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RESUMO REPÚBLICA DE PLATÃO LIVRO 2 Depois da saída de Trasímaco, com a última argumentação proposta por Sócrates no Livro 1 sobre justiça, o Livro 2 retoma o assunto quando Glauco inicia com a enumeração de três espécies de bens: 1) Que buscamos, não desejando as suas consequências, mas por apreciarmos por si mesmo, como a alegria e os prazeres inofensivos. 2) Que gostamos por si mesmo e também pelas suas consequências, como a sensatez, a vista e a saúde. 3) Que nós buscamos não por ele mesmo, mas pelas consequências. Bens não agradáveis, mas úteis, que não aceitamos sua posse por amor a eles, mas sim ao salário. Exemplos: ginástica e a arte da cura de doenças. Após isso, Glauco pergunta a Sócrates: Que tipo de bem se aplica à justiça? E Sócrates responde que é a segunda. (358a) Para Glauco, o que parece é que a justiça é na realidade o terceiro bem. Glauco diz que as pessoas não são justas por considerarem a justiça um bem que traga benefícios, consequências positivas, e sim porque a impossibilidade de cometer injustiças é prescrita em leis e convenções sociais. Todos que praticam justiça fazem contra sua vontade como coisa necessária, mas não como boa. (359a-b) Depois ele diz (359 c-d): Se concedêssemos o justo e o injusto a possibilidade deles fazerem o que quisessem, ambos cometeriam injustiças. A partir disso, ele introduz o ponto do Mito do Anel de Giges. (359c-360b) Giges: era um pastor de serviço de um rei. Certo dia, durante uma tempestade acompanhada de um terremoto, o solo se abriu e formou uma fenda, precipício, perto de seu rebanho que pastava. Ao investigar essa fenda, encontrou um cavalo de bronze e oco, e próximo a ele um cadáver, com um anel de ouro, que Giges se apoderou. Após o ocorrido, com o anel no dedo, Giges foi assistir a assembleia habitual dos pastores locais, e girou o anel na sua mão, e percebeu que ficou invisível aos olhos das pessoas ao redor. Diante de tal poder, ele se juntou aos mensageiros que iriam até o rei, e quando entrou no palácio seduziu a rainha e conspirou com ela, a morte do rei. Após esse acontecimento, se tornou o rei de Lídia. Com esse exemplo, o Glauco conclui que ninguém é justo por vontade própria, e sim por obrigação. Para ele, uma vez sendo possível cometer injustiça sem consequências, como foi visto por Giges, todos cometeriam. E complementa que quem pratica injustiça extrema consiste em aparentar ser justo, mesmo não sendo. Então, ele compara dois extremos ( injustiça e justiça) através da personificação de dois tipos de homens: o que parece justo aos olhos de todos, que é na verdade o injusto, e o outro que parece injusto aos olhos de todos, que na realidade é justo. ➥ A conclusão é qual deles é o mais feliz, no qual Glauco diz que o homem justo seria respeitado, mas é torturado por todos para que sirva de exemplo de pregar o ideal social: parecer justo sem ser. ➥ Glauco diz que o homem justo seria mais agradável aos deuses e aos outros homens por conceder benefícios a eles, mas não seria benéfico a ele. A partir do mito narrado, Glauco espera ter convencido Sócrates de que a justiça não é em si uma virtude, mas sim o parecer ser justo, já que todos são corruptíveis Adimanto entra com uma tese, contrária de Glauco, que é sobre todos elogiarem a justiça e censurarem a injustiça: “os pais recomendam que os filhos sejam justos, não pelo bem que a justiça representa em si, mas sim pela reputação e benefícios que a aparência de uma vida justa acarretaria.” ➥ Após isso, ele pede que Sócrates mostre como a justiça prevalece sobre a injustiça e as consequências que elas produzem em seus possuidores. Sócrates: devemos primeiro olhar para o aspecto macro da justiça ao invés de começarmos olhando no que diz respeito aos indivíduos. Então, o filósofo introduz a ideia de que seria mais razoável examinar a justiça no contexto de uma cidade, em seguida partir do aspecto da justiça nos indivíduos. ( 368e-369a) A partir disso, eles constroem o pensamento