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Embriogênese do coração

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Embriogênese do ❤️
Na terceira semana do desenvolvimento humano se inicia a formação do sistema cardiovascular. O desenvolvimento precoce desse sistema está relacionado com o rápido desenvolvimento do embrião e a necessidade da chegada de oxigênio e nutrientes para o embrião. A partir de células mesenquimais da área cardiogênica se desenvolve o coração e os vasos. 
O primórdio do coração são os cordões angioblásticos que canalizados e fundidos dão origem ao tubo cardíaco endocárdico. O coração tubular começa a bater por volta do vigésimo primeiro dia. Ao longo do desenvolvimento, esse tubo cardíaco endocárdico passa por uma série de dobramentos e transformações até obter sua forma final. O sistema cardiovascular é o primeiro sistema de órgãos a alcançar um estado funcional.
O mesoderma é divido em três porções: o mesoderma paraxial, intermediário e lateral. Como já há na imagem acima o desenvolvimento do celoma extraembrionário, o mesoderma lateral será dividido em duas porções: mesoderma esplâncnico e mesoderma somático. 
O primórdio do coração será formado no mesoderma esplâncnico, que compreendem aos cordões angioblásticos (maciços de células que surgem na região do mesoderma esplâncnico).
O celoma pericárdico dará origem a cavidade pericárdica e o septo transverso dará origem ao diafragma, portanto os dobramentos são importantes para deslocar essas estruturas para a posição ventral. 
O dobramento no plano horizontal é responsável por dar uma forma ligeiramente cilíndrica ao embrião.
• DESENVOLVIMENTO INICIAL DO CORAÇÃO
O coração é o primeiro órgão a funcionar nos embriões humanos, sendo observado o batimento cardíaco no vigésimo primeiro dia de desenvolvimento. O bombeamento de sangue se inicia entre o vigésimo quarto e vigésimo quinto dia do desenvolvimento. 
Duas populações mesodérmicas distintas com células progenitoras cardíacas multipotentes são responsáveis pela formação do coração, uma formando o campo cardíaco primário e a outra o segundo campo cardíaco. 
O campo primário, é formado por meio dos cordões pareados bilaterais formados pela linhagem primitiva de células mesodérmicas, enquanto o segundo campo cardíaco é constituído de células progenitoras cardíacas do mesoderma faríngeo. 
Células da crista neural também contribuem para a formação do coração, formando o trato de saída e artérias do arco faríngeo.
As células endocárdicas iniciais se separam do mesoderma para criar tubos cardíacos pareados (campo cardíaco primário). Conforme vai ocorrendo o dobramento embrionário lateral, os tubos endocárdicos do coração se aproximam e fundem-se para formar um único tubo cardíaco, se iniciando na extremidade cranial do coração, seguindo caudalmente. 
Já o mesoderma faríngeo, anterior ao tubo cardíaco primitivo, dá origem a maior parte do miocárdio ventricular e a parede do trato do fluxo de saída (veias e artérias), além de promover o crescimento e alongamento cardíaco (segundo campo cardíaco).
1) Células progenitoras cardíacas multipotentes de várias fontes contribuem para a formação do coração – incluindo duas populações mesodérmicas distintas (campo cardíaco primário e campo cardíaco secundário)
2) Folheto embrionário: Mesoderma. Porção: mesoderma lateral esplâncnico. Devido a formação do celoma intraembrionário, há a divisão do mesoderma lateral em duas camadas: somática e esplâncnica. Os cordões angioblásticosse formarão no interior da subdivisão do mesoderma esplâncnico.
3) Cordões angioblásticos: Células mesodérmicas emergem do terço cranial da linha primitiva durante o início da gastrulação e migram na direção craniofacial para formar cordões pareados bilaterais a linha primitiva. Esses cordões são chamados de cordões angioblásticos.
4) Esses cordões angioblásticos sofrem processo de canalização e formam tubos que denominamos de tubos cardíacos endocárdico.
