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Auditoria e Pericia Ambiental

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MBA EM AUDITORIA
&
PERÍCIA CONTÁBIL
MÓDULO DE AUDITORIA E PERÍCIA
AMBIENTAL
PROFESSOR: PAULO ANTONIO BASTOS BRAGA
Realização FUNDAÇÃO SÃO JOSÉ
Novembro/2002
PAULO ANTONIO BASTOS BRAGA.
 Formação:
Engenheiro Químico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - Centro de
Tecnologia, Pós-Graduado em Engenharia Sanitária e Ambiental pelo
Departamento de Engenharia Sanitária da Universidade Estadual do Rio de Janeiro,
Pós-Graduado em Planejamento e Gestão Ambiental pela Universidade Veiga de
Almeida e Mestrando pela UFRJ. Exerceu nos dois últimos anos o cargo de Diretor
de Meio Ambiente da Secretaria de Meio Ambiente de Magé. Atualmente Diretor
Executivo da Universidade do Meio Ambiente da Serra dos Órgãos – UNIMA.
Consultor Ambiental:
• Saneamento: Elaboração de Projetos para Estações de Tratamento de
Esgotos - ETE, Estações de Tratamento de Águas – ETA, Estação de
Tratamento de Despejos Industriais – ETDI, Aterros Sanitários e Sistema de
Coleta de Lixo Urbano.
• Gestão Ambiental: Prática na Elaboração de Relatórios, Pesquisas de
Campo, Conhecimentos de Legislação Ambiental, Licenciamento
Ambiental, Implantação de Sistemas de Gestão Ambiental - ISO 9000 e
14000 e Elaboração de Estudo de Impacto Ambiental.
e-mail: ambientaltec@aol.com site: www.unimasite.hpg.com.br
aprese
dos m
proces
Prefácio
O objetivo deste material é bem modesto e apenas apresenta uma tentativa de
ntar a base teórica e metodológica utilizadas em Auditorias Ambientais.
O conhecimento de princípios econômicos aliados à fundamentação teórica
étodos de valoração e à Contabilidade possibilitará uma melhor seleção dos
sos estimativos de valoração por parte dos usuários deste material.
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1.0 - Introdução
Inspirada na Auditoria Contábil, elemento integrante dos sistemas de gestão
empresarial, a Auditoria Ambiental surgiu na década de 70 nos Estados Unidos visando à
redução de riscos e promover o cumprimento da legislação pertinente. Cabe ressaltar que
ela também auxilia as instituições a se resguardarem contra futuras críticas. Assim sendo,
sua visão pró-ativa em relação a questões ambientais foi rapidamente incorporada à função
gerencial de algumas empresas.
É inegável que todas as atividades econômicas causam impacto sobre a sociedade e
o meio ambiente e, portanto, geram custos sociais e ecológicos. A economia convencional
trata esses custos, por mais vultosos que sejam, como circunstâncias exteriores. Estes são
excluídos do balanços patrimoniais e repassados pelo sistema para a população em geral,
para o meio ambiente e para as gerações futuras. Tais fatos impulsionaram a inspeção da
variável ambiental na gestão empresarial. Assim, a Auditoria Ambiental é a ferramenta
usada para avaliar sua eficiência e eficácia.
2.0 - O Valor Econômico dos Recursos Naturais
O valor econômico dos recursos ambientais geralmente não é observável no
mercado através de preços que reflitam seu custo de oportunidade. Então, como identificar
este valor econômico?
Em primeiro lugar deveremos perceber que o valore econômico dos recursos
ambientais é derivado de todos os seus atributos e, segundo, que estes atributos podem
estar ou não associados a um uso. Ou seja, o consumo de um recurso ambiental se realiza
via uso e não-uso.
Um bem é homogêneo quando os seus atributos ou características que geram
satisfação de consumo não se alteram. Outros bens são, na verdade parte de classes de bens
ou serviços compostos. Nestes casos, cada membro de classe apresenta atributos
diferenciados, como por exemplo automóveis, casas, viagens de lazer e também recursos
ambientais. Logo, o preço de uma unidade j do bem Xi, Pxij, pode ser definido por um vetor
de atributos ou características aij, tal que:
Pxij = Pxi (aij1, aij2,...., aijn)
No caso de um recurso ambiental, os fluxos de bens e serviços ambientais, que são
derivados do seu consumo, definem seus atributos.
Entretanto, existem também atributos de consumo associados à própria existência
do recurso ambiental, independentemente do fluxo atual e futuro de bens e serviços
apropriados na forma do seu uso.
Assim, é comum na literatura desagregar o valor econômico do recurso
ambiental (VERA) em valor de uso (VU) e valor de não-uso (VNU).
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Valores de uso podem por sua vez, desagregados em:
 Valor de Uso Direto (VUD) – quando o indivíduo se utiliza atualmente de um recurso,
por exemplo, na forma de extração, visitação ou outra atividade de produção ou
consumo direto;
 Valor de Uso Indireto (VUI) – quando o benefício atual do recurso deriva-se das
funções ecossistêmicas, como por exemplo, a proteção do solo e a estabilidade
climática decorrentes da preservação das florestas;
 Valor de Opção (VO) - quando o indivíduo atribui valor em seus usos direto e
indireto que poderão ser optados em futuro próximo e cuja preservação pode ser
ameaçada, como por exemplo, o benefício advindo de fármacos desenvolvidos com
base em propriedades medicinais ainda não descobertas de planta em florestas.
Uma expressão simples deste valor é a grande atração da opinião pública para
salvamento de baleias ou sua preservação em regiões remotas do planeta, onde a maioria
das pessoas nunca visitarão ou terão qualquer beneficio de uso.
Há também uma controvérsia na literatura a respeito do valor de existência
representar o desejo do indivíduo de manter certos recursos ambientais para que seus
herdeiros, isto é, gerações futuras, usufruam de usos diretos e indiretos (bequest value). È
uma questão conceitual considerar até que ponto um valor assim definido está mais
associado ao valor de opção ou de existência. O que importa para o desafio da valoração, é
admitir que indivíduos podem assinalar valores independentemente do uso que eles fazem
hoje ou pretendem fazer amanhã.
Assim, uma expressão para VERA seria:
VERA = (VUD + VUI + VO) + VE
Valor Econômico do Recurso Ambiental
Valor de uso Valor de não-uso
VUD VUI VO VE
Bens e serviços
ambientais apropriados
diretamente da
exploração do recurso e
consumidos hoje
Bens e serviços
ambientais que são
gerados de funções
ecossistêmicas e
apropriados e consumidos
indiretamente hoje
Bens e serviços
ambientais de usos
diretos e indiretos a serem
apropriados e consumidos
no futuro
Valor não associado ao
uso atual ou futuro e que
reflete questões morais,
culturais, éticas ou
altruísticas
Note, entretanto, que um tipo de uso pode excluir outro tipo de uso do recurso
ambiental. Por exemplo, o uso de uma área para agricultura exclui seu uso para
conservação da floresta que cobria aquele solo. Assim, o primeiro passo na determinação
do VERA será identificar estes conflitos de uso. O segundo passo será a determinação
destes valores.
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Neste contexto, tenta-se explicitar o grau de dificuldade para encontrar preços de
mercado (adequados ou não) que reflitam os valores atribuídos aos recursos ambientais.
Esta dificuldade é maior à medida que passamos dos valores de uso para os valores de não-
uso. Nos valores de uso, os usos indiretos e de opção apresentam, por sua vez, maior
dificuldade que os usos diretos.
Sendo assim, a tarefa de valorar economicamente um recurso ambiental consiste em
determinar quanto melhor ou pior estará o bem-estar das pessoas devido a mudanças na
quantidade de bens e serviços ambientais, seja na apropriação por uso ou não.
Desta forma, os métodos de valoração ambiental corresponderão a este objetivo à
medida que forem capazes de captar estas distintas parcelas de valor econômico do recurso
ambiental. Na medida em que estes valores (cistos ou benefícios) possam ocorres ao longo
de um período, então, será necessário identificar estes valores no tempo. Neste método,
observa-se o valor do recurso ambiental E pela sua contribuição como insumo ou fator na
produção de um outro produto Z, isto é, o impacto do uso de E em uma atividade
econômica.Todavia, conforme será discutido a seguir, cada método apresentará limitações
nesta cobertura de valores, a qual estará quasesempre associada ao grau de sofisticação
(metodológica e de base de dados) exigido, às hipóteses sobre comportamento do
indivíduo consumidor e aos efeitos do consumo ambiental em outros setores da economia.
Assim, estima-se a variação de produto de Z decorrente da variação da quantidade de bens
e serviços ambientais do recurso ambiental E utilizado na produção de Z. Este método é
empregado sempre que é possível obterem-se preços de mercado para a variação do
produto Z ou de seus substitutos. Duas variantes gerais podem ser reconhecidas: método
da produtividade marginal e método dos bens substitutos.
Tendo em vista que tal balanço será sempre pragmático e decidido de forma
restrita, cabe aos analista que valora explicitar, com exatidão, os limites dos calores
estimados e o grau de validade de suas mensurações para o fim desejado.
Em suma, a adoção de um método dependerá antecipadamente de:
 objetivo da valoração;
 hipóteses assumidas;
 disponibilidade de dados e conhecimento da dinâmica ecológica do objeto que está
sendo valorado.
3.0 - Métodos de Valoração Ambiental
No contexto ambiental a complexidade é ainda maior, como exemplo, devido a sua
possibilidade de esgotamento, o valor dos recursos ambientais tende a crescer no tempo de
admitirmos que seu uso aumenta com o crescimento econômico. Como estimar esta
escassez futura e traduzindo-a em valor monetário é uma questão complexa que exige um
certo exercício de futurologia. Assim sendo, alguns especialistas sugerem o uso de taxas de
desconto menores para os projetos onde se verificam benefícios ou custos ambientais
significativos ou adicionar os investimentos necessários para eliminar o risco ambiental.
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3.1) Método Função de Produção (MFP)
É uma das técnicas de valoração mais simples e, portanto, largamente utilizada.
Neste método, observa-se o valor do recurso ambiental E pela sua contribuição como
insumo ou fator na produção de um outro produto Z, isto é, o impacto do uso de E em uma
atividade econômica.
