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Cliente com problemas respiratórios e cardiovasculares

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Cliente com problemas respiratórios e cardiovasculares
Prof.ª Natalia da Palma Sobrinho
Descrição
A construção do conhecimento sobre os aspectos gerais das doenças respiratórias e cardiovasculares na
assistência de enfermagem ao cliente com problemas respiratórios e cardiovasculares e a importância do
cuidado integral.
Propósito
Assistência de enfermagem relacionada ao cliente com distúrbio respiratório e cardiovasculares, de modo a
proporcionar efetividade do cuidado clínico nos diferentes níveis de atenção à saúde.
Objetivos
Módulo 1
Assistência de enfermagem ao cliente com problemas respiratórios
Descrever os principais aspectos da assistência de enfermagem aos clientes com distúrbios pulmonares
com vistas à efetividade do cuidado clínico.
Módulo 2
Assistência de enfermagem ao cliente com problemas
Assistência de enfermagem ao cliente com problemas
cardiovasculares
Descrever os principais aspectos da assistência de enfermagem aos clientes com distúrbios
cardiovasculares com vistas à efetividade do cuidado clínico.
As doenças cardiorrespiratórias estão entre as principais causas de morbimortalidade em nosso
país, correspondendo, assim, a um grave problema de saúde pública. As infecções respiratórias, por
exemplo, estarão entre as cinco principais causas de morte em 2030, principalmente pela contínua
exposição aos fatores de risco, como poluição, tabagismo e alimentação inadequada, tendo relação
também com o envelhecimento da população mundial. Esse fenômeno afetará drasticamente a
qualidade de vida populacional e, consequentemente, o perfil dos clientes nas unidades de saúde.
Dessa maneira, a enfermagem tem papel fundamental na assistência aos clientes com problemas
respiratórios e cardiovasculares no que tange à habilidade para reconhecer os achados anormais,
propor cuidados fundamentados em evidências científicas e, assim, guiar a tomada de decisão
clínica no cotidiano do cuidado de enfermagem nas unidades de saúde.
Neste conteúdo, vamos apresentar os pontos relevantes com relação à assistência de enfermagem
ao cliente com problemas respiratórios e cardiovasculares, com o intuito de estabelecer boas
práticas assistenciais e uma prescrição personalizada de cuidados de enfermagem. Seu ponto de
partida é: como ocorrem os distúrbios respiratórios e cardiovasculares? Vamos começar?
Orientação sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número
e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem
seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.
Introdução
1 - Assistência de enfermagem ao cliente com
problemas respiratórios
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever os principais aspectos da assistência de
enfermagem aos clientes com distúrbios pulmonares com vistas à efetividade do cuidado
clínico.
Assistência de enfermagem ao cliente com problemas
respiratórios
O sistema respiratório é formado pelo trato respiratório superior e inferior, que precisam funcionar em
harmonia para a plena ocorrência da ventilação. É importante lembrar que a ventilação é definida como o
movimento de entrada e saída de ar das vias aéreas. O trato respiratório inferior é composto pelos pulmões
e por sua estrutura específica responsável pelas trocas gasosas.
A troca gasosa é compreendida como o movimento de entrada e saída do ar. Essa dinâmica ocorre com a
entrega de oxigênio para os tecidos por meio da corrente sanguínea e a eliminação dos gases tóxicos pela
expiração após a troca. No presente módulo, vamos apresentar os distúrbios frequentes que afetam o trato
respiratório inferior e a efetividade das trocas gasosas, bem como o papel da enfermagem na prática
cotidiana diante desses agravos.
Pneumonias
A pneumonia está entre as principais causas de morte no mundo e consiste no comprometimento do
parênquima pulmonar por meio de infecção causada por um agente etiológico, que pode ser químico, físico
ou mecânico.
Ela pode ser causada por diferentes micro-organismos, como bactérias, vírus,
micobactérias, fungos e parasitas, sendo as pneumonias virais e bacterianas as
mais comumente encontradas.
Podem ainda ser divididas em pneumonia adquirida na comunidade (PAC) e pneumonia associada à
ventilação mecânica (PAV), sendo esta considerada uma iatrogenia .
Iatrogenia
É considerado iatrogenia o dano ao cliente decorrente de complicações do tratamento aplicado pela equipe
de saúde, podendo estar relacionado com a administração de medicamentos, os procedimentos cirúrgicos
ou qualquer outro processo de tratamento.
Ilustração Streptococcus pneumoniae.
O Streptococcus pneumoniae é o maior agente etiológico associado à PAC, porém esta também pode ser
p p g g , p p
desenvolvida por bactérias endógenas das vias aéreas superiores (cavidade nasal, faringe e laringe), que,
por ausência ou diminuição dos mecanismos fisiológicos de defesa, instalam-se nas vias aéreas inferiores
(traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos).
Entre os micro-organismos comumente associados à pneumonia, também temos: Haemophilus influenzae,
Chlamydia pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae , vírus sincicial respiratório (VSR), adenovírus, vírus da
influenza, metapneumovírus e vírus da parainfluenza.
Entre os meios fisiológicos para impedir o acometimento de pneumonias (SETHI, 2020), os principais são:
1
Reflexo de tosse para expulsão de substâncias estranhas que invadem o sistema respiratório inferior, como
muco, resíduos gástricos, corpos estranhos, entre outras.
2
Células ciliadas, que revestem o sistema respiratório inferior e deslocam muco, micro-organismos e
substâncias estranhas para serem expelidos.
3
Sistema imunológico específico e inespecífico, como proteínas produzidas pelas células pulmonares e
glóbulos brancos.
Dessa maneira, diferentes fatores podem contribuir para o acometimento de pneumonia (SETHI, 2020),
entre eles:
1
Cirurgia e/ou lesão abdominal
ou torácica, em que a
respiração e o reflexo de
tosse podem ser
comprometidos pela dor.
2
Condições como debilitação
física, paralisias,
inconsciência ou pessoas
acamadas, o que dificulta ou
diminui as incursões
respiratórias.
3
Comprometimento
imunológico por
medicamentos
imunossupressores, doenças
como HIV e HTLV, câncer,
bebês e crianças pequenas
com sistema imunológico
imaturo.
Os sintomas da pneumonia podem variar de acordo com o agente causador, a extensão do
comprometimento pulmonar, a idade e comorbidades associadas.
Os sinais e os sintomas mais comuns são tosse com secreção de aspecto alterado
e espesso, ruídos adventícios à ausculta pulmonar, dor torácica, febre, dispneia,
náuseas, diarreia, anorexia, entre outros. Extremos de idade, como crianças e
idosos, podem não manifestar febre e/ou dor, podendo cursar apenas com dispneia
(SETHI, 2020).
O agravamento da pneumonia pode desencadear quadros inflamatórios sistêmicos, como sepse incidindo
em hipotensão arterial grave, baixa concentração de O2 no organismo com hipóxia, acidose respiratória por
retenção de CO2, abscesso pulmonar com acúmulo de conteúdo inflamatório no pulmão, empiema entre o
pulmão e a caixa torácica, e síndrome da angústia respiratória aguda (Sara), sendo esta uma inflamação
excessiva, necessitando de suporte ventilatório com intubação orotraqueal.
O diagnóstico de pneumonia pode ser realizado por anamnese e exame físico; porém, exames
complementares podem ser solicitados para confirmação. Entre os exames de imagem, temos:
Sepse
A sepse é uma manifestação inflamatória sistêmica de etiologia infecciosa, podendo ser causada por vírus,
fungos ou bactérias. Sua ocorrência envolve comprometimento de múltiplos órgãos e pode ser fatal. Os
principais sinais e sintomas são febre, alteração respiratória, queda da pressão arterial (PA), taquicardia e
confusão mental. O tratamento é baseadona administração de antibióticos.
