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Projetos em engenharia de seguranca do trabalho

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Projeto em engenharia de 
 Segurança do trabalho
Elaine Alcantara Freitas Peixoto
1a Edição / Agosto / 2014
Impressão em São Paulo - SP
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Professor resPonsável
Elaine Alcantara Freitas 
Peixoto
Projeto GráfiCo, CaPa 
e diaGramação
Vitor Bioni Bertollini
revisão ortoGráfiCa
Vanessa Almeida
1a edição: julho 
de 2014
Impressão em São Paulo/SP
Copyright © EaD 
KnowHow 2011
Nenhuma parte dessa publica-
ção pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia 
autorização desta instituição.
Projeto em engenharia 
 de Segurança do trabalho
P379p Peixoto, Elaine Alcantara Freitas.
Projeto em engenharia de segurança do trabalho. / 
Elaine Alcantara Freitas Peixoto. – São Paulo : Know How, 2014.
144p. : 21 cm.
Inclui bibliografia 
ISBN: 978-85-8065-284-0
1. Programas preventivos. 2. Pericia trabalhista.
Informática aplicada a segurança. 4. Instrumento de
medição. I. Título.
CDD 620.86
 aPreSentação
Neste livro, vamos abordar tópicos importantes 
que demonstram como os conteúdos relacionados à 
Segurança do Trabalho e à Medicina do Trabalho se re-
lacionam para compor programas ou para atender exi-
gências de perícia.
Iniciaremos verificando metodologias para elabo-
ração de programas preventivos, para os quais tanto as 
exigências legais como a técnicas devem ser atendidas. 
Para as perícias trabalhistas, o perito deve conhecer tan-
to as informações do processo, como ter domínio do 
conhecimento legal e técnico para confirmar ou refutar 
as solicitações do Requerente.
Também vamos conhecer alguns dos instrumen-
tos mais frequentemente utilizados para serem efetua-
das avaliações quantitativas dos agentes de risco estuda-
dos em Higiene do Trabalho. 
E falando sobre instrumentos, vamos nos depa-
rar com algumas ferramentas de trabalho que são os 
softwares e aplicativos disponíveis no mercado que são 
utilizados pelos profissionais da Segurança do Trabalho. 
Estão recursos são de extrema valia para gestão da Saú-
de e Segurança numa empresa.
Bom trabalho!
 Sumário
 Unidade 01
Metodologias para Elaboração de 
Programas Preventivos
 Unidade 02
Metodologia para Elaboração de 
Perícia Trabalhista
 Unidade 03
Instrumentos de Medição
 Unidade 04
Informática Aplicada à Engenharia 
de Segurança
 Referências
 Gabarito
7
63
87
119
135
141
7
 Unidade 01
Metodologias 
para Elaboração de 
Programas Preventivos
9
Nesta unidade, vamos apresentar as metodologias 
para elaboração de programas preventivos, consideran-
do que são baseados em normas e atendendo exigências 
legais. De acordo com o dicionário Aulete, metodologia 
significa “parte da lógica que trata dos métodos das di-
ferentes ciências”. Deste modo, vamos verificar quais 
são as exigências e orientações para desenvolvimento 
de programas preventivos de saúde e segurança.
Conteúdos da Unidade
Serão abordadas as metodologias para o desenvol-
vimento dos seguintes programas: Programa de Pre-
venção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de 
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria 
da Construção (PCMAT), Programa de Gerenciamento 
de Riscos (PGR) e Planos de Atendimento à Emergên-
cia (PAE). 
Vá anotando as etapas necessárias para o desen-
volvimento de cada programa, conforme seus estudos 
vão avançando.
Ao final de cada unidade você avaliará seu conhe-
cimento respondendo as perguntas relativas ao capítulo.
Bons estudos!
11
1.1. Metodologia para elaboração 
do PPRA
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
(PPRA) foi estabelecido pela primeira vez em 1978, 
através da Portaria n.º 3.214, de 08/06/1978, da Secre-
taria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério 
do Trabalho, por meio da Norma Regulamentadora NR 
9, denominada Riscos Ambientais. Apresentava como 
objetivo definir uma metodologia de ação para garantir 
a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores 
face aos riscos existentes nos ambientes de trabalho. 
O texto da referida norma sofreu alterações através da 
Portaria n.º 25, de 29/12/1994, passando a denominar-
-se Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
São definidos como riscos ambientais os agentes 
físicos, químicos e biológicos, e são considerados fato-
res de riscos ambientais a presença destes agentes em 
determinadas concentrações ou intensidade. O tempo 
máximo de exposição do trabalhador a esses agentes é 
determinado por limites preestabelecidos.
Conforme estabelecido na NR9, o PPRA – Pro-
grama de Prevenção de Riscos Ambientais, deve apre-
sentar a seguinte estrutura básica:
• Identificação da Empresa;
• Documento Base e Desenvolvimento do PPRA;
• Antecipação e Reconhecimento dos Riscos 
Ambientais;
• Avaliações Ambientais qualitativas e quantitativas;
12
• Critérios de Avaliação para os Agentes Físicos, 
Químicos e Biológicos;
• Conclusões;
• Cronograma de Ações.
A título de exemplo, vamos apresentar a estrutu-
ração de um PPRA de uma empresa de pequeno porte 
dedicada à comercialização, distribuição e instalação de 
vidros temperados em estruturas de alvenarias diversas.
1.1.1. Estrutura básica para elaboração do 
PPRA
CNPJ:
C.N.A.E.
Local 
Avaliado:
Responsável pela Elaboração do 
PPRA 
Data de Elaboração do PPRA 
Inscrição Estadual: 
Grau de Risco: Grupo de Risco: 
Quadro de 
Colaboradores
Sexo Masculino Sexo Feminino Menor Total 
Atividade Econômica: 
Quadro 4 - Estrutura básica para elaboração do PPRA
13
1.1.2. Documento base e desenvolvimento 
do PPRA
A Portaria do Ministério do Trabalho de n.º 25, 
de 29/12/1994, republicada em 12/02/95, deu nova 
redação à Norma Regulamentadora NR9, estabelecen-
do a obrigatoriedade da elaboração e implementação, 
por parte de todos os empregadores, do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Os principais 
pontos da referida Portaria, que devem servir como re-
ferência, são abaixo destacados: 
É de responsabilidade da empresa a elaboração e 
implementação do Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais (PPRA), visando à preservação da saúde do 
trabalhador, a proteção do meio ambiente e dos recur-
sos naturais; 
Ainda, segundo a Portaria SSST n.º 25, de 29 de 
dezembro de 1994:
9.1.2 As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âm-
bito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsa-
bilidade do empregador, com a participação dos trabalha-
dores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes 
das características dos riscos e das necessidades de controle.
9.1.3 O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo 
das iniciativas da empresa no campo da preservação da 
saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar 
articulado com o disposto nas demais NR, em especial 
com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-
cional - PCMSO previsto na NR-7.
14
9.1.4 Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e dire-
trizes gerais a serem observados na execução do PPRA, 
podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação 
coletiva de trabalho.
9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambien-
tais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes 
nos ambientes de trabalho que, em função de sua natu-
reza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, 
são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
9.1.5.1 Consideram-se agentes físicos as diversas formas 
de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, 
tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, tempera-
turas extremas, radiações ionizantes, radiações não ioni-
zantes, bem como o infra-som e o ultra-som.
9.1.5.2 Consideram-se agentes químicos as substâncias, 
compostos ou produtos que possam penetrar no orga-
nismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, 
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza 
da atividade de exposição, possam ter contato ou ser ab-
sorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
9.1.5.3 Consideram-se agentes biológicosas bactérias, fun-
gos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
De acordo com a NR9, a estrutura básica do Pro-
grama de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA 
deve ser a seguinte: 
- planejamento anual com o estabelecimento de 
metas, prioridades e cronograma de ações;
15
- definição da estratégia e informada a metodolo-
gia de ação;
- definição da forma de registro, manutenção e di-
vulgação dos dados;
- estabelecimento da periodicidade e forma de ava-
liação do desenvolvimento do PPRA.
Na redação da NR9 está presente o conceito de 
“nível de ação”, que é o valor acima do qual devem ser 
tomadas ações preventivas para eliminar ou minimizar 
a probabilidade de que as exposições a agentes ambien-
tais ultrapassem os limites de tolerância, sendo defini-
dos conforme segue:
a) Ruído: Dose superior a 0,5 (cinquenta por cen-
to) dos limites de tolerância estabelecidos para ruído na 
NR15, que trata das Atividades e Operações Insalubres; 
b) Para agentes químicos: A metade dos limi-
tes de exposição ocupacional estabelecidos pela mesma 
NR15 citada acima.
 O controle destes agentes deve ser feito através 
do monitoramento e avaliações clínicas, conforme pre-
visto na NR7 - Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO).
Deve ser organizado registro de dados relativos ao 
PPRA, constituindo histórico técnico do mesmo e ad-
ministrativo de seu desenvolvimento. Todos os dados 
deverão ser mantidos por um período mínimo de vinte 
anos e ficar à disposição dos trabalhadores, da Comis-
são Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e da fis-
calização trabalhista.
16
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
deve fazer uso de avaliações quantitativas dos agentes 
ambientais, sempre que necessário, para comprovar a 
inexistência de riscos, dimensionar a exposição dos 
trabalhadores ou como auxiliar para a adoção de me-
didas corretivas.
Em todas as fases de planejamento e execução do 
PPRA devem ser considerados os dados contidos no 
Mapa de Riscos, elaborado pela CIPA, por expressarem 
a percepção e o conhecimento dos empregados rela-
tivos aos riscos ambientais e do processo de trabalho.
1.1.3. Antecipação e reconhecimento dos 
riscos ambientais
Descrição das Atividades:
O reconhecimento dos Riscos Ambientais levou 
em consideração a análise dos postos de trabalho, a 
identificação dos riscos potenciais e/ou reais, as possí-
veis fontes geradoras, o meio de propagação, o número 
de trabalhadores expostos, as atividades exercidas por 
função e as medidas de controle existentes e as propos-
tas preventivas recomendadas.