Assim, estima-se a variação de produto de Z decorrente da variação da quantidade
de bens e serviços ambientais do recurso ambiental E utilizado na produção de Z. Este
método é empregado sempre que é possível obterem-se preços de mercado para a
variação do produto Z ou de seus substitutos. Duas variantes gerais podem ser
reconhecidas: método da produtividade marginal e método dos bens substitutos.
Para fornecer melhor entendimento sobre os métodos com base na função de
produção, é necessário uma construção analítica. Suponha uma função de produção de Z,
tal que o nível de produção de Z é dado pela seguinte expressão:
Z= F(X,E) 
Onde:
X - é um conjunto de insumos formado por bens e serviços privados;
E - representa um bem ou serviço ambiental gerado por um recurso ambiental que é
utilizado gratuitamente, ou seja, seu preço de mercado pE é zero. Note que E
representa, assim, um valor de uso para produção de Z.
Sendo pz e px os preços de Z e X, a função do lucro ( π) na produção de Z seria:
π = pz Z – px X – pe E = pz F(X,E) – px X
O produtor ajusta assim a utilização do seu insumo de forma a maximizar o seu
lucro. Assumindo que a variação de Z é marginal e, portanto, não altera seu preço, a
variação de lucro seria:
∂π/∂X = pz ∂F/∂X - px = 0 e ∂π/∂E = pz ∂F/∂E
Ou seja, a variação de lucro do usuário de E é igual ao preço de Z multiplicado pela
variação de Z quando varia E.
3.1.1) Método da produtividade marginal
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O método da produtividade marginal assume que pz é conhecido e o valor
econômico de E (VEE) seria:
VEE = pz∂F/∂E
Observe que VEE, nestes casos, representam apenas valores de uso diretos ou
indiretos relativos a bens e serviços ambientais utilizados na produção. Vale ressaltar que a
estimação das funções de produção F não é trivial quando as relações tecnológicas são
complexas.
Além do mais, as especificações de E em F são difíceis de serem captadas
diretamente na medida em que E corresponde geralmente a fluxos de bens ou serviços
gerados por um recurso ambiental que dependem do seu nível de estoque ou de qualidade.
Logo, se faz necessário conhecer a correlação de E em F ou, se possível mais
especificamente, as funções de dano ambiental ou as funções dose-resposta (DR) onde:
E = DR (x1,x2, ...., Q)
Onde: xi – são as variáveis que, junto com o nível de estoque ou qualidade Q do
recurso, afetam o nível de E. Assim:
∂E = ∂DR / ∂Q
Estas funções DRs procuram relacionar a variação do nível de estoque ou a
qualidade (respectivamente, taxas de extração ou poluição) com o nível de danos físicos
ambientais e, em seguida identificar o efeito do dano físico (decréscimo de E) em certo
nível de produção específico.
Um exemplo de DR são as que relacionam o nível de poluição da água (Q) que
afetam a qualidade da água (E) que, por sua vez, afeta a produção pesqueira (Z). Outro
exemplo, é o nível de uso do solo (Q) que afeta a qualidade do solo (E) e, assim, afeta a
produção agrícola (Z). Determinada a DR, é possível estimar a variação do dano em
termos de variação do bem ou serviço ambiental que afeta a produção de um bem.
Exemplo:
Valorando oCusto da Erosão do Solo
As perdas de produtividade e impactos s externos negativos resultantes da erosão
do solo fazem parte do custos social da produção agropecuária. Entretanto, estes custos são
muitas vezes negligenciados pelos produtores e pelo poder público. Isto ocorre, em parte,
pelo fato das consequências da degradação do solo serem, em muitos aspectos,
desconhecidas, às vezes indiretas ou difusas, e perceptíveis somente em longos períodos de
tempo. Uma das causas mais importantes é o fato desses custos serem totalmente refletidos
nos preços de mercado dos insumos e produtos agrícolas, sendo assim facilmente
negligenciados na tomada de decisão tanto privada como pública. A mensuração dos
custos da erosão do solo aparece, neste contexto, como um importante instrumento para a
conscientização quanto a necessidade de investimentos voltados a conservação do solo. De
modo geral, os estudos de valoração dos custos de erosão utilizam as seguintes abordagens:
Pág
1- Custo de reposição – Enfoca a perda de nutrientes do solo decorrente do
processo erosivo. Esta abordagem se baseia no custo de repor os nutrientes
(geralmente, os estudos enfocam nitrogênio, fósforo e potássio) perdidos no
solo através do uso de fertilizantes. Além disto, o custo de reposição focaliza
apenas um dos impactos da erosão nas propriedades dos solos e não provê
necessariamente um indicador do valor econômico do solo como um recurso.
2- Análise da produtividade marginal – Esta abordagem trata de medir o efeito da
erosão na produtividade agrícola. O custo da erosão é medido pela quantidade
de produto agrícola que deixou de ser produzido em função da ação da erosão.
É importante frisar que a valoração do impacto da erosão no rendimento das
lavouras não é trivial cisto que diversos fatores influenciam a produtividade
agrícola, dificultando, assim, o isolamento do efeito da erosão.
3- Preços hedônicos – Trata-se uma abordagem alternativa que utiliza os preços
das propriedades para estimar o valor econômico da erosão do solo. Analisa,
através de métodos estatísticos, o diferencial de preço ou aluguel de
propriedades que apresentam taxas de erosão distintas. Este tipo de abordagem
exige dados sobre os preços das propriedades e um mercado para propriedades
rurais bem desenvolvidos, restringindo sua aplicabilidade em países em
desenvolvimento.
Bojö(1996) destaca a multiplicidade de conceitos para se avaliar a magnitude dos
custos de degradação do solo, fundamentados em três conceitos:
 Perda Bruta Anual Imediata (PBAI): refere-se a perda de produção bruta nas
çavouras ou outra medida do valor econômico de degradação do solo,
observada num determinado ano, em função da degradação de terra no ano
anterior.
PBAI = P dQ
onde P = preço econômico/tonelada produzida e dQ = produção corrente em
toneladas perdidas em função da degradação da terra no ano anterior.
 Perda BrutaFutura Descontada (PBFD): dado que perda do solo é
irreversível, a perda de capital natural em qualquer ano específico terá um
impacto na produção em todos os anos futuros quando comparado com a vida
econômica do solo. Para um horizonte temporal de ‘n’ anos em uma taxa de
desconto r, assumindo uma perda anual constante, a expressão formal é:
( )r n+1
PBFD =
ina 8 de 94
( )rr +1
Página 9 de 94
Entretanto, se for utilizando um horizonte temporal infinito, a expressão pode ser
simplificada para:
 Perda Bruta Acumulada Descontada (PBAD): este conceito ilustra o fato de
que a degradação dos solos pode ser um processo cumulativo, onde a
degradação da terra observada em cada ano é acompanhada por outra. Esta
medida é particularmente útil para análise de investimentos em conservação,
visto que constitui um benefício de um investimento que interrompe o processo
cumulativo e pode ser assim formalizada:
3.1.2) Métodos do Mercado de Bens Substitutos (2º Método)
P = f (Y,R)
P = f (Y,R + S)
DELTA P = (x1,x2, ..., R,S); como desejamos R e S é o substituto, teremos que fazer R
tender a zero nesta função.
Exemplo: S = produção de caneta para valorar R = árvores (madeira).
1- Custo de Produção:
S representa os gastos incorridos pelo consumidor / usuário para repor R.
Ex: Custo de adubação para repor a fertilidade do solo.
Custo de adubação = S
Fertilidade do solo = R
Exemplo: Custo de construção de piscinas para repor praias poluídas.
2- Gastos Defensivos ou Custos Ativados:
S representa gastos incorridos pelo consumidor / usuário para naõ alterar o produto
P que depende de R.
Exemplo: Avaliação prévia dos gastos com estação de tratamento de águas.
Água boa qualidade = recurso R
Consumo de água pela população = P
ETA = S que garante a qualidade de R (água)
3- Custo de Controle:
r
PBAIPBFD =
∑
= +
=
r
t t)r(
tPdQPBAD
1 1
Página 10 de 94
Exemplo: gastos com filtros de emissão de poluentes
Uso de água =P
Água de boa qualidade = R
Preço dos filtros = F
3.2) Método de Função de Demanda
3.2.1) Método da Valoração Contingente (MVC)
Até, então, estivemos discutindo métodos de valoração de recursos ambientais que
se baseiam em preços de mercado de bens privados cuja produção é afetada pela
disponibilidade de bens e serviços ambientais, ou que são substitutos ou complementares a
estes bens ou serviços ambientais. Ou seja, utilizam-se de mercados de recorrência que
transacionam bens e serviços privados para derivar preferências associadas ao uso de
recursos ambientais.
Assim, observou que estes métodos captam alguns valores de uso direto e indireto
na medida em que estes são associados ao consumo dos bens privados. Mesmo que para
alguns casos a mensuração de valores de opção possa ser considerada, a estimação do valor
de existência com estes métodos é impossível por definição. Isto porque o valor de
existência não se revela por complementaridade ou substituição a um bem privado, uma
vez que o valor de existência não está associado ao uso do recurso e, sim a valores com
base unicamente na satisfação altruísta de garantir a existência do recurso.
Mesmo restritos a valores de uso, os métodos acima analisados exigem hipóteses
sobre as complexas relações técnicas de produção ou de dano entre o usos do recurso
ambiental e o nível do produto econômico. O conhecimento destas é determinante das
magnitudes esperadas de variações de bem-estar, que definem, por sua vez, a trivialidade
do método adotado.
Igualmente restritivas são as transformações das funções de demanda dos mercados
de recorrência e funções de demando do recurso ambiental que requerem algumas
hipóteses rígidas sobre estes mercados para evitar esforços significativos de moldagem e
de levantamento de dados, quase sempre com ajustes insatisfatórios de vieses estimativos.
Conforme procuramos indicar, a escolha do método apropriado tem que ser
decidida na base da especificidade de cada caso em termos de que parcela do valor
econômico que está se querendo medir vis a vis as informações disponíveis.
Considere as medidas de disposição a pagar (DAP) e aceitar (DAA), relativas a
alterações da disponibilidade de um recurso ambiental (Q), que mantém o nível de
utilidade inicial do consumidor.
