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04 Merenda Escolar


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MANUAL DE GESTÃO EFICIENTE DA MERENDA ESCOLAR 
 
 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Manual De Gestão Eficiente Da Merenda Escolar 
Programa Nacional De Alimentação Escolar E A Participação Da Agricultura Familiar: Relatos 
De Uma Experiência No Sul Do Brasil 
Introdução 
Este artigo trata de uma pesquisa desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Planejamento 
Territorial e Desenvolvimento Sócio-ambiental da UDESC/SC, ao quais as autoras são vinculadas, 
uma na condição de orientadora, com formação na área das Ciências Sociais, e outra, mestranda 
responsável pela pesquisa. Objetivo é analisar as experiências dos agricultores familiares do 
nordeste catarinense, sua interação com os profissionais da nutrição inerente à aquisição de produtos 
da agricultura familiar para a alimentação escolar, a partir da publicação da Lei 11.947/2009, 
especificamente sobre o abastecimento da rede municipal de ensino de Joinville. Na revisão da 
política de alimentação escolar no Brasil, em 2009, ficou assegurado que no mínimo 30% dos 
recursos repassados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), aos estados, 
Distrito Federal e municípios, sejam revertidos na compra de produtos da agricultura familiar 
(BRASIL, 2009). O PNAE constitui uma política pública nacional relacionada à alimentação escolar, 
que envolve estados da Federação e municípios. É reconhecido como uma política de Estado. Sua 
criação situa-se na década de 1950, durante o governo Getúlio Vargas, e se manteve até os dias 
atuais, apesar das diversas mudanças ocorridas ao longo de sua trajetória (SARAIVA et al., 2013). 
Foi fortemente inspirado em Josué de Castro, médico e nutrólogo, que pioneiramente, politizou o 
tema da fome no Brasil, relacionando-a a causas sociais e buscando combatê-la através de políticas 
públicas eficazes. 
Desde 1994, iniciou, o processo de descentralização dos recursos do PNAE. Na medida em que o 
governo federal repassava os recursos aos estados, Distrito Federal e municípios por meio de 
convênios, estes também deviam assumir o compromisso de criar infraestruturas físicas e de 
recursos humanos necessárias à viabilização e execução do programa (BELIK et al., 2004). A partir 
de 1998, “a transferência passou a ser feita automaticamente, sem a necessidade de celebração de 
convênios”. O volume de recursos repassado a cada estado, Distrito Federal e municípios, são 
calculados com base no Censo Escolar do ano anterior e repassados em dez parcelas anuais. Com a 
publicação da Lei 11.947/2009, outro compromisso assumido pelos estados e municípios é a 
divulgação e publicação da chamada pública, para os agricultores interessados (BRASIL/FNDE, 
2015). 
No caso de Joinvile, estes editais não obedecem a um calendário anual fixo, dificultando a 
organização do trabalho dos agricultores interessados em participar. Os assentamentos da reforma 
agrária oriundos das lutas dos movimentos sociais, como o MST, e outros territórios conquistados 
pelas populações ditas “tradicionais” (quilombolas e indígenas) tem sido os principais beneficiários 
destas políticas, segundo (SCHMITT, 2005). Nestes casos, a exigência da forma coletiva de 
participação não destoa das pautas e/ou tradições pleiteadas por estes grupos, oriundos de 
movimentos sociais. 
 É no contexto do Programa Fome Zero, em 2003, que surgem diversas estratégias para a Segurança 
Alimentar e Nutricional no Brasil e, dentre estas, destacam-se políticas de incentivo à produção 
agrícola (FAO, 2014). Considera-se que a operacionalização do PNAE é parte desse conjunto de 
estratégias, pois oferece refeições para todos os alunos das escolas públicas do país, o que vem de 
encontro com um dos princípios da politica atual de alimentação escolar, o da universalidade 
(PEIXINHO, 2013, p. 915). O PNAE se articula com outras políticas públicas de fomento a agricultura 
familiar, como o Programa Nacional de Crédito Rural (PRONAF) e Programa de Aquisição de 
Alimentos (PAA). Os chamados mercados institucionais, a exemplo do PNAE e PAA, articulam 
compras públicas diretamente da agricultura familiar, cujo objetivo é a soberania Alimentar e 
Nutricional, tem levado a uma conexão entre produtores e consumidores, especialmente os mais 
pobres, tendo como principais produtos as frutas, as verduras, os produtos de origem animal e 
também, os processados (GRISA et al., 2009). 
Há também um interesse do PNAE, em promover agricultura orgânica ou agro-ecologia, já que esta 
pode se desenvolver de forma bastante adequada no escopo da agricultura de pequena escala e 
dentro dos moldes da produção camponesa, fazendo chegar às mesas dos estudantes produtos 
orgânicos. No entanto, face à crescente dependência do país das grandes transnacionais detentoras 
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de sementes, insumos e equipamentos, entre outros aspectos, esta concepção situa-se mais no 
âmbito retórico do que na prática concreta, até mesmo nos assentamentos do MST. Este ponto nos 
parece crucial quando se analisa esta política, pois se de um lado ela certamente traz avanços a 
agricultura familiar em termos de uma certa “manutenção” deste modo de produção camponês, com 
suas características de policulturas e trabalho coletivo, de outro o problema da soberania e da 
segurança alimentar não pode ser visto como resolvida, já que o uso de agrotóxicos é altíssimo e tem 
crescido nos últimos anos(ABRASCO, 2012). 
 Quanto à metodologia para a pesquisa, foi à qualitativa. Utilizamos técnicas de pesquisa como 
entrevistas semi diretivas, realizadas com membros de dez unidades familiares sócios de duas 
cooperativas da agricultura familiar – Joinville e Garuva, que participam do PNAE nos últimos anos. 
Recorremos igualmente à técnica do grupo focal, realizada com a participação de seis nutricionistas 
que atuam no PNAE, responsáveis pela elaboração - ano a ano - do cardápio escolar, adquirindo com 
isto, um poder decisório significativo. Recorremos à observação participante referentes ao contexto 
das entrevistas (propriedades dos entrevistados), análise da legislação referente ao tema e 
referencial teórico. A pesquisa foi realizada de julho a dezembro de 2014. 
As cooperativas estudadas – Cooperativa de Produtores Agroecológicos de Joinville e Região 
(Coopaville) fundada em 2007 têm 23 sócios – agricultores familiares. Já a Cooperativa de Produção 
Agropecuária Conquista (Cooperconquista) foi criada em 2013, como decorrência direta de um 
assentamento rural, denominado Conquista do Litoral, por meio do Movimento dos Sem Terra (MST), 
desde 1999. A cooperativa tem 22 sócios. 
 Santa Catarina, estado na qual se situa Joinville, historicamente, combinou formas distintas de 
propriedade fundiária e produção: grandes propriedades de pastoreio com pequenas propriedades, 
que predominam na região onde fizemos a pesquisa, até recentemente. No entanto, não obstante a 
centralidade que a presença do pequeno agricultor ou da agricultor familiar detém na ideologia 
dominante deste estado, como se nele os processo decorrente das modernização do campo e da 
revolução verde fossem inexistentes ou pequenos, os processos de concentração fundiária e 
dependência deste setor da população foram igualmente responsáveis pelo êxodo rural, acentuando 
nas ultimas décadas do século XX, bem como no chamado “assalariamento disfarçado”, ou se já a 
integração dos pequenos agricultores as grande agroindústrias, sem a perda da sua propriedade 
rural, mas com a total dependência destas empresas em termos de insumos, equipamentos, tendo 
em vista a compra de seus produtos. A especialização da produção agrícola para o fumo, avicultura e 
suinocultura contribuíram para a crescente fragilização deste setor, para o qual contribui ainda as 
dificuldades de comercialização de produtos em mercados cada vez mais hegemonizados por grupos 
transnacionais ou grandes empresas, inclusive os grandes supermercados. Como tem acontecido em 
todos os cantos do mundo capitalista,os pequenos agricultores somente conseguem reproduzir seu 
modo de vida quando há apoio de poder público, tanto em termos de crédito como em termos de 
garantia de compra, como é o caso dos mercados institucionais. No caso da cidade de Joinville, a 
maior cidade do estado de SC, a agricultura ocupa desde meados do século XX , um lugar bastante 
secundário tendo sido substituído decisivamente, sobretudo a parti da década de 1950, pela indústria 
, na qual a maioria da sua população trabalha, junto ao setor de serviços. A população rural 
representava, em 2010, segundo dados do IBGE, 3% da população total de Joinville, ao passo que 
no Estado de Santa Catarina, a população rural, chega á 16% da população total. Ao redor deste 
município, como em Garuva, onde situa-se o assentamento, a agricultura ainda é uma atividade 
significativa. Por outro lado, a existência de um ampla rede de ensino publica faz com que a cidade 
se envolva diretamente com o PNAE. É a estes alunos e alunas que o PNAE destina seus recursos. 
Em 2014, o valor de R$ 5.274,385, 00 foi utilizado para o PNAE, através do município, atendendo 
cerca de 60.000 alunos, em 150 unidades escolares. 
Análise E Discussão: A Visão Dos Agricultores Familiares Sobre A Política Atual De 
Alimentação Escolar - PNAE 
Apresentaremos a seguir algumas das falas e representações dos entrevistados, focados em alguns 
pontos centrais da pesquisa: primeiro - a chamada pública – que disciplina o acesso aos agricultores 
familiares nos Editais de chamada pública, no âmbito do PNAE. Segundo, o processo 
coletivo/cooperativado, exigido dos agricultores para o acesso ao PNAE, e terceiro, a logística – um 
ponto polêmico para a execução da política do PNAE. 
 
