasticidade e tônus do tecido pulmonar. Fatores genéticos podem estar envolvidos no mecanismo fisiopatológico da doença. O perfil do paciente portador de DPOC é o de indivíduos com exposição significativa a gases ou partículas nocivas e sintomas respiratórios crônicos, como hipersecreção, tosse crônica produtiva, inflamação, limitação do fluxo aéreo com aprisionamento, sibilos à ausculta, alterações da via aérea e dos alvéolos com enfisema, culminando em dispneia em diferentes graus, de acordo com a evolução da doença (BATISTA, 2020). E como pode ser dado o diagnóstico de DPOC? Resposta O diagnóstico pode ser fechado com anamnese e exame físico, em que serão avaliados o histórico clínico, a exposição a agentes tóxicos compatível e a espirometria após o uso de broncodilatador com relação do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), que pode apresentar resultado em uma escala de 1 a 4. Assim, quanto maior o resultado, sugere-se maior gravidade clínica do paciente, dividido pela CVF < 0,7 (BATISTA, 2020). Os cuidados ambulatoriais serão pautados pelo retardo na progressão da doença, pela redução de riscos e pelo alívio de sintomas, promovendo a melhora da tolerância ao exercício, tratando as comorbidades, a cessação do tabagismo ou do agente agressor, o incentivo à prática de atividades físicas, a reabilitação pulmonar, a vacinação com as vacinas para influenza anualmente e pneumocócica a cada cinco anos, a fim de prevenir pneumonias, orientação farmacológica e oxigenoterapia, quando necessário (FERNANDES et al., 2017). O atendimento emergencial hospitalar do paciente com exacerbação da DPOC, de acordo com Fernandes e outros colaboradores (2017), consistirá em: 1 Administração de oxigênio em baixo fluxo, por cateter nasal (1 a 5l/min) ou máscara de Venturi (2 a 12l/min), a fim de manter uma titulação de SpO2 de 88% a 92%. 2 Permanecendo hipoxêmico, orienta-se o uso de ventilação não invasiva nas modalidades de pressão positiva contínua na via aérea (CPAP) e de bilevel positive airway pressure (BPAP). A ventilação não invasiva está associada à melhora na sobrevida e a menor incidência de intubação orotraqueal. A pressão contínua nas vias aéreas enquadra-se nessa gama de benefícios. Os principais cuidados de enfermagem no ambiente hospitalar para os clientes portadores de DPOC consistirão em: Inúmeras modalidades de tratamento podem ser implementadas para o cliente com distúrbios respiratórios. A escolha deve ser feita em conjunto com uma equipe multidisciplinar colaborativa, com o objetivo de evitar 3 Caso não haja êxito, avalia-se a intubação com suporte mecânico. 1 Monitorar as funções cardiorrespiratórias, com atenção à frequência respiratória e à classificação do padrão respiratório, e monitorar a SpO2, otimizando valores de 88% a 92%. 2 Posicionar adequadamente no leito, com ângulo de 30o a 90o e aprazar e administrar as medicações, conforme prescrição médica. 3 Instalar oxigenoterapia e realizar controle rigoroso, visando à oferta de oxigênio adequado ao cliente. a progressão e as complicações da doença. Também devem ser considerados os aspectos biopsicossociais do cliente e de sua família para a melhor escolha terapêutica, visando ao sucesso do cuidado e à qualidade de vida. Assistência de enfermagem aos clientes com problemas respiratórios Neste vídeo, a especialista irá apresentar os principais pontos relacionados com a assistência de enfermagem aos clientes com problemas respiratórios e suas implicações na prática clínica. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 1 - Vem que eu te explico! Streptococcus pneumoniae Módulo 1 - Vem que eu te explico! Edema agudo pulmonar (EAP) Módulo 1 - Vem que eu te explico! Risco associado ao desenvolvimento de DPOC Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Distúrbio respiratório que se define por doença prevenível, tratável e sem cura, caracterizada pela obstrução progressiva crônica das vias aéreas, após broncodilatação, por infecção associada à resposta inflamatória diretamente das vias aéreas e sistêmica. Marque a alternativa correta acerca dessa definição. A Pneumonia B Tuberculose C Empiema D Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) E Edema agudo pulmonar Parabéns! A alternativa D está correta. A DPOC é um distúrbio caracterizado por inflamação ou obstrução crônica no revestimento dos brônquios ou bronquíolos, dificultando a respiração. Não tem cura, porém existem medidas importantes para evitar a progressão da doença e prevenir complicações. Questão 2 Sobre o edema agudo pulmonar, assinale a alternativa correta: A O edema agudo pulmonar é uma condição clínica hipoxêmica que pode estar associada a diferentes patologias, como cardiovasculares e renais. É possível utilizar ferramentas, como SCAP e Smart-COP, para orientar a atenção hospitalar para a necessidade de ventilação mecânica e/ou o uso de drogas vasoativas. B É denominado não cardiogênico quando relacionado com estados hidrodinâmicos, como insuficiência renal, choque séptico por síndrome da angústia respiratória aguda (Sara), obstrução de vias aéreas como no laringospasmo, ressuscitação