Página 11 de 94
A expressão acima, evidencia diferentes pontos, com distintas combinações de
renda e de provisão de recursos ambientais, que se encontram na mesma curva de
indiferença relativa a um determinado nível de utilidade. Como a função de utilidade U
não é observável diretamente, o método de valoração contingente estima os valores de
DAA e DAP com base em mercados hipotéticos. A simulação destes mercados hipotéticos
é realizada em pesquisas de campo, co questionários que indagam ao entrevistado sua
valoração contingente (DAA ou DAP) face a alterações na disponibilidade de recursos
ambientais (Q).
Neste sentido, busca-se simular cenários cujas características estejam o mais
próximo possível das existentes no mundo real, de modo que as preferências reveladas nas
pesquisas reflitam decisões que os agentes tomariam d fato caso existisse um mercado para
o bem ambiental descrito no cenário hipotético. As preferências, do ponto de vista da teoria
econômica, devem ser expressas em valores monetários. Estes valores são obtidos através
das informações adquiridas nas respostas sobre quanto os indivíduos estariam dispostos a
pagar para garantir a melhoria de bem-estar, ou quanto estariam dispostos a aceitar em
compensação para suportar uma perda de bem-estar.
A grande vantagem do MVC, em relação a qualquer outro método de valoração, é
que ele pode ser aplicado em um espectro de bens ambientais mais amplo. A grande
crítica, entretanto, ao MVC é a sua limitação em captar valores ambientais que indivíduos
não entendem, ou mesmo desconhecem. Enquanto algumas partes do ecossistema podem
não ser percebidas como geradoras de valor, elas podem, entretanto, ser condições
necessárias para existência de outras funções que geram usos percebidos pelo indivíduo.
Nestes casos, o uso de funções de produção e de danos poderia ser mais apropriado,
embora com as limitações já assinaladas.
Se as pessoas são capazes de entender claramente as variações ambientais que estão
sendo apresentadas na pesquisa e são induzidas a revelar suas verdadeiras DAP ou DAA,
então este método pode ser considerado ideal. Existem vários outros fatores, entretanto,
que podem levar à discrepância entre as preferências reveladas nas pesquisas e as
verdadeiras preferências.
O interesse pelo método da VC tem crescido na última década, entre outros motivos
destaca-se o próprio aperfeiçoamento das pesquisas de opinião e, principalmente, o fato de
ser a única técnica com potencial de captar o valor de existência.Por outro lado, a aplicação
do MVC não é trivial e também envolve custos elevados de pesquisa.
Um guia para aplicação do método do Valor Contingente:
1- Amostragem probabilística é fundamental: no mínimo uma curva normal;
2- Evitar respostas vazias (tomar cuidado na formulação das mesmas);
3- Usar entrevistas pessoais (isoladamente);
4- Treinar o entrevistador para ser neutro;
5- Resultados devem ser apresentados por completo com desenho da amostra,
questionário, método estimado e base de dados disponíveis;
6- Realizar pesquisa piloto para testar o questionário;
7- Ser conservador adotando poções que substituem a medida monetária a ser
considerada;
8- Preferir usar o DAP (disposição a pagar) ao invés de DAA (disposição a
aceitar);
9- Usar referendo (método);
Página 12 de 94
10- Oferecer informação adequada sobre o que está sendo medido;
11- Testar o impacto de fotografias, videos, etc. Para avaliar se as respostas estã
visadas emocionalmente;
12- Ajudar a identificar os possíveis recursos ambientais substitutos que
eventualmente permanecem inalterados;
13- Identificar com clareza as alterações na disponibilidade do recurso que está
sendo valorado;
14- Administrar o tempo de aplicação do questionário (máximo de cinco
minutos por pessoa).
15- Incluir qualificações para respostassim ou não;
16- Incluir outras variáveis explicativas relacionadas com uso do recurso;
17- Checar se as informações do questionário são aceitas como verdadeiras pelo
entrevistado;
18- Entrevistados devem ser lembrados de suas restriçoes orçamentárias ou seja,
sua DAP representa menor consumo de outros bens;
19- O veículo de pagamento deve ser realista e apropriado às condições
culturais e econômicas;
20- Questões específicas devem ser usadas para evitar o viés da parte-todo;
21- Evitar o uso de lance inicial em simulações do tipo leilão;
22- Em questionário com formato escolha dicotômica o lance mais alto deve
alcançar 100% de rejeição e o máximo de 100% de aceitação;
23- Ter cuidado no processo de agregação para considerar a poluição relevante.
4.0 -Exemplos:
4.1) Estuário de Mersey na Grã-Bretanha
Recurso ambiental – estuário e seus habitantes naturais
Construção ambiental;
Método da valoração contingente;
Área de interesse científico;
Estuário com alimentação para peixes e aves.
1º ) valor de uso – valoração contingente;
2º) valore de opção e existência – valoração contingente;
3º) valor de uso, opção e existência – valoração/custo de reposição
Valores Métodos Resultados – quanto as
pessoas estão dispostas a
pagar
(*)117 visitaçõesUso Valoração contingente
49,90 fundo de preservação
Opção e Existência Valoração Contingente 8,50
Uso, opção e
Existência
Custo de Reposição
(**)
14,40
Página 13 de 94
(*) Perceba que o uso direto é maior que o de opção.
Neste caso, o resultado foi: DAP = 0,00169 HINC + 2,709 VISS
 Está disposto a pagar 2% salário do trabalhador
 Salário
(**) Os lotes somente seriam vendidos para quem não afetasse a área.
Dificuldades do uso do método: amostras e dificuldades em relação a forma de pagamento.
4.2) Floresta de Robinhood
Identificação dos recursos ambientais: árvores, água, fauna, flora, paisagem, lazer,
balanço térmico, valor histórico, conservação, pequisa, balanço hídrico.
Escolha do método:
Recurso Valor de Uso Direto Valor de Opção Valor de Existência
Hídrico * * *
Fauna e Flora * * *
Paisagem e Lazer * * *
Balanço Térmico * * *
Valor Histórico *
Escolha dos Métodos:
1- Conservação dos Recursos Hídricos:
Função de Produção:
Área = função da área florestada
Ex: 1000 L 10 ha
Se a área da floresta for de 1000 ha, então teríamos 106 L
Se o litro de água custa R$1,00/1000L, então para 106 L teremos R$ 1.000,00
Assim, a floresta para abastecer a cidade vale R$1000,00
Custo de Degradação (dano):
1 há 1000 m3 / min
Se a área é de 1000 há, a retenção será de 106 m3/min
Suponha que consigamos reter apenas 500.000 m3/min. Agora a Engenharia nos fornece o
gráfico. Teremos que analisar: casas cheias, carros alagados, barracos arrastados, etc.
Hedônico: suponha um prédio em rua que sobe, e outra em baixada. Esta última valerá
menos.
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Custo de Controle: por exemplo a saúde.
Morbidade
(doente)
Mortalidade
Produção
Sacrificada, ou
seja: quanto este
trabalhador deixou
de produzir
?
Custo de controle,
ou seja: quanto
custa para tratar
este trabalhador
Talvez uma análise de
sensibilidade
4.3) Ilha de Daniel Boni - Impacto sobre o Turismo
Análise da recreação:
a- habitantes da ilha fazem excursões de apenas umdia até os Parques Nacionais;
b- estrangeiros praticam o ecoturismo internacional percorrendo longas distâncias com
objetivo de entrar em contato com ambientes naturais e exóticos.
Este estudo enfatiza o ecoturismo internacional no qual assume-se que as famílias que
viajam para um único país como o que contém a Ilha de Daniel Boni, comprometem-se
com uma variedade de atividades incluindo visita à sítios para apreciar a vegetação, vida
animal, etc. Poucos viajam até a ilha para visitar um Parque Nacional específico.
Propor um modelo neste caso requer:
Informações sobre os intinerários possíveis
Informações de como cada família distribui seu tempo entre as atividades
Informações específicas dessas atividades.
Levando em conta as características do ecoturismo praticado na ilha, podemos dizer
que:
Famílias buscam maximizar utilidades (U) em função de fluxos de serviços
recreativos (ZR) e não recreativos (ZNR).
Assim, U = U (ZR, ZRN)
Porém, ZNR = ZNR (xrn, trn) – é uma combinação de uma cesta de
bens/mercadorias com o tempo.
Além disso, ZR = ZR (xti, ti, vi) - é uma função dos serviços de viagem, o tempo
de viagem, com excursões no país i.
Todavia as excursões de ecoturismo no país i (vi) não são necessariamente iguais.
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Dependem de:
Um pacote de atividades j = Aji (pode ser tanto para ver lêmures, como uma visita a
determinada praia específica ou visita a um parque para observar pássaros)
Utilização de serviços domésticos = Xji
Tempo para viajar aos locais de atividades = Tji
Assim, Vi = Vi (Aij, Xij, Tij)
Conclusão: a questão dos turistas é maximizar sem bem estar através das excursões
de ecoturismo (Vi) e dos bens/serviços (XRN).
Logo:
U = U (Vi, XRN), maximizar.
Valoração dos Benefícios Econômicos Potenciais Gerados Pelo Ecoturismo:
Foram utilizados três métodos:
Dois desses métodos baseados na análise da demanda por recreação:
a- um modelo típico de custo de viagem por zonas;
b- um outro modelo aleatório de utilidades que agrega informação por indivíduo.
Além disso, o método de valoração contingente dicotômico é também adotado.
Nestes dois modelos assume-se que haverá um aumento de 10% no nível de qualidade dos
guias, material para educação e capacidade de interpretação de áreas naturais.
Bem, a conclusão é que a criação do parque é percebida como um aumento na
qualidade das oportunidades de ecoturismo em ilha de Daniel Boni.
Tendo em vista a aplicação dos método selecionados foram realizadas pesquisas em
questionário sobre o visitante da Reserva Florestal de Perinet. O motivo foi a proximidade
à nova área do parque, pequena distância da capital, reputação de ser um dos últimos
habitats de lêmures.
Para a pesquisa:
a- questões sobre o custo de uma excursão para ilha de Danile Boni
b- perguntas sócio-econômicas
c- processo decisivo de escolha do país de destino
d- perguntas sobre o DAP para visitar o Parque
Também foram utilizado dois cenários distintos:
a- quanto o turista estaria disposto a pagar para visitar o novo parque, sabendo que lá
teria a oportunidade de ver o mesmo número de lêmures e pássaros que viu na
visita a Perinet,
b- teria a oportunidade de ver o dobro de lêmures e pássaros em Perinet
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Os turistas receberam informações sobre o novo parque que estava sendo criado e
então eram indagados se estariam dispostos a pagar uma quantia a mais para visitar o
parque.
