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GENÉTICA HUMANA Maceió - AL 2020.2 Centro Universitário Mauricio de Nassau – Uninassau Aluno(a): Victoria Karoliny de Assunção Silva Disciplina: Genética Humana RELATÓRIO: SÍNDROMES GENÉTICAS Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação do corrente semestre letivo, no curso de Biomedicina, na disciplina de genética humana da faculdade Mauricio de Nassau. Maceió – AL 2020.2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO…………………………………………………...….…4 2. DALTONISMO……………………………………………………....…5 3. SÍNDROME DE PATAU OU TRISSOMIA DO 13……………….....7 4. SÍNDROME DO X FRÁGIL…………………………………………...9 5. SÍNDROME DO CRI-DU-CHAT…………………………………….12 6. REFERÊNCIAS……………………………………………………….14 1. INTRODUÇÃO As síndromes genéticas são doenças caracterizadas por um conjunto específicos de sinais e sintomas, causados por meio genético, ou seja, devido a uma anomalia que envolve um ou mais cromossomos, alterando o número ou a estrutura, (mutação, duplicação, deleção e outras). Além disso, as alterações podem ser tanto nos cromossomos sexuais, como cromossomos autossomos. As pessoas portadoras das síndromes, possuem uma constelação de sintomas e características, que dependem dos órgãos afetados pelos cromossomos/genes alterados. As manifestações mais comuns em seus portadores são: atraso no desenvolvimento psicomotor, défice visual, défice auditivo, doença celíaca, dificuldades alimentares, deformidades no corpo e dentre outros. Sendo assim, os indivíduos que carregam essas síndromes, necessitam de acompanhamento regular de médicos ou especialistas, em função do conhecimento detalhado do perfil clínico, para lidar com cada tipo de pessoa e sua síndrome, mesmo que algumas dessas síndromes ainda não existem cura. No caso de crianças, quanto mais rápido for possível identificar a síndrome, o tratamento será precoce, diminuindo os impactos que estas podem causar na qualidade de vida desses portadores. 2. DALTONISMO O daltonismo é um distúrbio causado por mutações dos genes situados na parte homóloga do cromossomo X, determinando, assim, uma herança genética ligada ao sexo ou cromossomo X. O indivíduo portador do daltonismo, pode apresentar uma alteração na percepção de algumas cores, principalmente as cores verde e vermelho. O que acontece é que nesse distúrbio, ocorre uma mutação no alelo do cromossomo X, afetando a produção de cones (pigmentos das células da retina), nas cores verde e vermelho, que pode somente afetar em pequena proporção a percepção dessas cores, bem como a ausência total delas. Por ser uma herança recessiva ligada ao cromossomo X, por sua vez, o sexo feminino, só terá esse distúrbio, se apresentar os alelos recessivos com a mutação em homozigoze, (nos dois cromossomos), o que não pode ocorrer no sexo masculino, tendo em vista que eles apresentam apenas um cromossomo X. Dessa forma, para que o indivíduo do sexo masculino apresente o daltonismo, basta que receba somente um alelo recessivo de sua mãe, explicando assim, o maior número de casos de daltonismo em homens. (Imagem 1). Além disso, estatísticas mostram que aproximadamente 8,5% da população masculina mundial apresentam essa deficiência visual, já nas mulheres esse número fica perto de 0,5% devido aos fatores hereditários supracitados. Imagem 1 O D representa o alelo dominante para visão normal, e o d representa o alelo recessivo para o daltonismo. O daltonismo não tem cura, mas pode ser tratado para diminuir suas consequências. Existem lentes de contato e óculos especiais que auxiliam as pessoas com esse distúrbio a distinguir cores semelhantes. Para determinar se um indivíduo