volêmica agressiva, pneumonia, altitudes elevadas, uso de drogas como cocaína. C O tratamento consiste em fornecer oxigenoterapia invasiva por meio da intubação traqueal, se necessário, administração de diuréticos, para diminuir o excesso de líquidos circulantes, controle da PA e tratamento da causa-base com administração, oral ou intravenosa, de antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários. D Os sinais e os sintomas mais comuns são tosse com secreção de expectoração intensa, apresentando característica rósea e hemóptica, ruídos adventícios à ausculta pulmonar, dor torácica, febre, dispneia, náuseas, diarreia e anorexia. Extremos de idade, como crianças e idosos, podem não manifestar febre e/ou dor, podendocursar sem dispneia. E O edema agudo pulmonar hipertensivo é uma doença tratável, porém sem cura. É caracterizado pela obstrução progressiva crônica das vias aéreas, e o tratamento está sempre relacionado com intubação orotraqueal. P bé ! A lt ti B tá t 2 - Assistência de enfermagem ao cliente com problemas cardiovasculares Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever os principais aspectos da assistência de enfermagem aos clientes com distúrbios cardiovasculares com vistas à efetividade do cuidado clínico. Assistência de enfermagem ao cliente com problemas cardiovasculares O sistema cardiovascular é formado pelo coração e seus compartimentos, vasos sanguíneos e linfáticos. O coração é um órgão muscular oco, composto pelo músculo miocárdio, pesa em torno de 300g e está localizado entre os pulmões e sobre o diafragma. O suprimento sanguíneo do músculo miocárdio é realizado pelo pleno funcionamento das artérias coronárias direita e esquerda e seus ramos. Qualquer Parabéns! A alternativa B está correta. O edema pulmonar agudo não cardiogênico é causado por aumento na permeabilidade vascular do pulmão, e sua causa-base é atribuída a eventos não cardiovasculares, como pneumonias, sepse, aspiração de volume gástrico, intoxicação por opioide, entre outros. problema nesse funcionamento pode acarretar eventos isquêmicos. O coração e suas estruturas são responsáveis por bombear o sangue por todo o corpo por meio do movimento harmônico da sístole e da diástole. A distribuição do sangue ocorre com sua passagem pelos átrios e ventrículos direito e esquerdo através das válvulas cardíacas, que são: válvulas tricúspide e pulmonar (lado direito) e válvulas mitral e aórtica (lado esquerdo). Assim, no presente módulo, vamos apresentar os distúrbios frequentes que afetam o trato cardiovascular e o papel da enfermagem na prática cotidiana diante desses agravos. Arteriosclerose e aterosclerose A arteriosclerose é uma doença multifatorial e um termo associado ao espessamento e ao endurecimento das artérias, englobando três patologias: aterosclerose, calcificação da média de Monckeberg (calcificação da parede do vaso) e arteriosclerose propriamente dita. As artérias são formadas por três camadas, denominadas túnica íntima, túnica média e túnica adventícia. De acordo com Faludi (2017), veja mais sobre elas a seguir. Túnica íntima A camada íntima encontra-se na parte mais interna do vaso e é constituída por uma única camada de células endoteliais, que serão dispostas sobre uma fina camada de tecido conjuntivo. Túnica média A lâmina elástica interna é o que a separa da túnica íntima. É composta por células de musculatura lisa e segue uma lâmina elástica, denominada média, que a separa da camada mais externa. Túnica adventícia A túnica adventícia é a camada mais externa, constituída por tecido conjuntivo, no qual se encontram filetes nervosos e capilares que nutrem as porções externas da camada média. A túnica íntima e as regiões mais internas da túnica média receberão nutrientes por meio da difusão direta pela luz vascular (FALUDI, 2017). A aterosclerose faz-se em uma alteração da túnica íntima dos vasos, causando seu enrijecimento pelo acúmulo de lipídios, como colesterol, carboidratos complexos, componentes da circulação sanguínea, células da musculatura lisa e material intercelular. É a principal causa de infarto agudo do miocárdio (IAM) e de acidente vascular encefálico (AVE) (SOUZA; RIBEIRO, 2019). Artéria com bloqueio de colesterol. A aterosclerose pode ser encontrada em qualquer artéria de médio a grosso calibre, sendo mais comum na porção abdominal da aorta e em seus ramos principais, como artérias coronárias, carótidas, ilíacas, femorais, renais e mesentéricas. A placa de ateroma formada pode ser estável, quando composta, em sua maioria, por colágeno, e instável, quando constituída, em sua maioria, por intensa atividade inflamatória e proteolítica, núcleo lipídico e necrótico em maior proporção e uma camada que tem maior probabilidade de se romper abruptamente e extravasar seu núcleo pela circulação (SOUSA; RIBEIRO, 2019). Os fatores de risco para a aterosclerose envolvem a interação de fatores genéticos com dieta, hábito de fumar, estilo de vida e algumas patologias, como dislipidemia, hipertensão arterial (HA) e hiperglicemia ocasionada por diabetes tipos I e II. Outros fatores relacionados são tabagismo, dieta pobre em