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Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista DIREITO PENAL TEORIA DA NORMA - PARTE GERAL Art. 2º CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ABOLITIO CRIMINIS – quando uma lei posterior deixa de considerar crime aquele fato até então definido como sendo uma conduta proibida – vem uma lei posterior que deixa de considerar o fato como crime. Efeitos: 1. Fato deixa de ser crime 2. Cessam todos os efeitos penais – o fato que antes era considerado crime já não gera qualquer efeito penal. Ex.: Se o sujeito estivesse sendo investigado pelo fato, se arquiva o inquérito policial. Se foi oferecida denúncia, esta tem que ser rejeitada. Se ocorreu a condenação, o sujeito é liberado. Estando diante do crime de sedução – Art. 217 CP, em 2005 esse crime foi revogado, ocorreu a abolitio criminis – em 2004 ocorreu uma sentença condenatória transitada em julgado – em 2007 o sujeito comete um novo crime, furto Art. 155 CP - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Por esse novo crime, o sujeito é reincidente? O cidadão não é reincidente porque cessaram os efeitos da sentença condenatória (essa sentença não gera qualquer efeito) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 3. Permanecem os efeitos cíveis – efeitos extrapenais – em outras áreas do direito o crime gera efeito. Ex.: A menina seduzida (sedução - crime revogado em 2005) queira buscar uma reparação pelo dano – quando se esta diante de um abolitio criminis cessam os efeitos penais, mas permanecem os efeitos extrapenais. 4. Causa de extinção da punibilidade *Em caso de uma lei nova mais favorável após o trânsito em julgado da sentença condenatória – um sujeito se encontra na fase de execução da pena – qual o juízo competente para aplicar esta lei penal mais benéfica? JUIZ DA EXECUÇÃO PENAL Súmula 611 STF - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. Ex.: Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Jorge foi condenado, definitivamente, pela prática de determinado crime, e se encontrava em cumprimento dessa pena. Ao mesmo tempo, João respondia a uma ação penal pela prática de crime idêntico ao cometido por Jorge. Durante o cumprimento da pena por Jorge e da submissão ao processo por João, foi publicada e entrou em vigência uma lei que deixou de considerar as condutas dos dois como criminosas. Ao tomarem conhecimento da vigência da lei nova, João e Jorge o procuram, como advogado, para a adoção das medidas cabíveis. Com base nas informações narradas, como advogado de João e de Jorge, você deverá esclarecer que A não poderá buscar a extinção da punibilidade de Jorge em razão de a sentença condenatória já ter transitado em julgado, mas poderá buscar a de João, que continuará sendo considerado primário e de bons antecedentes. https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2018-oab-exame-de-ordem-unificado-xxvi-primeira-fase Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista B poderá buscar a extinção da punibilidade dos dois, fazendo cessar todos os efeitos civis e penais da condenação de Jorge, inclusive não podendo ser considerada para fins de reincidência ou maus antecedentes. C poderá buscar a extinção da punibilidade dos dois, fazendo cessar todos os efeitos penais da condenação de Jorge, mas não os extrapenais. (correta) D não poderá buscar a extinção da punibilidade dos dois, tendo em vista que os fatos foram praticados anteriormente à edição da lei. CRIME PERMANENTE E CONTINUADO E LEI PENAL NO TEMPO Súmula 711 STF - A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. O crime permanente é aquele em que a consumação se prolonga no tempo, enquanto o fato estiver sendo praticado. Ex.: Art. 158 CP - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (extorsão mediante sequestro) – Paulo sequestrou Priscila, em 05 de outubro de 2020 (pena na extorsão mediante sequestro é de 8 a 15 anos) – em 10 de outubro de 2020 vem uma lei nova que passa a tratar o crime de extorsão mediante sequestro de 10 a 20 anos – sendo que Priscila foi resgatada no dia 15 de outubro de 2020 (cessou a permanência, Priscila foi resgatada) quando o juiz for proferir a sentença qual pena ele aplicará? Nesse caso se aplica a pena de 10 a 20 anos, visto que a lei que elevou a pena, a lei mais grave, entrou em vigor enquanto o crime estava sendo praticado, antes de cessar a permanência. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIII - Primeira Fase Considere que determinado agente tenha em depósito, durante o período de um ano, 300 kg de cocaína. Considere também que, durante o referido período, tenha entrado em vigor uma nova lei elevando a pena relativa ao crime de tráfico de entorpecentes. Sobre o caso sugerido, levando em conta o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, assinale a afirmativa correta. A Deve ser aplicada a lei mais benéfica ao agente, qual seja, aquela que já estava em vigor quando o agente passou a ter a droga em depósito. B Deve ser aplicada a lei mais severa, qual seja, aquela que passou a vigorar durante o período em que o agente ainda estava com a droga em depósito. (correta) C As duas leis podem ser aplicadas, pois ao magistrado é permitido fazer a combinação das leis sempre que essa atitude puder beneficiar o réu. D O magistrado poderá aplicar o critério do caso concreto, perguntando ao réu qual lei ele pretende que lhe seja aplicada por ser, no seu caso, mais benéfica. LEIS DE VIGÊNCIA TEMPORÁRIA Art. 3º CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram (autorrevogável), aplica-se ao fato praticado durante sua vigência (ultratividade). (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2014-oab-exame-de-ordem-unificado-xiii-primeira-fase http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art3 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista *LEI TEMPORÁRIA – é aquela que já tem em seu teor, no seu bojo, a data do início da vigência e a data do fim da vigência. Ex. Lei 13.284/2016 que entrou em vigor em 10 de maio de 2016, e esta lei que trata dos Jogos Olímpicos, já estabeleceu que terá vigência até 31 de dezembro de 2016. *LEI EXCEPCIONAL – é aquela que vai durar enquanto se estiver diante de uma situação excepcional. Ex.: no momento de pandemia, vem uma lei que diz que durante a pandemia o crime do Art, 268 CP passará a ter a pena de 04 a 10 anos (atualmente possui a pena de 01 mês a 01 ano) – está lei incidirá enquanto se estiver diante dessa situação excepcional.- cessada a situação excepcional a lei deixa de vigorar. Autorrevogáveis – não é preciso uma lei posterior revogandoLei temporária e lei excepcional Ultratividade – a lei revogada vai continuar gerando efeitos, sobre o fatos praticados durante a sua vigência. Ex.: Se o sujeito pratica o crime do Art. 268 durante o período de pandemia, supondo que a pandemia tenha cessado em 10/2022 – em 2023 quando o juiz for proferir a sentença, aplicará a pena de 04 a 10 anos, considerando a pena enquanto a lei estiver vigorando. Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIX - Primeira Fase Em razão do aumento do número de crimes de dano qualificado contra o patrimônio da União (pena: detenção de 6 meses a 3 anos e multa) (pena original), foi editada uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de dezembro de 2015, tal delito (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a 5 anos de detenção. João, em 20 https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2016-oab-exame-de-ordem-unificado-xix-primeira-fase Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista de dezembro de 2015, destrói dolosamente um bem de propriedade da União, razão pela qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso nas sanções do Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no momento do julgamento, em março de 2016, deverá ser considerada, em caso de condenação, a pena de: A 6 meses a 3 anos de detenção, pois a Constituição prevê o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu. B 2 a 5 anos de detenção, pois a lei temporária tem ultratividade gravosa. (correta) – os efeitos continuam a sendo gerados. C6 meses a 3 anos de detenção, pois aplica-se o princípio do tempus regit actum (tempo rege o ato). D 2 a 5 anos de detenção, pois a lei excepcional tem ultratividade gravosa. DO TEMPO DO CRIME Art. 4º CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Tempo do crime teoria da atividade (se considera o tempo do crime o momento da ação ou omissão e alei que está vigorando nesse momento teoricamente será aplicada) Ação disparo Resultado morte 17 anos, 11 meses e 29 dias. Cinco dias depois. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art4 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista ECA CP *Embora a maioria dos crimes eles tenham uma consumação praticamente instantânea, a partir da conduta já gera consumação. Ex.: Paulo dá um tiro em Carlos, existe a possibilidade de ele morrer na hora, entretanto pode acontecer de um sujeito desenvolver a conduta em um momento e o resultado acontecer em outro momento. Um sujeito efetuou disparos de armas de fogo contra a vítima, e no momento em que ele efetuou os disparos ele tinha 17 anos, 11 meses e 29 dias, no momento em que ele desferiu os disparos ele era um adolescente, e sendo adolescente ele será submetido ao procedimento de apuração de ato infracional, com eventual aplicação de medida sócio educativa – entretanto, a vítima foi levada ao hospital, e cinco dias depois do disparo ela não resistiu e acabou morrendo, gerando o resultado – no momento do resultado o sujeito já era maior de idade, já teria completado 18 anos, em tese seria aplicado o CP. Qual norma se aplica, a do momento da ação, ou aquela que incide no momento doo resultado? Incide a norma da ação ou omissão – será aplicada as normas do ECA – no máximo ocorrerá uma medida sócio educativa de internação de 03 anos. LUGAR DO CRIME Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Lugar do crime teoria da Ubiquidade ou mista – considera-se o lugar do crime para fins de aplicação da lei penal brasileira aonde foi praticada a conduta (onde se desenvolveu a ação ou omissão) e também quando foi resultado ocorrido no Brasil. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista *Hipóteses de crimes à distância – crimes em que a conduta ocorre em um determinado país e o resultado vai ser gerado num outro país. *Considerando que a conduta ou o resultado tenham ocorrido no Brasil – aplica-se a lei brasileira. 1ª situação Conduta realizada no Brasil e o resultado ocorreu na Argentina – Sujeito do Brasil manda uma mensagem para uma pessoa na Argentina, aplicando um golpe, de forma que essa pessoa efetue um pagamento em uma conta bancária indicada – a conduta partiu do Brasil e o resultado aconteceu na Argentina. A lei penal brasileira incide? SIM, pois se considera o lugar do crime onde ocorreu a ação ou omissão. 2ª situação Conduta ocorreu na Argentina e o resultado ocorreu no Brasil. Um cidadão argentino, manda uma mensagem da argentina, ou seja a conduta partiu da Argentina e o resultado aconteceu no Brasil, o golpe aconteceu no Brasil e o cidadão brasileiro envia o dinheiro para o cidadão argentino na conta indicada, o resultado aconteceu no Brasil. A lei penal brasileira incide? SIM TEORIA DA TERRITORIALIDADE Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art5 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto- mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Crime foi praticado a bordo de uma embarcação ou aeronave, se estas forem de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro – será território brasileiro onde quer que esteja. Se um marinheiro dá uma bofetada em outro marinheiro, de um navio da marinha atracado no porto dos EUA – aplica-se a lei penal brasileira, porque foi praticado dentro de território brasileiro. 2ª situação – navio da marinha brasileira atracado na França e a bordo dele ocorreu uma lesão corporal – aplica-se a lei penal brasileira, pois se trata de um navio de natureza pública – Princípio da territorialidade. 3ª Situação se o navio for de natureza privada ou mercantil será aplicada lei penal brasileira se a embarcação (ou aeronave) estiver navegando (sobrevoando) alto mar, aonde não há nenhum estado soberano sobre aquele local. 4ª Situação: Navio privado brasileiro, navio de cruzeiro que está em viagem para Bahamas, o navio está em alto mar, um cidadão japonês dá uma bofetada num paraguaio. Aplica-se a lei penal brasileira? SIM 5º Situação: Se o mesmo navio estive ancorado no porto em Bahamas, mar territorial estrangeiro – NÃO é território brasileiro. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) CRIMES OMISSIVOS http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art5 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista *Possuem como verbo nuclear uma ação – Ex. Art. 121 – Matar alguém – mataradenota uma ação corpórea. *Pode um sujeito responder por um crime sem ter feito nada, simplesmente por não ter agido. Art. 13 – O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) RELEVÂNCIA DA OMISSÃO Art. 13, § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS IMPRÓPRIOS Qualquer pessoa pode ser alcançada (responsabilizado) Não há um tipo penal específico descrevendo a conduta omissiva. Tipo penal específico que descreve a conduta omissiva. Dever de agir + (para) evitar resultado Pessoas as quais são oriundas do dever de agir 1. Aqueles que a Lei incumbe o dever de cuidado de proteção ou vigilância (pais em relação aos filhos, policiais em relação aos fatos inseridos dentro de sua atividade, os cônjuges diante da mútua assistência, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista etc.)Ex.: na situação da mãe que deixa de amamentar o filho e este vem a morrer (a omissão dessa mãe foi relevante para o resultado) – essa mãe responde pelo resultado produzido, ou seja, pelo crime de homicídio em relação ao seu bebê (em caso de estado puerperal seria infanticídio) Ex 02: Uma mãe que tem conhecimento que seu filho sobre abuso sexual e nada faz e se omite responderá pelo crime do Art. 217- A CP (estupro de vulnerável) - Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. A mãe tinha o dever de agir para evitar que novos estupros ocorressem. 