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AUTORES COLABORADORES Fabiana Franco Graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela FAESA (1999), Mestre em Comunicação e Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo -UMESP (2006) e Doutora pela UMESP (2012). Consultora na área de comunicação estratégica com ampla atuação na área de comunicação e saúde. Publicações em livros especializados em comunicação. Lílian Cristiane Moreira Graduação em Letras pela Universidade Federal de São João del-Rei – UFSJ (2004), especialização em Educação Inclusiva pelo Instituto de Estudos Sociais e Desenvolvimento Educacional – IESDE (2005), mestrado em Letras/Estudos Literários também pela UFSJ (2006) e doutorado em Letras/Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF (2011). Atualmente é professora da Faculdade Católica Salesiana, atuando na área de Comunicação e Expressão e Metodologia da Pesquisa. Possui certificado de participação em curso da ABNT, dedicando-se à formatação e estruturação de trabalhos acadêmicos. Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Núcleo de Educação a Distância Comunicação e Expressão Livro didático Vitória 2015 FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO DIRETOR GERAL Irmão Cledson Martas Rodrigues DIRETOR ADMINISTRATIVO Padre Rogério Calvi DIRETOR EXECUTIVO/ACADÊMICO Jolmar Luis Hawerroth COORDENADORES DE ÁREA Cláudia Câmara – Coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Acadêmico e Comissão Própria de Avaliação Heloisa Ferreira Lopes – Coordenadora Administrativo-Financeira Marisa Marqueze – Coordenadora do Núcleo de Projetos e Processos Organizacionais e do Núcleo de Educação a Distância COORDENADORES DE CURSO Alessandra Rodrigues Garcia dos Santos – Nutrição Alexandre Aranzedo – Psicologia Ana Emilia Brasiliano Thomaz – Engenharia Civil de Sistemas e Redes de Computadores Bethania Silva Belisário - Direito Cláudia Câmara – Engenharia de Produção Cláudia Curbani Vieira Manola – Enfermagem Christiane Curi Pereira – Farmácia Danilo Camargo – Ciências Biológicas Elisangela Maria Marchesi – Serviço Social Fábio Venturim – Educação Física João Luiz Coelho de Faria – Fisioterapia Marcelo Albuquerque Schuster– Sistemas de Informação, Análise e Desenvolvimento Márcia Valéria Gonçalves – Administração Patrício Baionco Mindelo Biaguê– Ciências Contábeis Paulo César Delboni – Filosofi a Pedro Canal Filho – Arquitetura e Urbanismo Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Núcleo de Educação a Distância Comunicação e Expressão Livro didático FICHA TÉCNICA Fabiana Franco e Lílian Cristiane Moreira - Texto e Revisão Daniel Halim Sahb - Diagramação/Arte Vitória 2015 Catalogação na fonte elaborada pela Biblioteca da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Bibliotecária Responsável Janine Silva Figueira CRB6 ES - 429 Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. Núcleo de Educação a Distância. F143s 100 p. : il. ISBN: 978-85-69081-03-6 CDU 316 (035) Comunicação e Expressão / FCSES, NEAD ; texto de Fabiana Franco e Lílian Cristiane Moreira; revisão de Fabiana Franco e Lílian Cristiane Moreira ; diagramação de Daniel Halim Sahb – Vitória : FCSES / NEAD, 2015. 1. Comunicação e Expressão – Apostila. 2. Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. 3. Núcleo de Educação a Distância. 4. Franco, Fabiana 5. Moreira, Lílian Cristiane. 6. Franco, Fabiana 7. Moreira, Lilian Cristiane. 8. Sahb, Daniel Halim. I. Título. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 9 UNIDADE 1 - PREPARANDO AS MALAS ....................................................................... 12 AULA 1 – NIVELAMENTO DE CONCEITOS ..................................................................... 13 1.1 OS SINAIS DE ACENTUAÇÃO .................................................................................................................. 13 1.2 ACENTO GRAVE E A CRASE ..................................................................................................................... 20 1.3 COLOCOU NA MALA OS SINAIS DE PONTUAÇÃO? ELES NÃO PODEM FALTAR! ..... 26 1.4 JÁ ARRUMOU, ESTÁ ARRUMANDO OU ARRUMARÁ A MALA? ...................................... 34 1.5 HORA DE FAZER COMBINAÇÕES ........................................................................................................ 39 1.5.1 Concordância nominal .......................................................................................................... 39 1.5.2 Concordância verbal .............................................................................................................. 43 1.6 MALAS ORGANIZADAS? ......................................................................................................................... 49 AULA 2 – VÍCIOS E ERROS MODERNOS DE LINGUAGEM ...................................... 