antioxidantes e sexo — isto é, há diferença entre homens e mulheres, sendo mais comuns em homens e, após a menopausa, em mulheres. O espessamento das paredes endoteliais dos vasos, denominado aterosclerose, está associado a patologias que contribuirão para esse evento fisiopatológico de diferentes formas inter-relacionadas. A diferenciação entre a arteriosclerose e a aterosclerose se dá pela formação das placas de ateroma, presentes somente na aterosclerose, como mecanismo retroalimentar relacionado com essas patologias. Os lipídios depositados na parede arterial têm efeito na inibição de substâncias vasodilatadoras, além de contribuir para a formação das lesões ateromatosas e a formação de radicais livres, que vão oxidá-los, levando à formação de LDL oxidado, que permanecerá por mais tempo na circulação, penetrando com mais facilidade na camada íntima. Isso promove a quimiotaxia de leucócitos, que vão produzir a síntese de moléculas de adesão na superfície endotelial, favorecendo a aderência de monócitos e liberando fatores de crescimento à musculatura lisa, além de ser imunogênico, com o favorecimento da produção de anticorpos (SOUZA; RIBEIRO, 2019). Os cuidados baseiam-se na avaliação do estágio da doença e no incentivo à prática de atividades físicas regulares, à melhora da qualidade alimentar, com o consumo de alimentos saudáveis, e à diminuição da ingesta de alimentos ricos em lipídios, açúcares e demais carboidratos de rápida absorção. Essas são importantes ferramentas para diminuir os fatores condicionantes a essas patologias. A prática de exercícios otimiza a disponibilidade de óxido nítrico (NO) na circulação, aumenta a circunferência luminal e promove a angiogênese (NAVARRO; ASSIS; FREITAS, 2020). Mudanças de comportamentos que influenciam o tratamento, como o hábito de parar de fumar, diminui o risco da gravidade e da formação das placas de ateroma. O tratamento medicamentoso com inibidores da HMG-CoA redutase atuam na redução da hipercolesterolemia. Dentre os fármacos, destacam-se as estatinas, como a atorvastatina (40 a 80mg) e a rosuvastatina (20 a 40mg), que atuam ao nível do fígado e o fármaco ezetimiba que atua na redução de colesterol e triglicerídeos no sangue através da inibição de sua absorção no intestino delgado, com a ezetimiba. Cirurgias, como a bariátrica, também podem ser uma opção, além do controle da hipertensão, do diabetes mellitus e de outras patologias associadas ao enrijecimento circulatório. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) Segundo Paiva et al. (2020), a HAS é responsável por 40% das mortes por AVE, 25% das mortes por doença arterial coronariana, em associação a diabetes, e 50% dos casos de insuficiência renal. Acomete cerca de 25% da população na atualidade, com previsão de atingir cerca de 60% até 2025. Estima-se que a prevalência de crise hipertensiva, exacerbação abrupta da PA, em indivíduos hipertensos varia de 0,45% a 27,5% dos atendimentos em unidades de emergências. Por volta de 25% do número de atendimentos trata- se de emergências hipertensivas, e, destes, o AVE isquêmico, a síndrome coronariana aguda (SCA) e o edema agudo de pulmão são considerados, em diversos estudos, as condições clínicas agudas mais frequentemente associadas. (MONTENEGRO; MENDONÇA; FONTES; FARIAS, 2021) A PA consiste na força exercida pelo sangue nos vasos sanguíneos durante a sístole e a diástole do coração. Fisiologicamente, no adulto, a PA não deve ultrapassar os valores menores de 120mmHg na sístole e 80mmHg na diástole. Tensões superiores a essas podem comprometera elasticidade dos vasos, culminando em danos à homeostase e em condições patológicas como hipertrofia ventricular à esquerda, IAM e AVE. A PA é a resultante da relação entre o débito cardíaco multiplicado pela resistência vascular periférica, sendo o débito cardíaco, por sua vez, a resultante do volume sistólico multiplicado pela frequência cardíaca. A PA deve ser medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. Para o diagnóstico da HA, é recomendado que se faça a validação das medidas por meio de avaliação da PA fora do consultório, utilizando, por exemplo, os métodos de monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa), monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) ou automedida da pressão arterial (Ampa). Essas técnicas devem ser orientadas por profissional de saúde. A atual diretriz brasileira de HA classifica-a como elevação persistente da pressão arterial sistólica (PAS) maior ou igual a 140mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) maior ou igual a 90mmHg (MARCONDES-BRAGA et al., 2021). O rastreamento da HA, segundo a diretriz brasileira de HA publicada em 2020 (MARCONDES-BRAGA et al., 2021), é realizado pela aferição da PA considerando as maiores alterações de sistólica e diastólica, sendo as medidas classificadas em: Ótima 120mmHg na sistólica e 80mmHg na diastólica. Normal 120 a 129mmHg na sistólica e 80 a 84mmHg na diastólica. Pré-hipertensão 130 a 139mmHg na sistólica e 85 a 89mmHg na diastólica. HA estágio 1 140 a 159mmHg na sistólica e 90 a 99mmHg na diastólica. HA estágio 2 160 