Resultado Obtidos:
A renda total varia de US$ 3 mil a US$ 300 mil.
O turista médio tem 38,5 anos e 15 anos de escolaridade.
Os principais turistas são de países europeus (Itália, Inglaterra, França)
A duração da viagem varia de 3 a 100 dias
Os visitantes passam na Reserva de Parinet, em média, 2 dias
Os gastos observados variam entre US$ 335 e US$ 6363 e o custo médio da viagem
é de US$ 2874.
A variável dependente no modelo típico de custo de viagem (MTCV) é a soma do
nº de viagens de ecoturismo que cada indivíduo fez ou planeja nos próximos 5 anos.
A variável dependente no modelo aleatório de utilidades (MAU) é a probabilidade
de visitar o lugar j. As variáveis de renda e educação, neste modelo, são combinadas com o
Custo Variável (INC * COST) e (EDA*COST).
Conclusão: os resultados sugerem que o ecoturismo dever ser implantado como
uma importante fonte potencial de recursos pra áreas de conservação.
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TRANSPARÊNCIAS
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ALGUNS ACONTECIMENTOS IMPORTANTES
1. Década de 70 – surge nos EUA a Auditoria Ambiental.
2. 1972 – Conferência das Nações Unidas Para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (UNCED), Estocolmo. Inicia-se o desenvolvimento
sustentável.
3. Acidentes Ecológicos.
4. 1930 – Floresta da Tijuca.
5. 1937 – Parque Nacionalde Itatiaia.
6. 1965 – Código Florestal (Lei 4771).
7. 1975 – Fundação da FEEMA.
8. 1977 – FEEMA implanta o SLAP.
9. 1981 – Lei 6938 – Dispõe Sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.
10. 1986 – Resolução 001 CONAMA.
11. 1987 – Clube de Roma ( “Our Common Futue”). Meio ambiente
ecologicamente equilibrado e desenvolvimento sustentável.
12. 1988 – Lei dos Selos Verdes (“Blue Angel”). Conceito de qualidade
ambiental de certificação.
13. 1988 – Constituição Federal Brasileira.
14. 1991 – Lei Estadual 1898 – Dispõe Sobre a Realização de Auditorias
Ambientais.
15. 1992 – Rio 92. (Declaração do Rio, Agenda 21, Convenção da
Diversidade Biológica).
16. 1992 – Código de Águas (Lei Estadual 11.996, Lei Federal 7663).
17. 1997 – Rio + 5.
18. 1997 – Resolução 237 CONAMA.
19. 1998 – Lei Federal 9605 – “Lei do Crimes Ambientais”.
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ALGUNS TERMOS IMPORTANTES
♦ EPIA: Estudo Prévio de Impacto Ambiental (são estudos realizados previamente por
ocasião da implantação de atividades que poderiam causar impactos ambientais).
Art. 225,VI;
Lei Federal n. 6938/81, Art. 9 , III;
Resolução CONAMA n. 001/86 e 237/97;
Constituição Estadual, Art. 258, X;
Lei Estadual n. 1356/88;
Deliberação CECA n.1.078/87
♦ RIMA: Relatório de Impacto de Meio Ambiente (documento que relata de forma
objetiva as conclusões do EPIA).
Decreto Federal n. 88.351/83, art. 18;
Resolução CONAMA 001/86 e 237/97;
Lei Estadual 2.535/96;
Deliberação CECA 2.117/90
♦ LICENCIAMENTO AMBIENTAL: procedimento administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente licencia a localização, instalação, operação e a ampliação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva
ou potencialmente poluidoras ou aquelas que sob qualquer forma causem degradação
ambiental. (Art.1, I, da Resolução CONAMA 237/97).
♦ AÇÃO POPULAR: é o remédio constitucional de qualquer cidadão para anular atos
e/ou contratos administrativos lesivos ao patrimônio Público Federal, Estadual e
Municipal ou que atentem contra a moralidade administrativa, o meio ambiente e o
patrimônio histórico e cultural.(Art5, LXXIII CF e regulado pela Lei 4.717/65).
♦ AUDIÊNCIA PÚBLICA: procedimento de consulta à sociedade ou a grupos
interessados em determinado problema ambiental ou potencialmente afetados por um
projeto, através da discussão pública do RIMA. (Resolução CONAMA 001/86, Art.
11,& 2, 9/87 e 237/97, Art. 3 e a Lei Estadual 1356/88, Art. 6 e a Deliberação CECA n.
1.344/88).
♦ INFRAÇÕES AMBIENTAIS ADMINISTRATIVAS: toda ação que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente (Art. 70,
caput, da Lei 9.605/98 – Lei dos Crimes Ambientais e LOM/RJ, Art. 481).
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LEGISLAÇÃO
Constituição Federal
a) Legislativa: Art. 24, VI e Art. 30, I
b) Administrativa: Art. 23,VII
c) Suplementar: Art. 30, II
Lei Federal 9.605 (12/02/98) – Lei dos Crimes Ambientais.
Lei Estadual 1898 (RJ-26/11/91).
Decreto estadual 21.470 A (RJ-05/06/95) – Regulamenta a Lei 1.898.
Legislação Municipal Básica no Rio de Janeiro:
- Lei Orgânica do Município.
- Plano Diretor (Municípios com mais de 2.000 habitantes).
- Leis Municipais (Uso e ocupação do solo, Código Tributário, Orçamento,
 Código de Obras, Política Municipal de Meio Ambiente).
- Decretos Municipais.
- Convênios com órgãos federais e estaduais.
- Legislação Ambiental da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/98.
 Deliberações CECA/CN n° 3.427 (RJ-14/11/95)
Aprova e manda publicar o Documento DZ – 056.R – 2 – Diretrizes para
realizações de Auditoria Ambientais – CECA.
Licenciamentos: Resoluções CONAMA 001/86 e 237/97 – Descrição de
atividades que têm que realizar EPIA-CONAMA
ISO 14.000 - voltada para Gestão Ambiental
NBR ISO14.010 - Diretrizes para Auditoria Ambiental – Auditoria de Sistemas de
Gestão Ambiental.
NBR ISO 14.011 - Diretrizes para Auditoria Ambiental – Critérios de Qualificação
para Auditores Ambientais.
NBR ISO 14.012 -Sistemas de Gestão Ambiental – Diretrizes Gerais Sobre
Princípios, Sistemas e Técnicas de Apoio
NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
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Meio Governo e
Empresas
Sistema
Sistema
 Desenvolvimento
 Sustentável
Auxilia na
tomada de
decisão !
 Contabilidade
 Ambiental
 Auxilia na implantação
de: 1-Filosofia de controle
ambiental
 2- Elaboração de
políticas
A avaliação de impactos mensura as
conseqüências do desenvolvimento das
atividades econômicas da empresa sobre o
meio ambiente
 Financeira Não Financeira
No corpo das
demonstrações financeiras
e notas explicativas
 No relatório da
administração da
empresa
Passivo tem origem nos gastos
ambientais
1- Despesas do período atual ou anterior
2- Aquisição de bens permanentes
3- Existência de riscos desses gastos
virem a se efetivar (são as chamadas
contingências)
 Entra
AUDITORIA
Avalia eficácia das ações de
controle aferindo a qualidade
final do processo de controle
ambiental.
 (Avaliação sistemática)
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CUSTOS, ATIVOS E PASSIVOS AMBIENTAIS
♦ Não guardam maiores novidades com relação às já utilizadas pela
empresa de forma genérica para as demais transações realizadas pela
empresa, exceto com relação à definição legal do CUSTO
AMBIENTAL, e a adequada mensuração e contabilização do PASSIVO
AMBIENTAL.
♦ PASSIVO AMBIENTAL deve ser reconhecido nos relatórios
financeiros se é de ocorrência provável e pode ser razoavelmente
estimado, existindo vários padrões de contingências que devem ser
usados para caracterizar o que seria um evento de ocorrência provável.
Contudo persistem dificuldades, em alguns casos, na estimativa do valor
de um passivo ambiental, principalmente quando o mesmo não for
liquidado no curto prazo, e para o qual, deverá ser provisionado um
valor razoável, sendo registrados os detalhes dessa estimativa em notas
explicativas.
♦ Para o passivo ambiental que não é liquidado no curto prazo expressa-se
preferência pela medição através do Método do Valor Presente de uma
estimativa de custos e despesas futuras, realizadas com base em
outros custos correntes que a atividade requer e supondo a existência de
norma legal.
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CONTINGÊNCIAS, RECUPERAÇÕES E ATIVOS DE VIDA LONGA
A dificuldade no registro dos itens tradicionais aumenta quando se examina o
tratamento a ser dispensado às contingências, às recuperações e aos ativos de vida
longa.
• Contingências: surge de uma situação de risco potencial cuja efetivação está
vinculada a um evento com determinada probabilidade de ocorrência no futuro. Ou
seja, a materialização de ganho ou perda para a empresa dependerá da ocorrência, ou
não, de um evento futuro para caracterizar sua emergência. São declaradas apenas nas
notas explicativas, e, se e quando o evento contingente ocorrer, sua emergência
acarretará a constituição de um passivo ambiental.
• Ativos de vida longa: o custo atual relativo a gastos futuros decorrentes da restauração
de locais ou ao fechamento e/ou remoção de ativos de vida longa que a empresa
incorre, e que tem como uma obrigação futura a desembolsar, devem ser reconhecidos
como passivo ambiental no momento da identificação da necessidade de implementar a
remediação, e não postergada até que atividade seja encerrada ou o local fechado.
Ex: Para plataformas de exportação de petróleo e usinas de energia nuclear, tanto os
gastos prévios que viabilizam o fluxo de benefícios no futuro, quanto os gastos posteriores
de desmonte, recuperação e descontaminação devem ser vinculados ao período no qual
deve será auferido o referido fluxo de benefícios.
Ao passar do nível da contabilidade operacional, que diz respeito ao registro
individualizado das transações, para o da contabilidade gerencial, que se refere ao
fornecimento de informações sintetizadas nas demonstrações contábeis, fica ressaltada a
importância das nota explicativas que, no âmbito da contabilidade ambiental, têm seucampo de abrangência ampliado com relação às demonstrações contábeis tradicionais.
