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Soldagem dos Aços Inoxidaveis

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Centro Universitário do Leste de Minas Gerais
Soldagem
Soldagem dos aSoldagem dos açços inoxidos inoxidááveisveis
Prof. Reginaldo Pinto Barbosa
Centro Universitário do Leste de Minas Gerais
Soldagem
Soldagem dos aSoldagem dos açços inoxidos inoxidááveis veis 
martensmartensííticosticos
IntroduIntroduçãçãoo
Aços inoxidáveis martensiticos
� Comportamento metalúrgico similar ao dos aços carbono temperáveis, e quando 
aquecidos a uma temperatura suficientemente alta são austenitizados.
� Limites usuais de composição dos aços inoxidáveis martensíticos: Cr > 10,5 a 18%.
� São considerados os aços inoxidáveis de pior soldabilidade.
� Ao serem resfriados, a austenita irá se transformar podendo formar:
• Ferrita + carbonetos (baixa velocidade de resfriamento)
• Martensita (alta velocidade de resfriamento).
� São normalmente utilizados na condição temperado e revenido, ou na condição recozida;
� Além de Fe, Cr e C podem ter adições de Mo, V, W ou Ni, usados principalmente para 
melhorar a resistência à fluência a alta temperatura;
� Elementos estabilizadores da austenita podem ser usados em substituição parcial ao 
carbono para melhorar a soldabilidade dos mesmos. 
� Utilização de 2-4%Ni para obtenção de um aço totalmente temperável, com 16-
20%Cr e apenas 0,1%C → aço com melhor soldabilidade e melhor resistência à
corrosão
IntroduIntroduçãçãoo
Aços inoxidáveis martensiticos
403
C≤ 0,15
Cr 11,5/13
Si≤ 0,50
Mn≤ 1,00
Aplicação Tipo turbina: para 
lâminas forjadas ou usinadas de 
turbina e compressor. 
410
C≤ 0,15
Cr 11,5/13,5
Si≤ 1,00
Mn≤ 1,00
Aplicação Tipo turbina: aço inox 
de baixo custo para aplicações 
gerais, na forma de peças 
temperadas ou chapas e tiras 
recozidas. 
414
C≤ 0,15
Cr 11,5/13,5
Ni 1,25/2,50
Si≤ 1,00
Mn≤ 1,00
Aplicação Tipo turbina: para 
molas, lâminas de facas, etc. 
416
C≤ 0,15
Cr 12/14
P,S ou Se≥ 0,07
Mo ou Zr≤ 0,6
Si≤ 0,50
Mn≤ 1,00
Aplicação Tipo turbina, de 
usinagem fácil. 
431
C≤ 0,20
Cr 15/17
Ni 1,25/2,5
Si≤ 1,00
Aplicação Tipo turbina: 
melhores propriedades 
mecânicas e resistência à 
corrosão dentre os tipos 
martensíticos ou endurecíveis. 
420
C≤ 0,15
Cr 12/14
Si≤ 1,00
Mn≤ 1,00
Aplicação Tipo cutelaria: 
instrumentos cirúrgicos, 
mancais de esfera, válvulas, 
etc. 
ACE 498
DIN 1.4110
C 0,42/047
Cr 13/13,5
Mo 0,50/0,55
Aplicação Maior dureza, 
resistência ao desgaste, facas 
profissionais. 
440A- C 0,6/0,75
440B- C 0,75/0,95
440C- C 0,95/1,20
Cr 16/18
Mo ≤ 0,75
Si≤ 1,00
Mn≤ 1,00
Aplicação Tipo cutelaria e 
resistente ao desgaste: dureza 
elevada; para cutelaria, 
instrumentos cirúrgicos, 
válvulas, mancais anti-fricção, 
etc.
Microestrutura da regiMicroestrutura da regiãão soldadao soldada
Aços inoxidáveis martensiticos
� Solidificação da poça de fusão
� A poça de fusão se solidifica na forma de ferrita δ que, com o resfriamento 
transforma-se em austenita e depois em martensita.
� Metais de adição austeníticos (308, 309 ou 310)
� Zona fundida não endurecível.
� Boa tenacidade e ductilidade na condição soldada.
� Característica da ZAC
� Devido à sua elevada temperabilidade, a ZAC se transforma em martensita no 
resfriamento.