O primeiro ponto, discute-se a chamada pública, um processo inovador baseado na legislação do 
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PNAE, para viabilizar as compras públicas da agricultura familiar para a alimentação escolar, desde 
2009. É organizado pelas entidades executoras – as prefeituras municipais e secretarias de estado 
da educação. Em Joinville, a entidade executora - a prefeitura municipal tem realizado desde 2012, 
dois editais de chamada pública ao ano. No entanto não obedecem a um calendário fixo, conforme 
indica a tabela 1. 
Tabela 1 Editais de chamada pública da Prefeitura de Joinville - Período de 2012 a 2014 
 Número do Edital Data de abertura Edital Data de homologação das compras 
001/2012 06/02/2012 27/02/2012 
003/2012 30/08/2012 16/10/2012 
001/2013 08/03/2013 15/04/2013 
003/2013 25/07/2013 31/10/2013 
090/2014 06/05/2014 16/06/2014 
 195/2014 06/05/2014 10/09/2014 
 Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE JOINVILLE (2014). 
Por não obedecer a um calendário fixo a pesquisa constatou dificuldades dos agricultores para 
organizar a gestão das propriedades agrícolas, a questão financeira e a produção agrícola. Para 
ilustrar esta situação um agricultor entrevistado relata: 
Essa chamada pública era para sair dia 10 de maio, foi adiando. Foi para junho, julho e para agosto. 
Muitos agricultores perderam alface, repolho. A ideia é que a partir do ano que vem, quando em 
fevereiro inicia as aulas, já esteja planejado, começando a entregar os produtos (Vilmar, agricultor). 
É um bom programa, os agricultores acreditam. Já está provado que funciona. Nossos agricultores 
estão organizados para poder fornecer. É só o órgão público, no caso da merenda, fazer os contratos 
antes. Não como foi esse ano (José, agricultor). 
Como já percebemos a falta de um calendário fixo para a realização da chamada pública vem 
causando insegurança aos agricultores para o fornecimento dos alimentos. Na expectativa de 
fornecerem produtos à alimentação escolar em 2014, os agricultores plantaram desde o inicio do ano, 
hortaliças, tubérculos, dentre outros. Devido ao atraso do contrato os agricultores perderam parte da 
produção como já informou o agricultor Vilmar acima. Dália - nutricionista relata sua percepção e 
como vivenciou esse processo do lançamento do Edital de chamada pública, em 2014: 
Em 2014 a gente planejou para o início do ano. Aconteceu só em maio. Teve muitos atrasos com 
relação à assinatura de contrato, o que gerou prejuízo pra gente e para o produtor. Porque ele conta 
com esse dinheiro. Uma coisa que tem gerado desconforto é que cada vez mais os processos 
licitatórios são mais demorados. Não depende só de nós, a gente inicia o processo mas até que seja 
publicado está se tornando alongado. Mais pessoas analisam mais pontos são verificados. Olham o 
processo, retornam o processo. Faz com que uma ação que a gente planeja pra um determinado 
período, aconteça muito depois. A gente espera que a chamada pública seja publicada ainda esse 
ano. Mas isso já me causa um pouco de angústia porque sinceramente eu acho que vai ser difícil. 
Acredito que vai ser publicado no início de janeiro de 2015. 
A fala da nutricionista indica preocupação quanto à morosidade do processo da chamada pública, em 
consequência do prejuízo causados aos agricultores. Os “processos licitatórios” assim como ela 
chama, são cada vez mais complexos, envolvendo muitos técnicos, análises, enfim muitos entraves 
burocráticos. Devido ao atraso para o lançamento do Edital da chamada pública referente ao período 
de 2014, os agricultores pesquisados falaram da organização e do movimento por eles promovido, no 
sentido de solicitar apoio ao poder legislativo e ao prefeito de Joinville. Foram unânimes em dizer que 
esse movimento ajudou na tomada de decisão para o lançamento do edital. Assim relatam: 
 
Fizemos até uma reunião lá na Câmera de Vereadores. Porque se a gente não vai lá, não chama o 
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prefeito, não vai à câmara de vereadores, nossa aí. Ainda não saiu, mas não teria nem chegado 
nesse ponto, pode ter certeza (Marcos, agricultor). 
Conforme relato do entrevistado, assim outros agricultores também manifestaram sua insatisfação 
quanto a as práticas no atraso do lançamento e andamento do Edital de chamada pública, 
promovendo um movimento para cobrar o que está previsto na Lei 11.947/2009. 
Com relação ao segundo ponto – as cooperativas, forma de organização formal exigida para 
participar dos editais de chamada pública, os agricultores entrevistados relataram que sentiram a 
necessidade de se reunir mais vezes para a organização do trabalho, a definição dos produtos da 
agricultura familiar e entregas ao PNAE, aumentando o número de encontros entre os associados. 
Afirmam que se intensificou a interação entre outras cooperativas: 
Por mais que é difícil trabalhar de forma coletiva, porque ás vezes o meu pensamento é diferente do 
teu. Às vezes, a gente tem que ajudar a construir a proposta do outro. Então, não é fácil viver o 
coletivo. É uma mudança, e tem que ceder. É uma cultura de décadas. As pessoas, cada uma 
pensando em si. A gente quer mudar e não consegue, está dentro, implantado na tua cabeça isso. 
Então, eu consegui-me adequar e buscar trabalhar junto com as pessoas. Hoje a gente vê que se não 
fosse cooperado com outras pessoas, não conseguiria ter alcançado o que consegui, e também ter 
ajudado a outras pessoas a conseguirem ter renda maior (Fábio, agricultor). 
Melhora num lado para a agricultura. Induz a união, o comprometimento um com o outro, na verdade. 
A gente se comunica mais. Por um objetivo, que é discutir a política das entregas. Então isso melhora 
também, senão acaba se distanciando muito, uma coisa individual. Fica o presidente, tesoureiro e o 
vice-presidente lá cuidando, e parece que fica como se fosse uma empresa. E com a merenda 
escolar e essa forma de venda, une mais a cooperativa, os agricultores (Marcos, agricultor). 
Como percebemos, os entrevistados relataram os reflexos da política do PNAE entre os 
cooperativados fortalecendo a sua organização. Por outro lado dizem que as cooperativas foram 
fundadas com o objetivode legalizar as vendas: 
Na verdade, a cooperativa foi fundada para isso, que o governo exigia cooperativismo, para vendas 
para o governo (Pedro, Agricultor). 
Porque na verdade a gente fundou a cooperativa, porque é uma forma legal para poder 
comercializar. Daí surgiu à possibilidade de vender para a merenda escolar e programas também do 
governo, o PAA (Marcos, agricultor). 
Se, de um lado, os agricultores reconhecem a importância do associativismo, por outro lado, 
percebemos que alguns agricultores tem resistência para se associarem as cooperativas devido a 
uma série de exemplos de falência existentes na região e estado. Apesar da resistência, as 
cooperativas tem ocupado um papel central no processo de adesão ao PNAE. 
Quando indagamos os entrevistados da pesquisa, se perceberam mudanças nas propriedades 
agrícolas, para atender a política do PNAE, sete dos dez entrevistados relataram que alteraram as 
áreas e variedades plantadas e fizeram mudanças na infraestrutura interna às propriedades. 
 Outro entrevistado relata que quando foi implantada a política do PNAE prevendo a participação da 
agricultura familiar, em Joinville o maior problema verificado na época foi à questão da logística - 
distribuição da alimentação escolar, ponto a ponto. Disseram os entrevistados que a saída 
encontrada foi o assentamento Conquista do Litoral de Garuva – hoje a Cooperconquista, fazer a 
distribuição da alimentação escolar em Joinville. Neste sentido, relatou um agricultor: Foi um 
processo que até o assentamento mudou o ritmo, deixou de produzir outros produtos, ou uma 
quantidade maior em produtos, e, se dedicou mais a fazer esta logística (Vilmar, agricultor). O 
Assentamento Conquista do Litoral dispõe de uma infraestrutura para fazer a distribuição dos 
alimentos para o PNAE em Joinville, como três caminhões baús equipados e próprios para 
distribuição de alimentos. Segundo os relatos dos agricultores, em 2014 distribuíram os produtos da 
agricultura familiar em 179 pontos (Vilmar, agricultor). As entregas são realizadas nas escolas e 
centros de educação infantil, todas as segundas e terças de cada semana. No roteiro da distribuição 
dos alimentos são previstas uma vistoria no Serviço de Alimentação e Nutrição Escolar (SANE) da 
Prefeitura de Joinville, quando são recebidos pelo grupo de nutricionistas responsáveis para fazerem 
a vistoria, através de amostragens dos produtos, onde é vistoriado a qualidade e quantidade prevista 
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no Edital da chamada pública. E a segunda vistoria, ocorre nas unidades escolares como relata o 
entrevistado: 
As nutricionistas se revezam uma vez por semana, para fazerem a conferência e liberar. Ainda vai as 
escolas averiguar se aquilo que você mostrou lá é aquilo que você está entregando na escola. E 
normal você chegar às escolas e as nutricionistas estarem esperando. Que às vezes você mostra o 
começo da carga. Mais no fim da carga podem ter outras coisas. Elas cobram da gente como tem 
que ser. Fazem aquilo que é correto. Para nós não tem problema desta cobrança. (Fábio, 2014). 
A rotina para a entrega dos alimentos da agricultura familiar nas escolas inicia nos domingos, com a 
colheita, preparo, e organização destes. Na segunda e na e terça-feira, ocorre às entregas a 179 
pontos da Rede de Ensino de Joinville. Assim relata o entrevistado: 
Porque hoje, uma grande dificuldade do agricultor seria levar na cidade, a sua produção. O grande 
problema do agricultor e esse daí. Ai o que ele faz? Vende para o atravessador! É uma humilhação! 
(Vilmar, agricultor). 
As cooperativas necessitam de toda uma infraestrutura para a entrega dos alimentos nas escolas, no 
entanto vencer este desafio foi importante para os agricultores pois a logística tem se tratado um dos 
entreves deste programa, levantado nas discussões em nível nacional de do estado, pelos técnicos e 
executores do PNAE. 
Quanto à produção orgânica, como propõe o PNAE como diretriz, somente um dos entrevistados, tem 
a propriedade agrícola certificada. Embora a propriedade esteja certificada, e o entrevistado 
comercializa uma quantidade considerável das hortaliças para o PNAE, seus produtos não são 
reconhecidos como orgânicos, contrariando o quer determina a Lei 11.947/2009. Quando perguntado 
sobre a produção orgânica e quanto ao seu reconhecimento na entrega ao PNAE, o entrevistado fala 
da condição exigida para viabilização da venda dos produtos orgânicos. Sobre estratégias para a 
certificação das propriedades, três dos dez entrevistados chegaram a fazer levantamentos, 
chamaram a empresa certificadora para avaliar as possibilidades de certificar a propriedade, 
relatando as impressões: 
É muita exigência, tem que fazer barreira até nos vizinhos.É que a Empresa certificadora esteve 
muitas vezes na propriedade, mais acabou desistindo (Ênio, agricultor). 
Os vizinhos também têm que colaborar. Nós numa área pequena, também dependemos dos vizinhos. 
Por isso tem cerca viva lá por trás, para isolar. Os vizinhos às vezes usam mata-pasto, lá de vez em 
quando. (Marcos, agricultor). 
Os entrevistados falam da dificuldade para a certificação da propriedade agrícola devido ao nível de 
exigências, causando desestímulo para certificação. Sobretudo, todos citaram que procuram reduzir 
ao máximo a aplicação de agrotóxicos nas lavouras. Justificam dizendo que os alimentos fornecidos 
são para os escolares, mas ao mesmo tempo, é parte por eles consumida. Para Dália - nutricionista, 
a ausência de produtos hortifrúti orgânicos é grave: 
Infelizmente hoje a gente não tem nenhum hortifrúti orgânico. A gente sabe que o preço hoje ainda é 
um pouco alto. É um dos fatores significantes. Mas principalmente a produção, porque hoje a gente 
tem a agricultura orgânica em ascensão, mas a quantidade produzida é pouca no município, daí a 
gente não consegue. 
Outro aspecto polêmico com relação ao mercado dos produtos da agricultura familiar para 
alimentação escolar se refere à política de preços. No entanto, todos os entrevistados disseram que 
os preços pagos estão de acordo com o custo de mercado. Vejam o relato: 
É bom! Por que vende aquilo e você sabe que vai ganhar o ano todo. Não é que nem o 
supermercado tradicional, às vezes a alface nas escolas está por quilo, mas está na faixa de oitenta á 
noventa centavos a unidade. E hoje, no mercado tradicional está quarenta centavos e ninguém quer 
alface. E tem uma diferença, a garantia. De repente, chega lá em fevereiro e março, dá alguma 
intempérie. Pode ser que no mercado tradicional, esteja mais caro. Mais em compensação, você 
vendeu o ano inteiro. É um preço razoável que dá para trabalhar tranquilo (Vilmar,agricultor). 
 
