Buscar

resumo psic existencial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O nascimento da Psicologia Humanista - Contextualização Sócio-Histórica
O século XIX e o nascimento da Psicologia: O objetivo desta aula será o de apresentar as condições para o aparecimento da psicologia moderna, a partir de um recorte da sociologia, a filosofia e a história. O hemisfério ocidental do séc. XIX se rende aos encantos da ciência e suas promessas de felicidade e de progresso.
Ciência: O período de 1804 à 1884 foi marcado pelo desenvolvimento de inúmeras tecnologias pelas mãos da ciência que tornaram a vida na cidade possível.
Avanços medicinais: o conhecimento da anatomia humana, prevenção de doenças e o exponencial crescimento populacional;
A introdução das ferrovias e a urbanização das cidades.
Relação entre o sujeito e a sociedade: Se em momentos anteriores da história a relação entre sujeito e sociedade era mediada por uma figura transcendental, no século XIX essa relação passa a ser creditada cada vez mais pela crença na ciência, no progresso e na política. 
Como vivia um sujeito do século XIX? 
“O Homem na Multidão” de Edgar Allan Poe. 
O Surgimento da Psicologia no Séc. XIX: É em meio a esse turbilhão de acontecimentos que em 1873 na Alemanha é publicado por Wilhelm Wundt o livro Princípios de Psicologia Fisiológica.
Vê-se, portanto, que a psicologia nasce reivindicado seu lugar na ciência tendo como base as contribuições da física, da química e da biologia. 
Por ser uma episteme marcada profundamente pelas ciências naturais, a Psicologia do século XIX estava fortemente relacionada ao Positivismo.
O POSITIVISMO: O positivismo é um movimento que compreende a ciência como reguladora da sociedade através das normas e das leis.
As Primeiras correntes da Psicologia:
Estruturalismo: O objetivo seria mapear a “estrutura” consciente da mente e do comportamento, sobretudo as sensações. 
Titchener e Wundt e os testes dos estímulos e experiências sensoriais.
Funcionalismo: Enxergava a mente como um constante fluxo que deveria abarcar a vontade, os valores e também as experiências religiosas e místicas. William James.
Positivismo: Toda a matriz psicológica possui uma concepção específica de sujeito e de mundo. A concepção de sujeito e de mundo do positivismo, prioriza a busca pela ordem natural das coisas e o compromisso com a verdade que só pode ser elucidada a partir de evidências e constatações empíricas. 
Assim, os projetos do Estruturalismo e do Funcionalismo solidificam suas crenças na realidade independente do sujeito que a conhece.
Por exemplo, vejamos essa frase de Claude Bernard a respeito do papel do cientista no século XIX:	
“O observador deve ser o fotógrafo do fenômeno, sua observação deve representar exatamente a natureza. Deve observar sem qualquer ideia preconcebida; a mente do observador deve ficar passiva, ou seja, deve calar-se; ele escuta a natureza e escreve o que esta lhe dita.”
Críticas ao Positivismo - Qual o problema dessa visão? Enfatiza uma visão técnica de mundo e de sujeito, sem espaço para uma leitura analítica sobre o ser, o tempo, a experiência e o pensamento. Opondo-se a essa visão é que surge, ainda no século XIX, um segundo grupo de matrizes psicológicas que irá reivindicar a independência da Psicologia diante dos demais saberes, privilegiando a experiência subjetiva antes de qualquer racionalização e objetivação. 
Corrente Humanista: Uma perspectiva mais vitalista que busca problematizar a verdade e não tomá-la como valor supremo. 
Valorização do ser humano;
Transição do Teocentrismo para o Antropocentrismo; 
Valorização dos sentimentos humanos;
Ênfase das particularidades e individualidade;
Fenomenologia: Cada ser humano percebe o mundo de maneira única;
Ser humano é livre, responsável pelos seus atos;
INTRODUÇÃO AO EXISTENCIALISMO - O que significa existir? Sócrates 
e o aparecimento da filosofia
“Só sei que nada sei”.
Conhecimento = “não-saber” = diálogo - Atenas, 470 a.C. – 399 a.C. (70 anos)
Racionalização e sistematização do pensamento filosófico moderno:
- Platão e a essência do Ser; 
- Platão considerava que existe uma cisão entre o Mundo Real e o Mundo Ideal. 
“Mundo Sensível (material) é uma copia imperfeita do Mundo Inteligível (ideias).” 
Ex.: Amor Platônico = Amor no mundo das ideias, é perfeito por que é ideal.
Atenas, 428 a.C. – 347 a.C. (80 anos)
O mito da caverna: O mito da caverna encontra-se no livro “A República” de Platão. Trata-se de uma representação criada por ele para mostrar que podemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona através da verdade (conhecimento).
Aristóteles e a materialidade da existência: Diferente de Platão, Aristóteles acreditava que o Mundo Sensível é capaz de gerar conhecimento. Para ele, a essência das coisas estão nas próprias coisas, e não no mundo inteligível. Desenvolveu seu campo de estudos a partir da Lógica. Para ele, todas as coisas possuíam um “fim em si” (essência).
Método da “Teoria das Causas”: Causa Material (matéria prima), Causa Formal (forma), Causa Eficiente (como foi construído) e a Causa Final (pra que ele serve). Aristóteles considerava que todo movimento é uma mudança de lugar e exige sempre uma causa. Estagira, 384 a.C. – 322 a.C. (62 anos)
Santo Agostinho e a existência mediada por Deus: Agostinho foi um dos maiores responsáveis pelo desenvolvimento do cristianismo como filosofia através de uma atualização do platonismo. 
- Igreja seria a cidade espiritual de Deus = Mundo Inteligível;
- Cidade material dos homens = Mundo Sensível;
Para Agostinho o método para alcançar o mundo inteligível seria através da Fé. África, 354 – 430 (75 anos)
Agostinho de Hipona - Santo Agostinho e a existência mediada por Deus
A origem do mal está no livre-arbítrio concedido por Deus. Deus em sua perfeição pretendia criar um ser que pudesse ser autônomo e assim escolher o bem de forma voluntária, um ser consciente. 
A partir de Agostinho existe o Início (Criação), Meio (Cidade dos homens) e o Fim (Salvação no Reino dos Céus).
O homem como o único ser que possui as faculdades da vontade, da liberdade e do conhecimento. Por isso, ele é capaz de entender os sentidos existentes em si mesmo e sua natureza. 
Tomás de Aquino e a revitalização do pensamento aristotélico: A maior contribuição do pensamento de Tomás de Aquino foi a síntese do cristianismo com a visão de mundo aristotélica. A partir dele a Igreja pôde estruturar uma teologia a partir da síntese: Fé e Razão. Ele acreditava que a filosofia não pode ser substituída pela teologia e que ambas não se opõem e, portanto, não existe contradição entre fé e razão. 
Como Aristóteles, Tomás de Aquino da uma importância fundamental sobre a vida na Terra (Mundo Material). Defendia que não seria somente ao chegar ao Reinos dos Céus que seria possível estar na presença de Deus, mas que também é possível provar a existência de Deus no Reino dos Homens. E ele tenta provar a existência de Deus através das 5 vias (ou 5 provas): Itália, 1225 – 1274 (49 anos):
Primeira via — Primeiro Motor Imóvel: tudo que se move é movido por algo ou alguém. Logo, é preciso que haja um primeiro ser que tenha dado início ao movimento existente e que não tenha sido ele próprio movido por ninguém. Este ser é Deus. 
Segunda via — Causa Primeira: decorre da relação de causa e efeito que se observa nas coisas criadas. Todo efeito requer uma causa. E é necessário que haja uma causa primeira que não tenha sido provocada por algo anterior. Sem ela não haveria nenhum efeito, pois cada causa pediria outra, numa sequência infinita. Deus é a causa primeira de todas as coisas.
Terceira via — Contingente Necessário: Nada vem do nada. Tudo o que existe, passa a existir a partir de algo. Se investigarmos a cadeia de contingentes, em algum momento chegaremos no nada. Para que exista esta cadeia, precisa de um contingente primeiro, que não tenha sido criado por um anterior. Logo, Deus é o Contingente Necessário (primeiro).
Se nada existiu, nada poderia existir hoje, pois o que não existe não pode passar a existir por si mesmo. 
Descartes e o nascimento do cogito: A importância deDescartes para a questão da existência repousa no fato de que ele, foi responsável pela criação do racionalismo moderno. Para Descartes as verdades Matemática são seguras e exatas. As verdades da filosofia e da ciência são inseguras. Por isso:
"Dubito ergo cogito; cogito ergo sum": Para duvidar é preciso pensar, pois dúvidas são pensamentos, e para pensar preciso existir. Com isso, Descartes prova a existência do pensamento e do espírito que o pensa, sendo a única e verdadeira certeza que possuímos. 
Teoria das ideias: Ideias Inatas (Pensamento lógico, Matemática); Ideias Adventícias (Experiência); Ideias Factícias (Imaginação). 
Método Cartesiano: Duvide de tudo, menos da sua própria dúvida. Suécia, 1596 – 1650 (53 anos)
Thomas Hobbes e o contrato social: Hobbes considerava que para conseguir avaliar a vida em sociedade, seria necessário primeiro avaliar o homem em seu “estado de natureza”. Ele escreve que alguns homens por serem mais fortes e inteligentes do que outros acabam escravizando e sujeitando os demais. 
Estado de natureza: Todos os homens são iguais e perversos por natureza (instinto de sobrevivência). Por isso, ele define que o Homem está fadado à guerra. É por conta deste aspecto que ele defendia a existência de um Estado regulador das normas sociais e do bem comum a todos os homens. É por isto que ele é conhecido como um autor contratualista.
Contrato Social: Renunciar (liberdade original) e Transferir (Autogoverno). 
Leviatã: Poder absoluto (Segurança, evitar a guerra). 
Função do Estado: Preservar a paz e manter a ordem.