apresenta daltonismo, alguns testes podem ser realizados pelo oftalmologista, como o teste de cores (Ishihara). A pessoa nesse teste, deve indentificar números que estão presentes em círculos em meio a diversas cores, representado na imagem 2. Imagem 2 3. SÍNDROME DE PATAU OU TRISSOMIA DO 13 Em 1960, Klaus Patau descobriu ao observar um caso de mal formações múltiplas em um neonato, sendo trissômico para o cromossomo 13 (imagem 3). Causada por a não disjunção dos cromossomos durante a anáfase 1 da mitose, gerando gametas com 24 cromátides, sendo uma síndrome autossômica. Cerca de 20% da causa, geralmente ocorre devido ao resultado de uma translocação não- balanceada. Sua incidência foi estimada em 1 caso para cada 6000 nascimentos. Normalmente, aproximadamente 45% dos afetados por essa síndrome, falecem após 1 mês de vida, 70% aos 6 meses, e somente menos de 5% dos casos sobrevivem mais de 3 anos. Havendo uma maior sobrevida relatada, que viveu por 10 anos. A Trissomia do 13 assim como outras, associa-se à idade materna avançada, estas por sua vez, estão mais propícias a ocorrências da não disjunção dos cromossomo, onde cerca de 40% dos casos, a idade da mãe é superior a 35 anos. Esta síndrome tem origem do óvulo feminino, pelo fato da fêmea maturar geralmente apenas um ovócito, diferentemente do macho, que matura milhões de espermatozóides. Sendo assim, gametas masculinos portadores de alterações numéricas cromossômicas tem menor viabilidade que gametas normais, sendo poucas as possibilidades de um gameta masculino com 24 cromátides fecundar um ovócito. Cariótipo da Síndrome de Patau ou Trissomia do 13 Imagem 3 O fenótipo dos portadores dessa síndrome, inclui mal formações graves no SNC (sistema nervoso central), como arrinencefalia. Há defeitos cardíacos congênitos e defeitos urigenitais, incluindo criptorquidia nos meninos, útero bicornado e ovários hipoplásticos nas meninas gerando inviabilidade, e rins policísticos. Com bastante frequência encontram-se fendas labial e palato fendido (imagem 4). A fronte é oblíqua, há hipertelorismo ocular e microftalmia bilateral. Os olhos são pequenos e extremamente afastados ou ausentes. As orelhas são mal formadas, as mãos e os pés podem apresentar um quinto dedo (polidactilia) sobrepondo-se ao terceiro e quarto, como na trissomia do 18. Imagem 4 Quanto a cura para a Trissomia do 13, ainda não existe, no entanto, algumas intervenções cirúrgicas podem diminuir o risco de morte, (embora o quadro pós cirúrgico não indique muitas esperanças), ou até mesmo conseguir a melhoria de alguns sintomas dos recém-nascidos. Além disso, com avanços tecnológicos, foi desenvolvido exames de triagem pré-natais, baseados no estudo de DNA fetal livre no sangue materno, capaz de estudar as diferentes condições cromossômicas, com mais especificidade sem gerar riscos a mae e o bebê. 4. SÍNDROME DO X GRÁGIL A síndrome do X frágil é uma causa hereditária mais frequentemente diagnosticada de deficiência intelectual, causadora de uma parte considerável de crianças com retardo mental, o nível de incidência da doença é de um em cada 2 mil garotos e uma em cada 4 mil meninas, havendo uma incidência maior no sexo masculino. Essa anomalia perde somente para Síndrome de Down no quesito de retardos mentais. O responsável pela ocorrência dessa síndrome, é o gene FRM1 (Fragile X Mental Retardation 1), presente no cromossomo X (imagem 5), que apresenta uma mutação. Esse pedaço de DNA é fundamental no desenvolvimento cognitivo, ou seja, muito importante na transmissão de impulsos nervosos para as células. Geralmente,os meninos apresentam um quadro mais grave dessa anomalia, quando