2. Assumiu responsabilidade – posição de garantidor – em caso de omissão responde pelo resultado produzido. Ex.: Um salva vidas de um parque aquático que começa a olhar os atributos físicos das banhistas, e uma menina se afoga – ele responderá pelo resultado produzido, em caso da morte da criança responderá por homicídio culposo. Ex. 02: Um médico de um pronto socorro – está de plantão em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Pronto socorro e chega uma pessoa precisando de uma intervenção cirúrgica, e ele se nega a prestar atendimento e o sujeito vem a óbito – o médico responderá por homicídio doloso. Ex. 03: Uma enfermeira que foi contratada por uma gestante para acompanhá-la em uma gestação de risco, em um dado momento essa gestante passa mal necessitando de um medicamento que faça com que ela mantenha a gestação, que não ocorra a interrupção da gestação, e a enfermeira omite socorro, de maneira que ocorre o aborto – a enfermeira responde pelo resultado produzido – Aborto provocado por terceiro – Art. 125 CP - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos 3. Criou o risco – dever de agir para evitar o resultado. Ex.: Paulo joga Débora na piscina, e esta vem a se afogar, sendo que Paulo se omite, vindo Débora a morrer – Paulo responderá por homicídio culposo. Dever de agir quando se esta diante de alguém que está necessitando de assistência. (Ex.: Alguém que está gravemente ferido) Responde pelo resultado Ex. Art. 135 CP – Omissão de socorro - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à Art. 13, § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: (o verbo deixar denota uma omissão) agir incumbe a quem: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (estabelece a adequação entre a conduta omissiva do sujeito e o tipo penal) Ex.: Uma mãe que deixa de amamentar seu filho com a intenção de que ele venha a falecer – essa mãe não desenvolveu a conduta de matar, não desenvolveu uma movimentação corpórea INTER CRIMINIS 1. O caminho do crime se inicia com a cogitação – é uma fase interna (fase de ideação) 2. Atos preparatórios (exteriorização da vontade, sem ainda dar inicio a execução de rito (o início do crime ainda não ocorreu) – Ex.: Júlio quer matar a sua sogra e resolve comprar uma serra elétrica) (via de REGRA atos preparatórios NÃO http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista CONSTITUEM CRIME, não são puníveis, ou seja, não são considerados como o início da fase de execução da pena (Ex.: Paulo está em frente a uma residência monitorando qual o melhor local para ele ingressar na residência)) (EXCEÇÕES: situações em que atos preparatórios são considerados crimes autônomos – Ex. Art. 288 CP (associação criminosa) - Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) – somente o fato de três ou mais pessoas se associarem para praticar crimes, ainda que não venham a praticar qualquer crime pelo qual se associaram, já está caracterizado o Art. 288 CP. Ex.: Três pessoas se associaram para praticar o crime de roubo, ainda que nenhum crime de roubo tenha sido praticado, já está caracterizado o Art. 288 CP. Assim como o Art. 291(petrechos para falsificação de moeda falsa) - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Conduta do sujeito que tem maquinário para falsificar moeda, mesmo que o sujeito não venha a falsificar qualquer moeda somente o fato dele possuir um maquinário já caracteriza o crime de falsificação de petrechos). 3. Execução (já se pode punir ao menos na modalidade de tentativa) (dá início a execução do delito) (ingresso na ação do verbo do tipo) Ex.: Sujeito ingressa em uma residência para subtrair um objeto, num contexto de furto. 4. Consumação do delito – sujeito reúne todos os elementos que estão descritos no tipo penal. Ex.:Efetuou disparo contra a vítima e a matou = consumação. *O EXAURIMENTO não integra o inter criminis – aquilo que ocorre depois da consumação não vai integra o inter criminis, pode caracterizar um fato atípico. Ex.: Ronaldo subtraiu o celular de Paula, está consumado o crime de furto. E posteriormente Paulo vendeu o aparelho para Victor – o fato de Paulo ter vendido o celular é um exaurimento do crime. TIPICIDADE http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art27 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art27 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 1. Crime doloso (Crime com intenção. O agente quer ou assume o resultado) e crime culposo (Crime praticado sem intenção. O agente não quer nem assume o resultado.) Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 2. Crime consumado (a intenção do agente era de matar; no crime objetivamente consumado, efetivamente o agente matou a pessoa) e tentado (o agente não conseguiu matar a pessoa por circunstâncias alheias, a qual justifica a diminuição da pena) 3. Crime impossível - é a impossibilidade de conclusão do ato ilícito, ou seja, a pessoa utiliza meio ineficaz ou volta-se contra objetos impróprios, o que torna impossível a consumação do crime. Art. 17 CP - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art17 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 4. Erro de tipo - é a falsa percepção da realidade acerca dos elementos constitutivos do tipo penal. Art. 20 CP - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) – erro de tipo essencial. DOLO EVENTUAL - ocorre quando o autor não quis agir ou se omitir para conseguir um resultado mas conhecia e assumiu o risco Previsão do resultado Assume o risco de produzir o resultado Aceita o resultado Teoria do consentimento CULPA CONSCIENTE - ocorrerá quando o agente conhece do risco, continua a agir, mas acredita sinceramente na não ocorrência do resultado lesivo. Previsão do resultado Acredita que o resultado não irá ocorrer Considera ter habilidade para evitar o resultado. TENTATIVA *Sujeito dá início a execução do delito – não ocorre a consumação por circunstâncias alheias a sua vontade – o sujeito quer um resultado, mas não consegue. *Causa de redução da pena – quando o juiz na dosimetria da pena condenar o sujeito e verificar que se trata de um crime tentado, ele pega a pena do crime consumado e diminui de 1/3 a 2/3. (Quanto mais próximo da consumação menor será a diminuição) Ex.: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Sujeito sendo acusado do crime de homicídio e chegou próximo a consumação quase matando a vítima, a pena será diminuída de 1/3). Quanto mais distante da consumação maior será a diminuição – a pena será diminuída com maior intensidade) Ex.: Se o sujeito foi acusado do crime de homicídio, pegando a pena do crime consumado – sendo esta diminuída de 2/3. Paulo efetua disparo de arma de fogo contra Victor e não acerta nenhum tiro contra este, de maneira a ficar distante da consumação. 