a 179mmHg na sistólica e 100 a 109mmHg na diastólica. HA estágio 3 Maiores do que 180mmHg na sistólica e maiores do que 110mmHg na diastólica. Entre os fatores de risco para HA, encontramos os denominados modificáveis e os não modificáveis. Veja a seguir. Podemos citar o sobrepeso e a obesidade, a prática de atividades físicas, a ingestão de sódio superior a 2g/dia, a ingestão de álcool e fatores socioeconômicos, como menor escolaridade, condições de habitação e baixa renda familiar. Medicações, como descongestionantes nasais, anti- inflamatórios não esteroides e antidepressivos, e drogas ilícitas, como cocaína, cannabis e Modificáveis metanfetaminas, também podem ser relacionadas epidemiologicamente com a HA. Podemos citar que, com o avançar da idade, a elasticidade do endotélio vascular diminui progressivamente, favorecendo o aumento da resistência vascular periférica. Hipertensão, sexo, etnia e genética são outros fatores não modificáveis relacionados com esse mal. Saiba mais O consumo de tabaco pode aumentar a PA de 5 a 10mmHg em média, bem como os processos aterotrombóticos. Por isso, recomenda-se a cessação do hábito de fumar. Segundo Marcondes-Braga et al. (2021), não há, em nosso país, uma diferença relevante entre negros e brancos quanto à prevalência de HA (24,9% versus 24,2%, respectivamente), diferentemente do que antes se dizia sobre o tema. Os principais cuidados de enfermagem relacionados com o cliente hipertenso têm por base a redução e o controle da PA. Assim, as seguintes intervenções devem ser propostas para o controle da HAS: Apoiar e ensinar o cliente quanto à adesão do esquema terapêutico. Apoiar quanto às medidas para mudanças relacionadas diretamente com as alterações de hábitos de vida, sendo: aconselhamento nutricional, estímulo à rotina de exercícios físicos diários, abandono do tabagismo, diminuição da ingesta de sódio, controle e redução do sobrepeso. Auxiliar na organização quanto à terapia medicamentosa. Estimular o autocuidado, principalmente no que tange à mensuração da PA diariamente. A assistência à crise hipertensiva consiste também na realização de anamnese e exame físico detalhado, com direcionamento para a queixa principal, em busca de sinais de deterioração clínica, como cefaleia, dor no peito, dor cervical, dispneia, diplopias ou escotoma, alteração do nível de consciência, hemiplegias, entre outros. Não modificáveis O diagnóstico precoce com medidas de rastreio é de fundamental relevância para a prevenção de danos a órgãos-alvo e complicações cardiovasculares associadas, tendo em vista que a HA pode manifestar-se de forma silenciosa e assintomática, ou com sintomas comuns, como cefaleia e fadiga, o que pode levar ao atraso diagnóstico e das intervenções cabíveis. A correção adequada na primeira hora é fator determinante para a sobrevida e a redução de danos nesse perfil de pacientes. Curiosidade A ocorrência da síndrome do jaleco branco pode ser levada em consideração, quando o paciente demonstra ansiedade ao deparar-se com um profissional de saúde vestido de branco, o que, consecutivamente, leva ao aumento de sua PA. Assim, medidas que obtenham os valores pressóricos fora do ambiente ambulatorial ou hospitalar podem ser eficazes. Na suspeita dessa situação, procedimentos como Mapa, MRPA ou Ampa são sugeridos, pois apresentam maiores evidências de confiabilidade. Angina Segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, publicadas em 2021, a dor torácica aguda é uma das causas mais frequentes de atendimento nas unidades de emergência, correspondendo a mais de 5% e até 10% das visitas não relacionadas com traumatismos. A incidência de dor torácica varia entre 9 e 19 por mil pessoas/ano atendidas em emergências e pode representar até 40% das causas de internação hospitalar. Os mecanismos fisiopatológicos são dados por fatores que incidem sobre a alteração na demanda metabólica ou o fluxo sanguíneo. Veja a seguir! Demanda metabólica Podemos citar hipertermia, hipertireoidismo, hipertensão, cardiomiopatia dilatada, taquicardia. Fluxo sanguíneo Podemos citar anemia, hiperviscosidade, toxicidade simpática, hipoxemia, HA, arteriosclerose. O mecanismo fisiopatológico está relacionado com a estenose coronariana. A arteriosclerose estreita a luz do vaso por acúmulo de placas lipídicas no endotélio vascular, diminuindo o aporte sanguíneo. Quando tal processo ocorre no músculo miocárdico, esse evento é associado à dor, que pode manifestar-se no tórax anterior ou posterior, com irradiação ao braço esquerdo, na região cervical e da mandíbula, além da região epigástrica, podendo ser confundida com indigestão (NICOLAU et al., 2021). Estenose coronariana. A classificação da angina é dada pela avaliação de características como dor ou desconforto torácico subesternal, provocado pelo esforço ou por estresse emocional e aliviado pelo repouso e/ou por nitratos em poucos minutos. Pode ser denominada: Angina típica Com três características. Angina atípica Com duas características. Dor não anginosa Não atende a nenhuma ou apenas a uma característica. A classificação correta é fundamental para a tomada de decisão