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Doenças causadas pela mutação genética

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Doença Causadas pelas Mutações Genéticas
Toda e qualquer modificação que interfira no número ou na estrutura dos cromossomos de uma célula é chamada mutação cromossômica, ou aberração cromossômica. As mutações cromossômicas podem ser classificadas em mutações numéricas, em que há alteração no número de cromossomos de célula, e mutações estruturais, em que há alteração na forma ou no tamanho de um ou mais cromossomos da célula.
As mutações numéricas são, ainda, subdivididas em aneuploidias e euploidias. Nas aneuploidias, tem-se um aumento ou uma perda de um ou mais cromossomos; já nas euploidias, o aumento ou a perda será em lotes cromossômicos completos, também conhecidos como genomas.
As aneuploidias são consequências de erros na distribuição dos cromossomos durante a divisão celular. Geralmente são causadoras de distúrbios, como, por exemplo, a síndrome de Down, provocada pela trissomia do cromossomo 21; a síndrome de Turner, causada pela monossomia do cromossomo sexual X; e a síndrome de Klinefelter, provocada pela trissomia que envolve os cromossomos sexuais.
As euploidias se dão no momento em que os cromossomos são duplicados e a célula não se divide. Existem algumas cultiváveis que apresentam euploidias, como é o caso do trigo, em que há variedades diploides (com dois lotes cromossômicos), tetraploides (com quatro lotes cromossômicos) e hexaploides (com seis lotes cromossômicos).
As mutações estruturais são provenientes de fragmentos cromossômicos seguidos de perda de pedaços em locais diferentes do original. Esses tipos de mutações podem ser classificados em:
· Deficiência ou deleção: quando o cromossomo é desprovido de uma parte.
· Duplicação: quando há a repetição de um pedaço do cromossomo.
· Inversão: quando o cromossomo tem uma porção invertida.
· Translocação: quando um cromossomo apresenta uma parte proveniente de outro cromossomo.
As mutações cromossômicas estruturais podem se fazer presentes tanto em condições homozigóticas, quanto em condições heterozigóticas. Trata-se de uma mutação cromossômica em homozigose quando o indivíduo apresenta ambos os membros de um par de cromossomos com a mutação. Quando apenas um dos cromossomos do par de homólogos apresenta a mutação, trata-se de uma mutação cromossômica em heterozigose.
Em linhas gerais, essas mutações não dão origem a novos tipos de genes, porém, possibilitam o surgimento de novas combinações gênicas. E, ainda que sejam menos significativas para a evolução do que as mutações gênicas (alteração do código genético que produz novas versões de genes) e a recombinação gênica (mistura de genes de indivíduos diferentes), as mutações cromossômicas também contribuem para a manutenção da variabilidade gênica de determinadas populações naturais.
Síndrome de Down
Também chamada de trissomia do cromossomo 21, é uma anomalia genética no cromossomo 21. Durante a meiose, na formação dos gametas, pode não ocorrer a correta disjunção dos cromossomos, formando três cópias do cromossomo 21. Esta á a principal causa da Síndrome de Down, ocorrendo em 85% dos casos estudados. O risco de isso acontecer aumenta com a idade materna.
Cariótipo de um homem com trissomia do cromossomo 21, o que causa a Síndrome de Down. Foto: Jens Goepfert / Shutterstock.com
Outra causa desta síndrome é a translocação Robertsoniana, onde o topo do braço longo do cromossomo 21 se liga com outro cromossomo, normalmente o 13, 14, 15 ou 22 e pode ser hereditária. A Síndrome de Down também pode ser causada pelo mosaicismo, por uma não disjunção das células na formação do zigoto.
Um portador da Síndrome de Down normalmente apresenta as seguintes características, além do retardo mental, segundo Hall (1964, 1966):
· Face achatada
· Fenda palpebral oblíqua
· Orelhas displásicas
· Pele abundante no pescoço
· Prega palmar transversa única
· Hiper-elasticidade articular
· Pelve displásica
· Displasia da falange média do quinto dedo.
Estas características variam entre os portadores. Podem apresentar várias ao mesmo tempo ou muito poucas. A intensidade também varia. Normalmente os indivíduos são de baixa estatura e quase 40% dos casos possuem problemas cardíacos como defeitos no septo interventricular e no coxim endocárdico. As cardiopatias são as principais causas de morte em crianças com Síndrome de Down.