1. Elementos: 1.1. Início da execução 1.2. Não consumação alheias à vontade Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) *Infrações que não admitem tentativa ou que a tentativa não será punida: Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 1. Crime culposo – não admitem tentativa de REGRA, pois na tentativa via de regra o sujeito quer o resultado, mas não consegue. No crime culposo o resultado é involuntário – sujeito não pode dar início a execução do fato e não dar continuidade por fatos alheios a sua vontade, pois ele não quer o resultado – ele produz o resultado de forma involuntária. Ex.: Se o sujeito está conduzindo veículo automotor e de forma imprudente atropela uma pessoa e causa lesões nessa pessoa – o sujeito não responderá por tentativa de homicídio culposo na condução de veículo automotor, mas sim por lesão corporal culposa na condução de veículo automotor de forma consumada. 2. Crimes preterdolosos – o sujeito que tem o dolo na conduta e culpa no resultado – sujeito não deseja o resultado, não responde pelo delito na modalidade tentada. 3.Contravenções – Art. 4º LCP (decreto lei 3688/41) - Não é punível a tentativa de contravenção. 4. Crimes omissivos próprios - há somente a omissão de um dever de agir, imposto normativamente, dispensando, via de regra, a investigação sobre a relação de causalidade naturalística (são delitos de mera conduta) – existe um tipo específico descrevendo a conduta omissiva. Não admitem tentativa. Ex.: Omissão de Socorro – Art. 135 CP - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Ou o sujeito presta assistência a uma pessoa ferida e não tem crime ou deixa de prestar assistência e o crime está consumado (não há como ser fracionada a conduta). Crimes omissivos próprios somente existem na sua modalidade consumada (em caso de omissão se consuma o delito) (em caso de prestação de assistência não existe Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista crime). Já nos Crimes omissivos impróprios - É aquele em que uma omissão inicial do agente dá causa a um resultado posterior, o qual o agente tinha o dever jurídico de evitá-lo.É o que acontece quando a mãe de uma criança deixa de alimentá- la, provocando a sua morte. Admitem tentativa. Ex.: Mãe que deixa de amamentar o filho, antes do filho falecer a vizinha salva a criança (a mãe deu início a execução do homicídio, mas não consumou por circunstâncias alheias a sua vontade – nesse caso ocorre a tentativa de homicídio) 5. Crimes unissubsistentes - são aqueles praticados através de um único ato (injúria verbal), enquanto os plurissubsistentes são aqueles que necessitam de vários atos, que formam uma ação, para sua configuração (homicídio) 6. Crimes habituais - cada um dos episódios agrupados não é punível em si mesmo, vez que pertencem a uma pluralidade de condutas requeridas no tipo para que configure um fato punível. Por outro lado, nos delitos continuados cada um dos atos agrupados, individualmente, reúne, por si só, todas as características do fato punível. 7. Crimes de atentado - também conhecido como crime de empreendimento, consiste naquele que prevê expressamente em sua descrição típica a conduta de tentar o resultado. 2. Espécies de tentativa: 2.1. Tentativa perfeita - também conhecida como crime falho, ocorre quando o sujeito externa todos seus atos preparatórios na esfera objetiva, alterando a matéria fática, porém, o resultado não vem a se consumar por circunstâncias alheias a sua vontade. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 2.2. Tentativa imperfeita - quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Tentativa imperfeita não se confunde com crime impossível. Nela, o agente é impedido de prosseguir no seu intento, deixando de praticar todos os atos executórios à sua disposição. 2.3. Tentativa cruenta - ou Tentativa Vermelha: Acontece quando o atinge o alvo (acerta o alvo). 2.4. Tentativa incruenta - ou Tentativa Branca: Acontece quando NÃO o atinge o alvo (NÃO acerta o alvo) DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ Art. 15 CP - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) *Na desistência voluntária e no arrependimento eficaz o sujeito vai dar início a execução do delito, mas a não consumação do delito é por vontade própria. (ou porque o sujeito desistiu ou se arrependeu) – ele dá início a execução do delito, mas ele não consuma aquele delito por vontade própria. Desistência voluntária, o agente abandona a execução do crime quando ainda lhe sobra, do ponto de vista objetivo, uma margem de ação. Sujeito vai interromper os atos executórios, sujeito não esgota a sua potencialidade lesiva – sujeito tem a postura de abstenção. Ex.: Paulo deu um tiro contra Victor, acertando a sua perna, podendo seguir em diante, pois tinha mais cinco balas para efetuar disparos, entretanto Paulo parou – Paulo poderia consumar o delito, mas desistiu. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Arrependimento eficaz- (antes da consumação) não há margem alguma, porque o processo de execução está encerrado, e o agente atua então para evitar que sobrevenha o resultado.” O sujeito esgota os meios executórios, só que antes da consumação o sujeito se arrepende e evita o resultado. Ex.: Paulo efetuou cinco disparos de arma de fogo contra Victor, vindo a atingi-lo, mas antes de Victor morrer, Paulo se arrepende e leva Victor para o hospital e Victor acaba sobrevivendo – Paulo responde pelos atos praticados, ou seja, responderá por lesão corporal e não por tentativa. (se por ventura ocorrer a morte de Victor, mesmo tendo ocorrido o arrependimento – o agente responde pelo resultado, ou seja, responderá por homicídio consumado) Ex.: Carlos entra na residência de Débora dando início a execução de furto, mas desistiu – Carlos responderá por invasão de domicílio – Art. 150 CP – Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. ARREPENDIMENTO POSTERIOR *Ocorre depois da consumação – num contexto de crime praticado sem violência ou grave ameaça a pessoa, o sujeito se arrepende – esse arrependimento se exterioriza mediante a reparação do dano ou restituição da coisa – esse arrependimento pode ocorrer até o recebimento da denúncia (peça inicial da acusação penal pública) ou queixa (peça inicial da acusação penal privada) – o sujeito terá como prêmio a diminuição da pena (de 1/3 a 2/3). Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista *Causa de diminuição da pena. *Crimes praticados sem violência ou grave ameaça. *Ex.: José praticou o crime de furto, posteriormente se arrepende e da um jeito de restituir o celular furtado a Débora – crime de furto está consumado – José será processado e julgado pelo crime de furto, entretanto terá a pena diminuída. *Ex.: Se Paulo desfere uma “porrada” em Débora e subtrair o seu celular – Paulo não terá direito ao arrependimento posterior, pois o crime foi praticado com violência ou grave ameaça. *Ex.: Se o sujeito pratica o crime de dano – Art. 163 CP - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa – Paulo pega o celular de Débora e pratica o crime de dano, destruindo o celular e resolve reparar o dano (a ação se deu de forma egoística) – nesse caso há possibilidade do arrependimento posterior (em caso de dano qualificado, a violência não foi praticada contra a pessoa, mas sim no próprio objeto) Art. 16 CP - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) CRIME IMPOSSÍVEL Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 1. Ineficácia absoluta - se traduz na impossibilidade do instrumento utilizado consumar o delito de qualquer forma. *Ex.: Uma menina querendo praticar o aborto, e tomou conhecimento que chá de boldo tem efeito abortivo, ela toma o chá e nada acontece – o meio que a garota utilizou é absolutamente ineficaz. *Ex.: José deseja praticar o crime de homicídio, desejando matar o Victor, se utiliza de uma arma defeituosa – meio absolutamente ineficaz. 