52 2.1 VÍCIOS ................................................................................................................................................................. 52 2.1.1 Gerundismo ................................................................................................................................ 52 2.1.2 Pleonasmo vicioso .................................................................................................................. 54 2.1.3 Onde e aonde ........................................................................................................................... 55 2.2 ERROS FREQUENTES .................................................................................................................................... 58 2.2.1 Os porquês .................................................................................................................................. 58 2.2.2 Erros variados ............................................................................................................................. 59 AULA 3 – EVOLUÇÃO DA LINGUAGEM - EXISTÊNCIA DO NOVO ACORDO ..... 63 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 66 UNIDADE 2 - COMEÇANDO A VIAGEM ....................................................................... 68 AULA 1 – ESTRUTURA DA COMUNICAÇÃO ................................................................ 69 AULA 2 - LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL ........................................................ 76 2.1 COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL .............................................................................................................. 76 2.2 COMUNICAÇÃO VERBAL .......................................................................................................................... 78 2.3 COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL ....................................................................................... 79 AULA 3 - NÍVEIS DE LINGUAGEM E VARIEDADES LINGUÍSTICAS ........................ 85 3.1 NÍVEIS DE LINGUAGEM .............................................................................................................................. 86 3.1.1 Linguagem vulgar ou inculta ............................................................................................. 86 3.1.2 Linguagem formal ou culta ................................................................................................ 87 3.1.3 LInguagem informal ou coloquial .................................................................................... 88 3.2 VARIEDADES LINGUÍSTICAS ..................................................................................................................... 88 3.2.1 Variedade regional .................................................................................................................. 88 3.2.2. Variedade histórica ................................................................................................................89 3.2.3 Variedade em relação à idade ............................................................................. 89 3.2.4 Variedade dos grupos sociais .............................................................................. 90 3.2.5 O internetês ..................................................................................................................... 90 AULA 4 - COESÃO E COERÊNCIA ......................................................................... 93 4.1 CONJUNÇÕES .................................................................................................................................... 94 4.2 REFERÊNCIA, SUBSTITUIÇÃO, ELIPSE ..................................................................................... 99 4.2.1 Referência ........................................................................................................................ 99 4.2.2 Substituição ................................................................................................................... 102 4.2.3 Elipse .................................................................................................................................. 102 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 105 UNIDADE 3 - A VIAGEM PROSSEGUE ................................................................ 108 AULA 1 - GÊNEROS TEXTUAIS ............................................................................. 109 1.1 OS GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS ............................................................................. 110 1.1.1 Esquema ......................................................................................................................... 111 1.1.2 Resumo ............................................................................................................................ 