Microestrutura da regiMicroestrutura da regiãão soldadao soldada
Aços inoxidáveis martensiticos
Metal Base: 420 Metal de adição: 430
Metal Base: 420 Metal de Adição: 316L
Procedimentos de soldagemProcedimentos de soldagem
Aços inoxidáveis martensiticos
� Elevada Temperabilidade: ZF e ZAC formam martensita no resfriamento, sendo este 
o principal problema na soldagem dos aços inoxidáveis martensíticos
� Problemas relacionados à estrutura martensítica e trincas à frio.
� Teor de carbono → determina necessidade e parâmetros dos tratamentos de pré e pós 
aquecimento.
� Pré aquecimento da ordem do Mi (350 – 400ºC)
� Diminuir velocidade de resfriamento (martensita);
� Reduzir nível de tensões residuais;
� Redução do teor de hidrogênio dissolvido.
� O fator principal para determinar a necessidade e os parâmetros dos tratamentos 
térmicos de pré e pós aquecimento é o teor de carbono:
Carbono (%) Temp. Pré-aquecimento (oC) Energia de Soldagem Trat. Pós Soldagem
< 0,10 15 (mínima) normal opcional
0,10 a 0,20 205 - 260 normal resfriar lentamente
0,21 a 0,50 260 - 315 normal tratamento necessário
> 0,50 260 - 315 elevada tratamento necessário
Procedimentos de soldagemProcedimentos de soldagem
Aços inoxidáveis martensiticos
� Elevada Temperabilidade: ZF e ZAC formam martensita no resfriamento, sendo este 
o principal problema na soldagem dos aços inoxidáveis martensíticos
� Problemas relacionados à estrutura martensítica e trincas à frio.
� Teor de carbono - determina necessidade e parâmetros dos tratamentos de pré e pós 
aquecimento.
� Fissuração a frio pelo hidrogênio
� Presença de hidrogênio (T < Mf);
� Pré aquecimento de 200 a 250oC → possibilita que o hidrogênio absorvido na 
soldagem seja liberado;
� Energia de soldagem elevada → TTAS (difusão do hidrogênio) evitando a queda 
da temperatura até a ambiente.
� O risco de trincamento esta relacionado ao teor de carbono do material>
OBS: Aços inoxidáveis martensíticos com teor de carbono superior a 0,30% geralmente 
não são soldados devido à sua alta dureza.
� Utilização de metal de adição austenítico
Teor de Carbono (%) 0,068 0,133 0,206 0,45 0,6
Dureza Vickers (HV) 364 462 480 580 620
Tratamento tTratamento téérmico prmico póós soldagems soldagem
Aços inoxidáveis martensiticos
� Funções do tratamento térmico pós soldagem:
� Revenir ou recozer a ZF e a ZAC para diminuir a dureza ou melhorar a tenacidade.
� Diminuir as tensões residuais associadas com a soldagem.
� Permitir a difusão do hidrogênio.
� Revenimento entre 600 a 850oC, por algumas horas, para se obter na região de solda 
propriedades mecânicas semelhantes às do metal base;
� Recozimento pleno da solda para obtenção da estrutura completamente ferrítica.
Tipo
Faixa de temperaturas para 
revenimento (oC)
Faixa de 
temperaturas para 
recozimento (oC)
410, 420 650 - 760 830 - 890
440A, 440B, 440C 620 - 650 845 - 900
498 620 - 650 845 - 900
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Soldagem
Soldagem dos aSoldagem dos açços inoxidos inoxidááveis veis 
ferrferrííticosticos
IntroduIntroduçãçãoo
Aços inoxidáveis ferríticos
� Basicamente ligas Fe-Cr
� Baixo C (0,15%) / Alto Cr (13 a 17%) 
� Estrutura cúbica de corpo centrado 
(CCC)
� Para teores de 12 a 13% Cr são 
bifásicos na faixa de temperatura de 
900 a 1200ºC, sofrendo 
transformação parcial.
� Magnéticos
� Não endurecíveis por tratamento 
térmico
� Baixo custo em relação aos 
austeníticos
IntroduIntroduçãçãoo
Aços inoxidáveis ferríticos
� Efeito do carbono e do nitrogênio no campo da austenita (γ).