Por outro lado, os agricultores dizem que no contrato com duração de um ano, tem produtos na qual 
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o preço não acompanha o custo de mercado, embora não estão previstas cláusulas que permita 
alterar os preços, no período vigente. Nas compras públicas, constatou-se pela pesquisa, o que 
anima o agricultor é a garantia de venda de seus produtos, assim relata o entrevistado: 
Eu vou dizer uma coisa, o trabalho é muito interessante para os agricultores, por que é um dinheiro 
garantido que está lá. Ele se programa e pode vender tranquilo. (José, agricultor aposentado). 
O mais certo e a garantia da compra. São duas coisas importantes: a garantia da compra e essa 
integração que tem que nos chamamos de troca de mercadorias, essa ida e vinda de mercadorias, 
essa cooperação que é bom. Foi à melhor coisa que teve (Marcos, agricultor). 
Sobre a qualidade da alimentação escolar, constatou-se na pesquisa que os agricultores sentem 
satisfação em fornecer alimentos para o PNAE, visto a receptividade da comunidade escolar e do 
grupo de gestores da atividade. Por outro lado, a consciência dos agricultores com o compromisso, 
também aumenta o cuidado coma qualidade e diversidade. Assim: 
Chegamos a entregar alface roxa, lisa e crespa. Três tipos de alface. Eles estavam fazendo repolho 
roxo com o branco. Fazem ele temperadinho, fica colorido e aí as crianças gostam. Quer ver a alface, 
foi o maior sucesso! Fica uma salada colorida. Fica uma salada atraente, eles gostaram (Vilmar, 
agricultor). 
A diversificação dos produtos, a possibilidade da escola receber os alimentos frescos para a semana, 
a valorização da produção local, a organização na entrega são fatores que contribuem para qualidade 
da alimentação escolar. Sobretudo, nove dos dez entrevistados disseram que vendem produção 
também para outros mercados, como supermercados, verdureiros, restaurantes, hotéis, feiras dentre 
outros. Assim relata o entrevistado: 
A única coisa que a agricultor não deve, e nós já somos aconselhados, é não contar só com esses 
projetos. Tem que ter uma venda em outros mercados, isso é aconselhado. Senão, sem isso você 
quebra. Os planos públicos ainda são muito incertos para o agricultor. Quem depende disso mesmo, 
acaba, ao invés de ajudar, quebra o agricultor (Pedro, agricultor). 
Apesar de todos os entrevistados dizerem que não dependem só do mercado do PNAE tem 
agricultores que buscam uma fatia menor da renda familiar, através de outros mercados. Ganha 
importância neste caso, à renda auferida pelos mercados institucionais. Por esta razão e outras de 
ordem organizacional, de planejamento da propriedade rural, a falta de um calendário fixo para a 
realização da chamada pública trás enormes dificuldades para a agricultura familiar. 
Considerações Finais 
A pesquisa demonstrou que os mercados institucionais se constituem em importantes mecanismos 
de fomento à produção agrícola, na medida em que articulam e viabilizam o escoamento via 
comercialização, garantindo segurança ao agricultor por meio da regularidade da oferta e dos preços, 
ao mesmo tempo em que se oferece melhor qualidade dos alimentos servidos aos escolares da rede 
de ensino de Joinville, diariamente. A propalada qualidade dos alimentos, presente nas legislações, é 
bastante limitada, pois predomina a produção convencional com uso de defensivos sintéticos. Ou 
seja, a alimentação não pode, desde esta perspectiva, ser vista como “saudável” ainda que, em tese, 
e do ponto de vista estritamente nutricional, atenda padrões de equilíbrio nutricional. 
 No entanto todos esses pontos levantados e sua importância são relativos se analisarmos a 
dificuldade apontada pelos agricultores por meio das entrevistas, para fazer o planejamento de sua 
produção, relativo à data de inicio da entrega dos produtos agrícolas a merenda escolar, a cada ano. 
Por fim, gostaríamos de ressaltar que as políticas públicas podem ser transformadoras, se passarem 
a cumprir o seu papel, seguindo as leis de forma mais firme e efetiva, como no caso do PNAE e do 
PAA, aqui retratados. Além de cumprir o papel econômico, proporcionando a melhoria da renda aos 
agricultores familiares, como prevê a legislação, permite que os beneficiários comecem a perceber a 
sua importância como seres humanos e cidadãos, dando ênfase às instituições responsáveis pelas 
políticas públicas, que devem cumprir com os seus deveres constitucionais de uma forma decisiva. 
Estados e municípios brasileiros acabam de receber a terceira parcela do Programa Nacional de 
Alimentação Escolar (Pnae). O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) transferiu 
R$ 316,6 milhões para as secretarias estaduais e municipais de educação na última sexta-feira, 30 de 
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abril. 
 
Esse dinheiro está disponível nas contas bancárias dos governos estaduais e das prefeituras a partir 
desta terça-feira, 4, e deve ser usado exclusivamente para a aquisição de gêneros alimentícios para a 
merenda escolar dos 47 milhões de estudantes da rede pública brasileira de educação básica. 
 
Também foram depositados nas contas dos estados e municípios R$ 14,2 milhões referentes ao 
Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), para serem utilizados na manutenção 
dos ônibus, compra de combustível ou terceirização do serviço de transporte dos alunos que vivem 
no campo. 
 
Orçamentos – O orçamento do Pnae para 2010 é de R$ 3 bilhões. Desse total, 30% (R$ 900 
milhões) devem ser investidos na compra direta de produtos da agricultura familiar, medida que 
estimula o desenvolvimento econômico das comunidades. 
 
Já o orçamento do programa de apoio ao transporte escolar, neste ano, é de R$ 655 milhões, a 
serem repassados em nove parcelas, de abril a novembro. Os recursos devem atender 4.990.112 
alunos matriculados em escolas públicas do ensino infantil (277.404 alunos), do ensino fundamental 
(3.741.699 alunos) e do ensino médio (971.009 alunos) que vivem na zona rural. 
 
O dinheiro enviado a cada estado e município pode ser conferido no portal do FNDE, em consultas 
online - Liberação de recursos. 
 
Assessoria De Comunicação Social Do FNDE 
▪ Agricultura Familiar Atende Estudantes De 1.576 Municípios 
Exatos 1.576 municípios brasileiros já estão comprando produtos da agricultura familiar para servir 
aos estudantes das redes públicas. Outros 434 publicaram chamadas públicas e em breve também 
iniciarão as aquisições. Esses números foram divulgados durante o 5º Encontro Nacional do 
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que está sendo promovido pelo Fundo Nacional 
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na Bahia. 
 
