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Neste módulo tratamos da história da África e da interferência europeia na organização produ- tiva, social e política do continente, que contribuiu para a atual situação de subdesenvolvimento africana. PARA CONCLUIR 1 Comente as dificuldades enfrentadas pelos europeus na colonização do continente africano. As maiores dificuldades eram a resistência dos povos nativos africanos e as dificuldades naturais para a interiorização europeia. Além disso, as riquezas do interior do continente chegavam às mãos dos europeus por meio dos próprios africanos, o que contribuía para o menor interesse europeu em vencer as dificuldades naturais impostas. 2 O que se entende por missão civilizatória? Em uma visão etnocêntrica, os colonizadores consideravam que os povos africanos eram inferiores. Assim, a missão civilizatória consistia em levar conhecimentos científicos, religiosos e culturais para esses povos, de modo a civilizá-los e desenvolvê-los. É importante que o aluno compreenda que esse era um ponto de vista eurocentrista. 3 Por que dizemos que o imperialismo europeu criou fronteiras artificiais na África? Porque a divisão realizada pelos europeus não levou em consideração os aspectos populacionais e culturais do continente. 4 O imperialismo provocou inúmeras consequências para o continente africano. Identifique a mudança ocorrida na estrutura econômica da maioria dos países africanos. O estabelecimento de grandes propriedades monocultoras voltadas ao abastecimento das metrópoles e de atividades mineradoras foi responsável, muitas vezes, por expropriar terras de tribos que viviam tradicionalmente da agricultura de subsistência e do pastoreio ou da caça e da coleta. PRATICANDO O APRENDIZADO 5 Pode-se dizer que a qualidade de vida dos povos africa- nos melhorou depois da imposição de modelos de vida europeus durante o imperialismo? Não, pois, na maior parte dos casos, os povos africanos se viram destituídos de suas terras, com sua organização social arruinada e explorados pelos colonizadores europeus, situação que persiste mesmo após a independência política de tais países. 6 Indique a contribuição da Guerra Fria na intensificação dos conflitos no período de descolonização africana. Em muitos casos, as lutas por independência ganharam apoio com a disputa geopolítica entre as superpotências ascendentes – Estados Unidos e União Soviética. Interessadas em novas áreas de influência, as duas superpotências apoiaram os processos de independência, a fim de alcançar seus objetivos. 7 Qual é a posição ocupada pela maior parte dos países africanos na Divisão Internacional do Trabalho atual- mente? A maioria dos países africanos são tidos como exportadores de matéria-prima. 8 Explique a frase “Para os países africanos, a indepen- dência política não significou a independência econô- mica”. Com estruturas produtivas defasadas e voltadas para a produção agromineral, os países que se tornaram politicamente independentes continuaram tecnológica e economicamente dependentes. Isso porque importam produtos de maior valor agregado e sua industrialização, mesmo escassa, está atrelada às transnacionais. de uma multinacional. O documentário apresenta também ações jurídicas e políticas que podem ser encaminhadas para combater tal exploração. Debata os desdobramentos do que você viu no documentário. Reflita se aquilo que ocorre na- queles países pode ter relação com a ação de empresas que exploram recursos naturais em outros países periféricos, incluindo o Brasil. 384 G E O G R A F IA » M Ó D U L O 1 4 PH8_EF2_GEO_C2_375a388_M14.indd 384 12/8/17 4:30 PM 1 Relacione a Revolução Industrial com o neocolonialismo praticado na África. Com o crescimento econômico europeu, aumentou a necessidade de buscar novas fontes de matéria-prima e novos mercados consumidores. As independências americanas, ao mesmo tempo que levaram à criação de novos mercados, dificultaram a continuidade da expropriação das riquezas. 