• FORMAÇÃO DO TUBO CARDÍACO PRIMÁRIO
1) Ao final da terceira semana, o embrião é um disco trilaminar plano.
2) Durante a quarta semana, o embrião cresce rapidamente e se inicia um processo de dobramento (esse dobramento se dá em dois planos: dobramento do embrião no plano mediano e dobramento do embrião no plano horizontal).
3) Durante o processo de dobramento no plano mediano, na região da prega cefálica, a porção mais cranial do primeiro campo cardíaco é puxada ventralmente e caudalmente para se situar na posição ventral do embrião (correto posicionamento do coração primitivo).
Além do correto posicionamento do coração em formação, a formação da prega cefálica é importante para o correto posicionamento de outras estruturas que se relacionam com esse coração em desenvolvimento: correto posicionamento do septo transverso (futuro diafragma) e correto posicionamento do celoma pericárdico (futura cavidade pericárdica) 
3) Conforme acontece o dobramento no plano horizontal , os tubos cardíacos endocárdicos (também chamados de braços do primeiro campo cardíaco) se aproximam e se fundem dando origem à um único tubo cardíaco endocárdico (chamado de tubo cardíaco primário)
4) Observação: os tubos endocárdicos são vasos que se formam no interior do primeiro campo cardíaco. A fusão ocorre no local do portal intestinal anterior e avança no sentido cranial-caudal à medida que o tubo do intestino anterior se alonga. Falha na fusão dos braços do primeiro campo cardíaco leva a formação de duas estruturas tubulares (e não somente um único tubo endocárdico), ocasionando cárdia bífida.
5) No tubo cardíaco primário há progenitores dos átrios, ventrículo esquerdo e endocárdio. A parede do tubo cardíaco endocárdico dá origem a camada mais interna do coração chamada de endocárdio.
6) Conforme ocorre a fusão mencionada acima, acontece a proliferação celular no primeiro campo cardíaco e são adicionados segmentos caudais ao coração em desenvolvimento.
7) Formação do miocárdio: massa de mesoderma esplâncnico contendo células progenitoras miocárdicas envolvem o tubo cardíaco endocárdico e dão origem ao miocárdio (esse evento ocorre entre o 21º e 22º dia de desenvolvimento humano).
8) Formação da geléia cardíaca: o miocárdio em desenvolvimento é responsável pela síntese de matriz extracelular acelular (geléia cardíaca). A geléia cardíaca se localiza entre o endocárdio e o miocárdio em formação.
Essa geléia é importante para a formação dos coxins endocárdicos que vão ser responsáveis pela septação átrio-ventrículo.
9) Formação do epicárdio (revestimento visceral da cavidade pericárdica que cobre o coração): formado por população de células mesodérmicas derivadas do mesorderma esplâncnico que migra para a porção superficial do miocárdio.
10) Nas próximas semanas o tubo cardíaco primitivo irá passar por uma série de constrições e expansões que irão contribuir para a formação das quatro câmaras cardíacas. São as quatro câmaras cardíacas que torna possível a futura existência da circulação pulmonar e sistêmica.
11) Áreas do tudo cardíaco endocárdico a partir da extremidade caudal (influxo – trato de entrada): 
- Seio venoso: Formado pelo corno do seio venoso esquerdo e corno do seio venoso direito parcialmente confluentes (São as veias de entrada do tubo endocárdico – ao longo do desenvolvimento do sistema cardiovascular sofrem remodelação);
- Átrio primitivo (comum): Área cranial ao seio venoso que após septação dará origem ao átrio direito e ao átrio esquerdo;
- Ventrículo primitivo esquerdo e ventrículo primitivo direito: Essa área se localiza cranial ao átrio primitivo. Ventrículo primitivo esquerdo e direito são separados por uma prega muscular que posteriormente irá contribuir para a formação de uma porção do septo ventricular;
- Trato de saída: É a área de saída do ventrículo direito e esquerdo. Dividido em: trato de saída proximal (cone arterial e/ou bulbo arterioso) e trato de saída distal (tronco arterial). O cone arterial futuramente será incorporado ao ventrículo esquerdo e ventrículo direito. O tronco arterial irá se dividir nos grandes vasos: aorta ascendente e tronco pulmonar.