de uma cidade ideal, que sua base seria as necessidades básicas humanas, como a alimentação, a nossa vida e a conservação do nosso ser, moradia, vestimenta, segurança, entre outros. Após um longo diálogo, ele chegou a conclusão que cada indivíduo dentro dessa cidade deveria desempenhar uma função específica. Então eles dividem os habitantes dessa cidade em três classes: a)comerciantes: indivíduos envolvidos no ciclo produtivo e econômico da cidade. A primeira classe de cidadãos, mais simples, seria dedicada às ações mais triviais relativas ao sustento da cidade, como o cultivo da terra, o artesanato e o comércio. Os responsáveis por essas atividades seriam aqueles que possuíssem na constituição de sua alma, o feno, o ferro e o bronze. b) guerreiros (militares): responsáveis pela defesa da cidade. Os cidadãos de uma segunda classe, de acordo com Platão, seriam um pouco mais hábeis por possuírem prata na mistura de suas almas. Estes, chamados de guerreiros, protegeriam a cidade e constituiriam o exército e seus auxiliares na administração pública c) guardiões ( governadores): garantem um governo justo e os rumos da cidade. Com cinquenta anos de formação e diversas provas, os possuidores de almas com ouro, dedicados aos estudos e à razão, assumiriam os cargos de magistrados e seriam responsáveis pelo governo da cidade. Qual seria o tipo de educação que os guardiões receberiam? Primeiramente, deve censurar a poesia, retirando as fábulas com conteúdo negativo, que fazem apologia à vingança, injustiças, traições e guerras. ➥ Sócrates e Adimanto afirmam que muitas produções literárias, como a poesia, ensinadas por gerações influenciam negativamente a vida das crianças e mancham a imagem dos deuses. Logo, as produções literárias devem ser justas e verdadeiras, LIVRO 3- DESENVOLVIMENTO DO LIVRO 2 ➥ Continuação sobre a educação da cidade Sócrates: os guardiões devem aprender desde cedo cedo os conceitos básicos como respeito aos deuses, aos pais e prezar pela amizade entre as pessoas. (386a) Além disso, ele coloca a coragem como uma virtude fundamental: ‘‘ E para eles serem corajosos? Por acaso não se deve lhes dizer palavras tais que façam com que temam a morte o menos possível? ou julga que jamais será corajoso alguém que abriga esse medo dentro de si?’’ (368b). Quando tratam de falar dos horrores de Hades, deus dos mortos, acabam enchendo os jovens de medo da morte. E para Sócrates, a solução para esse tipo de má influência na educação dos jovens, seria a censura de textos que mancham a imagem dos deuses, e que causam temores aos jovens ao invés de engrandecê-los de coragem. As passagens das poesias que devem ser eliminadas são aquelas que contém vingança, mentiras e injustiças, etc. Sócrates traz exemplos de passagens da poesia de Homero que ofendem os Deuses para construir junto com os personagens qual seria a educação ideal para os guardiões. (386d-389c). Para Sócrates, os deuses e heróis devem ser retratados como detentores de um comportamento virtuoso, para que não produzam na juventude uma forte predisposição a atos maus. ➤ Após tratar sobre o que deve ou não falar sobre os deuses, Sócrates começa a falar dos poetas e os prosadores, que cometem os maiores disparates acerca dos homens, elogiando atos de injustiça e a vida fora do caminho da virtude: “ Porque seríamos obrigados a dizer que os poetas e os prosadores proferem os maiores disparates acerca dos homens, quando afirmam que, em sua maioria, as pessoas más sao felizes e as boas, mal-aventuradas; que a injustiça, quando praticada às escondidas, é útil; que a justiça é um bem para os outros, porém nociva para quem a pratica. Pediríamos que se abstivessem de tais opiniões, e exigiríamos que cantassem em versos e narrassem em prosa exatamente o contrário. Pensas também assim? (392b)”. Sócrates: Adiemos, então, a discussão a respeito do que [é lícito dizer sobre os homens, até que tenhamos concluído o que é a justiça, se é útil a quem a pratica, quer este pareça justo, quer não. (392c) Então, eles