Raios X
São os mais solicitados, apesar de não apresentarem maior fidedignidade de resultado.
Ultrassonogra�a de tórax (USG)
A USG é a que apresenta maior especificidade à consolidação em comparação ao raios X.
Tomogra�a computadorizada (TC)
A TC pode mostrar-se mais eficiente a achados diagnósticos alternativos, como pneumonia fúngica,
tromboembolismo pulmonar, neoplasias, tuberculose pulmonar, entre outros.
Um ponto de atenção na utilização da TC como método de apoio diagnóstico é a alta exposição à radiação
que ela provoca. Em função disso, pode-se solicitar a USG como intermediária entre os dois serviços de
apoio diagnóstico. Contudo, prevalece a intensa recomendação da utilização da TC para avaliação de
complicações da pneumonia, como abscesso pulmonar, derrame pleural extenso e não resposta ao
protocolo clínico implementado no tratamento.
Atualmente, o vírus conhecido popularmente como covid-19 foi observado em 2019 na cidade de Wuhan,
província de Hubei, na China, onde pacientes desenvolveram um quadro de pneumonia de etiologia
desconhecida que logo se transformou em uma pandemia. Hoje, sabe-se que a covid-19 tem por agente
etiológico o Sars-CoV-2, que causa principalmente a síndrome respiratória, porém as evidências científicas
apontam para uma doença multissistêmica, tendo como principais sintomas: febre, tosse, fadiga muscular,
dispneia, entre outros.
No momento, não há medicamentos específicos para tratamento da covid-19. A principal intervenção de
enfrentamento à pandemia é a prevenção. A vacinação e as medidas de distanciamento são fundamentais
para prevenir e minimizar a ocorrência dos casos. Converse com seus clientes e faça sua parte. Vamos lá?
Saiba mais
No calendário vacinal brasileiro, encontramos vacinas que visam à prevenção de pneumonia e de formas
graves de infecções provocadas por alguns dos patógenos, como o vírus da influenza, a Bordetella pertussis
e o Streptococcus pneumoniae. Incentive seus clientes quanto à adesão às campanhas de vacinação!
O tratamento medicamentoso para a pneumonia consiste na administração, oral ou intravenosa, de
antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários prescritos a determinada classe de micro-organismos
que se esperam ou se identificam como sendo os causadores da infecção pulmonar.
Outras medicações, como corticoides e anti-inflamatórios, podem ser associadas, de acordo com a
indicação médica, além da oxigenoterapia, a depender da necessidade do paciente, sendo escalonada em
frações por dispositivos de inalação, a fim de atender a uma saturação periférica venosa satisfatória às
necessidades corporais. Os principais cuidados de enfermagem e metas com o cliente com pneumonia são:
1
Controlar a permeabilidade das vias aéreas, auxiliando na expectoração de secreção brônquica e na
antecipação à deterioração clínica.
2
Incentivar respirações profundas e mobilização com o menor esforço possível, sendo essa uma ferramenta
não farmacológica que pode trazer benefícios.
3
Promover repouso e conservação de energia, no caso dos clientes com quadros exacerbados, para evitar a
piora dos sintomas.
4
Estimular a ingesta de líquidos, pois os pacientes com pneumonia apresentam tendência à desidratação em
razão da febre e da sudorese intensa.
5
Estimular o abandono do tabagismo, sendo essa também uma recomendação pertinente na prevenção de
pneumonias.
6
Encorajar o paciente à correta adesão ao tratamento, o que se mostra fundamental, uma vez que a não
adesão completa do esquema antibiótico pode acarretar resistência microbiana e falência terapêutica.
É de extrema necessidade a adesão de toda a equipe gerencial e assistencial à prevenção de infecções
relacionadas com a assistência em saúde, com especial importância à pneumonia associada à ventilação
mecânica, tendo em vista o relevante papel que essa iatrogenia tem sobre a sobrevida e o prolongamento
da necessidade de cuidados intensivos.
Edema Agudo de Pulmão (EAP)
O edema agudo pulmonar é uma condição clínica caracterizada por baixo nível de oxigênio no sangue que
pode estar associada a diferentes patologias, como cardiovasculares e renais. A rápida identificação e a
tomada de decisão assertiva são vitais para um bom prognóstico ao paciente e o aumento da sobrevida.
Esse evento consiste na migração de líquido para o interstício pulmonar e os
alvéolos, resultando no impedimento da troca gasosa adequada e, suscetivelmente,
em dispneia com intensa tosse produtiva de expectoração intensa, apresentando
característica rósea e hemoptoica, taquipneia, cianose central, sudorese e
extremidades frias.
O edema agudo pulmonar pode ser definido como cardiogênico ou não cardiogênico. Veja a seguir.
O tipo edema agudo de causa cardiogênica se dá como resultado de distúrbio cardíaco, em que
ocorre desarmonia entre o ventrículo direito e o ventrículo esquerdo, congestionando a circulação
pulmonar. Está associado a patologias como hipertensão arterial sistêmica (HAS), insuficiência
cardíaca, cardiopatia isquêmica, arritmias, miocardites, sopros e doenças das valvas cardíacas.
Quando o quadro clínico é associado à hipertensão, denomina-se edema agudo pulmonar
hipertensivo e, quando associado à hipotensão, edema agudo pulmonar secundário ao choque
cardiogênico.
O edema agudo pulmonar não cardiogênico pode estar relacionado com diferentes patologias em
associação a estados hidrodinâmicos, como insuficiência renal, choque séptico por Sara, obstrução
de vias aéreas como no laringospasmo, ressuscitação volêmica agressiva, pneumonia, altitudes
elevadas, uso de drogas como cocaína, entre outros.
O edema agudo de pulmão é uma das causas de dispneia mais prevalentes em atendimentos de urgência e
emergência, o entendimento dos mecanismos desencadeadores dessa condição fisiopatológica e de seu
desfecho mostra-se de fundamental importância para a identificação precoce e o assertivo tratamento com
correção da causa-base.
O que fazer quando se suspeita de edema agudo pulmonar?
Resposta
Deve-se realizar avaliação clínica detalhada e solicitar exames complementares, como eletrocardiograma
(ECG), com a finalidade de avaliar distúrbios de condução e arritmias, alterações condizentes com isquemia,
Cardiogênico 
Não cardiogênico 
infarto antigo e sobrecarga miocárdica (CG); e raios X de tórax ou ecografia pulmonar, com atenção a
achados de consolidação em bases compatíveis com congestão, derrame pleural e cardiomegalia.
O tratamento consiste em fornecer oxigenoterapia invasiva, a depender do quadro clínico do paciente,
podendo ser necessários até mesmo intubação traqueal, administração de diuréticos para diminuir o
excesso de líquidos circulantes, controle da PA e tratamento da causa-base, principalmente para os casos
de origem cardiogênica. O tratamento farmacológico (ZANCANER, 2018) é realizado com a administração
de drogas por via intravenosa nas concentrações apresentadas a seguir:
Medicamento Função
Furosemida 0,5mg/kg
Diurético de alça que age pela inibição da reabsorção de cloreto de sódio,
gerando aumento na excreção de sódio e água.
Nitroglicerina 5-
200ug/min
Vasodilatador venoso e, em menor potência, arterial.