adequada de tratamento. O tratamento antianginoso é dado pelo uso de vasodilatadores, como nitratos, e pelo tratamento dos mecanismos metabólicos e vasculares. O uso de betabloqueadores vai reduzir a demanda miocárdica por inibição competitiva dos efeitos das catecolaminas circulantes. Já os antiplaquetários orais, como o AAS, inibidor de receptor plaquetário P2Y12, vão agir na prevenção de agregação à placa ateromatosa (NICOLAU et al., 2021). Entre os cuidados de enfermagem necessários, deve-se orientar o paciente quanto: À adesão à terapêutica medicamentosa prescrita, pois há a necessidade do uso de medicações antiagregantes plaquetárias de forma contínua, a fim de evitar o risco de IAM. Ao controle da dor, de acordo com a prescrição medicamentosa. A mudança de hábitos alimentares e prática de atividades físicas para a redução de sobrepeso. Ao controle e/ou à diminuição do estresse e da ansiedade. Ao abandono de drogas lícitas e/ou ilícitas. É primordial, no plano de cuidados de enfermagem, conversar com o cliente e sua família e/ou cuidadores sobre as medidas para reduzir um novo episódio da dor anginosa. Explorar o entendimento do cliente sobre a doença é fundamental para proporuma intervenção de sucesso. Insu�ciência Cardíaca (IC) A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma síndrome caracterizada por disfunção cardíaca grave que se estabelece a partir de anormalidades cardíacas estruturais e/ou funcionais, adquiridas ou hereditárias, que ocasionam inadequado suprimento sanguíneo por ineficácia de enchimento e ejeção ventricular, não atendendo às necessidades metabólicas e tissulares. É mais prevalente em idosos acima de 60 anos. Aproximadamente 23 milhões de pessoas são portadoras de ICC, e 2 milhões de novos casos são diagnosticados a cada ano no mundo. Segundo Nicolau et al. (2021), há alta prevalência de ICC no planeta, sendo essa a via final comum a todas as doenças cardíacas, como HAS, IAM, valvulopatias, entre outras. Apresenta alta mortalidade, sendo uma possível causa de morte súbita por causa arrítmica ou não arrítmica, a depender do avanço da doença.Veja a seguir. Arrítmica Fibrilação ventricular e taquicardia ventricular. Não arrítmica Assistolia e atividade elétrica sem pulso. Para o adequado desempenho do sistema cardíaco, é necessária a interação de quatro fatores: frequência cardíaca, contratilidade, pré-carga e pós-carga. A base fisiopatológica da insuficiência cardíaca se dá em dois eventos: comprometimento primário do miocárdio e sobrecarga excessiva de pressão, associada à hipertrofia concêntrica, ou de volume, relacionada com a dilatação. Quando há sobrecarga excessiva cardíaca, ocorre disfunção ventricular, ocasionando a diminuição do débito cardíaco e ativando mecanismos compensatórios, que vão agir na tentativa de manter a pressão de perfusão periférica (PPC) e o débito cardíaco. Esses mecanismos compensatórios são a frequência cardíaca, o mecanismo de Frank-Starling (quanto maior o estiramento da fibra muscular, maior será a força de contração) e a hipertrofia cardíaca. Com o passar do tempo, eles poderão tornar-se alterações deletérias. (NICOLAU et al., 2021) Com a redução do débito cardíaco, começa o seguinte processo: Natriurese É o processo de excreção de sódio pela urina com a ação dos rins. Pode-se dividir, didaticamente, a ICC de acordo com a anatomia. A do ventrículo esquerdo é relacionada com a congestão pulmonar, por aumentar retrogradamente a pressão pulmonar, podendo desencadear um 1 Os barorreceptores são ativados e ativam, por sua vez, o sistema nervoso simpático, que vai liberar noradrenalina e promover vasoconstrição. Com o tempo, essa vasoconstrição, provocada pela noradrenalina, vai ser deletéria aos miócitos, gerando não funcionalidade e apoptose. 2 Outro mecanismo é dado pela má perfusão renal, que ativará o sistema renina angiotensina e aldosterona, gerando vasoconstrição, retenção de sódio e água, e agindo no músculo cardíaco com remodelação tecidual por proliferação de fibroblastos. Há ainda liberação de vasopressina (ADH) e reabsorção livre de água, podendo causar hiponatremia dilucional. 3 Mecanismos protetores também são produzidos, a fim de contrabalancear, mesmo que em menor escala. São eles: a liberação de peptídeos natriuréticos, que vão promover vasodilatação, natriurese e diurese; e a liberação de prostaglandinas com ação vasodilatadora e dopamina. Os mecanismos cardioprotetores vão antagonizar com os efeitos deletérios, como o remodelamento cardíaco; porém, a balança de mecanismos deletérios é maior do que a de mecanismos protetores. quadro de congestão. A insuficiência do ventrículo esquerdo é a principal causa de insuficiência cardíaca e pode ainda ser a principal causa de insuficiência do ventrículo direito pela congestão sistêmica desencadeada. Insuficiência cardíaca congestiva. As manifestações clínicas vão depender da câmara afetada e serão associadas à congestão sistêmica, sendo as alterações comumente encontradas: dispneia progressiva, ortopneia, dispneia paroxística noturna, tosse, edema agudo de pulmão, estertores crepitantes, alcalose respiratória, derrame