113 1.1.3 Resenha ........................................................................................................................... 115 AULA 2 - TIPOS DE TEXTOS ................................................................................... 118 2.1 NARRAÇÃO ....................................................................................................................................... 118 2.2 DESCRIÇÃO ........................................................................................................................................ 119 2.3 EXPOSIÇÃO ........................................................................................................................................ 120 2.4 ARGUMENTAÇÃO (DISSERTAÇÃO) ......................................................................................... 121 2.4.1 Estrutura de um texto argumentativo ............................................................. 122 2.5 INJUNÇÃO ........................................................................................................................................... 125 AULA 3 - FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................. 127 3.1 FUNÇÃO REFERENCIAL ................................................................................................................ 128 3.2 FUNCÃO EMOTIVA .......................................................................................................................... 129 3.3 FUNCÃO CONATIVA ....................................................................................................................... 130 3.4 FUNÇÃO FÁTICA ............................................................................................................................... 131 3.5 FUNÇÃO METALINGUÍSTICA ...................................................................................................... 131 3.6 FUNÇÃO POÉTICA ........................................................................................................................... 133 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 138 UNIDADE 4 - O DESTINO É VOCÊ QUEM FAZ ................................................. 140 AULA 1 - CAPACITANDO O LEITOR ..................................................................... 141 AULA 2 - CTRL C + CTRL V? VOCÊ NÃO PRECISA DISSO! ............... 145 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 151 HORA DE UM “ATÉ BREVE”! ................................................................... 153 NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 9 APRESENTAÇÃO A tal ComunicAÇÃO A comunicação é definida por muitos autores como um processo de transmissão e de troca de signos e informações, em que os protagonistas são atores que enviam e recebem mensagens e precisam interpretá-las constantemente. O mundo contemporâneo, permeado de tecnologias, que prometem a intensificação dos processos comunicativos, acaba nos ofer tando a fantasia da comunicação imediata e constante, mas a realidade é que o homem nunca esteve tão só e tão carente dos processos comunicativos. Essa solidão tem relação direta com a forma como nos comunicamos nestes tempos, em que a sensação de comunicação real se relaciona com a presença física do outro, mas que na realidade se faz, muitas vezes, intermediada pelas novas tecnologias, como os celulares, os computadores, os jogos eletrônicos e a internet. É preciso estarmos preparados para vivenciar essa modernidade. Negar esse processo é opor-se a viver em um mundo onde a comunicação é intermediada pela tecnologia. As relações modernas se valem dessa nova forma de comunicação, as relações profissionais e educacionais também. Mas a base comunicacional é sem dúvida o domínio da língua. Se não dominarmos a estrutura linguística, sua forma, sua intenção, sua evolução, seus segredos, a comunicação se torna impossível. E é por esse motivo que devemos dedicar tempo e atenção ao estudo da nossa língua mãe: o Português. Para os docentes o desafio é enorme. Compreender as modernidades tecnológicas que envolvem o uso da língua e estimular o discente a ter interesse pela leitura e pela escrita em um mundo de “emoticons” não é tarefa fácil. Preparar um material didático para uma disciplina on-line é mais difícil ainda e exige muita dedicação e escolha. Optamos por oferecer o que acreditamos serem os melhores elementos para que você se interesse pela comunicação e possa aprender a parte teórica da língua para usá-la a seu favor. Nossa função, como educadores, é fazer com que você, aluno, compreenda as oportunidades que a comunicação adequada oferece para sua vida. É mostrar que a língua empregada de forma apropriada melhora a sua qualidade de comunicação e à medida que você lê e escreve com frequência amplia seus conhecimentos, exercita melhor a sua fala, consegue emitir sua A comunicação é defi nida por muitos