Apresentam também malformações no trato gastrintestinal, perdas auditivas e apresentam características da doença de Alzheimer.
Cuidados especiais
Os portadores são mais susceptíveis à infecções do trato gastrintestinal, vias respiratórias e trato urinário, relacionadas com um defeito nos linfócitos T.
Os meninos portadores possuem hipogonadismo, ou seja, o tamanho do pênis é pequeno. As meninas também possuem hipogonadismo, a vagina é pequena e podem ter amenorréia, que é a ausência da menstruação.
Muitas crianças com problemas cardíacos devem ser submetidas a cirurgias e assistidas por um longo tempo.
Algumas crianças com Síndrome de Down possuem hipotireoidismo congênito. A frequência de convulsões aumenta, apneia do sono, leucemia e problemas de pele também.
A protrusão da língua pode atrapalhar a amamentação e demora mais tempo. Cerca de 3% possuem problemas oculares como cataratas e glaucomas, e precisam ser tratados cirurgicamente. Miopia e estrabismo também são frequentes. Possuem problemas ortopédicos, como luxações.
A obesidade é um problema frequente na adolescência e a dieta precisa de uma grande atenção.
Síndrome de Turner
A Síndrome de Turner é uma monossomia do X e apenas 1% dos que a possuem sobrevive. A proporção estatística é de 1 para 8000 nascimentos, sendo que apenas a metade das meninas que sobrevivem apresentam cariótipo com 45X (como no cariótipo abaixo), a outra metade tem muitas anormalidades cromossômicas no cromossomo sexual.
Cariótipo de uma pessoa com Síndrome de Turner
Com tamanha alteração não é de se espantar que a maioria nem chegue a nascer, e das que nascem apenas uma pequena parcela sobrevive. E dentre as que sobrevivem, aproximadamente 90% precisam fazer uma substituição hormonal para auxiliar no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários (pêlos pubianos, por exemplo) já que o organismo não consegue fazê-lo sozinho. Por esses dados é possível confirmar o que as pesquisas já dizem: a causa mais frequente dos abortos espontâneos por síndromes é a Síndrome de Turner, dados mais específicos taxam em 18% este índice.
A síndrome de Turner ocorre graças à um erro durante a gametogênese, causando a monossomia do X e quase sempre está presente no gameta paterno. Suas características fenotípicas mais comuns são: estatura menor que o padrão para a idade, pescoço robusto (ou alado), ausência da maturação sexual, tórax largo com mamilos muito separados, inchaço nas mãos e pés. Nas figuras abaixo e ao lado podemos perceber perfeitamente este padrão fenotípico.
Graças às características observadas acima, erroneamente no passado as mulheres acometidas por esta síndrome eram incluídas no grupo dos deficientes mentais, pela semelhança de alguns caracteres. Mas isto é um equívoco, pois estudos e relatos de caso já comprovaram que ou a inteligência não é afetada ou comumente as mulheres portadoras desta síndrome evoluem sua inteligência um pouco mais que a média das outras mulheres, ditas “normais” (ou não-sindromizadas).
Síndrome de Klinefelter
A Síndrome de Klinefelter é uma aberração cromossômica numérica, onde o portador é do sexo masculino e apresenta o cariótipo 47, XXY.
Essa síndrome foi descrita corretamente pela primeira vez em 1942, por um médico chamado Harry Klinefelter. Antes disso, essa doença já era observada e sabia-se que o portador tinha 47 cromossomos.
Essa doença é muito comum na espécie humana e ocorre em 1 a cada 500 meninos nascidos. Muitos indivíduos apresentam a condição, mas levam uma vida normal, sem saberem que são portadores.
Os principais sintomas associados à doença são:
- Tamanho reduzido dos testículos
- Braços mais longos do que o normal
- Ginecomastia – desenvolvimento de seios em meninos
- Infertilidade
- Retardo mental(o grau varia entre os portadores)
- Hipogonadismo puberal
- Estatura elevada
- Escassez de barba
- Distribuição feminina de pêlos pubianos- Problemas sociais e de aprendizagem
A doença pode ser diagnosticada através de estudos do cariótipo. O indivíduo portador apresenta dois cromossomos X e um cromossomo Y. É verificada a presença de cromatina sexual.