Essas notas devem abordar todas as informações consideradas relevantes que afetam, ou
possam afetar, o desempenho global da empresa, e portanto devem incluir comentários
sobre os seguintes assuntos:
 Multas ou penalidades pela não conformidade com a regulação;
 Total de gastos ambientais capitalizados durante o período;
 Compensações para terceiros devido a danos ambientais causados no passado;
 Base de mensuração do passivo ambiental, sua natureza, período de ocorrência e
condições de pagamento;
 Incerteza significativa sobre o valor total e/ou períodos de competência de passivos
ambientais.
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CUSTOS AMBIENTAIS
♦ Custo é um dos elementos essenciais da Gestão Estratégica das empresas.
♦ A mensuração dos custos ambientais tem esbarrado nas limitações dos instrumentos da
contabilidade, já que pela sua natureza, a maioria desses custos se enquadra na
classificação de CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO, ou o CONSUMO DOS
RECURSOS ocorre concomitantemente ao processo produtivo normal, dificultando,
com isso, sua identificação.
♦ As metodologias usadas na identificação dos custos ambientais:
 i. Custeio por absorção;
 ii. Custeio variável;
 iii. Custeio por atividade.
CUSTEIO POR ATIVIDADES
Por suas características o sistema de custeio por atividade se mostra mais
adequado para identificar e mensurar os custos ambientais, dado que seu objeto de custos
são as atividades relevantes, desenvolvidas com fins específicos.
Serão definidos a partir da identificação e mensuração dos recursos
consumidos pelas atividades de controle, preservação e recuperação ambiental.
Embora ainda não represente a solução plena para todos os problemas de
gerenciamento dos recursos consumidos na proteção do meio ambiente, mostra-se como
subsídio eficiente para a gestão econômico-ambiental.
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ANÁLISE DE RISCOS ACIDENTAIS
♦ É uma metodologia probabilística que trabalha com variáveis randômicas que são
essencialmente as probabilidades de falha nos equipamentos (ou suas freqüências
esperadas de falhas) e probabilidade de falhas humanas. Essas falhas criam os
chamados Eventos Iniciadores com potencial de dano.
♦ Algumas catástrofes:
 Acidente com navio Exxon Valdes no Alasca (24/03/1989): derramou mais de 40.000
toneladas de petróleo no mar, e custou à Exxon mais de US$13 bilhões (exemplo de
impacto financeiro).
 Chernobyl na Ucrânia (26/04/86): inutilizou uma área de 12.000 Km2 por talvez mais
de 300 anos para qualquer utilização, além de contaminar solos e alimentos por vasta
área em toda Europa – cerca de 25.000 Km2 estão com nível de radioatividade acima
dos limites considerados seguros.
 Hg em Minamata (numa bacia do Japão).
 Cs em Goiana.
♦ Assim, uma Análise de Risco serve como técnica de aprendizado para os
responsáveis pela instalação de riscos envolvidos. Um método muito utilizado numa
Análise de Risco é a avaliação por Árvore de Eventos, que inicia-se com a definição e
seleção dos Eventos Iniciadores.
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ANEXOS
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ANEXO 1 – LEI 1898/91
LEI Nº 1.898, de 26 de novembro de 1991.
Dispõe sobre a realização de auditorias ambientais.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Para os efeitos desta Lei, denomina-se auditoria ambiental a realização de
avaliações e estudos destinados a determinar:
I - os níveis efetivos ou potenciais de poluição ou de degradação ambiental provocados por
atividades de pessoas físicas ou jurídicas;
II - as condições de operação e de manutenção dos equipamentos e sistemas de controle de
poluição;
III - as medidas a serem tomadas para restaurar o meio ambiente e proteger a saúde
humana;
IV - a capacitação dos responsáveis pela operação e manutenção dos sistemas, rotinas,
instalações e equipamentos de proteção do meio ambiente e da saúde dos trabalhadores.
Art. 2º - Os órgãos governamentais estaduais encarregados da implementação das políticas
de proteção ambiental poderão determinar a realização de auditorias periódicas ou
ocasionais, estabelecendo diretrizes e prazos específicos.
Parágrafo único - Nos casos de auditorias periódicas, os procedimentos relacionados à
elaboração de diretrizes deverão incluir a consulta à comunidade afetada.
Art. 3º - As auditorias ambientais serão realizadas às expensas dos responsáveis pela
poluição ou degradação ambiental.
Art. 4º - Sempre que julgarem conveniente para assegurar a idoneidade de auditoria, os
órgãos governamentais poderão de terminar que sejam conduzidas por equipes técnicas
independentes.
$ 1º - Nos casos a que se refere o caput deste artigo, as auditorias deverão ser realizadas
preferencialmente por instituições sem fins lucrativos, desde que asseguradas a capacitação
técnica, as condições de cumprimento dos prazos e valores globais compatíveis com
aqueles propostos por outras equipes técnicas ou pessoas jurídicas.
$ 2º - A omissão ou sonegação de informações relevantes descredenciarão os responsáveis
para a realização de novas auditorias durante o prazo mínimo de 2 (dois) anos, sendo o fato
comunicado à Procuradoria Geral de Justiça.
Art. 5º - Deverão, obrigatoriamente, realizar auditorias ambientais periódicas anuais as
empresas ou atividades de elevado potencial poluidor, entre as quais:
I - as refinarias, oleodutos e terminais de petróleo e seus derivados;
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II - as instalações portuárias;
III - as instalações destinadas à estocagem de substâncias tóxicas e perigosas;
IV - as instalações de processamento e de disposição final de resíduos tóxicos ou
perigosos;
V - as unidades de geração de energia elétrica a partir de fontes térmicas e radioativas;
VI - as instalações de tratamento e os sistemas de disposição final de esgotos domésticos;
VII - as indústrias petroquímicas e siderúrgicas;
VIII - as indústrias químicas e metalúrgicas.
$ 1º - Os órgãos governamentais encarregados da implementação das políticas de controle
da poluição definirão as dimensões e características das instalações relacionadas nos itens
VI e VIII do caput deste artigo que, em função de seu pequeno porte ou potencial poluidor,
poderão ser dispensadas da realização de auditorias periódicas.
$ 2º - O intervalo máximo entre auditorias ambientais periódicas será de 1 (um) ano.
Art. 6º - Sempre que constatadas quaisquer infrações deverão ser realizadas auditorias
trimestrais até a correção das irregularidades, independentemente da aplicação de
penalidade administrativas.
Art. 7º - As diretrizes para a realização de auditorias ambientais em indústrias poderão
incluir, entre outras, avaliações relacionadas aos seguintes aspectos:
I - Impactos sobre o meio ambiente provocados pelas atividades de rotina;
II - Avaliação de riscos de acidentes e dos planos de contingência para evacuação e
proteção dos trabalhadores e da população situada na área de influência, quando
necessária;
III - Atendimento aos regulamentos e normas técnicas em vigor no que se refere aos
aspectos mencionados nos Incisos I e II deste artigo.
IV - Alternativas tecnológicas, inclusive de processo industrial, e sistemas de monitoragem
contínua disponíveis no Brasil e em outros países, para a redução dos níveis de emissão de
poluentes;
V - Saúde dos trabalhadores e da população vizinha.
Art. 8º - Todos os documentos relacionados às auditorias ambientais, incluindo as
diretrizes específicas e o currículo dos técnicos responsáveis por sua realização, serão
acessíveis à consulta pública.
Art. 9º - A realização de auditorias ambientais não exime as atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras ou causadoras de degradação ambiental do atendimento a outros
requisitos da legislação em vigor.
Art. 10 - O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no prazo de noventa dias
contados a partir de sua publicação.
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ANEXO 2 - ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
Determinação de Prioridades, Açõese Procedimentos Para a Gestão Ambiental:
De modo geral, as restrições orçamentárias impõem à sociedade a necessidade de
responder duas perguntas fundamentais relativas à proteção ambiental:
a) quais os recursos ambientais em que devemos concentrar esforços?
b) quais métodos devemos utilizar para atingir os objetivos desejados?
Percebe-se, então, que devemos definir prioridades quanto ao que queremos
conservar e onde. Até hoje, a abordagem predominante tem se baseado no critério
ambiental, biológico ou geográfico. Faz-se, assim, necessário o conhecimento e
entendimento de nossa biodiversidade, que será um pré-requisito para a aplicação do
critério econômico.
A literatura sobre o critério econômico propõe, no gerenciamento dos recursos
naturais, o seguinte:
a. Análise Custo-Benefício (ACB);
b. Análise Custo-Utilidade (ACU);
c. Análise Custo-Eficiência (ACE).
Nossa discussão apontará o ACE como sendo mais proveitoso quando as
prioridades já estão definidas e o ACB e ACU, em caso contrário.
Determinação de Prioridades Utilizando o Critério Econômico:
Análise Custo – Benefício (ACB)
Este critério econômico é mais utilizado para a determinação de prioridades na
avaliação de políticas. Seu objetivo é comparar custos e benefícios associados aos
impactos das estratégias alternativas de políticas em termos de seus valores monetários.
Benefícios são aqueles bens e serviços ecológicos, cuja conservação acarretará a
recuperação ou manutenção destes para a sociedade. Já os custos representarão o bem-estar
que se deixou de ter em função dos recursos da economia para políticas ambientais em
detrimento de outras atividades econômicas.
A estimação dos valores monetários, que é o tema central desta apostila, reflete
valores econômicos baseados nas preferências dos consumidores. Conforme veremos com
detalhes a seguir, utilizando mercados de bens privados complementares e substitutos para
serviços ambientais, ou mesmo mercados hipotéticos para esses serviços, é possível
capturar a disposição a pagar das pessoas por mudanças na provisão ambiental.
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Assim, com esta técnica será possível identificar as estratégias cujas prioridades
aproveitam os recursos. Ou seja, aquelas cujos benefícios excedam os custos, o que
significa maximizar recursos disponíveis da sociedade e conseqüentemente otimizar o bem
estar social.
As estratégias são ordenadas de acordo com o valor presente dos benefícios
líquidos. Esta ordenação permite que os tomadores de decisão definam prioridades,
adotando primeiro as estratégias cujos benefícios são mais elevados.
Uma análise custo-benefício é a comparação dos custos de investimentos e
operação (c ), incorridos a cada momento do tempo (t) para realizar uma ação, versus
os respectivos benefícios (b) gerados ao longo do tempo.