“Esses números mostram que está havendo adesão dos municípios, mas revelam também que ainda 
temos muito a avançar”, afirmou Ana Muller, da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do 
Desenvolvimento Agrário, para os cerca de 500 participantes do encontro, na manhã desta sexta-
feira, 19, no auditório do Hotel Pestana, em Salvador. Os resultados, no entanto, podem ser ainda 
mais promissores, já que apenas 3.122 municípios – de um total de 5.565 – responderam à pesquisa 
feita em conjunto pelo FNDE e pela secretaria. 
 
O levantamento constatou que as compras da agricultura familiar são mais frequentes nas regiões 
onde os agricultores estão mais organizados, seja em cooperativas, seja em associações. Na Região 
Sul, por exemplo, mais de 53% das cidades usam essa produção na merenda de seus alunos. 
 
A diversidade dos gêneros adquiridos também impressiona. “É uma satisfação observar, por meio da 
pesquisa, que 115 tipos diferentes de alimentos estão sendo vendidos para a merenda, com 
destaque para hortaliças e legumes”, disse Maria Luiza Silva, responsável pelo setor de agricultura 
familiar do Programa Nacional de Alimentação Escolar. 
 
Parceria– Para os representantes dos agricultores, a parceria entre a alimentação escolar e a 
agricultura familiar é fundamental para o desenvolvimento local. “Na medida em que há uma 
oportunidade de mercado, temos renda e sobrevivência no campo”, afirmou Elisângela dos Santos 
Araújo, da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar. Também 
participaram dos trabalhos representantes da Via Campesina e da Confederação Nacional dos 
Trabalhadores na Agricultura. 
 
Assessoria De Comunicação Social Do FNDE 
Agricultura familiar é tema de capacitação em Belo Horizonte 
 
Gestores públicos e participantes de associações e cooperativas de agricultores familiares da região 
 MANUAL DE GESTÃO EFICIENTE DA MERENDA ESCOLAR 
 
 
 
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metropolitana de Belo Horizonte serão capacitados, nestas quinta e sexta-feira, 10 e 11, sobre a nova 
regra do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que determina que 30% dos recursos 
repassados pelo governo federal sejam investidos na aquisição de produtos da agricultura familiar. 
 
Durante dois dias, os participantes conhecerão experiências bem sucedidas e aprenderão o passo a 
passo da compra direta, sem necessidade de licitação. Também será apresentado um mapeamento 
da produção da agriculturafamiliar em Minas Gerais, o que deve facilitar o planejamento das compras 
para a merenda. 
 
No total, foram convidados produtores e gestores de 49 municípios da região. A intenção é facilitar o 
contato entre as partes e promover a efetivação da política, que deve melhorar a merenda e reforçar 
a economia local. 
 
A capacitação faz parte de uma série de encontros que serão realizados nas principais regiões 
metropolitanas do país, onde há escassa presença da agricultura familiar e o número de alunos é 
elevado. Esses seminários são uma iniciativa do grupo técnico interministerial criado para estreitar a 
parceria entre alimentação escolar e agricultura familiar. O grupo é formado por integrantes do Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Companhia de Nacional de Abastecimento 
(Conab) e dos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Desenvolvimento Social (MDS) e 
da Pesca e Aqüicultura (MPA). 
 
Assessoria De Comunicação Do FNDE 
 
Veja a programação do seminário em Belo Horizonte 
Agricultura familiar já atende escolas de 2 mil municípios 
Salvador– Mais de 2 mil municípios brasileiros iniciaram o processo de compra de produtos da 
agricultura familiar para a alimentação dos estudantes da rede pública. Os números foram divulgados 
na tarde desta quarta-feira, 17, durante o 5° Encontro Nacional do Programa Nacional de Alimentação 
Escolar (PNAE), que ocorre até a próxima sexta-feira em Salvador. 
 
A lei que obriga que no mínimo 30% dos recursos repassados pelo governo federal para a merenda 
sejam gastos na agricultura familiar entrou em vigor há menos de um ano. Para chegar a esse 
patamar em tão curto período, foi fundamental a integração de ações de diversos ministérios e órgãos 
públicos. Entre os órgãos federais envolvidos no processo estão o Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação (FNDE), gestor do programa de alimentação escolar, os ministérios da 
Pesca, do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e a Companhia Nacional de 
Abastecimento (Conab). 
 
Convergência– A convergência de políticas públicas visando a integração entre a agricultura familiar 
e a alimentação escolar é o principal tema do encontro em Salvador, e será a tônica das discussões 
nos próximos dois dias de reunião. 
 
“Temos grandes desafios pela frente, mas sabemos que a lei pegou porque mais de 2 mil municípios 
já estão em processo de aquisição da agricultura familiar”, afirmou em sua palestra Arnoldo Campos, 
da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Entre esses 
desafios, está a urgência de capacitar gestores públicos, nutricionistas e agricultores para fomentar 
essas compras. 
 
Gerente operacional da Conab no estado de São Paulo, Nivaldo Maia afirmou que as compras da 
agricultura familiar baseadas nos preços praticados pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 
beneficiam tanto os alunos – que recebem uma alimentação de melhor qualidade – quanto as 
prefeituras – que recebem o produto por um preço mais baixo. 
 
Segundo ele, só quem perde nessa equação são os chamados “atravessadores”, que adquiriam a 
mesma produção dos mesmos agricultores e a revendiam via licitação para as prefeituras, a um custo 
bem mais alto. “Os preços do PAA ficam 40% a 50% mais baixos do que os praticados em licitações 
para a merenda nos últimos dois anos”, disse Maia. 
 
Avanços e desafios – Pela manhã, a coordenadora geral do Programa Nacional de Alimentação 
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Escolar, Albaneide Peixinho, falou dos últimos avanços e dos futuros desafios do programa. Também 
defendeu que as crianças tenham alimentos nutritivos e de qualidade na mesa, e haja mais emprego 
e renda no campo, por meio das compras da agricultura familiar. 
 
Nesta quinta-feira, 18, haverá um grande debate sobre a importância de uma nutrição de qualidade 
para o desenvolvimento global dos estudantes. Além disso, serão apresentados resultados de uma 
pesquisa nacional sobre o programa de alimentação escolar e apresentadas propostas de ações para 
o futuro. 
 
Assessoria De Comunicação Social Do FNDE 
Após oito anos, Ministério da Educação reajusta em 20% o transporte escolar 
Após oito anos sem reajuste, o Ministério da Educação anunciou o aumento de 20% no valor per 
capita do transporte escolar no Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate). O 
anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, e pelo presidente da República, Michel 
Temer, nesta quarta-feira, 28, em solenidade realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, evento 
durante o qual foram liberados recursos para o programa Mais Alfabetização. A medida vai ampliar a 
verba em R$ 120 milhões, montante a ser distribuído para todo o Brasil. O valor do programa passa 
de R$ 600 milhões para R$ 720 milhões. 
“Hoje recebemos a autorização do presidente da República para reajustar, em 20%, o valor do 
transporte escolar, um item relevante no custo de manutenção de estados e municípios”, afirmou 
Mendonça Filho. “Será dinheiro repassado diretamente aos estados e municípios para que eles 
possam dar conta do transporte escolar, um item muito importante na educação básica do nosso 
país”, completou. 
Pnate – O Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar foi instituído em 2004 pela Lei nº 
10.880 e, atualmente, consiste na transferência automática de recursos financeiros para custear, em 
caráter suplementar, despesas com o transporte escolar de estudantes da rede pública de educação 
básica residentes em área rural. 
Pnae – Em 2017, o MEC anunciou um reajuste, também de 20%, no valor do repasse para a 
merenda escolar, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “Naquela 
oportunidade, nós estávamos praticamente a seis anos sem reajustar o valor do repasse e 
consagramos aquela decisão e colocamos em prática através do MEC”, lembrou Mendonça Filho. 
Assessoria De Comunicação Social 
Audiência pública em São Paulo define aquisição de alimentos 
São Paulo – A prefeitura de São Paulo promoveu, nesta sexta-feira, 25, audiência pública para definir 
o modelo de aquisição de produtos da agricultura familiar para a merenda dos alunos da rede pública 
de ensino. O objetivo é garantir o cumprimento da lei no 11.947/2009, que obriga estados e 
municípios a aplicar pelo menos 30% dos recursos repassados pelo Programa Nacional de 
Alimentação Escolar (PNAE) na compra desses produtos. 
 
Segundo técnicos do governo paulistano, o grande desafio da prefeitura é dispor de produtos da 
agricultura familiar para quase 2 milhões de refeições diárias oferecidas nas 2.500 escolas 
municipais. De olho nesse mercado, cerca de cem representantes de cooperativas de agricultores e 
produtores familiares de vários estados brasileiros participaram da audiência, realizada no auditório 
da Secretaria Municipal de Educação. 
 
Na ocasião, os agricultores foram informados sobre a forma de compra dos 11 tipos de alimentos 
especificados na minuta do edital da prefeitura. Entre outras exigências, a cooperativa deverá 
apresentar amostras dos produtos, que passarão por análise técnica e gustativa. 
 
Regularidade– Convidada a explicar o funcionamento do PNAE, Maria Luiza Silva, coordenadora de 
agricultura familiar do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão gestor do 
programa, destacou a responsabilidade dos empreendedores familiares rurais neste momento. 
“Fornecer para a merenda escolar exige regularidade de produção e distribuição”, disse. 
 MANUAL DE GESTÃO EFICIENTE DA MERENDA ESCOLAR 
 
 
 
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A tarde estava reservada para a segunda parte da audiência pública, quando as cooperativas 
deveriam apresentar seus produtos e informar sobre sua estrutura e logística para atender às 
demandas e exigências da alimentação escolar. 
 
