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livro Ação e Mediação Educativa em Espaços Culturais

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Indaial – 2020
Ação e MediAção 
educAtivA eM espAços 
culturAis
Profa. Katia Franklin da Silva
Profa. Letícia Francez
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profa. Katia Franklin da Silva
Profa. Letícia Francez
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S586a
Silva, Katia Franklin da
 
 Ação e mediação educativa em espaços culturais. / Katia 
Franklin da Silva; Letícia Francez. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 
 174 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-163-9
 ISBN Digital 978-65-5663-164-6
 
 1. Cultura. - Brasil. 2. Educação. – Brasil. I. Francez, Letícia. II. 
Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
 CDD 370
ApresentAção
Caro acadêmico! É um prazer estar com você!
Já de antemão explicitamos que as ações de mediação educativa 
em espaços culturais são muito amplas e estão em constante movimento, 
pois a cultura é um fenômeno em construção, pois muitos fatores sociais 
e econômicos influenciam. Por isso, trazemos, nestes textos, resumos e 
exemplos de espaços possíveis e potentes para ações de mediação educativa. 
Trataremos do tema para que você possa, a partir dos conceitos aqui 
discutidos e exemplos dados, construir sua própria experiência e concepção, 
incluí-las nos conteúdos escolares e perceber movimentações culturais a 
partir de um novo olhar.
Na elaboração deste livro didático, realizamos uma parceria 
interessante, pois a professora Letícia Francez é Arte/Educadora e Mestre 
em Educação e a professora Katia Franklin é Química, Arte/Educadora e 
Doutora em Educação, no entanto, por termos formação em áreas diferentes, 
pudemos dialogar perpassando por nossas experiências, o que proporcionou 
a elaboração deste livro didático.
Um abraço a todos e bons estudos!
Profa. Katia Franklin da Silva
Profa. Letícia Francez
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMário
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE ................................................................................... 1
TÓPICO 1 — CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS ................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 CARACTERIZANDO A CULTURA VISUAL ................................................................................ 3
2.1VISÃO E VISUALIDADE ............................................................................................................... 5
2.2 O CAMPO DA CULTURA VISUAL ............................................................................................ 7
3 INSTITUIÇÕES CULTURAIS ........................................................................................................... 9
3.1 INSTITUIÇÕES CULTURAIS PÚBLICAS ................................................................................. 11
3.2 INSTITUIÇÕES CULTURAIS PRIVADAS ................................................................................ 12
3.3 ONG ................................................................................................................................................ 12
4 AS POLÍTICAS CULTURAIS .......................................................................................................... 13
4.1 POLÍTICAS CULTURAIS GLOBAIS .......................................................................................... 14
4.2 POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL ...................................................................................... 15
4.3 LEIS DE INCENTIVO À CULTURA .......................................................................................... 15
4.3.1 A Lei de Incentivo à Cultura .............................................................................................. 16
4.3.2 O incentivo fiscal .................................................................................................................. 16
4.3.3 As leis estaduais ................................................................................................................... 16
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 18
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 19
TÓPICO 2 — MUSEUS E CURADORIA ......................................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 21
2 CONCEITO DE MUSEU .................................................................................................................. 21
2.1 MUSEUS COM ACERVO ............................................................................................................ 22
2.2 MUSEUS VIRTUAIS ..................................................................................................................... 23
2.3 CENTROS INTERATIVOS........................................................................................................... 27
2.4 EXPOSIÇÃO E AÇÃO EDUCATIVA .........................................................................................29
3 TIPOLOGIAS DE MUSEUS ............................................................................................................ 30
4 ÓRGÃOS REGULADORES............................................................................................................. 32
4.1 INTERNACIONAIS ...................................................................................................................... 32
4.2 NACIONAIS .................................................................................................................................. 33
5 CURADORIA EDUCATIVA ............................................................................................................ 34
5.1 O PROFESSOR CURADOR ......................................................................................................... 35
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 39
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 40
TÓPICO 3 — PATRIMÔNIO CULTURAL E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL ........................... 41
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 41
2 CONCEITO DE PATRIMÔNIO CULTURAL .............................................................................. 41
3 EDUCAÇÃO PATRIMONIAL ......................................................................................................... 46
3.1 ABRANGÊNCIA DA EDUCAÇÃO PATRIMONIAL ............................................................. 47
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 50
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 56
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 57
UNIDADE 2 — MEDIAÇÃO E AÇÃO CULTURAL ..................................................................... 59
TÓPICO 1 — ESPAÇOS FORMAIS, NÃO FORMAIS E INFORMAIS DE ENSINO ............. 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61
2 CARACTERIZAÇÃO DOS ESPAÇOS DE ENSINO .................................................................. 61
3 ESPAÇOS FORMAIS DE ENSINO ................................................................................................ 62
4 ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE ENSINO ..................................................................................... 64
4.1 ESPAÇOS INSTITUCIONALIZADOS ....................................................................................... 64
4.2 ESPAÇOS NÃO INSTITUCIONALIZADOS ............................................................................ 68
5 ESPAÇOS INFORMAIS DE ENSINO ........................................................................................... 70
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 73
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 74
TÓPICO 2 — AS DIVERSAS DIMENSÕES DA MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO
 CULTURAL E AÇÃO CULTURAL ........................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 75
2 CONCEITO DE MEDIAÇÃO .......................................................................................................... 75
3 CARACTERIZANDO A MEDIAÇÃO CULTURAL ................................................................... 76
4 CARACTERIZANDO A MEDIAÇÃO EDUCATIVA ................................................................. 78
5 CARACTERIZANDO A AÇÃO CULTURAL ............................................................................... 80
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 83
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 84
TÓPICO 3 — A AÇÃO MEDIADORA COM SUAS ESTRATÉGIAS DE ACESSO
 E APROXIMAÇÃO ...................................................................................................... 85
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 85
2 AÇÕES E ELEMENTOS DA MEDIAÇÃO CULTURAL ............................................................ 85
2.1 MEDIAÇÃO DIALÓGICA .......................................................................................................... 88
3 REVELANDO O MEDIADOR ........................................................................................................ 89
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93
TÓPICO 4 — MEDIAÇÃO EDUCATIVA EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
 DE EDUCAÇÃO COMO PROPOSTA DE INCLUSÃO ....................................... 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 EDUCAÇÃO E INCLUSÃO ............................................................................................................. 95
3 POSSIBILIDADES DE MEDIAÇÃO EDUCATIVA INCLUSIVA ........................................... 97
3.1 PROPOSIÇÕES .............................................................................................................................. 99
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 103
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 105
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 106
UNIDADE 3 — DIFERENTES ESPAÇOS E PROPOSTAS DE ENSINO ................................ 107
TÓPICO 1 — ARTE CONTEMPORÂNEA: PROVOCAÇÕES E PROPOSIÇÕES
 PARA AS RELAÇÕES ENTRE ESPAÇOS FORMAIS, NÃO FORMAIS
 E INFORMAIS DE EDUCAÇÃO ............................................................................ 109
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 109
2 CARACTERIZANDO A ARTE CONTEMPORÂNEA ............................................................. 109
2.1 ESPAÇOS DE ARTE CONTEMPORÂNEA ............................................................................ 111
2.1.1 Espaços culturais................................................................................................................ 113
2.1.2 Espaços públicos ................................................................................................................ 118
3 PROVOCAÇÕES EDUCATIVAS DA ARTE CONTEMPORÂNEA ...................................... 123
3.1 RELAÇÕES ENTRE A ARTE, O ARTISTA E O ESPECTADOR .......................................... 126
4 PROPOSIÇÕES PARA RELAÇÕES NOS ESPAÇOS FORMAIS, NÃO FORMAIS
 E INFORMAIS DE EDUCAÇÃO .................................................................................................. 128
4.1 ESPAÇOS FORMAIS.................................................................................................................. 128
4.2 ESPAÇOS NÃO FORMAIS ........................................................................................................ 130
4.3 ESPAÇOS INFORMAIS ............................................................................................................. 133
4.4 RELAÇÕES ENTRE OS ESPAÇOS EDUCATIVOS ................................................................ 134
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 135
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 136
TÓPICO 2 — RELAÇÃO ENTRE MUSEU E EDUCAÇÃO ........................................................ 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 137
2 MUSEU DE ARTE E A EDUCAÇÃO ........................................................................................... 139
3 MUSEU DE CIÊNCIAS E A EDUCAÇÃO .................................................................................. 140
3.1 MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS ........................................................................................ 142
3.2 CENTRO DE CIÊNCIAS ........................................................................................................... 142
4 MUSEU DE HISTÓRIA E A EDUCAÇÃO ................................................................................. 143
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 144
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 145
TÓPICO 3 — OS ESPAÇOS NÃO FORMAIS COMO PROPOSTAS
 DE EDUCAÇÃO ESTÉTICA .................................................................................. 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 A EXPERIÊNCIA .............................................................................................................................. 148
2.1 EXPERIÊNCIA NA ARTE ......................................................................................................... 151
3 CONCEITO DE EDUCAÇÃO ESTÉTICA .................................................................................. 153
4 A EDUCAÇÃO ESTÉTICA NOS ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE ENSINO ....................... 154
4.1 MEDIAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO ESTÉTICA .................................................................... 156
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 159
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 164
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 165
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 167
1
UNIDADE 1 — 
CULTURA VISUAL E ARTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• relacionar arte e cultura;
• compreender os aspectos característicos da cultura visual nos diferentes 
tempos e espaços;
•	 identificar	 as	 principais	 instituições	 e	 políticas	 culturais	 nacionais	 e	
internacionais;
• estabelecer relação entre museus e a construção histórica e entre museus 
e a escola;
•	 definir	a	curadoria	educativa.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade	
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO	1	–	CULTURA	VISUAL,	INSTITUIÇÕES	E	POLÍTICAS	CULTURAIS
TÓPICO 2 – MUSEUS E CURADORIA
TÓPICO	3	–	PATRIMÔNIO	CULTURAL	E	EDUCAÇÃO	PATRIMONIAL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS
1 INTRODUÇÃO
Estamos cada vez mais rodeados por diversos tipos de visualidades que 
permeiam	nosso	cotidiano.	Vivemos,	portanto,	 imersos	em	uma	cultura	visual,	
em que as imagens e outras experiências visuais ocupam um importante espaço 
em	nosso	dia	a	dia.	
