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Ciclo do cobre Introdução: O cobre na sua substância pura é um metal maleável de cor rosada, quando recém exposta a atmosfera, que adquire coloração marrom com o tempo. Existe no meio ambiente como mineral, sendo ao mais comuns a calcocita (Cu2S) e calcopirita (FeCuS2). O íon Cu(II) forma uma grande variedade de compostos coloridos, mais frequentemente azul ou azul-esverdeado. Em solução aquosa, ou quando hidratados, os sais de cobre(II) apresentam coloração azul-celeste devido a formação do cátion complexo [Cu(H2O)4]2+. É comumente encontrado em níveis baixos em corpos d'água naturais e é um oligoelemento essencial, estando presente em diversas proteínas. Muitos países ainda utilizam tubulação de cobre em sistemas de encanamento residenciais. Os tubos de cobre sofrem corrosão e podem liberar Cu(II) na água potável a um nível que pode afetar sua qualidade e segurança. A água potável que fica parada nos canos de cobre domésticos por longos períodos de tempo é geralmente a principal causa de contaminação por níveis mais altos de cobre. O consumo de níveis elevados de cobre pode causar problemas de saúde, como náuseas, vômitos, etc. A exposição a longo prazo durante muitos meses ou anos pode causar danos no fígado e morte. A recuperação do cobre de resíduos de sucatas, da indústria eletrônica e do eletrorrecobrimento possui grande interesse econômico e ambiental. Neste experimento serão realizados ensaios com o objetivo de visualizar o comportamento do cobre frente a reações de oxidorredução, precipitação e decomposição térmica, além de interpretar as observações por meio do equacionamento das reações químicas e uso de diagrama de Pourbaix. Procedimento Neste laboratório, vocês entrarão em contato com soluções ácidas e alcalinas bastante concentradas. Tome cuidado ao proceder para evitar qualquer acidente. Tome uma peça de cobre metálico de aproximadamente 0,1 g. Pese a peça em balança semi-analítica e anote o valor. Coloque a peça num tubo de ensaio grande e, na capela, adicione ácido nítrico concentrado (~0,2 mL) suficiente para a dissolução do metal (CUIDADO! ESSA REAÇÃO É VIOLENTA). Deixe numa estante dentro da capela por alguns minutos até que toda a peça metálica tenha desaparecido. Observe. Terminada a dissolução, adicione cerca de 2 mL de solução 6 mol L-1 de hidróxido de sódio (CUIDADO, REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO É BASTANTE EXOTÉRMICA). Observe. Leve o tubo de ensaio ao aquecimento com bico de bunsen. Espere instruções do professor para esse procedimento. Aqueça até a ebulição. Quando a transformação se completar, deixe o sólido sedimentar e decante o líquido sobrenadante. Adicione ao sólido alguns mL de ácido sulfúrico 1 mol L-1, até dissolução total do sólido. Por fim, insira uma peça de ferro (prego), aguarde e observe. Atividades pós-laboratório Utilize o diagrama de Poubaix a seguir e outros que podem ser consultados em livros ou na internet, além de valores de potencial redox de outras espécies envolvidas (ácido nítrico e ferro) para interpretar os processos ocorridos no experimento. Em folha para entrega: a) Liste as substâncias químicas que são tóxicas e quais reações são exotérmicas. Descreva quais os cuidados que devem ser tomados ao se manipular tais substâncias. b) Descreva as observações feitas em cada etapa do procedimento e escreva as equações das reações químicas envolvidas, identificando os tipos das reações: reação de oxidorredução, reação ácido-base, precipitação, decomposição, etc. c) Responda às seguintes questões: 1) A dissolução da peça de cobre poderia ser feita utilizando-se HCl? Justifique a sua resposta. 2) Calcule o volume de NaOH (6,0 mol L-1) necessário para reagir com : i) o volume de HNO3 utilizado ii) com os íons Cu(II) formados Compare com o volume utilizado no experimento. Procure responder por que se utilizou valores maiores. 3) Calcule o volume de H2SO4 (1,0 mol L-1) necessário para reagir com a massa de CuO formado. 