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Análise de Viabilidade Econômica

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Título: Análise da viabilidade econômica da produção de tambaqui e alevino em 
tanques-rede no Sítio Araras 
 
I. Introdução 
A Aquicultura é uma atividade que garante a renda e o sustento de milhares de 
brasileiros. Segundo a EMBRAPA, O Brasil apresenta todas as condições favoráveis para a 
atividade pesqueira e para a aquicultura, uma vez que possui uma costa marítima de 8.500 km 
e 12% da água doce disponível no planeta. Porém, ainda é preciso superar barreiras e investir 
cada vez mais em conhecimento e pesquisa para que o país deixe de ser um importador e 
passe a ser um exportador de pescado, tornando-se uma potência aquícola. 
A escolha de análise do projeto se deu em função do grande valor que o peixe tem 
para a nossa cultura, economia e culinária. O Tambaqui (Colossoma macropomum) é a 
espécie de peixe nativa mais produzida no Brasil. Tem alta aceitação no estado do Amazonas 
sendo uma das comidas regionais mais apreciadas pelos amazonenses e também pelos turistas. 
Sabbag et al. (2007) afirmam que a avaliação econômica dos projetos 
disponibiliza subsídios para tomadas de decisões gerenciais que contribuem para o êxito do 
empreendimento. Nesta, como em qualquer outra atividade lucrativa, segundo Iudícibus 
(1986) e Martins (1993a), os custos assumem importância fundamental, em relação aos 
aspectos econômicos. Sua gestão é imprescindível para manter a capacidade competitiva e 
vital para a continuidade no mercado. 
O presente trabalho analisará o fluxo de caixa de 15 períodos da produção de tambaqui 
para o consumo local e para exportação. Através dos indicadores, será possível saber se o 
projeto apresentará viabilidade econômica. 
 
O problema e sua importância 
 
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a 
aquicultura é a mais rápida das atividades agropecuárias em termos de resultados produtivos e 
uma das poucas capazes de responder com folga ao crescimento populacional, o que pode 
contribuir para o combate à fome em todo o mundo. 
Há uma necessidade de estudo para verificar se è interessante aplicar o projeto em 
questão. Através dos indicadores financeiros, será possível saber o quão viável será a 
implementação do projeto. 
Nossa região tem um potencial muito grande em termos de produção de pescados. 
Segundo Melo et al (2001) e Izel e Melo (2004), o método lançado pela Embrapa Amazônia 
Ocidental para criação de tambaqui em viveiros/barragens na Região Norte do Brasil, 
recria (60 dias) e engorda (240-300 dias), tem apresentado ótimos resultados, 
produzindo até 10.075 kg-ha-1. Segundo os mesmos autores, a atividade despertou 
interesse comercial para esse método, por alcançar peso de até três quilos aos doze meses de 
confinamento total e recuperação do investimento em período inferior a três anos, com 
rentabilidade por safra entre 19 e 40%, conforme a época da despesca. 
 
Objetivo Geral: 
Avaliar a performance financeira do projeto produção de tambaqui e alevino em tanques-rede 
no Sítio Araras 
 
Objetivos Específicos: 
● Estimar os indicadores de Valor Presente Líquido (VPL), Relação Benefício/ Custo 
(B/C), Taxa Interna de Retorno (TIR), Ponto de nivelamento (PN) e Pay-Back (PB); 
● Realizar a análise de sensibilidade dos indicadores financeiros estimados da seguinte 
forma: Receitas e custos normais, receitas menos 10% e custos normais, receitas menos 20% 
e custos normais, receitas normais e custos mais 10%, receitas normais e custos mais 20%, 
receitas menos 10% e custos mais 10%, receitas menos 20% e custos mais 20%. 
 
II. Revisão Bibliográfica: 
O fluxo de caixa é uma ferramenta gerencial de suma importância na gestão de 
qualquer negócio, independentemente de seu nicho ou tamanho. 
Segundo Assaf, um fluxo de caixa é uma série de pagamentos e recebimentos que se 
estima em um determinado período. 
No entender de Horngren et al. (2000), a contabilidade de custos tem duas 
funções relevantes: gerencial e empresarial, fornecendo dados para o estabelecimento de 
padrões, orçamentos, previsões e tomadas de decisões. Afirmam que a Taxa Interna de 
Retorno (TIR) é definida como a taxa máxima de juros que o empreendimento suporta. Ela 
torna o Valor Presente Líquido igual a zero. Segundo esses autores um investimento será 
viável sempre que a TIR for igual ou superior ao custo de oportunidade que, geralmente, se 
equivale à taxa de juros média de mercado. O indicador Relação Benefício/Custo B/C 
permite comprovar a viabilidade econômica do investimento, ao se adotar o fator de 
desconto maior que o custo de oportunidade do capital, que para o presente trabalho foi 
considerado o de poupança, 6% aa. Será viável se for maior que 1. O ponto de nivelamento – 
PN representa o nível de produção a partir do qual a empresa passa a ter retornos líquidos, 
considerados os custos financeiros e não financeiros. 
 