comparado com as meninas, pois, para determinar o sexo feminino, as mulheres possuem dois cromossomos X, enquanto que os homens, um X e um Y. Sendo assim, no caso das garotas, se um dos genes do cromossomo X apresentar irregularidades para essa síndrome, as chances do outro cromossomo X é de conseguir ou tentar “compensar” os defeitos do outro, o que torna menor a probabilidade de regular o cromossomo X de um garoto, uma vez que este só apresenta um X, enquanto que o outro é Y. Imagem 5 Os sintomas variam de acordo com o nível da síndrome. Se para algumas pessoas portadoras a síndrome pode apresentar caráter assintomático, outros pacientes podem apresentar distúrbios comportamentais e comprometimento intelectual, podendo ser de uma pequena dificuldade no aprendizado ou até mesmo um retardo mental avançado. Atraso para falar, macrocefalia, hiperatividade, problemas de articulação, face alongada, desenvolvimento defeituoso da porção mediana do rosto, orelhas grandes e de abano e queixo proeminente e em 20% dos quadros (imagem 6). No caso das garotas, muito provavelmente apresentarão problemas relacionados à fertilidade como menopausa precoce e insuficiência de ovulação. E nos meninos, quando mais velhos, também terão predisposição para apresentar perda da coordenação motora e desenvolver tremores. Imagem 6 São consideradas portadoras da síndrome do X frágil as pessoas que apresentam mutação completa do gene FRM1. A avaliação clínica baseada em possíveis sinais do transtorno não é suficiente para fechar o diagnóstico, porque sintomas semelhantes podem ocorrer em diferentes quadros clínicos. Sendo assim, o melhor método para realizar o diagnóstico da SFX é a análise do DNA em amostras de sangue. O tratamento da SXF pressupõe o empenho de pediatras, neurologistas, psiquiatras, fonoaudiólogos, pedagogos, terapeutas ocupacionais, e a participação ativa da família. O objetivo é desenvolver, o máximo possível, as potencialidades da criança e estimular sua inclusão no ambiente em que vive. Apesar dos vários estudos de genética em andamento, ainda não foi encontrada uma forma de suprir a ausência da proteína FRMP ou de reativar o funcionamento do gene marcado pela mutação. Portanto, até o momento, a síndrome do X frágil não tem cura, mas existem alguns medicamentos específicos (antidepressivos, estabilizantes do humor e anticonvulsivantes, por exemplo) que podem aliviar os sintomas adversos da síndrome. Vale salientar que, o quanto antes obtêm o diagnóstico da Síndrome e mais rápido é tratada, melhores são as respostas dos portadores. 5. SÍNDROME DO CRI-DU-CHAT Cri-du-chat ou Síndrome 5p-, é uma anomalia cromossômica, causada pela deleção parcial (quebra) do braço curto do cromossomo 5 (imagens 7 e 8), apresentando um cariótipo 46, XX, 5p- para sexo feminino e 46, XY, 5p-, para o sexo masculino. Por isso é também chamada de síndrome 5 p- menos). É também conhecida como síndrome do choro ou miado de gato, já que bebês com essa condição geralmente têm um choro agudo que soa como o de um gato. Imagem 7 Imagem 8 A estimativa é que esta síndrome afeta cerca de 1 em 50.000 casos de crianças nascidas no mundo, e 1% dos indivíduos com retardamento mental. Esta síndrome na maioria das vezes, não é herdada dos pais, aproximadamente em 85% dos casos resultam de novas deleções esporádicas, enquanto que 5% dos casos se originam secundariamente a uma segregação desigual de uma translocação parental. Esses casos são causados pela translocação equilibrada nos cromossomas de um dos pais (material genético de um cromossomo que se uniu a outro). As pessoas com translocações equilibradas são perfeitamente