Abrangência:
As atividades exercidas pelos colaboradores da 
empresa referem-se à instalação de vidros, sendo este 
documento específico da atividade fim e as avaliações 
qualitativas e quantitativas foram realizadas no canteiro 
17
de obras. O trabalho a ser realizado pela equipe anali-
sada consiste na montagem e instalação de vidros tem-
perados em caixilhos, como acabamento e fechamento 
lateral de estrutura de alvenaria de “stand” de vendas 
durante a montagem deste no endereço do cliente.
Diretriz:
O PPRA é parte integrante do conjunto mais am-
plo das iniciativas a empresa no campo da preservação 
da saúde e da integridade física dos trabalhadores, ar-
ticulando-se com o disposto nas Normas Regulamen-
tadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, em es-
pecial com a NR7 – PCMSO - Programa de Controle 
Médico e de Saúde Ocupacional.
Responsabilidades: 
Cumpre-nos esclarecer que os resultados obtidos 
no presente levantamento e as recomendações enume-
radas neste documento implicam em parecer essencial-
mente técnico e científico das condições de segurança, 
higiene e medicina do trabalho, encontradas nos postos 
de trabalho analisados, estando a empresa empenhada 
em estabelecer, implementar e assegurar o cumprimen-
to do PPRA, como sua atividade permanente.
18
Quadro 5 - Antecipação e reconhecimento 
dos riscos ambientais
	
  
Empresa:
Setor: Local 
Avaliado: 
Masculino: 5 Feminino: 0
Função
Quantidade 
Trabalhadores 
Expostos
Riscos Agentes Fonte Geradora
Trajetória ou 
Meio de 
Propagação
Exposição 
diária 
Supervisor 1 Físicos Ruído
Serra circular de 
bancada; quando de 
acesso à obra
Ar Eventual
Físicos Radiação solar
Sol; acompanhamento 
das montagens Ar Eventual
Montador/
Instalador 
de Vidros
2 Físicos Ruído Serra circular de bancada Ar Intermitente
Acidentes
Queda de 
Trabalho em 
níveis elevados
Utilização de 
andaime/escadas 
portáteis/ plataforma 
elevatória
Níveis 
diferentes
Intermitente
Físicos Radiação solar
Sol; montagem dos 
vidros nos caixilhos Ar Intermitente
Químicos Substância 
química
Adesivo à base de 
borracha de silicone; 
montagem de perfis e 
vidros
Contato Eventual
Ajudante 
Geral 2 Físicos Ruído
Serra circular de 
bancada
Ar Eventual
Acidentes
Queda de 
Trabalho em 
níveis elevados
Utilização de 
andaime/escadas 
portáteis/ plataforma 
elevatória
Níveis 
diferentes Eventual
Físicos Radiação solar Sol; montagem dos 
vidros nos caixilhos
Ar Intermitente
Químicos Substância 
química
Adesivo à base de 
borracha de silicone; 
montagem de perfis e 
vidros
Contato Eventual
COMÉRCIO E DISTRIBUIDORA DE VIDROS Ltda.
Montagem Canteiro de Obras
Quantidade de Trabalhadores 
Atividades 
Desenvolvidas:
Realizar atividades de dimensionamento de área a ser envidraçada,
mensurar espessura, tipo de vidro, de acordo com a determinação do cliente, 
medir, cortar vidro e cantoneiras para a construção de caixilhos,
transportar até o cliente e realizar serviços de instalação e acabamento. 
Medidas de Controle 
Existentes (EPI/EPC):
Relacionar as medidas existentes
EPIs fornecidos: Relacionar os EPIs fornecidos, por função. 
1.1.4. Análise dos Riscos Ocupacionais
Seguem as avaliações quantitativas efetuadas para 
os níveis de pressão sonora (ruído) e iluminância.
19
Quadro 6 - Análise dos riscos ambientais
1.1.5. Critérios de avaliação e Metodologias 
	
  
Valores 
Encontrados
Máxima 
Exposição 
Diária 
Permitida (h)
Valores 
Encontrados
Iluminância 
Mínima Exigida 
(NBR ISO/CIE 
8995-1) em lux 
Serra 
circular
Bancada de 
corte 89 dB(A) 04h30min 570 lux 300 lux
Furadeira 
Elétrica 86 dB(A) 07 h 568 lux 300 lux
Níveis de ruído em dB(A)
Posto de 
Trabalho
Iluminância em lux
a) Agente Físico Ruído:
A Legislação brasileira considera como prejudiciais 
à saúde dos trabalhadores níveis de exposição ao agente 
ruído, conforme estabelecido na Portaria n.º 3.214/78 
do MTE, NR-15, Anexo 1, para níveis de ruído contí-
nuo ou intermitente e de impacto que ultrapassem os 
limites de tolerância estabelecidos.
A metodologia utilizada neste trabalho levou em 
conta a determinação dos níveis de ruído medidos em 
decibéis (dB), obtidos os valores médios, utilizando ins-
trumento de medição de nível de pressão sonora, ope-
rando em circuito de resposta lenta “Slow” e circuito de 
compensação “A”. 
20
Para elaboração do PPRA, adotaremos os parâ-
metros da legislação brasileira, mais especifi camente, a 
NR15 e a legislação da previdência social com base na 
Instrução Normativa nº 118 de 14/04/2005.
A NR-15 estabelece os seguintes principais critérios:
Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois 
ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes 
níveis, devem ser considerados os efeitos combina-
dos, de forma que, se a soma das seguintes frações 
exceder a unidade, a exposição estará acima do Limite 
de Tolerância. 
Na equação, temos:
Cn - indica o tempo total em que o trabalhador fi ca 
exposto a um nível de ruído específi co;
Tn - indica a máxima exposição diária permissível a 
este nível;
Deq - representa a Dose equivalente para jornada de 8 
horas.
A grandeza mais importante que caracteriza a real 
condição de exposição aos níveis de ruído é o Lavg, 
que corresponde ao Nível Sonoro Contínuo equivalen-
te (nível médio integrado ao longo do tempo de medição). 
Os níveis sonoros em ambientes industriais variam ale-
atoriamente ao longo da jornadade trabalho. Pode-se, 
todavia, determinar um valor médio ou Lavg, que re-
21
presente o nível de pressão sonora durante o intervalo 
de tempo analisado (no mínimo 75% da jornada diária 
de trabalho).
Medições e Conclusões:
O risco físico ruído é predominante para as fun-
ções operacionais, sempre que ocorre o acesso às áreas 
operacionais, porém, com níveis de ruído entre o nível 
de ação e acima dos limites de tolerância estabeleci-
dos. Devem, portanto, ser adotadas normas rígidas de 
controle como o uso obrigatório de proteção auditiva, 
obtendo-se, desta forma, a atenuação a níveis aceitáveis 
de exposição.
 
Interpretação dos resultados:
Para ruído contínuo ou intermitente, a exposição 
do trabalhador em jornada de trabalho diária de 08 ho-
ras deverá ser limitada, quando, sem a devida utilização 
do protetor auditivo adequado, ao nível equivalente de 
85 dB(A), e ao nível máximo de 115 dB(A), medidos 
no circuito de resposta lenta (SLOW), sendo a dose de 
duplicação de 5 dB(A) e o limiar de contabilização para 
a dose, o nível de 80 dB(A).
Para ruído de impacto, a exposição do trabalha-
dor em jornada de trabalho diária de 8 horas, deverá 
ser limitada, quando sem a utilização de protetor ade-
quado, a um número de impactos que não excedam 140 
dB(lin), medidos no circuito de resposta rápida (FAST).
Considerando-se ainda o conceito de nível de ação, 
introduzido pela NR9 em sua redação, conforme Por-
22
taria n.° 25, de 29/12/1994, que criou o Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, temos que 
o Nível de Ação é o nível equivalente de ruído a partir 
do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma 
a minimizar a probabilidade da ocorrência de efeitos 
adversos à saúde do trabalhador. Estabelece a NR9, 
quanto ao Nível de Ação em 9.3.6.1, subitem b: “para 
o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme 
critério estabelecido na NR-15, anexo 1 – item 6”. 
Observamos que, interpretado pelo procedimento 
NHO-01 da FUNDACENTRO, o nível de ação é de 82 
dB(A), pois este estabelece a taxa de duplicação de dose 
igual a 3 dB(A), enquanto que interpretado pela NR15, 
o nível de ação é de 80 dB(A), pois estabelece a taxa de 
duplicação de dose igual a 5 dB(A).
Deve-se ainda considerar os Níveis de Atenuação 
da exposição ao ruído pela utilização de proteção audi-
tiva, sendo descritos conforme os dois métodos abai-
xo apresentados. Assim, para verificação da adequação 
do protetor auditivo utilizado na empresa, tomando-se 
por base os dados disponíveis de redução como NRR 
e NRsf para o protetor auditivo, o valor da atenuação 
poderá ser calculado como segue:
Método A: Para estimar a adequação dos pro-
tetores auditivos, a OSHA 29 CRF 1910.9 recomenda 
redução de 50% no valor do NRR para todo tipo de 
protetor, enquanto que o NIOSH (Compendium of 
Hearing Protection Devices) recomenda fator de redu-
ção (f), em função do tipo de protetor, como segue:
23
• 25% para abafadores tipo concha;
• 50% para abafadores plugs moldáveis;
• 70% para outros tipos de plugs;
A exposição estimada ao ruído, com uso do prote-
tor auditivo é dada pela expressão:
NPSc = NPSa – (NRR x f – 7), sendo:
NPSc - nível de pressão sonora no ouvido em dB(A), 
no ouvido protegido;
NPSa - nível de pressão sonora no ambiente em dB(A);
NRR - nível de redução de ruído do fabricante;
f - fator de correção.
Método B: Para determinar a atenuação pela 
norma ANSI S.12.6-1997 B, deve ser utilizada a seguin-
te expressão:
NPSc = NPSa – NRRsf, sendo:
NPSc - nível de pressão sonora no ouvido em dB(A), 
no ouvido protegido;
NPSa - nível de pressão sonora no ambiente (Lavg) em 
dB(A);
NRRsf - nível de redução de ruído do fabricante.
Conclusão sobre adequação dos proteto-
res utilizados: Em virtude do nível de redução de 
ruído calculado pelo Método B (NRRsf), os valores de 
24
atenuação poderão ser calculados em conformidade 
com a expressão abaixo:
NPSc = NPSa – NRRsf
Logo, o trabalhador protegido estará sujeito à ex-
posição ao nível reduzido dado por:
NPSc = Leq – NRRsf, sendo:
Leq - nível de pressão sonora obtida por audiodosime-
tria de tempo integral, obtida pelo método FUNDA-
CENTRO, representativo do risco de exposição da fun-
ção ou para o Grupo de exposição semelhante.