começam então uma análisedos estilos de prosa e poesia, e classificam em três tipos: (394c) a) narrativa, encontrada nos ditirambos b) imitativa, adequada a tragédia e a comédia c) mistura de narrativa e imitativa, usada na epopeia e em muitos gêneros. Sócrates: Consequentemente, se nos ativermos ao nosso primeiro princípio, de que os nossos guardiões, eximidos de quaisquer outros ofícios, devem se dedicar a defender a independência da cidade e desprezar o que estiver fora disso, é necessário que não façam nem imitem outras coisas. Se imitarem, que imitem as virtudes que lhes convém adquirir desde a infância: a coragem, a sensatez, a pureza, a liberalidade e as outras virtudes da mesma espécie. Porém, não devem imitar a baixeza nem ser capazes de imitá-la, igualmente a nenhum dos outros vícios, pelo perigo de que, a partir da imitação, usufruam o prazer da realidade. Tu não percebeste que quando se cultiva a imitação desde a infância, ela se transforma em hábito e natureza para o corpo, a voz e a mente? (395c-d) “Logo, não ordenaremos a um daqueles de quem pretendemos ocupar-nos e que necessitam tomar-se homens superiores, imitem, eles que são homens: uma mulher, jovem ou velha, ou injuriando o marido, ou rivalizando com os deuses, ou se vangloriando da felicidade, ou deixando-se dominar pela desgraça, pelo desgosto e pelas lamentações; com mais razão ainda, não podemos admitir que a imitem se está doente, apaixonada ou sofrendo as dores do parto. (395d-e) Nem que imitem escravas e escravos.’’ Com isso, Sócrates conclui que os guardiões devem ter boas referências na educação, e um acesso de um poesia, em sua maioria narrativas, sendo aquelas que enalteçam virtudes positivas. ➤ Após Sócrates concluir com Adimanto acerca da poesia, ele abordará o assunto da educação musical com Glauco. Ele diz que deve eliminar cantos fúnebres, relativos à morte, que são lamentosos; Todos aqueles cantos que incentivam a embriaguez, a apatia e a ociosidade, entre outras características negativas. ➥ Além disso, tratam sobre tipos de ritmos, harmonias e letras que os guardiões deveriam ouvir para engrandecê-los como indivíduos virtuosos. Para eles, a música toca tanto a alma dos indivíduos, que até o prazer mais intenso e inconsequente se torna moderado e harmonioso. No entanto, Sócrates ressalta novamente que a música deve focar em enaltecer virtudes positivas, no amor do belo . Depois da música, é pela ginástica que é preciso educar os jovens, ou seja, eles devem desempenhar, desde sua infância, atividades atléticas, treinamentos rigorosos e dietas alimentares adequadas, evitando a embriaguez e o luxo. (404-b) Ao longo do diálogo, Sócrates e Glauco dissertam sobre a atividade do médico e juízes, e a sua importância. SOBRE OS JUÍZES: Eles acreditam que se os jovens recebessem uma educação formuladas por eles como ideal, certamente a justiça seria uma virtude inerente, sendo praticada por eles no seu dia-dia. O que tornaria até mesmo a inexistência dos juízes e dos tribunais. SOBRE OS MÉDICOS: Se praticarem a ginástica com excelência e adeptos uma boa alimentação, eles teriam consequentemente uma boa saúde, necessitando dos médicos apenas em casos de emergência. Por fim, Sócrates e Glauco tratam a escolha dos tipos de cidadãos. Como seriam escolhidos os guardiões, aqueles que governam? Segundo eles, devem ser escolhidos os mais velhos e sábios, além de observá-los, acompanhando se eles se mantêm virtuosos e justos sempre, para saber se eles estão dispostos a desempenhar a sua função sempre. LIVRO 4 ➤Adimanto começa questionando Sócrates acerca de um possível estado de infelicidade dos guardiões e guerreiros, uma vez que eles não teriam qualquer riqueza ou fartura de bens materiais, como ocorre com os comerciantes. ⤷ Sócrates, então, responde dizendo que o objetivo não é criar uma cidade totalmente feliz e sim buscar por uma cidade justa. E ele explica seu ponto dando exemplo da pintura de uma estátua, que estivéssemos pintando uma estátua e alguém