A preparação do cariótipo é feita de seguinte forma: Uma amostra de sangue é retirada do portador e passa por vários processos de preparo, onde seus cromossomos são condensados e corados. Após isso é retirada uma fotografia através de um microscópio eletrônico e impressa. Os cromossomos são montados como um quebra-cabeça, de acordo com suas semelhanças.
O tratamento dessa doença é feita com a utilização de testosterona. Os indivíduos portadores podem possuir problemas com a produção desse hormônio, que pode ser reduzida. Na puberdade ele é muito importante para a determinação das características sexuais secundárias desses meninos. Esse tratamento com testosterona deve ser controlado periodicamente.
Os meninos portadores dessa síndrome possuem alguns problemas comportamentais, relacionados à sua baixa autoestima, carência, frustração, etc. Tendem a ser pessoas mais reservadas, com dificuldade de concentração e baixo nível de atividade.
Indivíduos tratados com testosterona têm uma significativa melhora desse quadro comportamental, além de um melhor desenvolvimento das características sexuais secundárias. Homens podem ter uma vida sexual normal, com ereção e ejaculação, mas são inférteis.
Síndrome de Patau
Doença causada pela trissomia no cromossomo 13. Ela acontece quando, na formação dos gametas, são formados com 24 cromátides. Durante a fecundação, quando se junta com outro gameta, dão origem às células trissômicas.
Esse tipo de trissomia gera má-formação, causando retardo mental, problemas cardíacos congênitos e defeitos no sistema reprodutor. Por conta de tudo isso, boa parte dos portadores desse problema genético vivem em média um mês.
Características da Síndrome de Patau
1. Acentuado retardamento mental;
2. As meninas nascem com o útero bicornado e ovários imaturos;
3. Os rins são policísticos;
4. Alguns nascem com lábio leporino;
5. A distâncias entre os olhos é maior que o normal;
6. Em alguns casos podem nascer com polidactilia (mais de cinco dedos) nas mãos e/ou nos pés .
Tratamentos para Síndrome de Patau
A criança que nasce com Síndrome de Patau tem que receber tratamento imediatamente após o parto, pois estão sujeitas a graves comprometimentos cardíacos, fator que ameaça a vida do bebê. O tratamento só consegue prolongar alguns dias de vida para o portador da trissomia, que na maioria das vezes não sobrevive mais que alguns meses.
Síndrome do XYY
O que é Síndrome do XYY?
Durante a fecundação, o indivíduo recebe dois cromossomos sexuais Y por causa de uma aneuploidia do espermatozoide. Isso faz com que o portador tenha características comportamentais que os diferem, embora não apresentem má-formação.
A doença tem incidência maior nos presídios e hospícios, pois foi comprovado que os homens com a síndrome se mostram mais agressivos.
Características da Síndrome do XYY
1. São muito altos e apresentam um crescimento acelerado durante a infância e adolescência;
2. Possuem um comportamento associado à hiperatividade e são muito distraídos; também costumam ser muito agressivos;
3. Excesso de testosterona no organismo;
4. Têm dificuldades de se relacionar emocionalmente e para desenvolver a fala;
5. Não têm problemas com má-formação e, por isso, muitas vezes, a doença não é diagnosticada.
Tratamentos para Síndrome do XYY
O tratamento aconselhado é feito com psicólogos, que acompanham o desenvolvimento da criança para frear os impulsos de agressividade e ajudá-lo a interagir emocionalmente com as pessoas mais próximas, além de ter que usar medicamentos nos casos em que se apresentam hiperativos e com déficit de atenção.
Síndrome do Triplo X
O que é Síndrome do Triplo X?
Ocorre com as mulheres e é conhecida também como Síndrome da super-fêmea. Elas não apresentam nenhuma deformação: possuem características físicas normais.
Algumas mulheres nunca são diagnosticadas, mas uma parte das que apresentam infertilidade são portadoras da síndrome e outras apresentam algum nível de retardo mental.
Características da Síndrome do Triplo X
Não existem sintomas para essa doença em sua aparência física são normais;
Algumas mulheres podem ter diferentes níveis de retardo mental;
Não são todas, mas elas podem ser estéreis.
Tratamentos da Síndrome do Triplo X
Não existe tratamento já que os resultados da doença genética são irreversíveis, como retardo mental e infertilidade.
Síndrome de Edwards
Também denominada como Trissonomia 18, a Síndrome de Edwards é uma doença genética onde o feto possui três conjuntos do cromossomo 18 sendo que o considerado normal seria somente dois. Essa doença acomete problemas na formação do corpo do bebê assim como deficiências no coração e infelizmente por não existir tratamento impedem que o bebê sobreviva por muito tempo.
