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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ALEGRIAS/UF. XXX, advogado regularmente inscrito na OAB sob o n° xxx/ UF, com endereço profissional localizado na Rua xxx, número xxx, bairro xxx, CEP xxx, cidade xxx UF, para fins do artigo 77, V do CPC, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal, e 647 e seguintes do Código de Processo Penal, impetrar HABEAS CORPUS PREVENTIVO Em favor de LIZ, estado civil xxx, profissão xxx, inscrita no RG n° xxx e CPF de n° xxx, residente e domiciliada na rua xxx, número xxx, bairro xxx, CEP xxx, cidade xxx UF, Delegado de Polícia, através das razões de fato e de direito a seguir expostas: DOS FATOS No último dia o Delegado de Polícia, ora autoridade coatora, em entrevista à rádio local, determinou, aos seus agentes, a prisão de todas as meretrizes que circulam na Capital, pois os “bons costumes” deveriam ser “restabelecidos”. Após ouvir a notícia, a paciente, que garante o seu sustento por meio desses “encontros amorosos”, não pode fazê-lo, pois passou a temer a ação da polícia, que vem, de fato, cumprindo a determinação da autoridade policial. Diante da narrativa apresentada, não restou alternativa a paciente senão socorrer- se do Judiciário, para ter seu direito a locomoção garantido e também ao seu próprio sustento. DO DIREITO Como se pode destacar, a ordem emanada do ilustre Delegado de Polícia constitui ato ilegal, pois impõe à paciente restrição indevida em sua liberdade de locomoção, haja vista que, como é sabido, a prostituição não constitui fato típico, portanto, sem justa causa para tal coação, conforme consta no art. 648, I do CPP. Cabe também ressaltar a inconstitucionalidade material do fato, por contrariar um direito fundamental previsto expressamente na Constituição, pois tal como preceitua o art. 5°, XV, é livre a locomoção no território nacional em tempos de paz, desde que a lei não haja impedimentos legais. Além disso, como a atividade exercida pela paciente não é conduta criminosa, a prisão se torna ilegal, portanto, em desconformidade com o art. 5°, XXXIX e LIV da CF. DO PEDIDO Diante do exposto, requer que seja citada a autoridade coatora para que preste as informações necessárias. Intime- se o Ministério Público para oitiva. E expeça-se o alvará de Salvo Conduto, em favor da paciente Liz, a fim de que seja mantido seu direito constitucional e fundamental de ir e vir, nos termos do artigo 647 e 648, I do CPP. Nestes termos, pede deferimento Local xxx. Data xx/xx/xx Advogado xxx OAB/UF
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