Assim, para o protetor utilizado, abaixo identifi-
cado:
Tipo plug, marca Max Plus, CA 11.512, NRRsf = 16 dB
será considerado adequado para a redução do risco 
de exposição ao ruído para níveis abaixo do limite de 
tolerância, quando utilizado em atividades com níveis 
equivalentes iguais ou menores que 95 dB(A).
b) Agente Físico Calor:
Avaliações quantitativas dos níveis de calor podem 
ser necessárias quando os trabalhadores realizam ativi-
dades por longos períodos sob exposição solar ou em 
condições de temperaturas elevadas e que possam dar 
margem a atividades consideradas insalubres e que re-
queiram medidas de controle. 
25
Neste caso deve-se usar como referência, o Anexo 
3 da NR-15, conforme a seguir.
A avaliação da exposição ao calor deve ser reali-
zada através “Índice de Bulbo Úmido Termômetro 
de Globo” – IBUTG, definidos pelas equações abaixo 
apresentadas: 
Para ambientes internos ou externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Para ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
Nas equações temos: 
tbn - temperatura de bulbo úmido natural
tg - temperatura de globo
tbs - temperatura de bulbo seco
Para avaliação, devem ser utilizados: termômetro 
de bulbo úmido natural (tbn), termômetro de globo (tg) 
e termômetro de mercúrio comum (tbs).
As medições de exposição devem ser realizadas no 
local de trabalho do trabalhador, à altura da região do 
corpo mais atingida. 
O Quadro a seguir estabelece os Limites de To-
lerância para exposição ao calor, quando há regime de 
trabalho intermitente com períodos de descanso no lo-
cal de prestação de serviço.
26
Tipo de Atividade
(por hora)
Leve Moderada Pesada
Trabalho Contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0
45 minutos de trabalho
15 minutos descanso
30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
30 minutos de trabalho
30 minutos de descanso
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
15 minutos de trabalho
45 minutos de descanso
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
Não é permitido o tra-
balho, sem a adoção de 
medidas adequadas
acima de 
32,2
acima de 
31,1
acima de 
30,0
Fonte: NR15 – Anexo 3
Os períodos de descanso são considerados tempo 
de serviço para efeitos legais.
As atividades consideradas Leve, Moderada ou Pe-
sada são determinadas por consulta ao Quadro Taxas 
de Metabolismo por tipo de atividade:
Quadro V - Taxa de Metabolismo por tipo de atividade
Quadro 7 - Regime de Trabalho Intermitente com 
Descanso no Próprio Local de Trabalho
TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h
SENTADO EM REPOUSO 100
27
Fonte: NR15 – Anexo 3
TRABALHO LEVE
- Sentado, movimentos moderados com braços 
e tronco (ex.: datilografia).
- Sentado, movimentos moderados com braços 
e pernas (ex.: dirigir).
- De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, 
principalmente com os braços
125
150
150
TRABALHO MODERADO
- Sentado, movimentos vigorosos com braços 
e pernas.
- De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, 
com alguma movimentação.
- De pé, trabalho moderado em máquina ou 
bancada, com alguma movimentação.
- Em movimento, trabalho moderado de levan-
tar ou empurrar.
180
175
200
300
TRABALHO PESADO
- Trabalho intermitente de levantar, empurrar 
ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá).
- Trabalho fatigante
440
Os limites de tolerância para exposição ao calor 
em regime de trabalho intermitente com período de 
descanso em outro local são apresentados no quadro 
Limites de Tolerância, conforme abaixo apresentado:
28
M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
Quadro VI - Limites de Tolerância
Fonte: NR15 – Anexo 3
Considera-se local de descanso como aquele am-
biente termicamente mais ameno, com o trabalhador 
em repouso ou desenvolvendo atividade leve. 
De acordocom o estabelecido na NR15 – Anexo 
3, a taxa de metabolismo (M) é assim determinada:
M = Mt x Tt + Md x Td
60
Sendo:
M - taxa de metabolismo média ponderada para uma 
hora
Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se perma-
nece no local de trabalho.
Md - taxa de metabolismo no local de descanso.
Td - soma dos tempos, em minutos, em que se perma-
nece no local de descanso.
29
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para 
uma hora, determinado pela seguinte fórmula:
60
IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td
Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definidos.
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período 
mais desfavorável do ciclo de trabalho, sendo 
Tt + Td = 60 minutos corridos.
Realizada avaliação qualitativa nas áreas onde os 
trabalhadores realizam suas atividades não foram evi-
denciadas atividades propensas às condições de des-
conforto térmico, consideradas insalubres ou nocivas à 
saúde dos trabalhadores.
c) Outros Agentes Físicos:
Realizada avaliação qualitativa nas áreas onde os 
trabalhadores desenvolvem suas atividades e foi eviden-
ciada exposição à radiação não ionizante, exposição à 
luz solar, quando os trabalhadores estão realizando a 
instalação dos vidros nos fechamentos.
Os demais agentes, como frio, radiações ionizan-
tes, pressões anormais, vibrações e umidade não foram 
evidenciados em avaliações qualitativas realizadas nos 
postos de trabalho. 
30
d) Agentes Químicos:
Os empregados da COMÉRCIO E DISTRIBUI-
DORA DE VIDROS Ltda. realizam atividades de 
instalação de vidros em caixilhos de vitrôs, portas, co-
berturas translúcidas, podendo utilizar cola siliconada 
(adesivo à base de borracha de silicone) para fixação. Os 
riscos de contato quando da aplicação podem ocorrer, 
porém, devido ao uso de Equipamentos de Proteção 
Individual (EPI), os riscos são neutralizados. Observa-
mos que as atividades descritas acima ocorrem de for-
ma eventual.
e) Agentes Biológicos:
Realizadas avaliações nos postos de trabalhos. Não 
foram evidenciadas nas atividades exposição aos agen-
tes biológicos.
1.1.6. Avaliações Ambientais – Conclusões
1) Níveis de ruído:
Realizadas avaliações quantitativas através de me-
dições do NPS (nível de pressão sonora) pontual de ru-
ído foram encontrados níveis de ruído entre o nível de 
ação e LT (limite de tolerância) acima dos limites de to-
lerância estabelecidos, somente na atividade de utiliza-
ção da serra de corte e furadeira elétrica, exigindo o uso 
de proteção auditiva, o que neutraliza os riscos a níveis 
aceitáveis, atendendo o Anexo 1 da NR15 Atividades e 
Operações Insalubres.
31
2) Níveis de exposição ao calor:
Realizadas avaliações qualitativas nos postos de 
trabalho, não foram evidenciadas fontes de calor que 
pudessem causar efeitos nocivos ou prejudiciais à saú-
de, com base no disposto pelo Anexo 2 da NR15 – Ati-
vidades e Operações Insalubres. 
3) Radiações não ionizantes:
Evidenciadas atividades que expõem os traba-
lhadores às radiações não ionizantes – luz solar, con-
forme estabelecido pelo Anexo 07 da NR15 – Ati-
vidades e Operações Insalubres. A exposição fica 
neutralizada pelo uso de vestimentas de manga lon-
ga, calça comprida, calçados de segurança e utiliza-
ção de protetor solar. 
4) Outros agentes:
Os agentes frio, radiações ionizantes, pressões 
anormais, vibrações e umidade não foram evidenciados 
em avaliações qualitativas realizadas.
5) Agentes químicos:
Realizadas avaliações qualitativas nos postos de 
trabalho, ficou evidenciada a manipulação de cola sili-
cone quando da fixação das placas de vidro, porém, a 
exposição é neutralizada pelo uso de equipamentos de 
proteção individual: 
• Mãos: Utilizar luvas de polietileno, polipropileno 
ou neoprene. 
• Olhos: Utilizar óculos de segurança. 
32
• Pele e corpo utilizar vestimentas de manga longa 
e calça comprida e calçados de segurança.
6) Agentes biológicos:
Realizadas avaliações nos postos de trabalhos, não 
foi evidenciada exposição aos agentes biológicos nos 
setores operacionais, pelo uso de equipamentos de pro-
teção individual e práticas gerais de higiene e limpeza, 
não sendo, portanto, considerada atividade nociva à 
saúde dos trabalhadores expostos, conforme estabele-
cido pelo Anexo 14 Agentes biológicos da NR15 que 
trata sobre Atividades e Operações Insalubres.
1.1.7. Cronograma de Ações e Metas
33
1.1.8. Bibliografia
Deverá ser apresentada toda a bibliografia consul-
tada para elaboração do PPRA.
Desta forma, o modelo acima pode ser uma refe-
rência para elaboração de PPRA – Programa de Pre-
venção de Riscos Ambientais. 
Apresentada a metodologia empregada para desen-
volvimento do PPRA e definidas as responsabilidades 
envolvidas, cabe ao empregador cumprir suas etapas, 
executar o cronograma de ações e divulgar os resulta-
dos. Cabe ainda ressaltar que Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais (PPRA), por ser um programa, 
não se resume apenas a um documento.
34
A metodologia apresentada é a estabelecida pela 
NR9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, 
disponível em: http://portal.mte.gov.br 
1.2. Metodologia para elaboração 
do PCMAT
O Programa de Condições e Meio Ambiente de 
Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT é parte 
integrante da NR18 - Condições e Meio Ambiente de 
Trabalho na Indústria da Construção.
A Indústria da Construção vem crescendo no 
Brasil com ênfase na última década, favorecida pelo 
aquecimento da economia, melhoria do poder aqui-
sitivo da população, melhoria de renda e inclusão das 
classes C e D em programas habitacionais do governo, 
financiamentos públicos e privados para a aquisição da 
casa própria, obras do PAC – Plano de Aceleração do 
Crescimento do Governo Federal, lançado em 2007, 
propiciando investimentos e projetos de infraestrutu-
ra com vistas ao saneamento básico, transportes, ha-
bitação, energia e recursos hídricos, criando polos de 
desenvolvimento e geração de empregos. Mais recen-
temente, obras de construção de estádios e mobilidade 
urbana em função da Copa do Mundo de Futebol são 
exemplos significativos de geração de emprego no setor 
da construção. 