Nitroprussiato de sódio
0,5-10,0ug/kg/min
Vasodilatador arterial e venoso.
Morfina 1-3mg Opioide com ação vasodilatadora venosa.
Nesse contexto, os principais cuidados de enfermagem que visam a atender a essa condição clínica são:
Promover adequado posicionamento, visando a diminuir o retorno venoso. Deve-se colocar o paciente na
posição ereta, com os membros inferiores pendentes, a fim de promover a redistribuição hídrica
pulmonar e a descompressão diafragmática pelo abdome, favorecendo a expansibilidade torácica.
Monitorar a condição cardiorrespiratória com oximetria de pulso.
Realizar ausculta de sons respiratórios, observando áreas com sons vesiculares diminuídos ou abolidos,
presença de ruídos adventícios, como estertores, estertores crepitantes ou bolhosos, e expansibilidadetorácica.
Controlar a ingesta e a administração de líquidos com otimização do balanço hídrico assertivo.
Instalar oxigenoterapia não invasiva e controlar atentamente a saturação periférica e acesso venoso
calibroso.
Promover suporte emocional, visando a tranquilizar o cliente, pois a diminuição da chegada de oxigênio
promove o aumento da sensação de medo e ansiedade, tornando a condição clínica mais grave.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
fi f fi
Ao longo da história, os autores definiram a DPOC de diferentes maneiras. Hoje, temos a definição de
doença prevenível, tratável, porém sem cura.
É caracterizada pela obstrução progressiva crônica das vias aéreas, após
broncodilatação, por infecção associada à resposta inflamatória diretamente das
vias aéreas e sistêmica.
Atualmente, não se faz mais a associação do diagnóstico da DPOC com patologias como bronquite crônica
ou enfisema, pois o termo mais preciso para o diagnóstico dessa doença se dá por espirometria após o uso
de broncodilatadores e a análise na relação do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1)
dividido pela capacidade vital forçada (CVF) < 0,70 (FERNANDES, 2017). Diferentes fatores de risco podem
estar associados ao desenvolvimento de DPOC, sendo os principais:
Inalação de agentes tóxicos, com destaque para o tabaco, que gera danos à via aérea em toda a sua
extensão pela destruição das células ciliadas responsáveis pela eliminação do muco, ocasionando
broncoconstrição e até nos alvéolos, com sua destruição progressiva.
Moradores de regiões com temperaturas mais frias podem ser prejudicados pela inalação de produtos
derivados da queima de biomassa dentro de casa com a finalidade de prover calor.
Processos infecciosos recorrentes ou antigos, como histórico de tuberculose, bronquiolite ou
pneumonias recorrentes.
Fatores socioeconômicos desfavoráveis, como higiene, acesso à água potável e rede de esgoto.
Envelhecimento pulmonar, pela perda de elasticidade e tônus do tecido pulmonar.
Fatores genéticos podem estar envolvidos no mecanismo fisiopatológico da doença.
O perfil do paciente portador de DPOC é o de indivíduos com exposição significativa a gases ou partículas
nocivas e sintomas respiratórios crônicos, como hipersecreção, tosse crônica produtiva, inflamação,
limitação do fluxo aéreo com aprisionamento, sibilos à ausculta, alterações da via aérea e dos alvéolos com
enfisema, culminando em dispneia em diferentes graus, de acordo com a evolução da doença (BATISTA,
2020). E como pode ser dado o diagnóstico de DPOC?
Resposta
O diagnóstico pode ser fechado com anamnese e exame físico, em que serão avaliados o histórico clínico, a
exposição a agentes tóxicos compatível e a espirometria após o uso de broncodilatador com relação do
volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), que pode apresentar resultado em uma escala de 1
a 4. Assim, quanto maior o resultado, sugere-se maior gravidade clínica do paciente, dividido pela CVF < 0,7
(BATISTA, 2020).
Os cuidados ambulatoriais serão pautados pelo retardo na progressão da doença, pela redução de riscos e
pelo alívio de sintomas, promovendo a melhora da tolerância ao exercício, tratando as comorbidades, a
cessação do tabagismo ou do agente agressor, o incentivo à prática de atividades físicas, a reabilitação
pulmonar, a vacinação com as vacinas para influenza anualmente e pneumocócica a cada cinco anos, a fim
de prevenir pneumonias, orientação farmacológica e oxigenoterapia, quando necessário (FERNANDES et al.,
2017).
O atendimento emergencial hospitalar do paciente com exacerbação da DPOC, de acordo com Fernandes e
outros colaboradores (2017), consistirá em:
1
Administração de oxigênio em baixo fluxo, por cateter nasal (1 a 5l/min) ou máscara de
Venturi (2 a 12l/min), a fim de manter uma titulação de SpO2 de 88% a 92%.
2
Permanecendo hipoxêmico, orienta-se o uso de ventilação não invasiva nas modalidades de
pressão positiva contínua na via aérea (CPAP) e de bilevel positive airway pressure (BPAP).
A ventilação não invasiva está associada à melhora na sobrevida e a menor incidência de intubação
orotraqueal. A pressão contínua nas vias aéreas enquadra-se nessa gama de benefícios.
Os principais cuidados de enfermagem no ambiente hospitalar para os clientes portadores de DPOC
consistirão em:
Inúmeras modalidades de tratamento podem ser implementadas para o cliente com distúrbios respiratórios.
A escolha deve ser feita em conjunto com uma equipe multidisciplinar colaborativa, com o objetivo de evitar
3
Caso não haja êxito, avalia-se a intubação com suporte mecânico.
1
Monitorar as funções
cardiorrespiratórias, com
atenção à frequência
respiratória e à classificação
do padrão respiratório, e
monitorar a SpO2, otimizando
valores de 88% a 92%.
2
Posicionar adequadamente
no leito, com ângulo de 30o a
90o e aprazar e administrar as
medicações, conforme
prescrição médica.
3
Instalar oxigenoterapia e
realizar controle rigoroso,
visando à oferta de oxigênio
adequado ao cliente.
a progressão e as complicações da doença. Também devem ser considerados os aspectos
biopsicossociais do cliente e de sua família para a melhor escolha terapêutica, visando ao sucesso do
cuidado e à qualidade de vida.
Assistência de enfermagem aos clientes com problemas
respiratórios
Neste vídeo, a especialista irá apresentar os principais pontos relacionados com a assistência de
enfermagem aos clientes com problemas respiratórios e suas implicações na prática clínica.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Streptococcus pneumoniae
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Edema agudo pulmonar (EAP)
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Risco associado ao desenvolvimento de DPOC

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Distúrbio respiratório que se define por doença prevenível, tratável e sem cura, caracterizada pela obstrução
progressiva crônica das vias aéreas, após broncodilatação, por infecção associada à resposta inflamatória
diretamente das vias aéreas e sistêmica. Marque a alternativa correta acerca dessa definição.
A Pneumonia
B Tuberculose
C Empiema
D Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
E Edema agudo pulmonar
Parabéns! A alternativa D está correta.
A DPOC é um distúrbio caracterizado por inflamação ou obstrução crônica no revestimento dos
brônquios ou bronquíolos, dificultando a respiração. Não tem cura, porém existem medidas
importantes para evitar a progressão da doença e prevenir complicações.
Questão 2
Sobre o edema agudo pulmonar, assinale a alternativa correta:
A
O edema agudo pulmonar é uma condição clínica hipoxêmica que pode estar associada a
diferentes patologias, como cardiovasculares e renais. É possível utilizar ferramentas,
como SCAP e Smart-COP, para orientar a atenção hospitalar para a necessidade de
ventilação mecânica e/ou o uso de drogas vasoativas.