pleural, edema em membros inferiores, estase jugular, hepatomegalia, presença de reflexo hepatojugular e ascite. Os sintomas relacionados com o baixo débito cardíaco podem ser: pele fria, pulso fino, tempo de enchimento capilar prolongado, rebaixamento do nível de consciência, oligúria, astenia, sopro, sibilos, emagrecimento e caquexia cardíaca. O diagnóstico da ICC é essencialmente clínico, sendo possível realizar exames complementares, caso necessário. Na anamnese, serão levantados os fatores de risco, como comorbidades, sobrepeso e uso de drogas lícitas. Ao exame físico, pode-se auscultar sopro resultante do afastamento dos folhetos da válvula mitral pelo crescimento do músculo cardíaco. Os exames solicitados podem ser: Hemograma Norteará a possibilidade de infecção associada e a presença de anemia, avaliando os eletrólitos, a ureia e a função hepática. ECG Poderá evidenciar sobrecarga de câmaras, aumento de câmaras e arritmias. Raios X Os raios X de tórax poderão comprovar a cardiomegalia e a congestão encontrada no exame físico Os raios X de tórax poderão comprovar a cardiomegalia e a congestão encontrada no exame físico. Ecocardiograma É imprescindível e avaliará a fração de ejeção, a função sistólica e o estado das valvas. Peptídeo natriurético tipo B, conhecido como BNP Também denominado peptídeo natriurético cerebral, é um marcador neuro-hormonal para prognóstico e será usado como diagnóstico em situação de emergência. Segundo Malheiros et al. (2021), os estágios da ICC são dividídos em 4, veja a seguir. Assintomático, sem alteração estrutural cardíaca, porém com fatores de risco para desenvolver disfunção ventricular (diabetes mellitus, HAS, doença coronariana e obesidade). Com alteração estrutural cardíaca, porém assintomático (hipertrofia, dilatação ou hipomotilidade ventricular, valvulopatia, IAM prévio). Sintomático com disfunção ventricular. Pacientes refratários a medidas tomadas. Estágio A Estágio B Estágio C Estágio D A avaliação da fração de ejeção será primordial para a tomada de decisão do tratamento, direcionando o tratamento farmacológico adotado. Para os indivíduos assintomáticos, o cuidado será constituído na prevenção do remodelamento miocárdico e no controle das comorbidades, enquanto nos sintomáticos o foco será na redução dos sintomas e na melhora da sobrevida. O tratamento farmacológico será fundamentado em medicações, como iECA – inibidores da enzima conversora da angiotensina (captopril, enalapril), betabloqueadores (carvedilol, bisoprolol, metoprolol), antagonista da aldosterona (espironolactona), vasodilatadores diretos (nitratos e hidralazina), diuréticos e digitálicos. Na prática clínica, observa-se que a classe farmacológica iECA, betabloqueadores e antagonistas da aldosterona repercutem em melhores resultados ao cliente, inclusive, em relação à sobrevida. A indicação e a associação desses fármacos vai depender da condição clínica de cada cliente, sendo essa decisão sempre tomada pela equipe médica. Os cuidados de enfermagem aos pacientes com ICC devem estar focados nos sinais de sobrecarga cardíaca hídrica tanto pulmonar quanto sistêmica. Os seguintes cuidados devem ser observados: Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) O IAM consiste em SCA, que se faz na obstrução total de uma artéria coronária em função da ruptura de uma placa aterosclerótica que culminou na adesividade plaquetária, formação de coágulo de fibrina e, por fim, isquemia e necrose do tecido cardíaco. Os fatores de risco para IAM se dão por vários aspectos, como ingestão de bebidas alcoólicas, fumo, dislipidemia, HA, estresse, sedentarismo, entre outros (MALHEIROS et 1 Usar a oxigenoterapia, conforme prescrição médica e avaliar a perfusão tissular periférica e possível cianose. 2 Posicionar o cliente com cabeceira elevada, a não menos que 30° e avaliar edema diariamente. 3 Administrar diuréticos prescritos, com observação criteriosa da diurese e sinais específicos de sobrecarga hídrica, como turgência jugular, dispneia,ganho rápido de peso e ruídos adventícios pulmonares. al., 2021). Ao se identificar um paciente com suspeita de IAM, deve-se seguir a realização da anamnese dirigida por sexo, idade e características dos sintomas, e identificar os fatores de risco para doença arterial coronariana. O exame físico será direcionado para a avaliação de sinais vitais, como frequência cardíaca, PA, frequência respiratória, presença de vasculopatia, presença de diagnóstico diferencial (assimetria de pulso e sopro de insuficiência aórtica) e sinais de gravidade clínica. Podem-se encontrar achados que sugiram sinais de gravidade a esse doente, como crepitações pulmonares, presença de B3, hipotensão arterial, taquicardia ou bradicardia. A dor torácica maior do que 20 minutos, com localização retroesternal, de início súbito, com irradiação para o braço esquerdo e/ou a mandíbula, é o principal sintoma encontrado, sendo a síndrome coronariana a causa mais comum, em que 20% dos atendimentos médicos em unidades de emergência são por essa causa. Sintomas como dispneia, mal-estar, náuseas, vômitos e sudorese podem estar presentes. É