Através de estudos e pesquisas, foi constatada que o principal fator de risco da doença genética é a idade materna. Por isso maior parte dos casos se trata de gestações onde a mãe possui mais do que 35 anos de idade. O diagnóstico é realizado ainda na gravidez entre a 10º e a 14ª semana gestacional através do exame de ultrassonografia, até mesmo no exame de translucência nucal onde sinais no desenvolvimento ficam claros aos olhos médicos. Após o diagnóstico da doença a justiça pode ser acionada para que seja autorizada a realização do aborto apontando os riscos de vida e danos psicológicos que podem ser gerados na mãe, já que o bebê não possui chances de vida normalmente chegando até o 3º mês de vida. Decisão esta que deve ser tomada somente pelos pais, já que existe a opção de reparos cirúrgicos ou remédios que diminuirão os sintomas e riscos nos primeiros dias de nascido.
Existem também os casos de crianças que conseguem sobreviver por meses ou até mesmo anos com a síndrome e dentro de suas limitações vivem bem, são casos raros mas existem. A síndrome de Edwards pode se apresentar de diferentes formas nos bebês e isso não significa que um tipo é mais brando em seus sintomas do que o outro. Mas sim, que cada tipo tem seus sintomas e formas de se apresentar diferentes dos outros. Suas formas são separadas como trissomia 18 completa, parcial e aleatória.
Trissomia 18 completa: Considerada o tipo mais comum da doença, ela se apresenta em média 95% dos casos constatados e a cópia do cromossomo 18 a mais se encontra presente em praticamente todas as células corpóreas do bebê.
Trissomia 18 parcial: Considerada um tipo raro da doença, a trissomia parcial ocorre quando o bebê recebe apenas uma parte do cromossomo 18 a mais que é necessário para efetuar o diagnóstico da síndrome de Edwards. Essa “metade” costuma se unir a outro cromossomo antes ou depois da concepção.
Trissomia 18 aleatória: Também apontada pela medicina como tipo raro da doença e conhecida como “mosaico”, neste caso o cromossomo 18 a mais se encontra somente em algumas células corpóreas do bebê. A união destes cromossomos ocorre de forma aleatória durante a divisão celular do corpo.
Sintomas da Síndrome de Edwards
Muitos são os sintomas que podem ser encontrados e diagnosticados em um bebê portador da síndrome de Edwards. Alguns mais evidentes e vistos a olho nú, outros mais específicos e apontados somente através de exames mais complexos. Os sintomas mais corriqueiros são o de problemas cardíacos e renais, má formação craniana e da mandíbula do bebê que estão presente em quase 100% dos casos.
Outros sintomas que são observados na parte física dos bebês com a síndrome de Edwards são as orelhas posicionadas mais baixas do que o considerado normal, os pés tortos com solas arredondadas e dedos das mãos com deformidade com o indicador maior do que os demais dedos. Unha mal formada e encravada, baixo peso, má formação da genitália e espaçamento maiore incomum dos mamilos. Sinais como rigidez e enfraquecimento muscular, danos no crescimento, má formação renal e defeitos no septo, além da anomalia cerebral e vertebral são outros sintomas que surgem ao longo do diagnóstico que podem ser dados e analisados por médicos especializados como geneticistas, neurologistas, clínicos gerais, cardiologistas, nefrologistas, psiquiatras e psicólogos.
O diagnóstico normalmente é dado ainda durante o pré-natal, mas existem os casos que só é descoberta a síndrome de Edwards após o nascimento do bebê. A melhor forma de encarar a situação é conversar com os especialistas e tirar todas as dúvidas sobre o assunto e como enfrentá-lo. Ter conhecimento do que pode acontecer e a melhor forma de tratar e proporcionar melhores condições de vida ao bebê. O tratamento de cada bebê é individual e deve ser seguido em sua particularidade já que será necessária uma equipe médica cada um responsável pela sua área. Não descartando também o acompanhamento de psicólogos e psiquiatras para os pais e familiares mais próximos!