Saber compreender, analisar e interpretar esse mundo imagético torna-
se	essencial,	pois	ele	faz	parte	da	nossa	cultura	atual.	É	preciso	ainda	sabermos	
identificar	 e	 nos	 inteirarmos	 sobre	 os	 espaços	 que	 promovem	 e	 estimulam	 o	
acesso ao campo cultural, pois são estes lugares que apresentam e valorizam 
nossa	construção	e	constituição	identitária	enquanto	sociedade.
Seja	 bem-vindo	 ao	 universo	 da	 cultura!	 Neste	 tópico,	 você	 estudará	
precisamente o que se entende por cultura visual e a sua importância na atualidade, 
além	de	conhecer	as	principais	instituições	e	políticas	culturais	nacionais	e	globais.
2 CARACTERIZANDO A CULTURA VISUAL
Você já observou a quantidade de imagens que são apresentadas a todo 
momento em nosso cotidiano? Elas estão presentes nas ruas, em muros e painéis, 
nas redes sociais e websites, em livros, jornais e revistas ou, ainda, no cinema, nos 
comerciais	e	programas	de	televisão.	Quando	nos	deparamos	com	uma	imagem,	
seja ela artística ou não, de alguma forma iremos nos afetar, pois é através dos 
nossos	sentidos	–	e,	neste	caso,	a	visão	–	que	percebemos	o	mundo	a	nossa	volta.
A cultura visual parte da ideia de incluir em um único conceito todas 
essas	visualidades	que	de	algum	modo	nos	influenciam	em	nosso	cotidiano.	Ela	
diz	respeito	ao	universo	das	imagens	“que	expressam	e	definem	a	nossa	forma	
de pensar e viver”, sendo que hoje elas vão “além das categorias da história da 
arte tradicional” e não podem mais ser estudadas “com os mesmos conceitos que 
antes	eram	utilizados”	(DIAS,	2011,	p.	50).
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
4
FIGURA 1 - IMAGENS DO COTIDIANO
FONTE: <https://bit.ly/3izesev>. Acesso em: 21 set. 2019.
Pensar de modo sistemático as imagens e todas as demais cenas visuais que 
nos envolvem diariamente, seja com o intuito de informação ou entretenimento, 
“pode	proporcionar-nos	uma	compreensão	crítica	de	seu	papel	e	de	suas	funções	
sociais	e	das	relações	de	poder	às	quais	se	vincula,	além	de	sua	mera	 apreciação	
ou	 do	 prazer	 que	 proporcionam”	 (HERNÁNDEZ,	 2000,	 p.	 135).	 Desse	modo,	
torna-se fundamental percebermos e sabermos interpretar de modo crítico e 
consciente o campo visual que nos cerca, pois assim poderemos compreender de 
modo	mais	consciente	nosso	entorno,	inclusive	a	nós	mesmos	e	ao	outro.
Para compreendermos o que é a cultura visual, cabe ressaltar que o conceito 
de	cultura	está	atrelado	a	“um	sistema	organizado	de	significados	e	símbolos	que	
guiam	o	 comportamento	humano,	permitindo-nos	definir	 o	mundo,	 expressar	
nossos	sentimentos	e	formular	juízos”	(HERNÁNDEZ,	2000,	p.	128).	A	cultura,	
portanto,	corresponde	aos	nossos	hábitos	de	vida,	àquilo	que	nos	circunda,	que	
nos	rege,	e	que	viabiliza	nosso	modo	de	expressão.
Sendo a cultura um tema que permeia muitas áreas do conhecimento, assim 
também	a	cultura	visual	é	interdisciplinar.	Diversos	teóricos	das	Artes	Visuais,	
da História, da Arquitetura, da Psicologia, da Antropologia, da Publicidade, do 
Cinema e do Design utilizam este conceito para estudar e compreender o modo 
como	as	imagens	impactam	e	interferem	na	vida	dos	sujeitos.	Ao	passar	por	todas	
estas áreas, a noção de cultura visual busca referências em cada uma delas e não 
possui	como	foco	artefatos,	acontecimentos	ou	sujeitos,mas	os	significados	que	
possuem	culturalmente.	Assim,	o	sentido	que	estas	visualidades	proporcionam	
importa	mais	do	que	o	objeto	a	que	correspondem.
TÓPICO 1 — CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS
5
A	 cultura	 visual	 pretende	 estimular	 um	 saber	mais	 significativo	 sobre	
as	 representações	 visuais	 e	 as	 experiências	 culturais	 que	 nos	 envolvem.	 Ela	
compreende	“[...]	uma	forma	de	discurso,	um	espaço	que	vai	além	das	disciplinas	
e se constitui num lugar de investigação sobre diversos aspectos da visualidade”, 
compondo-se	como	“[...]	um	campo	de	estudos	sobre	a	construção	do	visual	tanto	
nas	artes,	como	na	mídia	e	na	vida	cotidiana”	(MAGALHÃES,	2012,	p.	42).
Meira	(2009,	p.	30)	explica	que	“paradoxalmente	chegamos	a	um	tipo	de	
civilização que desenvolveu como nenhuma outra poderosos instrumentos para 
a ampliação do olhar, para a penetração nos desvãos mais escondidos do corpo 
e do universo” mas que, por outro lado, “desconhece os afetos, os efeitos e as 
percepções	mais	recônditos	das	imagens	inventadas	por	nossas	almas”.	Logo,	as	
imagens representam um importante objeto de estudo da cultura visual e discuti-
las	é	algo	fundamental	nesse	aspecto.
Observe as imagens que você visualiza no decorrer de um dia e as escreva 
em um diário. Ao final do dia reflita sobre estas visualidades que você encontrou. Quais 
imagens chamaram mais a sua atenção? Onde estavam? O que elas revelam a você?
ESTUDOS FU
TUROS
2.1VISÃO E VISUALIDADE
Se observarmos a importância que os nossos sentidos ocupam em nossa 
vida	e	as	percepções	que	eles	nos	provocam,	cabe	refletirmos	sobre	aquele	que	
tanto	nos	instiga	à	imaginação	e	ao	pensamento:	a	visão.	Nossa	assimilação	sobre	
o	mundo	 acontece	por	meio	de	 todas	 as	 nossas	percepções	 sensoriais,	 porém,	
observamos que a visão parece carregar uma posição privilegiada em relação aos 
outros	órgãos	dos	sentidos.
O	olhar	carrega	um	notável	espaço	nas	 impressões	que	 fazemos	acerca	
das visualidades que aparecem em nosso cotidiano, pois, quando voltamos 
nossa visão para uma imagem, ela de alguma maneira nos afeta, trazendo 
significados	 ao	 nosso	 pensamento	 e	 provocando	 no	 corpo	 as	 mais	 diversas	
sensações.	Direcionarmos	nossa	atenção	para	este	sentido	tão	importante	implica	
considerarmos um sujeito capaz de deixar-se afetar e sentir a si mesmo e ao 
mundo	a	sua	volta	por	meio	das	visualidades	que	lhe	são	apresentadas.
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
6
O ato de ver compreende explorar, conhecer e aproximar-se das paisagens, 
pessoas	e	objetos	por	meio	da	vista.	A	visão	pode	ser	entendida	não	apenas	como	
um	 sentido	 necessário	 que	 nos	 permite	 verificar	 o	 universo,	mas	 também	um	
meio	de	permitir	o	desenvolvimento	de	significados	mais	profundos	sobre	aquilo	
que	nos	cerca.
Visão e visualidade são conceitos distintos, mas que podem se 
complementar.	 Para	 Foster	 (1988),	 a	 visão	 seria	 a	 atividade	 biológica	 que	 nos	
propicia enxergar o mundo, enquanto a visualidade trata da condição cultural da 
experiência	visual.	Desse	modo,	“para	compreendermos	os	enfoques	da	Cultura	
Visual	devemos	nos	dedicar	à	visualidade,	ou	seja,	à	dimensão	cultural	do	olhar,	
dimensão	histórica	e	contextual”	(SÉRVIO,	2014,	p.	198).
A visão sem os aspectos culturais que a envolve pouco nos informará sobre 
algo,	mas	a	visualidade	corresponde	a	todos	os	sentidos	e	significados	que	estão	
contidos	naquilo	que	enxergamos.	O	campo	da	visualidade	inclui,	portanto,	a	me-
diação	cultural	do	olhar,	a	imagem	dentro	da	representação.	Assim,	a	dimensão	
cultural	é	o	que	transforma	a	visão	em	visualidade	(HERNÁNDEZ,	2007).
A cultura visual se revela quando passamos a compreender que a 
experiência	visual	nos	acontece	por	meio	da	cultura.	Logo,	o	reconhecimento	da	
intencionalidade das formas visuais presentes em uma imagem são um processo 
importante	 de	 leitura	 de	 mundo.	 A	 partir	 de	 construções	 simbólicas	 é	 que	
percebemos as visualidades e assim é preciso sabermos compreender as imagens 
que nos cercam, tomando como base não apenas as obras artísticas, mas todas as 
imagens	que	são	colocadas	em	nosso	cotidiano.	Saber	interpretar	e	refletir	sobre	
estes	objetos	é	algo	que	nos	auxilia	a	exercitar	e	aguçar	nossas	percepções	de	uma	
forma	mais	sensível,	crítica	e	autônoma.
Para Nicholas Mirzoeff, a cultura pós-moderna em que vivemos é 
eminentemente visual. Para aprofundar seus conhecimentos em relação à cultura visual 
você pode consultar o livro An introduction to visual culture (ROUTLEDGE, 1999), além do 
artigo On visuality (Journal of Visual Culture, v. 5, n. 1, 2006, p. 53-79), no qual ele trata sobre 
a visualidade.
DICAS
TÓPICO 1 — CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS
7
O conceito de cultura visual é relativamente recente e está atrelado 
às	 mudanças	 ocorridas	 nas	 últimas	 décadas	 a	 respeito	 da	 compreensão	 da	
arte,	da	cultura,	da	imagem,	da	história,	da	educação.	Está	ainda	vinculado	ao	
sentido	 de	 mediação,	 de	 expressão,	 valor	 e	 significado.	 Nesse	 caminho,	 para	
compreendermos como este campo se originou e qual a sua intenção, vamos fazer 
uma breve revisão de todos os vocábulos que já foram utilizados a respeito da 
arte	e	seus	temas	ao	longo	da	história,	a	partir	do	que	apresenta	Dias	(2011).