2. Impropriedade absoluta do objeto – sujeito desenvolve uma conduta e o objeto sobre o qual recaiu a conduta (pessoa ou coisa sobre o qual recai a conduta do sujeito) é absolutamente imprópria para o resultado, jamais produzirá qualquer resultado. *Ex.: Sujeito querendo efetuar disparos numa pessoa que já se encontrava morta – o objeto sobre o qual recaiu a conduta do cidadão é absolutamente imprópria para qualquer resultado. *Ex.: A menina querendo praticar o aborto sem estar grávida – impossível a consumação, não se pune nem sequer a tentativa – fato atípico. *No caso da ineficácia relativa pode ocorrer a punição – Ex.: Paulo quer matar Victor, Paulo aciona o gatilho e verifica que sua arma esta descarregada, e Paulo tem as balas em seu bolso – se Paulo for detido antes de efetuar o disparo ocorre a tentativa do homicídio. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista *Sujeito deu início a execução do delito, ele querendo o resultado, mas por meio de sua conduta, um meio absolutamente ineficaz (ineficácia absoluta do meio ou por impropriedade absoluta do objeto) o sujeito jamais alcançará a consumação (impossível a consumação) – não existe crime. *Crime impossível = é a impossibilidade de conclusão do ato ilícito, ou seja, a pessoa utiliza meio ineficaz ou volta-se contra objetos impróprios, o que torna impossível a consumação do crime. Art. 17 CP - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absolutaimpropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) DOLO E CULPA DOLO PODE SER Direto Eventual Art. 18 CP - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) É aquele em que a vontade do agente é voltada a determinado Sujeito tem a previsão do resultado por meio da conduta. O sujeito assume o risco e segue em diante em sua conduta. Sujeito assume o risco de produzir o resultado. Sujeito aceita o resultado. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista resultado. Dirige sua conduta a uma finalidade precisa. Teoria da vontade – sujeito quer o resultado Teoria do assentimento ou consentimento Ex.: Paulo querendo matar Victor percebe que existe alguém próximo a ele, Paulo tem a previsão de que pode errar o alvo em Victor e acertar na pessoa que não gosta, mesmo assim ele atira e acerta naquela pessoa que estava ao lado de Victor – Paulo previu que poderia acertar aquela pessoa e ao invés de parar seguiu em diante, assumindo o risco de acertar aquela pessoa, sendo indiferente ao resultado – Paulo responderá por homicídio doloso na modalidade dolo eventual. *Culpa consciente – sujeito tem a previsão do resultado, entretanto o sujeito não assume o risco – ele considera que o resultado não irá ocorrer ou que ele tem habilidade para evitar o resultado. Ex.: Rogério pega seu veículo e dá uma carona para Patrícia, Rogério anda em excesso de velocidade. Patrícia pede a Rogério que este vá mais devagar, entretanto Rogério se considera um bom motorista e alega que nada irá ocorrer. Rogério perde o controle do veículo e mata uma pessoa – Rogério foi imprudente considerando que o resultado não iria ocorrer ou que possuía Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista habilidade suficiente para evitar o resultado – Rogério responderá por homicídio culposo na condução de veículo automotor na modalidade culpa consciente. ERRO DE TIPO Art. 20 CP - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atua, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Erro de tipo essencial - quando a falsa percepção da realidade faz com que o agente desconheça a natureza criminosa do fato. Exemplo: o agente mata uma pessoa supondo tratar-se de animal bravio. é aquele que impede o agente de compreender o caráter criminoso do fato. Ele se apresenta de duas maneiras: A) Invencível, inevitável, desculpável ou escusável (olha a confusão de termos!): aquele que não poderia ser evitado, nem mesmo com emprego de uma diligência mediana; B) Vencível, evitável, indesculpável ou inescusável: aquele que poderia ter sido evitado, se o agente empregasse mediana prudência. Para efeitos de compreensão deste texto vamos usar apenas os termos destacados, já que essa profusão de termos é irrelevante, ou seja, o tipo essencial inevitável, escusável e tipo essencial evitável, indesculpável. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Qualquer um dos erros de tipo essenciais afastam o dolo, uma vez que como foi dito o agente é impedido de compreender o caráter criminosos do fato por causa do erro. Se não houve intenção, só poderá o agente responder por culpa, isso se o crime em questão admitir culpa. *Erro sobre o elemento constitutivo do tipo legal – Art. 121 CP – tem a conduta de Matar alguém – (constitui o crime de homicídio) – crime de furto Art. 155 CP – Subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel (elemento constitutivo do crime de furto) – Art. 217-A estupro de vulnerável – ter conjunção carnal ou ato libidinoso com menor de 14 anos. Para que o sujeito possa ser responsabilizado penalmente por um crime é necessário que ele haja com consciência em relação a todos os elementos do tipo. *Uma pessoa que atinge atrás de arbustos supondo que é um animal pode ser penalizada? O sujeito errou contra o elemento substitutivo alguém. *Um sujeito está em um restaurante e vê um celular que supõem ser seu, se apossa do aparelho, sendo que na verdade era de outro cliente – erro contra o elemento substitutivo do tipo que define o crime de furto (coisa alheia móvel) *Sujeito conheceu uma menina em uma boate, onde e vedado o acesso de menor de 18 anos, o sujeito supondo que a garota era maior de 18 anos tem uma relação sexual com ela, descobrindo posteriormente que a menina era menor de 18 anos – sujeito errou contra o elemento que constitui o tipo que define o crime de estupro de vulnerável. Efeitos: (grau de intensidade desse erro) Invencível - inevitável Vencível - evitável Exclusão do dolo e da culpa – fato atípico Exclusão do dolo. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Sujeito vai responder pelo crime na modalidade culposa (desde que haja previsão legal para essa modalidade) Naquela situação qualquer pessoa também erraria, qualquer pessoa estaria incorrendo em erro (erro invencível/inevitável) Ex.: Sujeito que teve uma relação sexual que ele conheceu em uma boate que vedava acesso a menores de 18 anos, sendo que essa menina era menor de dezoito anos – neste caso se excluí o dolo, o agente não responde por estupro de vulnerável – fato atípico, o sujeito não responde por nada. Ex.: Sujeito que tem várias pessoas próximas a um local cheio de arbustos e ele supondo ser um animal efetua um disparo e acerta o alvo – qualquer pessoa mais cuidadosa iria verificar se atrás daqueles arbustos havia um animal ou uma pessoa – sujeito foi descuidado – nesse caso como ele não teve o dolo de matar, se excluí o dolo e ele responde e ele responde por homicídio culposo. ERRO DE TIPO ACIDENTAL *É o que não versa sobre elementos ou circunstâncias do crime, incidindo sobre dados acidentais do delito ou sobre a conduta de sua execução. Não impede o sujeito de compreender o caráter ilícito de seu comportamento. *No erro de tipo acidental se tem o erro sobre: A pessoa Na execução (Aberratio Ictus) Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Art. 20, § 3º CP - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 73 CP - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Sujeito pretende atingir uma pessoa, mas por um erro na identificação ele acaba atingindo uma pessoa diversa. Sujeito pretende atingir uma pessoa, mas por um erro no uso dos meios de execução ou por um acidente acaba atingindo pessoa diversa. Ex.: Paulo quer matar Victor, vai até a residência deste e verifica que lá se encontra um rapaz parecido com o Victor, Paulo efetua o disparo com a intenção de matar seu alvo, entretanto o alvo não era o Victor, mas sim irmão gêmeo de Victor o Luva - erro quanto a identificação (identidade da pessoa). - Nesse caso Carlos responderá por homicídio doloso, Ex.: Paulo deseja matar Victor, efetua o disparo e acaba matando a Débora, por um erro na pontaria Paulo acabou atingindo pessoa diversa. Ex.: Carlos deseja matar a Débora, e Carlos sabe que Débora senta em um determinado local, dessa forma coloca umveneno na xícara da Débora. Débora sai de seu lugar, aí vem o Pablo e Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista como se Paulo tivesse matado o Victor. * se considera as condições ou qualidades da vítima pretendida Ex.: Carlos deseja matar seu pai, se dirige até a residência deste, o lugar estava muito escuro, existe um vulto na sacada que tem a estrutura de seu pai e Carlos supondo ser seu pai, efetua o disparo e acerta, mas na verdade o vulto era o vizinho que estava visitando o pai de Carlos – Carlos responderá como se tivesse atingido a pessoa pretendida, responderá por homicídio doloso com a agravante da vítima ser seu pai. bebe o café da Débora – Carlos mata Victor por um acidente. *Consideram-se as condições ou qualidades da vítima pretendida. *Carlos responderá por homicídio doloso como se tivesse matado a Débora. Ex.: Paulo querendo matar Débora, colocou veneno em seu café para realizar a ação. Débora é esposa de Paulo. Victor bebeu o café envenenado e morreu. Paulo responderá por feminicídio (homicídio qualificado) como se tivesse matado a Débora. Ex.: Paulo querendo acertar Débora efetua um disparo e acerta Débora e também o Victor, com um único disparo. (Por querer acertar a Débora Paula responderá por homicídio doloso) (Por acertar também Victor – Paula responderá por homicídio culposo) – com uma única conduta Paula produziu dois resultados – nesse caso se aplica as regras do concurso formal de crimes – Art. 70 CP - Quando o agente, mediante uma só Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) – Concurso formal = quando “o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não”. Desta feita, há conduta única, mas multiplicidade de resultados (dois ou mais crimes). Ex.: Victor indignado com Paulo segue na direção deste afim de matá-lo, Victor estava munido de uma faca. Paulo de forma rápida saca de sua arma afim de se defender, efetuando um disparo na direção de Victor, entretanto erra o disparo e acerta uma outra pessoa levando-a a morte. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Victor = agressor injusto – Paulo por um erro de pontaria acertou uma pessoa distinta de Victor – Paulo não responderá por nenhum crime, pois estará em legítima defesa. (é como se ele tivesse atingido a pessoa pretendida – o agressor injusto) EXCLUDENTE DE ILICITUDE *O sujeito pratica um fato típico – conceito analítico de crime – gera a presunção que esse fato também é ilícito (fato contrário ao direito). Ex.: Paulo efetua um disparo contra Victor, gera a presunção que esse fato típico também é contrário ao direito, só que existem algumas causas que excluem esse fato, passando o fato a ser lícito – o fato sendo lícito não existe crime. *Ilicitude - É a conduta que gera um resultado com ajuste a um tipo penal (fato típico). Em seguida, é imprescindível que a violação seja típica, ou seja, não permitida pelo nosso ordenamento jurídico. *Causas de exclusão: 1. Estado de necessidade 2. Legítima defesa 3. Estrito cumprimento do dever legal Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 4. Exercício regular do direito Exclusão de ilicitude – Art. 23 CP - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Vide ADPF 779) III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Estado de necessidade Legítima Defesa Estrito cumprimento do dever legal Exercício Regular do direito Art. 24 CP - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Art. 25 CP - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Vide ADPF 779) Não conceituado pelo CP. Não conceituado pelo CP. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput (uso dos meios necessários) deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADPF 779) O agente de segurança pública ou policial (atirador de elite - snaiper) num contexto Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista de crime com refém, ele efetuar a mira e atingir o bandido, ele estará em legítima defesa. Sujeito vai praticar um fato típico para se salvar de uma situação de perigo. Sujeito pratica um fato típico para repelir uma injusta agressão (característica da legítima defesa). *Para se caracterizar a legítima defesa tem que se verificar um meio necessário e fazer um uso moderado desse meio. (suficiente para fazer cessar a agressão) Alcança a figura de um agente público – a lei que impõem a esse agente público a desenvolver ou ele executar um dever, e esse dever envolve a prática de um fato típico. Alcança um cidadão comum – pode praticar um fato típico por estar autorizado pelo direito. Ex.: Livre manifestação de pensamento, Violência desportiva (lesão corporal – fato típico) Um sujeito colocou fogo em uma sala, na qual se Pode-se cessar a agressão por meio de um pedaço de Cumprimento de mandado de busca e apreensão numa Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista encontravam Carlos, Débora e Victor – situação de perigo – para se salvar da situação de perigo Carlos pratica uma lesão corporal grave no Victor – fato típico e lícito, logo Carlos não será responsabilizado criminalmente. pau, entretanto se o sujeito utilizar uma arma de fogo esse meio extrapola o meio necessário = excesso de legítima defesa. Victor vai em direção a Paulo munido de um facão com o intuito de matar Paulo. Paulo possui uma arma de fogo e efetua um disparo para se defender. Victor caiu ao solo cessando a agressão. Se Paulo continuar atirando contra Victor com o dolo de matar, neste caso Paulo que era agredido estará em excesso e por este