B
É denominado não cardiogênico quando relacionado com estados hidrodinâmicos, como
insuficiência renal, choque séptico por síndrome da angústia respiratória aguda (Sara),
obstrução de vias aéreas como no laringospasmo, ressuscitação volêmica agressiva,
pneumonia, altitudes elevadas, uso de drogas como cocaína.
C
O tratamento consiste em fornecer oxigenoterapia invasiva por meio da intubação
traqueal, se necessário, administração de diuréticos, para diminuir o excesso de líquidos
circulantes, controle da PA e tratamento da causa-base com administração, oral ou
intravenosa, de antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários.
D
Os sinais e os sintomas mais comuns são tosse com secreção de expectoração intensa,
apresentando característica rósea e hemóptica, ruídos adventícios à ausculta pulmonar,
dor torácica, febre, dispneia, náuseas, diarreia e anorexia. Extremos de idade, como
crianças e idosos, podem não manifestar febre e/ou dor, podendocursar sem dispneia.
E
O edema agudo pulmonar hipertensivo é uma doença tratável, porém sem cura. É
caracterizado pela obstrução progressiva crônica das vias aéreas, e o tratamento está
sempre relacionado com intubação orotraqueal.
P bé ! A lt ti B tá t
2 - Assistência de enfermagem ao cliente com
problemas cardiovasculares
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever os principais aspectos da assistência de
enfermagem aos clientes com distúrbios cardiovasculares com vistas à efetividade do
cuidado clínico.
Assistência de enfermagem ao cliente com problemas
cardiovasculares
O sistema cardiovascular é formado pelo coração e seus compartimentos, vasos sanguíneos e linfáticos. O
coração é um órgão muscular oco, composto pelo músculo miocárdio, pesa em torno de 300g e está
localizado entre os pulmões e sobre o diafragma. O suprimento sanguíneo do músculo miocárdio é
realizado pelo pleno funcionamento das artérias coronárias direita e esquerda e seus ramos. Qualquer
Parabéns! A alternativa B está correta.
O edema pulmonar agudo não cardiogênico é causado por aumento na permeabilidade vascular
do pulmão, e sua causa-base é atribuída a eventos não cardiovasculares, como pneumonias,
sepse, aspiração de volume gástrico, intoxicação por opioide, entre outros.

problema nesse funcionamento pode acarretar eventos isquêmicos.
O coração e suas estruturas são responsáveis por bombear o sangue por todo o corpo por meio do
movimento harmônico da sístole e da diástole. A distribuição do sangue ocorre com sua passagem pelos
átrios e ventrículos direito e esquerdo através das válvulas cardíacas, que são: válvulas tricúspide e
pulmonar (lado direito) e válvulas mitral e aórtica (lado esquerdo). Assim, no presente módulo, vamos
apresentar os distúrbios frequentes que afetam o trato cardiovascular e o papel da enfermagem na prática
cotidiana diante desses agravos.
Arteriosclerose e aterosclerose
A arteriosclerose é uma doença multifatorial e um termo associado ao espessamento e ao endurecimento
das artérias, englobando três patologias: aterosclerose, calcificação da média de Monckeberg (calcificação
da parede do vaso) e arteriosclerose propriamente dita.
As artérias são formadas por três camadas, denominadas túnica íntima, túnica média e túnica adventícia.
De acordo com Faludi (2017), veja mais sobre elas a seguir.
Túnica íntima
A camada íntima encontra-se na parte mais interna do vaso e é constituída por uma única camada de
células endoteliais, que serão dispostas sobre uma fina camada de tecido conjuntivo.
Túnica média
A lâmina elástica interna é o que a separa da túnica íntima. É composta por células de musculatura lisa e
segue uma lâmina elástica, denominada média, que a separa da camada mais externa.
Túnica adventícia
A túnica adventícia é a camada mais externa, constituída por tecido conjuntivo, no qual se encontram filetes
nervosos e capilares que nutrem as porções externas da camada média.
A túnica íntima e as regiões mais internas da túnica média receberão nutrientes por meio da difusão direta
pela luz vascular (FALUDI, 2017).
A aterosclerose faz-se em uma alteração da túnica íntima dos vasos, causando seu enrijecimento pelo
acúmulo de lipídios, como colesterol, carboidratos complexos, componentes da circulação sanguínea,
células da musculatura lisa e material intercelular. É a principal causa de infarto agudo do miocárdio (IAM) e
de acidente vascular encefálico (AVE) (SOUZA; RIBEIRO, 2019).
Artéria com bloqueio de colesterol.
A aterosclerose pode ser encontrada em qualquer artéria de médio a grosso calibre, sendo mais comum na
porção abdominal da aorta e em seus ramos principais, como artérias coronárias, carótidas, ilíacas,
femorais, renais e mesentéricas. A placa de ateroma formada pode ser estável, quando composta, em sua
maioria, por colágeno, e instável, quando constituída, em sua maioria, por intensa atividade inflamatória e
proteolítica, núcleo lipídico e necrótico em maior proporção e uma camada que tem maior probabilidade de
se romper abruptamente e extravasar seu núcleo pela circulação (SOUSA; RIBEIRO, 2019).
Os fatores de risco para a aterosclerose envolvem a interação de fatores genéticos com dieta, hábito de
fumar, estilo de vida e algumas patologias, como dislipidemia, hipertensão arterial (HA) e hiperglicemia
ocasionada por diabetes tipos I e II. Outros fatores relacionados são tabagismo, dieta pobre em
antioxidantes e sexo — isto é, há diferença entre homens e mulheres, sendo mais comuns em homens e,
após a menopausa, em mulheres.
O espessamento das paredes endoteliais dos vasos, denominado aterosclerose, está associado a
patologias que contribuirão para esse evento fisiopatológico de diferentes formas inter-relacionadas.
A diferenciação entre a arteriosclerose e a aterosclerose se dá pela formação das
placas de ateroma, presentes somente na aterosclerose, como mecanismo
retroalimentar relacionado com essas patologias.
Os lipídios depositados na parede arterial têm efeito na inibição de substâncias vasodilatadoras, além de
contribuir para a formação das lesões ateromatosas e a formação de radicais livres, que vão oxidá-los,
levando à formação de LDL oxidado, que permanecerá por mais tempo na circulação, penetrando com mais
facilidade na camada íntima. Isso promove a quimiotaxia de leucócitos, que vão produzir a síntese de
moléculas de adesão na superfície endotelial, favorecendo a aderência de monócitos e liberando fatores de
crescimento à musculatura lisa, além de ser imunogênico, com o favorecimento da produção de anticorpos
(SOUZA; RIBEIRO, 2019).
Os cuidados baseiam-se na avaliação do estágio da doença e no incentivo à prática de atividades físicas
regulares, à melhora da qualidade alimentar, com o consumo de alimentos saudáveis, e à diminuição da
ingesta de alimentos ricos em lipídios, açúcares e demais carboidratos de rápida absorção. Essas são
importantes ferramentas para diminuir os fatores condicionantes a essas patologias. A prática de exercícios
otimiza a disponibilidade de óxido nítrico (NO) na circulação, aumenta a circunferência luminal e promove a
angiogênese (NAVARRO; ASSIS; FREITAS, 2020).