A	primeira	expressão	a	ser	verificada	é	o	termo	Belas-Artes,	que	surgiu	
com as Academias de Arte durante o Renascimento europeu, a qual originou ainda 
a	distinção	entre	os	artistas	e	artesãos.	Neste	período,	as	pinturas	e	esculturas	
que eram produzidas pelos artistas estavam atreladas ao conceito de belo e eram 
caracterizadas	como	Artes	Maiores	(ou	seja,	Belas-Artes),	enquanto	os	artefatos	
cotidianos produzidos pelos artesãos, como gravuras, tapeçarias e cerâmicas, 
eram	considerados	como	artes	menores.
Mais tarde, no século XX, o termo Artes Plásticas entrou em vigor no 
Brasil	e	passou	a	contemplar	outras	 formas	de	arte,	 como	a	arte	conceitual,	as	
performances	 e	 instalações.	 Logo	 em	 seguida,	 por	 volta	 de	 1960, nos Estados 
Unidos	 e	 1990	 no	 Brasil,	 surgiu	 o	 conceito	 de	 Artes	 Visuais,	 o	 qual	 estava	
estritamente	 associado	 à	 visão.	 Devido	 ao	 avanço	 da	 tecnologia	 e	 à	 massiva	
produção e utilização das imagens, este vocábulo englobava também outras áreas 
da	visualidade,	como	o	cinema,	as	artes	digitais,	o	design	e	a	comunicação	visual.
A partir do início do século XXI, disseminou-se então a expressão cultura 
visual	para	qualificar	o	universo	imagético	que	engloba	nosso	cotidiano,	afetando	
a	maneira	como	pensamos,	agimos,	julgamos	e	nos	expressamos.	Hoje,	a	cultura	
visual é importante não apenas como um objeto de estudo das artes visuais mas, 
como já vimos, ela também auxilia no conhecimento de diversas outras áreas, 
a	exemplo	da	economia,	da	publicidade	e	das	novas	 tecnologias.	Por	abranger	
nossa experiência diária, este campo contribui para que outras esferas de estudo 
possam usufruir de seu entendimento e compreender como as visualidades se 
apresentam	e	interagem	com	o	modo	de	vida	das	pessoas.
FIGURA 2 - TERMINOLOGIA DA ARTE
FONTE: Adaptado de Dias (2011)
2.2 O CAMPO DA CULTURA VISUAL
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
8
Abordar	a	cultura	visual	também	nos	ajuda	a	verificar	como	as	sociedades	
do passado se organizavam, visto que ela trabalha com a representação da 
imagem	 em	 seu	 contexto	 social	 e	 histórico.	Desse	modo,	 ao	 analisarmos	 uma	
obra de arte de séculos anteriores, ou a imagem contida em uma publicidade de 
décadas atrás, poderemos compreender quais eram os pensamentos, valores e 
crenças	exercidos	naquele	período.
Alguns autores consideram ainda que, além das imagens, os estudos 
em	cultura	visual	devem	abarcar	todas	as	visualidades	que	nos	permeiam.	Para	
Mitchell	 (2002),	por	exemplo,	 este	 campo	 inclui	a	 experiência	visual	 como	um	
todo, ou seja, engloba tudo o que vemos, apresentamos, exibimos, do mesmo 
modo	como	aquilo	que	omitimos,	não	mostramos	e	deixamos	de	observar.	Assim,	
enquanto para algunsteóricos o estudo da imagem é apenas uma parte importante 
do	campo	de	estudos	da	cultura	visual,	outros	“dedicam-se	exclusivamente	às	
experiências	mediadas	por	imagens”	(SÉRVIO,	2014,	p.	205).
O	fato	de	que	a	cultura	visual	está	eminentemente	 ligada	à	atualidade,	
faz com que tenhamos que, cada vez mais, dirigir nossa atenção a este campo de 
estudo.	Uma	das	ações	voltadas	ao	estímulo	da	percepção	visual	é	a	educação	
em cultura visual, a qual pode servir como uma ponte entre os sujeitos e as 
visualidades,	 para	 que	 estes	 reflitam	 e	 ampliem	 sua	 compreensão	 sobre	 as	
imagens	que	observam.
Trabalhar a noção de cultura visual nos espaços educativos contribui 
para que cada indivíduo possa construir e interpretar as experiências visuais em 
seu	 cotidiano.	Uma	educação	voltada	à	 ampliação	do	olhar,	 oportuniza	novas	
possibilidade	de	decodificação	do	universo	visual	de	cada	indivíduo,	para	que	
ele	possa	visualizar,	ressignificar	e	transformar	as	visualidades	que	encontra.
Hernández	(2007)	propõe	pensarmos	a	respeito	de	como	as	relações	com	
a cultura visual evocam nossa percepção sobre o mundo, sobre nós mesmos e o 
outro.	O	autor	busca	trazer	estas	questões	para	o	contexto	educacional	a	partir	
da ideia de que este campo pode trazer um novo rumo para a educação das artes 
visuais,	visto	que	vivemos	hoje	em	um	novo	sistema	imagético.
Desse	 modo,	 não	 podemos	 mais	 ficar	 atrelados	 às	 imagens	 artísticas	
ligadas	apenas	à	história	da	arte,	pois	as	visualidades	do	mundo	contemporâneo	
vão	além	desse	repertório.	Precisamos	pensar	uma	educação	em	cultura	visual	
que	mobilize	e	estimule	significados	mais	críticos	e	repletos	de	sentidos	acerca	
das	imagens	e	de	todas	as	experiências	visuais	que	nos	acometem.
TÓPICO 1 — CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS
9
Para conhecer mais sobre a proposta de Fernando Hernández para uma nova 
narrativa educacional baseada na cultura visual, consulte o livro Catadores da cultura visual 
(MEDIAÇÃO, 2007).
DICAS
3 INSTITUIÇÕES CULTURAIS
Instituição cultural é um elemento em uma cultura que é entendida 
como importante, ou tradicionalmente valorizada entre seus membros por seus 
valores	identitários.	Para	reconfigurar	uma	nova	relação	entre	a	cultura	e	a	vida	
em	comunidade	as	instituições	culturais	têm	um	papel	importante	na	promoção	
de programas educativos, culturais, expositivos, que ultrapassam os muros da 
instituição	para	chegar	a	favelas	e	populações	distantes.	Exemplos	de	instituições	
culturais nas sociedades ocidentais modernas são museus, escolas e bibliotecas, 
que reinventam continuadamente as formas de se relacionarem com os seus 
públicos,	os	novos	enfoques	de	gestão	cultural	e	o	trabalho	em	rede.
• Museus
FIGURA 3 - MUSEU
FONTE: <viajandoporsantacatarina.wordpress.com>. Acesso em: 22 set. 2019.
Um	museu	é,	na	definição	do	International	Council	of	Museums	(ICOM,	
2001,	 p.	 15),	 "uma	 instituição	 permanente,	 sem	 fins	 lucrativos,	 a	 serviço	 da	
sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, 
investiga,	difunde	e	expõe	os	testemunhos	materiais	do	homem	e	de	seu	entorno,	
para	educação	e	deleite	da	sociedade".
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
10
• Escolas
FIGURA 4 - ESCOLA
FONTE: <https://www.riachaonet.com.br/portal/tag/uniasselvi/>. Acesso em: 22 set. 2019.
É	uma	 instituição	 concebida	para	 o	 ensino	de	 alunos	 sob	 a	 direção	de	
professores.	 A	 maioria	 dos	 países	 tem	 sistemas	 formais	 de	 educação,	 que	
geralmente	são	obrigatórios.	Nestes	sistemas,	os	estudantes	progridem	através	de	
uma	série	de	níveis	escolares	e	sucessivos.	Os	nomes	para	esses	níveis	nas	escolas	
variam	por	país,	mas	geralmente	incluem	o	ensino	fundamental	(ensino	básico)	
para	 crianças	 e	 o	 ensino	médio	 (ensino	 secundário)	 para	 os	 adolescentes	 que	
concluíram	o	fundamental.	Uma	instituição	onde	o	ensino	superior	é	ensinado,	é	
comumente chamada de faculdade ou universidade.
• Bibliotecas
FIGURA 5 - BIBLIOTECA
FONTE: <https://selecao.nead.com.br/fotos_polo.php?cp=10014>. Acesso em: 22 set. 2019.
TÓPICO 1 — CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS
11
Na	 definição	 tradicional	 do	 termo,	 é	 um	 local	 em	 que	 são	 guardados	
livros,	documentos	tridimensionais,	e	demais	publicações	para	o	público	estudar,	
ler,	e	consultar	tais	obras.	Desta	forma,	são	espaços	de:
• Guarda	dos	livros	e	demais	publicações	em	local	adequado	para	preservação	
e demais perigos;
• Conservação, porque o público manuseia constantemente as obras, ou porque 
os	documentos	ficam	sujeitos	à	umidade	ou	em	situações	de	vulnerabilidade;
• Organização segundo algumas regras para catalogar e arquivar as obras 
impressas,	 por	 meio	 de	 classificações	 como	 autor,	 assunto,	 ou	 diferente	
característica	de	importância.
• Centros culturais
FIGURA 6 - CENTRO CULTURAL
FONTE: <https://bit.ly/3iFzAQk>. Acesso em: 22 set. 2019.
Um	centro	cultural	é	um	espaço	arquitetônico	destinado	à	apresentação	de	
manifestações	culturais	das	mais	diversas	modalidades.	Um	Centro	cultural	tem	
como	principais	tarefas	estimular	a	criação	artístico-cultural;	promover	interações	
entre	Arte,	Ciência	e	Filosofia;	promover	o	fortalecimento	da	identidade	cultural 
da comunidade e a cidadania cultural da comunidade em geral; desenvolver 
experiências	conjuntas	entre	as	diferentes	áreas	do	conhecimento	artístico	e	cultural.
3.1 INSTITUIÇÕES CULTURAIS PÚBLICAS
Podemos compreender como espaços culturais os locais que são 
destinados,	de	patrimônio	público,	 para	 que	possam	 ser	 realizadas	 atividades	
inerentes	a	culturas	específicas:	locais,	estaduais,	federais	ou	internacionais.
Nesses	 locais	 podemos	 destacar	 a	 atuação	 de	 atividades	 como	
desenvolvimentos artísticos, teatrais, além de bibliotecas públicas, museus, 
cinemas, teatros, arquivos públicos e centros culturais atendendo aos requisitos 
legais	e	relacionados	às	demais	formas	de	arte	existentes	no	mundo;	desenvolvendo	
ações	de	promoção	da	fruição	cultural.