Rousseau e a origem da desigualdade entre os homens: "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe.“
Rousseau também era um contratualista, porém ele divergia de Hobbes quanto ao valor da natureza humana, pois ele considerava que no seu estado natural, o homem era “bom”. Rousseau acreditava que o homem, tendo os seus desejos satifeitos pela própia naturza (comer, beber, dormir, se aquecer), não poderia ser hostil, ao ponto de prejudicar outro homem. 
Ele defendia que a formação das primeiras sociedades acabara afastando o sujeito desta natureza, inflingindo uma série de injustiças contra o homem. Por tanto, a sociedade acabou corrompendo esta natureza. 
Rousseau acreditava que a única saída para esse processo de sujeição encontrava-se na formação de um Estado civil responsável por intermediar as relações entre governo e indivíduo. Mas o contratosocial, para ele, está muito mais pautado nas vontade do povo. 
“Vontade Geral”: Onde a constituição do Estado deve respeitar a sobrerania do Povo (Democracia Direta e Participativa). Suíça, 1712 – 1778 (66 anos
Hegel e o estatuto ontológico da Razão: Hegel foi um dos criadores do Idealismo Alemão. Uma corrente filosófica que iria priorizar a razão como forma de compreensão da realidade. Para ele, o Espírito (consciência) era regido por um conjunto de contradições que, em determinado momento, integram-se.
Dialética Hegeliana: Para toda tese existe uma antítese. E da contradição entre estas duas, nasce uma síntese. E este movimento de ideias, para Hegel é o que transforma o mundo infinitamente. Tese x Antítese = Síntese (nova tese). Alemanha, 1770 – 1831 (61 anos)
Idealismo Hegeliano: “Ser produz a si” - (Ser + Devir = autoconstrução constante)
Ser = Espírito;
Devir = Movimento, Transformação;
Tudo no mundo seria a realização deste espírito.
O Nascimento do Existencialismo: De maneira geral, a filosofia ocidental já ocupava-se de pensar sobre o ser, a vida e a existência. Mas, a partir de uma busca por uma verdade absoluta ou um sentido para existência, um destino, uma ética. 
“De onde viemos, para onde vamos?” A filosofia Existencialista vem problematizar a existência humana, pensando a individualidade, o cotidiano, os sentimento, a angústia humana. Não há sentido no mundo, a não ser o significado que nós damos para a vida.
Kierkegaard: Dinamarca, 1813 – 1855 (42 anos)
Pai do Existencialismo, apesar de, ainda no seu tempo ainda não ser utilizada esta terminologia para a sua teoria. 
Filosofo cristão. Acreditava no sentido abstrato: Nós damos sentido a nossa vida. E, por isso, temos liberdade de fazer nossas escolhas. (O livre arbítrio cristão). Seu objeto de estudo era a angústia e a vida pessoal, pautada na liberdade do sujeito e suas escolhas subjetivas.
Nietzsche - Alemanha, 1844 – 1900.
Filosofo Ateísta. Acreditava que Deus é uma criação humana (Deus como uma imagem idealizada do homem). 
“Deus está morto” – O Cristianismo destruiu a imagem de Deus. Que se esqueceu da sua origem e propósito, que matou aquilo que era mais puro e mais bonito. 
Acreditava que o Cristianismo é responsável por esse rumo triste que a sociedade tomou, pois se sustenta pelo pecado, pela punição, pelo medo. O ser é protagonista da sua própria história, e não a moral Cristã. O Cristianismo aliena e aprisiona. 
Niilismo: Uma forma de se distanciar dos dogmas impostos pelo cristianismo. Criticar estes valores absolutos para estabelecer uma nova base moral para além do bem e do mal. Defendia uma relação entre emoção e razão e faz uma crítica à demasiada utilização da razão: com a razão criamos máquinas que possibilitam guerras. 
Sartre - França, 1905 – 1980 (74 anos)
É somente a partir de Sartre que a teoria Existencialista passa a tomar estrutura, e é somente a partir dele que esta teoria começa a ser amplamente difundida e discutida.
“A existência precede a essência” – Primeiro você nasce, antes de existir. 
O homem não é inicialmente nada, ele apenas será alguma coisa posteriormente à sua existência.
Não existe uma razão metafísica, não existe Deus, não existe “natureza humana”.
Só existe a experiência, singular e individual = essência. 
A partir da essência é que se define o “fim”, o “propósito”, que é singular e individual.
Liberdade = responsabilidade. “O inferno são os outros”.
FENOMENOLOGIA - Cientificismo e Psicologismo
O cientificismo do século XIX e que até hoje atua, tem uma ideia de que somente a ciência poderia responder a todas as questões da natureza, e que somente a partir dela é possível alcançar a verdade absoluta.
Esta corrente aponta ainda que questões como a lógica e a epistemologia devem ser estudadas não mais a partir das especulações da filosofia, mas sim, através se uma abordagem mais positivista e científica em que era pautada a Psicologia da época. Neste sentido, o Psicologismo de Wundt. 
Fenomenologia: Husserl teceu a teoria da Fenomenologia, em um momento em que a Filosofia estava em crise, ameaçada pela ciência, acusada de ser tão somente especulativa. Neste contexto, a Fenomenologia nasce como um método e uma das refutações mais bem feitas da história da Filosofia.
Franz Brentano: Suíça, 1838 -1917
Filósofo e Psicólogo: Sua filosofia opõe-se ao cientificismo do séc. XIX e, por tanto, ao psicologismo de Wundt; Para ele a psicologia, da mesma forma que as ciências da natureza, parte da percepção e da experiência;
Introduz os conceitos fundamentais da intencionalidade e experiência;
Intencionalidade: A intencionalidade é a propriedade de todo fenômeno psíquico, que é de ser REFERÊNCIA a um objeto, o DIRECIONAMENTO para ele:
- Consciência = consciência de algo (objeto);
- Tem referência a um conteúdo externo;
- Fenômeno psíquico (pensar, querer, imaginar, ouvir, ver) direciona-se a um objeto externo.
EDMUND HUSSERL Alemanha, 1859 – 1938: 
- Matemático e filósofo Alemão;
- Descendente de uma família judaica;
- Influenciou uma série de pensadores ao longo do século XX como Sartre, Heidegger E Derrida. 
Husserl foi o criador da fenomenologia. 
Em suas primeiras pesquisas, Husserl tentava combinar matemática com a filosofia empírica. Seu objetivo central será contribuir para a ciência matemática. 
O tema de seu estudo será a análise dos processos mentais necessários para a formação do conceito de número.
Seu argumento era de que a filosofia, por meio de um método, poderia descrever os fenômenos a partir de uma investigação rigorosa e subjetiva.
Privilegiava aspectos desprezados pela ciência e pelo positivismocomo a intuição e a experiência, por exemplo.
Fenomenologia: A Fenomenologia então se torna um método de investigação, através do qual é possível gerar conhecimentos empíricos, de maneira indubitável. Conhecimentos que não são possíveis de acessar cientificamente, por não serem observáveis, por não serem tangíveis. Mas que podem sim, a partir da Fenomenologia, serem irrefutáveis. 
PRINCIPAIS CONCEITOS DA FENOMENOLOGIA DE HUSSERL
1. REDUÇÃO FENOMENOLÓGICA;
2. CONSCIÊNCIA E INTENCIONALIDADE;
3. REDUÇÃO EIDÉTICA;
4. INTUIÇÃO DO INVARIANTE; 
5. REDUÇÃO TRANSCEDENTAL. 
Definição: FENÔMENO: “O mundo é um fenômeno, que precisa ser desvelado”.
Fenômeno = aparição (senso comum).
Tudo aquilo que aparece e é apreendido através dos 5 sentidos.
“Eu tenho a consciência de um mundo que se estende sem fim no espaço,que tem e teve um desenvolvimento sem fim no tempo ... descubro [o mundo]por uma intuição imediata, tenho experiência dele.”
Para a fenomenologia, o fenômeno seria a forma como o mundo exterior é interiorizado e compreendido através da subjetividade. 
EPOCHÉ: Do Grego, significa “interrupção”, “Suspensão de Juízo”. 
Na fenomenologia a Epoché, a chave principal para o método de investigação, seria a suspenção de juízos. Ou seja, a suspensão de conceitos previamente aprendidos, para uma investigação séria e não tendenciosa. 
Por mais convencidos que estejamos com algo, por mais evidente que seja, tudo pode ser submetido ao expediente da dúvida.
REDUÇÃO FENOMENOLÓGICA: Redução ao fenômeno da subjetivação dos objetos, a partir da Epoché. 
A “colocação entre parênteses” do mundo objetivo, não nos põe diante de um “nada”. A Epoché, ao introduzir a subjetividade, desvela um conhecimento que não é um saber absoluto sob outros, mas sim um conhecimento do que efetivamente existe. Logo, o grande interesse da fenomenologia não são as coisas em si, mas como o sujeito constrói um sentido para essas experiências; 
2. CONSCIÊNCIA E INTENCIONALIDADE: A fenomenologia interessa-se pela experiência. Experiência orientada pela consciência de algo. Portanto, nossa consciência é sempre consciência de algo. A Intencionalidade seria o movimento que a consciência faz em relação aos objetos, seria o modo de agir da consciência.
Sempre que pensa, pensa sobre algo; quando fala, fala sobre algo. Não existe pensar em “nada”. 
Por conta deste aspecto é que Husserl irá compreender que nossa consciência é um eterno projetar-se e não uma síntese da realidade. Ela pode ser compreendida então como um constante fluxo de informações, sentidos e significados. 
REDUÇÃO EIDÉTICA = REDUÇÃO À IDEIA.
Estabelecemos o conhecimento sobre as coisas a partir dos sentidos atribuídos.
A redução eidética é necessária para que se estabeleça uma generalização da experiência.
Triângulo: Uma figura de três lados no mesmo plano. 
Essa redução à essência, ao triângulo como um objeto ideal, é a redução eidética.
INTUIÇÃO DO INVARIANTE: Intuição das essências;
A essência - esse algo idêntico que se mantém durante na variação, é o que Husserl chamou "o Invariante".
É a maneira pela qual o conhecimento do mundo acontece como intuição, o ato pelo qual a pessoa apreende imediatamente o conhecimento de alguma coisa com que se depara. 