uma das principais causas de morte no Brasil, e os índices tendem a aumentar com o envelhecimento da população. (MALHEIROS et al., 2021) A escala de Killip é usada para avaliação da gravidade clínica no infarto e vai utilizar dados da ausculta pulmonar e cardíaca, bem como dos sinais vitais, classificando-a de 1 a 4, em que: Killip 1 É sem crepitações ou B3. Killip 2 Apresenta crepitações na metade inferior dos pulmões. Killip 3 Tem a presença de edema agudo de pulmão. Killip 4 Apresenta choque cardiogênico. A redução da mortalidade no atendimento de urgência depende do diagnóstico adequado e de um conjunto de intervenções o mais breve possível. Os cuidados de enfermagem prioritários diante dessa ocorrência são: Puncionamento do acesso venoso calibroso. Monitorização cardíaca, com especial atenção ao oxigênio suplementar (saturação de O2 menor do que 92%). Alocação do paciente em leito/unidade onde seja possível realizar manobras de ressuscitação, caso necessário. Indivíduos diabéticos, idosos e mulheres podem não apresentar o sintoma de dor torácica típico. Atenção! O ECG deverá ser realizado em até 10 minutos na admissão de todo paciente com suspeita de síndrome coronariana. Caso o ECG inicial não seja diagnóstico, deverá ser repetido em 15 a 30 minutos. Sendo identificada a síndrome coronariana, o paciente deverá ficar sob observação, e o ECG deverá ser repetido a cada três horas nas primeiras nove a 12 horas, ou em caso de mudança no quadro clínico. As alterações eletrocardiográficas deverão estar presentes em pelo menos duas derivações contíguas (derivações que representam determinada parede do coração) e orientarão o diagnóstico e a estratificação de risco. Tal medida deve ser realizada em conjunto com a equipe médica. A presença de supradesnivelamento determinará a necessidade de terapia de reperfusão em até 90 minutos. O ECG também poderá detectar a presença de complicações, como arritmias, e também permitirá inferências sobre a data do evento, a artéria relacionada, a extensão do dano, o prognóstico e a estratégia terapêutica. Se houver suspeita de dano a paredes posteriores (infarto inferior) e direitas (infradesnivelamento do segmento ST ou ondas R proeminentes em V1 e V2), as derivações V7, V8, V3R e V4R poderão ser solicitadas. Realizando ECG A SCA pode ser classificada como supra de segmento ST maior do que 1mm, sendo o IAM com supra, e como sem supra de ST, podendo esta ser subclassificada em IAM sem supra ou angina instável. A diferenciação dessas três formas de apresentação se dará pela aplicação dos exames de ECG e laboratorial, com dosagem das enzimas cardíacas. O infarto com supra será identificado pela elevação do ponto segmento ST ou um novo bloqueio de ramo esquerdo (BRE), sendo este uma pequena proporção dos diagnósticos, e será indicativo de sofrimento miocárdico ativo, com necessidade de encaminhamento para reperfusão por trombólise (em 30 minutos) ou angioplastia (em 90 minutos), sendo esta realizada em unidade de hemodinâmica (PAIVA et al., 2020). O IAM sem supra de ST se dará pela presença, ou não, do infradesnivelamento do segmento ST maior do que 0,5mm, inversão da onda T de forma profunda e simétrica. A diferenciação do IAM sem supra para a angina instável se fará pela alteração dos fatores miocárdicos de necrose, também conhecidos como enzimas cardíacas, presentes no IAM. Nesse sentido, podemos considerar alguns pontos importantes na assistência de enfermagem ao cliente com IAM: 1. Aliviar a dor torácica com analgesia, conforme prescrição. 2. Melhorar e controlar o padrão respiratório, observando sinais precoces de complicações (dispneia, taquipneia e estertores). 3. Promover perfusão tecidual adequada (atenção aos sinais de pele fria e pegajosa, palidez). 4. Reduzir a ansiedade, permitir que o cliente compartilhe preocupações e temores quanto a seu quadro clínico. 5. Monitorar complicações potenciais, como alteração de frequência e ritmo cardíaco, PA, dor torácica, débito urinário, coloração e temperatura cutânea. Comunicar a equipe médica diante de um ou mais desses sinais e sintomas. A prevenção das SCA se dá com bons hábitos de alimentação, prática de exercícios físicos regulares e controle de comorbidades. O pronto-atendimento, com identificação assertiva e rápida, e a execução das medidas necessárias são fundamentais à sobrevida do paciente acometido pelo IAM. A enfermagem, assim, mostra-se como fator decisivo nesse processo, pois, muitas vezes, a estratificação de risco desse paciente é realizada em unidades de urgência e emergência pelos enfermeiros. Assistência de enfermagem aos clientes com problemas cardiovasculares Neste vídeo, a especialista irá apresentar os principais pontos relacionados com a assistência de enfermagem aos clientes com problemas cardiovasculares e suas implicações na prática clínica. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 2 - Vem que eu te explico! Arteriosclerose e aterosclerose Módulo 2 - Vem que eu te explico! Angina Módulo 2 - Vem que eu te explico! Insu�ciência cardíaca Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma síndrome caracterizada por disfunção cardíaca grave que se estabelece a partir de anormalidades cardíacas estruturais e/ou funcionais, adquiridas ou hereditárias, ocasionando inadequado suprimento sanguíneo por ineficácia de enchimento e ejeção ventricular, não atendendo às necessidades metabólicas e tissulares. Sobre essa patologia, assinale a alternativa correta. A A síndrome coronariana aguda (SCA) se dá com a obstrução total de uma artéria coronária em função da ruptura de uma placa aterosclerótica que culmina em adesividade plaquetária, formação de coágulo de fibrina e, por fim, isquemia e necrose do tecido cardíaco. B Os sinais e os sintomas envolvidos na congestão sistêmica podem ser tosse, dispneia paroxística noturna, edema agudo de pulmão, estertores crepitantes, edema em membros inferiores, hepatomegalia, presença de reflexo hepatojugular, ascite, entre outros. C Quando classificado em estágio B, o tratamento é realizado com redução dos fatores de risco e medicações, como iECA, betabloqueadores, espironolactona (classes funcionais 3 e 4), uso de diuréticos, como furosemida, e digitálicos (digoxina), com atenção à possibilidade de intoxicação digitálica. D Com a redução do débito cardíaco, barorreceptores serão ativados e vão inibir o sistema nervoso simpático, promovendo vasodilatação. Com o tempo, essa manifestação fisiológica vai ser deletéria aos miócitos, gerando não funcionalidade e apoptose. E É o quadro no qual a dor precordial manifesta-se após exercícios que promovem o aumento da atividade cardíaca e a vasoconstrição,estreitando ainda mais o fluxo sanguíneo, ou diminuindo a demanda cardiológica. Parabéns! A alternativa B está correta. A ICC ocorre por alteração no bombeamento cardíaco, caracterizada por disfunção ventricular. Tal evento compromete a capacidade de oxigenação e repercute em complicações para outros órgãos. A insuficiência ventricular direita tem por características o acúmulo de líquidos na cavidade abdominal e nas periferias. Já a insuficiência cardíaca esquerda provoca, principalmente, fadiga e alterações pulmonares. Questão 2 A pressão arterial (PA) consiste na força exercida pelo sangue nos vasos sanguíneos durante a sístole e a diástole do coração. Fisiologicamente, no adulto, a PA não deve ultrapassar valores menores do que 120mmHg na sístole e 80mmHg na diástole. Segundo a diretriz brasileira de hipertensão arterial (HA), publicada em 2020, um paciente com medidas pressóricas de 160 a 179mmHg na sistólica e 100 a 109mmHg na diastólica é classificado em: A HA estágio 1 B Pré-hipertensão C HA estágio 3 D HA estágio 2 Considerações �nais Considerando o conteúdo apresentado, observamos que as alterações do trato respiratório e cardiovascular são fenômenos frequentes nos grandes centros de saúde e, consequentemente, uma realidade constante na prática clínica da enfermagem. Observamos que os distúrbios cardiorrespiratórios implicam eventos complexos, de natureza multifatorial, não selecionando sexo e/ou idade, e podem acarretar problemas drásticos ao cliente. Nesse sentido, é fundamental o entendimento, por parte do enfermeiro, das nuances que envolvem o atendimento a esses clientes, sendo necessários o conhecimento teórico, a tomada de decisão rápida e assertiva, a execução de cuidados e o monitoramento de resultados esperados. Nos corredores hospitalares, fale-se muito: tempo é músculo! A realidade é que o tempo em que as decisões são tomadas está diretamente relacionado com o prognóstico do cliente. Portanto, o propósito aqui é que você se torne um enfermeiro capaz de compreender a estrutura e o funcionamento do sistema respiratório e cardiovascular, visando a um adequado exame físico, à monitorização de achados clínicos e ao sucesso na assistência de enfermagem com respeito à pluralidade do indivíduo e às suas necessidades clínicas. Podcast Neste bate-papo, a especialista falará sobre os principais pontos do cliente com problemas respiratórios e cardiovasculares. E Normal Parabéns! A alternativa D está correta. A classificação quanto ao estágio da HA é fundamental para nortear o risco cardiovascular do indivíduo e, dessa forma, propor intervenções e metas adequadas. Em 2020, foram definidas diretrizes para a classificação da HA, sendo apresentadas cinco classificações, de acordo com o valor pressórico. Referências BATISTA, D. R.; COELHO, L. S.; TANNI, S. E. 18 de novembro de 2020: Dia Mundial da DPOC. Uma data para comemorar?. J. Bras. Pneumol., v. 46, n. 6, 2020. Consultado na internet em: 5 nov. 2021. FALUDI, A. A. et al. Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose – 2017. Arq. Bras. Card., v. 109, n. 2, supl. 1, p. 1-76, ago. 2017. Consultado na internet em: 5 nov. 2021. FERNANDES, F. L. A. et al. Recomendações para o tratamento farmacológico da DPOC: perguntas e respostas. 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Carga horária de enfermagem aplicada ao paciente com infarto agudo do miocárdio, outro artigo, dessa vez de autoria de Nickson Scarpine Malheiros et al., publicado em 2021 na Rev. Fund. Care Online. Baixar conteúdo javascript:CriaPDF()
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