autores como um processo de transmissão e de troca de signos e informações, em que os protagonistas são atores que enviam e recebem mensagens e precisam interpretá-las constantemente. NEAD • CATÓLICA SALESIANA10 O material está dividido por unidades e por cores. Essas cores indicam a fi nalidade da unidade, como podemos ver na pirâmide. opinião, reconhece a importância da defesa do seu ponto de vista e até mesmo do seu silêncio. Esse exercício do uso correto da Língua Portuguesa é um trunfo para a vida social moderna porque, quando há o domínio da língua oral e escrita, solidificam-se as possibilidades das mudanças sociais, intelectuais, emocionais proporcionadas pela socialização que a comunicação eficaz ofer ta. O que pretendemos com o material que criamos é oferecer elementos normativos da língua (emprego da concordância e or tografia) de forma atrativa e elucidar como eles são importantes para a textualidade (estrutura e formato, escolha do vocabulário). Será uma grande viagem! O convite é para que você embarque conosco nesse grandedesafio. Mas viajar sem saber para onde vamos? Nós tentamos fazer para você uma espécie de guia. O material está dividido por unidades e por cores. Essas cores indicam a finalidade da unidade, como podemos ver na pirâmide abaixo, a saber: amarelo para a “estrutura da língua”, azul para “montando a língua”, verde para “finalidade da língua” e vermelho para “capacidade de se comunicar”. cordância e or tografia) s são para nde de a o NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 11 Os destinos estão bem definidos, cada unidade tem uma proposta diferente. Vamos partir do geral para o particular, em um primeiro momento, nivelando conceitos e mencionando a função e a estrutura da língua. Na fase amarela, estarão disponíveis, de forma separada e cuidadosa, os elementos necessários para montar as mensagens comunicacionais, a fim de que, depois, possamos passar para o segundo nível. A segunda parada de nossa viagem, a unidade azul, nos permitirá a montagem da mensagem. Nesta parte, estarão disponíveis a estrutura da comunicação, os tipos e níveis de linguagem e orientações sobre coesão e coerência – todas são informações muito importantes para a elaboração da mensagem. Na unidade verde, vamos tratar dos textos, abordando os gêneros textuais (dando destaque aos gêneros acadêmicos), os tipos de textos e as funções da linguagem. No destino final, a unidade vermelha, exploramos a compreensão necessária de que sem esses elementos a capacidade de comunicação fica limitada. O intuito é estimular você, discente, a se envolver nesta viagem e compreender os motivos reais de ter que estudar estes conteúdos. Vamos usar todos os recursos necessários para incentivá-lo a se capacitar e se afastar de comportamentos comunicacionais inadequados. Esperamos contar com você para nos acompanhar nesta viagem! NEAD • CATÓLICA SALESIANA108 UNIDADE 3 – A VIAGEM PROSSEGUE Nossa viagem pela Língua Por tuguesa segue... Como prometemos no início desta proposta, vamos seguir com vocês até nosso destino principal, que é prepará-los para uma comunicação adequada. Fizemos as malas juntos, selecionando e aprendendo a usar cada elemento essencial e cada acessório da nossa língua. Embarcamos na viagem e começamos a entender como o processo de comunicação ocorre e quais os elementos fundamentais desse processo, assim como vimos as par ticularidades da linguagem verbal e não verbal. Passamos, ainda, pelos recursos de coesão, que fazem com que nossas comunicações escritas tenham mais coerência, sendo claras e objetivas. Agora, nesta nova fase da viagem, veremos que, ao realizarmos qualquer processo comunicativo, há sempre um objetivo sendo “perseguido”. Nesse sentido, dizemos que a linguagem apresenta diferentes funções. Tudo dependerá do objetivo que temos com a comunicação que realizaremos. Quando conhecemos essas funções, fica mais fácil entender o conceito de gênero textual e, em seguida, de tipologia textual. São sempre pontos inter-relacionados. A produção de um gênero textual vai depender do objetivo da comunicação. Entendido isso, o gênero é produzido utilizando a narração, a descrição, a argumentação, a injução ou a exposição – que são os tipos de texto que possuímos. Foi informação demais de uma só vez para você? Calma! Esse é só o roteiro desta nova etapa da viagem. Vamos fazer algumas paradas em cada um desses pontos para entendê-los bem. Cintos aper tados? A viagem prossegue... Aula 1 - GÊNEROS TEXTUAIS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 109 AULA 1 GÊNEROS TEXTUAIS Imagine que no meio de uma viagem, em uma parada qualquer, alguém lhe entrega um panfleto de um restaurante. Por que você sabe que é um panfleto, ou seja, uma propaganda? Quais características permitem que você chegue a essa conclusão? Fácil, não é? Tem o nome do restaurante, provavelmente uma foto, o endereço, alguma