Os agricultores familiares também reivindicam aumento da lista de itens a serem comprados pelo 
município. “Vamos apresentaro nosso suco de uva, vendido há mais de 15 anos para as escolas do 
município gaúcho de Caxias do Sul”, afirmou o gerente administrativo da Vinícola Nova Aliança, 
Paulo Sérgio Mognon. 
 
Assessoria De Comunicação Social Do FNDE 
Avanços da legislação ajudam a dinamizar economias locais 
Mais qualidade e diversidade na merenda escolar, aumento da renda dos agricultores familiares e 
impulso na economia dos municípios são avanços proporcionados pela Lei nº 11.947, de 16 de junho 
deste ano. Regulamentada pela Resolução nº 38/2009 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação (FNDE), a lei estabelece novas regras para a alimentação escolar. 
Uma das novidades é a determinação de investir pelo menos 30% dos recursos destinados à 
merenda na compra de produtos da agricultura familiar, sem necessidade de licitação, desde que os 
preços estejam compatíveis com os de mercado. Serão beneficiados, inicialmente, 70 mil pequenos 
agricultores em todo o país. “Se tudo correr conforme o planejado e os municípios ampliarem a 
quantidade de recursos na compra desses produtos, outros milhares de produtores também podem 
ser beneficiados”, diz a coordenadora-geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), 
Albaneide Peixinho. 
Os recursos para a aquisição de alimentos da agricultura familiar devem chegar a R$ 600 milhões a 
cada ano, já que o orçamento anual do Pnae supera R$ 2 bilhões. Isso significa mais renda no bolso 
do trabalhador rural e mais qualidade na mesa dos estudantes. “As crianças terão alimentação mais 
saudável e próxima de sua realidade cultural” afirma Albaneide. 
Para o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Renato 
Maluf, a nova lei e sua regulamentação terão desdobramentos sociais e pedagógicos. “A 
diversificação da merenda deve trazer mais qualidade e pode fomentar debates nas escolas sobre 
alimentos saudáveis, sua origem, agricultura, ecologia e desenvolvimento sustentável”, afirma. 
O aumento de mercado para o agricultor rural também vai ter impacto na economia dos municípios. 
Pelo menos um terço do dinheiro da merenda, que normalmente beneficiava grandes empresas 
alimentícias, mais capacitadas a vencer as licitações, deve agora ficar nas próprias comunidades. 
“Isso vai impulsionar a economia local, desde o comércio e o setor de serviços, até a arrecadação de 
impostos municipais”, diz o presidente do FNDE, Daniel Balaban. 
A resolução também autoriza o fundo a repassar os recursos da merenda diretamente às escolas 
municipais e estaduais, por seis meses, caso o município ou o estado não tenha prestado contas do 
dinheiro recebido no ano anterior. A medida é de grande importância para os estudantes dos 
municípios mais pobres, nos quais a alimentação escolar é comprada apenas com o dinheiro enviado 
pelo governo federal. 
 
Assessoria De Comunicação Social 
Boa gerência da alimentação rende prêmio para merendeiras 
Merendeiras de escolas públicas de todas as regiões do país foram homenageadas nesta quarta-
feira, 9, na cerimônia de entrega do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, em Brasília. Foram 
premiadas 25 prefeituras nesta sexta edição do prêmio, promovido pela organização não-
governamental Ação Fome Zero. 
 
“As merendeiras são pessoas que se dedicam ao trabalho além da conta. Sem elas, não teríamos 
sucesso nos programas de alimentação escolar”, destacou o presidente da República, Luiz Inácio 
Lula da Silva, que participou do evento. Viviane Vieira, que prepara a merenda em uma escola de 
Ribeirão Bonito (SP), recebeu das mãos do presidente um troféu de homenagem a todas as 
 MANUAL DE GESTÃO EFICIENTE DA MERENDA ESCOLAR 
 
 
 
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profissionais que trabalham nessa área. 
 
O Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar tem o objetivo de destacar as prefeituras com gestões 
criativas e responsáveis do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Fundo Nacional 
de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Neste ano, 1.099 municípios se inscreveram – recorde de 
todas as edições. Os 25 troféus entregues envolvem categorias regionais e destaques nacionais, 
como capitais e grandes cidades, e o de valorização profissional de merendeiras. 
 
Na visão do ministro da Educação, Fernando Haddad, a ação valoriza as prefeituras que fazem bom 
uso dos recursos públicos. Haddad aproveitou para avisar que o valor repassado aos municípios para 
a alimentação escolar vai aumentar até o fim deste mês, para valer em 2010. Hoje, é de R$ 0,22 por 
aluno. “Em 2003, o programa era restrito ao ensino fundamental, com R$ 0,13 per capita. Esse valor 
foi reajustado em 70% e estendido a toda a educação básica, incluindo a educação de jovens e 
adultos”, explicou o ministro. 
 
O PNAE atende a 42 milhões de estudantes em todo o Brasil. Dos alimentos comprados a partir dos 
recursos do programa, 30% devem ser advindos da agricultura familiar, obrigatoriamente. Além disso, 
os cardápios devem respeitar a cultura e a tradição alimentar de cada região. 
 
Letícia Tancredi 
 
Veja a lista completa dos vencedores do prêmio 
Boa gestão da merenda premia 21 municípios de todo o país 
Foram conhecidos nesta segunda-feira, 29, os 21 municípios premiados na 7ª edição do Prêmio 
Gestor Eficiente da Merenda Escolar. A cerimônia ocorreu em Brasília e teve a participação do 
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Educação, Fernando Haddad. 
 
“Quero agradecer aos prefeitos que se inscreveram, pois mostram que estão realmente preocupados 
com a alimentação de seus alunos”, afirmou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, 
após entregar os troféus. Lula lembrou, ainda, da importância da criação da lei da merenda escolar 
(Lei nº 11.947/2009), que determina que 30% dos recursos repassados pelo governo federal para a 
alimentação escolar devem ser utilizados na compra de produtos da agricultura familiar: “A compra 
dos produtores locais ajuda no desenvolvimento dos municípios.” 
 
Na ocasião, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, elogiou a 
parceria entre merenda e agricultura familiar. “Os 30% da alimentação escolar para a agricultura 
familiar estão fazendo uma revolução no país”, disse. 
 
Este ano, estavam inscritos 1.340 municípios. A avaliação dos projetos foi feita com base na análise 
das informações prestadas pelos gestores públicos sobre cinco aspectos da execução do Programa 
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): administrativo financeiro, eficiência nutricional, 
desenvolvimento local, participação social e valorização profissional de merendeiras. 
 
Após averiguação de todos os formulários, foram selecionados 70 municípios. Em seguida, a 
comissão julgadora escolheu 36 prefeituras finalistas que, entre agosto e setembro, receberam visitas 
técnicas de pesquisadores, com apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), 
para avaliação final. Nova reunião do júri selecionou os 21 municípios que mais se destacaram na 
gestão do PNAE em todo o Brasil. 
 
Assessoria De Comunicação Social 
 
Veja a relação dos municípios premiados 
Cardápio da merenda será mais variado para o ensino médio 
Os alunos do ensino médio de escolas públicas terão um cardápio de merenda escolar mais 
elaborado. O projeto que integra horta escolar e gastronomia terá início ainda este ano em 200 
municípios. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) fechou parceria com o 
Núcleo de Referência em Gastronomia e Alimentação Regional do Centro de Excelência em Turismo 
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da Universidade de Brasília (CET-UnB) para ampliar o projeto Educando com a Horta Escolar. 
 
O projeto existe desde 1995 e já é trabalhado em 400 escolas de 70 municípios, mas restrito aos 
enfoques educacional, nutricional e ambiental. Com a Lei 11.947, de 2009, a merenda escolar foi 
ampliada para o ensino médio e a educação de jovens e adultos. 
 
“Os adolescentes têmsensibilidade maior ao cardápio oferecido e precisamos fazer com que a 
adesão seja grande, para formar hábitos alimentares saudáveis a partir da escola. A gastronomia 
dará um impulso diferenciado à merenda escolar”, explica Albaneide Peixinho, coordenadora geral do 
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). 
 
Ainda este mês, o FNDE divulga a lista dos 200 municípios selecionados para a formação de 
profissionais que farão a inclusão de gastronomia na merenda escolar. A intenção é valorizar 
ingredientes e receitas regionais, além da apreensão de técnicas culinárias para construir um 
cardápio para os alunos do ensino médio. 
 
Mais de 600 municípios se inscreveram. Os prefeitos e secretários de educação dos municípios que 
serão pioneiros no projeto Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia participarão de um 
encontro nacional em Brasília, em 28e 29 de fevereiro. Cada um dos municípios selecionados 
indicará cinco profissionais que farão o curso de formação, com 95 horas presenciais e mais 30 não 
presenciais. 
 
Os grupos de cinco profissionais indicados pelos municípios (nutricionista, coordenador de 
alimentação escolar, coordenador pedagógico, representante do conselho de alimentação escolar e 
coordenador local da área de agricultura ou meio ambiente) terão de aplicar o que aprenderam em 
cinco escolas públicas da região. 
 
A formação continuada será realizada por consultores nas áreas de educação, nutrição, meio 
ambiente, hortas e gastronomia. Além do suporte dos consultores, o CET-UnB vai fornecer material 
didático, vídeos metodológicos e documentos de mapeamento de processos. 
 