A região do seio venoso (corno direito e esquerdo) corresponde aotrato de entrada do coração, logo acima dele percebe-se o ventriculo, entre essas estruturas há a região do átrio primitivo. Acima do ventrículo é possível observar o bulbo cardíaco e o tronco arterioso (trato de saída do coração - que futuramente será septado e dará origem a aorta e a troncopulmonar) Dobramento do coração: ele ocorre de forma ventrocaudal (porção do ventrículo) e dorsocefálico (porção do átrio)
Com 24 dias o seio venoso é bilateralmente simétrico. Ao longo do desenvolvimento, as veias que formam o corno esquerdo do seio venoso vão desaparecendo dando origem ao seio coronário, o seio coronário vai sendo incorporado ao lado direito do átrio primitivo.
12) Na formação do ventrículo direito e no trato de saída há a participação de uma fonte adicional de células precursoras cardíacas, o segundo campo cardíaco.
13) Saco aórtico: extremidade cranial do trato de saída é conectada como saco aórtico. Na outra extremidade o saco áortico é contínua com a artéria do primeiro arco aórtico.
14) Formação do seio pericárdico transverso: no início da quarta semana há a ruptura do mesocárdio dorsal formando assim o seio pericárdico transverso. O mesocárdio dorsal é formado pelo mesoderma esplâncnico localizado abaixo do intestino anterior, ele é responsável pela sustentação inicial do tubo cardíaco endocárdico na cavidade pericárdica.
Destaque para seio pericárdico transverso: importante via de acesso para controle de fluxo sanguíneo. Esse espaço é utilizado para a passagem de ligaduras para controlar o fluxo sanguíneo em crianças e adultos submetidos à cirurgia.
15) Segundo campo cardíaco: fontes adicionais de células cardíacas progenitoras são recrutadas do mesoderma imediatamente e adjacente e medial ao crescente cardíaco inicial. A fonte dessas células é chamada de segundo campo cardíaco.
16) O tubo cardíaco endocárdico sofre alongamento em ambas as extremidades.
17) Estudos sugerem que os tratos de saída proximal e distal, o ventrículo direito e uma porção dos átrios tenham sua origem a partir do mesoderma do segundo campo cardíaco.
18) Observação: a maior parte dos principais vasos sanguíneos do embrião se desenvolvem ao mesmo tempo que o tubo cardíaco endocárdico.
• DOBRAMENTO CARDÍACO (looping cardíaco)
1) No vigésimo terceiro dia: o tubo cardíaco endocárdico sofre alongamento e se curva (na forma de um C para o lado direito). Esses eventos ocorrem simultanemante.
2) Formato de S: o tubo endocárdico continua se alongamento nos polos arterial e venoso e adquire a forma de S. Devido a esse processo:
- Ventrículo direito primitivo: deslocado cauldamente, ventralmente e para a direita;
- Ventrículo esquerdo primitivo: deslocado para a esquerda;
- Átrio primitivo: deslocado dorsalmente e cranialmente
3) No vigésimo oitavo dia: alongamento do tubo cardíaco endocárdico é concluído, porém continua havendo remodelação adicional.
O Trato de saída: deve se localizar entre os futuros átrio; e o Canal atroventricular: deve se alinhar com ambos os ventrículos.
4) Resultado final do dobramento cardíaco: estabelecer a relação espacial correta entre as quatro câmaras cardíacas. 
O restante do desenvolvimento do coração depende ainda da remodelação das câmaras cardíacas, desenvolvimento dos septos e válvulas entre essas câmaras; formação do epicárdio, vasculatura coronária, inervação cardíaca e sistema de condução.