Contudo, a segurança do contingente de trabalha-
dores deste segmento tem sentido contrário. Toman-
35
do como exemplo a construção dos estádios para os 
jogos da Copa, foram registrados até o momento da-
dos estatísticos alarmantes: Seis trabalhadores mortos 
em decorrência de acidentes nos canteiros de obras de 
construção dos estádios, conforme abaixo apresentado:
Em junho/2012, um trabalhador caiu de uma altura 
de 30 metros durante a construção do estádio Mané 
Garrincha, no Distrito Federal – DF;
Em junho/2013, dois trabalhadores morreram ao 
serem atingidos por tombamento de guindaste que po-
sicionava a estrutura metálica da cobertura do estádio 
Itaquerão, em São Paulo – SP;
E ocorreram três mortes na Arena Amazônia, as-
sim distribuídas: em maio/2013 um trabalhador caiu 
de uma altura de 40 m; em dezembro/2013 um traba-
lhador caiu de uma altura de cinco metros, e em feve-
reiro/2014 mais uma queda de trabalhador resultando 
em acidente fatal.
Estes números negativos contrastam com o am-
biente festivo esperado para o evento esportivo do 
porte da Copa do Mundo de Futebol, mas também 
evidenciam uma realidade. A indústria da construção, 
obviamente, não apenas na construção de estádios, é 
uma atividade de alto risco, que exige das empresas 
programas de gestão de segurança e medidas rígidas de 
controle, sob pena de perdas de vidas humanas, atrasos 
em cronogramas, comprometimento da credibilidade 
36
da empresa, prejuízos e todos os transtornos causados 
por acidentes desta magnitude.
Considerando que no país a fonte com dados mais 
precisos e confiáveis a respeito de acidentes do traba-
lho é de procedência do Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS) que se limita aos trabalhadores formais 
e que são aqueles cobertos pelo SeguroAcidente do 
Trabalho (SAT) e que representam em torno de 1/3 
da população economicamente ativa do país, temos a 
informação de que o número de óbitos por acidentes 
do trabalho vem diminuindo. No entanto, na Indústria 
da Construção este valor vem oscilando, sendo que no 
ano 2009 a quantidade de óbitos foi maior que no ano 
2000, segundo o Anuário Estatístico da Previdência So-
cial (AEPS). 
Além dos casos de óbitos, acidentes de trabalho 
não fatais, segundo a Previdência Social, tem aconte-
cido, sendo que as quantidades oscilam tanto para as 
ocorrências na Indústria da Construção como em ou-
tros ramos de atividades. Para todos os ramos de ativi-
dades, em 2007, foram 127.019 acidentes de trabalho 
não fatais e no ano 2000 ocorreram 82.502 casos. No 
mesmo período para a Indústria da Construção, foram 
11.108 casos em 2007 e 6.579 casos no ano 2000, se-
gundo a Previdência Social. 
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
tem atuado como líder mundial para a Segurança e 
Saúde no Trabalho e tem havido destaque para a In-
dústria da Construção nas convenções, resoluções, 
campanhas e recomendações técnicas. Nesse sentido, 
37
propõe que sejam desenvolvidos programas que pro-
movam ambientes de trabalho seguros e saudáveis, 
com a participação de empregados e empregadores, 
mas estes com responsabilidade jurídica. Assim, estes 
têm várias responsabilidades que no Brasil são expres-
sas pela legislação vigente e quanto às exigências de 
Segurança do Trabalho são estabelecidas pelas Nor-
mas Regulamentadoras. 
As modernas técnicas de engenharia inseridas na 
área da Construção Civil em virtude de novas tecno-
logias fazem com que, além do cumprimento da le-
gislação, sejam permanentemente desenvolvidas ações 
para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais 
promovendo a saúde e proteção dos trabalhadores e da 
comunidade do entorno dos empreendimentos. 
A NR18 Condições e Meio Ambiente de Traba-
lho na Indústria da Construção, revisada em julho de 
1995, determinou a obrigatoriedade da elaboração pe-
las empresas do PCMAT - Programa de Condições e 
Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Constru-
ção, permitindo, assim, o gerenciamento do ambiente 
de trabalho no segmento da construção. Este programa 
tem sua elaboração e cumprimento obrigatórios para os 
estabelecimentos que reúnam 20 (vinte) ou mais traba-
lhadores, observando-se o cumprimento das exigências 
da NR18, assim como de outras medidas de segurança.
O gerenciamento do ambiente de trabalho da 
construção civil deve levar em consideração as diferen-
tes atividades que, por apresentarem inúmeros riscos, 
exigem medidas de controle mais complexas.
38
Assim, em conformidade com NR18. Item 18.3.4, 
devem integrar o PCMAT: 
• memorial sobre condições e meio ambiente de 
trabalho nas atividades e operações, levando-se em con-
sideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e 
suas respectivas medidas preventivas; 
• projeto de execução das proteções coletivas em 
conformidade com as etapas de execução da obra; 
• especificação técnica das proteções coletivas e in-
dividuais a serem utilizadas; 
• cronograma de implantação das medidas preven-
tivas definidas no PCMAT, em conformidade com as 
etapas de execução da obra; 
• leiaute inicial e atualizado do canteiro de obras e/
ou frente de trabalho, contemplando, inclusive, previ-
são de dimensionamento das áreas de vivência; 
• programa educativo contemplando a temática de 
prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupa-
cionais, com sua carga horária. 
O PCMAT torna-se, portanto, um programa dinâ-
mico, pois deverá ser planejado para cada etapa da obra 
abrangendo do projeto aos serviços finais, levando em 
consideração os riscos de acidentes e doenças que pos-
sam estar presentes em cada uma das diferentes etapas.
 A metodologia a ser adotada deve considerar o 
desenvolvimento de projetos que deverão ocorrer du-
rante o tempo de duração da obra com o objetivo de 
promover a melhoria das condições de trabalho, apre-
39
sentando metas tanto física como financeiras e estraté-
gias de execução.
Deverão ser considerados na elaboração do PC-
MAT a relação que este programa deve apresentar com 
os outros programas, como:
• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – 
PPRA, estabelecido pela NR9;
• Análise Ergonômica do Trabalho, estabelecida 
pela NR17, que embora não seja um programa, iden-
tifica e avalia agentes ergonômicos, apresentando re-
comendações para as condições que se encontram em 
desacordo com as exigências técnicas e legais; 
• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-
cional – PCMSO, definido pela NR7. 
No modelo serão apresentadas as informações 
que devem ser contempladas no PCMAT. 
1.2.1. Estrutura básica para elaboração do 
PCMAT
40
	
  
Empresa:
Endereço:
Bairro:
Fone:
sim não 
sim não 
sim não 
sim não 
sim não 
sim não 
sim não 
sim não 8, Ambulatório
Observações: 
A obra apresenta: 
1. Instalações sanitárias: 
2. Vestiários: 
3. Local de Refeições:
4. Área de Lazer:
5. Alojamento:
6. Cozinha:
7. Lavanderia:
Quantidade de 
trabalhadores: Empregados: Contratados:
Contato: 
Razão Social da Empresa 
Cidade: 
1.2.2. Situação atual
Nesta etapa do PCMAT devem ser identificadas e re-
gistradas informações que possibilitem o diagnóstico inicial.
1. Análise de:
• Projetos;
• Cronograma da obra;
• Processos e métodos de trabalho;
2. Estabelecimento de recursos financeiros para o 
programa;
41
1.2.3. Canteiro de obras:
3. Descrição da obra: 
Neste item devem estar identificadas informações 
sobre todas as etapas da obra, sistema construtivo e 
quantidade de trabalhadores prevista; Deverão também 
ser relacionadas as empresas que atuarão em conjunto na 
obra como empreiteiros e subempreiteiros, bem como 
outros profissionais que prestarão serviços. Com relação 
à mão-de-obra deverá ser caracterizado seu perfil; 
4. Identificação das características geográficas e cli-
máticas da região onde se encontra a obra, contemplan-
do: capacidade de carga do terreno, altitude, temperatu-
ra, umidade relativa do ar, ventos (direção dominante e 
velocidade), chuvas (precipitação pluviométrica).
Este item deve contemplar a organização do cantei-
ro de obras, sendo estabelecidos os seguintes usos: área 
de vivência, escritórios, máquinas e equipamentos, ofici-
nas, almoxarifados, extintores de incêndio, dentre outros. 
Para estes itens devem ser definidos o dimensionamento, 
a locação e o leiaute, devendo haver o leiaute inicial e suas 
atualizações, conforme o desenvolvimento da obra. 
Devem ainda ser definidos: sinalização de seguran-
ça, transporte de pessoal e áreas de circulação para veí-
culos e pessoas; abastecimento de água, de eletricidade 
e telefonia. Também devem ser previstos o escoamento 
de esgoto e de águas pluviais. 
42
1.2.4. Riscos ocupacionais:
Neste item devem ser apresentados os riscos ocu-
pacionais a que os trabalhadores estarão expostos, con-
siderando os riscos de acidentes, os riscos físicos, quí-
micos e biológicos e os riscos ergonômicos.
Devem ser apresentadas descrições das atividades 
existentes e previstas para as diferentes categorias pro-
fissionais.
Os riscos de acidentes devem contemplar, por 
exemplo:
• Máquinas e equipamentos sem proteção;
• Instalações elétricas;
• Arranjo físico;
• Ferramentas defeituosas ou inadequadas;
• Incêndio ou explosão;
• Animais peçonhentos;
• Armazenamento inadequado;
• Queda de altura;
• Soterramento;
• Transporte de trabalhadores;
• Outras situações de risco.
Os riscos ambientais (físicos, químicos e biológi-
cos) integram o PPRA e são os seguintes:
• Físicos: ruído, vibrações, temperaturas extremas, 
radiações não ionizantes, radiações ionizantes, pressões 
anormais e umidade; 
43
• Químicos: poeiras, fumos, névoas, gases, vapo-
res, neblinas, substâncias e produtos; 
• Biológicos: bactérias, bacilos, vírus, protozoários, 
fungos, parasitas. 
Por integrarem o PPRA, as etapas do Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientaisdevem ser consi-
deradas no PCMAT, a saber: Antecipação e Reconhe-
cimento; Avaliação; Medidas de controle; Treinamento; 
Monitoramento da exposição ao risco; Planejamen-
to apresentando metas, prioridades e cronograma de 
ações; Registro e Divulgação de dados. 