indicação de comida, às vezes, até uma promoção... São as características que um determinado texto possui que fazem dele o que ele é. Ou seja, quando a gente se depara com uma carta, sabe que é uma carta pela estrutura que ela possui e pelos elementos que fazem parte dela: indicação de local e data, o vocativo (Prezado fulano de tal...), a mensagem, a despedida (Atenciosamente, Um abraço...), a assinatura. Todos os textos que chegam até nós são reconhecidos assim, pela estrutura que eles possuem. Se você pegar uma bula de remédio, mesmo que nela não esteja escrito bula, você reconhece, não vai confundir com uma propaganda, com um cardápio... Portanto, os textos têm peculiaridades que os diferem uns dos outros. Cada texto é um gênero textual diferente. Entender a noção de gênero textual é importante para que saibamos qual texto temos que usar (escrever ou ler) em determinada situação. Assim como precisamos adequar o nível de linguagem à situação de comunicação, também temos que adequar o gênero textual ao nosso objetivo. Por exemplo, se você precisa saber quais são as normas de um concurso, que gênero textual você vai consultar? O edital, não é mesmo? Se precisa saber como fazer um determinado prato para um almoço, qual o gênero textual de que você precisa? A receita... Se precisa realizar o pedido de prova de segunda chamada, qual o gênero textual de que você vai precisar? A requisição da segunda chamada... Se seu bairro resolve Iniciando o assunto ada um ou m m sui que t Aula 1 - GÊNEROS TEXTUAIS NEAD • CATÓLICA SALESIANA110 reivindicar algo da prefeitura, qual o gênero textual adequado para fazer um pedido coletivo? Um abaixo-assinado... Todas as nossas comunicações são produzidas por meio de gêneros textuais: uma conversa é um gênero textual, um telefonema também; uma aula, uma mensagem via WhatsApp, um post no Facebook, a publicidade no outdoor, ou na página da internet ou do jornal... É impossível sabermos quantos gêneros textuais existem. São inúmeros. E alguns deixam de ser usados (ou pelo menos muito usados) porque outros vão surgindo, mais modernos. A carta, por exemplo, não é mais tão usada, pois o e-mail, que tem características e função semelhantes, faz o mesmo que a carta, em um tempo absurdamente mais rápido. Um telefonema é um gênero textual que nos permite uma comunicação rápida com alguém que pode estar do outro lado do mundo. Um SMS, uma mensagem via WhatsApp também. 1.1 OS GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS Como o objetivo de nossa viagem pela Língua Portuguesa é prepará- los para conduzirem melhor os processos de comunicação em sua vida acadêmica e profissional, vamos nos ater a alguns gêneros textuais que serão muito exigidos de você nessa sua passagem pela graduação (e quem sabe pela pós-graduação – mestrado e doutorado - também?). Como existem gêneros textuais para todo tipo de comunicação que precisamos realizar, também existem os gêneros acadêmicos. Você que está começando sua graduação vai produzir, por exemplo, muitos resumos e resenhas. Vai ler muitos artigos. Produzir um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), projetos de pesquisa, etc. Cada um desses trabalhos é um gênero textual diferente, que possui finalidade e características próprias. Aula 1 - GÊNEROS TEXTUAIS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 111 Vamos falar um pouco sobre três gêneros acadêmicos – esquema, resumo e resenha - que são muito importantes para seu processo de ensino- aprendizagem. Assim, quando você tiver que produzi-los, já saberá como eles se estruturam e quais as características que possuem. 1.1.1 Esquema Quando falamos em esquema, o que você pensa? Se pedirmos para você fazer como trabalho um esquema desta aula, como você faria? Consegue visualizar algum tipo de trabalho? Como ele seria? Qual o objetivo dele? Seria um texto longo, muito elaborado? Ou seria feito em tópicos? Chaves? Setinhas? Balões? Afinal, o que é um esquema? É a seleção dos pontos principais de um texto (aula, assunto em geral) escritos em forma de tópicos, sem grandes elaborações textuais. O esquema é uma espécie de esqueleto de um texto,ou seja, a estrutura dele. Não é o seu esqueleto que sustenta você? Pois bem, é o esqueleto do texto que o sustenta também. Para elaborar um bom esquema, ou seja, para encontrarmos o esqueleto do texto, devemos fazer, primeiro, uma leitura completa, para reconhecimento do assunto. Em seguida, reler fazendo marcações dos pontos principais. Depois, é só transcrever esses pontos em forma de tópicos (com números, pontinhos, tracinhos, setinhas, colchetes, chaves, etc.). O desenho do esquema não é fixo, você pode escolher a forma como vai construí-lo. O que importam é que os pontos principais do assunto sejam selecionados. O esquema, portanto, não é um texto que exige uma elaboração mais trabalhada e detalhada. Nem são necessárias frases completas. Precisam