excesso residência e o morador não autoriza a entrada e agente de posse do mandado de busca e apreensão tem que invadir a residência contra vontade do morador, ou em outro momento o agente teve que se utilizar da força arrebentando a porta = fato típico, não será ilícito, pois a lei autoriza aquele agente público a praticar esta conduta no estrito cumprimento do dever legal. Art. 245 CPP. As buscas domiciliares serão executadas Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista (se for doloso) responderá pelo crime na sua modalidade dolosa. Se o excesso foi culposo responde pelo crime na modalidade culposa. Excesso punível Art. 23, Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. § 2º - Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada. Polícia pratica dano, invasão de domicílio, as no estrito cumprimento do dever legal. Somente pode alegar essa Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista necessidade aquele que não provocou a situação de perigo. CULPABILIDADE *Sujeito pratica um crime – pratica um fato típico, ilícito, e o sujeito tem que ser culpado (tem que recair sobre ele um juízo de reprovação social) Elementos: (devem ser verificados pelo juiz) (o sujeito para ser culpado tem que ser) Imputabilidade Potencial consciência da ilicitude Exigibilidade de conduta diversa Sujeito tem que ser maior de 18 anos e ter sanidade mental É o elemento da culpabilidade que determina só ser possível a punição do agente que, diante das condições fáticas na quais estava inserido, tinha a possibilidade de atingir o entendimento São a coação moral irresistível e obediência hierárquica. Destarte, a controvérsia que assola a doutrina é se o ordenamento jurídico aceita outras hipóteses, além destas causas legais, em Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista sobre o caráter criminoso da conduta que perpetrava. que é inexigível que o agente tivesse outra conduta, para excluírem a culpabilidade. *Se o sujeito for inimputável, se lhe faltar potencial de consciência da ilicitude e tiver inexigibilidade de conduta diversa = exclusão da culpabilidade – o fato é típico, ilícito, mas o sujeito não é culpável, não sendo possível a aplicação de uma pena. Inimputabilidade Falta de potencial consciência de ilicitude Inexigibilidade de conduta diversa Causas: 1. Enfermidade mental – sujeito acometido de uma doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado. (Não basta que o sujeito seja doente mental para ser considerado inimputável – em decorrência da doença mental o sujeito tem que ser inteiramente incapaz de Erro de proibição - é o erro incidente sobre a ilicitude do fato, diz respeito à ausência de potencial consciência da ilicitude, servindo, pois, de excludente da culpabilidade. (Erro sobre a ilicitude do fato) (sujeito sabe o que está fazendo, mas supõem que a conduta é permitida, quando na verdade é proibida) Ex.: Sujeito que vem de um país aonde é autorizada a ingestão de substância Art. 22 CP - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (1. Coação moral irresistível (exclui a culpabilidade) - trata-se de grave ameaça, onde a vontade do autor não é livre (vis compulsiva). Difere Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista compreender o caráter ilícito da conduta e de se comportar de acordo com esse entendimento. Critério biopsicológico entorpecente, desce no aeroporto brasileiro e a primeira coisa que faz é fumar um cigarro de maconha – ele sabe que está fumando maconha, mas supõem que aquela substância é permitida no Brasil quando na verdade ela é proibida. Ex.: Apropriação de coisa achada *Se o erro for inevitável – isento de pena (causa de exclusão da culpabilidade) *Se o erro for evitável – sujeito responde pelo delito e terá a pena reduzida de 1/6 a 1/3. Art. 21 CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a da coação física irresistível (há o emprego de força física sobre o coagido que retira a sua vontade), onde não existe uma vontade e o agente não tem domínio da conduta (vis absoluta), neste caso exclui a ação, configurando atipicidade penal – Ex.: Paulo ameaça Débora a falsificar um documento – Paulo empregou sobre a Débora força física – nesse caso a Débora agiu sem qualquer vontade – vontade é um elemento da conduta – elemento de um fato típico – há exclusão da tipicidade). *Sujeito tem a figura do coator que por meio de uma grave ameaça faz com que o coagido ele pratique um fato típico e ilícito. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) # Erro de tipo - é somente aquele em que o agente se equivoca sobre um elemento que constitui o tipo penal. Um exemplo disso está quando a pessoa, numa caçada, crê que mata um animal, mas acaba por atingir um ser humano agachado na mata. *Ex.: Paulo manda para um gerente de um banco uma foto de seu filho com uma arma apontada na cabeça, e diz para o gerente pegar a sua senha e fazer uma transferência de 500 mil reais para a conta que Paulo está indicando – o coator por meio de uma grave ameaça faz com que o gerente faça uma transferência por ele indicado – nesse caso o coagido será isento de pena. Somente o coator que responderá pelo fato típico e ilícito. 2. Obediência hierárquica - é a causa de exclusão da culpabilidade, fundada na inexigibilidade de conduta diversa, que ocorre quando um funcionário público subalterno pratica uma Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista infração penal em decorrência do cumprimento de ordem, não manifestamente ilegal, emitida pelo superior hierárquico. Há a figura do superior hierárquico que por meio de uma ordem não manifestamente ilegal faz com que o subordinado pratique um fato típico e ilícito. Ex.: Paulo que passou no concurso para a polícia civil, no primeiro dia chega a delegacia e o delegado, superior hierárquico determina que ele vá executar uma prisão sem mandado – ordem ilegal – quem responderá pela ordem ilegal é somente o delegado (a ordem não é manifestamente ilegal) – o subordinado Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista que cumpriu a ordem será isento de pena. Art. 26 CPP - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Natureza jurídica da sentença – sentença absolutória imprópria ao qual será aplicada medida de segurança. (internação em hospital de custódia ou tratamento ambulatorial) Inimputabilidade por embriaguez – somente embriaguez completa e acidental (a embriaguez voluntária ou culposa NÃO exclui a culpabilidade) Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Ex.: Paulo passou na OAB e ficou feliz da vida e resolve comemorar, vai para um bar e começa a beber, se embriagando de forma voluntária – se ele pegar o carro e atropelar uma pessoa causando lesão, ele não será isento de pena – será responsabilizado criminalmente) Ex.: Sujeito que bebe socialmente, e se embriaga – embriaguez culposa – se ele pegar o carro e atropelar uma pessoa não será isento de pena. *Na embriaguez completa o sujeito fica inteiramente de compreendero caráter ilícito da conduta e de se comportar de acordo com esse entendimento. Sujeito que bebe todas e no dia seguinte de nada lembra em decorrência de força Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista maior ou de caso fortuito. (sujeito obrigado a ingerir bebida alcoólica ou substância análoga). Ex.: Trote acadêmico em que os veteranos forçam o calouro a ingerir bebida alcoólica. (Força Maior) Caso Fortuito – Ex.: Boa noite cinderela Art. 28, § 1º CPP - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 7.209, de 11.7.1984) Art. 28 CPP - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) CONCURSO DE PESSOAS O concurso de pessoas é o cometimento da infração penal por mais de uma pessoa. Tal cooperação da prática da conduta delitiva pode se dar por meio da coautoria, participação, concurso de delinquentes ou de agentes, entre outras formas. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Exemplo: o agente que furta os bens de uma pessoa, incorre nas penas do art. 155 do CP (furto), enquanto aquele que o aguarda com o carro para ajudá-lo a fugir, responderá apenas pela colaboração. Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Casos de imputabilidade Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Requisitos Pluralidade de condutas Relevância causal das condutas Liame subjetivo Identidade de infrações ou identidade do fato Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Cada indivíduo pratica certo ato a fim de alcançar o objetivo criminoso. Tem-se a divisão das tarefas necessárias à execução do crime As condutas devem estar ligadas, de modo a completarem-se no sentido da consumação do crime. A conduta deve ter relevância para o desfecho do crime. Ex.: Paulo pede uma arma de fogo emprestada para Carlos, que empresta a arma de fogo a Paulo e com essa arma Paula causa o homicídio de Rafael. (O indivíduo que emprestou a arma de fogo tem uma conduta relevante) É a ligação ou vínculo psicológico e subjetivo entre os agentes do delito. Pode ser compreendido como um acordo de vontades entre os agentes. Entretanto, não é necessariamente um acordo prévio. Basta que o agente venha a consentir com a vontade do outro agente. Os agentes tem que ter um vínculo psicológico em relação a conduta. É a vontade plural voltada ao alcance de um mesmo objetivo, o desejo de cada participante de praticar a mesma infração. Realmente, apenas se presentes tais pressupostos é que há de se falar na caracterização do concurso de pessoas. Todos os envolvidos na ação delituoso, coatores ou partícipes respondem pelo mesmo crime. Punibilidade Medida da culpabilidade Participação de menor importância Cooperação dolosamente distinta Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista A culpabilidade representa um juízo de valoração não apenas sobre o ato humano, mas também sobre a vontade, motivação e finalidades do agente reveladas no ato ilícito, bem como sobre as circunstâncias circundantes de sua prática É aquela de pouca relevância causal, aferida exclusivamente no caso concreto, com base no critério da equivalência dos antecedentes (conditio sine qua non). Ex.: O do agente que exerce vigilância sobre determinado local enquanto seus comparsas praticam o delito de roubo, dando-lhes, em seguida, apoio na fuga, pois, sem realizar a conduta principal (não subtraiu, nem cometeu violência ou grave ameaça contra a vítima), colaborou para que os autores lograssem êxito no resultado final. É o desvio subjetivo de condutas, ou o desvio entre os agentes, em que um dos concorrentes do crime pretendia integrar ação criminosa menos grave do que aquela efetivamente praticada. Ex.: Dois militantes A e B combinarem de furtar uma casa que aparentemente encontra-se vazia, B entra na casa, enquanto A espera no carro para a fuga. Ao invadir a casa B encontra a dona da casa e decide por conta própria estuprá- la. Após, o meliante B encontra A e ambos fogem com um televisor. A cooperação dolosamente distinta impede que alguém responda por um fato que não estava na sua esfera de vontade ou de conhecimento, ou seja, Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista considerando o exemplo acima A não poderá responder pelo crime de estupro praticado por B pelo fato de não partilhar a intenção de estupro, mas apenas a intenção de furto. Art. 29 CP - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) TEORIA DA PENA REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Regime Inicial Art. 33 CP - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Reclusão Detenção 1. Fechado 1.1. +8 anos 1. Semiaberto 1.1. + 04 anos 2. Semiaberto 2.1. Não reincidente 2.2. +4 anos até 8 anos 2. Aberto 2.1. Até 04 anos 3. Aberto 3.1. Não reincidente 3.2. Até 04 anos Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Art.33, § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenadonão reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Súmula 269 STJ - É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. Súmula 440 - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito. Súmula 718 STF - A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. Súmula 719 STF - A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS Penas Restritivas de Direito Crime Não reincidente em crime doloso Circunstâncias judiciais favoráveis Maria da Penha 1. Doloso 1.1. Pena aplicada até 04 anos 1.2. Sem violência ou grave ameaça Exceção 1. Não reincidente pelo mesmo crime 2. Socialmente recomendável Súmula 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 2. Culposo 2.1. Qualquer pena Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) § 1o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) PENA DE MULTA Conversão da multa e revogação Art. 51CP. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) DOSIMETRIA DA PENA Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) REINCIDÊNCIA * Significa voltar a incidir, ou seja, praticar um novo crime, depois da condenação definitiva, no Brasil ou no exterior, pela prática de crime anterior. * Quando ocorre a reincidência? A Reincidência acontece em determinadas condições Para configurar reincidência, é necessário que o segundo crime ocorra depois do trânsito em julgado da primeira condenação. A reincidência ocorre quando a pessoa sofre uma condenação criminal relevante depois da outra. Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) CONCURSO DE CRIMES Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista Haverá concurso de crimes quando uma pessoa, mediante uma ou mais condutas, cometer duas ou mais infrações penais que estejam ligadas entre si. Concurso de crimes quer dizer que o agente ou um grupo de agentes cometeu dois ou mais crimes mediante a prática de uma ou várias ações. Portanto, dentro de uma mesma dinâmica há a pratica vários crimes. Exemplo: Paulo, armado com um revólver, atira em Cláudio e depois atira em Carlos, ambos morrem. Neste exemplo, há duas condutas e dois resultados idênticos. Concurso Material Concurso formal Crime continuado Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se- lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 11.7.1984) § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) concorrentes resultam de desígnios
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