Rovênia Amorim 
 
Ouça entrevista com Albaneide Peixinho, coordenadora geral do Programa Nacional de Alimentação 
Escolar (PNAE) 
Curso atualiza as novas regras de alimentação para monitores 
As mudanças na merenda escolar determinadas pela Lei nº 11.947/2009 e pela Resolução nº 
38/2009 estão sendo divulgadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), 
junto aos agentes envolvidos com a alimentação na escola. O FNDE está capacitando os monitores 
do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) em cursos que estão sendo ministrados em 
universidades, no Distrito Federal, Minas Gerais e Santa Catarina. 
Os cursos servem para que os agentes envolvidos com a alimentação na escola aprofundem seus 
conhecimentos sobre as novas regras do programa, como a que determina que pelo menos 30% dos 
recursos repassados pelo governo federal têm de ser investidos na compra de alimentos produzidos 
pela agricultura familiar. 
“A escola é o espaço ideal para ensinar o que é alimentação saudável e adequada”, afirma a 
coordenadora geral do Pnae, Albaneide Peixinho, que participou da abertura da capacitação em 
Brasília, nesta segunda-feira, 3, na Faculdade de Saúde da UnB. “Os monitores têm um papel 
importante ao repassar essas informações aos conselheiros de alimentação escolar, nutricionistas, 
merendeiras, agricultores e gestores públicos municipais.” 
Na Universidade de Brasília (UnB), o curso de capacitação para monitores vai até esta quartafeira. 
Ainda nesta semana, de 5 a 7, outra capacitação, formará monitores na Universidade Federal de 
Ouro Preto (MG),e de 10 a 12 de agosto, no campus da Universidade Federal de Santa Catarina, em 
Florianópolis. Os horários e palestrantes dos cursos podem ser encontrados nos links a seguir. 
Programação Da Universidade De Brasília. 
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Programação da Universidade Federal de Ouro Preto. 
Programação da Universidade Federal de Santa Catarina. 
Assessoria De Comunicação Social Do FNDE 
Divulgada lista de finalistas do concurso Melhores Receitas 
Quinze iguarias foram escolhidas para disputar a etapa final do concurso Melhores Receitas da 
Alimentação Escolar, promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A 
lista, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 4, traz três representantes de cada região 
do país. 
A final acontece nos dias 17 e 18 de dezembro, em Brasília, mas os finalistas chegam à capital 
federal dois dias antes para participar de um curso na cozinha experimental do Sesi, em Taguatinga, 
região administrativa do Distrito Federal. 
No dia 17, quando a última fase da disputa começa, os pratos serão preparados e apresentados a um 
júri, que fará a degustação. Os autores das cinco melhores refeições servidas em escolas brasileiras 
serão premiados, com uma viagem internacional e um prêmio de R$ 5 mil, no dia 18. 
“Mais do que identificar as receitas mais nutritivas e saborosas da alimentação escolar no Brasil, o 
concurso chama a atenção para a importância da merendeira na formação de hábitos alimentares 
saudáveis, reconhecendo, assim, seu papel de educadora", ressalta o presidente do FNDE, Idilvan 
Alencar. 
Verdadeiro passeio pela riqueza gastronômica do Brasil, presente também nas escolas, o concurso 
marca os 60 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). 
Consulte a lista das merendeiras classificadas 
Assessoria De Comunicação Social 
▪ Encontro discute formas de capacitar produtor familiar 
Capacitar os pequenos produtores para que eles se habilitem a fornecer a merenda escolar foi o tema 
de uma das oficinas realizadas nesta terça-feira, 2, no 1º Seminário de Educação Permanente do 
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em Brasília. Isso ocorre porque um dos 
principais desafios do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), em 2009, é fazer valer a lei 
que prevê o uso de 30% dos seus recursos na compra direta da agricultura familiar. 
Parceiros do FNDE na formação dos agentes envolvidos com o Pnae, os centros colaboradores de 
alimentação e nutrição do escolar (Cecanes), de nove universidades federais, discutiram a melhor 
forma de capacitar os agricultores familiares. O primeiro passo será disseminar a experiência de dois 
centros que já atuam com esse público: da UFPR (Paraná) e da UFG (Goiás). 
 “O nosso foco é favorecer a aquisição do produto da agricultura familiar para a alimentação escolar”, 
afirma Lucilene Sousa, subcoordenadora de educação permanente do centro de Goiás. Segundo ela, 
a parceria com outros órgãos, como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Secretaria 
de Agricultura do Estado de Goiás, foi essencial para o sucesso das capacitações, que em 2008 
formaram 360 pessoas, entre agricultores familiares, nutricionistas, merendeiras, gestores e 
conselheiros. 
Integração – A capacitação integrada – que junta diversos agentes do programa de alimentação 
escolar num mesmo encontro de formação – foi apontada como estratégia de sucesso para o 
envolvimento de todos em prol de uma alimentação escolar saudável e de qualidade. Segundo os 
participantes do seminário, quando cada ator conhece o papel e a responsabilidade do outro, todos 
se sentem mais valorizados e mobilizados para melhorar a merenda. 
 
Assessoria De Comunicação Social Do FNDE 
▪ Escola paranaense adota sistema capaz de reduzir o desperdício 
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Decidida a acabar com o desperdício da merenda escolar, a diretora do Colégio Estadual Helena 
Kolody, em Terra Boa (PR), adotou o sistema de bufê. Os alunos escolhem e se servem dos 
alimentos. Segundo Maria Regina Machado Colonello, a mudança, introduzida no início do ano, 
resultou em redução de 98% no desperdício de alimentos. 
“A novidade foi bem recebida, pois os alunos compreenderam a importância do poder de escolha em 
uma simples refeição e a importância de contribuir para superar o desperdício”, diz a diretora. Para 
efetivar o projeto foi necessário orientar os estudantes a se servirem apenas da quantidade a ser 
consumida. “Os alunos foram preparados para a inovação”, salienta. 
Há 28 anos no magistério, seis dos quais na direção, Maria Regina destaca que a comunidade tem 
participação efetiva no processo de gestão. Assim,quando foi apresentada a ideia de investir em um 
sistema diferente, todos aprovaram. Além disso, contribuíram com promoções destinadas a levantar 
recursos para a compra do material necessário ao novo sistema. 
“Observamos o resgate da dignidade, pois o processo de escolha proporciona a elevação da 
autoestima do aluno”, diz Maria Regina. Graduada em pedagogia e em educação física e com 
especialização em planejamento escolar, ela atuou como vice-diretora durante sete anos. 
De acordo com Daniel Ricardo Alves de Oliveira, aluno da terceira série do ensino médio, a adoção 
do sistema de bufê, inicialmente desacreditada por alguns estudantes, mostrou-se efetiva ao ser 
posta em prática. “O desperdício diminuiu”, ressalta. Aluna da mesma série, Cláudia Valéria Gomes 
também aplaude a iniciativa. “Temos a liberdade de colocar o alimento em nosso prato em 
quantidade suficiente e evitar o desperdício”, avalia. “Como passo a maior parte do dia na escola, 
posso dizer que a iniciativa significou muito para todos.” 
As merendeiras Iraí Maria Ponticelli e Gisele Raquel Freitas Maina defendem o novo sistema. Além 
da diminuição do desperdício, elas destacam a redução do tempo usado para servir a merenda. 
De acordo com a professora Leonilda Brandão, que leciona biologia nas três séries do ensino médio, 
nos turnos da manhã e da tarde, um projeto de sustentabilidade, desenvolvido desde 2013, tem 
contribuído para a formação de alunos mais conscientes, principalmente com relação aos alimentos. 
“As sobras nos pratos são insignificantes em relação aos anos anteriores”, avalia Leonilda, há 20 
anos no magistério. “Os resultados são encorajadores.” 
Fátima Schenini 
Saiba mais no Jornal do Professor 
▪ Estados e municípios recebem recursos de fevereiro e março 
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) transferiu, nos dias 23 e 24 de março, 
R$ 516.035.906,00 referentes às parcelas de fevereiro e março do Programa Nacional de 
Alimentação Escolar (Pnae). Para os estados e o Distrito Federal, foram destinados R$ 
177.079.056,00 e para os municípios, R$ 338.956.850,00. 
 
Os valores estarão disponíveis nas contas correntes das secretarias de educação dos municípios, 
dos estados e do Distrito Federal até a próxima segunda-feira, dia 29 de março e podem ser 
conferidos na página do FNDE. 
 
As duas remessas já consideram o novo valor per capita da alimentação escolar, que começou a 
vigorar a partir deste ano. Os novos valores são: alunos de creches, de escolas indígenas e de 
escolas em áreas remanescentes de quilombos recebem R$ 0,60 por dia; alunos da pré-escola, 
ensinos fundamental e médio e educação de jovens e adultos, R$ 0,30; estudantes de ensino 
integral, por meio do programa Mais Educação, R$ 0,90. 
 
O orçamento do PNAE para 2010 é de R$ 3 bilhões, para beneficiar cerca de 47 milhões de 
estudantes da educação básica e de jovens e adultos. Desse valor, 30% (R$ 900 milhões) devem ser 
investidos na compra direta de produtos da agricultura familiar, medida que estimula o 
desenvolvimento econômico das comunidades. 
 
Assessoria De Comunicação Social 
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▪ Estados e municípios têm prazo até dia 31 para prestar contas 
Termina nesta quarta-feira, 31, o prazo para a prestação de contas do Programa Nacional de 
Alimentação Escolar (PNAE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Estados 
e municípios que não enviarem a prestação de contas ou que não comprovem a correta destinação 
dos recursos recebidos em 2009 podem perder as próximas parcelas da merenda escolar. O FNDE já 
repassou as duas primeiras das dez parcelas deste ano. 
 