REDUÇÃO TRANSCENDENTAL: A relação direta do fenômeno com o significado, fixada pela experiência da linguagem.
Segundo Husserl, o sujeito utiliza-se da linguagem não para nomear o que vê ou ouve, mas também para salientar os padrões recorrentes da sua experiência. 
As palavras identificam os fenômenos atuais como sendo do mesmo grupo que outros que já tenhamos registrado antes. Assim, tudo que o homem pensa, quer, ama ou teme, é intencional, isto é, refere-se a um desses significados universais anteriormente aprendidos.
Martin Heidegger - Alemanha, 1889 – 1976 - Filósofo, escritor e professor universitário;
Foi aluno de Husserl. Mas, é somente em 1927 com a publicação de “Ser e Tempo”, seu escrito mais importante, é que irá influenciar toda a corrente humanista. 
Nesta aula, abordaremos o aparecimento de Martin Heidegger e como sua filosofia foi crucial para todo o humanismo do século XX.
Em meados de 1916 Husserl foi chamado a ensinar em Friburgo e Heidegger o seguiu como assistente;
Em 1927, Heidegger lança sua principal obra “Ser e tempo”, que dedica ao seu mestre, Husserl, que não aprovou a sua obra. O que culminou no rompimento entre eles;
Em 1929 Heidegger sucedeu Husserl na disciplina de filosofia em Friburgo;
Em 1933, com a posse de Adolf Hittler, Heidegger se inscreve no partido nazista e recebe o cargo de reitor na universidade de Friburgo. Na sua posse pronuncia o discurso a autoafirmação da universidade Alemã; 
Pouco tempo depois Heidegger desliga-se do cargo de reitor, em virtude da pressão dos demais professores judeus que sofriam perseguição do nazismo.
SER E TEMPO: UM LIVRO DECISIVO PARA O HUMANISMO
Existem algumas características que fazem deste livro, um escrito imprescindível para o humanismo do século XX.
Heidegger aborda, neste livro, uma nova de ontologia RADICAL, colocando como questão fundamental ao ser, o papel da finitude existencial; 
Concepção de sujeito: DAISEN (projetar-se para o futuro);
Quatro sentidos para uma leitura do sujeito: ser-no-mundo, existência, temporalidade e morte; 
DO “EM SÍ” AO “PARA SÍ”: Heidegger escreve em SER E TEMPO que o problema filosófico realmente importante seria o questionamento da existência do ser, e não sobre a essência desse ser;
Em sí = essência
Para sí = existência
DAISEN: PROJETAR-SE PARA O FUTURO
Daisen: Sein = Ser / Da = Aí.
DAISEN = trajetória, caminho a percorrer, experiência do ser.
Promover um deslocamento da existência para a essência;
Existência do sujeito a partir de um eterno projetar-se em direção ao futuro; 
Ser = potência. Possibilidades infinitas.
SER-NO-MUNDO: Heidegger identifica traços fundamentais característicos do ser, aos quais denomina existenciais. 
O 1º traço existencial é o ser-no-mundo (mundo no que se refere a “tudo”: círculo de conhecimentos, afetos, interesses, desejos, preocupações, etc); 
Ou seja, o ser está sempre em relação com algo ou com alguém. 
Heidegger afirma que o homem é sempre um ser-no-mundo, ou seja, um ser-em-situação. Mas, que não está preso à situação em que se encontra, esta sempre aberto para tornar-se algo novo. 
EXISTÊNCIA: O 2º traço existencial é a existência. 
Esta característica do homem de ser fora de si, diante de si, por seus ideais, por seus planos, por suas possibilidades. 
Existência é definida por esta característica do homem que é denominada transcendência: Sempre nos projetamos para além do que somos diante do mundo, pensamos no futuro, nos preocupamos, escolhemos, nos antecipamos, superamos o presente, ou seja, transcendemos o que somos a cada momento. 
A natureza do homem, ou seja, sua essência, consiste na sua existência; esta precede e determina esta essência. 
TEMPORALIDADE
O 3º existencial que Heidegger identifica é a temporalidade. 
Temporal = Transitório. O que passa com o tempo; 
Para Heidegger a situação existencial é inseparável da temporalidade; o homem só existe porque está essencialmente ligado ao tempo. Pois o existir é construir o futuro, “é isto que distingue o homem dos entes que são prisioneiros do presente”. 
A temporalidade une a essência com a existência, é o que a torna possível; 
O ser humano é o único ente possibilitado de realizar uma união consciente entre o que já foi, o que é, e o que será; e de “recomeçar” ou “reconstruir” sua vida. 
Para Heidegger o presente é um misto de retomada do passado e de antecipação do futuro. 
Heidegger afirmava que existir é o mesmo que temporalizar-se. Uma vez que o ser, enquanto existência, é determinado pelo tempo.
FINITUDE: O 4º traço existencial seria a finitude;
A morte é característica fundamental do ser. Este existencial é a maior das certezas humanas.
A certeza da finitude delimita a existência, dá significado à temporalidade; 
A medida em que vivemos, a “ideia” de morte é algo que cresce e se desenvolve em nós. Heidegger afirma que a morteé uma possibilidade presente constantemente, e não distante. 
É a última que o homem realiza; que enquanto ela não chega falta ao homem alguma coisa, algo que ainda será. Ou seja, a vida humana só torna-se um todo por intermédio da morte. 
Heidegger, assim como outros autores, definem a morte como a única maneira de atingir a individuação, ou seja, conquistar a totalidade de sua vida; 
Ele chama de princípio de individuação, uma vez que a morte é a única possibilidade que determina a totalidade do ser, que o limita, e que lhe permite ser completo.
HEIDEGGER E A FINITUDE EXISTENCIAL: Existimos porque somos seres em projeção e, como tal, somos responsáveis por questionarmos qual o sentido da vida;
"Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.“ Ariano Suassuna
KIERKEGAARD E A EXISTÊNCIA SINGULAR MEDIADA POR DEUS
“- Eu vejo tudo perfeitamente; há duas situações possíveis – você pode fazer isso ou aquilo. Minha opinião honesta e meu conselho amigável é este: faça ou não faça, você vai se arrepender de ambos.”
(Ou-Ou, um fragmento de vida) - 1813-1855 (42 anos)- Dinamarquês;
Considerado Pai do Existencialismo: Procurou explicar de maneira palpável os dilemas morais, utilizando a noção de que nossas vidas são determinadas por ações, orientadas pelas nossas escolhas. 
Profundamente interessado no Cristianismo, buscava a resposta para o sentido da existência a partir de Deus, mas criticava profundamente a igreja por acreditar que esta não havia entendido muito bem a concepção de Deus. 
O pai de Kierkegaard, Michael Kierkegaard, viúvo e sem filhos, casou-se com a governanta, com quem teve 7 filhos;
Soren era o mais novo, quando nasceu, seu pai tinha 56 anos, razão que o levou a dizer que era um “filho da velhice”; Conta que o pai era pastor na juventude e que um episódio traumático destruiu sua fé. Acreditava ter recebido a ira de Deus por ficar viúvo e engravidar a mãe de seus filhos antes de casar. Acreditava que seus filhos não iriam sobreviver e cinco deles morreram.
Em 1830, ingressou nos cursos de Teologia e Filosofia na Universidade de Copenhague;
Com a morte do pai em 1838, herdou uma grande fortuna que lhe permitiu dedicar-se apenas aos estudos. 
Concluiu o Doutorado em Teologia em 1841 quando defendeu sua tese intitulada “O Conceito da Ironia Constantemente Referida a Sócrates”. 
Kierkegaard e Deus: Kierkegaard foi um filosofo profundamente cristão, mas tinha muitas críticas a cerca da igreja. Ele dedicou-se a estudar profundamente a bíblia, e a partir daí contestar as contradições entre a igreja e a concepção original de Deus. 
Segundo ele, a igreja pregava equivocadamente a fé como um meio para a salvação “fé morna”, pois os escritos bíblicos mostravam que a salvação só seria possível a partir da “graça” de Deus. Para ele, a fé bíblica é algo difícil de ser alcançado. A fé seria acreditar mesmo sem compreender. “É preciso confiar em Deus”.
Para ele, o problema da relação igreja-cristo, é que ela faz uma idolatria de Cristo. A Igreja prega que Cristo deva estar “a diante de nós”, e não “dentro de nós”. Que Deus é aquele todo poderoso, e que tudo depende dele.
Mas, para Kierkegaard, a verdadeira lição escrita na bíblia seria viver a vida de Cristo, conceder graça, perdão, favor (não merecido), para todos, sem distinção, sem julgamentos. Pregava que o homem não está aqui para julgar, mas para pregar o amor de Deus, o bem. Viver e praticar a bondade de Deus aqui na Terra, não depois, no paraíso. Não para alcançar a salvação. 
“O importante é encontrar uma verdade, mas uma verdade para mim, encontrar a verdade para a qual quero viver e morrer”.
Dedicou-se a definir o que é a existência: Segundo Kierkegaard, esta questão havia sido negligenciada pela tradição da filosofia. Descartes havia definido o cogito ("penso, logo existo") sem dar conta do que é a própria existência.
Kierkegaard desenvolveu alguns conceitos fundamentais para a compreensão de seu pensamento, dentre eles: a angústia, a ironia e a repetição. E dedicou toda sua vida e consequentemente toda sua obra, no combate contra toda e qualquer forma de alienação responsáveis por impedir o sujeito de atingir sua singularidade
Angústia: Kierkegaard afirmou que a angústia é o cerne da existência humana. Ela é a disposição do espírito diante da liberdade de escolhas.
Ele diz que ao olharmos para um precipício, sentimos vertigem diante da possibilidade de nos sentirmos atraídos por ele, pela liberdade de escolha entre atirarmo-nos ou não no vazio.