• REMODELAÇÃO DO SEIO VENOSO (2º fechamento)
No vigésimo segundo dia do desenvolvimento humano o sistema cardiovascular primitivo é bilateralmente simétrico. O sangue inicialmente entra no coração através dos cornos dos seios direito e esquerdo pelas veias cardinais comuns, veias umbilicais e veias vitelínicas. Porém, juntamente com a remodelação do tubo endocárdico cardíaco acontece a remodelação da vasculatura primitiva, o que permite a produção das circulações sistêmica e pulmonar.
A remodelação da extremidade de influxo (seio venoso) ocorrerá entre a quarta e a oitava semana do desenvolvimento humano e como consequência todo o sangue venoso sistêmico entrará no corno direito do seio venoso pelas veias cava superior e inferior. 
1) Inicialmente: seio venoso se abre no centro da parede dorsal do átrio primitivo – corno direito e esquerdo são do mesmo tamanho, bilateralmente simétricos.
2) Ocorre um aumento progressivo do corno direito do seio venoso, que ocorre devido a: 
- Transformações das veias vitelínicas e umbilicais
- Formação da veia braquiocefálica esquerda.
3) Final da quarta semana: corno direito do seio venoso é maior que o corno esquerdo do seio venoso.
4) O orifício sinoatrial é deslocado para a direita, dessa forma ele se abre na porção do átrio primitivo que dará origem ao átrio direito.
5) Com o aumento do corno direito do seio venoso, ele passa a receber o sangue proveniente da cabeça e do pescoço pela veia cava superior.
6) O corno esquerdo do seio venoso sofre remodelação e se torna o seio coronário.
7) O corno direito do seio venoso é incorporado a parede do átrio (futuro átrio direito).
8) Sinus venarum do átrio direito: corresponde a porção lisa da parede do átrio derivada do seio venoso.
9) Remodelação do átrio direito: durante a quarta e quinta semana de desenvolvimento.
• ABSORÇÃO DA VEIA PULMONAR E FORMAÇÃO DO ÁTRIO ESQUERDO (2º fechamento)
1) Na quarta semana de desenvolvimento humano é originada a veia pulmonarna linha média no mesocárdio dorsal caudal.
2) O mesocárdio dorsal caudal conecta o pulmão rudimentar ao átrio esquerdo em desenvolvimento.
3) A veia pulmonar se divide em ramos direito e esquerdo, que novamente se bifurcam dando origem a quatro veias pulmonares no total.
4) As veias crescem em direção ao pulmão rudimentar.
5) Há a invaginação das veias pulmonares no átrio esquerdo formando assim a parede lisa desse átrio.
6) Consequência da absorção da veia pulmonar: formação da parede lisa do átrio esquerdo e abertura do sistema venoso pulmonar para o átrio esquerdo.
7) Porção trabeculada: a aurícula esquerda possui aspecto trabeculado e rugoso e se deriva do átrio primitivo.
• SEPTAÇÃO DO CORAÇÃO PRIMITIVO
A septação do coração primitivo se inicia durante o meio da quarta semana e na oitava semana está completa. Ocorre a divisão do canal atrioventricular, átrio primitivo, ventrículo primitivo e trato de saída. Esses eventos ocorrem simultaneamente.
Divisão do canal atrioventricular
A divisão do canal atriventricular se dá através da formação dos coxins endocárdicos na parede ventral e dorsal do canal atrioventricular.
- Coxins endocárdicos: Formados a partir de uma transição epitélio mesenquimal.
1) Células endocárdicas na região atrioventriular e no trato de saída sofrem uma transição epitélio mesenquimal, invadindo a matriz extracelular (geléia cardíaca). Assim há a proliferação dessas células e diferenciação em tecido conjuntivo; posteriormente células derivadas do epicárdio também preenchem os coxins endocárdicos atrioventriculares.