Em 2009, o governo federal transferiu R$ 2,01 bilhões para apoiar a alimentação escolar de estados, 
municípios e Distrito Federal, além das escolas federais. Neste ano, como houve um reajuste no valor 
básico per capita letivo para R$ 0,30 ao dia – antes era de R$ 0,22 –, o orçamento do programa pulou 
para R$ 3 bilhões, beneficiando 47 milhões de estudantes. 
 
Prazo maior – A nova legislação que regulamenta o PNAE, a Resolução do FNDE nº 38/2009, 
estendeu o prazo para a apresentação da prestação de contas até 31 de março – antes era 28 de 
fevereiro. Todos os anos, o processo se repetirá. 
 
Até 15 de fevereiro, estados e municípios devem enviar a documentação ao Conselho de 
Alimentação Escolar (CAE), entidade de controle social responsável pelo acompanhamento do 
programa em cada localidade. Cabe ao CAE analisar, emitir parecer conclusivo e encaminhar ao 
FNDE a prestação de contas até 31 de março. Se o município não estiver com o conselho em 
funcionamento e regular com a prestação de contas, a autarquia pode suspender os repasses de 
recursos da alimentação escolar. 
 
Levantamento feito pela coordenação do programa da alimentação escolar no dia 26 de março, e 
disponível na página do FNDE na internet, revela que há 160 municípios com conselhos de 
alimentação escolar com mandato vencido. Nesses casos, o FNDE suspende a transferência 
financeira. 
 
A falta de repasse da parte da União não significa que os alunos vão ficar sem merenda. Pela 
Constituição, a alimentação escolar é um dever dos três entes federados, ou seja, da União, dos 
estados e dos municípios. Caso o governo federal suspenda a transferência por problemas causados 
por estados e municípios, cabe a esses fornecer a merenda com seus próprios recursos. 
 
Novos valores – Começaram a vigorar este ano os novos valores do Programa Nacional de 
Alimentação Escolar (PNAE). Alunos de creches, de escolas indígenas e de unidades de ensino de 
áreas remanescentes de quilombos recebem R$ 0,60 por dia; alunos da pré-escola, dos ensinos 
fundamental e médio e da educação de jovens e adultos, R$ 0,30; e estudantes de ensino integral, 
por meio do programa Mais Educação, R$ 0,90. 
 
Assessoria De Comunicação Social Do FNDE 
▪ Evento promove encontro entre gestores e agricultura familiar 
Começou na tarde desta terça-feira, 24, em São Luís, e prossegue até a quarta, 25, seminário sobre 
a compra direta de produtos da agricultura familiar para a merenda escolar. Promovido pelo Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o encontro reúne produtores rurais e gestores 
educacionais do Maranhão e de 31 municípios do estado, além da capital. O objetivo é solucionar 
gargalos que atrapalhem a negociação entre os governos locais e os pequenos agricultores. 
 
Segundo Maria Luiza da Silva, coordenadora de agricultura familiar do Programa Nacional de 
Alimentação Escolar (PNAE), o fato de os produtores rurais viverem e trabalharem longe dos centros 
urbanos é um dos principais entraves para a compra direta nas regiões metropolitanas. “Por isso, é 
necessário estreitar o contato entre agricultores e gestores municipais”, afirma. 
 
O evento é realizado no auditório do Palácio Henrique de La Roque, no bairro de Calhau. No 
seminário, os participantes também conhecerão as normas e regras da compra direta e haverá um 
detalhamento da produção familiar maranhense, para que os gestores saibam todos os alimentos que 
podem ser encontrados em cada região. 
 
A capacitação é a quinta de uma série de 17 encontros promovidos este ano pelo PNAE para facilitar 
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a negociação direta entre prefeituras e produtores familiares. Conforme a Lei nº 11.947/2009 – que 
determina que pelo menos 30% dos recursos repassados pelo FNDE para a merenda devem ser 
destinados à compra direta da agricultura familiar –, a aquisição pode ser feita com dispensa de 
licitação, desde que os preços sejam compatíveis com os do mercado. 
 
Assessoria De Comunicação Social Do FNDE 
▪ Gestores latino-americanos vêm conhecer experiência brasileira 
Uma reunião técnica para ajudar países da América Latina e Caribe a construir programas próprios 
de alimentação escolar. Assim o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação(FNDE), Daniel Balaban, definiu o Encontro de Conselheiros de Segurança Alimentar e Nutricional, 
que acontece a partir desta terça-feira, 29, até a próxima sexta, 2 de julho, em Brasília. 
 
“A intenção não é oferecer um modelo pronto do programa de alimentação escolar brasileiro, mas 
trocar experiências para que cada país elabore o seu programa, conforme suas características 
geográficas e seus hábitos alimentares”, disse Balaban na abertura do evento. 
 
Promovido pelo FNDE em parceria com a oficina regional da Organização das Nações Unidas para a 
Agricultura e a Alimentação (FAO) no Chile, o encontro conta com a participação de 30 conselheiros, 
vindos da Bolívia, Colômbia, El Salvador, Guatemala e Nicarágua. 
 
Oportunidade– Para o coordenador de alimentação escolar do Ministério da Educação da Bolívia, 
Winston Canqui, o encontro é uma oportunidade para se definir um plano de alimentação escolar 
boliviano. “Há muitos pontos da experiência brasileira que pretendo conhecer em detalhes, como a 
compra da agricultura familiar e a participação da sociedade civil nos conselhos de acompanhamento 
e fiscalização do programa”, afirmou. A Bolívia oferece merenda a 80% dos seus 2,8 milhões de 
estudantes da educação básica da rede pública, mas não cobre todo o ano letivo. “Temos muito o 
que melhorar, principalmente no atendimento aos municípios mais pobres”, reconheceu Canqui. 
 
Experiências– Amanhã, 30, das 8h30 às 12h, os conselheiros conhecerão o projeto Educando com a 
Horta Escolar, em Valparaíso (GO). No dia 2, das 13h30 às 18h30, em Brazlândia (DF), verão de 
perto o modelo de compras públicas da agricultura familiar para uso na merenda escolar. 
 
Assessoria De Comunicação Social Do FNDE 
▪ Governo aumenta recursos para merenda e transporte escolar 
O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira, 28, reajustes dos valores 
da merenda e do transporte escolar a serem repassados aos municípios em 2010. O valor da 
merenda passa de R$ 0,22 para R$ 0,30 por dia letivo para cada aluno da pré-escola, ensinos 
fundamental e médio e educação de jovens e adultos. 
 
O custo total das transferências para a merenda sobe de R$ 2,2 bilhões este ano para cerca de R$ 3 
bilhões em 2010. O objetivo da medida, segundo o ministro, é recompor o poder de compra de 
alimentos para as escolas. 
 
Já o valor do transporte escolar por estudante da área rural será de R$ 0,30 por trecho percorrido, o 
que representa R$ 0,60 por dia letivo. Com o reajuste, o repasse do governo federal aos municípios 
que transportam alunos do campo para escolas na cidade vai dos atuais R$ 478 milhões para 
aproximadamente R$ 678 milhões no próximo ano. 
 
De acordo com Haddad, o reajuste dos valores do transporte escolar beneficia os municípios mais 
pobres e que têm mais matrícula de alunos do campo. O Programa Nacional de Apoio ao Transporte 
Escolar (Pnate) apóia os municípios que registram no censo escolar matrículas de alunos da 
educação infantil e dos ensinos fundamental e médio residentes na área rural. 
 
Caminho da Escola – Além de atualizar os repasses de recursos dos programas da merenda e do 
transporte de alunos, o ministro da Educação lembra que o governo federal investiu nos últimos dois 
anos R$ 790 milhões no programa Caminho da Escola, que incentiva a aquisição de veículos 
escolares novos e certificados pelo Inmetro. Com essa verba foram adquiridos 5.190 veículos 
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escolares. Segundo Haddad, essa frota é muito importante, por isso foi aprovado o reajuste do Pnate, 
que é um recurso para manutenção dos veículos e garantia de que estão levando as crianças com 
segurança para a escola. 
 
Ionice Lorenzoni 
▪ Governo envia R$ 300 milhões para os estados e municípios 
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) transferiu para estados e municípios R$ 
302.801.822,18 referentes ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). O recurso já está 
disponível nas contas correntes das secretarias estaduais e municipais de educação, bem como da 
Secretaria de Educação do Distrito Federal, e pode ser conferido na internet. 
 
Para os estados e o Distrito Federal, foram destinados R$ 125.809.080,00 e para os municípios, R$ 
176.934.456,00. Já os institutos federais de educação receberam R$ 58.286,18. 
 
O valor repassado pela União a estados e municípios vigora desde 2010 e é de R$ 0,30 por dia letivo 
para cada aluno matriculado em turmas de pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e educação 
de jovens e adultos. As creches, escolas indígenas e quilombolas recebem R$ 0,60 por estudante e 
as escolas de ensino integral, por meio do programa Mais Educação, R$ 0,90. 
 