“A Angústia é a vertigem da liberdade”
“A angústia é a vertigem da liberdade, que surge quando o espírito quer estabelecer a síntese, e a liberdade olha para baixo, para sua própria possibilidade, e então agarra a finitude para nela firmar-se. [...] No mesmo instante tudo se modifica, e quando a liberdade se reergue, percebe que ela é culpada. Entre estes dois momentos situa-se o salto, que nenhuma ciência explicou nem pode explicar.” (KIERKEGAARD, 2010, p. 66).
Ele explica que a angústia é anterior ao pecado original, pois teria sido a angústia o sentimento incômodo vivido por Adão e Eva. Ao se depararem com a possibilidade de escolha entre obedecer ou não à ordem de Deus, sobre a proibição ao fruto da árvore do conhecimento. 
Ou seja, a angústia deve ser considerada uma característica fundamental dos seres humanos, encontrada mesmo na inocência das crianças, e não como um fardo ou um sofrimento para a espécie.
Ironia: Kierkegaard, utiliza a concepção de Sócrates, que compreende a ironia como maneira de acessar a verdade sobre o mundo. 
Mas em Kierkegaard, vemos a ironia como responsável pelo amadurecimento do indivíduo e sua evolução, que ele irá definir por sua teoria dos 3 estádios.
Para ele, a ironia marca a busca pela verdade como uma busca interior ao indivíduo e sua conexão com o universo.
Os 3 Estádios:
Estádio Estético: Regido pela busca do prazer; Pulando de gozo em gozo, buscando preencher o vazio da existência; Movido pelo desespero;
Estádio Ético: Regido pelo dever; pelo regulamento moral; Busca de equilíbrio no cumprimento das regras; Satisfação para vazio da existência no cotidiano da sociedade civilizada; Mas, ele argumenta que este estágio em certo ponto irá gerar um sentimento de arrependimento, ao confrontar-se com a injustiça.
Estádio Religioso: Regido pelo amor; Busca um sentido fora da vivência prática; Na transcendência; Exige “O salto”; a Fé; Exige que o indivíduo confie na bondade de Deus; Viva a vida Deus; Ele chama este estádio de “exceção”, pois neste momento o sujeito passa não mais a ser movido pelo seu próprio princípio de prazer, nem mesmo pelas regras sociais, mas pela fé em um ser transcendente. 
Repetição: Para Kierkegaard, a repetição se localiza entre a recordação e a esperança. Assim, entre dois extremos é na repetição que se aciona o verdadeiro valor da vida. 
Por um lado, a recordação traz consigo uma falta, por outro, a esperança é a necessidade do novo. 
Assim, o desejo de repetição é a condição do indivíduo maduro, que encontrou as bases seguras para o desenvolvimento de uma vida saudável.
O indivíduo só pode ser responsável pela repetição, já que recordação é um passado irrecuperável e a esperança é um futuro incerto.
“A esperança é um vestuário novo, rígido e justo e brilhante, porém nunca o envergamos e portanto não se sabe como assentará ou como se ajustará. A recordação é um vestuário usado que, por belo que seja, não serve, porque não se cabe nele. A repetição é um vestuário inalterável que assenta firme e delicadamente, não aperta nem flutua.”
Kierkegaard como opositor de Hegel: O pensamento hegeliano era considerado como o grande modelo hegemônico da época. Em oposição a esse pensamento Kierkegaard deflagra uma guerra contra tal sistema por acreditar que:
- Ele priorizava apenas a Razão como fonte de acesso à verdade; 
- Acabava por relegar ao sujeitoum papel secundário dentro da história e dentro da sociedade. 
Kierkegaard e a busca pela singularidade: “ Singular é a categoria através da qual devem passar o tempo, a história, a humanidade”. 
O singular aparece como ferramenta para a problematização de tudo aquilo que se coloca como geral e abstrato. 
Kierkegaard contra as ameaças do singular: Kierkegaard considerava que a sociedade não passa de um conjunto de criaturas que fazem parte de um imenso rebanho. Neste sentido, ele se opõe à todas as manifestações ou correntes que impedem e repreendem a singularidade. Acredita que toda estrutura que iguala os sujeitos, deforma a existência humana e impede sua plenitude. É considerado excêntrico e rebelde quem não se submete ao controle das estruturas. 
“Arriscar-se é perder o equilíbrio por um tempo, mas não arriscar-se é perder-se a si mesmo para sempre”
A conquista da singularidade: Kierkegaard considerava que a singularidade fazia parte de uma conquista que só poderia ser alcançada por meio de um combate do sujeito contra ele mesmo. Neste sentido, a singularidade é um ato de coragem. Para ilustrar esse ato do sujeito em direção a sua singularidade Kierkegaard recorrerá a Bíblia para mostrar que o caminho que leva à singularidade passa pelo exercício da liberdade que só pode ser efetivado através da Angústia. 
Principais Obras
1843 – Temor e Tremor;
1943 – O Diário de um Sedutor; 
1844 – Migalhas Filosóficas;
1844 – O Conceito de Angústia;
1849 – O Desespero Humano;
“- Eu vejo tudo perfeitamente; há duas situações possíveis – você pode fazer isso ou aquilo. Minha opinião honesta e meu conselho amigável é este: faça ou não faça, você vai se arrepender de ambos.” (Ou-Ou, um fragmento de vida)
Nietzsche: um sujeito contra o seu tempo: Friedrich Nietzsche 1844 – 1900 (55 anos) Reino da Prússia (Atual Alemanha)
Filósofo, poeta e compositor.
Nietzsche exerceu grande influência no Ocidente. Sua obra mais conhecida é “Assim Falou Zaratustra”. Estendeu sua influência para além da filosofia, penetrando na literatura, poesia e todos os âmbitos das belas artes.
Vida e Obra: Nietzsche era filho, neto e bisneto de pastores protestantes; Com cinco anos de idade ele ficou órfão de pai, ficando aos cuidados da mãe, da avó e da irmã mais velha; Durante a juventude pretendia seguir o exemplo do pai e dedicou-se à leitura da Bíblia. Com 14 anos recebeu uma bolsa de estudos de preparação para o clero. Destacou-se nos estudos religiosos, literatura alemã e estudos clássicos, porém começou a questionar os ensinamentos do Cristianismo. 
Em 1864 continuou seus estudos em Teologia e Filologia Clássica, na Universidade.
Em 1867, Nietzsche foi convocado para o exército prussiano, quase morreu de uma queda de cavalo, e voltou para continuar seus estudos em Leipzig.
Em 1869, com 25 anos, considerado aluno brilhante, dotado de sólida formação clássica, Nietzsche foi nomeado professor de filologia na universidade de Basileia. 
Em 1870, com a deflagração da Guerra Franco-Prussiana, pediu licença da universidade e retornou voluntariamente para o Exército. A experiência da violência e o sofrimento chocaram-no profundamente. Nesse período, Nietzsche contraiu difteria e voltou para Basileia a fim de se restabelecer.
Em 1872 Nietzsche publica “O Nascimento da Tragédia”, que marca o início de sua obra.
Em 1879, seu estado de saúde obrigou-o a deixar o posto de professor. Sua voz, inaudível, afastava os alunos;
Nietzsche não cessou de escrever com um ritmo crescente.
Este período terminou brutalmente em 3 de Janeiro de 1889 com uma "crise de loucura" que durou até à sua morte, neste dia ele teria testemunhado o açoitamento de um cavalo, correu em direção ao cavalo, jogou os braços ao redor de seu pescoço para protegê-lo e, em seguida, caiu no chão.
No início desta loucura, Nietzsche personificou alternativamente as figuras de Dionísio e Cristo, expressas em bizarras cartas, afundando, depois, em um silêncio quase completo até à sua morte, em 1900.
Principais Obras:
O Nascimento da Tragédia (1872)
A Gaia Ciência (1882)
Assim Falou Zaratustra (1883)
Além do Bem e do Mal (1886)
Genealogia da Moral, uma Polêmica (1887)
Ecce Homo, de como a gente se torna o que a gente é (Autobiografia)(1888)
O Anticristo (1895
A vida como escândalo da verdade: Nietzsche e a visão trágica de mundo.
“O Nascimento da Tragédia” é o livro que Nietzsche escreve para introduzir no pensamento filosófico de sua época um resgate em torno da visão trágica de mundo proveniente da cultura grega. 
A Tragédia Grega: A tragédia surge no teatro grego para colocar em questão alguma forma de conflito que envolvia um personagem contra uma instância maior. 
Em geral, elas eram encenadas visando a exaltação e danças em honra ao Deus grego Dionísio, valorizando a excentricidade e o lado visceral da vida. 
Nesta perspectiva, os Gregos trazem na representação artística uma espécie de “Visão trágica de mundo”, que Nietzsche considera uma perspectiva realista. 
Para ele, a Tragédia Grega é uma representação artística dos elementos trágicos da vida, de um sofrimento que é natural. 
Ele utiliza os conceitos “Apolínio e Dionisíaco” de forma didática, para metaforizar o que ele considera a “grandiosidade da vida humana”. 
Apolo é Deus Sol, da beleza, da forma perfeita, da uniformidade;
Dionísio é o Deus do vinho, da orgia, da desmedida, exagero;
Neste sentido, Nietzsche observa que os Gregos compreendiam a vida como um equilíbrio Apolínio-Dionisíaco. 
A Tragédia para os cristãos e os modernos
Nietzsche aponta que Sócrates, ao colocar a filosofia como método de conhecimento da verdade, racionaliza e sobrecarrega a filosofia.
Para ele, o próprio cristianismo acabou por relegar a tragédia a uma concepção “negativa de mundo”, e vê na tragédia a cristalização do “mal” em oposição ao “bem”. 
Segundo ele, a nossa cultura ocidental priorizou a “Razão” como única maneira de leitura da realidade.
O trágico ganhou um sentido pejorativo e foi associado a adjetivos como: desgraça, infortúnio, desesperança, medo, morte e dor.
Principais Contribuições - Suas ideias chave incluíam:
Perspectivismo;
Vontade de potência;
A morte de Deus;
Übermensch (Além do Homem);
O Eterno retorno.