Os riscos ergonômicos, de acordo com a NR17 
são os seguintes: 
• Esforço físico intenso;
• Levantamento e transporte manual de cargas;
• Exigência de postura inadequada;
• Controle rígido da produtividade;
• Imposição de ritmos excessivos; 
• Trabalhos em turnos e noturnos;
• Jornadas de trabalho prolongadas;
• Repetitividade e monotonia;
• Outras situações que possam gerar estresse físico 
ou psíquico.
Os agentes ergonômicos serão avaliados na Aná-
lise Ergonômica do Trabalho (AET) devendo, portan-
to, ser apresentadas Recomendações como medidas de 
controle a serem implementadas. 
44
Para todos os riscos identificados, deverão ser de-
senvolvidas medidas de controle. Nesta etapa do PC-
MAT devem também estar relacionados e detalhados 
os projetos de execução e as especificações técnicas 
das proteções coletivas, das proteções individuais, bem 
como a definição dos locais cujo uso seja obrigatório.
1.2.5. Treinamento:
1.2.6. Integração:
Para melhor atender ao objetivo de promoção da 
saúde e prevenção de acidentes do trabalho e de doen-
ças ocupacionais, deverá ser elaborado um programa de 
treinamento, sendo definido: tipo de treinamento que 
considere as categorias profissionais específicas para in-
tegrar o trabalhador à empresa ou à obra.
Devem ser estabelecidos a periodicidade dos trei-
namentos, o conteúdo programático, carga horária, 
estratégias de apresentação / abordagem dos temas e 
formas de registros.
Neste item devem constar o Programa de Saú-
de e Segurança da empresa, seu Programa de Quali-
dade, se houver; PCMSO apresentando, no mínimo, 
os exames médicos obrigatórios, procedimentos para 
situações de emergência, programa de prevenção con-
tra AIDS ou outros programas de promoção à saúde. 
Devem ainda ser relacionados a existência de setores 
da empresa como Recursos Humanos e Pessoal, Ma-
45
1.2.7. Responsáveis:
1.2.8. Controle e avaliação do Programa:
nutenção, outros setores, e os órgãos ou instituições 
que atuam na área como FUNDACENTRO, DRT, 
Sindicatos, por exemplo. 
Engenheiro responsável pela obra: ________________
 
Outros responsáveis como mestre, encarregado: 
_________________
SESMT – Serviços Especializados em Enge-
nharia de Segurança e Medicina do Trabalho: 
____________________
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: 
________________
Outros setores: _________________
Devem ser apresentados os principais indicado-
res, bem como cronograma de implantação e avaliação 
geral do programa.
Auditoria anual do PCMAT.
46
1.2.9. Considerações:
1.2.10. Registro, manutenção e divulgação 
de dados:
Devem ser efetuadas considerações que demons-
trem que a elaboração e implementação do programa 
levam em consideração o planejamento, o projeto, 
os materiais, os métodos definidos para execução da 
obra, o uso do edifício, além do perfil identificado dos 
trabalhadores propiciarão atingir o principal objetivo 
deste programa. 
Deve ser registrado que a implementação deste pro-
grama é importante para prevenção de acidentes e doen-
ças ocupacionais e, para tanto, poderão ser necessários 
ajustes que resultarão em revisões, e que também serão 
objeto de reuniões periódicas programadas para verifica-
ção do cumprimento dos objetivos do programa;
Observação: O responsável técnico pelo PCMAT, 
tendo efetuado o reconhecimento dos riscos, estabelece 
as medidas de controle necessárias e por elas se respon-
sabiliza. A empresa tem como responsabilidade imple-
mentar as medidas apresentadas no PCMAT.
A exemplo do PPRA, também há necessidade de 
registro, manutenção e divulgação dos dados que inte-
gram o PCMAT.
Os registros efetuados no Documento-base do 
PCMAT devem ser mantidos arquivados pelo empre-
gador por, no mínimo, 20 (vinte) anos, juntamente 
47
1.2.11. Bibliografia
com outros que forneceram dados ao programa, como 
Laudos técnicos de Avaliação de Riscos Ambientais, 
por exemplo.
O Documento-base do PCMAT deve ser apresen-
tado à CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Aci-
dentes, devendo uma cópia do mesmo permanecer ane-
xada ao livro ata desta Comissão e ser discutido numa 
das reuniões da CIPA.
Os registros do PCMAT devem permanecer dis-
poníveis aos trabalhadores, seus representantes e au-
toridades.
Deverá ser apresentada toda a bibliografia consul-
tada para elaboração do PCMAT.
O modelo apresentado caracteriza-se como estru-
tura básica para elaboração do PCMAT. Este programa 
apresenta relação com outros programas como PPRA 
e PCMSO, apresenta a relação com a AET, Análise Er-
gonômica do Trabalho, deve ser apresentado à CIPA, 
sendo objeto de reunião desta comissão e, assim como 
os demais programas obrigatórios, deve manter seus 
48
registros arquivados e disponíveis para serem consulta-
dos tanto pelos trabalhadores quanto pela fiscalização. 
Também servirá como histórico-técnico do desenvolvi-
mento da obra. 
Trata-se de um programa que a cada etapa da obra 
vai sendo atualizado, em virtude de novas atividades 
que devem ser desenvolvidas para o cumprimento do 
cronograma da obra. Assim, agentes de risco que não 
haviam sido considerados numa determinada etapa 
porque não estavam presentes, podem ser identificados 
na etapa seguinte, gerando medidas de controle que de-
vem ser implementadas, promovendo a prevenção. 
1.3. Metodologia para elaboração 
do PGR
O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) 
tem como objetivo a prevenção da ocorrência de aci-
dentes garantindo a integridade do trabalhador, o pro-
cesso produtivo, as instalações, a comunidade do entor-
no e o meio ambiente. 
Desta maneira, considerando a abrangência de seu 
objetivo, este programa deve ser previsto e considerar 
tantas ações quantas necessárias promovendo a preven-
ção de acidentes. 
De modo prático, o gerenciamento de riscos deve 
ocorrer segundo a seguinte sequência: a identificação 
do perigo, a estimação do risco, a avaliação do risco e o 
consequente controle do risco. 
49
De acordo com OHSAS 18001:2007, apresentamos 
os seguintes conceitos de expressões muito utilizadas: 
Risco é a “combinação da probabilidade da ocor-
rência de um acontecimento perigoso ou exposição e da 
severidade das lesões, ferimentos ou danos para a saúde, 
que pode ser causada pelo acontecimento ou pela exposi-
ção.” (OHSAS 18001, 2007, p.4); 
Avaliação do risco refere-se ao “processo de avalia-
ção do risco, resultante de um perigo, tendo em conside-
ração a adequação de quaisquer controles já existentes e 
de decisão sobre se o risco é ou não aceitável”. (OHSAS 
18001, 2007, p.5);
Perigo é a “fonte, situação ou ato com um poten-
cial para o dano em termos de lesões, ferimentos ou da-
nos para a saúde, ou uma combinação destes”. (OHSAS 
18001, 2007, p.2);
Identificação do perigo é “processo de reconhecer 
a existência de um perigo e de definir as suas característi-
cas” (OHSAS 18001, 2007, p.3);
O PGR estabelece sistematização relacionada ao 
estabelecimento de orientações gerais de gestão, com 
o propósito de prevenir acidentes. Para tanto, deverão 
ser desenvolvidos e implantados medidas de contro-
le e procedimentos, tanto técnicos como administra-
tivos, que previnam, reduzam ou controlem o risco 
existente na empresa. Em virtude disso, o PGR deve 
considerar os trabalhadores com suas características, 
50
que se dedicando ao desenvolvimento de suas tarefas 
com outras pessoas, como fornecedores, por exemplo, 
devem realizar suas atribuições para dar andamento ao 
processo produtivo que deve fluir segundo as exigên-
cias de segurança. 
Para tanto, a identificação do perigo e a estima-
ção de riscos devem considerar: atividades rotineiras ou 
não, pessoas que interagem com o processo de traba-
lho (empregados ou não), o ambiente de trabalho, sua 
infraestrutura, procedimentose orientação de trabalho 
existentes e a organização do trabalho.
Os riscos devem ser classificados para que seja es-
tabelecida a priorização das medidas de controle para 
prevenção. Definida a priorização, deve-se começar in-
tervir nas situações que se classificam como risco alto, 
em seguida nos riscos classificados como médios e, por 
fim, nos riscos classificados como baixos.
De acordo com a Norma Técnica N-2782 da Pe-
trobrás, as categorias do risco podem ser classificadas, 
conforme abaixo demonstrado:
51
Quadro 01 – Matriz de Classificação de Risco 
(N-2782)
Quadro 02 – Categorias de Severidade
	
  
A B C D E
IV
III
II
I
Severidade Frequência Classificação do risco
I - Desprezível A - Extremamente remota Baixo
II - Marginal / limítrofe B - Remota
III - Crítica C - Pouco provável Moderado
IV - Catastrófica D - Provável 
E - Frequente Alto
Frequência
Se
ve
rid
ad
e
Fonte: adaptado de Norma Técnica Petrobrás N-2782
Fonte: adaptado de Norma Técnica Petrobrás N-2782
Seguem as interpretações relativas às categorias de 
Severidade e de Frequência:
	
  
52
Quadro 03 – Categorias de Frequência 
Categoria Frequência Características
A
Extremamente 
remota
Não há referências históricas de que isto tenha 
ocorrido; improvável, mas possível 
conceitualmente;
B Remota
Apesar de referências históricas, esperado que 
não ocorra;
C Pouco provável Possível que ocorra até uma vez;
D Provável Espera-se que ocorra mais de uma vez; 
E Frequente Espera-se que ocorra a qualquer instante;
Fonte: adaptado de Norma Técnica Petrobrás N-2782
Auxiliando na identificação dos perigos e na es-
timação do risco para prevenção de acidentes podem 
ser adotadas ferramentas de análise de riscos, tais 
como: Análise Preliminar de Perigos - APP, Análise 
Preliminar de Riscos – APR, Série de Riscos (SR), 
Análise de Modos de Falha e Efeito (AMFE), Análi-
se e Revisão de Critérios (ARC), Análise do Ambien-
te (AA), Mapeamento (M), Análise de Componen-
tes Críticos (ACC), Técnica de Incidentes Críticos 
(TIC), Análise de Árvore de Falhas (AAF), Análise 
de Perigos e Operacionalidade (HAZOP), Identifi-
cação de Perigos (HAZID), Análise de Perigos (HA-
ZAN), E, se? (What, if ?), Mapeamento de riscos 
(M), dentre outras. 