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
12
3.2 INSTITUIÇÕES CULTURAIS PRIVADAS
O papel exercido por um centro cultural tanto público como privado é 
para o aprimoramento cultural da população de uma cidade, e o caminho para 
tal é a inclusão social das pessoas na cadeia produtiva da cultura, oferecendo 
condições	para	que	todos	–	especialmente	aqueles	excluídos	do	consumo	das	artes	
–	tenham	acesso	à	inventividade	artística	das	diversas	manifestações	culturais.	As	
instituições	culturais	privadas	geralmente	pertencem	a	segmentos	que	ancoram	
economicamente	certas	regiões	com,	um	elenco	de	atividades	comerciais,	lúdicas,	
de	circulação	de	bens	simbólicos	e	com	poder	aglutinador	de	pessoas.
Outro papel importante é contribuir no processo de maturação 
profissional	da	classe	artística,	abrindo	oportunidades	para	a	formação	do	artista	
bem como de público para a arte e proporcionar que os diversos tipos de artista 
possam apresentar seu trabalho de forma digna, em espaços adequados e com 
possibilidades	da	construção	do	diálogo	entre	artista	e	público.
3.3 ONG
As	 Organizações	 não	 Governamentais	 (ONGs)	 são	 organizações	 sem	
fins	 lucrativos,	 constituídas	 formalmente	 e	 autonomamente,	 caracterizadas	
por	 	 ações	 de	 solidariedade	 no	 campo	 das	 políticas	 públicas	 e	 pelo	 legítimo	
exercício	 de	 pressões	 políticas	 em	 proveito	 de	 populações	 excluídas	 das	
condições	 da	 cidadania.	 Todavia,	 isso	 requer,	 ainda,	 um	 estudo	 político	 e	
sociológico	mais	profundo,	principalmente	no	que	diz	respeito	à	regulamentação	
e	 representatividade	 de	 instituições	 políticas	 (partidos,	 agremiações)	 e	 sociais	
(clubes	e	agremiações	sociais),	e	também	às	suas	responsabilidades	atuais	perante	
a	lei	e	as	determinações	constitucionais.	Essas	organizações	podem	complementar	
o	 trabalho	 do	 Estado,	 	 	 podendo	 	 	 receber	 financiamentos	 e	 	 	 doações	 	 	 dele,				
assim				como	de	entidades		privadas,		para	tal	fim.	Atualmente,	estudiosos	têm	
defendido	o	uso		daterminologia	"organizações	da	sociedade	civil"	para	designar	
tais	instituições.
É importante ressaltar que, no Brasil, o termo "ONG" não tem valor jurídico, 
sendo que a qualificação de OSCIP (ou as antigas "entidades de utilidade pública") é o 
reconhecimento oficial e legal mais próximo do que se entende por ONG.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 — CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS
13
No	Brasil,	possuímos	um	mecanismo	capaz	de	atender	e	financiar	boa	
parte	dos	projetos	dessas	organizações	–	o	incentivo	fiscal.	Através	da	legisla-
ção	vigente,	pessoas	físicas	e	jurídicas	(tributadas	pelo	lucro	real)	podem	di-
recionar parte de seu imposto de renda devido se utilizando de sete diferentes 
fundos:	Fundo	da	Infância	e	Adolescência	(FIA),	Fundo	do	Idoso,	Lei	Rouanet	
ou	Lei	do	Audiovisual,	Programa	Nacional	de	Apoio	 à	Atenção	Oncológica	
(PRONON)	e	Programa	Nacional	de	Apoio	à	Atenção	da	Saúde	da	Pessoa	com	
Deficiência	(PRONAS).
4 AS POLÍTICAS CULTURAIS
Políticas	 culturais	 são	 formulações	 e/ou	 propostas	 desenvolvidas	 pela	
administração	pública,	organizações	não	governamentais	e	empresas	privadas,	
com	o	objetivo	de	promover	 intervenções	na	sociedade	através	da	cultura.	Por	
se tratar de objeto de estudo recente, o conceito de políticas culturais ainda 
não	 alcançou	 uma	 delimitação	 consensual	 entre	 os	 teóricos.	 A	 complexidade	
subjacente	a	esta	definição	descende,	 inevitavelmente,	de	outros	dois	densos	e	
amplos	conceitos:	Cultura	e	Política.
Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, 
as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser 
humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual 
é membro: https://www.significados.com.br/cultura/.
NOTA
Política é a ciência da governança de um Estado ou Nação e também, uma 
arte de negociação para compatibilizar interesses. O termo tem origem no grego 
politiká, uma derivação de polis que designa aquilo que é público e tikós, que se refere ao 
bem comum de todas as pessoas. O significado de política é muito abrangente e está, em 
geral, relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público e ao bem dos cidadãos: 
https://www.significados.com.br/politica/.
NOTA
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
14
As	 discussões	 suscitadas	 pelo	 conceito	 de	 políticas	 culturais	 estão	
focadas no campo de atuação dessas políticas e nos agentes envolvidos em 
sua	 formulação	e	prática.	Consideramos	 importante	situar	algumas	questões	a	
respeito	do	conceito	de	políticas	públicas	culturais.	De	acordo	com	Certeau	(2008,	
p.	195),	"qualifica-se	como	política	cultural	um	conjunto	mais	ou	menos	coerente	
de	objetivos,	de	meios	e	de	ações	que	visam	à	modificação	de	comportamentos,	
segundo	princípios	ou	critérios	explícitos".
Nessa	visão	podemos	pontuar	a	ação	governamental	na	construção	das	
políticas	públicas	de	maneira	geral,	e	mais	especificamente	no	campo	cultural.
Nesta	 perspectiva,	 podemos	 afirmar	 que	 as	 diferentes	 noções	 de	
políticas culturais vêm da tradição pós-monárquica europeia onde a cultura e 
especialmente	as	coleções	e	os	museus	tomam	um	caráter	público	ao	longo	do	
tempo,	contribuindo	para	uma	reflexão	contemporânea	sobre	o	papel	das	políticas	
culturais,	seus	impactos	e	suas	motivações	como	ações	culturais.
Complemente seu conhecimento fazendo a leitura dos livros Política Nacional 
de Museus, em shorturl.at/fhnHK, e Legislação sobre museus, em shorturl.at/drBR9. 
DICAS
4.1 POLÍTICAS CULTURAIS GLOBAIS
Teixeira	 Coelho	 Neto	 (1997,	 p.	 292)	 afirma	 que	 as	 iniciativas	 desses		
agentes visam “promover a produção, a distribuição e o uso da cultura, a 
preservação	e	divulgação	do	patrimônio	histórico	e	o	ordenamento	do	aparelho	
burocrático por elas responsável”; considera, ainda, política cultural como uma 
“ciência da organização das estruturas culturais” que tem como objetivo “o 
estudo dos diferentes modos de proposição e agenciamento dessas iniciativas, 
bem	como	a	compreensão	de	suas	significações	nos	diferentes	contextos	sociais	
em	que	se	apresentam”.
A	 transversalidade	 do	 campo	 cultural,	 apontado	 por	 Rubim	 (2006),	
que perpassa todas as áreas da vida social, tais como economia, comunicação, 
direito,	 comportamento,	 diversidade,	 política	 (trans)	 nacional,	 exige	 das	
políticas culturais uma articulação capaz de romper as fronteiras da dimensão 
sociológica	da	cultura.
TÓPICO 1 — CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS
15
4.2 POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL
No	 Brasil,	 as	 conquistas	 sociais	 democráticas	 durante	 a	 luta	 pela	
redemocratização	nacional	nos	anos	1980,	foram	asseguradas	pela	Constituição	
Federal	de	1988,	que	consolidou	novos	espaços	de	participação	social.
No	 plano	 cultural,	 o	 contexto	 dos	 anos	 1980-90	 foi	 marcado	 por	 dois	
movimentos	divergentes.	Por	um	lado,	discutia-se	e	programavam-se	algumas	
experiências	 locais	 de	 políticas	 públicas	 culturais	 que	 visavam	 à	 vazão	 da	
pluralidade	 cultural,	 a	 ruptura	 com	 concepções	 hierarquizantes	 dos	 níveis	
culturais,	o	direito	à	cultura	enquanto	dimensão	da	cidadania	e	a	participação	
cultural	(CALABRE,	 2007;	 RUBIM,	 2013;	 BARROS,	 2013;	MATA-MACHADO,	
2010a;	2010b).	Por	outro	lado,	o	avanço	neoliberal	também	foi	sentido	na	política	
cultural.	Nesse	período,	a	política	cultural	nacional	se	resumiu	às	leis	de	incentivo	
e na retração do papel do Estado na cultura, onde “o poder de decisão sobre quais 
atividades	 [culturais]	deveriam	ser	 apoiadas	passou	a	 ser	de	 responsabilidade	
das	empresas”	(RUBIM,	2013,	p.	61).
Já os anos 2000 são analisados pela literatura relevante como o início 
de	 mudanças	 significativas	 na	 política	 cultural	 democrática	 promovida	 pelo	
Governo	 Federal,	 sobretudo	 no	 sentido	 da	 ampliação	 da	 noção	 de	 cultura,	
valorização da diversidade cultural e ampliação da participação social na política 
pública	cultural	(RUBIM,	2007;	SIMIS,	2007;	CALABRE,	2007;	2010;	2013;	RUBIM;	
BRIZUELA;	LEAHY,	2010).
4.3 LEIS DE INCENTIVO À CULTURA
Organismos internacionais como a Unesco recomendam que pelo menos 
1%	da	 riqueza	de	um	país	 seja	 aplicado	no	 setor	 cultural.	O	Brasil,	 apesar	de	
ocupar	 importante	 posição	 econômica	 e	 querer	 assumir	 lideranças	 políticas,	
especialmente na América Latina, não consegue atentar para a importância do 
investimento	em	setores	 como	 tecnologia,	meio	ambiente,	 esporte	 e	 cultura.	O	
contingenciamento de verbas para pagamento de dívidas ou para equilibrar 
orçamentos sempre recai sobre essas áreas, indispensáveis ao processo de 
inovação	e	desenvolvimento	socioeconômico.