� Deslocamento da linha de contorno (γ+α)/α no sistema Fe-Cr com o aumento 
das adições de carbono (a) ou nitrogênio (b).
IntroduIntroduçãçãoo
Aços inoxidáveis ferríticos
� Principais ligas ferríticas: 430, 409, 439, 441 e 444.
� Comparação da soldabilidade e resistência a corrosão das ligas ferríticas
SOLDABILIDADE RESISTÊNCIA À CORROSÃO
fragilização boa430
OK (estabilizado) menor (somente 11% Cr)409
RESISTÊNCIA À CORROSÃO
OK (estabilizado)439 melhor que o 430 (presença Ti)
441 OK (estabilizado) melhor que 439 (Cr>17,5%; presença Ti)
444 OK (estabilizado) melhor que o 439 (presença Ti+ Mo)
IntroduIntroduçãçãoo
Aços inoxidáveis ferríticos
Este aço é muito utilizado em aplicações que não precisam de 
soldagem ou quando a solda não é considerada de alta 
responsabilidade
Aço 430A (16% Cr):
(não estabilizado
Por quê?
� Formação parcial da martensita
� Crescimento excessivo do tamanho de grão
boa resistência à corrosão
boa capacidade de estampagem
limitação: soldabilidade
Microestrutura da regiMicroestrutura da regiãão da soldao da solda
Aços inoxidáveis ferríticos
� Microestrutura da solda de um aço inoxidável ferrítico
Comparação das regiões de uma junta soldada com um diagrama Fe-Cr
Microestruturada regiMicroestrutura da regiãão da soldao da solda
Aços inoxidáveis ferríticos
T(oC)
METAL BASE
αααα
REGIÃO 
BIFÁSICA (ZAC)
REGIÃO DE 
CRESCIMENTO 
DE GRÃO (ZAC)
ZONA FUNDIDA
Microestrutura da regiMicroestrutura da regiãão da soldao da solda
Aços inoxidáveis ferríticos
Microestrutura de uma junta soldada de um aço 430 apresentando martensita na ZAC
� Formação da martensita
Aços inoxidáveis ferríticos
Alternativas para melhorar o Aço 430 na soldagem
� Fazer recozimento depois da solda: procedimento caro e muitas vezes impossível
� Adicionar elementos de liga estabilizadores: Ti e Nb
� Há formação de carbonetos destes elementos, portanto evita-se a formação de martensita
� Evita-se a formação de carbonitretos de cromo, portanto a resistência à corrosão do 
material é melhorada
� O crescimento de grão também é limitado pela presença de elementos de liga e 
precipitados
Ti e Nb tem muita afinidade química com o carbono/nitrogênio, logo:
Microestrutura da regiMicroestrutura da regiãão da soldao da solda
Aços inoxidáveis ferríticos
Microestrutura da regiMicroestrutura da regiãão da soldao da solda
Ferritico Estabilizado (Ti e Nb) Ferritico não estabilizado (temperado)
Comparação entre a ZAC de aço ferritíco estabilizado e não estabilizado
Procedimentos de soldagemProcedimentos de soldagem
Aços inoxidáveis ferríticos
� Baixa energia de soldagem, pelo uso de eletrodos de menor diâmetro e/ou baixa 
corrente de soldagem.
� Proporciona um resfriamento mais rápido e, consequentemente, menor probabilidade de 
problemas de fragilização (fase sigma, dos 475ºC e do crescimento de grão). 
� Pré aquecimento de até 200ºC, principalmente em peças mais espessas.
� Embora pareça paradoxal, tem pequeno efeito no tempo de permanência nas temperaturas 
de crescimento de grão, mas serve para manter a temperatura da junta acima da 
temperatura de transição, garantindo ductilidade suficiente para resistir às tensões 
residuais durante a soldagem.
� Tratamento térmico de 650-780 º C serve para aliviar as tensões, e melhorar as 
propriedades mecânicas da junta. 
� Nessa faixa de temperatura a difusão é ainda baixa para que o crescimento de grão (que já
é grande na ZF e na ZAC) preocupe ainda mais.
Procedimentos de soldagemProcedimentos de soldagem
Aços inoxidáveis ferríticos
� Deve-se fazer a soldagem heterogênea, ou seja, com eletrodo austenítico ou liga de 
níquel. 