Perspectivismo: O conceito foi criado por Leibniz. Mas Nietzsche foi um grande desenvolvedor e defensor da ideia. Perspectivismo é uma visão filosófica que se diferencia do objetivismo e do relativismo, onde toda percepção e pensamento tem lugar a partir de uma perspectiva que é alterável.
Objetivismo – A Realidade é o que é, independente da subjetividade;
Relativismo – Não há verdade absoluta, a verdade depende da realidade do interlocutor;
Perspectivismo – Não Existem fatos, mas somente interpretações.
Nietzsche leva o conceito de Perspectivismo para além do conhecimento (saber sobre o mundo), colocando em perspectiva também a lógica da moral. 
Desta forma, ele coloca em perspectiva o “bem” e o “mal”, o “certo” e “errado”.
Se não existem fatos, somente interpretações, então todo o conceito de moral, os costumes e valores ocidentais, são baseados em interpretações?
Vontade de potência: Vontade = desejo / potência = criação. Ou seja, desejo de criar algo. 
“O mundo é vontade de potência” Ou seja, anterior aos corpos, existe uma pluralidade de forças, em constante conflito, que criam tudo aquilo que existe. Estas forças atuam no âmbito do inconsciente, e o consciente seria apenas como um espelho, daquilo que atua antes mesmo da consciência.
A “vontade de potência” ou “vontade de poder” é para Nietzsche a principal força motriz nos seres humanos. Para ele, nossos pensamentos são constituídos através destas forças, que geram valor através dos corpos. Que pensam e desejam através dos corpos. 
Assim, os valores são criados a partir do conflito das forças que atuam através dos corpos. 
Vontade de Potência e Criação de Valores: Se os valores não caíram do céu, não foram dados, eles foram criados. Que vontade no homem, então, criou estes valores?
Nietzsche coloca os valores como um sintoma da vontade de potência no homem, quepode ser:
 - uma vontade de negação deste mundo;
 - ou de criação de sentido.
Homem Reativo e a má consciência:
Forças Ativas – Forças que dominam outras forças, são forças de criação;
Forças Reativas – Forças que são dominadas, são forças de conservação.
O “homem reativo” para Nietzsche é aquele que é dominado por forças reativas, quando as forças ativas são interiorizadas, e o homem só conhece então a perspectiva da conservação, da adaptação ao meio (forças de fora). 
Esse vai ser definido por Nietzsche como o fenômeno da “má consciência”.
A Morte de Deus: 
“Deus está Morto!” 
Nietzsche é um grande crítico da moral, e portanto também se opõe fortemente ao Cristianismo. Ele identifica o fanatismo religioso, ou até mesmo os mais sutis valores morais impostas pelo Cristianismo na cultura como uma “doença social”, o que ele chama de Niilismo negativo.
Niilismo negativo = Negação do mundo real, em prol de um mundo superior (ideal, religioso). 
“O homem louco se lançou para o meio deles e trespassou-os com seu olhar. ‘Para onde foi Deus’, gritou ele, ‘já lhes direi! Nós o matamos – vocês e eu. Somos todos seus assassinos! Mas como fizemos isso? Como conseguimos beber inteiramente o mar? Quem nos deu a esponja para apagar o horizonte? Que fizemos nós, ao desatar a terra do seu sol? Para onde se move agora? Para onde nos movemos nós? Para longe de todos os sóis? Não caímos continuamente? Para trás, para os lados, para a frente, em todas as direções? Existem ainda ‘em cima’ e ‘embaixo’? Não vagamos como que através de um nada infinito? Não sentimos na pele o sopro do vácuo? Não se tornou ele mais frio? Não anoitece eternamente? Não temos que acender lanternas de manhã?” Nietzsche, A Gaia Ciência
A morte metafórica de Deus, para Nietzsche simboliza uma tentativa de reverter a cultura que ele considera alienadora e niilista. 
Para ele, não existe qualquer instância superior, eterna. O Homem depende apenas de si mesmo.
Com a morte de Deus, o que sobra à humanidade?
Qual será o princípio norteador da vida?
A provocação de Nietzsche é fazer pensar a cerca da moral cristã.
Übermensch (Além-Homem): “Além do Homem” ou “Super-Homem” é o termo utilizado por Nietzsche no livro Assim Falou Zaratustra, que explica os passos através dos quais o homem pode se tornar um “além do homem”. Ou seja, um “homem superior”. 
“Eu ensino-lhes o Ubermensch.
O homem deve ser superado.
O que você faz para vencê-lo?
O Ubermensch é o sentido da Terra”.
Com a “Morte de Deus” a humanidade enfrenta o perigo do Niilismo. 
Com o Ubermensch o homem cria os seus próprios valores e propósitos. Vive uma vida com maior intensidade e profundidade.
A grandeza do Ubermensch é espiritual, é um guerreiro do reino do conhecimento, ideias e artes. Ama a vida e o mundo para o último grau, ele quer o eterno retorno de todas coisas. “Ame a sua dor”.
O oposto do “Super-Homem” seria o “Ultimo Homem”, que não deseja nada além do conforto e satisfação.
O Eterno Retorno: O argumento de Nietzsche para o eterno retorno é o seguinte: O tempo é infinito para frente e para trás, portanto se o universo fosse entrar em estado de equilíbrio ele já o teria feito, uma vez que em uma quantidade infinita de tempo, todas as possibilidades já teriam ocorrido. Mas desde que, evidentemente ele ainda não atingiu um estado permanentemente estável, ele nunca alcançará. Portanto, o universo é dinâmico e finito, infinitamente passando por uma sucessão de arranjos que devem se repetir.
Nietzsche não insiste em provar como uma verdade literal a existência de Eterno Retorno, mas apresenta como umas espécie de experimento de pensamento para testar sua atitude perante a vida.
Então ele pede para o leitor considerar como uma possibilidade e em seguida pergunta como reagiria se fosse verdade?
Ele assume que a primeira reação seria de total desespero, pois a condição humana é trágica, a vida contém muito sofrimento, e o pensamento de reviver tudo isso um número infinito de vezes parece terrível. 
Mas então ele imagina uma reação diferente: Suponha que alguém pudesse acolher a notícia e abraça-la como algo que se deseja. Isto, para Nietzsche seria a expressão máxima de uma atitude de afirmação da vida. 
Ser capaz de abraçar o eterno retorno, seria a expressão máxima de amor pela vida e seu desejo de permanecer fiel à Terra. Esta seria a forma de alcançar o “Übermensch” (Além do Homem). 
O Eterno retorno oferece uma noção diferente de imortalidade.
Niilismo: Para Nietzsche o Niilismo se apresenta como uma vontade de negação da realidade, “vontade de nada”. 
Niilismo Negativo – Negação da realidade, a partir do culto ao além da vida.
Niilismo Passivo – quando o homem se depara diante da Existência sem sentido e sem valor. 
Niilismo Libertador – Afirma a vida e começa a criar sentido e criar valor.
Genealogia da Moral: a vontade de potência contra a moral de rebanho.
Através desta obra Nietzsche vai destacar as circunstancias que geraram os valores em que vive a sociedade do Sec. XIX, e vai também destacar dois conceitos fundamentais: O ressentimento e a má consciência. 
O Homem Reativo é um homem ressentido, culpado, pois tem interiorizado as suas forças ativas. Já o Homem Ativo é aquele que mata o ressentimento e a culpa. Uma vez que os sentimento de culpa são constituídos por uma moral.
A genealogia da moral: A obra consiste em apresentar o cristianismo como uma moral de rebanho responsável por apequenar o sujeito, tornando-o alguém passivo e contemplativo diante da vida. Mesmo o sujeito moderno, não conseguiu superar essa condição, pois carrega consigo muito dos valores cristãos em suas ações. 
“O homem precisa daquilo que em si há de pior se pretende alcançar o que nele existe de melhor.”
(Assim falou Zaratustra, 1891) - Zaratustra e a anunciação do “além do homem”
Assim Falou Zaratustra é o livro mais poético escrito por Nietzsche. Através de uma linguagem paradoxal e pouco comum para sua época, ele recupera um obscuro poeta persa que realmente existiu no século VI a.C. para apresentá-lo no século XIX como profeta do “além do homem”. 
Nietzsche realiza esse procedimento para contextualizar a tarefa ética dada ao homem moderno, qual seja, superar a sua condição de escravo para preparar a terra para o “além do homem”. 
"A moral não tem importância e os valores morais não têm qualquer validade, só são úteis ou inúteis consoante a situação”
"A verdade não tem importância; verdades indubitáveis, objetivas e eternas não são reconhecíveis. A verdade é sempre subjetiva"
Nietzsche é um grande crítico à tudo que generaliza e controla os homens. Ele critica: A religião, A ciência, Os valores, A própria Filosofia, A verdade... Para ele, o que sobra?
No que isto contribui para a Filosofia Existencialista?
Jean-Paul Sartre e o Existencialismo contemporâneo - Paris, 1905 – 1980 (74 anos).
Foi um filósofo, escritor e dramaturgo. Autor de dezenas de livros, a sua obra mais importante é o clássico da filosofia contemporânea “O ser e o nada”. 
Sartre foi fortemente influenciado pelo pensamento dos filósofos alemães Nietzsche e Heidegger, além da influência da fenomenologia Husserl. 
Sartre é considerado um dos maiores pensadores da filosofia existencialista.
Vida e obra de Sartre:
Nasce em 1905, em Paris – França. Em 1906, com apenas 1 ano de idade, Sartre perde o pai para uma doença crônica;
Ele e a mãe Anne-Marie Schweitzer passam a morar então com o Avô, Charles Schweitzer – Um grande intelectual, professor de Alemão, que cuidou da educação do neto em casa. Sartre teve contato com o estudo das línguas e da cultura desde cedo, com influência de grandes autores; 
A leitura dos clássicos desperta em Sartre um espírito criativo. Ele mesmo comenta que a ausência de uma figura paterna repressiva e o contato com uma figura paterna mais branda (o avô) proporcionaram a ele, “um espírito mais livre”.
Seus primeiros passos na produção de textos filosóficos e literários começaram em 1921, quando Sartre entra para o tradicional Liceu Louis-le-Grand, e torna-se professor de filosofia no ensino secundário.