O	 fomento	à	 cultura	 acontece	no	nível	 federal,	 algumas	vezes	no	nível	
estadual	 e	 também,	municipal.	A	 lei	 federal	 é	 conhecida	 como	 a	 Lei	 Rouanet	
–	8313/91	que	usa	o	 Imposto	de	Renda	que	é	 imposto	 federal	para	 fomentar	a	
cultura.	Nos	21	Estados	onde	existe	uma	lei	de	fomento	à	cultura	o	imposto	que	
é	usado	é	o	ICMS.
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
16
4.3.1 A Lei de Incentivo à Cultura
A	Lei	de	Incentivo	à	Cultura,	amplamente	conhecida	como	Lei	Rouanet	(Lei	
nº	8.313/91),	foi	criada	com	a	proposta	principal	de	oferecer	recursos	financeiros	a	
projetos	artísticos.	Por	meio	dela,	profissionais	e	grupos	de	diversas	áreas	da	arte	
têm	conseguido	capital	para	se	desenvolver	e	realizar	filmes,	projetos	musicais,	
peças	teatrais	e	todos	os	tipos	de	manifestações	culturais.
4.3.2 O incentivo fiscal
É	importante	destacar	que	parte	do	dinheiro	captado	para	esses	projetos	
culturais	vem	por	meio	de	um	mecanismo	de	 incentivo	fiscal	promovido	pelo	
Governo	Federal.	Essa	foi	uma	forma	encontrada	para	que	o	setor	privado	apoiasse	
a	cultura	no	Brasil	–	e	tem	feito	muita	diferença	tanto	para	essas	instituições,	que	
se	valem	de	benefícios,	quanto	para	os	artistas.
A	 nova	 Instrução	 Normativa,	 aprovada	 em	 2017,	 trouxe	 maiores	
possibilidades	às	empresas,	como	forma	de	estimular	o	patrocínio.Entre	elas,	está	
o	incentivo	para	que	essas	instituições	realizem	ações	de	marketing	promovendo	
suas	marcas	durante	a	divulgação	dos	projetos	culturais	apoiados.
4.3.3 As leis estaduais
Além da Lei Rouanet, que é federal, diversos estados têm suas próprias 
leis	de	incentivo	fiscal,	que	podem	variar.	Elas	oferecem,	basicamente,	abatimento	
fiscal	no	ICMS,	enquanto	as	que	são	de	âmbito	municipal	garantem	isenção	de	
parte	do	ISS.	Além	disso,	dispensam	que	as	empresas	sigam	o	regime	tributário	
em	lucro	real.
A seguir, conheça quais são as principais leis estaduais e entenda quais 
são	as	suas	características	mais	importantes.
ProAC
O	Programa	de	Ação	Cultural	(ProAC)	é	a	principal	lei	de	incentivo	fiscal	
para	a	cultura	de	São	Paulo.	Ela	permite	que	os	patrocinadores	apoiem	projetos	
realizados	no	estado	e,	com	isso,	abatam	os	valores	devidos	do	ICMS.	O	total	é	
de	até	3%	do	ICMS	cobrado,	com	abatimento	de	100%	do	montante	destinado.	
Uma	empresa	que	paga	R$	10	milhões	de	imposto	estadual,	por	exemplo,	pode	
oferecer	até	R$	300	mil	de	incentivo.
No	entanto,	também	há	alíquotas	menores	de	teto	para	o	apoio.	Para	poder	
recorrer	a	essa	lei,	o	negócio	deve	ser	credenciado	pela	Secretaria	de	Fazenda,	que	
define	um	valor-limite	para	o	apoio	mensal.	O	desconto	acontece	no	montante	a	
ser	pago	em	cada	mês,	o	que	gera	um	retorno	quase	imediato.
TÓPICO 1 — CULTURA VISUAL, INSTITUIÇÕES E POLÍTICAS CULTURAIS
17
Lei Municipal de Incentivo à Cultura
Existente	na	cidade	do	Rio	de	Janeiro,	a	Lei	Municipal	de	 	 Incentivo	 	à		
Cultura	 oferece	 incentivo	 fiscal	 para	 empresas	 da	 capital	 carioca.	 Ela	 permite	
que o contribuinte destine até 20% do ISS para projetos culturais aprovados, com 
abatimento	de	100%	do	valor.	Se	um	estabelecimento	paga	R$	1	milhão	de	ISS	por	
mês,	ela	pode	apresentar	até	R$	200	mil	de	apoio	cultural	no	período.
O	 maior	 desafio	 é	 a	 burocracia	 envolvida,	 já	 que	 a	 empresa	 tem	 que	
se	 credenciar	 na	 Secretaria	 Municipal	 de	 Cultura.	 Também	 é	 preciso	 fazer	 a	
destinação	de	valores	pela	Nota	Carioca	e	o	desconto	é	feito	no	mesmo	mês.
LIC-DF
A	Lei	de	Incentivo	à	Cultura	está	entre	as	mais	importantes	do	país.	Os	
proponentes devem ter o Cadastro de Entes e Agentes Culturais para participar, 
o que pode ser uma barreira sem a ajuda de agentes culturais que conheçam a 
legislação	e	adaptem	os	projetos	nas	normativas.
Para saber mais sobre as leis de incentivo à cultura no Brasil, acesse o site 
www.leideincentivoacultura.cultura.gov.br. Para complementar seus estudos, confira a 
dissertação de Maíra Lopes Viana da Costa, sobre a lei de incentivo como política cultural, 
disponível em: shorturl.at/ERS17.
DICAS
18
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• A cultura visual diz respeito ao universo das imagens que fazem parte do nosso 
mundo.
 
• A cultura é um tema que permeia muitas áreas do conhecimento, assim a 
cultura	visual	é	também	interdisciplinar.
• O conceito de cultura visual está vinculado ao sentido de mediação, de 
expressão,	valor	e	significado.
•	 Uma	 educação	 voltada	 à	 ampliação	 do	 olhar,	 oportuniza	 possibilidade	 de	
decodificação	 do	 universo	 visual	 de	 cada	 indivíduo,	 contribui	 para	 que	 ele	
possa	visualizar,	ressignificar	e	transformar	as	visualidades	que	encontra.
• Instituição cultural é um elemento em uma cultura que é entendida como 
importante, ou tradicionalmente valorizada entre seus membros por seus 
valores	identitários.
•	 Exemplos	 de	 instituições	 culturais	 nas	 sociedades	 ocidentais	modernas	 são	
Museus,	Escolas	e	Bibliotecas	que	reinventam	continuadamente	as	formas	de	
se relacionarem com os seus públicos, os novos enfoques de gestão cultural e o 
trabalho	em	rede.
•	 Políticas	 culturais	 são	 formulações	 e/ou	 propostas	 desenvolvidas	 pela	
administração	pública,	organizações	não-governamentais	e	empresas	privadas,	
com	o	objetivo	de	promover	intervenções	na	sociedade	através	da	cultura.
•	 O	fomento	à	cultura	acontece	no	nível	federal,	algumas	vezes	no	nível	estadual	
e	também,	municipal.	A	lei	federal	é	conhecida	como	a	Lei	Rouanet	–	8313/91	
que	usa	o	Imposto	de	Renda	que	é	imposto	federal	para	fomentar	a	cultura.
19
1	 Quais	são	os	 traços	culturais	mais	evidentes	em	sua	comunidade?	Cite	e	
comente	três	deles.
2	 Assinale	a	alternativa	que	apresenta	instituições	culturais:
a)	 (				)	 Museus,	Bibliotecas,	Escolas,	Centros	Culturais.
b)	(				)	 Museus,	Praças,	Escolas,	Centros	Culturais.
c)	 (				)	 Museus,	Estádios	Esportivos,	Praças,	Monumentos.
d)	(				)	 Praças,	Livrarias,	Estádios	Esportivos,	Bancos.
3 Leia a tirinha a seguir e teça um comentário sobre qual seu entendimento 
sobre cultura visual:
AUTOATIVIDADE
20
21
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
MUSEUS E CURADORIA
1 INTRODUÇÃO
No	 mundo	 contemporâneo,	 o	 museu	 consolidou-se	 e	 passou	 a	
desempenhar um papel fundamental no atual contexto, transformando-se em 
um	 dos	 paradigmas-chave	 das	 atividades	 culturais	 (HUYSSEN,	 1997).	 Todas	
essas	transformações	impactaram	o	cenário	brasileiro,	deste	início	do	século	XXI.	
Neste	novo	ambiente,	as	fronteiras	do	museu	tornaram-se	cada	vez	mais	móveis,	
rompendo as disciplinaridades, tornando-o lugar de preservação e também de 
integração,	inclusão,	reflexão	e	debate.
Segundo	Rangel	 (2010),	 na	 contemporaneidade,	 podemos	 observar	 um	
novo	fenômeno	de	ressignificação	e	apropriação	cultural	do	museu.	Não	estamos	
mais discutindo a democratização do acesso aos bens culturais presentes nas 
coleções	museológicas	ou	o	direito	de	acessar	o	capital	cultural	acumulado	nestas	
instituições,	mas	sim	a	democratização	do	próprio	museu,	que	passa	a	partir	de	
agora a ser compreendido como uma ferramenta ou instrumento de trabalho 
que	pode	e	deve	ser	utilizado	por	diferentes	 segmentos	sociais.	Ao	adotarmos	
essa	 perspectiva,	 estamos	 afirmando	 que	 todo	 indivíduo	 e	 toda	 comunidade	
têm	direito	à	memória,	ou	 seja,	 à	preservação,	 à	 transmissão	e	à	 continuidade	
do	significado	de	 todas	as	coisas	consideradas	relevantes	para	estes	grupos.	A	
memória	 identifica	o	grupo,	 conferindo	sentido	ao	seu	passado	e	definindo	as	
suas	aspirações	para	o	futuro.
2 CONCEITO DE MUSEU
Um	museu	é,	na	definição	do	International	Council	of	Museums	(ICOM,	
2001),	"uma	instituição	permanente,	sem	fins	lucrativos,	a	serviço	da	sociedade	
e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, 
difunde	 e	 expõe	 os	 testemunhos	materiais	 do	 homem	 e	 de	 seu	 entorno,	 para	
educação	e	deleite	da	sociedade".
Os museus tiveram origem no hábito humano do colecionismo, que 
nasceu	junto	com	a	própria	humanidade.	Desde	a	Antiguidade	remota,	o	homem	
por	infinitas	razões,	coleciona	objetos	e	lhes	atribui	valor,	seja	afetivo,	cultural	ou	
22
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
simplesmente	material,	o	que	justifica	a	necessidade	de	sua	preservação	ao	longo	do	
tempo.	Milhares	de	anos	atrás	já	se	faziam	registros	sobre	instituições	vagamente	
semelhantes	ao	museu	moderno	funcionando.	Entretanto,	somente	no	século	XVII	
se	consolidou	o	museu	mais	ou	menos	como	atualmente		o	conhecemos.