2 Apesar da independência política alcançada, muitos países africanos permanecem economicamente de- pendentes de suas antigas metrópoles ou de outras potências, como os Estados Unidos. Com suas palavras, explique a dependência econômica dos países africanos na economia global. Muitos países africanos têm sua riqueza explorada por empresas transnacionais, portanto não ficam com a maior parte do lucro gerado. Além disso, são dependentes da importação de bens tecnológicos e estão em frágil posição na Divisão Internacional do Trabalho, como exportadores de matérias-primas. 3 A partilha da África pelos colonizadores europeus cons- tituiu numa divisão territorial. Do ponto de vista dos povos africanos, ocorreu a junção de centenas de povos em territórios dominados por cerca de meia dúzia de nações hegemônicas. Explique a afirmação anterior. Ao pensarmos que no continente habitavam centenas de povos diferentes, organizados em clãs, tribos e reinos, parece mais adequado falar em unificação. Em algumas das colônias estabelecidas (com os novos limites traçados) juntaram-se, em um mesmo território, mais de uma dezena desses grupos, alguns inimigos antigos. Sobre as estratégias de dominação imperialista usadas por países europeus no continente africano, responda às questões 4 a 6 a seguir. 4 Júlio César, em sua obra De Bello Gallico (escrita por volta de 50 a.C.), foi um dos primeiros estrategistas mili- tares a escrever Divide et vinces, cuja tradução é “dividir para conquistar”. Antes dele, Sun Tzu (544 a.C. -496 a.C.) já considerava a mesma estratégia, além de Alexandre Magno e Maquiavel. Comente como essa estratégia foi utilizada pelos euro- peus durante o imperialismo na África. Aproveitando-se da rivalidade étnica local, os europeus escolhiam um lado para apoiar e forneciam meios para que esse lado confrontasse o grupo rival. Desse modo, os europeus dominavam a população inteira com mais facilidade. 5 Quais foram as consequências do uso dessa estratégia para o povo africano? A tática de “dividir para conquistar” intensificou os conflitos já existentes e criou novas rivalidades, impactando violentamente o continente até os dias atuais. 6 Cite um exemplo do uso do “dividir para conquistar”. Um dos melhores exemplos do uso dessa tática foi o que ocorreu em Ruanda, com os tutsis e os hutus. Escolhido como o grupo a ser apoiado, os tutsis foram considerados mais nobres enquanto os hutus foram subjugados e marginalizados. Mesmo após a independência os tutsis se mantiveram no poder. Em 1994, os anos de tensão eclodiram em um conflito sangrento que matou mais de 1 milhão de pessoas. 7 Relacione a Segunda Guerra Mundial com o sucesso dos movimentos de independência do continente africano. Após a Segunda Guerra Mundial, as potências europeias encontravam-se econômica, política e militarmente enfraquecidas. Aproveitando-se disso, os movimentos de luta por independência das colônias, que haviam sido fortemente reprimidos ao longo do período imperialista, ressurgiram. APLICANDO O CONHECIMENTO Veja, no Manual do Professor, o gabarito comentado das questões sinalizadas com asterisco. 385 G E O G R A F IA » M Ó D U L O 1 4 PH8_EF2_GEO_C2_375a388_M14.indd 385 12/8/17 4:30 PM 1 A conquista da independência em relação a Portugal não garantiu a autonomia política e econômica das ex-colônias africanas. Em Angola, por exemplo, novos confrontos surgiram em decorrência do apoio das su- perpotências do mundo bipolar a grupos políticos rivais. Marque a alternativa que indica corretamente o nome de um dos grupos angolanos rivais e a superpotência que lhe dava sustentação política e militar. a) UNITA – União Soviética. b) MPLA – União Soviética. c) UNITA – Bélgica. d) MPLA – Estados Unidos. e) UNITA – Cuba. 2 Observe a imagem a seguir. Album/Fotoarena Entre as razões históricas que explicam os conflitos ocorridosno continente africano, está(ão): a) a chegada dos árabes em busca de escravos, que de- sorganizou as estruturas produtivas do continente. b) a organização social tribal, característica de povos de baixo desenvolvimento técnico e culturalmente inferiores. c) os processos de independência, que não foram ca- pazes de conter o avanço dos conflitos. d) o imperialismo, que unificou antigos povos inimigos em um mesmo território e com frequência estimu- lou a rivalidade entre eles. e) a escassez de recursos, que condiciona piores con- dições de vida, intensificando conflitos. 