vinhesse censurar dizendo que não estamos deixando verdadeiramente bonita, deveríamos responder a censura dizendo que estamos pintando ela do jeito que ela deve ser e não do jeito que elas querem que pareça. Do mesmo modo, guerreiros e guardiões tem seu devido papel dentro da cidade e administrarem a cidade de uma forma correta e justa deve ser a meta de ambos, atuar na cidade cumprindo seu papel é algo que deve superar o desejo de felicidade individual deles, deve sempre pensar de uma forma coletiva e não individualista, objetivando acima de tudo o rumo correto da cidade e de seus interesses . ➤ Seguindo o diálogo, Sócrates começa a tratar sobre como atuam a riqueza e a pobre dentro da cidade, e quais as consequências que elas exercem sobre os habitantes. A riqueza acarreta na ociosidade e no luxo, enquanto a pobreza prejudica de arranjar ferramentas ou quaisquer recursos necessários para exercer a sua atividade. Portanto, tanto a riqueza quanto a pobreza prejudicam as artes dos artesãos. ➤ No entanto, segundo ele, com uma cidade sem riquezas poderia acarretar possíveis guerras, e isso seria bem fácil de ser resolvido. Uma vez que a riqueza não tem utilidade dentro dessa cidade ideal bastaria se aliar em outra cidade , oferecendo as riquezas da cidade a ser conquistada. Além disso, é muito mais fácil lutar contra ricos acostumados com o luxo do que contra guerreiros bem treinados, como os da cidade idealizada por Sócrates. DIMENSÃO DAS CIDADES: Cada parte é crucial na cidade, portanto deve-se também dar importância ao todo da cidade, já que ela não pode ser muito pequena ao ponto de não ser auto-suficiente e não pode ser muito grande ao ponto de não ser unida. SOBRE AS LEIS: Sócrates diz que não se deve legislar sobre os bons costumes, isso seria ingênuo, as leis seriam criadas e revistadas constantemente em busca da perfeição para prevenir os maus costumes. EDUCAÇÃO: a educação que tem o poder de conduzir a cidade para os rumos corretos e não a lei, ou seja, o investimento na educação dos jovens e na sua valorização desde cedo, garantem que a cidade siga caminhos corretos muito mais do que a criação de leis e punições. Agora que a cidade se encontra bem fundada, a discussão segue na tentativa de encontrar onde reside a justiça na cidade criada: “temos três virtudes que foram descobertas na cidade: sabedoria, coragem e moderação (temperança), além disso a justiça poderia ser uma quarta evidenciado na cidade?” ⭐sabedoria: apenas a classe menos numerosa, guardiões, possuem essa virtude. É na ciência que ela reside, é naqueles que estão à cabeça e governam a cidade toda. Portanto, a cidade é sábia, pois tem sucesso em seus julgamentos, e a consciência e o conhecimento que fazem isso. 🌙Coragem: a cidade corajosa é aquela que mantém com firmeza a correta opinião sobre as coisas a temer, isto é, as coisas que lhe foram ensinadas na sua educação, que fixaram-se mais fortemente por ter ocorrido na juventude. 🌞Temperança/ Moderação:Quanto à moderação, Sócrates diz que se assemelha a uma harmonia, porque ela é uma espécie de domínio que se estabelece sobre os prazeres e desejos, fazendo com que a pessoa se coloque acima de si. ● Ela deve ser composta em todas classes para ser considerada uma cidade temperante, diferente de outras virtudes que já são suficientes ao serem atribuídas a uma parcela da cidade. Guardiões: possuem a sabedoria, coragem e moderação Guerreiros: coragem e moderação. O restante, que é os comerciantes: moderação; Por fim, a justiça consiste em fazer seu próprio trabalho e não interferir nos dos outros, pois se cada um se intrometer na função do outro ou tomar posse do outro teremos a injustiça. ➥HARMONIA ENTRE AS PARTES DA CIDADE ➥ CADA UM CUMPRINDO SUA FUNÇÃO ➥ FUNÇÃO É DADA PELA APTIDÃO DE CADA UM Agora que Sócrates definiu o que é justiça dentro de uma cidade, ele parte agora para dizer sobre o que é a justiça dentro de um indivíduo através das mesmas virtudes que ele identificou nas cidades ideais. Então, há três partes distintas