normais porque nenhum material genético foi perdido, sendo assim, provavelmente não saberão que são portadores até que tenham uma criança afetada com a síndrome na família. O diagnóstico dessa condição pode acontecer ainda antes do nascimento com um teste genético, chamado amniocentese. No entanto, a síndrome costuma ser identificada apenas nos primeiros anos de vida e geralmente apresenta alguns dos seguintes sintomas e características (imagens 9 e 10): Choro que é agudo e soa como um gato, baixo peso ao nascer e crescimento lento, deficiência intelectual, desenvolvimento lento ou incompleto de habilidades motoras, cabeça pequena (microcefalia), pequena mandíbula (micrognatia), olhos arregalados, inclinação para baixo para os olhos, uma dobra extra de pele sobre o canto interno do olho (dobras Epicanthal) orelhas de configuração baixa ou anormal, marcas de pele apenas na frente da orelha, única linha na palma da mão, problemas com a dobra das orelhas externas, dentre outros. Imagem 9 Imagem 10 A síndrome não pode ser curada, no entanto, pode haver tratamento multidisciplinar, com profissionais que possam tratar de cada sintoma individualmente, como pediatras, neurologistas e geneticistas. 6. REFERÊNCIAS "Síndromes Genéticas o que são e como abordar?" Disponível em: <https://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/sindromes-geneticas-o-que- sao-e-como-abordar>. Acesso em 6 de Outubro de 2020. SANTOS, Vanessa. "Doenças Genéticas." As principais doenças genéticas - Biologia Net. Disponível em: <https://m.biologianet.com/amp/doencas/doencas- geneticas.htm>. Acesso em 6 de Outubro de 2020. DUARTE, Amauri. "Daltonismo o que é." Disponível em: <http://www.daltonicos.com.br/daltonico/daltonismo.html>. Acesso em 6 de Outubro de 2020. SANTOS, Helivania. "Daltonismo." Disponível em: <https://www.biologianet.com/doencas/daltonismo.htm>. Acesso em 6 de Outubro de 2020. LEITE, Leonardo. "Doenças Genéticas: Síndrome de Patau." Disponível em: <http://www.ghente.org/ciencia/genetica/trissomia13.htm>. Acesso em 6 de Outubro de 2020. Escrito por redação minha vida. "Síndrome de Patau: sintomas, tratamentos e causas." Disponível em: <https://www.minhavida.com.br/saude/temas/sindrome-de- patau>. Acesso em 6 de Outubro de 2020. HAMILTON, Nina. "Síndrome do X Frágil - Problemas de saúde infantil - Manual MSD versão saúde para a família." Novembro de 2018. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde- infantil/anomalias-cromoss%C3%B4micas-e-gen%C3%A9ticas/s%C3%ADndrome- do-x-fr%C3%A1gil>. Acesso em 7 de Outubro de 2020. "Quais as principais síndromes cromossômicas e como são identificadas." Por Equipe Danona Nutricia, 12 de Setembro de 2017. Disponível em: <https://www.danonenutricia.com.br/infantil/gravidez/saude/principais-sindromes- cromossomicas.html>. Acesso em 7 de Outubro de 2020. VARELLA, Drauzio. "Síndrome do X Frágil." Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-do-x-fragil/>. Acesso em 7 de Outubro de 2020. "Síndrome Cri-Du-Chat - Causa, Sintoma e Tratamento." Disponível em: <https://muitossomosraros.com.br/doencas-raras/geneticas/erros-inatos-do- metabolismo/sindrome-cri-du-chat/>. Acesso em 7 de Outubro de 2020. LEITE, Leonardo. "Doenças Genéticas - Síndrome Cri-Du-Chat." Disponível em: <http://www.ghente.org/ciencia/genetica/cri-du-chat.htm>. Acesso em 7 de Outubro de 2020. SANTOS, Vanessa. "Alterações cromossômicas estruturais." Disponível em: <https://www.biologianet.com/genetica/alteracoes-cromossomicas-estruturais.htm>. Acesso em 7 de Outubro de 2020. GENÉTICA HUMANA RELATÓRIO: SÍNDROMES GENÉTICAS
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