aparecer as palavras-chave, os conceitos, as expressões principais. Um texto simples, com poucas divisões, que trata de um assunto de modo mais geral gerará um esquema mais simples, com menos divisões e ramificações. Quanto mais abrangente for o texto, mais ramificações o esquema terá. Embora o esquema não seja um gênero textual muito solicitado pelos professores, ele é uma ótima maneira de fixar leituras, aulas, ajudar na elaboração de resumos. A prática de elaborar esquemas auxilia muito no processo de aprendizagem, portanto, é muito recomendada. Ao elaborar um esquema, principalmente se for para entregá-lo como trabalho, antes de começar a produzi-lo, coloque, no alto da página, a referência bibliográfica completa do material que você estiver esquematizando. Aula 1 - GÊNEROS TEXTUAIS NEAD • CATÓLICA SALESIANA112 Veja um modelo de esquema produzido a partir da Aula 1 da Unidade 2 deste nosso material, sobre a estrutura da comunicação ##ficaadica Veja no Guia de Elaboração e Apresentação de Trabalhos Acadêmicos e de Pesquisa da Faculdade Católica Salesiana <http://www.catolica-es.edu.br/publicacao/ guia_de_normalizacao>, no capítulo 4, como são feitas as referências de livros, capítulos, artigos de revistas, etc. (Este conteúdo será estudado na disciplina Metodologia da Pesquisa, mas você já pode consultar o Guia sempre que for preciso e solicitar ajuda no Ambiente Virtual para tirar suas dúvidas sobre referências). FACULDADE CATÓ LICA SALESIANA D O ESPÍRITO SANT O. Núcleo de Educação a D istância. Estrutura da comunicação. I n: ______. Comunicação e Ex pressão. Vitória: FC SES/NEAD, 2015. p . 67-73. ESTRUTURA DA CO MUNICAÇÃO • Comunicação: – t ornar algo comum; – partilhar uma açã o. • Elementos impres cindíveis da comun icação: Emissor: - aquele que emi te e transmite a mensagem (codifi ca); - papel importantíss imo na comunicaçã o; - responsável para q ue não seja mal com preendido. Mensagem : - informação a ser transmitida do emis sor para o receptor; Código: - s inais, símbolos, ges tos utilizados na con strução da mensagem. Canal: - m eio que permite que a mensagem saia do emissor e chegue ao recept or. Receptor: - aquele que recebe a mensagem e a d ecodifi ca; - papel importantíss imo na comunicaçã o; - precisa dominar o código e se compr ometer com o processo da comu nicação. Os papéis de emissor e recept or se alternam cons tantemente no processo comun icativo. • Ruído: qualquer pr oblema que ocorra no processo de com unicação, comprometendo-o. Aula 1 - GÊNEROS TEXTUAIS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 113 1.1.2 Resumo Agora, é a vez de falarmos sobre o resumo. Talvez ele seja mais conhecido do que o esquema. Na verdade, o resumo é um gênero textual muito conhecido. Provavelmente, você já teve que produzir alguns resumos em sua vida escolar e, com certeza, muitos professores lhe solicitarão resumos na graduação. Vale também destacar que o resumo é uma ótima prática de escrita e aprendizagem. Mas será que você faz resumos de maneira adequada? Você sabe exatamente o que é um resumo? Primeiramente, o resumo e o esquema possuem uma característica em comum. Você saberia dizer qual? Ambos apresentam as ideias principais de um texto. O esquema faz isso em tópicos; o resumo, em texto. Exatamente, o resumo também é a seleção das ideias principais de um determinado material. Só que, agora, diferentemente do esquema, em forma de um texto corrido, bem elaborado, com todos os recursos de coesão e coerência e de correção gramatical (concordâncias, pontuação, ortografia) – tópicos que já foram estudados nas Unidades 1 e 2. O que muitas pessoas fazem, inadequadamente, é copiar trechos, frases dos textos ao elaborar seu resumo. Mas um resumo não é uma montagem de partes do texto. Por isso indicamos a elaboração do esquema como uma etapa preparatória para o resumo, pois, se você seleciona, em tópicos, as partes mais importantes, depois é só voltar ao esquema e, a partir dele, elaborar um resumo, unindo aqueles tópicos em frases com as quais construirá o texto da síntese. Escrevemos com nossas palavras um pequeno texto do que foi selecionado como ideias principais. Se você fizer um esquema bem feito, nem precisa voltar ao texto original para elaborar o resumo, uma vez que as ideias principais já estarão devidamente selecionadas. Do próprio esquema você cria o resumo. A ideia é exatamente esta: transformar a prática de elaboração de esquemas em uma atividade preparatória para a escrita de resumos. Muitas pessoas têm dificuldades para começar a redigir a síntese ##ficaadica Não estamos dizendo que não podemos usar palavras e expressões do texto original. Claro que podemos! Afinal, não vamos inventar novas palavras, não é mesmo? As palavras-chave do texto, necessariamente, vão aparecer no nosso resumo. O que não podemos, como vimos, é copiar trechos, frases, e sairmos fazendo uma “colcha de