Esta comparação permitirá analisar a viabilidade da ação. Existem três indicadores
de para esta técnica:
a. Valor presente líquido (VPL):
VPL = ∑ +
−
ni
cb
)1(
)(
Calcula-se a diferença do valor descontado dos benefícios sobre o valor descontado
dos custos. Se o VPL ≥ 0 indicará viabilidade e a ações podem ser ordenadas de acordo
com a magnitude do VPL.
b. Relação Custo/Benefício
B/C = 
∑
∑
+
+
n
n
ic
ib
)1(
)1(
Neste caso a viabilidade será indicada por B/C ≥ 1, sendo as ações indicadas pela
magnitude de B/C.
c. Taxa Interna de Retorno
VPL = 0
A taxa interna de retorno será a taxa para a qual VPL é nulo.
A valoração apresenta três problemas:
• tentar compreender um sistema sem conheceer a essência;
• saber reconhecer os bens – recursos naturais – quantitativamente e qualitativamente.
Por exemplo, o serviço que a natureza nos fornece: qualidade do ar, prejudicada pela
quantidade de poluentes;
• direito de poluição: pode ser negociado, vendido, trocado, etc.
O pensamento Neoclássico, trata as relações de troca internas ao sistema, não
levando em conta as externalidades (que são ineficiências na alocação ótima dos recursos
naturais).
Planejamento e Avaliação de Projetos Industriais:
A Decisão de Investimentos na I. Q. :
Elemento
a- Vi
im
fic
b- Inv
serão 
exemp
prelim
termin
dentre
o
R
C
Tamanho
s Básicos:
da útil: horizonte de planeja
agine um caso de uma pont
a fácil dizer que a vida útil é
estimento ou Capital Fixo: r
transacionados e isto gera u
lo, tudo que gastamos até a
inares, até terrenos, const
ará em bens intangíveis (m
 outros).
T
E
eceitas e
ustos
Avalia
Mercado
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mento, ou seja, até quan
e cuja concessão seja de
 de aproximadamente 20
efere-se aos bens imobi
ma imobilização de rec
 data da inauguração. A
ruções e edificações, e
arcas, patentes, aquisiçã
ecnologia e
ngenharia
ção do Projeto
Localizaçã
do é razoável. Por exemplo,
 20 anos. Então, nestes casos
 anos.
lizados que em princípio não
ursos por período longo. Por
ssim, vai desde as despesas
quipamentos, instalações e
o de tecnologias, know-how,
Investimentos
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c- Capital de Giro: é uma imobilização de recursos (dinheiro empatado) destinados
a fazer frente às operações de produção e comercialização. Assim, precisamos de
dinheiro em caixa, estoque de produtos, estoque de matéria-prima, vendas a prazo,
etc.
Logo, o investimento total será igual ao investimento fixo mais capital de giro.
Cabe aqui uma observação: para a indústria o mais importante é o investimento fixo e não
o capital de giro. Já para o comércio será ao contrário.
d- Depreciações: é um custo, porém, apenas contábil, isto é, a empresa não retira do
bolso para entrar nos custos operacionais. Porém, é uma parcela somada aos custos
operacionais, de modo a levar em conta a limitação da vida útil do investimento.
Curvas de Depreciação (Método Linear):
D = (I-L)/n, onde: D = depreciação anula, I = investimento fixo, L = valor residual, n =
vida útil.
O valor de L é geralmente considerado como sendo zero.
O valor de n pode, assim, ser considerado: 25 anos para construções e prédios, 10
anos para máquinas e equipamentos e 4 anos para veículos.
e- Receita: quantidade vendida x preço (depende do estudo do mercado, pois os
projetos são muito sensíveis tanto ao preço, quanto à quantidade. Assim, errando-se
pouco, teremos um erro muito grande no projeto).
f- Custos Operacionais: a classificação dependerá da natureza do projeto.
g- Lucro Operacionais: receita menos custos e despesas operacionais.
h- Lucro Tributável: lucro operacional menos os objetos isentos do imposto de
renda (depreciações).
Aplicação: Investimento = 100, vida útil = 5, valor residual = 0, receita anual = 50,
custos operacionais =20, financiamento = 50, juros = 10%aa, amortização (sistema
americano) – cota única o final do 5º período, depreciação linear = 5 anos, imposto de
renda = 40% do lucro tributável.
a- Fluxo de Caixa antes do Imposto de Renda e Sem Financiamento: (FC-I)
Ano Investimento Receita Custos Operacionais FC - I
0 -100 -100
1 50 -20 -30
2 50 -20 -30
3 50 -20 -30
4 50 -20 -30
5 50 -20 -30
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OBS: Caso haja valor residual, este entrará na coluna do investimento no ano 5.
b- Fluxo de Caixa com Imposto de Renda e Sem Financiamento: (FC-II)
Ano Investim. Receita Custo
Operac.
FC-I Deprec. Lucro
Tribut.l
I. R. FC-II Lucro
Líquido
0 -100 -100 -100
1 50 -20 30 -20 10 4 26 6
2 50 -20 30 -20 10 4 26 6
3 50 -20 30 -20 10 4 26 6
4 50 -20 30 -20 10 4 26 6
5 50 -20 30 -20 10 4 26 6
Depreciação = 100/5 = 20
FC-II = Receita – (custo operacional + imposto de renda) = 50 –24 =26
Lucro Líquido = FC-II – Depreciação = 26 –20 = 6 (é o que interessa aos sócios e
acionistas).
Assim, fica marcante a diferença entre caixa e lucro. Neste caso o caixa seria 26
(onde está incluído o valor da depreciação deixado pelo imposto de renda). Todavia o lucro
foi apenas de 6.
c- Fluxo de Caixa com Imposto de Renda e com Financiamento: (FC-III)
Continuação do quadro anterior.
FC-II Financiamento Juros Amortização Lucro
Operac.
Lucro
Tributável
II
I. R. FC-III
50 -50
6 5 5 2 23
6 5 5 2 23
6 5 5 2 23
6 5 5 2 23
6 5 -50 5 2 -27
Lucro Tributável II = Lucro TributávelI - Juros = 50 – (20 + 20 +5) = 5
Fluxo de Caixa III = 50 – 20 – 5 – 2 = 23
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EXEMPLO – Calcular o VPL para uma taxa mínima de atratividade i = ima
a- Caso 1: Uma Alternativa
Ano Investimento Receita Custos Fluxo de Caixa
0 100 -100
1 60 20 40
2 75 25 50
3 92 32 60
i = ima = 10%
VPL =
b- Duas ou Mais Alternativas de Mesma Vida Útil:
Neste caso será a de maior VPL.
c- Duas Alternativas com Vida Útil Diferentes:
Alternativa Custo Inicial Vida Útil Valor Residual Custo Anual
A 400.000 4 anos 40.000 10.000
B 600.000 8 anos 80.000 20.000
Qual o melhor equipamento?
 40.000
 400.000 10.000 10.000 10.000
 80.000
 20.000 20.000 20.000
600.000
VPLA = -400.000 – 10.000 X 
( )
( ) 1,01,01
11,01
4
4
X+
−+ + 40.000 X ( )41,01
1
+
 = - 375.825
Analogamente, VPLB = -669.378
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A pergunta é: “Será que podemos comparar os dois valores, uma vez que as vidas
úteis são diferentes?”.
Geralmente o procedimento escolhido seria o mmc entre as vidas úteis. Neste caso,
seria 8. Assim, poderíamos fazer as comparações.
Taxa Interna de Retorno:
Se TIR for maior que ima , então será viável.
Suponha uma ima = 8% para os casos abaixo:
a- Uma Alternativa:
Ano 0 1 2 3 4 5 6
Fluxo de Caixa 300 50 70 60 70 80 80
VPL (i) = 0
TIR = i = 9,04%
Assim, a alternativa será viável.
b- Duas ou Mais Alternativas de Mesma Vida Útil:
Alternativa A: processo automatizado, investimento inicial de 20.000, economias
anuais 3116, durante 10 anos.
Alternativa B: processo menos automatizado, investimento inicial de 10.000,
economias anuais 1628, durante 10 anos.
VPLA = -20.000 + 3116 X (1+i)10 – 1 / (1+i)10 X i = 0
TIRA = 9%
Analogamente, TIRB = 10%
Perceba que na alternativa A estamos investindo 20.000 e TIRA = 9% e na
alternativa B estamos investindo 10.000 e TIRB = 10%. Para saber qual a melhor, teríamos
que saber o que fazer com os 10.000 restantes.
Alternativa A: 20.000 com TIR = 9%
Alternativa B: 10.000 com TIR = 10%
 10.000 com ima = 6%
Assim, disponde de várias alternativas não podemos afirmar que aquela com maior
TIR é necessariamente a melhor. Neste caso, a melhor será a alternativa A, pois teremos
uma aplicação de 8% (10% +6%, uma vez que os capitais são iguais).
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A metodologia do INVESTIMENTO INCREMENTAL pode ser utilizada para
chegar-se mais rapidamente a esta conclusão:
A = B + (A-B)
Ou seja:
 3116 1628
1488
 = +
20.000 10.000 10.000
Esta última parcela será o investimento incremental, bastando, assim, determinar a
TIR desse investimento. Fazendo os cálculos chegaremos a TIRii = 8%.
Qual seria, então, nossa interpretação? Fazer a alternativa B é fazer a alternativa A,
mais um investimento incremental (hipotético) com TIRii = 8%, que é maior que ima = 6%.
Logo, fazer a alternativa B é melhor.
c- Duas Alternativas de Vida Útil Diferentes:
Neste caso, faríamos o mmc das informações fornecidas como vida útil e
recairemos no item b.
Método do Custo Anual ou Método do Valor Anual Uniforme Equivalente:
Equipamento Preço Valor
Residual
Vida Útil Custo Anual de
Manutenção
Custo Anual de
Operação
A 100 10 5 anos 10 15
B 120 15 8 anos 11 16
Ima = 10%
Alternativa A:
 10
 1 2 3 4 5
 25 25 25 25 X
100
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Ou seja: qual seria o valor X de uma série uniforme (sem pagamento em zero) que
seria equivalente à alternativa A.
CAA = 25 + 100/ [ (1+i)n –1 / (1+i)n x i]- 10/ [(1+i)n –1 / i] = 49,74
 R
P = R (1+i)n –1 / (1+i)n x i , P = 100 (ou seja, transforma o 100 em 5 pedacinhos iguais
periódicos equivalentes).