� No caso de se utilizar metal de adição ferrítico, o mesmo pode conter Al, Ti ou Nb, para 
refinar o grão da ZF.
� Quando soldando aços com baixos teores de intersticiais, recomenda-se processos 
com proteção gasosa de gases inertes.
� Uma vez que podem aumentar a tendência de formação de martensita no metal de solda.
� A contaminação por hidrogênio e oxigênio também fragilizam as soldas de inox 
ferrítico. 
� Devem ser eliminados os procedimentos e fontes destes elementos, tais como umidade, 
óleos, graxas, contaminação atmosférica devido deficiência do sistema de proteção gasosa, 
etc. 
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Soldagem
Soldagem dos aSoldagem dos açços inoxidos inoxidááveis veis 
austenaustenííticosticos
IntroduIntroduçãçãoo
Aços inoxidáveis austeníticos
� São o maior grupo de aços inoxidáveis em uso. 
� Propriedades:
� Boa tenacidade e ductilidade
� Boa resistência mecânica e à corrosão a temperaturas elevadas.
� Elevada capacidade de endurecimento por deformação plástica.
� Soldabilidade relativamente boa. Sofrem transformação austenítica
� Principais ligas são aquelas contendo 18% Cr e 8% Ni (304).
� Sensitização
� Baixa solubilidade do carbono na 
austenita a baixas temperaturas.
� Precipitação M23C6: reduz resistência 
a corrosão.
� Influência dos elementos de liga: Mo, Nb e 
Ti.
Microestrutura da zona fundidaMicroestrutura da zona fundida
Aços inoxidáveis austeníticos
� Solidificação da poça de fusão
� A poça de fusão pode se solidificar como austenita primária ou ferrita primária.
� Com o rápido resfriamento ocorre retenção da ferrita delta na matriz austenítica. 
� Característica da zona fundida
� Predominantemente austenítica.
� Boa ductilidade sendo comparável a do metal base.
� Não é sensível à fissuração pelo hidrogênio
� Deve conter entre 4 a 10% de ferrita delta para evitar trincas a quente.
� Teor de ferrita deve ser controlado para evitar perda de resistência à corrosão, 
baixa tenacidade e não tornar-se magnética.
Microestrutura da zona fundidaMicroestrutura da zona fundida
Aços inoxidáveis austeníticos
Zona fundida de uma solda de aço austenítico
Linha de Fusão e ZF
Zona Fundida
Procedimentos de soldagemProcedimentos de soldagem
Aços inoxidáveis austeníticos
� Principais problemas associados à soldagem: fissuração e trincas a quente e 
sensitização.
� Soldar com baixa energia de soldagem: problemas de distorção e não são 
endurecíveis. Utilizar arcos mais curtos.
� Pré aquecimento é desnecessário.
� Martelamento de passes intermediários: reduzir tensões internas de tração.
� Temperaturas interpasses sempre inferiores a 200ºC: evitar permanência na faixa de 
sensitização (450 - 850ºC). 
� Alívio de tensões deve ser feito quando a espessura for grande ou quando houver
acúmulo de cordões de solda em peças complexas.
� Usar metal de adição de baixo carbono ou estabilizado (sensitização).
� Usar metal de adição que proporcione a presença de ferrita delta na zona fundida.
� Para evitar trinca a quente, usar eletrodo com baixo teor de S, P e Si.
� Atentar para os problemas de distorção durante a soldagem.
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Soldagem
Problemas na soldagem dos aProblemas na soldagem dos açços os 
inoxidinoxidááveisveis
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
� Esta forma de fissuração é considerada um dos maiores problemas de soldabilidade dos 
aços estruturais comuns, particularmente para processos de baixa energia de soldagem. 
� Ela pode ocorrer tanto na ZAC como na ZF. 
� A trinca se forma quando o material está próximo da temperatura ambiente 
(temperaturas inferiores a 400ºC).
� A sua formação inicia-se com um período de incubação, tendendo a crescer de forma 
lenta e descontínua e levando até 48 horas após soldagem para a sua completa formação.
� As trincas podem ser longitudinais, transversais, superficiais ou sub-superficiais, se 
originando, freqüentemente, a partir de concentradores de tensão, como a margem ou a 
raiz da solda. 