2) Ocorre a fusão dos coxins endocárdicos, o que contribui para a formação da porção membranosa dos septos ventricular e atrial;
3) Os coxins endocárdicos atrioventriculares em conjunto com os coxins laterais estão envolvidos na formação das valvas atrioventriculares;
4) Os coxins formados no trato de saída, além da participação de células do endocárdio possuem também células da crista neural (participação ectodérmica);
5) Coxins do trato de saída são responsáveis pela separação dos vasos aorta e tronco pulmonar, septação ventricular e formação das valvas semilunares.
Septação do átrio primitivo
No início da quarta semana o átrio primitivo é dividido parcialmente em átrio direito e esquerdo, há a formação de dois septos que são modificados e posteriormente fundidos.
- Forame primário (Foramen primum): grande abertura, localizada entre as margens crescentes livres e os coxins endocárdicos.
- Septo primário (Septum primum): durante a remodelação atrial (próximo ao 26º dia de desenvolvimento), aparece uma projeção no teto do átrio ao longo da linha média no local abaixo do trato de saída sobreposto. Essa projeção vai ficandomais funda, e essa fina membrana em forma de crescente cresce em direção aos coxins endocárdicos;
Perfurações produzidas por apoptose aparecem na região dorsal do septo primário, que se juntam e formam um novo forame:
- Forame secundário (Foramen secundum): permite que haja o desvio continuado do sangue oxigenado do átrio direito para o átrio esquerdo.
 - Septo secundário (Septum secundum): surge durante o alongamento do septo primário, quando uma nova crista de tecido em forma de crescente aparece no teto do átrio primitivo, adjacente e à direita do septo primário. O septo secundário é mais espesso e musculoso, ao contrário do septo primário que é uma delgada membrana.
A borda do septo secundário cresce em direção craniocaudal e dorsoventral, porém deixa uma abertura entre os dois átrios, o forame oval.
- Forame oval: abertura próxima ao assoalho do átrio direito. Permite a passagem de sangue oxigenado do átrio direito para o esquerdo.
Durante o período fetal o sangue bem oxigenado passa do átrio direito para o átrio esquerdo e atravessa as duas aberturas escalonadas (forame secundário e forame oval), quando a pressão aumenta;
Após o nascimento: a pressão no átrio esquerdo aumenta devido ao retorno do sangue dos pulmões. Assim, o septo primário é pressionado contra o septo secundário e há a fusão dos dois septos;
O forame oval é fechado fisiologicamente: com aproximadamente 3 meses de vida pós natal – assim, o septo interatrial se torna uma divisão completa entre os átrios; com o fechamento do forame oval é formada a fossa oval.
Septação do ventrículo primitivo
No final da quarta semana há a formação do septo interventricular muscular, que junto com o septo membranoso irão dividir o ventrículo primitivo em duas câmaras.
1) Septo interventricular muscular: iniciado por uma crista muscular mediana no assoalho do ventrículo próximo ao seu ápice; Miócitos dos ventrículos primitivos direito e esquerdo contribuem para a porção muscular do septo.
2) Porção membranosa do septo interventricular: a porção membranosa resulta da fusão de tecidos de três fontes (crista bulbar direita, crista bulbar esquerda e o coxim endocárdico); derivada de uma extensão tecidual do lado direito do coxim endocárdico até a porção muscular do septo, com a participação de células da crista neural. Esse tecido se une ao septo aorticopulmonar e à porção muscular espessa do septo interventricular.
- Forame interventricular: espaço entre a margem livre do septo interventrivular e os coxins endocárdicos. Até a sétima semana esse espaço não se fecha; O forame interventricular se fecha ao final da sétima semana quando há a fusão das cristas bulbures com os coxins endocárdicos.
Comunicação do tronco pulmonar com o ventrículo direito e a aorta com o ventrículo esquerdo: ocorre após o fechamento do forame interventricular e formação da porção membranosa do septo interventricular
3) Trabéculas cárneas: massa esponjosa de feixes musculares que formam devido a cavitação das paredes ventriculares;
4) Músculos papilares e cordas tendíneas: formados através da diferenciação das trabéculas cárneas; as cordas tendíneas se estendem dos músculos papilares para as valvas atrioventriculares.
