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THAU II - FICHAMENTO - UNIDADE I

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO ̶UFERSA
CAMPUS DE PAU DOS FERROS
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
MARIA EDUARDA MAGALHÃES
2020010290
FICHAMENTO – UNIDADE I
Capítulo 7 do livro “Arquitetura e Arte no Brasil Colonial” (2006), de John Bury.
PAU DOS FERROS
2022
MARIA EDUARDA MAGALHÃES
FICHAMENTO – UNIDADE I
Capítulo 7 do livro “Arquitetura e Arte no Brasil Colonial” (2006), de John Bury.
Fichamento do capítulo 7 (sete) do livro “Arquitetura e Arte no Brasil Colonial” (2006), de John Bury. Este trabalho em questão é um requisito da matéria de Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo II.
Professor: Gabriel Leopoldino Paulo de Medeiros.
PAU DOS FERROS
2022
- Fichamento comentado do sétimo capítulo do livro “Arquitetura e Arte no Brasil Colonial” (2006), de John Bury.
“Robert Smith sugeriu que, quando Salvador da Bahia foi construída em dois níveis, o superior conectado ao inferior por ladeiras íngremes, estava-se seguindo um layout português tradicional, representado, notadamente, por Lisboa, Coimbra e Porto.” (pág.: 169)
Assim como Salvador, as cidades de Lisboa, Coimbra e Porto estão próximas do mar. O fato delas terem em comum essa organização em dois níveis, proporciona que a parte de cima da cidade consiga ter uma visão ampla do mar, assim sendo um ponto positivo para se proteger de possíveis ameaças, e também não deixam de ser cidades com grande fluxo de embarcações e aí que entra a importância do nível debaixo, já que é onde ficavam os portos.
“O crescimento orgânico e desinibido das ruas em Guanajuato, Taxco e Zacatecas, no México, ou de Huancavelica e Potosí, no Peru, encontra paralelos precisos em Minas Gerais, como por exemplo em Ouro Preto ou Sabará, onde a cidade simplesmente acompanha o curso do riacho aurífero, ou ainda em São João del Rei.” (pág. 170)
Provavelmente, esse crescimento orgânico aconteceu por essas cidades não serem centros administrativos de seus territórios, portanto elas não eram supervisionadas o suficiente para seguir um modelo. Mas mesmo assim, não fugiu da configuração que era vista nas primeiras civilizações, das quais eram desenvolvidas perto de rios, justamente pela importância, e pela relação já existente de cidade, natureza e homem.
“Durante todo o período colonial, o Brasil foi sujeito a invasões, ameaças de invasões e pirataria, daí decorrendo repetidos esforços para fortificar os principais centros litorâneos.” (pág.: 171)
Nessa época, ainda no começo do estabelecimento dos portugueses no Brasil, o interesse era a segurança, então surtiu essa necessidade da construção dos fortes. Dessa forma, dá-se espaço as construções tão conhecidas pelos militares (portugueses), que por muito tempo exerceram (e exercem ainda) influencia no território brasileiro e eram os únicos aptos nessa área de construção.
“Esses fortes têm interesse não só do ponto de vista das edificações especificamente portuguesas, mas também para a história da arquitetura militar em geral.” (pág.: 172)
A construção dos fortes foi o principal marco da arquitetura militar no Brasil, elas eram construídas em pontos estratégicos, principalmente perto do litoral. Algumas fortificações foram responsáveis pelos surgimentos de vilas/cidades brasileiras, um exemplo disso é o Forte dos Reis Magos, que acabou influenciando o surgimento de moradias próximas dali e que hoje é Natal, capital do Rio Grande do Norte.