Fissuração pelo hidrogênio
� A fissuração pelo hidrogênio é causada quando ocorrem simultaneamente 3 fatores: 
Fissuração pelo hidrogênio
� Durante a soldagem, o hidrogênio proveniente de moléculas de material orgânico e 
umidade que são dissociadas no arco é absorvido pela poça de fusão, ficando em 
solução na solda após a solidificação.
� O hidrogênio difunde-se rapidamente no aço, atingindo regiões da ZF e, 
principalmente, da ZAC cuja microestrutura é fortemente fragilizada pela sua 
presença.
� Com a ocorrência de tensões de tração (residuais e externas), fissuras podem ser 
formadas. 
(a) presença de hidrogênio na região da solda:
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
(b) formação de microestrutura de elevada dureza, capaz de ser fortemente 
fragilizada pelo hidrogênio,
� Microestruturas de elevada dureza, particularmente a martensita, são, em geral, mais 
sensíveis à fissuração pelo hidrogênio. 
(c) solicitação de tensões residuais e externas. 
Fissuração pelo hidrogênio
� O nível de tensões residuais na solda pode ser minimizado, reduzindo, assim, a chance 
de fissuração, por medidas que podem ser tomadas no projeto.
� Cita-se, por exemplo, a seleção adequada da disposição das soldas e da sequência de 
montagem do componente ou estrutura. 
� Na execução, a adoção de sequências especiais de deposição e cuidados para se evitar a 
presença de mordeduras, reforço excessivo e falta de penetração na raiz também ajudam 
a minimizar o nível de tensões localizadas na solda e, desta forma, a chancede 
fissuração .
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
Fissuração pelo hidrogênio
� Processos que usam elevada energia de soldagem, como a soldagem a arco submerso e 
por eletroescória, apresentam menor risco de fissuração pelo hidrogênio.
� Cuidado com a especificação errônea do consumível: eletrodo de pequeno diâmetro 
(baixa energia) e teor de hidrogênio elevado. 
� Em geral, cuidados devem ser tomadas para evitar a contaminação de consumíveis ou 
do metal base com umidade, óleos ou graxa, pois estas substâncias podem fornecer 
hidrogênio à solda.
� A fissuração por hidrogênio pode ser controlada pelo pré-aquecimento da peça a ser 
soldada. Esta medida reduz a velocidade de resfriamento, possibilitando a formação de 
uma estrutura menos dura na ZTA e propiciando um maior tempo para que o hidrogênio 
escape da peça antes que se atinja as temperaturas de fragilização por este elemento. 
� Em casos particularmente sensíveis à fissuração, a junta ou toda a peça pode ser mantida 
aquecida após a soldagem (pós-aquecimento). 
Como evitar:
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
Trincas a quente em aços austeniticos
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
Como evitar:
� Menor teor de enxofre e fósforo no metal base e no metal de adição;
� Usar sempre que possível, metal de adição que propicie haver ferrita 
delta na estrutura da zona fundida;
� Uso de menor energia de soldagem;
� Evitar contaminação por oxigênio.
� Ocorre em temperaturas elevadas (acima de 1150oC).
� O tipo de trinca é intergranular. 
� Mecanismo: grãos envoltos por um filme líquido, não resistindo aos esforços 
de contração.
� Normalmente as trincas estão localizadas na zona fundida, embora possam 
ser encontradas também na ZAC ( trincas ou fissuras de liquação).
� Normalmente as trincas são superficiais (detecção por liquido penetrante).
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
Trinca de solidificação em chapas de aço inoxidável austenítico 310. 
Trincas a quente em aços austeniticos
Formação de fase sigma
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
� A fase sigma é um composto intermetálico de Fe-Cr em que a razão de 
composição é de aproximadamente um átomo de cromo para um átomo de 
ferro 
� Forma-se em temperaturas elevadas (550 a 950ºC).
� Apresenta uma dureza de 750 a 1000 Vickers (fase dura e frágeil). 
� Esta fase só se forma em teores de cromo acima de 20%, após grande tempo 
de exposição, o qual se reduz bastante se o aço é totalmente ferrítico.
� Quanto á soldagem, o cuidado a ser tomado é não soldar aços inoxidáveis 
que tenham fase sigma. Nesses casos quase sempre há formação de trincas.