Septação do bulbo cardíaco e tronco arterioso
A separação do trato de saída e dos ventrículos deve ser coordenada com o realinhamento do trato de saída em relação aos ventrículos para que ocorra o correto funcionamento do coração.
1) Iniciando na quinta semana de desenvolvimento humano, as cristas bulbares e troncais crescem a partir das paredes do trato de saída comum
2) Coxins endocárdicos do trato de saída: se desenvolve no trato de saída em alongamento à medida que o miocárdio derivado do segundo campo cardíaco vai sendo adicionado ao tubo cardíaco endocárdico;
3) Células da crista neural: migram através da faringe primitiva e dos arcos faríngeos para atingir as cristas;
4) Coxins endocárdicos diferenciados em partes proximais (conais) e distais (truncais):
- Coxins proximais: se fundem para formar o septo de saída e a parede da porção do cone de ambos os ventrículos. Septo proximal se torna muscularizado por um processo denominado de miocardialização; 
5) Ocorre a rotação de 180 graus em espiral do trato de saída e do tecido do coxim endocárdico – conforme ocorre a migração das células da crista neural. Essa rotação é necessária para o correto alinhamento da aorta e do tronco pulmonar. Esse alinhamento ocorre pela adição assimétrica de miocárdio derivado do segundo campo cardíaco na extremidade arterial.
6) Septo aorticopulmonar: a orientação espiral das cristas, causada em parte pelo fluxo sanguíneo dos ventrículos resulta na formação do septo aorticopul- monar. Divide o bulbo cardíaco e tronco arterioso em dois canais arteriais: aorta ascendente e tronco pulmonar.
7) Bulbo cardíaco:
- No ventrículo direito (VD) dá origem ao infundíbulo: origem do tronco pulmonar;
- No ventrículo esquerdo (VE) dá origem as paredes do vestíbulo aórtico: porção da cavidade ventricular logo abaixo da valva aórtica.
Desenvolvimento das valvas cardíacas
Ocorre o desenvolvimento das valvas semilunares quando a divisão do troncoarterioso está quase completa.
1) Valvas semilunares: se desenvolvem a partir de três brotamentos do tecido subendocádico ao redor dos orifícios da aorta e do tronco pulmonar, com a participação de células da crista neural;
2) Valvas atrioventriculares (valvas tricúpides e mitral): se desenvolvem de forma similar às valvas semilunares a partir de uma proliferação de tecidos localizados ao redor dos canais atrioventriculares.
• SISTEMA DE CONDUÇÃO DO CORAÇÃO
1) Ao longo do desenvolvimento, a onda de impulso se move do polo venoso ao polo arterial do coração;
2) O átrio atua como o marca passo temporário do coração até o seio venoso assumir essa função;
3) Na quinta semana de desenvolvimento aparece o nó sinoatrial na parede direita do seio venoso, e é incorporado ao átrio direito durante a remodelação do seio venoso. Assim, ele estará localizado no alto do átrio direito, próximo à entrada da veia cava superior;
4) Nó e feixe atrioventricular: formados por células da parede esquerda do seio venoso. Nó e feixe atrioventricular estão localizados acima dos coxins endocárdicos;
5) Fibras que surgem do feixe atrioventricular passam do átrio para o ventrículo e se dividem em feixes de ramos direito e esquerdo;
6) As duas câmaras (atrial e ventricular) se tornam isolados eletricamente pelo tecido fibroso;
7) Conforme ocorre o desenvolvimento das quatro câmaras cardíacas, o epicárdio dá origem a uma faixa de tecido conjuntivo que forma parte do esqueleto fibroso;
8) Células da crista neural: papel importante na formação da inervação parassimpática do coração, que tem papel essencial no desenvolvimento do sistema de condução do coração.