Mudanças de comportamentos que influenciam o tratamento, como o hábito de parar de fumar, diminui o
risco da gravidade e da formação das placas de ateroma. O tratamento medicamentoso com inibidores da
HMG-CoA redutase atuam na redução da hipercolesterolemia. Dentre os fármacos, destacam-se as
estatinas, como a atorvastatina (40 a 80mg) e a rosuvastatina (20 a 40mg), que atuam ao nível do fígado e o
fármaco ezetimiba que atua na redução de colesterol e triglicerídeos no sangue através da inibição de sua
absorção no intestino delgado, com a ezetimiba. Cirurgias, como a bariátrica, também podem ser uma
opção, além do controle da hipertensão, do diabetes mellitus e de outras patologias associadas ao
enrijecimento circulatório.
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Segundo Paiva et al. (2020), a HAS é responsável por 40% das mortes por AVE, 25% das mortes por doença
arterial coronariana, em associação a diabetes, e 50% dos casos de insuficiência renal. Acomete cerca de
25% da população na atualidade, com previsão de atingir cerca de 60% até 2025.
Estima-se que a prevalência de crise hipertensiva, exacerbação abrupta da PA,
em indivíduos hipertensos varia de 0,45% a 27,5% dos atendimentos em
unidades de emergências. Por volta de 25% do número de atendimentos trata-
se de emergências hipertensivas, e, destes, o AVE isquêmico, a síndrome
coronariana aguda (SCA) e o edema agudo de pulmão são considerados, em
diversos estudos, as condições clínicas agudas mais frequentemente
associadas.
(MONTENEGRO; MENDONÇA; FONTES; FARIAS, 2021)
A PA consiste na força exercida pelo sangue nos vasos sanguíneos durante a sístole e a diástole do
coração. Fisiologicamente, no adulto, a PA não deve ultrapassar os valores menores de 120mmHg na sístole
e 80mmHg na diástole. Tensões superiores a essas podem comprometera elasticidade dos vasos,
culminando em danos à homeostase e em condições patológicas como hipertrofia ventricular à esquerda,
IAM e AVE.
A PA é a resultante da relação entre o débito cardíaco multiplicado pela resistência
vascular periférica, sendo o débito cardíaco, por sua vez, a resultante do volume
sistólico multiplicado pela frequência cardíaca.
A PA deve ser medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de
medicação anti-hipertensiva. Para o diagnóstico da HA, é recomendado que se faça a validação das
medidas por meio de avaliação da PA fora do consultório, utilizando, por exemplo, os métodos de
monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa), monitorização residencial da pressão arterial
(MRPA) ou automedida da pressão arterial (Ampa). Essas técnicas devem ser orientadas por profissional de
saúde.
A atual diretriz brasileira de HA classifica-a como elevação persistente da pressão
arterial sistólica (PAS) maior ou igual a 140mmHg e/ou pressão arterial diastólica
(PAD) maior ou igual a 90mmHg (MARCONDES-BRAGA et al., 2021).
O rastreamento da HA, segundo a diretriz brasileira de HA publicada em 2020 (MARCONDES-BRAGA et al.,
2021), é realizado pela aferição da PA considerando as maiores alterações de sistólica e diastólica, sendo
as medidas classificadas em:
Ótima
120mmHg na sistólica e 80mmHg na diastólica.
Normal
120 a 129mmHg na sistólica e 80 a 84mmHg na diastólica.
Pré-hipertensão
130 a 139mmHg na sistólica e 85 a 89mmHg na diastólica.
HA estágio 1
140 a 159mmHg na sistólica e 90 a 99mmHg na diastólica.
HA estágio 2
160 a 179mmHg na sistólica e 100 a 109mmHg na diastólica.
HA estágio 3
Maiores do que 180mmHg na sistólica e maiores do que 110mmHg na diastólica.
Entre os fatores de risco para HA, encontramos os denominados modificáveis e os não modificáveis. Veja a
seguir.
Podemos citar o sobrepeso e a obesidade, a prática de atividades físicas, a ingestão de sódio
superior a 2g/dia, a ingestão de álcool e fatores socioeconômicos, como menor escolaridade,
condições de habitação e baixa renda familiar. Medicações, como descongestionantes nasais, anti-
inflamatórios não esteroides e antidepressivos, e drogas ilícitas, como cocaína, cannabis e
Modificáveis 
metanfetaminas, também podem ser relacionadas epidemiologicamente com a HA.
Podemos citar que, com o avançar da idade, a elasticidade do endotélio vascular diminui
progressivamente, favorecendo o aumento da resistência vascular periférica. Hipertensão, sexo,
etnia e genética são outros fatores não modificáveis relacionados com esse mal.
Saiba mais
O consumo de tabaco pode aumentar a PA de 5 a 10mmHg em média, bem como os processos
aterotrombóticos. Por isso, recomenda-se a cessação do hábito de fumar. Segundo Marcondes-Braga et al.
(2021), não há, em nosso país, uma diferença relevante entre negros e brancos quanto à prevalência de HA
(24,9% versus 24,2%, respectivamente), diferentemente do que antes se dizia sobre o tema.
Os principais cuidados de enfermagem relacionados com o cliente hipertenso têm por base a redução e o
controle da PA. Assim, as seguintes intervenções devem ser propostas para o controle da HAS:
Apoiar e ensinar o cliente quanto à adesão do esquema terapêutico.
Apoiar quanto às medidas para mudanças relacionadas diretamente com as alterações de hábitos de
vida, sendo: aconselhamento nutricional, estímulo à rotina de exercícios físicos diários, abandono do
tabagismo, diminuição da ingesta de sódio, controle e redução do sobrepeso.
Auxiliar na organização quanto à terapia medicamentosa.
Estimular o autocuidado, principalmente no que tange à mensuração da PA diariamente.
A assistência à crise hipertensiva consiste também na realização de anamnese e exame físico detalhado,
com direcionamento para a queixa principal, em busca de sinais de deterioração clínica, como cefaleia, dor
no peito, dor cervical, dispneia, diplopias ou escotoma, alteração do nível de consciência, hemiplegias, entre
outros.
Não modificáveis 
O diagnóstico precoce com medidas de rastreio é de fundamental relevância para a prevenção de danos a
órgãos-alvo e complicações cardiovasculares associadas, tendo em vista que a HA pode manifestar-se de
forma silenciosa e assintomática, ou com sintomas comuns, como cefaleia e fadiga, o que pode levar ao
atraso diagnóstico e das intervenções cabíveis. A correção adequada na primeira hora é fator determinante
para a sobrevida e a redução de danos nesse perfil de pacientes.
Curiosidade
A ocorrência da síndrome do jaleco branco pode ser levada em consideração, quando o paciente demonstra
ansiedade ao deparar-se com um profissional de saúde vestido de branco, o que, consecutivamente, leva ao
aumento de sua PA. Assim, medidas que obtenham os valores pressóricos fora do ambiente ambulatorial ou
hospitalar podem ser eficazes. Na suspeita dessa situação, procedimentos como Mapa, MRPA ou Ampa são
sugeridos, pois apresentam maiores evidências de confiabilidade.
Angina
Segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, publicadas em 2021, a dor torácica aguda é
uma das causas mais frequentes de atendimento nas unidades de emergência, correspondendo a mais de
5% e até 10% das visitas não relacionadas com traumatismos. A incidência de dor torácica varia entre 9 e 19
por mil pessoas/ano atendidas em emergências e pode representar até 40% das causas de internação
hospitalar.
Os mecanismos fisiopatológicos são dados por fatores que incidem sobre a alteração na demanda
metabólica ou o fluxo sanguíneo. Veja a seguir!
Demanda metabólica
Podemos citar hipertermia, hipertireoidismo, hipertensão, cardiomiopatia dilatada, taquicardia.