na alma a)Racional (razão), busca o conhecimento e a sabedoria, e controla as demais partes para harmonizar a alma por inteira. b) Ímpeto (auxiliar da razão): emoções e sentimentos, desenvolve a coragem e a impetuosidade. c) Apetitiva (desejos e apetites): desenvolve a prudência e a moderação. A justiça na alma de um indivíduo nada mais é a harmonia entre essas três partes. Assim, Sócrates diz que as virtudes podem nos manter saudáveis, por meio do caráter inabalável da coragem, do comando da sabedoria, da harmonia da moderação e da disciplina da justiça em se manter na tarefa a qual lhe é devida. Sendo assim, a doença só poderia ser o vício, isto é, a enfermidade, a feiúra e a fraqueza da alma. Em uma palavra, injustiça. No entanto, falta-nos observar se vale a pena praticar a justiça independentemente de ser visto ou se é melhor ser injusto quando não se tem de pagar. Porém, Glauco já adverte. Mas, Sócrates, tal investigação me parece absurda agora que se mostrou serem a justiça e a injustiça como as havíamos descrito. Mesmo que alguém possua todo tipo de comida e bebida, muitíssimo dinheiro e toda espécie de poder para exercer domínio, não vale a pena viver quando a constituição do corpo está arruinada. Assim, mesmo que alguém possa fazer o que bem lhe aprouver, exceto aquilo que o libertará do vício e da injustiça e o leve a ter acesso à injustiça e à virtude, de que vale a vida se sua alma – aquilo por meio do que ele vive – está arruinada e tumultuada?[ LIVRO 5 A discussão se inicia com Sócrates focando sobre as diferentes formas de governo, boas ou ruins, tanto para a cidade quanto para os indivíduos. Antes dele prosseguir, ele é impedido por Glauco e Adimanto, que dizem para tratarem primeiramente acerca das posições das crianças, das mulheres e do casamento dentro dessa cidade idealizada. Então Sócrates diz: Mulheres: se exigimos das mulheres os mesmos serviços que os homens, precisamos fornecê-las o mesmo tipo de educação. ➥ Gerou comoção entre os interlocutores, e ao longo do diálogo eles concluem que a mulher e o homem possuem natureza distinta, consequentemente deveriam exercer funções diferentes. Essa primeira fala proposta por Sócrates, sugerem que entra em contradição com o ponto falado anteriormente sobre dividir as funções de acordo com a sua natureza, aptidão. No entanto, Sócrates não considera as diferenças entre homens e mulheres, a respeito da gravidez e força física, como algo considerável para diferenciá-los de sua função ou ocupação. A mulher tem a mesma capacidade natural que o homem, apesar de parir e ser menos forte, portanto ela pode ser guerreira da mesma forma que o homem. Ou seja, apesar de existir mulheres de bronze, de prata e de ouro, ela não poderia governar por ser mais fraca que o homem. E esta é a parte mais importante para o autor da resenha, pois aqui Trasímaco ficaria feliz de não ter ido embora da discussão, pois a justiça do mais forte é consolidada no gênero masculino da humanidade. DISSOLUÇÃO DA FAMÍLIA TRADICIONAL: Todas mulheres seriam comuns aos homens, e o que os filhos também fossem, de forma que nenhum filho reconheça os pais e nem os pais os filhos. Casamento: Sobre o casamento, como no caso dos animais, se deveria empregar o cruzamento dos melhores homens com as melhores mulheres o maior número de vezes, enquanto que com os piores, o menor. Além de homens e mulheres só poderem procriar em certa idade da vida em que estão no seu melhor. Porém, tudo deveria ser zelado de perto pelos governantes para que a https://projetophronesis.wordpress.com/Documents%20and%20Settings/Abee/Meus%20documentos/Downloads/Filo/Rep%C3%BAblica/Resenha%20III.doc#_ftn4 cidade não ficasse nem muito populosa, nem pouco, contando com guerras e pestes. Os interlocutores perguntam se tudo isso seria realizável? Sócrates diz que a questão não é essa, mas ao construir uma cidade perfeita, ainda que não fossem realizáveis, seria possível identificar os defeitos das cidades já existentes para modificá-las. A partir