“Germain Bazin, em seu clássico estudo (1956-1958) sobre a arquitetura religiosa colonial no Brasil, cataloga 297 igrejas e capelas. A estas podem ser acrescentadas outras 98 que, embora menos importantes, merecem inclusão na lista de monumentos históricos tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional publicada em 1955. Acrescentando as dez incluídas em outros registros, chegamos a um total geral de 405, número que pode naturalmente aumentar ou diminuir conforme os critérios adotados.” (pág.: 173)
Por se tratar de um "novo" território, os portugueses usaram uma manobra muito comum por colonizadores: trazer militares e religiosos. Os militares eram responsáveis pela ordem e proteção; já a igreja, tinha a missão de catequizar os povos que já estavam aqui, essa atitude os encorajava a abandonar sua própria cultura e se adaptarem ao dos portugueses – pois esse seria o correto. 
Por causa das missões dos jesuítas, que se concentravam em levar a religião ao interior, muitas cidades surgiram. Geralmente, era a primeira construção em si a ser levantada e ela ditaria o curso do resto da cidade, como se fosse um ponto de partida. Por esse motivo, essas construções religiosas são encontradas em grande quantidade. Inclusive, até hoje toda cidade possui, pelo menos, uma igreja católica, é uma cultura que está enraizada.
“A mais importante estrutura seiscentista que ainda subsiste no Brasil é sem dúvida a antiga igreja do colégio da Companhia de Jesus, hoje catedral de Salvador.” (pág.: 175)
O principal objetivo da Companhia de Jesus (jesuítas) era catequizar o povo nativo e, de quebra, conseguir novos fiéis para o catolicismo, então foram surgindo esses colégios. Tudo isso porque nessa época havia muito descontentamento com o clero na Europa, tanto é que a igreja católica teve que mudar muita coisa através da Contrarreforma, e apesar dos esforços, ainda sim crescia o número de adeptos a religião fundada por Lutero, a protestante. Porém, com uma nova terra em mãos, eles podiam “chegar primeiro” e tentar fazer com que o catolicismo se difundisse no território.
“Para o desenvolvimento posterior da arquitetura religiosa no Brasil, o elemento mais interessante da fachada de São Francisco é a série de volutas livremente entrelaçadas, que circundam a parte central do frontão. Essas sequências de volutas representam o ponto de partida do processo barroco de dissolução e quebra das amarras impostas pelos rigorosos padrões da arquitetura do final da Renascença.” (pág.: 178)
As construções religiosas dessa época já começavam a apresentar uma personalidade barroca. As fachadas chegam a ser inconfundíveis, de início apresentam muitas figuras geométricas, como o frontão triangular, também possui curvas e detalhes trabalhados. O interior tende a parecer um espetáculo em comparação ao exterior, a sensação é monumental, de riqueza, talvez sejam resquícios de uma época que representava muito isso, por causa do ouro. Sem contar os azulejos, que chegam a ser uma grande característica da arquitetura portuguesa, em muitos casos.
“Apropriadamente, o interior da igreja da Ordem Terceira franciscana em Salvador é bem simples, oferecendo assim o inverso do costumeiro contraste entre exterior e interior, ilustrado na vizinha igreja dos frades.” (pág.: 180)
Essas diferenças entre igrejas vão depender de qual ordem elas pertenciam. No Brasil haviam os jesuítas, os franciscanos, beneditinos, carmelitas, entre outros, e a partir disso, as igrejas possuíam características diferentes, essas que geralmente podiam ser baseadas em outras igrejas de suas mesmas ordens.
“A igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro no Rio de Janeiro, tem uma esplêndida localização, no alto de uma colina. [...] Com sua planta em duplo polígono, em que a nave e a capela-mor são, respectivamente, um octógono e um hexágono alongados, constitui também um dos edifícios mais singulares do Brasil.” (pág.: 182)
De fato, o formato da igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro é o que mais chama atenção, devido sua fachada de diversas facetas que constituem um formato octogonal e possibilita que ela se torne um exemplar diferente e incrível. Por ela estar em um local privilegiado, acima de uma colina e perto do litoral, reforça muito a ideia de destaque (principalmente aos que chegavam pelo mar), apesar de que o seu visual não seja dos mais exuberantes por dentro, como já visto em algumas outras igrejas.