Fluxo sanguíneo
Podemos citar anemia, hiperviscosidade, toxicidade simpática, hipoxemia, HA, arteriosclerose.
O mecanismo fisiopatológico está relacionado com a estenose coronariana. A arteriosclerose estreita a luz
do vaso por acúmulo de placas lipídicas no endotélio vascular, diminuindo o aporte sanguíneo. Quando tal
processo ocorre no músculo miocárdico, esse evento é associado à dor, que pode manifestar-se no tórax
anterior ou posterior, com irradiação ao braço esquerdo, na região cervical e da mandíbula, além da região
epigástrica, podendo ser confundida com indigestão (NICOLAU et al., 2021).
Estenose coronariana.
A classificação da angina é dada pela avaliação de características como dor ou desconforto torácico
subesternal, provocado pelo esforço ou por estresse emocional e aliviado pelo repouso e/ou por nitratos em
poucos minutos. Pode ser denominada:
Angina típica
Com três características.
Angina atípica
Com duas características.
Dor não anginosa
Não atende a nenhuma ou apenas a uma característica.
A classificação correta é fundamental para a tomada de decisão adequada de tratamento.

O tratamento antianginoso é dado pelo uso de vasodilatadores, como nitratos, e pelo tratamento dos
mecanismos metabólicos e vasculares. O uso de betabloqueadores vai reduzir a demanda miocárdica por
inibição competitiva dos efeitos das catecolaminas circulantes. Já os antiplaquetários orais, como o AAS,
inibidor de receptor plaquetário P2Y12, vão agir na prevenção de agregação à placa ateromatosa (NICOLAU
et al., 2021). Entre os cuidados de enfermagem necessários, deve-se orientar o paciente quanto:
À adesão à terapêutica medicamentosa prescrita, pois há a necessidade do uso de medicações
antiagregantes plaquetárias de forma contínua, a fim de evitar o risco de IAM.
Ao controle da dor, de acordo com a prescrição medicamentosa.
A mudança de hábitos alimentares e prática de atividades físicas para a redução de sobrepeso.
Ao controle e/ou à diminuição do estresse e da ansiedade.
Ao abandono de drogas lícitas e/ou ilícitas.
É primordial, no plano de cuidados de enfermagem, conversar com o cliente e sua família e/ou cuidadores
sobre as medidas para reduzir um novo episódio da dor anginosa. Explorar o entendimento do cliente sobre
a doença é fundamental para proporuma intervenção de sucesso.
Insu�ciência Cardíaca (IC)
A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma síndrome caracterizada por disfunção cardíaca grave que
se estabelece a partir de anormalidades cardíacas estruturais e/ou funcionais, adquiridas ou hereditárias,
que ocasionam inadequado suprimento sanguíneo por ineficácia de enchimento e ejeção ventricular, não
atendendo às necessidades metabólicas e tissulares. É mais prevalente em idosos acima de 60 anos.
Aproximadamente 23 milhões de pessoas são portadoras de ICC, e 2 milhões de novos casos são
diagnosticados a cada ano no mundo.
Segundo Nicolau et al. (2021), há alta prevalência de ICC no planeta, sendo essa a via final comum a todas
as doenças cardíacas, como HAS, IAM, valvulopatias, entre outras. Apresenta alta mortalidade, sendo uma
possível causa de morte súbita por causa arrítmica ou não arrítmica, a depender do avanço da doença.Veja
a seguir.
Arrítmica
Fibrilação ventricular e taquicardia ventricular.
Não arrítmica
Assistolia e atividade elétrica sem pulso.
Para o adequado desempenho do sistema cardíaco, é necessária a interação de quatro fatores: frequência
cardíaca, contratilidade, pré-carga e pós-carga. A base fisiopatológica da insuficiência cardíaca se dá em
dois eventos: comprometimento primário do miocárdio e sobrecarga excessiva de pressão, associada à
hipertrofia concêntrica, ou de volume, relacionada com a dilatação.
Quando há sobrecarga excessiva cardíaca, ocorre disfunção ventricular,
ocasionando a diminuição do débito cardíaco e ativando mecanismos
compensatórios, que vão agir na tentativa de manter a pressão de perfusão
periférica (PPC) e o débito cardíaco. Esses mecanismos compensatórios são a
frequência cardíaca, o mecanismo de Frank-Starling (quanto maior o
estiramento da fibra muscular, maior será a força de contração) e a hipertrofia
cardíaca. Com o passar do tempo, eles poderão tornar-se alterações deletérias.
(NICOLAU et al., 2021)

Com a redução do débito cardíaco, começa o seguinte processo:
Natriurese
É o processo de excreção de sódio pela urina com a ação dos rins.
Pode-se dividir, didaticamente, a ICC de acordo com a anatomia. A do ventrículo esquerdo é relacionada
com a congestão pulmonar, por aumentar retrogradamente a pressão pulmonar, podendo desencadear um
1
Os barorreceptores são ativados e ativam, por sua vez, o sistema nervoso simpático, que vai
liberar noradrenalina e promover vasoconstrição. Com o tempo, essa vasoconstrição,
provocada pela noradrenalina, vai ser deletéria aos miócitos, gerando não funcionalidade e
apoptose.
2
Outro mecanismo é dado pela má perfusão renal, que ativará o sistema renina angiotensina e
aldosterona, gerando vasoconstrição, retenção de sódio e água, e agindo no músculo
cardíaco com remodelação tecidual por proliferação de fibroblastos. Há ainda liberação de
vasopressina (ADH) e reabsorção livre de água, podendo causar hiponatremia dilucional.
3
Mecanismos protetores também são produzidos, a fim de contrabalancear, mesmo que em
menor escala. São eles: a liberação de peptídeos natriuréticos, que vão promover
vasodilatação, natriurese e diurese; e a liberação de prostaglandinas com ação
vasodilatadora e dopamina. Os mecanismos cardioprotetores vão antagonizar com os efeitos
deletérios, como o remodelamento cardíaco; porém, a balança de mecanismos deletérios é
maior do que a de mecanismos protetores.
quadro de congestão. A insuficiência do ventrículo esquerdo é a principal causa de insuficiência cardíaca e
pode ainda ser a principal causa de insuficiência do ventrículo direito pela congestão sistêmica
desencadeada.
Insuficiência cardíaca congestiva.
As manifestações clínicas vão depender da câmara afetada e serão associadas à congestão sistêmica,
sendo as alterações comumente encontradas: dispneia progressiva, ortopneia, dispneia paroxística noturna,
tosse, edema agudo de pulmão, estertores crepitantes, alcalose respiratória, derrame pleural, edema em
membros inferiores, estase jugular, hepatomegalia, presença de reflexo hepatojugular e ascite.
Os sintomas relacionados com o baixo débito cardíaco podem ser: pele fria, pulso
fino, tempo de enchimento capilar prolongado, rebaixamento do nível de
consciência, oligúria, astenia, sopro, sibilos, emagrecimento e caquexia cardíaca.
O diagnóstico da ICC é essencialmente clínico, sendo possível realizar exames complementares, caso
necessário. Na anamnese, serão levantados os fatores de risco, como comorbidades, sobrepeso e uso de
drogas lícitas. Ao exame físico, pode-se auscultar sopro resultante do afastamento dos folhetos da válvula
mitral pelo crescimento do músculo cardíaco. Os exames solicitados podem ser:
Hemograma
Norteará a possibilidade de infecção associada e a presença de anemia, avaliando os eletrólitos, a ureia e
a função hepática.