Num Programa de Gerenciamento de Riscos de-
vem ser desenvolvidas e implementadas medidas de 
controle que se caracterizem como preventivas, pois 
visam reduzir a frequência de acidentes, havendo ainda 
53
aquelas de proteção, que vão atuar nas consequências 
dos acidentes. 
Cabe lembrar que as medidas para redução do risco 
numa organização devem mantê-la em funcionamento, 
ao longo do tempo, em conformidade com os padrões 
de segurança estabelecidos pela empresa, atendendo, no 
mínimo, a legislação vigente.
As empresas que desenvolvem atividades que po-
dem resultar em acidentes maiores estabelecem Pro-
grama de Gerenciamento de Riscos com objetivo de 
prevenir acidentes, utilizando orientações de gestão, 
conforme já mencionado. 
O desenvolvimento de Plano de Gerenciamento 
de Riscos permite que as situações identificadas como 
riscos possam ser analisadas e a partir dos resultados 
desta etapa sejam desenvolvidas e implementadas me-
didas de controle. Traz em seu objetivo o conceito de 
Prevenção Ativa que caracteriza-se por medidas que 
devem ser adotadas e implementadas previamente pre-
venindo a ocorrência de acidentes e doenças. Este tipo 
de plano torna-se aliado do profissional da área de Se-
gurança do Trabalho que deve ter a prevenção como 
essência de suas atividades.
1.4. Metodologia para elaboração 
de PAE
Plano de Atendimento à Emergência (PAE) é 
necessário e compulsório para os estabelecimentos 
54
que apresentem a probabilidade de incêndios, explo-
sões, reações perigosas, de uso e armazenamento de 
materiais combustíveis, inflamáveis, explosivos, reati-
vos, enchentes, bem como naqueles onde há grande 
concentração de pessoas, como estádios, shopping 
centers, hospitais ou outros. Seu principal objetivo 
é minimizar danos catastróficos com potencial para 
perdas humanas, materiais e financeiras associadas a 
estes eventos. 
Planos de Emergência devem ser adotados em 
instalações de vários portes, pequeno, médio ou gran-
de, considerando-se análise das instalações como foco 
na segurança e atendimento à legislação de Corpo de 
Bombeiros, órgãos da Defesa Civil, da Agência de Vi-
gilância Sanitária (ANVISA), políticas de proteção ao 
Meio Ambiente como as estabelecidas pela Companhia 
de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) de 
São Paulo, por exemplo. 
1.4.1. Plano de Emergência contra incêndio
O Plano de Emergência contra incêndio é estabe-
lecido para locais nos quais existam uma ou várias edifi-
cações ou área destinada a algum evento, excetuando-se 
edificações residências unifamiliares e em conformida-
de com a NBR 15219:2005 Plano de emergência contra 
incêndio – Requisitos. 
De acordo com a norma mencionada, este plano 
deve ser documentado e elaborado por profissional 
habilitado.
55
Ainda segundo a norma, o Plano de Emergência 
contra Incêndio deve ser desenvolvido cumprindo al-
gumas etapas aqui relacionadas:
a) Levantamento de dados relativos a: localiza-
ção do estabelecimento e vizinhança e recursos dispo-
níveis na região como Corpo de Bombeiros, serviços 
de atendimento à saúde, características da construção, 
uso, população, funcionamento, existência de pessoas 
portadoras de deficiências, riscos inerentes à atividade 
desenvolvida e recursos humanos e materiais, como: 
brigada de incêndio ou bombeiros civis, extintores de 
incêndios, sistema de detecção de fumaça, chuveiros 
automáticos, por exemplo;
b) Realização de análise de riscos do estabelecimen-
to, considerando a utilização de técnicas de análise de ris-
cos com o objetivo de redução ou eliminação de riscos; 
c) Desenvolvimento de plano de emergência con-
tra incêndio que deve envolver comunidade e Corpo de 
Bombeiros, além de serem previstas as interfaces entre 
este e outros planos existentes para o estabelecimento. 
Neste plano devem ser determinadas as atribuições e 
responsabilidades daqueles que deverão atuar nas situa-
ções de emergência. 
d) Quando da implantação do plano é mandatório 
que sejam atendidos requisitos como divulgação e trei-
namento, exercícios simulados e procedimentos básicos 
para situações de emergência;
e) Para garantir a manutenção do Plano de Emer-
gência contra incêndio deverão ser realizadas reuniões 
56
periódicas entre o coordenador geral da brigada, chefes 
da brigada, representantes dos bombeiros profissionais 
civis e representante do grupo de apoio. Estas reuniões 
serão registradas em atas e as providências deliberadas 
serão encaminhadas aos responsáveis; 
f) O plano deverá ser revisado, minimamente, a 
cada doze meses da última revisão ou se ocorrerem mu-
danças significativas nas instalações, nos processos, ser-
viços, por exemplo, ou se for identificada possibilidade 
de melhoria no plano. 
g) A norma ainda estabelece que o plano deve ser 
auditado a cada doze meses, antes da revisão, para que 
seja verificado se o cumprimento do plano está em con-
formidade com a norma e se os riscos detectados na 
fase de identificação e análise de riscos foram efetiva-
mente reduzidos ou eliminados.
h) Tanto a elaboração do plano como a auditoria 
devem ser realizadas por profissional habilitado.
A Norma Regulamentadora 23 – Proteção con-
tra Incêndios, além de estabelecer que as medidas de 
prevenção devem ser adotadas em conformidade com 
legislação estadual e normas técnicas, também institui 
que o empregador deve prover os trabalhadores com 
informações relativas à utilização de equipamentos de 
combate a incêndio e procedimentos para abandono 
de locais de trabalho, caracterizando, portanto, parte de 
um Plano de Emergência. 
57
1.4.2. Outros Planos de Emergência
Planos de emergência não se limitam ao Plano de 
Emergência contra Incêndios. Outros poderão ser elabo-
rados contra explosões, contaminações,enchentes e para 
outros tipos de situações que possam resultar em perda. 
Desta forma, podem ser elaborados planos com 
estrutura semelhante ao Plano de Emergência contra 
Incêndio que considerem as etapas estabelecidas para 
aquele e que sejam acrescentados os cenários acidentais 
para o plano desejado. Importante observar que para os 
planos de emergência devem ser estabelecidas a abran-
gência e limitações do plano; que sejam claramente de-
terminados os fluxogramas de acionamento; devendo 
ser previstas, além das respostas às situações de emer-
gência, as ações de recuperação, já relatado no Plano de 
Emergência contra incêndio.
Podemos citar que em São Paulo são exigidos Es-
tudos de Análise de Risco pela Companhia Ambiental 
do Estado de São Paulo (CETESB) para atender à Re-
solução n.º 1 do Conselho Nacional do Meio Ambien-
te (CONAMA) de 23/01/1986 (BRASIL, 1986) que 
determinou a necessidade de elaboração de Estudo de 
Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA) para licenciamento de atividades 
que modifiquem o meio ambiente. 
Para atender tal exigência a Norma Técnica P. 
2.461 Risco de Acidente de Origem Tecnológica - Mé-
todo para decisão e termos de referência da CETESB, 
organizada em quatro partes determina: 
58
a) A classificação de empreendimentos quanto à 
periculosidade;
b) Termo de referência para elaboração de Estudo 
de Análise de Risco para empreendimentos pontuais;
c) Termo de referência para elaboração de Estudo 
de Análise de Risco para dutos;
d) Termo de referência para elaboração de Progra-
ma de Gerenciamento de Risco.
A referida norma é aplicável aos empreendimen-
tos como indústrias, terminais, dutos, bases ou outros 
que produzam, armazenem ou transportem substâncias 
inflamáveis e/ou tóxicas. Desta maneira, as orientações 
para o PGR para instalações ou atividades potencial-
mente perigosas que integram a Norma Técnica 2.461 
da CETESB devem ser atendidas. Do mesmo modo, as 
medidas de controle estabelecidas pela Norma Técnica 
devem ser consideradas quando da elaboração de Pla-
nos de Emergência pelas empresas que têm obrigatorie-
dade de atendê-la. 
 A elaboração de Planos de Emergência, além de 
atender exigências legais, apresenta-se com o principal 
objetivo de minimizar danos que possam resultar em 
perdas. Relevante observar que Plano de Emergência 
deve ser bem planejado e para sua execução há a neces-
sidade do conhecimento deste por todos os integrantes 
que estarão envolvidos nas ações ali previstas. No en-
tanto, sob o ponto de vista da Segurança do Trabalho, 
dedicar esforços para o desenvolvimento de Programa 
de Gerenciamento de Risco é, sem duvida, a maneira 
59
mais eficaz de prevenir acidentes, promover a saúde e 
integridade do trabalhador, garantir o desenvolvimen-
to do processo produtivo e suas atividades, porque as 
ações terão acontecido de modo proativo.
1. Leia as afirmativas:
I) O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
(PPRA) deve ser desenvolvido e implementado por es-
tabelecimento;
II) No PPRA devem ser analisados ambientais: os ris-
cos físicos, químicos e biológicos;
III) O PPRA é um programa obrigatório a todos os 
empregadores que admitem funcionários regidos pela 
CLT.
São verdadeiras as afirmativas:
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I e III.
d) I, II e III.
e) Apenas II.
2. Indique a alternativa que expressa corretamente o 
conceito “nível de ação” expresso na NR9 Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais.
Exercícios
60
a) Rigor em implementar as medidas de controle esta-
belecidas após avaliação e análise de uma situação de 
trabalho ou setor de trabalho.
b) Estabelecimento das responsabilidades quanto à 
implementação das medidas de controle definidas no 
PPRA, considerando o nível hierárquico dos envolvi-
dos.
c) Valor acima do qual devem ser tomadas ações pre-
ventivas para eliminar ou minimizar a probabilidade de 
que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os 
limites de tolerância.
d) Valor que expressa a probabilidade de um determina-
do agente de risco causar danos à saúde humana. 
e) Outra denominação para a expressão Limite de To-
lerância.