“A igreja de Nossa Senhora do Rosário de Ouro Preto representa o resultado final e mais avançado de todas as experiências já feitas em Portugal e no Brasil com plantas poligonais e curvilíneas.” (pág.:185)
Essas experiências foram frutos de estudos de construções europeias e também da adequação as necessidades do local, tanto é que muitas capelas passaram a ser reformadas para dar lugar a igrejas maiores, mais confortáveis, com outros aposentos, etc. Todas as modificações foram ocorrendo com o tempo, e apesar das fachadas não se diferirem muito, as plantas eram a principal mudança.
“Um traço marcante das igrejas do estilo Aleijadinho está na extensa e elaborada ornamentação rococó em relevo aplicada às fachadas, particularmente às portadas, esculpidas em pedra-sabão, esteatita de cor azul-esverdeada, com frisos mistilíneos ondulantes e encrespados na arquitrave.” (pág.: 189)
Aleijadinho era um escultor, além de incrementar as fachadas e os interiores com diversos detalhes, ele também esculpia figuras humanas, como pode ser visto no santuário de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas do Campo. Ele costumava reproduzir cenas religiosas com suas esculturas e acredito que era uma forma de aproximação da história bíblica com o espaço religioso.
“As obras mais ambiciosas da arquitetura civil colonial foram as casas de câmara, as residências dos governadores e bispos, as casas rurais ou solares das famílias patrícias e as casas-grandes de engenhos e fazendas.” (pág.: 192-193)
As casas de câmara e cadeia eram dedicadas ao administrativo daquela cidade, que eram responsáveis pela parte política, judiciária e executiva, e justamente por esse motivo era onde ficavam as cadeias, que geralmente ficavam na parte de baixo da construção, com janelas vedadas por grades. 
“A casa-grande do senhor do engenho ou fazendeiro também seguia o padrão, mais ou menos constante, derivado das práticas costumeiras em Portugal, chegando às vezes a ponto de preservar a torre, símbolo do status aristocrático nos solares portugueses.” (pág.: 194)
Geralmente essas casas eram enormes e possuíam plantações bem próximas. A mão-de-obra era escrava e podiam possuir senzalas para eles. As casas-grandes tinham grandes varandas, como alpendres e capelas ligadas a construção. Além das plantações, também havia a criação de animais, que eram criados muitas vezes para alimentação da família do senhor de engenho.
“A arte no Brasil colônia atingiu um ponto culminante na primeira década do século XIX, com as pinturas de tetos em estilo rococó de Manoel da Costa Athaide, e as estátuas dos profetas de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, para a igreja de peregrinação de Congonhas do Campo.” (pág.: 197)
A arte em si era muito ligada a arquitetura da época, como já dito antes, as esculturas em madeira de Aleijadinho para o santuário em Congonhas são um marco e foram abraçadas pela arquitetura, tanto é que possuem esculturas nos adros em frente ao santuário, na escadaria, etc. Já a parte da pintura, o destaque é o estilo trompe l’oeil, que tinha capacidade de deixar qualquer um deslumbrado pelo tridimensionalismo, o que Athaide executava muito bem.
“Das considerações expostas fica evidente que o estudo da arte e da arquitetura do Brasil colônia não pode ser visto em sua significação completa, isoladamente da metrópole portuguesa.” (pág.: 199)
Os portugueses trouxeram uma cultura vasta, que possuía influência de outros lugares (em destaque a Europa) e isso ajudou a constituir também a cultura brasileira, que hoje é tão diversificada. Portugal foi durante muito tempo um modelo para o Brasil, de certa forma, principalmente na época colonial, mas também devemos entender que isso tudo é parte de uma identidade nacional que foi aos poucos sendo construída, mudando e se incrementando. Todas essas obras fazem parte de uma herança brasileira e devem ser mantidos como forma de preservar a história.
REFERÊNCIAS
BURY, John. Arquitetura e Arte no Brasil Colonial. Brasília: IPHAN/ MONUMENTA, 2006, p. 166-203.
MENDES, Chico; VERÍSSIMO, Chico; BITTAR, William. Arquitetura no Brasil: De Cabral a D. João VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.

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