Depois de outras mudanças e aperfeiçoamentos, hoje os museus, que 
já abarcam um vasto espectro de campos de interesse, se dirigem para uma 
crescente	profissionalização	e	qualificação	de	suas	atividades,	e	se	caracterizam	
pela multiplicidade de tarefas e capacidades que lhes atribuem os museólogos 
e pensadores, deixando de ser passivos acúmulos de objetos para assumirem 
um papel importante na interpretação da cultura e na educação do homem, no 
fortalecimento	da	cidadania	e	do	respeito	à	diversidade	cultural,	e	no	incremento	
da	qualidade	de	vida.	Porém,	muitos	dos	conceitos	fundamentais	que	norteiam	
os	museus	contemporâneos	ainda	estão	em	debate	e	precisam	de	clarificação.
2.1 MUSEUS COM ACERVO
O museu é um estabelecimento de caráter permanente, administrado 
para	interesse	geral,	com	a	finalidade	de	conservar	um	acervo	de	espécimes		ou	
artefatos, estudara origem da vida, valorizar de diversas maneiras os acervos 
e	o	 conjunto	de	elementos	de	valor	 cultural	material	ou	 imaterial.	A	exemplo:	
coleções	 de	 objetos	 sonoros	 ou	 visuais	 artísticos,	 monumentos	 e	 patrimônios	
históricos,	científicos	e	técnicos,	também	jardins	botânicos,	zoológicos	e	aquários.
FIGURA 7 - MUSEU DE DOCUMENTOS
FONTE: <https://bit.ly/2HYVYYk>.Acesso em: 22 set. 2019.
TÓPICO 2 — MUSEUS E CURADORIA
23
FIGURA 8 - ACERVO MASP
FONTE: <http://www.procimar.com.br/acervo-em-transformacao/>. Acesso em: 22 set. 2019.
Acervo é o conteúdo de uma coleção privada ou pública, podendo ser 
de	 caráter	 bibliográfico,	 artístico,	 fotográfico,	 científico,	 histórico,	 documental,	
misto	 ou	qualquer	 outro.	 Tanto	 os	 acervos	públicos	 como	os	privados	podem	
estar ainda desorganizados, ou já institucionalizados e sistematizados em museu 
ou	sob	outras	formas	de	organização.
O acervo caracteriza-se por ser um conjunto dos bens dinâmicos, em 
transformação	em	uma	comunidade,	e	não	somente	uma	coleção.	Um	conjunto	
de acervo cultural, por exemplo, pode ser de algum documento arquivado, 
de uma cultura que se perdeu no tempo, ou um conjunto de obra ou documento, 
isto	é	preservado	e	guardado	em	um	museus.	Acervo	é	uma	palavra	de	origem	
no latim, acervus que	condiz	com	coleção	ou	conjunto.
2.2 MUSEUS VIRTUAIS
FIGURA 9 - VISITA EM MUSEU VIRTUAL
FONTE: Disponível em: <https://www.melhoresdestinos.com.br/wp-content/uploads/2020/03/
museus-coronavirus-scaled.jpg>. Acesso em: 26. out 2020.
24
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
A internet faz parte de nossas vidas e é um agente transformador em 
várias	áreas	do	conhecimento.	A	Internet	revolucionou	a	forma	como	as	pessoas	
se	comunicam.	Os	museus,	como	qualquer	 instituição,	estão	presentes	na	rede	
mundial	 de	 computadores.	 A	 criação	 de	 sites	 de	 museus	 proliferou	 a	 partir	
da década de 1990, com o avanço da Internet, mas muitos museus ainda nem 
possuem sites institucionais, ou possuem sites cujo único objetivo é disponibilizar 
informações	de	contato	com	a	instituição.
Em	1991,	realizou-se	em	Pittsburgh,	na	Pensilvânia	a	primeira	conferência	
sobre	o	uso	da	hipermédia	e	da	interatividade	nos	museus.	Mais	conhecida	pela	
sigla ICHIM – International Conference on Hypermedia and Interactivity in 
Museums – esta conferência tem se realizado bianualmente nos Estados Unidos 
e	em	alguns	países	da	Europa	para	discutir	as	questões	sobre	o	uso	das	novas	
tecnologias	nos	museus.	O	objetivo	dessas	conferências	é	promover	o	potencial	
da	multimídia	 interativa	nos	programas	dos	museus.	Nesse	 sentido,	 nos	 anos	
seguintes	foi	constante		as	reuniões	de	profissionais	dos	museus,	principalmente	
aqueles	 	 ligados	 às	 áreas	 de	 novas	 tecnologias,	 em	 conferências,	 associações,	
congressos,	criação	de	conselhos	e	outras	ações	pró	conectividade	em	museus.
Em	 relação	 às	 discussões	 institucionais,	 o	 CIDOC	 –	 International	
Committee	 for	 Documentation,	 através	 de	 um	 grupo	 de	 trabalho	 específico	
sobre	o	uso	da	Internet,	produziu	durante	o	encontro	na	Noruega,	em	1995,	um	
documento	sobre	o	uso	de	multimídia	nos	museus.	Em	1996, o documento foi 
finalizado	e	traça	algumas	diretrizes	sobre	a	Internet	e	museus	tornando	possível	
abrir mão da exposição tridimensional tradicionalmente usada pelos museus como 
forma de divulgação de seu acervo, criando novas perspectivas de apresentação 
do	acervo.	Além	disso,	a	Internet	possibilita	visitas	virtuais,	podendo	atrair	mais	
público	para	a	visita	‘real’.	Ou	seja,	além	de	ser	um	cartão	de	visitas	do	museu,	a	
Internet	possibilita	o	acesso	ao	patrimônio	de	uma	forma	mais	ampla.
Atualmente um grande número de museus possui sites institucionais 
para	 acessibilizar	 ao	 grande	 público	 informações	 sobre	 o	 conteúdo	 do	 seu	
acervo	 e	 sobre	 as	 atividades	 culturais	 desenvolvidas	 em	 seu	 espaço.	Assim,	
o uso da Internet como meio de divulgação e comunicação possibilitou aos 
museus	uma	interação	maior	com	os	utilizadores.	Além	da	criação	de	sites	com	
informações	sobre	o	conteúdo	de	seu	acervo,	os	museus	utilizam	também	dos	
meios	de	comunicação	próprios	da	Internet:	e-mails,	boletins	etc.,	para	divulgar	
o	trabalho	desenvolvido.
Além	do	uso	como	uma	ferramenta	de	marketing,	a	Internet	possibilita	
a	montagem	de	redes	de	conexão	entre	várias	instituições	afins	e	com	objetivos	
convergentes,	principalmente	pela	difusão	do	conhecimento	entre	os	especialistas.	
Este	uso	pode	ser	feito	através	de	listas	de	discussões,	fóruns,	rede	de	comunicação,	
etc.,	pois	a	Internet	possibilita	uma	troca	de	experiências	entre	os	profissionais	dos	
museus	de	forma	mais	rápida	e	consistente.	Nesse	sentido,	a	troca	de	informações	
e	discussões	sobre	temas	no	âmbito	da	museologia,	através	da	criação	de	redes	de	
informação	é	uma	ferramenta	que	pode	ser	usada	na	Internet.
TÓPICO 2 — MUSEUS E CURADORIA
25
Outras formas de uso da Internet pelos museus são colaborações multi-
institucionais. Nesse caso, a instituição responsável pelo projeto convida outras instituições 
a participarem com conteúdos específicos, criando exposições permanentes na Internet. 
Um exemplo disso é a exposição “Museus e Milénio”, promovida pelo Museu da Civilização 
de Québec em 2000. Naquele ano, o Museu da Civilização convidou várias instituições 
museológicas de todo o mundo para criar conteúdos ou expor conteúdos dos seus acervos 
relativos ao século XX. O resultado é uma exposição de conteúdos culturais e patrimoniais 
de vários museus no mundo. Nesta exposição colaboraram doze museus de várias partes do 
mundo: França, Estados Unidos, Suíça, Suécia, Eslovénia, Brasil, Canadá, Madagáscar, Itália 
e Alemanha. Este tipo de colaboração, embora mais raro, é de fundamental importância, 
pois permite que os museus usem a Internet no seu melhor: criando laços virtuais com 
outras instituições. Infelizmente, a maioria dos museus ainda não viram a potencialidade de 
utilizar a Internet para este tipo de colaboração inter-institucional.
NOTA
As	discussões	sobre	os	museus	virtuais	estão	em	constante	construção	e	é	
fácil	confundirmo-nos	com	as	outras	denominações,	tais	como:	museu	eletrônico,	
museu digital, museu online, museu hipermídia, metamuseu, museu cibernético, 
cibermuseu	e	museu	no	ciberespaço.	Por	se	tratar	de	uma	temática	contemporânea	
na museologia, não há um consenso em relação ao que é considerado museu 
virtual	e	o	que	seria	apenas	um	site	de	museu.	A	maioria	dos	autores	que	trabalha	
com	a	questão	aponta	para	uma	definição	ligada	à	virtualização	dos	objetos	e	sua	
apresentação online, sem uma discussão mais profunda sobre os aspectos teóricos 
deste	tipo	de	abordagem.
A internet permitiu a possibilidade da emergência de uma outra cultura, 
pois	o	virtual	alargou	o	campo	da	expografia,	bem	como	o	processo	de	sentir	–	
experiência estética, as formas de exposição – acervos físicos e virtuais apoiando-
se	e	o	virtual	como	elemento	que	propõe	uma	nova	forma	de	ver	e	estar	no	mundo.
Nesse	sentido,	o	museu	virtual	não	é	a	reprodução	de	um	museu	físico,	
mas	um	museu	completamente	novo,	criado	para	traduzir	as	ações	museológicas	
no	espaço	virtual.	O	museu	virtual	é	uma	espécie	de	um	museu	imaginário	porque	
ao mesmo tempo que trabalha com a reprodução, prioriza o uso da imagem como 
referência	patrimonial.