ECG
Poderá evidenciar sobrecarga de câmaras, aumento de câmaras e arritmias.
Raios X
Os raios X de tórax poderão comprovar a cardiomegalia e a congestão encontrada no exame físico
Os raios X de tórax poderão comprovar a cardiomegalia e a congestão encontrada no exame físico.
Ecocardiograma
É imprescindível e avaliará a fração de ejeção, a função sistólica e o estado das valvas.
Peptídeo natriurético tipo B, conhecido como BNP
Também denominado peptídeo natriurético cerebral, é um marcador neuro-hormonal para prognóstico e
será usado como diagnóstico em situação de emergência.
Segundo Malheiros et al. (2021), os estágios da ICC são dividídos em 4, veja a seguir.
Assintomático, sem alteração estrutural cardíaca, porém com fatores de risco para desenvolver
disfunção ventricular (diabetes mellitus, HAS, doença coronariana e obesidade).
Com alteração estrutural cardíaca, porém assintomático (hipertrofia, dilatação ou hipomotilidade
ventricular, valvulopatia, IAM prévio).
Sintomático com disfunção ventricular.
Pacientes refratários a medidas tomadas.
Estágio A 
Estágio B 
Estágio C 
Estágio D 
A avaliação da fração de ejeção será primordial para a tomada de decisão do tratamento, direcionando o
tratamento farmacológico adotado. Para os indivíduos assintomáticos, o cuidado será constituído na
prevenção do remodelamento miocárdico e no controle das comorbidades, enquanto nos sintomáticos o
foco será na redução dos sintomas e na melhora da sobrevida.
O tratamento farmacológico será fundamentado em medicações, como iECA –
inibidores da enzima conversora da angiotensina (captopril, enalapril),
betabloqueadores (carvedilol, bisoprolol, metoprolol), antagonista da aldosterona
(espironolactona), vasodilatadores diretos (nitratos e hidralazina), diuréticos e
digitálicos.
Na prática clínica, observa-se que a classe farmacológica iECA, betabloqueadores e antagonistas da
aldosterona repercutem em melhores resultados ao cliente, inclusive, em relação à sobrevida. A indicação e
a associação desses fármacos vai depender da condição clínica de cada cliente, sendo essa decisão
sempre tomada pela equipe médica.
Os cuidados de enfermagem aos pacientes com ICC devem estar focados nos sinais de sobrecarga
cardíaca hídrica tanto pulmonar quanto sistêmica. Os seguintes cuidados devem ser observados:
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
O IAM consiste em SCA, que se faz na obstrução total de uma artéria coronária em função da ruptura de
uma placa aterosclerótica que culminou na adesividade plaquetária, formação de coágulo de fibrina e, por
fim, isquemia e necrose do tecido cardíaco. Os fatores de risco para IAM se dão por vários aspectos, como
ingestão de bebidas alcoólicas, fumo, dislipidemia, HA, estresse, sedentarismo, entre outros (MALHEIROS et
1
Usar a oxigenoterapia,
conforme prescrição médica
e avaliar a perfusão tissular
periférica e possível cianose.
2
Posicionar o cliente com
cabeceira elevada, a não
menos que 30° e avaliar
edema diariamente.
3
Administrar diuréticos
prescritos, com observação
criteriosa da diurese e sinais
específicos de sobrecarga
hídrica, como turgência
jugular, dispneia,ganho rápido
de peso e ruídos adventícios
pulmonares.
al., 2021).
Ao se identificar um paciente com suspeita de IAM, deve-se seguir a realização da anamnese dirigida por
sexo, idade e características dos sintomas, e identificar os fatores de risco para doença arterial coronariana.
O exame físico será direcionado para a avaliação de sinais vitais, como frequência cardíaca, PA, frequência
respiratória, presença de vasculopatia, presença de diagnóstico diferencial (assimetria de pulso e sopro de
insuficiência aórtica) e sinais de gravidade clínica. Podem-se encontrar achados que sugiram sinais de
gravidade a esse doente, como crepitações pulmonares, presença de B3, hipotensão arterial, taquicardia ou
bradicardia.
A dor torácica maior do que 20 minutos, com localização retroesternal, de
início súbito, com irradiação para o braço esquerdo e/ou a mandíbula, é o
principal sintoma encontrado, sendo a síndrome coronariana a causa mais
comum, em que 20% dos atendimentos médicos em unidades de emergência
são por essa causa. Sintomas como dispneia, mal-estar, náuseas, vômitos e
sudorese podem estar presentes. É uma das principais causas de morte no
Brasil, e os índices tendem a aumentar com o envelhecimento da população.
(MALHEIROS et al., 2021)
A escala de Killip é usada para avaliação da gravidade clínica no infarto e vai utilizar dados da ausculta
pulmonar e cardíaca, bem como dos sinais vitais, classificando-a de 1 a 4, em que:
Killip 1
É sem crepitações ou B3.
Killip 2
Apresenta crepitações na metade inferior dos pulmões.
Killip 3
Tem a presença de edema agudo de pulmão.
Killip 4
Apresenta choque cardiogênico.
A redução da mortalidade no atendimento de urgência depende do diagnóstico adequado e de um conjunto
de intervenções o mais breve possível. Os cuidados de enfermagem prioritários diante dessa ocorrência
são:
Puncionamento do acesso venoso calibroso.
Monitorização cardíaca, com especial atenção ao oxigênio suplementar (saturação de O2 menor do que
92%).
Alocação do paciente em leito/unidade onde seja possível realizar manobras de ressuscitação, caso
necessário. Indivíduos diabéticos, idosos e mulheres podem não apresentar o sintoma de dor torácica
típico.
Atenção!
O ECG deverá ser realizado em até 10 minutos na admissão de todo paciente com suspeita de síndrome
coronariana. Caso o ECG inicial não seja diagnóstico, deverá ser repetido em 15 a 30 minutos. Sendo
identificada a síndrome coronariana, o paciente deverá ficar sob observação, e o ECG deverá ser repetido a
cada três horas nas primeiras nove a 12 horas, ou em caso de mudança no quadro clínico.
As alterações eletrocardiográficas deverão estar presentes em pelo menos duas derivações contíguas
(derivações que representam determinada parede do coração) e orientarão o diagnóstico e a estratificação
de risco. Tal medida deve ser realizada em conjunto com a equipe médica.
A presença de supradesnivelamento determinará a necessidade de terapia de reperfusão em até 90
minutos. O ECG também poderá detectar a presença de complicações, como arritmias, e também permitirá
inferências sobre a data do evento, a artéria relacionada, a extensão do dano, o prognóstico e a estratégia
terapêutica. Se houver suspeita de dano a paredes posteriores (infarto inferior) e direitas
(infradesnivelamento do segmento ST ou ondas R proeminentes em V1 e V2), as derivações V7, V8, V3R e
V4R poderão ser solicitadas.
Realizando ECG
A SCA pode ser classificada como supra de segmento ST maior do que 1mm, sendo o IAM com supra, e
como sem supra de ST, podendo esta ser subclassificada em IAM sem supra ou angina instável. A
diferenciação dessas três formas de apresentação se dará pela aplicação dos exames de ECG e laboratorial,
com dosagem das enzimas cardíacas.
O infarto com supra será identificado pela elevação do ponto segmento ST ou um novo bloqueio de ramo
esquerdo (BRE), sendo este uma pequena proporção dos diagnósticos, e será indicativo de sofrimento
miocárdico ativo, com necessidade de encaminhamento para reperfusão por trombólise (em 30 minutos) ou
angioplastia (em 90 minutos), sendo esta realizada em unidade de hemodinâmica (PAIVA et al., 2020).