O orçamento do programa de alimentação escolar para 2011 é de R$ 3,1 bilhões, para beneficiar 
45,6 milhões de estudantes da educação básica. Com a Lei nº 11.947/2009, 30% desse valor – R$ 
930 milhões – devem ser gastos na compra direta de produtos da agricultura familiar, medida que 
estimula o desenvolvimento econômico das comunidades. 
O Programa De Alimentação Escolar Em Ivoti: 
Uma Forma De Promoção Da Alimentação Saudável 
Introdução 
O direito humano à alimentação reflete a importância do assunto em todo o mundo, pois se trata de 
um direito reconhecido internacionalmente. Segundo Maria Mendonça, diretora da Rede Social de 
Justiça e Direitos Humanos: 
O artigo 11 da Convenção Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais rege a 
principal norma de que a fome deve ser eliminada e os povos devem ter acesso permanente à 
alimentação adequada, de forma qualitativa e quantitativa, garantindo a saúde física e mental dos 
indivíduos e das comunidades, além de uma vida digna. 
O destaque prioriza as crianças que devem ter a oportunidade de uma alimentação adequada e 
saudável que lhe proporcione saúde para seu desenvolvimento. 
Atualmente, tem-se discutido muito sobre alimentação adequada/saudável. O âmbito educacional, 
de modo geral, não foge à regra, procurando garantir segurança alimentar e nutricional às crianças, 
através da alimentação escolar. Contudo, é necessário questionarmo-nos em que medida isso 
realmente ocorre na prática. Para tanto, delimitamos o local de pesquisa, a saber, as escolas da 
Rede Municipal de Ensino do município de Ivoti. Nesses ambientes, têm-se projetos que visam à 
introdução de alimentos produzidos pela agricultura familiar na alimentação escolar. Questionamo-
nos, todavia, se tal iniciativa garante uma alimentação segura e nutricional. 
A intenção desta pesquisa provém da curiosidade de conhecer os projetos existentes para a 
promoção das seguranças alimentar e nutricional, através da disponibilidade da alimentação escolar 
no município de Ivoti. Isso porque, ao ingressar no curso de Planejamento e Gestão para o 
Desenvolvimento Rural da UFRGS, o conhecimento das práticas de agricultura adotadas na região, 
chamou a atenção quando apontadas em estudos de caso realizados, pois proporcionava uma 
alimentação diversificada à população. O incentivo para a promoção da agricultura familiar era visto 
através do apoio de entidades como a Emater local e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ivoti, 
os quais ajudavam a reativar propriedades inativas através de projetos de diversificação de culturas, 
proporcionando assim uma maior produtividade e consequentemente rentabilidade ao agricultor. A 
partir daí, o objetivo geral deste trabalho se formou para constatar e analisar a questão da 
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alimentação escolar na Rede Municipal de Ensino de Ivoti, quanto à garantia nutricional e alimentar 
dos alunos. Fez-se necessário, também, refletir não só sobre prós e contras desses novos hábitos 
alimentares voltados ao consumo de produtos naturais os quais são propostos aos alunos, mas 
também observar qual o reflexo disso no mercado local/regional, considerando a organização dos 
fornecedores.Dessa forma, o tema deste trabalho estará baseado na segurança alimentar e 
nutricional da alimentação escolar das escolas municipais de Ivoti, nas quais se buscará analisar 
quatro objetivos específicos, a iniciar pela questão nutricional dessa alimentação a partir da 
introdução de alimentos produzidos pela agricultura familiar. A partir desse problema de pesquisa, 
almeja-se então, analisar como primeiro objetivo os projetos e programas empregados na 
alimentação escolar do município de Ivoti, buscando identificar o número de escolas beneficiadas 
com tais programas. Como segundo objetivo se buscará verificar a participação de entidades sociais 
e/ou cooperativas agrícolas, apontando as origens dos produtos usados na merenda escolar as 
quais se caracterizarão como sendo o terceiro objetivo a seguir. A partir disso, o quarto objetivo se 
volta para a participação da agricultura familiar no programa de abastecimento, identificando os 
principais alimentos fornecidos para as nove unidades, ou melhor, instituições de ensino distribuídas 
nos perímetros urbanos e rurais de Ivoti. 
Capítulo 1. Alimentação E Nutrição 
Quando nos referimos a segurança alimentar e nutricional imediatamente nos vem em mente o 
direto de qualquer indivíduo à alimentação de qualidade e quantidades suficientes para o 
desenvolvimento de suas atividades vitais. Isso nos faz questionar a disponibilidade e o acesso a 
programas que garantam esse direito do exercício de cidadania. 
Foi a partir da década de 70 que o Estado passou a vincular uma política especificamente para a 
promoção da alimentação e nutrição da população através do Plano Nacional de Alimentação e 
Nutrição (PRONAN), o qual reconhecia a necessidade de unir o social e o econômico para garantir 
justiça social. 
Porém, apenas na década de 80 que a alimentação passou a ser encarada como direito e não como 
benefício, pois o intuito estava em atender principalmente as necessidades alimentares da 
população. A partir daí, instaurou-se uma urgência em sanar a fome mundial, a qual mobilizou o 
Governo na promoção de programas e projetos garantindo a segurança alimentar e nutricional. 
Atualmente, a questão da educação vem tendo maior atenção por parte dos gestores municipais, 
uma vez que se trata de um município em ascensão. Registrou- se, na última década, um 
crescimento populacional de 29,76%. Em 1991, a população ivotiense era de 16.326 habitantes, 
vindo a reduzir-se, em 1996, para 
13.096 habitantes. Isso ocorreu devido à quebra do setor calçadista da região, obrigando vários 
migrantes a retornarem para sua terra natal. Já em 2007, foi registrado um volume de 18.517 
habitantes em Ivoti, identificando grande crescimento populacional (IBGE, 2007). A partir desses 
números, foi necessário criar oportunidades de ensino aos novos habitantes dispostos a exercer o 
direito à educação, desde a pré-escola até a conclusão dos ensinos básico e médio. 
O crescente aumento populacional de Ivoti deve-se ao fato desse município localizar-se próximo a 
grandes centros comerciais, que movimentam a economia regional. Como consequência, há uma 
procura cada vez maior por imóveis em cidades da região metropolitana de Porto Alegre. Há 
diversos casos de casais que optaram por morar em Ivoti e trabalhar na capital. Com isso, seus 
filhos acabam construindo sua vida na cidade onde residem. Essa situação impulsiona a reflexão 
sobre as condições oferecidas pelo município não só a esses habitantes como também aos natos 
ivotienses. 
O conceito de segurança alimentar e nutricional é de extrema relevância, uma vez que se volta para 
o direito a uma alimentação de qualidade e em quantidades suficientes para nutrição física e mental 
de cada indivíduo. Neste contexto, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) propõe 
uma regulamentação fundada na promoção da agricultura familiar, garantindo o fornecimento de 
alimentos de origem agrícola e, consequentemente, de qualidade às escolas, beneficiando diversas 
crianças a partir do fornecimento de produtos para a alimentação escolar, oriundos da região. 
Conforme proposto no PNAE, o município de Ivoti procura incorporar alimentos da agricultura 
familiar para manter hábitos e costumes locais, pois, no local em estudo, a sociedade é 
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caracterizada pela origem européia que tem como bagagem uma tradição de consumo dos produtos 
provenientes da zona rural. Outro fator pode estar relacionado a um projeto de incentivo a 
agricultores da região, assim como apicultores associados à Cooperativa de Apicultores (COOAPI), 
localizada no Município. Com isso, podemos caracterizar como grande influência a sociedade na 
qual estamos inseridos, que possui uma identidade cultural própria e que deve estar ligada às 
políticas públicas em benefício da segurança alimentar e nutricional da população. Primeiramente, 
devemos responsabilizar os governos por assegurarem esse direito que posteriormente deverá 
passar a obrigatoriedade para o comprometimento vital com o povo. Para isso, é fundamental 
promover a equidade social através de possibilidades de emprego e renda para estimular novas 
estratégias de combate à fome, que estariam associadas à disponibilidade de estruturas produtivas 
de alimentos, oportunizando preços mais acessíveis aos consumidores. Nesse sentido, dá-se ênfase 
à agricultura familiar, que desenvolve uma produção diversificada. 
A partir daí, o presente estudo servirá principalmente para verificar as estratégias usadas no 
fornecimento e abastecimento da alimentação escolar das escolas municipais, as quais recebem 
benefícios federais para oportunizar a todos os alunos matriculados uma alimentação de qualidade. 
Entende-se por alimentação de qualidade o mínimo de calorias necessárias que proporcionem um 
equilíbrio nutricional capaz de suprir as necessidades diárias para um condicionamento físico e 
mental de qualquer ser humano. Neste propósito, será indispensável conhecer os responsáveis pela 
classificação, organização e distribuição dos produtos, sendo também preciso caracterizar cada 
produtor ao alimento fornecido, ou seja, identificar os produtores e qual alimento ele se 
responsabilizou em fornecer. Outra questão a ser mencionada está ligada ao tipo de agricultura 
desenvolvida pelos produtores envolvidos no fornecimento da alimentação escolar, pois já é sabido 
que a preferência e os incentivos são dados à agricultura familiar, estimulando assim o 
desenvolvimento das propriedades rurais no município, ao mesmo tempo em que procura conservar 
o jovem no campo. 
A questão da segurança alimentar vem em contrapartida a insegurança alimentar que está 
relacionada à falta de acesso à alimentação adequada, mas também pode ser proveniente de uma 
alimentação incorreta, a qual é caracterizada pela ingestão de alimentos nocivos a saúde humana. 
Dessa forma, é fundamental que o ser humano se alimente em quantidade e qualidade suficientes 
para suprir suas necessidades diárias, uma vez que os fatores nutricionais e energéticos são 
expressamente importantes para o desenvolvimento humano. Conforme a Organização das Nações 
Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), para uma alimentação adequada, é preciso que 
uma pessoa tenha possibilidades de ingerir de 1.900 a 2.400 quilo/calorias por dia. 
Porém, quando os índices de escolaridade da população de um determinado local são baixos, 
constata-se, normalmente, o baixo acesso à alimentação. Isso se deve à insuficiência de renda, que 
reduz o poder de compra das pessoas, contribuindo para a disseminação da pobreza e da fome. E 
mais uma vez, podemos considerar que o problema se concentra na má distribuição de alimentos no 
país, cuja população luta pela sobrevivência. 
O Estado deveria reconsiderar e concentrar políticas para assegurar esse direito à população, 
principalmente nas regiões onde se concentra a maior porcentagem de desnutridos que, no 
caso, são as regiões do Norte e Nordeste.