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Disciplina: Direito Internacional Professora: Tatiana Sousa S. de Almada Aluno (a) Turma: 8° Semestre - 1º Atividade Continuada Prazo entrega: 02/09/2020 através do aluno virtual. I – Considerando as aulas de Direito Internacional relativas aos Tratados internacionais, a Ação Direta de Inconstitucionalidade 1625/97 que questiona o Decreto 2100/96 referente à denúncia da Convenção n. 158 da OIT, em trâmite no STF (cuja petição inicial e resposta da AGU seguem anexo), bem como os artigos científicos abaixo descritos: SLOBODA, Pedro Muniz Pinto. Denúncia de tratado não deve depender de aprovação parlamentar. In MENEZES, Wagner. Direito Internacional em Expansão. Volume VII. Belo Horizonte: Arraes, 2016. PP. 301 – 312. (em anexo) XAVIER, Fernando. FERREIRA, Thalita Lívia Israel. O Congresso Brasileiro e a denúncia unilateral de Tratados Internacionais. Revista Direito e Justiça – Reflexões sócio jurídicas – Ano XVI – nº. 23 p.77-90, novembro de 2014. (em anexo) Profira um voto, posicionando-se sobre a necessidade ou não de submissão do ato unilateral denominado “Denúncia” ao Congresso Nacional: Orientações: a) Aborde o conceito, a forma de recepção dos tratados internacionais e o status normativo atribuído aos mesmos pelo ordenamento jurídico brasileiro; b) Escreva de 400 a 700 palavras; c) Identifique as referências utilizadas na construção de seu voto; Tratados Internacionais Em um contexto em que cada vez mais os países se relacionam para alcançar objetivos em diversos temas globais, os tratados internacionais são instrumentos eficazes para obrigar os sujeitos a se comprometerem a alcançar verdadeiramente esses objetivos. Assim, torna-se mais eficaz o cumprimento de metas e planos em âmbito internacional por parte dos Estados. Isso acontece porque eles estão atrelados a um instrumento formal, o próprio tratado, que lhes impõe responsabilidades. Os tratados internacionais são acordos realizados em âmbito internacional e que visam proteger ou fortalecer interesses em determinada área. Para que isso aconteça é necessário haver vontade livre dos participantes de realizar aquele documento jurídico, além do objetivo do tratado ser minimamente possível e específico, respeitando requisitos formais. No caso dos tratados de natureza internacional, o direito internacional serve como um guia para a construção desse documento. Ele norteia o passo a passo de como isso deve ser feito detalhadamente. A fonte do direito internacional é algo que dá origem a outra coisa, é a partir deles que as normas internacionais começam a aparecer e ser aplicadas. É o tratado que transforma essas normas de ideias para algo escrito, dando vida a elas. Os Estados e Organizações internacionais são os sujeitos de direito internacional encarregados dessa tarefa. Assim como as pessoas e as empresas em cada país, no direito internacional também há entidades capazes de carregar direitos e obrigações. Elas podem baseadas nas regras do tratado, reclamar o desrespeito aos seus direitos, assim como serem punidas por descumprir suas obrigações. Essas figuras são os Estados e as Organizações Internacionais. Os tratados internacionais podem abordar diversos temas, desde a proteção de um animal em extinção até as regras que tratam sobre a lua. Não existe uma limitação temática para o conteúdo de um tratado, desde que haja sentido nele. A convenção de Viena de 1969, um tratado internacional firmado por diversos Estados para justamente coordenar o processo de composição de um tratado internacional, traz em seus artigos todo um passo a passo de como deve ser feito um tratado, tendo sua aplicação estendida tanto aos tratados posteriores a ela quanto àqueles anteriores a ela, como por exemplo, os tratados firmados no século XIX. Com isso, surge um dos princípios mais importantes do direito dos tratados, a chamada “Pacta sunt servanda”. O termo em latim significa o comprometimento de todos os sujeitos envolvidos no tratado em seguir o que foi acordado de boa fé e em consonância com o direito internacional, justamente para alcançar o resultado que motivou o tratado. A partir do momento que se iniciam as negociações em relação a um possível tratado é que se pode perceber com mais clareza as regras de como ele é feito. O direito internacional não se preocupa tanto em regular e disciplinar como essa primeira etapa, a negociação, deve acontecer. Cabe aos Estados e Organizações Internacionais debater e argumentar entre si sobre o tratado. A legislação internacional se preocupa em chamar atenção para aquelas pessoas que conduzem a negociação em nome dos Estados. No caso brasileiro, a constituição brasileira transfere essa função ao Presidente da República através do seu artigo 84. Contudo, existem certas autoridades que carregam certa presunção de plenos poderes. Isso significa que essas autoridades não necessitam de uma carta de plenos poderes para se utilizarem dos poderes que essa autorização confere, porque a Convenção de Viena, em seu art. 07, parágrafo 2, afirma que essas pessoas são automaticamente autorizadas para tanto. 1 - Uma pessoa é considerada representante de um Estado para a adopção ou a autenticação do texto de um tratado ou para exprimir o consentimento do Estado em ficar vinculado por um tratado: a) Quando apresenta plenos poderes adequados; ou b) Quando resulta da prática dos Estados interessados, ou de outras circunstâncias, que estes tinham a intenção de considerar essa pessoa como representante do Estado para esses efeitos e de prescindir da apresentação de plenos poderes. 2 - Em virtude das suas funções e sem terem de apresentar plenos poderes, são considerados representantes do seu Estado: a) Os chefes de Estado, os chefes de governo e os ministros dos negócios estrangeiros, para a prática de todos os actos relativos à conclusão de um tratado; b) Os chefes de missão diplomática, para a adopção do texto de um tratado entre o Estado acreditante e o Estado receptor; c) Os representantes acreditados dos Estados numa conferência internacional ou junto de uma organização internacional ou de um dos seus órgãos, para a adopção do texto de um tratado nessa conferência, organização ou órgão.