Síndrome de Kabuki
A Síndrome Kabuki (SK) é uma síndrome com descrição relativamente recente. Dois médicos japoneses - Dr. Niikawa e Dr. Kuroki -, trabalhando de forma independente, fizeram as primeiras descrições em 1981. O nome "maquiagem de Kabuki" foi escolhido devido à aparência facial lembrar a maquiagem dos atores do teatro Kabuki, uma forma tradicional de expressão teatral japonesa. Atualmente, o termo "maquiagem" foi retirado da denominação, pois poderia ser considerado constrangedor a algumas das famílias.
A Síndrome Kabuki é rara, entretanto pode estar sendo subdiagnosticada desde que o número de profissionais médicos que são familiarizados a ela ainda está crescendo. O diagnóstico é principalmente complicado pelo fato de que a variabilidade clínica é muito grande. Embora os artigos geralmente digam que existe somente cerca de 100 casos descritos, esse não é mais o caso, pois quantos mais geneticistas vão tomando conhecimento da síndrome, mais e mais crianças são diagnosticadas. Somente a KSN tem sido contatada por cerca de 300 famílias e este número continua crescendo; a KNS na Holanda tem cerca de 40 membros em uma pequena área geográfica; Dr Niikawa tem descrito pelo menos 100 casos no Japão e no Brasil tem relatadas, pelo menos, 18 famílias afetadas. A lista continua e, certamente, essa é somente a ponta do iceberg.
Infelizmente, existe informação limitada a respeito da SK para famílias, restando somente alguns artigos científicos, que nos ajudam a melhor entender a síndrome, muito embora, em muitas maneiras, eles não tratam de assuntos diretamente relacionados às dificuldades encontradas pelos pais de crianças afetadas.
Características Clínicas
CARACTERÍSTICAS FACIAIS:
· eversão de pálpebra inferior
· fenda palpebral alongada
· sobrancelhas arqueadas
· cílios longos
· esclera azul
· ponta nasal voltada para baixo
· palato alto/fendido, fenda labial
· orelhas dismórficas
· fístulas pré-auriculares
ANOMALIAS DENTÁRIAS:
As crianças com SK têm características faciais semelhantes, particularmente os olhos alongados, cílios longos e espessos, sobrancelhas arqueadas, ponta nasal voltada para baixo e orelhas proeminentes. As anomalias labiais ou de palato podem levar a dificuldades na alimentação e na fala. Os dentes são geralmente espaçados e irregulares, sendo comum a falta de alguns deles na primeira e(ou) segunda dentição, mas a maioria das anomalias dentais são facilmente corrigidas.
PROBLEMAS NEUROLÓGICOS:
· hipotonia
· problemas alimentares
· convulsões
· microcefalia
· anomalias visuais
As crianças com SK geralmente têm hipotonia, isto é, baixo tônus muscular, o que pode afetar a coordenação motora. Geralmente, todas as crianças beneficiam-se das terapias físicas e ocupacionais. Um número significativo de crianças pode apresentar convulsões e os problemas alimentares podem ser variados. Muitas delas têm estrabismo ou nistagmo, nos quais a intervenção precoce é importante.
HIPERMOBILIDADE ARTICULAR
A maioria das crianças possui frouxidão ligamentar, sendo que a fisioterapia e a atividade física podem fortalecer a musculatura e diminuir os seus efeitos.
RETARDO DO CRESCIMENTO
Muitos bebês ganham peso demoradamente e a maioria das crianças estará num percentil de crescimento mais baixo do que o esperado. Uma pequena porcentagem delas poderá requerer tratamento com hormômio de crescimento (GH - Growth Hormone). Além disso, algumas serão obesas na adolescência, sem qualquer alteração endócrina que possa explicar o fato.
ANOMALIAS DERMATOGLÍFICAS
· "finger pads"- coxins adiposos na face palmar de falange distal
· aumento das presilhas ulnares
· ausência de trirrádio digital em região c e(ou) d
· aumento de padrões hipotenares
RETARDAMENTO MENTAL
De grau leve a moderado
A maioria das crianças com SK apresenta retardamento mental de grau leve a moderado, sendo que alguns poucos conseguem frequentar escolas regulares, recebendo assistência nas áreas de fala e habilidades motoras. Muitas das crianças mais velhas (início da puberdade) conseguem aprender uma leitura básica e podem ser treinadas na escrita. A habilidade numérica pode variar, alguns indo muito bem, enquanto outros continuam a ter problemas com ela. Muitas crianças necessitam de uma modificação e adaptação do currículo escolar, recebendo auxílio e reforço, na tentativa de facilitar o aprendizado.