retalhos” com esses “pedaços”. Aula 1 - GÊNEROS TEXTUAIS NEAD • CATÓLICA SALESIANA114 de um texto, mas, se esse texto for esquematizado antes, já ficam selecionados todos os pontos que precisarão entrar no resumo. Experimente transformar essas orientações em atividades corriqueiras suas no decorrer de sua graduação e você verá como que, com o tempo, a escrita acadêmica vai se tornar cada vez mais fácil para você. Portanto, não copie trechos do texto em seu resumo. Nem se colocá-los entre aspas, pois não fazemos citações diretas em resumos (conteúdo que você verá na disciplina Metodologia da Pesquisa). Também não colocamos exemplos e, preste bastante atenção: não damos nossa opinião sobre o assunto. Isso mesmo! No resumo você deve ser imparcial e apenas apresentar as ideias principais do texto. Mesmo que você ache o assunto um absurdo, ou não concorde de jeito nenhum com o que o(s) autor(es) fala(m), você não deve se posicionar a respeito disso. Atenção: Se você tiver que apresentar um resumo como trabalho acadêmico, deve colocar, antes de começar a escrever a síntese – assim como no esquema –, a referência completa do material que estiver sendo resumido. ##ficaadica Um resumo bem feito dispensa a leitura do original, pois faz, de fato, um apanhado do todo do texto. Experimente fazer um resumo e pedir a alguém para ler. Se a pessoa entender e conseguir explicar para você, seu resumo está bom. Aula 1 - GÊNEROS TEXTUAIS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 115 Veja o resumo que fizemos como exemplo para você, a partir do esquema criado da Aula 1 da Unidade 2. Esse resumo foi produzido apenas a partir do esquema e das leituras feitas antes de elaborar o esquema. Não foi preciso ficar voltando ao texto original, pois os pontos principais já haviam sido indicados no esquema. 1.1.3 Resenha Já falamos sobre o esquema e sua função como atividade preparatória para a elaboração do resumo. Falamos do resumo e da característica de imparcialidade de quem o redige. Falaremos, agora, da resenha – outro gênero textual muito solicitado como trabalho acadêmico durante a graduação. FACULDADE CATÓLIC A SALESIANA DO ESP ÍRITO SANTO. Núcleo de Educação a Distân cia. Estrutura da com unicação.In: ______. Comunicação e Expres são. Vitória: FCSES/NEA D, 2015. p. 67-73. A comunicação compr eende uma ação part ilhada, ou seja, trata- se de tornar algo com um entre duas ou mai s pessoas. O processo comunicativo possui a lguns elementos que l he são indispensáveis : emissor, mensagem, c ódigo, canal, receptor. Não há comunicação sem um desses elem entos. O emissor é o elemento que inicia a comunicação, pois é e le que emite e transmi te uma informação, em forma de mensagem. S eu papel é muito impo rtante, pois a maneira como ele produzirá e t ransmitirá a mensagem infl uenciará, de certo modo, a forma como o r eceptor a entenderá. Me nsagem mal produzida, produzida inadequadam ente, ou mal enviada pe lo emissor pode torná- lo mal compreendido. A mensagem, como d ito, é a codifi cação da informação a ser transm itida e pode ser verbal (por meio de palavras) ou não verbal (por gesto s, sons, símbolos e outr os sinais). Ou seja, um código é utilizado na e laboração da mensage m. O emissor também é responsável por esc olher o canal que tran smitirá a mensagem, fazendo-a chegar ao emissor. O canal dev e ser adequadamente escolhido, considerand o-se o contexto da com unicação e o emissor a quem a mensagem é dirigida, do contrá rio pode provocar um problema de comunic ação. O receptor, aq uele que receberá a mensagem, também te m um papel importantí ssimo no processo de comunicação. Ele prec isa dominar o código da mensagem que lhe foi transmitida e, talve z, tenha que se esforç ar um pouco para que isso ocorra. Ainda, é n ecessário que o recept or se comprometa com o processo da comuni cação, envolva-se, res ponsabilizando-se pelo entendimento da mensa gem. Como a comunica ção é um processo de interação entre duas pe ssoas/grupos, os papéi s de emissor e receptor se alternam constantem ente. O emissor agora s erá o receptor depois, vice-versa. Qualquer f alha que ocorra no p rocesso comunicativo, comprometendo-o, é ch amada de ruído. Aula 1 - GÊNEROS TEXTUAIS NEAD • CATÓLICA SALESIANA116 Você sabe o que é uma resenha? Algum professor já lhe solicitou alguma? Se sim, ele explicou o que é, como se faz? Você já pesquisou sobre esse gênero? Bom, a resenha tem um ponto em comum com o resumo. Ambos apresentam a síntese do texto, ou seja, as ideias principais. Mas ela tem um algo a mais: a parte crítica. Ou seja, na resenha você DEVE dar sua opinião sobre o assunto, fazer um comentário crítico. Exatamente o que você não pode fazer no resumo, você PRECISA fazer como parte constituinte da resenha. A estrutura da resenha é bem parecida com a do resumo, mas com o acréscimo da parte crítica: primeiramente, colocamos a referência