Em relação ao conceito do museu virtual é preciso esclarecer que o museu 
virtual	pode	 ter	duas	 configurações:	vertentes	virtuais	de	determinado	museu	
físico, ou seja, podem ser uma outra dimensão do museu físico ou museus 
essencialmente	 virtuais.	 Nesse	 caso,	 a	 existência	 de	 um	 museu	 virtual	 não	
pressupõe	a	existência	de	um	museu	físico	como	exemplo	o	Museu	do	Amanhã	
no	Rio	de	janeiro.
26
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
Conheça o Museu do Amanhã pesquisando no site:
www.museudoamanha.org.br.
DICAS
FIGURA 10 - EXTERIOR DO MUSEU DO AMANHÃ
FONTE: <https://museudoamanha.org.br/>. Acesso em: 22 set. 2019.
FIGURA 11 - INTERIOR DO MUSEU DO AMANHÃ
FONTE: <https://museudoamanha.org.br/>.Acesso em: 22 set. 2019.
TÓPICO 2 — MUSEUS E CURADORIA
27
2.3 CENTROS INTERATIVOS
O museu interativo tem se transformado em espaços fundamentais para a 
apreciação	e	valorização	do	patrimônio	material	e	imaterial.	A	tecnologia	reinven-
tou	nosso	modo	de	viver	e	nos	permite	simular	os	fenômenos	naturais	de	forma	
que o sujeito participe, por meio de engenhocas, maquinário, robótica, instrumen-
tos	etc.	Os	museus	precisaram	se	reinventar,	deixando	de	ser	um	espaço	somente	
de	guarda	de	objetos		para		também		serem		espaços		mediadores		do		conhecimento.	
O	museu	interativo	tem	a	capacidade	de	criar	experiências	memoráveis,	significati-
vas	a	altamente	contextualizadas,	mas	é	pelo	apelo	estimulante	das	sensibilidades.
É	importante	diferenciar	experimento	de	experiência.	Experimento	é	uma	
sequência	 de	 passos	 protocolados	 para	 realização	 de	 um	 fenômeno,	 também	
pode ser uma sequência de experimentalidades, ou seja, tentativas de chegar a 
um	fenômeno	ou	a	um	objeto.	Quanto	à	experiência,	entendemos	que	é	o	que	nos	
acontece quando somos afetados por algo, é um estado interno de suspensão onde 
nossos sentimentos e pensamentos estão a acontecer juntos, é um estado de ânimo 
que nos abarca e pode desencadear prazer ou desprazer quanto o que reverbera do 
fenômeno	ou	do	objeto	e	é	por	nós	significado.
FIGURA 12 - USO DE TECNOLOGIAS NOS ESPAÇOS MUSEOLÓGICOS
FONTE: <triscele.com.br>. Acesso em: 22 set. 2019.
FIGURA 13 - USO DE EQUIPAMENTOS PARA MANIPULAÇÃO
FONTE: <http://www.cataventocultural.org.br>. Acesso em: 22 set. 2019.
28
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
A	maioria	das	instituições	buscou	novas	formas	de	trabalhar	o	museu,	tor-
nando-o	mais	atrativo.	Os	museus	interativos	são	tecnológicos	e	despertam	o	inte-
resse	e	a	curiosidade	dos	que	o	visitam	pelas	possibilidades	ofertadas	de	participar.
A	 interatividade	 nos	 museus	 é	 uma	 tendência	 mundial.	 No	 Brasil	 as	
exposições	 com	 interatividade	 estão	 se	 tornando	 cada	 vez	mais	 frequentes.	O	
museu	interativo	seduz	os	usuários	e	oferecem	condições	de	novas	abordagens	
para	os	conteúdos	que	o	museu	quer	transmitir.	O	uso	das	tecnologias	no	museu,	
trata-se	portanto,	de	uma	maior	interatividade	com	o	público.	Isso	permite	maior	
acesso	às	informações,	bem	como	a	sua	democratização.
Qr Code: Tecnologia aplicada em exposições museológicas
Eles apareceram no mundo praticamente de uma hora para a outra. Quase que 
sorrateiramente os QR Codes surgiram em vários lugares, desde embalagens de produtos 
até etiquetas espalhadas pelas grandes cidades. Nesse espaço também desponta o museu 
interativo com suas exposições. O QR Code é um código de barras em 2D que pode ser 
escaneado pelos celulares. Após decodificado, passa a ser um trecho de texto e/ou um link. 
Este então tem redirecionado o acesso ao conteúdo publicado em algum site.
NOTA
Aplicações touch em um museu interativo
Cada vez mais a tecnologia propõe-se o desenvolvimento de APP interativo e tem permitido 
uma troca de conhecimento de modo dinâmico nos museus. Isso tem contribuído para a 
desmistificação destes espaços enquanto apenas lugares para a guarda de objetos antigos. 
O uso de recursos multimeios, principalmente os aplicativos, permite uma nova dinâmica 
de interpretação das exposições. Por meio do desenvolvimento de aplicativos específicos, 
o museu tem maiores possibilidades de apresentar e dinamizar suas informações.
NOTA
TÓPICO 2 — MUSEUS E CURADORIA
29
2.4 EXPOSIÇÃO E AÇÃO EDUCATIVA
FIGURA 14 - AÇÃO EDUCATIVA DIRIGIDA A ESCOLAS NO MUSEU
FONTE: <http://unespciencia.com.br/2018/03/01/museus-94/>. Acesso em: 22 set. 2019.
A exibição de um acervo material ou imaterial é um processo tão complexo 
quanto sua conservação na armazenagem, envolve direta ou indiretamente 
todos os funcionários da instituição, é o grande bem do museu, é o motivo dele 
existir,	é	o	que	o	 identifica	para	poder	contar	sua	narrativa	ao	público.	Com	o	
apoio de propostas pedagógicas que visam mediar a narrativa do museu e as 
opções	 expositivas	 da	 curadoria	 para	 contar	 uma	 história,	 as	 construções	 do	
conhecimento podem oportunizar o aprimoramento dos saberes que cada um 
traz,	bem	como	a	construção	do	novo	significar.
Oportunizar aos estudantes o contato direto com as peças possibilita se 
efetivar a educação estética de forma a não apartar o conhecimento sensível e o 
inteligível.	As	ações	educativas	dos	museus,	se	constituem	como	sendo	um	dos	
objetivos	 primários	 da	 exposição	 e	 do	próprio	museu.	 Isso	posto,	 a	 tendência	
atual	 é	 de	 que	 as	 exposições	 sejam	 organizadas	 com	 objetividade	 e	 clareza,	
sob um planejamento curatorial decididamente voltado para a educação, 
devidamente	 identificando	 as	 peças	 e	 contextualizando	 o	 material	 exposto	
com	 informações	 ricas	 e	 exatas,	mas	 acessíveis	 ao	visitante,	 e	propondo	ações	
educativas complementares variadas, mas também possibilitar ao público uma 
experiência	estética.
Uma mostra, para ser culturalmente bem sucedida, passa por um 
trabalho	coletivo	de	grande	escala,	longo	alcance	e	de	cunho	estético	e	científico,	
e	implica	pesquisa	cultural,	produção	de	materiais	acessórios,	como	publicações,	
e	minucioso	planejamento	logístico,	incluindo	roteiro	de	marketing	e	divulgação	
na mídia, um processo iniciando meses, ou até anos, conforme o porte da mostra, 
30
UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
antes da data de inauguração, e continuando por algum tempo depois no processo 
de	avaliação	de	resultados.	Requer	do	museu	também	um	bom	conhecimento	do	
perfil	do	seu	público	-	e	para	isso	são	úteis	pesquisas	de	opinião	e	estatísticas.	As	
exposições	podem	ser	de	longa	duração,	de	curta	duração,	virtuais,	ou	itinerantes.
Museus com boa infraestrutura já produzem catálogos ilustrados e 
materiais	 gráficos	 e	 informativos	para	 cada	 exposição,	 e	mantêm	websites com 
rico material disponível para consulta online; têm departamentos especiais para 
ação	educativa,	articulação	com	escolas	e	instituições	culturais,	acolhimento	do	
visitante	e	monitoramento	da	visitação,	oferecendo	diversas	opções	de	atividades	
paralelas,	 como	 oficinas,	 palestras,	 teatro,	 concertos,	 visitas	 guiadas	 etc.,	 e	
também	 fazendo	 programações	 diferenciadas	 para	 públicos	 particularizados,	
como	 estrangeiros,	 escolares,	 pessoas	 com	 necessidades	 especiais,	 crianças/
adultos,	leigos/especialistas	etc.
Conheça um pouco sobre o Museu da Língua Portuguesa através de sua 
página na internet: www.museudalinguaportuguesa.org.br.
DICAS
3 TIPOLOGIAS DE MUSEUS
Não	há	um	consenso	sobre	uma	classificação	para	organizar	os	museus	
em	 uma	 tipologia	 definida.	 Vejamos,	 então	 uma	 possibilidade	 que	 leva	 em	
consideração	as	coleções	de	bens	culturais	que	compõem	os	acervos	dos	museus	
e	que,	 segundo	o	 IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 
podem	ser	classificadas	em:
• Antropologia e Etnografia:	coleções	relacionadas	às	diversas	etnias,	voltadas	
para	 o	 estudo	 antropológico	 e	 social	 das	 diferentes	 culturas.	 Ex:	 acervos	
folclóricos,	artes	e	tradições	populares,	indígenas,	afro-brasileiras,	do	homem	
americano,	do	homem	do	sertão	etc.
• Arqueologia:	coleções	de	bens	culturais	portadores	de	valor	histórico	e	artístico,	
procedentes	de	escavações,	prospecções	e	achados	arqueológicos.	Ex:	artefatos,	
monumentos,	sambaquis	etc.
• Artes Visuais:	coleções	de	pinturas,	esculturas,	gravuras,	desenhos,	incluindo	
a	produção	relacionada	à	Arte	Sacra.	Nesta	categoria	 também	se	 incluem	as	
chamadas Artes Aplicadas, ou seja, as artes que são voltadas para a produção 
de	objetos,	tais	como	porcelana,	cristais,	prataria,	mobiliário,	tapeçaria	etc.
• Ciências Naturais e História Natural:	bens	culturais	relacionados	às	Ciências	
Biológicas	(Biologia,	Botânica,	Genética,	Zoologia,	Ecologia	etc.),	às	GeoCiências	
(Geologia,	Mineralogia	etc.)	e	à	Oceanografia.
TÓPICO 2 — MUSEUS E CURADORIA
31
• Ciências e Tecnologia: bens culturais representativos da evolução da Históriada	Ciência	e	da	Técnica.