Anatomia do ❤️
O coração é uma bomba dupla de sucção e pressão, que impulsiona o sangue pela dupla alça infinita formada pelos circuitos pulmonar e sistêmico. As câmaras direitas do coração servem ao primeiro e as câmaras esquerdas, ao segundo. 
O coração tem o formato de uma pirâmide inclinada, com o ápice em direção anteroinferior e para a esquerda, e a base oposta ao ápice (posterior). Cada lado do coração tem uma câmara de recepção (átrio) e uma câmara de sucção, compressão e expulsão (ventrículo). Tem o tamanho um pouco maior do que uma mão fechada. 
As câmaras bilaterais (portanto, os circuitos sistêmicos de alta pressão e pulmonar de baixa pressão) são separadas por um septo cardíaco formado principalmente por tecido muscular, mas parcialmente membranáceo. 
O pericárdio é um tecido em forma de saco que envolve todo o coração e as raízes dos seus vasos (artéria aorta, veia cava superior, veia cava inferior, tronco pulmonar e veias pulmonares). É considerado um tecido fribrosseroso por possuir duas porções: o pericárdio fibroso (externo), que possui apenas uma camada, e o seroso (interno) que possui duas. As duas camadas do pericárdio seroso são separadas pela cavidade pericárdica, na qual se encontra um líquido lubrificanteque faz parte do sistema hidrostático cardíaco que diminui o atrito do coração com os tecidos adjacentes.
O esqueleto fibroso do coração é um arcabouço de tecido fibroso que forma os anéis fibrosos das valvas e o trígonos fibrosos esquerdo e direito, que estão entre a valva da aorta e valva mitral, e valva da aorta e valva tricúspide respectivamente. É nesse esqueleto que as fibras musculares cardíacas se fixam. 
O esqueleto fibroso tem sua importância, pois mantém os óstios das valvas sempre abertos, impedindo que ocorra uma distensão pelo aumento da pressão dentro do órgão. Fornece também uma inserção fixa para as válvulas das valvas.
Divisões
Está dividido em quatro câmaras: átrio direito (AD), ventrículo direito (VD), átrio esquerdo (AE) e ventrículo esquerdo (VE). 
Contém valvas cardíacas: são orifícios com dispositivos orientadores da corrente sanguínea. São elas: valva tricúspide ou atrioventricular direita; valva bicúspide ou atrioventricular esquerda ou mitral, Valva pulmonar e valva aórtica. 
Tem a forma aproximada de um “cone truncado” e apresenta uma base, um ápice e as faces: esternocostal, diafragmática e pulmonar. 
O coração pode ser dividido em três camadas. O endocárdio, miocárdio e epicárdio. 
- Endocárdio: é uma lâmina fina presente em toda a superfície interna do órgão e suas valvas podendo ser granular ou liso (granular quando contém trabéculas e liso quando não as tem).
- Miocárdio: é a parte muscular da parede do órgão e está entre o endocárdio e o pericárdio. Ele é muito visível no septo interventricular, além de possuírem células especializadas nos ventrículos; essas células, dispostas em orientação perpendicular ao tecido de revestimento, aumentam a força de contração. 
- Epicárdio: faz parte na verdade do próprio pericárdio, sendo apresentado como a lâmina visceral do pericárdio seroso.
Localização
Encontra-se na cavidade torácica, atrás do osso esterno, acima do músculo diafragma, no espaço entre dois sacos pleurais – o mediastino. A cavidade torácica por sua vez pode ser dividida em três partes: duas cavidades pleurais (onde estão os pulmões) e um mediastino (que está entre as cavidades pleurais). 
O mediastino pode ainda ser superior (região acima do pericárdio, presente da vértebra T1 à T4) e inferior (região logo abaixo do início do pericárdio, presente da vértebra T5 até o músculo diafragma). O mediastino inferior ainda pode ser subdividido em três partes. Anterior (que contém o timo), médio (que contém o coração) e posterior (que contém o esôfago e aorta torácica).
Sua maior porção está localizada à esquerda do plano mediano do nosso corpo. Apresenta-se obliquamente à base medial e ao ápice lateral.