O IAM sem supra de ST se dará pela presença, ou não, do infradesnivelamento do
segmento ST maior do que 0,5mm, inversão da onda T de forma profunda e
simétrica. A diferenciação do IAM sem supra para a angina instável se fará pela
alteração dos fatores miocárdicos de necrose, também conhecidos como enzimas
cardíacas, presentes no IAM.
Nesse sentido, podemos considerar alguns pontos importantes na assistência de enfermagem ao cliente
com IAM:
1. Aliviar a dor torácica com analgesia, conforme prescrição.
2. Melhorar e controlar o padrão respiratório, observando sinais precoces de complicações (dispneia,
taquipneia e estertores).
3. Promover perfusão tecidual adequada (atenção aos sinais de pele fria e pegajosa, palidez).
4. Reduzir a ansiedade, permitir que o cliente compartilhe preocupações e temores quanto a seu quadro
clínico.
5. Monitorar complicações potenciais, como alteração de frequência e ritmo cardíaco, PA, dor torácica,
débito urinário, coloração e temperatura cutânea. Comunicar a equipe médica diante de um ou mais
desses sinais e sintomas.
A prevenção das SCA se dá com bons hábitos de alimentação, prática de exercícios físicos regulares e
controle de comorbidades. O pronto-atendimento, com identificação assertiva e rápida, e a execução das
medidas necessárias são fundamentais à sobrevida do paciente acometido pelo IAM. A enfermagem,
assim, mostra-se como fator decisivo nesse processo, pois, muitas vezes, a estratificação de risco desse
paciente é realizada em unidades de urgência e emergência pelos enfermeiros.
Assistência de enfermagem aos clientes com problemas
cardiovasculares
Neste vídeo, a especialista irá apresentar os principais pontos relacionados com a assistência de
enfermagem aos clientes com problemas cardiovasculares e suas implicações na prática clínica.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Arteriosclerose e aterosclerose
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Angina
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Insu�ciência cardíaca


Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma síndrome caracterizada por disfunção cardíaca grave que
se estabelece a partir de anormalidades cardíacas estruturais e/ou funcionais, adquiridas ou hereditárias,
ocasionando inadequado suprimento sanguíneo por ineficácia de enchimento e ejeção ventricular, não
atendendo às necessidades metabólicas e tissulares. Sobre essa patologia, assinale a alternativa correta.
A
A síndrome coronariana aguda (SCA) se dá com a obstrução total de uma artéria
coronária em função da ruptura de uma placa aterosclerótica que culmina em adesividade
plaquetária, formação de coágulo de fibrina e, por fim, isquemia e necrose do tecido
cardíaco.
B
Os sinais e os sintomas envolvidos na congestão sistêmica podem ser tosse, dispneia
paroxística noturna, edema agudo de pulmão, estertores crepitantes, edema em membros
inferiores, hepatomegalia, presença de reflexo hepatojugular, ascite, entre outros.
C
Quando classificado em estágio B, o tratamento é realizado com redução dos fatores de
risco e medicações, como iECA, betabloqueadores, espironolactona (classes funcionais 3
e 4), uso de diuréticos, como furosemida, e digitálicos (digoxina), com atenção à
possibilidade de intoxicação digitálica.
D
Com a redução do débito cardíaco, barorreceptores serão ativados e vão inibir o sistema
nervoso simpático, promovendo vasodilatação. Com o tempo, essa manifestação
fisiológica vai ser deletéria aos miócitos, gerando não funcionalidade e apoptose.
E
É o quadro no qual a dor precordial manifesta-se após exercícios que promovem o
aumento da atividade cardíaca e a vasoconstrição,estreitando ainda mais o fluxo
sanguíneo, ou diminuindo a demanda cardiológica.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A ICC ocorre por alteração no bombeamento cardíaco, caracterizada por disfunção ventricular. Tal
evento compromete a capacidade de oxigenação e repercute em complicações para outros
órgãos. A insuficiência ventricular direita tem por características o acúmulo de líquidos na
cavidade abdominal e nas periferias. Já a insuficiência cardíaca esquerda provoca,
principalmente, fadiga e alterações pulmonares.
Questão 2
A pressão arterial (PA) consiste na força exercida pelo sangue nos vasos sanguíneos durante a sístole e a
diástole do coração. Fisiologicamente, no adulto, a PA não deve ultrapassar valores menores do que
120mmHg na sístole e 80mmHg na diástole. Segundo a diretriz brasileira de hipertensão arterial (HA),
publicada em 2020, um paciente com medidas pressóricas de 160 a 179mmHg na sistólica e 100 a
109mmHg na diastólica é classificado em:
A HA estágio 1
B Pré-hipertensão
C HA estágio 3
D HA estágio 2
Considerações �nais
Considerando o conteúdo apresentado, observamos que as alterações do trato respiratório e cardiovascular
são fenômenos frequentes nos grandes centros de saúde e, consequentemente, uma realidade constante na
prática clínica da enfermagem.
Observamos que os distúrbios cardiorrespiratórios implicam eventos complexos, de natureza multifatorial,
não selecionando sexo e/ou idade, e podem acarretar problemas drásticos ao cliente. Nesse sentido, é
fundamental o entendimento, por parte do enfermeiro, das nuances que envolvem o atendimento a esses
clientes, sendo necessários o conhecimento teórico, a tomada de decisão rápida e assertiva, a execução de
cuidados e o monitoramento de resultados esperados. Nos corredores hospitalares, fale-se muito: tempo é
músculo! A realidade é que o tempo em que as decisões são tomadas está diretamente relacionado com o
prognóstico do cliente.
Portanto, o propósito aqui é que você se torne um enfermeiro capaz de compreender a estrutura e o
funcionamento do sistema respiratório e cardiovascular, visando a um adequado exame físico, à
monitorização de achados clínicos e ao sucesso na assistência de enfermagem com respeito à pluralidade
do indivíduo e às suas necessidades clínicas.
Podcast
Neste bate-papo, a especialista falará sobre os principais pontos do cliente com problemas respiratórios e
cardiovasculares.
E Normal
Parabéns! A alternativa D está correta.
A classificação quanto ao estágio da HA é fundamental para nortear o risco cardiovascular do
indivíduo e, dessa forma, propor intervenções e metas adequadas. Em 2020, foram definidas
diretrizes para a classificação da HA, sendo apresentadas cinco classificações, de acordo com o
valor pressórico.
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Referências
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USP, 2018. Consultado na internet em: 5 nov. 2021.
Explore +
Para explorar seus conhecimentos a respeito do assunto estudado, indicamos a leitura dos seguintes
textos:
Evolução clínica dos indicadores de resultados de enfermagem em pacientes com padrão respiratório
ineficaz, artigo de Luciana Nabinger Menna Barreto et al., publicado em 2020 na Rev. Eletr. Enferm.
Cuidado de enfermagem ao idoso com doenças respiratórias crônicas na pandemia da covid-19, capítulo
escrito por Margarita Ana Rubin Unicovsky et al., também de 2020, publicado no livro Enfermagem
gerontológica no cuidado do idoso em tempos da covid-19, organizado por R. F. Santana e publicado pela
Editora ABEn, de Brasília.
Carga horária de enfermagem aplicada ao paciente com infarto agudo do miocárdio, outro artigo, dessa vez
de autoria de Nickson Scarpine Malheiros et al., publicado em 2021 na Rev. Fund. Care Online.
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