3. O PCMAT – Programa de Condições e Meio Am-
biente de Trabalho na Indústria da Construção é esta-
belecido para os canteiros de obras ou frentes de traba-
lho com:
a) Até 20 empregados.
b) Até 20 trabalhadores.
c) Qualquer quantidade de empregados.
d) Qualquer quantidade de trabalhadores.
e) 20 ou mais trabalhadores.
4. Complete a frase com as expressões adequadas. O 
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) deve 
61
considerar a identificação de _________, que é a fonte 
com potencial para danos, e a estimação de ________, 
que corresponde à combinação da probabilidade de 
ocorrência de um evento perigoso e da severidade dos 
danos à saúde. 
a) riscos; perigo
b) perigo; riscos 
c) variável; perigo
d) características; perigo
e) riscos; medidas de controle
5. Num Plano de Emergência Contra Incêndio, devem 
ser contemplados:
I) Levantamento de dados relativos à localização do es-
tabelecimento e recursos de atendimento à saúde dispo-
níveis na região;
II) A definição das responsabilidades e atribuições da-
quelas pessoas que deverão atuar nas situações de emer-
gência;
III) Auditoria do plano, antes de sua revisão, sendo esta 
realizada por profissional habilitado. 
São verdadeiras as afirmativas:
a) Todas.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) Apenas I.
63
 Unidade 02
Metodologia para 
Elaboração de Perícia 
Trabalhista
65
Esta unidade é dedicada à Metodologia para Ela-
boração de Perícia Trabalhista. Considerando que a pe-
rícia fornece ao Juiz dados que lhe permitam decidir a 
respeito de uma dada situação, cabe ao Perito apresen-
tar-lhe as informações solicitadas.
No intuito de auxiliá-lo a desenvolver mais uma 
das possíveis atribuições do profissional de Segurança 
do trabalho, vamos abordar apenas a metodologia para 
perícia, sem nos estendermos no conhecimento técni-
co necessário para produção do laudo pericial e outras 
avaliações relacionadas.
Conteúdos da Unidade
A unidade vai apresentar a metodologia para ela-
boração de perícia trabalhista e, apresentando os con-
ceitos de insalubridade e periculosidade, torná-los mais 
sólidos para serem considerados na elaboração do lau-
do pericial.
Verifique as etapas para o desenvolvimento de 
Laudo Pericial para Ações de Cobrança de Adicional de 
Insalubridade e de Periculosidade e para Ação Indeni-
zatória por Acidente de Trabalho.
67
2.1 Insalubridade e Periculosidade
A legislação brasileira, mais especificamente a pre-
videnciária e a trabalhista, garante aos trabalhadores di-
reitos relacionados com a sua atividade profissional. Es-
tes direitos podem ser adquiridos durante e após a sua 
vida laboral em forma de aposentadoria por tempo de 
contribuição, formação de pecúlio pelo recolhimento 
compulsório do FGTS – Fundo de Garantia por Tem-
po de Serviço, Auxilio Acidente, Auxílio doença por 
afastamento por acidente do trabalho, Auxilio reclusão 
e, em casos extremos, Auxilio Invalidez.
As atividades de trabalho podem ser reconhecidas 
como insalubres, de nocividade ou de periculosidade.
A insalubridade é estabelecida de acordo com a 
NR15 Atividades e Operações Insalubres da Portaria 
n. 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego 
para as seguintes atividades relacionadas em seus ane-
xos, a saber:
• Atividades que são desenvolvidas acima dos li-
mites de tolerância previstos nos Anexos n. 1, 2, 3, 5, 
11 e 12:
○ Anexo 1 – Limite de Tolerância para ruído con-
tínuo ou intermitente;
○ Anexo 2 – Limite de Tolerância para ruído de 
impacto;
○ Anexo 3 – Limite de Tolerância para exposição 
ao calor;
○ Anexo 5 – Radiações Ionizantes;
○ Anexo 11 – Agentes Químicos cuja insalubrida-
68
de é caracterizada por LT e inspeção no local de 
trabalho;
○ Anexo 12 – Limites de Tolerância para poeiras 
minerais;
• Atividades relacionadas nos Anexos n. 6, 13 e 14: 
○ Anexo 6 – Trabalho em condiçõeshiperbáricas;
○ Anexo 13 – Agentes Químicos;
○ Anexo 13A – Exposição ao Benzeno;
○ Anexo 14 – Agentes Biológicos.
• Atividades comprovadas através de Laudo de 
Inspeção do local do trabalho que integram os Anexos 
n. 7, 8, 9 e 10. 
○ Anexo 7 – Radiações Não Ionizantes;
○ Anexo 8 – Vibrações;
○ Anexo 9 – Frio; 
○ Anexo 10 – Umidade;
De acordo com a NR15, Limite de Tolerância é 
definido como a concentração ou intensidade máxima 
ou mínima que relaciona-se à natureza e ao tempo de 
exposição a um ou mais agentes sem causar dano para a 
saúde do trabalhador, durante sua vida laboral. 
Assim, a atividade insalubre caracteriza-se como 
aquela na qual há a exposição do trabalhador aos agen-
tes físicos, químicos e biológicos. Em conformidade 
com a NR15, a exposição aos agentes insalubres asse-
gura ao trabalhador a percepção de adicional, que incide 
sobre salário mínimo, sendo assim classificada:
69
○ 40% para insalubridade de grau máximo;
○ 20% para insalubridade de grau médio; 
○ 10% para insalubridade grau mínimo.
No entanto, a percepção do adicional de insalubri-
dade não é condição necessária e única para a aposenta-
doria em condição especial, porque a Previdência Social 
mudou a interpretação do tema, considerando que é de 
competência da empresa estabelecer medidas de controle 
para neutralizar a exposição aos agentes insalubres. 
De acordo com o art.57 da Lei n.° 9.032 de 
28/04/1995, aposentadoria especial é aquela devida 
ao trabalhador que tiver trabalhado sob condições es-
peciais, de modo permanente, mediante laudo técnico, 
por 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos e 
que prejudiquem sua saúde ou integridade física. 
Aspectos relevantes são transcritos da Lei 9.032 
com referência à aposentadoria especial prevista e que 
alterou a lei 8.213 de 24/07/1991:
§ 1º A aposentadoria especial. (observado o dis-
posto no art. 33 desta lei, consistirá numa renda men-
sal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-
-benefício.
§ 3º A concessão da aposentadoria especial de-
penderá de comprovação pelo segurado, perante o Ins-
tituto Nacional do Seguro Social - INSS, do tempo de 
trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, 
em condições especiais que prejudiquem a saúde ou 
a integridade física, durante o período mínimo fixado.
70
§ 4º O segurado (deverá comprovar, além do 
tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos 
químicos, físicos, biológicos ou associação de agen-
tes prejudiciais à saúde ou integridade física, pelo 
período exigido para à concessão do benefício.
§ 5º O tempo de trabalho exercido sob con-
dições especiais que sejam ou venham a ser consi-
deradas prejudiciais à saúde ou à integridade física 
será somado, após a respectiva conversão ao tempo 
de trabalho exercido em atividade comum, segundo 
critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdên-
cia e Assistência Social, para efeito de concessão de 
qualquer benefício.
§ 6º É vedado ao segurado aposentado nos ter-
mos deste artigo continuar no exercício de atividade 
ou operações que o sujeitem aos agentes nocivos 
constantes da relação referida no art. 58 desta Lei.
A periculosidade, de acordo com a NR16 – Ativi-
dades e Operações Perigosas, caracteriza-se por ativi-
dades ou operações que, pela natureza ou método de 
trabalho implicam em risco acentuado, em virtude da 
exposição permanente do trabalhador a:
• Atividades e operações perigosas com explosivos;
• Atividades e operações perigosas com inflamáveis;
• Atividades e operações perigosas com radiações 
ionizantes ou substâncias radioativas;
• Roubos ou outras espécies de violência física 
71
nas atividades profissionais de segurança pessoal 
ou patrimonial;
São ainda consideradas atividades ou operações pe-
rigosas, de acordo com a Lei n. 12.740 de 8/dez/2012, 
aquelas que, pela natureza ou métodos de trabalho, im-
plicam risco acentuado em virtude de exposição perma-
nente do trabalhador a:
• Energia elétrica; 
E, de acordo com a Lei n. 12.997, de 18/jun/2014, 
são consideradas perigosas:
• As atividades de trabalhador em motocicleta.
Apesar da publicação da Lei 12.997, acrescentando 
entre as atividades perigosas aquelas desenvolvidas pelo 
trabalhador em motocicleta, o adicional somente será 
devido a partir da sua inclusão nos quadros aprovados 
pelo Ministério do Trabalho.
Sendo caracterizada a periculosidade, o trabalha-
dor receberá 30% de adicional sobre seu salário. 
A penosidade, mencionada na Constituição Fede-
ral, em seu artigo 7º, inciso XXIII, estipula o adicio-
nal de remuneração para as atividades penosas, insa-
lubres ou perigosas, na forma da lei. Embora previsto 
na Constituição da República, o direito ao adicional de 
atividades penosas não é autoaplicável, pois depende de 
lei que o regulamente.
72
2.2 Perícia
A perícia é entendida como a prova que apresen-
ta a verdade de um fato. Geralmente, as partes alegam 
verdades sobre um determinado fato, no entanto, sen-
do estas verdades diferentes entre si, o Juiz nomeia um 
especialista que produzirá prova pericial para esclarecer 
questões técnicas, que não são de seu conhecimento. 
O especialista é denominado Perito Judicial ou Pe-
rito do Juiz. As partes também poderão ter seus Peritos, 
chamados de Assistentes Técnicos.
Os Assistentes Técnicos devem acompanhar o Pe-
rito Judicial durante a investigação dos fatos e emitir 
parecer que podem ser concordantes ou não entre si. 
Segundo Brandimiller (1996), a perícia é realizada 
para atender requisição formal de pessoa jurídica ou de 
instituição pública ou privada e é composta pelas ativi-
dades: de análise dos fatos e situações documentados 
apresentados à perícia; observação qualitativa constituí-
da por exame, vistoria, inspeção; de estudo quantitativo 
que inclui cálculos, avaliações e medições; de investiga-
ção de fatos e situações que devem possibilitar o escla-
recimento das características da ocorrência e a relação 
como causa e efeito, temporais, por exemplo. 