Morfologia externa
O coração externo é comumente dividido em ápice, base e mais três faces: esternocostal, diafragmática e pulmonar. A base está constituída dos átrios direito e esquerdo. 
As veias cavas superior e inferior e as veias pulmonares penetram no coração pela base. É também a porção posterior do coração em posição anatômica. O ápice é contralateral a base e é frequentemente arredondada, formada pela parte ínfero-lateral do ventrículo esquerdo e é onde ocorre o batimento apical (pulsação máxima do coração). 
- Face esternocostal (anterior): A face esternocostal é formada principalmente pelo ventrículo direito. Nele também se encontram o cone arterial (ou infundíbulo) que se tornará o tronco pulmonar. 
- Face pulmonar (esquerda): Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, ela causa a impressão cardíaca do pulmão esquerdo. 
- Face pulmonar (direita): Formada principalmente pelo átrio direito. 
- Face diafragmática (inferior): É formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e parcialmente pelo ventrículo direito e repousa, principalmente, sobre o centro tendíneo do diafragma.
O coração possui ainda quatro margens: direita, inferior, superior e esquerda.
- Margem direita: é uma margem ligeiramente convexa, formada pelo átrio direito e se estende entre a veia cava superior e veia cava inferior. 
- Margem inferior: quase horizontal, formada pelo ventrículo direito e parte do ventrículo esquerdo. 
- Margem superior: formada pelos átrios, aurículas direita e esquerda anteriormente. Saem dessa margem a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar e a veia cava superior entra pelo seu lado direito. 
- Margem esquerda: quase vertical, é formada pelo ventrículo esquerdo e parte da aurícula esquerda.
Morfologia interna
A morfologia interna do coração está relacionada às câmaras cardíacas que tem sua origem na cavidade cardíaca, denominadas septos. Os septos se dividem em quatro câmaras:
- Átrio direito (AD): a ele chega a veia cava superior, veia cava inferior e a veia coronária, transportando sangue venoso de todo o organismo, inclusive do músculo cardíaco.
- Ventrículo direito (VD): formado por uma musculatura mais espessa que o átrio, dele sai a artéria pulmonar, que se divide em artéria pulmonar direita e esquerda, cada qual indo para um pulmão respectivamente, transportando sangue venoso para os pulmões.
- Átrio esquerdo (AE): é constituído por uma parede mais resistente que a do átrio direito. Em sua cavidade desembocam duas veias pulmonares direitas e duas veias pulmonares esquerdas, que recebem sangue arterial vindo dos pulmões.
- Ventrículo esquerdo (VE): é a cavidade mais espessa de musculatura cardíaca, recebe san- gue do átrio esquerdo, de onde sai a artéria aorta.
- Valva tricúspide ou atrioventricular direita: está localizada entre o átrio direito e o ventrículo direito. Abrem-se permitindo a passagem do sangue do átrio para o ventrículo e se fecham impedindo o refluxo do sangue do ventrículo para o átrio. 
- Valva bicúspide ou atrioventricular esquerda ou mitral: está localizada entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, tem a mesma função da valva tricúspide, porém do lado esquerdo do coração.
- Valva pulmonar: está localizada entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar. Quando se abre permite a saída do sangue dos ventrículos para as artérias, e quando se fecha impede o refluxo do sangue para dentro do ventrículo.
- Valva aórtica: está localizada entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta e tem a mesma função da valva pulmonar.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Moore, K. L.; Persaud, T. V. N. Embriologia clínica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
SCHOENWOLF, G. C.; BLEYL, S. B.; BRAUER, P. R.; FRANCIS-WEST, P. H. 
Larsen Embriologia Humana. 4ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2010.
Anatomia humana : atlas colorido e texto / J. A. Gosling … [et al.] ; tradução Beatriz
    Araújo de Rosário … [et al.] ; revisão técnica Rafael Cisne de Paula - 6. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2019.

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