Como o 10 não está em zero, teremos que leva-lo ao período zero para aplicarmos a
fórmula. Então:
10 / (1+i)n = R (1+i)n – 1 / (1+i)n x i.
Agora basta fazermos a mesma coisa para a alternativa B, que resultará em 48,18.
Assim, será a melhor opção.
Obs. Com estas informações agora podemos determinar o Tempo de Uso de um
equipamento ou instrumento com menor custo anual (Vida Econômica).
Ex: Se compramos hoje um carro por 28.000, daqui a quanto tempo devo vende-lo para
amortizar o meu investimento?
Ano 1 2 3 4
Revenda 20.000 15.000 10.000 5.000
Custo de
Manutenção
4.000 6.000 8.000 10.000
Primeiro Ano: Segundo Ano:
 20.000
15.000
 28.000 4.000 28.000 4.000
6.000
Realizando todos os cálculos relativos aos quatro anos chegaremos à conclusão de
que a melhor opção será a de 3 anos.
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ESTUDO DE CASOS
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ESTUDO DE CASO 1 - VAZAMENTO
Uma pequena instalação funciona com gás altamente inflamável presente em
tanques e tubulações metálicas. O escapamento desse fluido formará uma pluma de gás
que, transportada pelo vento, poderia ter quatro conseqüências:
1-incendiar-se, queimando materiais, vidas, equipamentos, ninhos ou casas porventura em
seu caminho;
2-explodir, destruindo tudo;
3-nem explodir, nem incendiar-se por falta de fonte de ignição, e assim prosseguir
dispersando-se de modo inofensivo;
4-explodir ou incendiar-se numa área onde não haja qualquer tipo de vida ou material
relevante.
 Definindo o Evento Iniciador, associa-se lhe uma freqüência esperada de
ocorrência, através de análise de confiabilidade ou banco de dados. Por exemplo, no
caso de vazamentos descobre-se que pode ocorrer uma vez a cada 30 anos. Daí segue-se
pelos ramos da árvore, multiplicando-se a freqüência esperada inicial pelas probabilidades
no caminho de cada ramo da árvore. Ao final de cada seqüência obter-se-á uma freqüência
esperada ponderada pelas probabilidades daquele caminho. A partir dessa freqüência
esperada ponderada que nesse exemplo simples é:
(1/30). 0,7 . 0,5 . 0,4 = aproximadamente 5/1.000 anos, pode-se estimar a freqüência de
dano, multiplicando-se a freqüência ponderada deste ramo pelas suas conseqüências. Se a
conseqüência desse ramo fosse a morte de 10 pessoas, então teríamos:
 R3 = (5/1000) . (morte de 10 pessoas) = 5 mortes a cada 100 anos, que corresponde a
0,05 mortes/ano ou como é mais usado em Engenharia 5,00 . 10-2 mortes/ano.
Associando cada conseqüência (neste caso a morte de uma pessoa), a um valor monetário,
digamos US$10 milhões, chegaremos facilmente ao custo anual dos acidentes gerados por
este evento iniciador, que resultaria em:
risco(anual) . custo de conseqüência = custo anual
0,05 mortes/ano . (custo da morte, US$ 10 milhões) = US$ 500 mil/ano
EI norte – 0,7 sem ignição – 0,5 R1=0
 com ignição – 0,5 ausência de vida – 0,6 R2=0
 R3 = risco de morte
 presença de vida (10 pessoas) – 0,4
 sul – 0,3 (área desértica a frente) R4=0
(freqüência = 1 a cada 30 anos)
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ESTUDO DE CASO 2 - AVALIAÇÃO DOS INVESTIMENTOS PARA
O PROGRAMA DE DESPOLUIÇÃO DA BAIA DE GUANABARA.
Generalidades:
RecursoAmbiental (R): Baia de Guanabara
Objetivo: Análise de custo / benefício
VALORES ESTIMADOS MÉTODO UTILIZADO
Valor de uso relativo ao aumento da
oferta de regularização do abastecimento
de água
Gastos defensivos
Valor de uso relativo à diminuição do
desperdício com racionalização do
consumo de água
Produtividade marginal
Valor de uso relativo ao saneamento de
residências
Valoração contingente com transferência
de funções
Valor de uso relativo à recuperação
ambiental de rios e valões
Valoração contingente
Valor de uso relativo à recuperação
ambiental das praias
Custo de viagem e valoração contingente
Valor de uso relativo à recuperação do
setor pesqueiro
Produtividade marginal
Valor de uso relativo ao aumento da
demanda do setor turístico
Produtividade marginal
Valor de uso relativo à diminuição de
cheias
Custos evitados
População beneficiada total: 5 milhões
Investimentos totais: US$ 793 milhões
Área da Baia de Guanabara: 381 Km2
Bacia hidrográfica: 4234 Km2
Fontes de Poluição da Baia de Guanabara:
• Parque industrial com 6000 industrias
• REDUC – lançamento de 1,75 t/dia de óleo
• 16 terminais marítimos de petróleo- lançamento de 0,5 t/dia de óleo
• 2 portos comerciais (Niteroi e Rio de Janeiro)
• 2000 postos de serviço e 40 estaleiros – lançamento de 1 t/dia de óleo.
• Esgôtos domésticos – 544 t/dia
• Vazadouros de lixo às margens dos rios que contribuem para a BG – 5000 t/dia
• Favelas
• Desmatamentos e aterros clandestinos
Conseqüências diretas ao ser humano: doenças veículadas pelos recursos hídricos.
Outras consequencias: assoreamento da Baia, obstrução de córregos, enchentes, redução da
pesca, destruição de mangues, etc.
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Metodologias:
Avaliação econômica dos investimentos em saneamento básico, drenagem e
resíduos sólidos, com finalidade de dar diretrizes à melhor configuração dos projetos e
garantir a viabilidade econômica.
O estudo de custo – benefício foi realizado apenas para os componentes de custo
saneamento e drenagem com taxa de desconto de 11%a.a.
BENEFÍCIOS CUSTOS
Melhoria das condições sanitárias para
1,2 milhão de habitantes
Construção de redes coletoras de esgoto,
redes de abastecimento de água, coleta de
lixo e dragagem
Melhoria das condições estéticas e de
habitação
Construção de coletores-tronco, coleta de
lixo e dragagem
Criação de novas oportunidades de
recreação para população próxima à Baia,
evitando congestionamento de trânsito
para deslocamento até praias oceânicas
Construção de ETE’s
Ampliação da oferta de atrativos
turísticos, recuperação da pesca de
espécies de importância econômica.
Construção de ETE’s
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
A setorização dos sistemas e a micromedição induzem ao consumo mais racional da
água e portanto, menor desperdício, ou seja, diminuição de perdas e aumento de oferta.
• Setorização
O calculo dos benefícios foi feito por “gastos defensivos” .
Para o cálculo destes benefícios obteve-se, através de um levantamento de campo,
valores análogos a DAP das famílias diretamente afetadas pelo projeto.
Os custos forma calculados baseados nos preços de eficiência através do custo
marginal dos sistemas da empresa de saneamento regional.
B=109,7 Milhões C=78,5 Milhões
• Micromedição
No caso de micromedição utilizou-se a técnica de “produtividade marginal”
considerando-se o aumento da oferta (D.R.) com a racionalização do consumo, reduzindo
recursos que seriam investidos em manutenção e operação para o consumo poupado.
Utilizou-se como base os preços da empresa de saneamento regional.
B=158,5 Milhões C=76,8 Milhões
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ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Avaliou-se o custo-benefício de investimentos específicos em redes-coletoras,
coletores-troncos, recuperação ambiental e melhorias da qualidade da água da B.G.,
identificando impactos na estética, pesca e turismo.
• Redes coletoras
Utilizou-se o “MVC” e a obtenção da DAP de cada família para o serviço de coleta
de esgoto.
Foi utilizado o procedimento de “transferência de função” , isto é, adotou-se como
base dados e resultados de pesquisas similares já realizadas em outras regiões (São Paulo e
Fortaleza).
B=187,4Milhões C=92,1 Milhões
• Coletores-troncos
Foi utilizado o “MVC” com aplicação de 500 questionários do tipo referendo (2
valores) para obter a DAP
B=215,6Milhões C=110,2Milhões
TRATAMENTO DO ESGOTO
Foi realizada a análise de C/B para tratamento de 40% do volume total de esgoto
lançado.
Os parâmetros de qualidade da água considerados para o esgoto tratado foram a
DBO, coliforme total e oxigênio dissolvido.
Considerou-se também o tratamento primário em 95% do volume considerado em
detrimento de considerar o tratamento secundário.
Para esta análise utilizou-se o “MVC” para valoração da balneabilidade, esportes
náuticos e estética, método da “produtividade marginal” para atividades turísticas e
pesqueiras.
• Balneabilidade
Método de valoração contingente em 1674 famílias com avaliação da DAP para
banho de mar.
Foi utilizado também o método de custo de viagem para calculo da balneabilidade.
Ambos os métodos chegaram a valores altos da DAP para obter-se a balneabilidade das
praias da B.G..
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• Atividade turística e pesca
a) turismo
Calculou-se o ganho incremental de 50% de turistas permanecendo mais um dia do
RJ para ir ao banho de mar na B.G., e adotou-se a contribuição deste valor aos setores
economicos em 40%.
b) pesca
Analisando dados coletados diretamente das colônias de pescadores da região,
observou-se que atualmente muitas espécies não são mais encontradas na B.G..
O volume pescado atualmente equivale a 33% do volume de peixe pescado a 10
anos atrás e 17% do volume de camarão.
c) viabilidade econômica agregada
Os custos associados aos benefícios do tratamento de esgotos refletem os
investimentos para expansão e manutenção da rede coletora e esgotos, e dos coletores-
troncos e os investimentos de operação e manutenção de ETE’s.
B=582,4Milhões C=347,5Milhões
DRENAGEM
A avaliação dos C/B da drenagem dos rios foi realizada por “custos evitados” .
Avaliou-se os prejuízos à população por ter casas e ruas alagadas assim como
custos de lançamento de lixo carreado das ruas para a B.G..
Aproveitando-se da pesquisa/MVC para coletores-troncos, foi inserida uma
pergunta para captar os prejuízos causados à população afetada direta (casas alagadas) e
indiretamente (com impossibilidade de sair para trabalhar por causa das ruas alagadas).