4) Na última etapa onde foi adicionado Fe, caso se adicionasse Zn, a recuperação do cobre seria viável? Quais outras reações ocorreriam? DIAGRAMAS DE POURBAIX, LATIMER E FROST Introdução O poder oxidante ou redutor pode ser muitas vezes previsto pelos valores tabelados de potencial padrão (E0), porém somente este valor não leva em conta condições de reação, como pH. Existem diagramas que contém mais informações que auxiliam na interpretação de experimentos, como o de Latimer, de Pourbaix e de Frost. O diagrama de Pourbaix é um gráfico de potencial vs pH da solução que ilustra regiões de maior estabilidade de espécies químicas. Diagramas de Frost são gráficos de G/F vs o número de oxidação do elemento principal, e oferecem uma representação visual das variações de energia livre associadas aos processos redox.Neste experimento será explorada a ordem relativa de capacidade redutora de alguns metais e a utilização de diagramas de Pourbaix, Latimer e de Frost para interpretar e prever as estabilidades relativas de espécies de cobalto e de ferro em reações de oxirredução em meio aquoso. O experimento também faz uma introdução à química dos processos de remediação do meio ambiente. Oxidantes fortes e de ação rápida são necessários para a remoção de traços de matéria orgânica e desinfecção da água para consumo humano. Uma alternativa ao uso de cloro, que leva à formação de organoclorados tóxicos, é o uso de agentes oxidantes oxigenados como ozônio, dioxigênio e peróxido de hidrogênio. Outra alternativa é o uso de espécies como os íons ferrato (FeO42-), um bom oxidante capaz de reagir com compostos nocivos como fenol, nitrosaminas, tiouréia, óleos e bactérias, por exemplo. Além disso, o produto da ação do íon ferrato é o hidróxido insolúvel, Fe(OH)3(s), que possui propriedades coagulantes e atua como um agente de floculação, contribuindo para a remoção de poluentes, sendo o ferro normalmente inócuo para o meio ambiente. I. Diagrama de Pourbaix para íons de cobalto Atenção: Após cada reação, identifique no Diagrama de Pourbaix qual é a espécie formada. Coloque 20 gotas da solução de CoCl2 em quatro tubos de ensaio pequenos: Tubo 1: meça o pH e em seguida adicione sob agitação o mesmo volume de solução de NaOH 0,5 mol L-1. Observe. Adicione, sob agitação, gota a gota solução de H2O2 3% até que ocorra mudança perceptível. Se não houver mudança, mantenha a agitação, aguarde e observe. Em seguida, adicione ~10 gotas de HCl 6 mol L-1, aqueça o tubo em banho maria por ~5 min. e observe. Tubo 2: Aqueça o segundo tubo em banho-maria. Em outro tubo de ensaio aqueça no banho-maria 20 gotas de uma solução aquosa saturada de KOH. Em seguida adicione 5 gotas da solução de cobalto(II) sobre a solução alcalina. Identifique a espécie formada no Diagrama de Pourbaix. Reserve a solução para o ensaio seguinte. Tubo 3: É possível produzir Co metálico no meio aquoso usando Zn(s) como agente redutor? Considere a necessidade de ajuste de pH. Sua proposta deve ser baseada em dados dos diagramas de Pourbaix das espécies envolvidas. Mostre ao professor sua proposta e execute o procedimento. Tubo 4: Vamos verificar a possibilidade de observação de Co3+(aq). Veja no diagrama de Pourbaix que condições são necessárias para sua visualização e proponha um procedimento utilizando solução de cério(IV). Não se esqueça do ajuste de pH da solução. Mostre ao professor a sua proposta e em seguida execute o procedimento. II. Diagramas de Pourbaix, Latimer e de Frost para espécies de ferro 1. Preparação de íons ferrato: Coloque 40 gotas de solução comercial de hipoclorito de sódio (concentração aproximada 12%) em um tubo de centrífuga e adicione 20 gotas de solução aquosa saturada de KOH. Agite e adicione 10 gotas de solução de FeCl3 0,3 mol/L. Agite bem o sistema por alguns segundos e deixe-o atingir a temperatura ambiente. Em seguida, centrifugue o sistema. Um sobrenadante de cor púrpura indica a formação de íons ferrato (FeO42-). 2. Estabilidade em soluções ácidas: Coloque 10 gotas da solução de íons ferrato em um tubo de ensaio pequeno e adicione 05 gotas de H2SO42 mol/L. Observe e interprete. Construa o Diagrama de Frost para as espécies de ferro em papel milimetrado.
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