4 Faça a leitura do trecho da canção a seguir. War Compositores: Allan Cole e Carlton Barret. Until the philosophy which hold one race Superior and another inferior Is finally and permanently Discredited and abandoned Everywhere is war, me say war [...] And until that day, the African continent Will not know peace, we Africans will fight We find it necessary and we know we shall win As we are confident in the victory Of good over evil Good over evil, yeah! Tradução Guerra Até que a filosofia que sustenta uma raça superior e outra inferior Seja finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada, Haverá guerra, eu digo, guerra [...] Até esse dia, o continente africano não conhecerá a paz Nós, africanos, lutaremos, se necessário DESENVOLVENDO HABILIDADES A imagem faz referência a: a) Conferência de Bandung. b) Congresso de Viena. c) Conferência de Berlim. d) Divisão do continente americano. e) Darwinismo social. 3 Os conflitos armados entre grupos sociais e povos afri- canos se tornaram mais brutais nos últimos cinquenta anos. Se muitos desses conflitos foram causados por motivos étnicos e antigos conflitos regionais, a eficácia das armas adquiridas por grupos rivais os torna cada vez mais letais. 386 G E O G R A F IA » M Ó D U L O 1 4 PH8_EF2_GEO_C2_375a388_M14.indd 386 12/8/17 4:30 PM E sabemos que vamos vencer, Pois estamos confiantes na vitória Do bem sobre o mal, Do bem sobre o mal, é... War. Intérprete: Bob Marley. In: Rastaman Vibration, 1976. War foi composta a partir do discurso de Hailé Selassié (1892-1975), imperador da Etiópia, durante a Liga das Nações em 1936. O trecho destacado na música está associado: a) à superioridade africana sobre as demais raças humanas. b) à necessidade de mais territórios para os povos afri- canos. c) ao imperialismo, que manteve a organização social africana fragmentada e subordinada mesmo após a independência política de diversos países. d) à superioridade racial dos colonizadores europeus em relação aos povos africanos. e) aos conflitos provocados pela crença na superiorida- de de alguns grupos sociais sobre outros, com base em critérios culturais, políticos ou econômicos. Sudão e Sudão do Sul: fragmentação política Em janeiro de 2011, após décadas de conflitos, ocorreu a fragmentação territorial do Sudão. O Sudão do Sul tornou-se independente, tendo sido definida a cidade de Juba como capital do novo país. Assim como Cartum, capital do Sudão, a cidade mais importante do recém-criado país também se situa às margens do rio Nilo. Pode-se pensar a princípio que a separação dos dois países foi resultado natural da busca por autonomia de dois povos muito diferentes, unidos arbitrariamente durante séculos de imperialismo egípcio e britânico: no nor- te, área desértica, a maioria é muçulmana e no sul, tropical semiúmido, predominam grupos africanos de religiões animistas e cristãos. Desde a indepen- dência total do Sudão, em 1956, estabeleceu-se um governo muçulmano, que impunha suas regras de conduta e idioma ao restante da população não muçulmana. As disputas entre esses grandes grupos (e outros grupos guerrilheiros minoritá- rios) levaram a conflitos violentos que, associados a problemas econômicos e naturais (secas pro- longadas), deixaram milhões de mortos. O agra- vamento dos confrontos chegou ao pior nível no início do século XXI, tendo sido considerado um genocídio pelo governo dos Estados Unidos em 2004. As pressões internacionais se intensificaram a partir de então e, em 2011, após um plebiscito, o Sudão do Sul tornou-se independente. I. Vista de Cartum, capital do Sudão, às margens do rio Nilo. Foto de 2015. II. Vista aérea de Juba, capital do Sudão do Sul, às margens do rio Nilo. Foto de 2017. I II R o b e rt H a rd in g /G e tt y I m a g e s c lic k s a h e a d /S h u tt e rs to ck GOTAS DE SABER 387 G E O G R A F IA » M Ó D U L O 1 4 PH8_EF2_GEO_C2_375a388_M14.indd 387 12/8/17 4:30 PM
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