 Em1924, ele entra para o curso de Filosofia da Escola Normal Superior de Paris;
Em 1928, ao prestar exame para seu Mestrado, conhece a escritora Simone de Beauvoir, que torna-se sua companheira e importante colaboradora intelectual para o desenvolvimento de seus estudos.
Em 1933 em Berlim, ele é apresentado à fenomenologia de Husserl e fica fascinado. Candidata-se à bolsa na Institut Français e, estuda a fundo a obra de Husserl e Heidegger. Ainda durante este período, entra em contato com as filosofias de Kierkegaard e Nietzsche, trazendo teorias que influenciaram toda a construção do existencialismo sartreano;
Em 1936, publica o artigo "A Transcendência do Ego", uma crítica à teoria do Ego Husserliana. Sartre desafia o conceito de que o ego é um conteúdo da consciência e afirma que ele está fora da consciência, no mundo e a consciência se dirige a ele como a qualquer outro objeto do mundo. Este é um dos primeiros passos para livrar a consciência de conteúdos e torná-la o "Nada" que mais tarde seria um dos conceitos-chave do existencialismo. 
Em 1939 começa a escrever sua principal obra "O ser e o nada“, que será concluída somente em 1943, depois de sua experiência com a guerra.
A vida Política pós-guerra de Sartre: No ano de 1939, Sartre é convocado pelo governo francês para servir o exército durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1940, foi capturado e preso pelos inimigos, conseguindo fugir apenas em 1941. O período de prisão e da vivência da guerra foi importante para que Sartre nutrisse maior engajamento político, o que o acompanhou até o fim de sua vida;
Sartre passa a lutar contra a guerra, contra a exploração capitalista, contra o antissemitismo e contra o nacionalismo; 
Funda o grupo Socialismo e Liberdade, de caráter antitotalitário e antifascista e que nutria novas interpretações do marxismo adaptadas aos novos tempos.
Nobel de Literatura: No ano de 1964, Sartre foi contemplado com um prêmio Nobel de Literatura, mas recusou-o. Para Sartre, a sua filosofia existencialista e a sua literatura eram livres de amarras e jamais deveriam submeter-se ao julgo das autoridades da academia
- O ser e o nada
- Como o ser se constitui;
- Ser no mundo e corporalidade;
- Cogito;
“Existir é estar consigo mesmo e com os outros num corpo-cogito no mundo”
Ser-para-si; Ser-em-si; ser-para-o-outro;
A Existência Precede a Essência:
“... Significa que o homem existe primeiro, se encontra, surge no mundo, e se define em seguida. Se o homem, na concepção do existencialismo, não é definível, é porque ele não é, inicialmente, nada. Ele apenas será alguma coisa posteriormente, e será aquilo que ele se tornar.”
O Ser se determina, se constrói, se inventa enquanto age no mundo.
Ao contrário do existencialismo cristão de Kierkegaard, para Sartre não existem valores pré-determinados. Não existe “natureza humana”.
Para Sartre, não existe nada que condicione, ou que justifique a existência. A Existência não serve a um propósito único. O homem é um projeto em eterna construção. 
“O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo: é este o primeiro princípio do existencialismo.” 
(O Existencialismo é um Humanismo)
Do “Em si” ao “Para si”
Ser-em-si = As coisas do mundo, aquilo que está fora do cogito (Objetos);
Ser-para-si = Aquele que tem consciência de si, que irá se constituir através da sua relação com o mundo;
O ser é o que é. Não existe uma razão para a existência. 
Não existe “Natureza Humana”.
A partir da Existência singular, se constitui a essência. 
Ser-para-outro
O outro formalização a existência do ser;
O ser se constitui na relação com o outro;
Eu crio representação do outro e também sou representado por ele.
Exemplo: um corpo vai tornar o outro agressor, repressor;
Aquele que vai tirar a minha liberdade;
Para Sartre a relação deve ser sempre de responsabilidade e reconhecimento de alteridade.
O Outro
“Aquele que NÃO É o que EU SOU, e que É o que eu NÃO SOU” 
(O Ser e o NADA)
Tensão entre as liberdades, que as vezes pode ser harmoniosa, mas outras vezes será conflituosa. 
Quando escolhemos o que fazer, somos obrigados a escolher também o que fazer com aquilo que os outros fazem. E saber que aquilo que nós fazemos vai sofrer influência dos outros. 
A partir do olhar dos outros reconhecemos nossas ações, e também nossas falhas. E é a partir dele que nos damos conta de nós mesmos.
Liberdade em Sartre: O ser humano é absolutamente livre. Mas isto não é tão simples – e agradável – quanto parece. Impõe uma responsabilização total do ser diante de suas escolhas.
A liberdade está sempre condicionada a um momento em que o ser precisa tomar uma decisão. 
Assumir a própria liberdade significa tomar decisões;
O peso da liberdade de ser o que se deseja ser. 
A responsabilização pela própria frustação. 
É preferível lidar com esta frustração do que iludir-se com crenças ou projetos que não se pode realizar.
Má-fé: Atribuir a responsabilidade e a própria liberdade à outra pessoa, coisa, cultura. 
Evitar a responsabilidade de suas escolhas, e atribuem este cargo então a outra pessoa, a uma norma social, ao passado, a astrologia, a uma herança biológica, religião, ao acaso, ao governo, tradição familiar, e etc. 
Má-fé, para Sartre, seria negar sua liberdade absoluta, o que para Sartre representaria comportar-se como um objeto, uma coisa.
“O inferno são os outros”. 
“Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que, se não escolher, assim mesmo estarei escolhendo.” 
O Existencialismo é um Humanismo. 
Angústia: A angústia então seria a condição para a liberdade. Para o existencialismo, a angústia deve ser encarada com coragem, pois seria ela a única condição da liberdade. 
A angustia ao deparar-se com o nada;
A angustia ao depara-se com a responsabilidade/liberdade;
Se o humanismo significa valorizar o ser humano e a condição humana acima de tudo, então o existencialismo é um humanismo.
“Na perspectiva cristã, somos acusados de negar a realidade e a seriedade dos empreendimentos humanos, já que, suprindo os mandamentos de Deus e os valores inscritos na eternidade, resta apenas a pura gratuidade; cada qual pode fazer o que quiser, sendo incapaz, a partir de seu ponto de vista, de condenar os pontos de vistas e os atos alheios. Tais são as várias acusações a que procuro hoje responder e a razão que me levou a intitular esta pequena exposição de: “O Existencialismo é um Humanismo”.” ... “De qualquer modo, o que podemos desde já afirmar é que concebemos o existencialismo como uma doutrina que torna a vida humana possível e que, por outro lado, declara que toda verdade e toda ação implicam um meio e uma subjetividade humana.”
Gestalt terapia: FREDERICK SALOMON PERLS (1893 – 1970) 
FRITZ PERLS - Laura perls (1905 – 1990)
Teorias de fundo:
· Psicanálise de Sigmund Freud;
· Psicologia da Gestalt de Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka;
· Teoria de Campo de Kurt Lewin;
· Teoria Organísmica de Kurt Goldstein;
· Bases fenomenológicas: Fenomenologia, Humanismo e Existencialismo.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA GT:
· ABORDAGEM CENTRADA NO CLIENTE
· CONTEXTO IMPORTA
· A EXPERIÊNCIA INFLUENCIA A PERCEPÇÃO
· A CURA EM GESTALT É A CONSICÊNCIA EM SI
· FOCO NO PRESENTE 
· FORMA E CONTEÚDO
· A GRANDE PERGUNTA DA GESTALT É O “COMO” E NÃO O “PORQUE”
· CORPORALIDADE
· AUTORRESPONSABILIDADE
Ferramentas de atuação na psicoterapia:
· CONSCIÊNCIA DA FALA
· POLTRONA VAZIA
· ENCENAÇÃO 
· LINGUAGEM CORPORAL
· EXAGERO
· LOCALIZAÇÃO DA EMOÇÃO
· ARTES CRIATIVAS
“Eu sou eu, você é você. Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas. Eu sou eu, você é você. Não estou neste mundo para viver de acordo com as suas expectativas. E nem você o está para viver de acordo com as minhas. Eu sou eu, você é você. Se por acaso nos encontrarmos, é lindo. Se não, não há o que fazer.” Fritz Perls, 1969
Fundamentos teóricos da Gestalt (A psicologia da Gestalt)
Contextualização sócio-histórica
· Desde os primórdios da Psicologia, em 1860 na Alemanha o objeto de estudos da psicologia está diretamente relacionado com a percepção e aprendizagem. 
· O métodoexperimental de Wundt, chamado introspecção, tinha objetivo meramente descritivo, e buscava uma resposta na generalização da experiência perceptiva.
· A Psicologia da Gestalt nasce em forte oposição aos princípios reducionistas e generalistas de Wundt. 
Em 1912, quando começa-se a utilizar o termo “Psicologia das Gestalt”:
· O behaviorismo de Watson começava a pesquisa com animais realizada nos laboratórios de Thorndike e de Pavlov e exercia grande impacto nos EUA.
· A psicanálise de Freud já completava uma década na Alemanha e começava a se espalhar pelo mundo.
· A fenomenologia de Husserl e Heidegger (1900) já ganhava espaço no campo filosófico e influenciava uma série de pensadores que um pouco mais adiante dariam início à psicologia existencialista (1940, Sartre).
A Gestalt e a psicologia humanista:
· O Humanismo é um movimento filosófico que nasce na transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, com ideais filosóficos, morais e estéticos que valorizavam o ser humano.
· A Psicologia Humanista irá se constituir com base nesta filosofia, embasada em forte oposição ao psicologismo e positivismo do séc. XIX. 
· São características da Psicologia Humanista: a ênfase na individualidade, a fenomenologia, a liberdade e a potencialidade.
· Mas a terceira força da Psicologia (depois do behaviorismo e psicanálise), só ganhará este título mais tarde, em meados de 1940 com Carl Rogers. 