disso, podemos associar que uma cidade, segundo platão, nunca será realizável se os reis não forem filósofos ou filósofos não forem reis. CIÊNCIA DO CONHECIMENTO X OPINIÃO Por fim, Sócrates tentará demonstrar que o conhecimento e a opinião são coisas distintas. Os amigos do conhecimento são os filósofos, são eles que tem condição de ver o justo em si e não apenas as coisas justas, definindo eles como captores da essência do conhecimento das coisas, enquanto outros aparentam ser, mas na realidade tem uma mera opinião das coisas, ou seja, os sofitas, e há outros que nada sabem, que conhecem apenas a ignorância. conhecimento: falam sobre as coisas como são opinião: é o que parece ser _______________________________________________ Textos sobre os livros Link Sobre o Livro 2: https://www.todamateria.com.br/republica-platao/ Link sobre o Livro 4: https://projetophronesis.wordpress.com/2012/11/19/resum o-republica-de-platao-livro-iv/ Link sobre o Livro 5: https://projetophronesis.wordpress.com/2012/12/02/res umo-republica-de-platao-livro-v/ Meu comentário sobre o Livro 2: No Livro 2, introduz a justiça sob um perspectiva mais abrangente, através da elaboração, pelos personagens, de uma cidade justa e ideal, no qual as partes da alma que compõem a cidade entram em harmonia e equilíbrio. A partir disso, podemos aplicar a mesma linha de raciocínio no que diz respeito a justiça de um indivíduo, uma questão que já foi discutida no Livro 1. A alma de um indivíduo seria composta pela parte emotiva e apetitiva e racional. Esta é a parte que controla demais. Portanto, para existir uma cidade justa, deve ser governado por indivíduos justos com essa parte mais desenvolvida, não sendo suscetíveis demais às emoções e aos desejos, como ocorreu com o https://www.todamateria.com.br/republica-platao/ https://projetophronesis.wordpress.com/2012/11/19/resumo-republica-de-platao-livro-iv/ https://projetophronesis.wordpress.com/2012/11/19/resumo-republica-de-platao-livro-iv/ https://projetophronesis.wordpress.com/2012/12/02/resumo-republica-de-platao-livro-v/ https://projetophronesis.wordpress.com/2012/12/02/resumo-republica-de-platao-livro-v/ exemplo trazido por Glauco, sobre Giges, no qual quis mostrar que todos homens quando não sofrem as consequências da justiça fundamentada nas normas, eles têm tendência em cometer injustiça pela sua própria vontade e seus desejos Meu comentário sobre o Livro 3: Percebe-se que a base para uma cidade perfeita é a educação dos cidadãos, no qual devem aprimorar as artes fundamentais, como a literatura, a música, a ginástica, excluindo delas suas imperfeições, tudo que é considerado negativo. Além disso, eles devem praticá-las com excelência, pois com isso desenvolvem a saúde e a capacidade de serem justos, não havendo uma grande necessidade de médicos e competências jurídicas desempenharem atividades na cidade. Algo interesse é a simbologia de cada classe composta na cidade, no qual é atribuído ouro para os guardiões, significando que chegaram num nível devido ao desenvolvimento de suas habilidades de serem justos e sábios. Meu comentário sobre o Livro 4 e 5: No Livro 4,é ressaltado o que foi evidenciado pelo livro anterior, sobre a importância da educação para a construção de uma cidade justa, e se colocarmos essa questão na realidade, percebemos que os países mais desenvolvidos, são aqueles que investem mais na área na educação. Em relação à justiça, percebe-se que Sócrates partiu de um conhecimento mais amplo, que é a cidade justa, para chegar num conhecimento mais específico, que é o indivíduo justo, no qual foi discutido no Livro 1, primeiramente com a discussão de Céfalo e Sócrates, e depois entre este e Trasímaco, no qual trouxe um conhecimento específico, para defender a sua tese sobre o que é justiça. Se a cidade justa, vista na obra de Platão, é aquela que é governada por filósofos, então o verdadeiro homem justo é aquele que se apodera da ciência do conhecimento, da filosofia.
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