• História:	bens	culturais	que	ilustram	acontecimentos	ou	períodos	da	História.
• Imagem e Som:	documentos	sonoros,	videográficos,	filmográficos	e	fotográficos.
• Virtual: bens culturais que se apresentam mediados pela tecnologia de 
interação	cibernética	(internet).
• Biblioteconômico:	 publicações	 impressas,	 tais	 como	 livros,	 periódicos,	
monografias,	teses	etc.
• Documental: pequeno número de documentos manuscritos, impressos ou 
eletrônicos	reunidos	intencionalmente	a	partir	de	uma	temática.
• Arquivístico: conjunto de documentos acumulados por pessoas ou 
instituições,	 públicas	 ou	 privadas,	 durante	 o	 exercício	 de	 suas	 atividades,	
independentemente	do	suporte.
Essas	 várias	 classes	 constituem	 um	 amplo	 e	 diversificado	 campo	 de	
pesquisas	 sobre	 patrimônio	 material	 e	 imaterial,	 podendo	 os	 museus,	 em	
conformidade com suas escolhas interpretativas, enquadrar seu acervo em mais 
de	uma	temática.
Os	acervos	de	museus	especializados	são	muito	diversificados,	encontra-
mos	coleções	de	objetos	de	arte	ou	da	cultura	material	de	um	povo,	artefatos	arque-
ológicos,	de	espécimes,	de	documentos	gráficos	e	iconográficos	etc.	Vale	ressaltar	
que	os	dados	referentes	ao	tombamento	também	complementam	a	classificação	
dos	acervos.	Com	essa	diversidade,	o	que	define	o	tipo	de	museu	especializado	
são	as	suas	coleções,	sendo	assim	também	encontramos	a	seguinte	classificação:
• Museu Histórico: museus em que prevalece a relevância histórica do seu 
acervo.	Ex.:	Museu	Histórico	de	Ribeirão	Preto	e	Museu	Histórico	Nacional	no	
Rio	de	Janeiro.
• Museu de Arte: onde o seu acervo é constituído exclusivamente de obras de 
arte,	como	esculturas,	pinturas	e	instalações.	Ex.:	MARP	–	Museu	de	Arte	de	
Ribeirão	Preto	Pinacoteca	de	São	Paulo.
• Museus de Ciência: onde o propósito é ensino da ciência e de suas formas 
de	 raciocínio.	 Ex.:Museu	da	PUC	de	Porto	Alegre	 ou	Museu	Oceanográfico	
UNIVALI,	SC.	Estação	Ciência	da	USP	São	Paulo;	Museus	de	Zoologia,	USP	
São Paulo
• Museus Biográficos: onde todo o acervo pertenceu ou foi produzido por 
uma	só	pessoa.	Ex.:Museu	Lasar	Segal	em	São	Paulo;	Museu	de	Portinari	em	
Brodósqui.
• Museus Comunitários/Ecomuseus: tem o intuito de preservar a região em 
que se encontra, o ambiente cultural, social e espacial, mais voltado para a 
comunidade	 de	 onde	 se	 encontra,	 do	 que	 para	 visitantes	 de	 fora.	 Ex.:	 Eco	
Museu	de	Itaipu.
• Museus De Bairro/Cidade: o seu enfoque é sobre história e a cultura dessa 
localidade,	um	resgate	da	memória.	Ex.:	Museu	da	Cidade	em	São	Paulo.
• Museus Temáticos: trabalha somente um tema, se utilizando de qualquer 
suporte	de	acervo	para	isso.	Ex.:	Museu	do	Café	de	Ribeirão	Preto;	Museu	do	
Índio	em	Brasília;	MIS	–	Museu	da	Imagem	e	do	Som	de	Ribeirão	Preto.
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UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
• Museu Militar: nas	 Normas	 Gerais	 dos	 Museus	 e	 Coleções	 Visitáveis	 do	
Exército	(NGMCVE)	cujo	objetivo	é	estabelecer	o	regime	comum	e	promover	o	
rigor	técnico	e	profissional	das	práticas	museológicas	e	outros	procedimentos	
comuns	 aos	museus	militares	 e	 coleções	 visitáveis	 do	 Exército,	 no	 respeito	
pelo	quadro	jurídico	do	património	nacional.	Esta	norma	define	museu	militar	
como: o Museu militar é um órgão de natureza cultural depositário e expositor 
do espólio de interesse histórico-militar, com possibilidade para garantir um 
destino unitário, designadamente a bens culturais militares e valorizá-los 
através da investigação, incorporação, inventário, documentação, conservação, 
interpretação,	exposição	e	divulgação,	com	objetivos	científicos,	educativos	e	
lúdicos,	incluindo	o	acesso	regular	ao	público.
Estes são alguns tipos de museus que encontramos, e cada um deles pode 
ter	instituições	mantenedoras,	em	diferentes	instâncias,	como	prefeituras,	estados,	
federal,	sindicatos,	grêmios,	universidades	ou	mesmo	serem	particulares.
4 ÓRGÃOS REGULADORES
Os	 chamados	 órgãos	 reguladores,	 correspondem	 à	 regulamentação	
de	 padrões	 éticos	 para	 museus,	 estabelecidos	 pelo	 Conselho	 Internacional	
de	Museus.	Estes	órgãos	 refletem	os	princípios	adotados,	de	modo	geral,	pela	
comunidade	internacional	de	museus.	
4.1 INTERNACIONAIS
O Conselho Internacional de Museus (em inglês: International Council of 
Museums, ICOM)	é	uma	organização	não	governamental	internacional,	sem	fins	
lucrativos,	que	se	dedica	a	elaborar	políticas	 internacionais	para	os	museus.	O	
ICOM	foi	criado	em	1946,	mantém	relações	formais	com	a	UNESCO	e	é	membro	
do	Conselho	Econômico	e	Social	da	Organização	das	Nações	Unidas.	Sua		sede	é	
junto	à	UNESCO	em	Paris.
Suas principais atividades são:
• Cooperação	e	intercâmbio	profissional.
• Difusão	de	conhecimentos	e	aumento	da	participação	do	público	em	museus.
• Formação	de	pessoal.
• Prática	e	promoção	de	ética	profissional.
• Atualização	de	padrões	profissionais.
• Preservação	do	patrimônio	mundial	e	combate	ao	tráfico	de	bens	culturais.
O Ibermuseus é uma iniciativa de cooperação e integração dos países 
ibero-americanos para o fomento e a articulação de políticas públicas para a área 
de	museus	e	da	museologia.	É	dirigido	por	um	Conselho	Intergovernamental	que	
define	 suas	 ações,	 estratégias	 e	 prioridades.	 É	 integrado	 por	 representantes	 de	
TÓPICO 2 — MUSEUS E CURADORIA
33
países-membros:	Argentina,	Brasil,	Chile,	Colômbia,	Costa	Rica,	Equador,	Espanha,	
México,	Paraguai,	Peru,	Portugal	e	Uruguai.	As	ações	e	projetos	são	executados	por	
meio	de	sua	Unidade	Técnica,	que	atualmente	tem	sede	no	Ibram,	em	Brasília.
Dentro	do	Ibermuseus,	o	Ibram	é	um	protagonista.	Coordena	a	linha	de	
sustentabilidade, tem participação ativa em todas as demais linhas de ação e 
acolhe	a	Unidade	Técnica	dentro	de	sua	estrutura.
4.2 NACIONAIS
O	 Instituto	Brasileiro	de	Museus	 foi	 criado,	 em	 janeiro	de	 2009,	 com	a	
assinatura	da	Lei	nº	11.906.	A	nova	autarquia	vinculada	ao	Ministério	da	Cultura	
(MinC)	sucedeu	o	Instituto	do	Patrimônio	Histórico	e	Artístico	Nacional	(Iphan)	
nos	direitos,	deveres	e	obrigações	relacionados	aos	museus	federais.
O	órgão	é	 responsável	pela	Política	Nacional	de	Museus	 (PNM)	e	pela	
melhoria dos serviços do setor – aumento de visitação e arrecadação dos museus, 
fomento	de	políticas	de	aquisição	e	preservação	de	acervos	e	 criação	de	ações	
integradas	entre	os	museus	brasileiros.	Também	é	responsável	pela	administração	
direta	de	cerca	de	30	museus	em	todo	território	nacional.
FIGURA 15 – MUSEUS E CENTROS CULTURAIS
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UNIDADE 1 — CULTURA VISUAL E ARTE
FONTE: <www.ibram.gov>. Acesso em: 22 set. 2019.
5 CURADORIA EDUCATIVA
A ação educativa visa o conhecimento intelectual do objeto juntamente com 
o	conhecimento	afetivo.	Juntos,	o	sensível	e	o	inteligível	possibilitam	que	o	sujeito	
e	o	objeto	se	relacionem	de	forma	que	o	primeiro	possa	significar	o	que	repercute	
dessa	relação.	O	sensível	refere-se	às	possibilidades	corpóreas	do	sujeito	ser	afetado,	
ou	seja,	ver,	ouvir,	tocar,	cheirar,	degustar,	intuir,	imaginar.	O	inteligível	é	o	que	a 
priori o sujeito traz e, pela percepção do que no sensível lhe aconteceu, possibilita 
um	jogo	entre	a	sensibilidade	e	o	entendimento	do	que	o	objeto	significa.
Essa relação entre o sujeito e o objeto pode transformar os entendimentos 
de	 forma	a	significá-los	no	mundo	vivido	do	sujeito	e	o	seu	reconhecimento	e	
valorização	pode	desencadear	o	novo	conhecimento	como	 traço	 identificatório	
comum.	 É	 precisamente	 aí	 que	 se	 torna	mais	 importante	 a	 interação	 entre	 os	
diversos	 sujeitos	 sociais,	 dando	 sentido	 e	 pertinência	 ao	 patrimônio	 cultural.	
O conhecimento se constrói numa estreita inter-relação entre o conhecimento 
intelectual	e	o	conhecimento	afetivo,	ou	seja,	a	identificação,	no	patrimônio,	de	
valores	que	nos	permitam	reconhecê-lo	como	um	bem.
A palavra curadoria tem origem epistemológica na expressão do latim 
curator,	 que	 significa	 tutor,	 ou	 seja,	 aquele	 que	 tem	 uma	 administração	 a	 seu	
cuidado,	sob	sua	responsabilidade.	A

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