� A fase sigma pode ser destruída após um 
tratamento térmico a temperaturas acima de 
1000°C. 
� Isto, entretanto, não imuniza o material 
contra novas precipitações de fase sigma e, 
portanto, sempre se deve ter cuidado quando 
se trabalha a temperaturas elevadas por 
longo período de exposição. . 
Fragilização a 475ºC
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
� O nome deriva do aspecto de que a 475°C a 
fragilização dos aços ferríticos é máxima.
� Ocorre como precipitação de zonas de ferrita 
ricas em cromo (fase α’), que causam um 
efeito de endurecimento por precipitação.
� Formação de uma fase rica em Cr (30%) e 
Mo, dura e frágil.
� Tem sido observada em todos os aços Fe-Cr, 
e em maior escala nos de mais alto cromo.
� A fragilidade pode ser associada com o 
aumento da dureza.
� Apesar de ser um tipo de fragilização 
possível de acontecer nos aços inox 
ferríticos, é um tipo de ocorrência quase 
impossível de aparecer apenas devido a 
processos de soldagem. 
Microestrutura de um aço 
inoxidável ferrítico fragilizado a 
4750C
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
� Os aços ferríticos não apresentam variação estrutural, desde a temperatura 
ambiente até a fusão. 
� Nas altas temperaturas que ocorrem na zona afetada pelo calor e na zona 
fundida, estão sujeitos ao crescimento irreversível e exagerado dos grãos.
� Esse fenômeno de crescimento dos grãos ocorre acima da temperatura de 
1100°C.
� O principal efeito do crescimento de grão é aumentar a temperatura de transição 
dúctil-frágil.
Fragilização pelo crescimento de grão
Como evitar:
� Uso de menor energia de soldagem.
� É aconselhável que o metal de adição 
depositado contenha Ti ou Nb e 
baixos teores de intersticiais (C e N).
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
� Precipitação de carbonetos de Cr no contorno de grão da austenita. Faixa crítica: 
450 a 850oC.
� Ao se precipitarem, os carbonetos empobrecem a região vizinha em cromo, 
tornando-a menos resistente ao ataque de certos ácidos que, agindo sobre o aço, 
provocarão arrancamento de grãos e a desintegração total do material. .
� Nas juntas soldadas há sempre uma região da ZAC que está sujeita à faixa de 
sensitização.
� Quando ocorre, a corrosão intergranular se dá como uma faixa paralela e próxima, 
mas não adjacente ao cordão de solda.
Corrosão intergranular
Como evitar:
� Tratamento de hipertêmpera.
� Usar metal base de baixo teor de carbono (304L 
ou 316L) ou estabilizado ao Ti (321) ou Nb (347).
� Usar metal de adição estabilizado ao Ti ou
Nb ou com baixo teor de C.
� Manter temperaturas interpasses inferior a 
200ºC.
Corrosão sob tensão
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
� Esforço conjugado de temperatura, tensões de 
tração e meio agressivo (principalmente cloretos).
� Trincas intergranulares ou transgranulaes.
� Há um tempo de incubação, em que a trinca se 
forma, mas não aparece. A seguir, propaga-se 
rapidamente .
� A velocidade de corrosão é muito lenta quando o 
teor de níquel vai a mais de 40% ou desce a 
menos de 5%.
� A soldagem pode contribuir indiretamente, pelas 
tensões residuais de tração, resultantes dos 
diferentes ciclos térmicos de soldagem.
� Aços austeno-ferríticos resistem melhor que os 
austeníticos. 
Trinca de CST na zona afetada 
pelo calor (ZAC) - Aço 304
Trinca de CST no metal de solda 
AISI 304 / Eletrodo E308L-16
Corrosão sob tensão
Problemas nas soldagem dos aços inoxidáveis
Como evitar?
� Redução do nível de tensões através de tratamento térmico de alívio de 
tensões (entre 900 e 1000°C);
� Utilizar martelamento
� Substituir aço inox austenítico por aços inoxidáveis ferríticos ou duplex;
� Controle da energia de soldagem.
Trincamento transgranular e ramificado em estrutura austenítica, 
transversal ao cordão de solda e à direção da tensão de tração aplicada.

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