PERDA AUDITIVA
Mais de 50% dos pacientes com SK apresentam perda auditiva devido às malformações ou infecções recorrentes de ouvido médio.
Cerca de 25% desses indivíduos têm perda auditiva neurossensorial, isto é, uma falha na condução nervosa, que é geralmente presente ao nascimento e não relacionada às otites médias, necessitando auxílio de aparelhos auditivos. A hipoacusia de condução, isto é, a perda auditiva devido a uma alteração dos ossículos do ouvido médio que são responsáveis pela condução do som para o ouvido interno, é notada em cerca de 20% das crianças com SK. Alguns casos podem ser tratados cirurgicamente ou com o auxílio de aparelhos auditivos.
A otite média recorrente e a persistência de fluido, ou secreção, no ouvido médio são muito comuns (82% dos casos) o que pode resultar em perda auditiva temporária de condução. Esse tipo de hipoacusia poderá ser revertido com drenagem e colocação de tubos de ventilação.
No passado a otite média secretora (OMS) era tratada por meio de antibióticos. Atualmente, esse tratamento tem sido amplamente discutido e a maioria dos médicos sentem que somente a otite média aguda (OMA), isto é, o acúmulo de pus na cavidade de ouvido médio devido à presença de infecção bacteriana, deveria ser tratado com antibióticos. Assim, o tratamento mais efetivo para a OMS é a colocação de tubos de ventilação.
Algumas crianças são auxiliadas com o uso de um aparelho auditivo, semelhante a um rádio, que filtraria os sons enquanto amplifica o som da voz de uma pessoa falando ao microfone.
Devido à perda auditiva resultar no atraso da fala, é especialmente importante que a audição da criança com SK seja testada frequentemente.
ANOMALIAS ESQUELÉTICAS
· braquidactilia, isto é, encurtamento do quinto dedo
· clinodactilia , isto é, encurvamento da falange médica de quinto dedo
· escoliose
· luxação de congênita de quadril
· luxação de patela
A luxação congênita de quadril pode levar a alterações ósseas da região, devendo ser corrigida cirurgicamente e(ou) com auxílio de aparelhos ortopédicos. Assim, é recomendável a realização de raio-X de quadril, especialmente se a criança vem experimentando dificuldades na marcha. Existe ainda a possibilidade de luxação de patela devido à frouxidão ligamentar. A escoliose tende a ser leve, mas algumas crianças necessitam de correção com coletes.
ANOMALIAS CARDIOVASCULARES
Pelo menos 30% dos indivíduos com SK têm cardiopatias congênitas, sendo que a maioria é diagnosticada logo após o nascimento e pode ser corrigida cirurgicamente. É recomendado que todas as crianças com SK sejam completamente examinadas por um cardiologista,pelo menos uma vez durante o primeiro ano.
ANOMALIAS UROGENITAIS
Um número significativo de crianças apresentam anomalias renais ou de trato genito-urinário e é importante que os indivíduos com SK sejam submetidos a exame de ultrassom de abdome, para avaliação renal.
SUSCEPTIBILIDADE A INFECÇÕES
Todas as crianças com SK são mais susceptíveis a infecções respiratórias e de ouvido médio, que parecem diminuir de freqüência e intensidade conforme a criança torna-se mais velha. A cirurgia para colocação de tubos de ventilação para drenagem do fluido presente em ouvido médio é indicada, podendo ou não ser associada ao tratamento com antibióticos. O acompanhamento com um otorrinolaringologista é importante para minimizar a perda auditiva.
Existem muitas outras manifestações descritas, como, aumento da distância intermamilar, telarca (surgimento de mamas) e puberdade precoce (em meninas), imunodeficiência, hérnias inguinais, hirsutismo generalizado e vitiligo.,
Certamente, nem todas as crianças apresentam todas as características clínicas.
Se vocês desejarem mais informações técnicas, vejam OMIM (Online Mendelian Inheritance in Man - OMIM) no website do Centro Nacional de Informação Biotecnológica (National Center for Biotechnology Information - NCBI). Trata-se de um site em inglês, cuja linguagem é geralmente muito técnica.
Referências
AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das populações. São Paulo: Moderna, 2004.
MOORE, K.L.; PERSAUD, T.V.N. The developing human: clinically oriented embryology. 7ª ed. Elsevier. USA, 2003.

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