Seguem conceitos extraídos do glossário do Insti-
tuto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia 
– IBAPE/SP relacionados ao tema: 
Perícia: “Atividade técnica realizada por profissional 
com qualificação específica, para averiguar e esclarecer 
73
fatos, verificar o estado de um bem, apurar as causas 
que motivaram determinado evento, avaliar bens, seus 
custos, frutos ou direitos.” (IBAPE, 2002, p.17);
Perito: “Profissional legalmente habilitado, idôneo 
e especialista, convocado para realizar uma perícia.” 
(IBAPE, 2002, p.17);
Assistente Técnico: “Profissional legalmente habili-
tado, indicado e contratado pela parte para orientá-la, 
assistir os trabalhos periciais em todas as fases da pe-
rícia e, quando necessário, emitir seu parecer técnico.” 
(IBAPE, 2002, p.3);
Laudo: “Parecer técnico escrito e fundamentado, emi-
tido por um especialista indicado por autoridade, re-
latando resultado de exames e vistorias, assim como 
eventuais avaliações com ele relacionados.” (IBAPE, 
2002, p.14).
O assunto é extenso e vamos abordar metodologia 
para questões relativas à Insalubridade e Periculosidade. 
O trabalhador sentindo-se prejudicado em seus 
direitos trabalhistas e previdenciários recorre à justiça 
através do seu sindicato ou de serviços de advocacia 
especializada particular ou pública, pleiteando o en-
quadramento em atividade insalubre ou nociva para 
efeitos de aposentadoria em regime especial, ou equi-
paração de função e salários, ou atividade perigosa 
com efeito retroativo em termos de adicional de 30% 
sobre seu salário nominal, doença degenerativa, perda 
74
de audição, comprometimento de coluna cervical ou 
lombar, indenização por acidente ou outra queixa por 
incapacidade laborativa.
 Normalmente, a perícia trabalhista é determinada 
pelo Juiz de Direito, que, através de um Perito desig-
nado por ele, especialista no assunto, realiza uma visita 
técnica pericial na empresa do Requerente, para a inves-
tigação dos fatos, conforme o processo instaurado. O 
objetivo da períciatrabalhista é provar ou não os pedi-
dos judiciais de enquadramento das atividades ou bene-
fícios do Requerente mediante evidências de exposição 
às atividades insalubres, nocivas, condição de incapaci-
dades permanente total ou parcial devido a acidente do 
trabalho ou doença ocupacional. 
A empresa, por sua vez, tem o direito de contes-
tar e provar a inconsistência da reivindicação do Re-
querente e para tanto deve reunir provas que julgue 
necessárias e suficientes para sua defesa. A empresa 
poderá nomear Assistente Técnico, que tem como in-
cumbência prestar esclarecimentos necessários, refu-
tar inverdades, quando for o caso, e esclarecer dúvidas 
do Perito nomeado pelo Juiz.
Tanto o Perito como o Assistente Técnico devem 
conhecer o processo, as legislações trabalhista e previ-
denciária, apresentando imparcialidade para elaboração 
de seus relatórios, que fundamentarão a decisão do Juiz.
Ao Assistente Técnico cabe aceitar ou contradi-
zer a versão apresentada pelo Requerente por meio de 
sua representação jurídica, fornecendo elementos para 
a decisão final. 
75
Com base na reclamação apresentada pelo traba-
lhador, o Juiz poderá determinar a realização de perícias 
de Engenharia de Segurança do Trabalho para Ações de 
Cobrança de Adicional de Insalubridade e de Periculo-
sidade, bem como de Ação Indenizatória por Acidente 
de Trabalho.
2.3. Metodologia para Perícia
Para Ações de Cobrança de Adicional de Insalu-
bridade e de Periculosidade seguem as orientações. 
De acordo com a CLT, art.195, a caracterização e 
classificação da Insalubridade e da Periculosidade ocorre-
rá por meio de perícia a cargo do Médico do Trabalho 
ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do 
Trabalho e segundo as normas do Ministério do Trabalho. 
Durante as perícias, o Perito deve sempre respon-
der aos quesitos efetuados. Poderá ainda apresentar e 
esclarecer aspectos técnicos identificados por ele e que 
são parte do contexto, mesmo que não tenham sido 
questionadas pelas partes.
Deve, do mesmo modo, o Perito estar ciente da 
necessidade de reconstituir fatos passados por meio de 
fontes fidedignas. 
O Laudo Pericial pode ser estruturado com os se-
guintes tópicos:
1. Introdução;
2. Considerações Iniciais;
3. Laudo Pericial. 
76
Na Introdução são apresentadas as informações 
relativas ao Requerente: 
○ sua identificação;
○ instituição onde trabalha ou trabalhou;
○ período de trabalho na instituição;
○ o teor da ação movida contra a instituição em-
pregadora;
○ o que o Requerente alega ou pleiteia;
○ qual o objetivo da ação.
Nas Considerações Iniciais são apresentadas in-
formações relativas ao tipo de atividade exercida pelo 
Requerente: 
○ função desempenhada pelo Requerente;
○ período em que o mesmo exercia a atividade e 
duração diária;
○ informações relativas ao posto de trabalho, con-
dições de trabalho e outras informações que concor-
riam para o desenvolvimento da atividade do Reque-
rente e que sejam necessárias para o entendimento da 
situação analisada. 
Na atividade, devem estar descritas todas as tarefas 
executadas pelo Requerente englobando: 
• as tarefas e subtarefas que integravam sua atri-
buição, apresentando produtos e materiais necessários 
para realização da tarefa; se era determinada a obrigato-
riedade de uso de EPI e se os mesmos eram fornecidos; 
se os EPI apresentavam CA; existência de Ordens de 
77
Serviços sobre segurança e medicina do trabalho e se 
foi dada ciência ao empregado, conforme determinado 
pela NR1, item 1.7.b;
• as máquinas, equipamentos e ferramentas que 
eram utilizados, sendo identificadas suas características, 
seu funcionamento, se sofreram reformas, adaptações 
ou outras alterações efetuadas ao longo do tempo e 
quando as alterações foram efetuadas; se os equipamen-
tos que eram utilizados pelo Requerente foram substitu-
ídos; se os equipamentos caracterizavam-se como fonte 
de agentes de risco como ruído, calor, por exemplo. Se 
agentes forem avaliados quantitativamente, como ruído 
e calor, por exemplo, devem ser indicados os instru-
mentos empregados para avaliação, marca, modelo, ca-
libração e metodologia de avaliação; 
• devem ser relatados os agentes de risco a que o 
Requerente estava exposto, com base em observação, se 
o ambiente de trabalho e as condições se mantiverem 
as mesmas de quando o Requerente atuava na empresa 
ou com base em documentos disponíveis na empresa;
• as características ambientais do local onde o Re-
querente trabalhava, incluindo as características cons-
trutivas do local e as condições de trabalho existentes; 
Esta descrição ocorre como resultado de visto-
ria efetuada no local de trabalho do Requerente, por 
pesquisas realizadas no setor onde o Requerente atua-
va demonstrando quais tarefas este executava e de qual 
maneira, considerando orientações estabelecidas pelo 
empregador para o Requerente. A pesquisa também 
78
poderá incluir questionamentos ou investigação junto a 
outros funcionários do setor ou que atuavam juntamen-
te com o Requerente ou outros que possam contribuir 
com informação que possibilite o entendimento da si-
tuação de trabalho que está sendo avaliada pelo Perito. 
Observação: devem ser consideradas a função que 
era desempenhada pelo Requerente e não apenas o car-
go que este ocupava, pois deve ser identificada a ativi-
dade real executada pelo mesmo. Isto está em confor-
midade com um dos Princípios do Direito do Trabalho 
que é a realidade: o fato real é privilegiado em relação ao 
que compõe os documentos formais. 
Pode ainda ocorrer de o local de trabalho não mais 
existir por encerramento das atividades da empresa, por 
exemplo, ou o setor ter sido descaracterizado, em vir-
tude de alterações implementadas no processo de tra-
balho. Neste caso, cabe ao Perito Judicial responder aos 
quesitos apresentados unicamente com base nos fatos 
identificados, provas emprestadas de outros processos, 
se for o caso, e análise da legislação pertinente. 
Outra situação que pode ser objeto de perícia é 
Ação Indenizatória por Acidente de Trabalho. Para 
esclarecer ou identificar os fatos ocorridos que cul-
minaram no acidente são necessários inicialmente le-
vantamentos de dados relativos às condições usuais 
de trabalho na data do acidente. Não havendo como 
identificar tais fatores devido a alterações no ambiente 
de trabalho, no processo de trabalho, substituições de 
máquinas ou outros motivos, existe a possibilidade da 
simulação das condições de funcionamento na época 
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do acidente para que seja avaliada ou identificada a qual 
condição estava exposto o Requerente. 
Assim, o Laudo Pericial para situações de Ação In-
denizatória por Acidente de Trabalho pode ser elabora-
do contemplando as principais etapas:
1. Introdução;
2. Vistoria no local do acidente;
3. Causas prováveis do acidente;
4. Laudo Pericial.
Na Introdução, deve estar descrito o teor da Ação 
que o Requerente apresenta contendo:
○ relato do acidente apresentado pelo Requerente;
○ o que ocorreu em decorrência do acidente;
○ levantamento de registros de perícias efetuadas 
para este acidente como Perícias Técnicas e Perí-
cias Médicas, que deverão estar juntadas ao pro-
cesso;
○ informações relevantes que indiquem se o Re-
querente e o Empregador participaram ou não de 
realização pericial já efetuada;
○ informações relativas à empresa: se a mesma 
continua em funcionamento, se ainda permanece 
o mesmo Empregador da ocasião do acidente, por 
exemplo.
Para as informações obtidas em vistorias, depoi-
mentos, perícias devem ser registrados a fonte da in-
formação e a data da obtenção dos dados, bem como a 
identificação do possível Assistente Técnico que pode 
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ter sido indicado a participar do processo. Auxiliando 
os registros a serem executados nesta etapa, a utilização 
de registros fotográficos ou de filmagem para elucidar 
os fatos relatados pode ser adotada.
Na Vistoria do Local devem ser descritas as se-
guintes situações:
○ as condições ambientais e de trabalho observa-

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