bibliográfica do livro/texto que estiver sendo resenhado; em seguida, fazemos uma síntese (resumo) do assunto; por fim, elaboramos um (ou mais) parágrafo(s) crítico(s). Mas atenção: a resenha é um texto “corrido”, não fazemos divisões para separar o resumo da parte crítica. Pode ser que você encontre, em pesquisas ou em modelos de resenhas, a parte crítica sendo desenvolvida à medida que a síntese do conteúdo é feita. Sim, isso é possível. Também pode ser feita uma resenha comparando-se e analisando-se diferentes textos. Essa estrutura vai depender da proposta de resenha que você tiver que fazer. O importante é que você se lembre das partes que compõem a resenha: a referência do texto ou textos, o resumo e a parte crítica. Orientamos que, como aluno iniciante de um curso de graduação, produzindo seus primeiros textos acadêmicos, você faça a resenha com a parte crítica finalizando o texto. É uma maneira mais fácil de você se orientar na sua produção. A não ser que, como dissemos, você seja solicitado a produzir de outra forma. ##ficaadica Ao dizer que você deve dar sua opinião sobre o assunto, não estamos dizendo que você deve usar a primeira pessoa. Ou seja, você não vai escrever algo do tipo: “Na minha opinião...” ou “Eu acho que...”. Vai fazer um comentário dizendo, por exemplo, se o assunto é importante ou não e por quê; se é polêmico ou não e por quê, sem usar o “eu”. Aula 1 - GÊNEROS TEXTUAIS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 117 Como apresentamos um esquema e um resumo produzidos a partir da Aula 1 da Unidade 2, também fizemos uma resenha para você ter como modelo. Aproveitamos o resumo pronto e acrescentamos a ele a parte crítica. Veja só!crítica. Veja só! FACULDADE CATÓLI CA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO. N úcleo de Educação a Distância. Estrutura da comunica ção. In: ______. Comun icação e Expressão. Vitória: FCS ES/NEAD, 2015. p. 67- 73. A comunicação compre ende uma ação partilha da, ou seja, trata-se de tornar algo comum entre duas ou mais pessoas. O pro cesso comunicativo po ssui alguns elementos que lhe sã o indispensáveis: emi ssor, mensagem, cód igo, canal, receptor. Não há comun icação sem um desses e lementos. O emissor é o elemento que inicia a comunicaç ão, pois é ele que emit e e transmite uma infor mação, em forma de mensagem. Seu papel é muito imp ortante, pois a maneira como ele produzirá e transmitirá a mensagem infl uencia rá, de certo modo, a fo rma como o receptor a entenderá . Mensagem mal produ zida, produzida inadequ adamente, ou mal enviada pelo e missor pode torná-lo m al compreendido. A m ensagem, como dito, é a codifi caç ão da informação a ser transmitida e pode ser verbal (por meio de palavras) ou n ão verbal (por gestos, s ons, símbolos e outros sinais). Ou seja, um código é utiliz ado na elaboração da mensagem. O emissor também é responsável por escolh er o canal que transmit irá a mensagem, fazen do-a chegar ao emissor. O canal deve ser adequadame nte escolhido, conside rando-se o contexto da comunicaçã o e o emissor a quem a mensagem é dirigida, d o contrário pode provocar um prob lema de comunicação. O receptor, aquele que receberá a mensagem, também te m um papel importantís simo no processo de co municação. Ele precisa dominar o c ódigo da mensagem qu e lhe foi transmitida e, t alvez, tenha que se esforçar um pou co para que isso ocorra . Ainda, é necessário qu e o receptor se comprometa com o processo da comunicaç ão, envolva-se, respons abilizando- se pelo entendimento da mensagem. Como a comunicação é um p rocesso de interação entre duas pe ssoas/grupos, os papéi s de emissor e receptor se alternam constantemente. O em issor agora será o rec eptor depois, vice-vers a. Qualquer falha que ocorra no p rocesso comunicativo, comprometendo-o, é c hamada de ruído. O processo de comunic ação é muito importante para todos nós. Estam os o tempo todo envolvidos em um a comunicação e prec isamos, ora como emi ssores, ora como receptores, estar atentos a todo o proc esso. O contexto da co municação é fundamental para de terminar o código que utilizaremos na produç ão de nossa mensagem, assim com o para nos indicar noss o receptor, ou para nos dizer como nos comportarmos com o receptores. Ter consc iência de que a comuni cação é um conjunto de elementos interdependentes faz-n os perceber nossa resp onsabilidade na produção e no ente ndimento de todas as m ensagens diárias em q ue estamos envolvidos. Um mal ente ndido, por descuido ou n egligência, pode nos co mprometer seriamente ou comprom eter nosso interlocutor, pois alguns ruídos de co municação são irreparáveis. Viu só como produzir um resumo ou uma resenha passo a passo, desde a elaboração do esquema, não é nenhum “bicho de sete cabeças”? Faremos uma pequena pausa na viagem e, na próxima aula, falaremos sobre os tipos de textos.
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