A base dos estudos da Gestalt
· A Psicologia da Gestalt nasce em meados de 1912 com estudos da percepção e aprendizagem. 
· Gestalt é uma palavra alemã, sem uma tradução precisa para a língua portuguesa. Pode ser entendida como forma ou configuração. 
· A teoria da forma defende que quando capturamos uma imagem, nós observamos a imagem como um todo. Ou seja, a configuração desta imagem. 
· O todo é diferente da soma das partes. A Gestalt seria a configuração entre as partes, ou seja, do relacionamento entre as partes.
WERTHEIMER, KÖHLER E KOFFKA
· Max Wertheimer (1880-1943);
· Wolfgang Köhler (1887-1967);
· Kurt Koffka (1886-1941).
Foram psicólogos pesquisadores, que foram contemporâneos e conviveram na chamada Escola de Berlim. Produziram juntos pesquisas sobre a percepção que formularam a Psicologia da Gestalt
Wolfgang Kohler e psicologia da Gestalt
Os autores propõe uma um entendimento sobre a organização do nosso aparelho perceptivo.
Por exemplo: Em um condutor de carga elétrica, se exercemos uma modificação em uma das partes haverá uma alteração na totalidade dos pontos de distribuição. 
Assim é a base da terapia da Gestalt: se modificarmos um ponto específico, podemos, a partir deste, mudar o todo.
Na perspectiva de Köhler, se o mundo físico apresenta características gestálticas, não há porque não as encontrar nos fenômenos fisiológicos.
Estudos sobre a percepção e a forma
Sensação e Percepção:
· A Sensação é o resultado de um contato físico, sendo a resposta de um receptor sensorial a estímulos externos, ou seja, ela é uma resposta fisiológica do organismo.
· A Percepção constitui o mecanismo que faz o julgamento, isto é, interpreta as informações que foram captadas pelos sentidos (as sensações). 
Experiência e individualidade
· Neste sentido, a percepção humana é afetada por fatores não só fisiológicos mas também psicológicos: por questões culturais e sociais.
· Esta seria a única forma de justificar as diferenças perceptivas de um mesmo fenômeno por diferentes observadores. 
· Neste sentido, nossa percepção é direcionada, seletiva, de acordo com a nossa experiência prévia. 
KURT Lewin e a teoria de campo
· Kurt Lewin (1890-1947), psicólogo e professor alemão, trabalhou durante dez anos com Köhler e Koffka na Universidade de Berlim. E elaborou a partir desta colaboração sua Teoria de Campo. 
· Entretanto não podemos considerá-lo um gestaltista, pois ele acabou seguindo outro rumo de acordo com seus próprios princípios desenvolvidos. 
· Ou seja, o campo é uma realidade fenomênica, não necessariamente física. A realidade é a maneira particular como se interpreta determinada situação e, também, componentes emocionais ligados às próprias situações já vividas.
· O campo psicológico é representado pelas linhas de força, o que atrai a percepção e lhe dá significado. As situações, muitas vezes, tendem a ser interpretadas pelos seus aspectos fenomenológicos e não pelo o que ocorre de fato. As experiências, a todo o momento, podem ganhar novos significados. E o comportamento, para sua real compreensão, deve ser visto em sua totalidade, não por fragmentos incompletos.
· Ou seja, o campo é uma realidade fenomênica, não necessariamente física. A realidade é a maneira particular como se interpreta determinada situação e, também, componentes emocionais ligados às próprias situações já vividas.
· O campo psicológico é representado pelas linhas de força, o que atrai a percepção e lhe dá significado. As situações, muitas vezes, tendem a ser interpretadas pelos seus aspectos fenomenológicos e não pelo o que ocorre de fato. As experiências, a todo o momento, podem ganhar novos significados. E o comportamento, para sua real compreensão, deve ser visto em sua totalidade, não por fragmentos incompletos.
Psicologia da Gestalt x Gestalt-Terapia
· A Psicologia da Gestalt constitui-se de um arsenal teórico de estudos sobre a percepção e maneira como nosso sistema cognitivo organiza as informações sensoriais. Porém, não tem por si só aplicação terapêutica.
· A Gestalt Terapia apropria-se dos conceitos adquiridos pela Psicologia da Gestalt, trazendo a teoria para o campo prático da intervenção psicológica, com ferramentas e técnicas psicoterapêuticas.
A Gestalt-Terapia de Fritz Perls
· O surgimento da Gestalt-terapia de Fritz Perls; 
· Os conceitos aplicados no contexto terapêutico da Gestalt-terapia; 
· Os Conceitos fundamentais: 
· Organismo como um todo;
· Figura e fundo;
· O aqui e agora;
· A intencionalidade do ato;
· As ferramentas terapêuticas da Gestalt-Terapia.
1.Qual o lugar da percepção para a Psicologia da Gestalt? 
A Gestalt é uma teoria que estuda como nós, seres humanos, percebemos as coisas. A psicologia da Gestalt aborda os princípios que determinam que a nossa percepção não se dá por “pontos isolados”, mas sim, pela compreensão do “todo”
2.Como as pessoas percebem os elementos ao seu redor?
3.Qual o papel da percepção na nossa vida emocional?
A tendência da percepção em buscar a boa-forma permitirá a relação figura-fundo. Quanto mais clara estiver a forma (boa- forma), mais clara será a separação entre figura e fundo.
4.Como um Gestalt Terapeuta pode intervir percepção do cliente? 
é pensar em algo que se constituiu ao longo do tempo, de acordo com o desenvolvimento da teoria que é a base do trabalho desse terapeuta. relação terapeuta-cliente, baseada em empatia, vínculo e confiança, entre outros elementos, é o fator decisivo no sucesso do tratamento e a Gestalt-terapia considera a própria relação como sua maior técnica e sua principal ferramenta de trabalho.
5.Qual a relação da Gestalt com a Psicologia Humanista?
A Gestalt-terapia é uma abordagem Humanista, Existencial-Fenomenológica, ou seja, sua visão de homem é permeada por estas três filosofias. Sendo assim, é de acordo com essa visão de homem que o Gestalt-Terapeuta se coloca diante do seu paciente e diante da sua própria vida. compreender o ser humano como uma totalidade. Rompendo com as psicoterapias tradicionais, a Gestalt vê o homem nos seus aspectos físico, mental e psíquico. Estas são esferas indivisíveis e inter-relacionadas.
A Psicologia Humanista - Carl Rogers e Abraham Maslow
Abraham Maslow: Psicólogo americano e considerado até os dias atuais como o pai da psicologia humanista. Para Maslow, as pessoas são capazes de se autorrealizar. Para ele, a autorrealização é o nível mais alto da existência humana. Maslow também foi o responsável pela criação da escala de necessidades humanas. Essa escala é conhecida como Pirâmide de Maslow.
Vida e Obra de Abraham Maslow
· Maslow nasceu em 1908, no bairro do Brooklyn , em Nova Iorque. 
· Foi o primogênito de setefilhos de pais imigrantes judeus;
· Teve uma infância humilde, sem muitos amigos, devido ao fato de o seu bairro possuir poucos judeus;
· Sofria abusos psicológicos de ambos os pais. Sua mãe chegava a privá-lo de comida, trancando a geladeira.
· Esse cotidiano de relações familiares tensas marcou a vida de Maslow (Hall, 1968; Hoffman, 2008).
· No final da adolescência, os pais de Maslow o coagiram a se tornar advogado. Cedendo à pressão, matriculou-se, aos 17 anos, na Faculdade de Direito, em 1926. 
· Maslow era apaixonado, há tempos, por sua prima de primeiro grau, Bertha Goodman. Contra a vontade dos pais, ele, então com 20 anos, assumiu o relacionamento e se casou com ela, em 1928. 
· Casado e motivado, Maslow encontrou forças para sair de perto dos seus pais. Em 1930, decidiu estudar Psicologia e mudou-se para Madison;
· Matriculou-se na Universidade de Wisconsin, onde ele obteve seus títulos de bacharel, mestre e doutor em psicologia.
· Paralelamente à Psicologia Comportamental e Experimental, Maslow nutria um interesse pela Psicanálise de Alfred Adler. 
· Em 1935, Maslow se tornou resident fellow da Universidade de Columbia, onde trabalhou com Edward Thorndike. 
· Thorndike aplicara um teste de inteligência em Maslow, que obteve um coeficiente alto (QI 195). Esse acontecimento o fez acreditar mais em suas potencialidades (Hall, 1968). 
· Sob a direção de Thorndike, ele realizou uma pesquisa sobre a sexualidade feminina, publicando diversos artigos sobre o tema. Maslow também foi influenciado pela Antropologia de Ruth Benedict e pela Psicologia da Gestalt, de Max Wertheimer. 
· Maslow publicou, em 1937, o seu primeiro trabalho considerado fora do contexto acadêmico à época, intitulado: Personality and Patterns of Culture.
· Em 1951, Maslow recebeu o convite para trabalhar como presidente do Departamento de Psicologia da Universidade de Brandeis, em Massachusetts. 
· Em Brandeis, ele desenvolveu estudos sobre motivação, personalidade e autorrealização, os quais chamaram a atenção de um professor de Administração do Massachusetts Institute, que passou a divulgar suas ideias no mundo dos negócios. 
· Os dois se tornaram amigos e passaram a empreender trabalhos juntos sobre gerenciamento, trabalho autorrealizável, criatividade e liderança (Stephens, 1965/2003). 
· Devido aos investimentos de John Rockefeller III, um magnata filantropo, Maslow conseguiu uma fonte de aplicabilidade sobre os seus estudos no circuito empresarial e desenvolveu, na prática, sua teoria sobre a hierarquia das necessidades básicas. 
· Maslow foi eleito presidente da American Psychological Association (APA).
Maslow e Psicologia Humanista:
· Em 1954, envolvido pela insatisfação com a psicologia da época e com o intuito de criar uma proposta alternativa, Maslow começou a compilar uma lista de correspondência que continha o contato de outros psicólogos, também, insatisfeitos com o contexto relacionado à Psicologia da época (Moss, 2001;Castañon, 2007). 
