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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA CRIMINAL DO JUÍZADO ESPECIAL DA COMARCA DE XXX Caio, brasileiro, casado, profissão xxx, titular da carteira de Identidade RG: xxx, inscrito sob CPF nº: xxx, residente e domiciliado na Rua: xxx, nº: xxx, Bairro: xxx, CEP: xxx, na cidade de xxx, por meio de seu advogado esta que subscreve (procuração com poderes especiais em anexo), vem respeitosamente perante a presença de Vossa Excelência com fulcro nos arts. 100, §2º do Código Penal c/c art. 30 e art. 41, caput ambos do Código de Processo Penal, oferecer QUEIXA-CRIME em face de Tício, casado, profissão xxx, com o RG: xxx, inscrito sob CPF nº: xxx, residente e domiciliado na Rua: xxx, nº: xxx, Bairro: xxx, na cidade de xxx, e de Mévio, casado, profissão xxx, com o RG: xxx, inscrito sob CPF nº: xxx, residente e domiciliado na Rua: xxx, nº: xxx, Bairro: xxx, na cidade de xxx, pelas razões de fato e direito a seguir apontadas. I – DA TEMPESTIVIDADE A presente QUEIXA-CRIME é tempestiva, uma vez que apresentada no prazo legal de 6 (seis) meses da ciência do ato praticado, conforme art. 38 do Código de Processo Penal. I – DOS FATOS Os querelados Tício e Mévio, em uma reunião de prestação de contas da empresa, da qual participaram vários diretores e gerentes, imputaram a Caio, com 61 anos, sabendo-o inocente, a conduta de ter constrangido, mediante grave ameaça, o contador Herculano a não exercer sua atividade, regularmente, de modo que os dados de lucros e perdas não espelhassem a realidade. Os querelados alegaram que Caio, assim, teria agido, com o propósito de se vingar da gerência que não o promoveu ao posto almejado. II – DO DIREITO Nobre magistrado como narra os fatos, no dia xxx houve uma reunião de prestação de costas da empresa em que trabalhavam os querelados e o querelante, agindo com “animus caluniandi” os querelados imputaram ao querelante á pratica do crime de Atentado Contra Liberdade do Trabalho positivado no art. 197, inciso I do Código Penal, que descreve: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: I – a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias. Os querelados, sabendo-se da inocência do querelante, alegaram que os dados da empresa não se encontravam regulados, de modo que os dados de lucros e perdas não espelhassem a realidade. E o motivo teria sido do querelante que queria se vingar da gerência que não o promoveu ao posto almejado e por isso teria constrangido o contador Herculano, mediante grave ameaça a deixar de realizar sua atividade. A história inventada pelos querelados teve por objetivo prejudicar o querelante desonrando a imagem e reputação do querelante perante terceiros, sendo certo saberem que nada disso foi feito perante Herculano. II – DO CRIME DE CALÚNIA Para caracterização do crime de Calúnia, o agente não necessariamente precisa ter a consciência de que a afirmação do fato é falsa, mas basta que haja também a incerteza da autoria, para que este assuma os riscos decorrentes da ofensa a integridade moral alheia. Assim sendo é oportuna a transcrição de texto jurisprudencial, que afirma o entendimento quanto ao assunto do crime de calúnia no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais que manteve a imputação do crime ao réu, vejamos: EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIMES CONTRA A HONRA - CALÚNIA - MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS - DOLO CARACTERIZADO - CONDENAÇÃO QUE SE IMPÕE. Comprovados a materialidade, a autoria e o elemento subjetivo do crime imputado ao réu, a condenação, à falta de causas excludentes de ilicitude ou de culpabilidade, é medida que se impõe. (TJMG - Apelação Criminal 1.0629.13.000496-9/001, Relator(a): Des.(a) Fortuna Grion , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 28/06/2016, publicação da súmula em 08/07/2016) Deste modo se torna nítida a caracterização do crime de calúnia por parte dos querelados, o que descreve o art. 138, caput do CP, vale transcrição: “138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime.” Portanto o crime de Calúnia fica comprovado perante os querelados, o que torna as pessoas presentes na reunião como testemunhas do ato praticado pelos querelados que ofenderam a honra objetiva do querelante. Vale destacar a incidência da causa de aumento de pena, conforme art. 96, §1º da Lei nº 10.741/2003, qual seja, a Lei do Estatuto do Idoso, que descreve: art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade: § 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo Pois o querelante possui mais de 60 (sessenta) anos, o que torna o delito mais gravoso. III – DOS PEDIDOS Ante exposto requer a Vossa Excelência: a) A condenação dos querelados nas custas processuais; b) A fixação do valor mínimo de indenização por danos morais causados pelos crimes, conforme art. 387, inciso IV do CPP; c) O protesto por todas as provas de direito admitidas, notoriamente pela oportuna intimação das testemunhas presentes na reunião e abaixo e arroladas: · Diretores da empresa (nomes) xxx · Gerentes da empresa (nomes) xxx Termos em que pede deferimento. Local xxx, data xxx, mês xxx, ano xxx Advogado: xxx OAB nº: xxx
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