B=10,3Milhões C=9,5Milhões
AVALIAÇÃO CRÍTICA DO ESTUDO
O estudo é bastante ilustrativo por apresentar um caso real avaliado por vários
métodos, inclusive em alguns casos, comparando-se resultados obtidos por dois métodos,
porém não foram avaliados os viezes nos resultados obtidos por MCV já que não se
mencionaram os aspectos da singularidade ecológica da B.G. e valores da não-uso.
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ESTUDO DE CASO 3 - AUDITORIA AMBIENTAL NO ATERRO
SANITÁRIO
PROGRAMA DE AUDITORIA DO ATERRO SANITÁRIO
OBJETIVO
ESCOPO
PROGRAMA DE AUDITORIA - ATERRO DATA FEITO
POR
1.Verificar sistema de impermeabilização com finalidade de
constatar possíveis vazamentos e percolação no solo. Verificar
ainda se foi feita com material artificial e/ou natural .(NBR
10.157/dez 97)
2.Verificar monitoramento de gases oriundos da decomposição
orgânica / biológica do lixo.(NBR 10.157/dez 97)
3. Constatar a adequação do plano de emergência e treinamento de
funcionários. (NBR 10.157/dez 97)
4. Verificar a existência de uma rede de drenagem superficial com
objetivo de evitar deslocamento e/ou arraste de chorume para locais
não determinados, causando possíveis contaminações locais
tóxicas, que poderiam acarretar reações, até mesmo violentas.(NBR
10.157/dez 97)
5. Confrontar o catálogo de materiais recebidos com TAB I e II,
com finalidade de constatar segregações que ocasionem
combinações químicas e físico-químicas indesejáveis .(NBR
10.157/dez 97)
6. Verificar se o aterro está localizado a umadistância mínima de
200 m de qualquer coleção hídrica ou curso de água (caso contrário
verificar critérios OECA) .
(NBR 10.157/dez 97)
7. Verificar se a vegetação existente é uma atenuante de vetores e
erosão .
(NBR 10.157/dez 97)
8.Verificar a existência mínima de 500 m de núcleos populacionais,
incluindo os catadores (NBR 10.157/dez 97). Para zonas
residenciais de no mínimo 2 Km.
9.Verifiacar se o aterro é executado em áreas sujeitas a inundações,
em período de recorrência de 100 anos .(NBR 10.157/dez 97)
10. Verificar a existência de monitoramento em número de 4 ( um a
montante e 3 a jusante) de modo que as variáveis possam ser
verificadas ao menos 4 vezes ao ano. (NBR 10.157/dez 97)
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11. Verificar a distância mínima de 15 Km da cabeceira das pistas
de aeroportos em todo Estado do RJ (Lei 2794 - 17/09/97).
12. Verificar se o aterro recebe escombros, entulhos, e resíduos de
construção, reforma ou demolição de edificação de qualquer
natureza. Em caso positivo averiguar (solicitação de cópia)
licenciamento e fiscalização do Município. (Lei 1546 - 17/01/90).
Verifique, também, se a descarga é feita em pontos que são
previamente determinados em conjunto com SMO, SMU e SMAC.
13. Avaliar a existência de discussão com a comunidade em relação
a instalação do aterro .
14. Solicitar licença de operação da FEEMA.
15. Verificar destino dado aos resíduos perfurantes e cortantes.
(NBR 9190)
16. Constatar se os abrigos onde é feita a coleta seletiva de lixo,
segue normas e padrões de construção e instalação de Serviço de
Saúde do Ministério da Saúde.
17. A partir de que data, iniciou-se a utilização do aterro?
USO DO APARELHO " NANO TEM"
18.Constatar a existência de águas subterrâneas. Entre a superfície
do aquífero e o nível mais baixo do lençol freático de existir no
mínimo 1,5 m de solo insaturado. (NBR 10.157/dez 97)
19. Constatar coeficiente de permeabilidade do solo de
aproximadamente 5. 105 cm/s .(NBR 10.157/dez 97)
20. Verificar sistema de drenagem para coleta de percolados,
instalado logo após impermeabilização e seu dimensionamento de
modo a evitar formação de uma lâmina de líquido percolado
superior a 30 cm sobre a impermeabilização .
(NBR 10.157/dez 97)
PLANO DE ENCERRAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO:
21. Verificar a existência de:
a- monitoramento de águas subterrâneas por um período de 20 anos
(NBR 10.157/dez 97)
b- manutenção do sistema de drenagem. (NBR 10.157/dez 97)
c- manutenção de tratamento dos percolados (NBR 10.157/dez 97)
d- existência de aves de rapina
22. Verificar medidas de proteção ambiental relativas à :
a- contenção dos taludes do aterro (NBR 10.157/dez 97)
b- contenção das encostas adjacentes ao aterro (NBR 10.157/dez 97)
c- contenção das encostas das jazidas de material (CÓDIGO IT -
1302 DELIBERAÇÃO CECA No 3326 - 29/11/94).
23. Quais medidas estão sendo tomadas com relação a
preservação ambiental?
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A ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE CHORUME.
Canaletas ao
Redor
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO - CHORUME
Lagoa
Final
Alcalinidade básica
Tanque de
Homogeinização
Tanque de
Eletrocoagulação onde
por descarga entre
placas ocorre uma
desestabilização
coloidal das partículas
(↑ P)
Tratamento
Decantador
primário
Lodo
Tanque de
Acúmulo Sobrenadante
 Aerador
 Mecânico
 (~60d)
Sobrenadante
Tratamento
Secundário
Filtro
de areia
Tanque
de
Polimento
Água
Tanque de
Polimento
Nano Filtração
Mesh 10-9
Alto turbilhamento –
bactéria consome substrato
(decomposição orgânica)
Reciclo
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PREFEITURA DA CIDADE DO PAPO FUNDO
CONTROLADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
AUDITORIA GERAL
___________________________________________________________________
RELATÓRIO DA AUDITORIA GERAL ESPECIAL
RAG Nº X
_______________________________________________________________
____
ENTIDADE AUDITADA: COMPANHIA MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA
TIPO DE AUDITORIA: AUDITORIA ESPECIAL
CÓPIA PARA AÇÃO:
CÓPIA PARA INFORMAÇÃO: 
O. S
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I – INTRODUÇÃO
Em cumprimento à Ordem de Serviço nºX , realizamos os trabalhos de auditoria
ambiental, na Companhia Municipal de Limpeza Urbana.
II - OBJETIVO
Este exame objetiva a identificação dos riscos ambientais provenientes das
atividades operacionais da COMP. URBANA e os pontos de controle existentes no lixão de
xxx e no aterro controlado de X, sob responsabilidade da empresa, abrangendo os aspectos
legais e geofísicos.
III – ESCOPO
• Inspeção geofísica no lixão de X, com o uso dos equipamentos de
magnetometria (medida de campo magnético) e gamaespectrometria
(medida de radioatividade gama).
• Análise ao cumprimento das normas emanadas pela ABNT, em especial,
a norma NBR 10.157 de dezembro de 1997 e a Lei n. 9.605, de fevereiro
de 1998 – Lei dos Crimes Ambientais.
• Análise da adequação dos procedimentos contábeis aplicados pela
empresa, no registro de valores relacionados às atividades com impactos
no meio ambiente.
IV – CONCLUSÃO
De acordo com os exames efetuados , limitado ao escopo descrito , somos de
opinião que há riscos e impactos ambientais provenientes das atividades operacionais no
Lixão de X e Aterro Controlado de X, dentre os quais destacamos:
• Vazamento de chorume para área externa ao Lixão de X.
• Camada de argila insuficiente para cobertura do lixo
• Ausência de catálogo de resíduos recebidos – Lixão de X
• Constatação de existência de lixo radioativo
• Disposição incorreta de resíduos hospitalares.
Somos de opinião, também, de que estes riscos e impactos ambientais não vêm
sendo adequadamente evidenciados nos demonstrativos contábeis da empresa, como a
ausência de procedimentos contábeis para contingências ambientais.
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Alertamos ainda, para a possibilidade de ocorrência de futuras ações judiciais contra
a Prefeitura da Cidade do Papo Fundo, tendo em vista, o reflexo das atividades operacionais
da COMP. URBANA no meio ambiente, que por ventura não atendam integralmente as
exigências legais, conforme detectado em nossos exames.
Rio de Janeiro, de julho de 2000.
V - PONTOS DE AUDITORIA
01 – CONSTATAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE LIXO RADIOATIVO
Constatamos no lixão de X, a existência de material radioativo, em especial, urânio
e tório, em descumprimento à lei n. 1.228, de 17 de novembro de 1987, que determina a
proibição de depósitos de lixo atômico ou rejeitos radioativos no Estado do Rio de Janeiro,
sejam proibidos. (vide foto n. 1)
Ressaltamos que nossos testes não permitiram precisar os índices de contaminação
encontrados, basicamente em virtude de não termos acesso às tecnologias necessárias a
uma avaliação técnica mais específica, porém salientamos que o descumprimento legal
sujeita a empresa a possíveis ações judiciais.
Portanto, não reunimos condições de avaliar os impactos ambientais no presente e
no futuro.
RECOMENDAÇÃO Nº 01
Recomendamos estudos urgentes visando a constatação dos índices radioativos
existentes no local, bem como suas conseqüências, de modo que seja atendida a lei e
preservada a saúde humana.
02 - CAMADA DE ARGILA INSUFICIENTE PARA COBERTURA DO LIXO
Constatamos em inspeção física realizada, que a camada de argila que cobre o solo
do lixão é de baixa espessura.
Este fato, aliado a possíveis erosões, ocasiona sulcos no solo recoberto e
conseqüente afloramento de lixo para a superfície. (vide fotos ns 01, 02 e 03).
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RECOMENDAÇÃO Nº 02
Recomendamos que a camada impermeabilizante seja construída com materiais de
propriedades químicas compatíveis com os resíduos, com suficiente espessura e resistência
de modo a evitar rupturas devidas, entre outras, aos seguintes motivos: a pressões
hidrostáticas e hidrogeológicas; contato físico com o líquido percolado ou resíduo, e
tensões da instalação da impermeabilização ou aquelas originárias da operação diária,
conforme preceituado pela Norma Regulamentadora NBR 10.157 de dezembro/97.
Considerando que o lixão já se encontra desativado, recomendamos, também,
estudos visando a recomposição da cobertura do solo e o uso de material que minimize a
exposição

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