· A lista batizada de Rede Eupsiquiana, tinha o objetivo de realizar a troca de trabalhos e continha nomes como: Carl Rogers, Gordon Allport, Rollo May, dentre muitos outros.
· A troca foi um sucesso e deu início a uma revista de publicações científicas chamada Journal of Humanistic Psychology.
Em 1963, a Psicologia Humanista foi chancelada com o surgimento da American Association for Humanistic Psychology
Maslow apontou quatro propósitos pertinentes ao desenvolvimento da Psicologia Humanista:
1- Que os interesses humanistas fossem estudados por meio de critérios científicos, ainda que não ortodoxos. Defendeu a Psicologia Humanista como uma ciência que deveria se valer dos métodos de pesquisa mais holísticos e fenomenológicos.
2- Discutiu a aproximação da Psicologia com as filosofias fenomenológicas e existenciais. Considerando que sociedade não resolve todos os problemas do indivíduo, voltar-se para a experiência, o eu e os seus valores seria imperativo ao desenvolvimento humano.
3- Enfatizou um programa individual e social, reconhecendo a Psicologia Humanista como não puramente acadêmica, mas como uma teleologia voltada para possibilitar um modo de vida que afeta a pessoa e a sociedade. 
4- Assumiu que a Psicologia Humanista devesse transcender para um novo sentido de humanismo, ultrapassando o humano. Em sua concepção, a Psicologia Humanista seria transitória para uma "(...) Quarta Psicologia ainda 'mais elevada', transpessoal, transumana, centrada mais no cosmo do que nas necessidades e interesses humanos.
Conceitos Principais
Autoatualização
· Maslow definiu vagamente autoatualização como “o uso e a exploração plenos de talentos, capacidades, potencialidades etc.” (Maslow, 1970, p. 150). 
· “Eu penso no homem que se autoatualiza não como um homem comum a quem alguma coisa foi acrescentada, mas sim como o homem comum de quem nada foi tirado. O homem comum é um ser humano completo com poderes e capacidades amortecidos e inibidos” (Maslow em Lowry, 1973b, p. 91).
· “Em primeiro lugar, autoatualização significa experienciar de modo pleno, intenso e desinteressado, com plena concentração e total absorção” (Maslow, 1971, p. 45).
· Maslow começou a estudar a autoatualização através da análise das vidas de pessoas que considerava mais saudáveis e criativas. Aqueles que ele acreditava serem altamente autoatualizados.
· Maslow argumentava que era mais exato generalizar sobre a natureza humana estudando os melhores exemplos que pudesse encontrar, do que catalogando os problemas e falhas dos indivíduos comuns ou neuróticos.
Estudando homens e mulheres melhores e mais saudáveis, é possível explorar os limites da potencialidade humana. Por exemplo, para estudar a rapidez com que os seres humanos podem correr, deveríamos trabalhar com os melhores atletas e corredores disponíveis.
· Se pensarmos na vida como um processo de escolhas, então a autoatualização significa fazer de cada escolha uma opção para o crescimento. 
· Atualizar é tomar verdadeiro, existir de fato e não somente em potencial.
· A honestidade e o assumir a responsabilidade de seus próprios atos são elementos essenciais na auto-atualização
Hierarquia das Necessidades
· Maslow define a neurose e o desajustamento psicológico como “doenças de carência**, isto é, são causadas pela privação de certas necessidades básicas, assim como a falta de certas vitaminas causa doenças.
· Para Maslow, todos os seres humanos estão motivamos pelas mesmas necessidades básicas, organizadas de forma hierarquia que seguem a mesma sequencia. 
Pirâmide de Maslow
Para Maslow, todos os seres humanos estão motivamos pelas mesmas necessidades básicas, organizadas de forma hierarquia que seguem a mesma sequencia. 
Para ele, seriam estas as necessidades que nos motivam.
Motivação
Maslow de apropria dos estudos iniciais da Psicologia da Gestalt, e corrobora com a visão de um organismo e um todo unificado, que é afetado na sua totalidade pelo que acontece em qualquer uma de suas partes.
· Neste sentido, o ser humano motiva-se por completo, ou seja a motivação age sobre todos os aspectos do indivíduo; 
· A motivação está relacionada com diversos fatores da vida;
· O ser humano está continuamente motivado, ou seja, quando ele satisfaz uma necessidade, esta necessidade é substituída por outra;
· Continuamente buscando a satisfação de novas necessidades;
· Maslow salientou que a maioria das psicologias ocupa-se apenas da motivação de deficiência, isto é, concentra-se no comportamento que foi privado ou frustrado.
· Mas, quando um organismo não está com fome, dor ou medo, novas motivações emergem, tais como a curiosidade e a alegria. 
· “Motivação do ser” refere-se principalmente ao prazer e à satisfação no presente, ou seja, ao desejo de procurar uma meta (motivação de crescimento). 
Carl Rogers 1902 – 1987, Estados Unidos.
· Psicólogo Fenomenologista, fundador da Abordagem centrada na pessoa;
· Um dos fundadores da Psicologia Humanista;
· Seus estudos apontavam a capacidade de cada pessoa renovar e atualizar seus potenciais e capacidades. 
· “Sinto poucasimpatia pela ideia bastante generalizada de que o homem é fundamentalmente irracional e que os seus impulsos, quando não controlados, levam à destruição de si e dos outros. O comportamento humano é extremamente racional. evoluindo com uma complexidade sutil e ordenada para os objetivos que o seu organismo se esforça por atingir. A tragédia, para muitos de nós, deriva do fato de as nossas defesas nos impedirem de surpreender essa racionalidade, de modo que estamos conscientemente a caminhar numa direção, quando organicamente seguimos outra” (Rogers, 1969, p. 173 ed. bras.).
Visão do Ser Humano
· Ser humano é dotado de uma natureza essencialmente positiva:
· Confiáveis, amistosas e construtivas;
· Tendência natural de mover-se a diante:
· Busca Autorrealização, Crescimento pessoal e Saúde Psicológica;
· Ênfase das particularidades e individualidade;
· Estudo das pessoas saudáveis (tira o foco das doenças);
· Potencialidades do ser humano;
· Visão Fenomenológica;
· Ser humano é livre, responsável pelos seus atos;
· Acredita que é possível mudar aquilo que fizeram dele, é dono de seu futuro;
· Habilidade de escolher conscientemente o que faremos sobre nós mesmos;
Abordagem Centrada na Pessoa (ACP)
· Não contente com as posições mecanicistas da Psicanálise e do Behaviorismo, Rogers funda sua abordagem em uma recusa em identificar a pessoa em terapia como paciente ou doente.
· Em 1951 Rogers publicou “Terapia Centrada no Cliente”, sua primeira teoria formal sobre a terapia, sua teoria da personalidade e algumas pesquisas que reforçaram suas conclusões.
· Rogers aponta a importância da relação da pessoa e do terapeuta, que são iguais e não possuem posição de hierarquia.
· Para ele o núcleo básico da personalidade humana era tendente à saúde, ao bem-estar. 
O papel do terapeuta é desenvolver uma relação de confiança com o paciente para poder fazer com que ele encontre sozinho sua própria cura.
· Para Rogers, o processo psicoterapêutico consiste em um trabalho de cooperação entre psicólogo e o cliente, cujo objetivo é a liberação desse potencial de crescimento, tendo como resultado a pessoa tornando-se ela mesma.
Rogers observa 3 condições facilitadoras no relacionamento entre psicoterapeuta e cliente, para que ocorra a atualização desse núcleo essencialmente positivo:
· Consideração positiva incondicional: é receber e aceitar a pessoa como ela é e expressar uma consideração positiva por ela.
· Empatia: compreender e respeitar a experiência única de cada pessoa;
· Congruência: a coerência interna do próprio terapeuta.
Rogers também chegou à conclusão de que as três condições são eficazes em qualquer tipo de relacionamento: na educação entre professor e aluno, no trabalho, na família, nas relações interpessoais em geral.
Um dos pilares da ACP é a forma com que é aplicado o seu método em psicoterapia:
· Não há uma série de técnicas e ferramentas pré-definidas;
· O Psicoterapeuta passa por um processo de amadurecimento durante casa psicoterapia;
· A expressão de uma afetividade incondicional só ocorre devidamente se brotar com sinceridade do psicólogo; não há como simular essa afetividade. O mesmo ocorre com a empatia e com a congruência. 
Por isso, se diz que não existe uma "técnica Rogeriana", mas sim psicólogos cuja conduta pessoal e profissional mais se aproximam da perspectiva de Carl Rogers.
Influência Social
· Para o indivíduo se movimentar em direção ao crescimento e autorrealização ele precisa ser compreendido e valorizado incondicionalmente. 
· Quando este ambiente é oferecido o indivíduo se sente capaz de escolher e de autodirigir-se. 
· Apenas em um ambiente livre de ameaças o ser humano podem desenvolver seus ideias para empatia, lealdade, autenticidade e autodirecionamento.
Influência na Educação
Para Rogers, todos os princípios da ACP valem para a educação. Ou seja, 
· a educação deve ter um ambiente que motiva as forças positivas de crescimento;
· a relação professor/aluno deve ser horizontal e o professor, da mesma forma que o terapeuta, deve oferecer condições para que o indivíduo busque autorrealização; 
· Aceitação positiva incondicional, empatia e congruência.
“O que para mim teve inicio na década de 30 como uma maneira diferente mas talvez bem aceita de trabalhar terapeuticamente com indivíduos foi mal articulada como minha própria opinião no começo da década de 40. Poder-se-ia dizer que uma “técnica” de aconselhamento transformou-se numa rática de psicoterapia; esta, por sua vez, veio a se tornar uma teoria de terapia e de personalidade. A teoria forneceu as hipóteses que abriram todo um novo campo de pesquisa. Daí desenvolveu-se uma abordagem para todas as relações interpessoais. Agora alcança a educação, como uma forma de facilitar a aprendizagem em todos os níveis. Ê uma forma de conduzir experiências de grupos intensivos, e influenciou a teoria da dinâmica de grupo” (1970a).

Continue navegando