III. Material e Métodos 
Descrição do processo produtivo: 
Para a produção, no período da recria, foram utilizados como berçários 10 tanques 
rede de 6 m3 cada, revestidos internamente com telas de contenção, malha de 5 mm e 
povoados com 7200 alevinos de tambaqui de 10 gramas em uma densidade de 400 peixes m- 
3. Como alimento, foi definida ração comercial extrusada, com grânulos de 2 a 4 mm e 40% 
de Proteína Bruta (PB). 
No período da engorda, foram utilizados 20 tanques rede de 6 m3 com malha de 
19 mm e, como alimento, fornecida ração comercial extrusada com 28% PB. 
Por fim, na última fase, os peixes crescem até alcançarem o peso de 8kg e começam a 
ser separados para a venda. 
Quanto a produção de Alevinos, ocorre em tanques de plástico no sítio, para 
suprimento da produção própria, com o excedente sendo vendido. Os alevinos começam a ser 
introduzidos nos tanques a partir de 5 centímetros, e o excedente é vendido a partir de 8 
centímetros. 
Localização do Projeto: 
O Projeto a situa-se no município de Iranduba, no Sítio Ararass, que fica localizado as 
margens do Rio Amazonas, pela localização do Sítio a margem do rio, optou-se pela produção 
de tambaqui e alevinos em tanques-rede. O tamanho do imóvel tem o tamanho de 32 hectares. 
 
Fonte dos Dados: 
 
 
Tabela 1 - Receitas, custos e receitas líquidas obtidas com o Projeto produção de tambaqui e 
alevino em tanques-rede no Sítio Araras. 
Anos 1 2 3 4 5 6 7 8 
Receitas R$ 44.442,43 R$ 46.656,76 R$ 43.977,60 R$ 48.422,02 R$ 43.522,80 R$ 44.396,00 R$ 39.549,00 R$ 45.749,00 
Venda de 
Tambaqui 
 
R$ 41.457,43 
 
R$ 43.653,76 
 
R$ 40.765,73 
 
R$ 44.656,09 
 
R$ 39.645,91 
 
R$ 40.321,00 
 
R$ 35.986,00 
 
R$ 42.763,00 
Venda de 
Alevino 
 
R$ 2.985,00 
 
R$ 3.003,00 
 
R$ 3.211,87 
 
R$ 3.765,93 
 
R$ 3.876,89 
 
R$ 4.075,00 
 
R$ 3.563,00 
 
R$ 2.986,00 
Despesas R$ 54.258,04 R$ 39.742,17 R$ 33.256,00 R$ 37.682,47 R$ 36.804,17 R$ 36.174,57 R$ 28.037,35 R$ 37.036,57 
Investimentos R$ 37.795,20 R$ 18.000,00 R$ 11.543,83 R$ 15.876,00 R$ 14.762,00 R$ 13.902,00 - R$ 14.876,00 
Mao de obra R$ 6.543,82 R$ 6.543,82 R$ 6.543,82 R$ 6.543,82 R$ 6.543,82 R$ 6.543,82 R$ 12.765,00 R$ 6.543,82 
Ração R$ 3.120,00 R$ 8.654,33 R$ 8.654,33 R$ 8.654,33 R$ 8.654,33 R$ 8.654,33 R$ 8.654,33 R$ 8.654,33 
Energia Elétrica R$ 2.565,00 R$ 2.465,00 R$ 2.435,00 R$ 2.435,00 R$ 2.765,00 R$ 2.543,00 R$ 2.439,00 R$ 2.431,00 
Manutenção R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 1.600,00 R$ 1.600,00 R$ 1.600,00 
Impostos R$ 513,00 R$ 358,00 R$ 358,00 R$ 452,30 R$ 358,00 R$ 710,40 R$ 358,00 R$ 710,40 
Enc. Sociais R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 
Receita Líquida -R$ 9.815,61 R$ 6.914,59 R$ 10.721,60 R$ 10.739,55 R$ 6.718,63 R$ 8.221,43 R$ 11.511,65 R$ 8.712,43 
 
 
Anos 9 10 11 12 13 14 15 
Receitas R$ 7.660,63 R$ 44.841,73 R$ 46.418,16 R$ 40.306,00 R$ 46.659,02 R$ 38.561,98 R$ 49.958,29 
Venda de 
Tambaqui 
 
R$ 7.660,63 
 
R$ 44.841,73 
 
R$ 46.418,16 
 
R$ 40.306,00R$ 46.659,02 
 
R$ 38.561,98 
 
R$ 49.958,29 
Venda de 
Alevino 
 
R$ 2.897,00 
 
R$ 3.078,00 
 
R$ 3.654,87 
 
R$ 2.765,00 
 
R$ 2.786,00 
 
R$ 2.907,00 
 
R$ 4.086,00 
Despesas R$ 9.831,17 R$ 34.764,47 R$ 34.205,17 R$ 26.658,02 R$ 40.408,47 R$ 28.277,42 R$ 30.801,57 
Investimentos R$ 7.987,00 R$ 12.806,00 R$ 12.653,00 - R$ 18.840,00 - R$ 8.975,00 
Mao de obra R$ 6.543,82 R$ 6.543,82 R$ 6.543,82 R$ 9.865,00 R$ 6.543,82 R$ 9.876,00 R$ 6.543,82 
Ração R$ 8.654,33 R$ 8.654,33 R$ 8.654,33 R$ 9.875,00 R$ 8.654,33 R$ 10.986,00 R$ 8.654,33 
Energia Elétrica R$ 2.467,00 R$ 2.487,00 R$ 2.175,00 R$ 2.439,00 R$ 2.097,00 R$ 2.534,00 R$ 2.097,00 
Manutenção R$ 1.600,00 R$ 1.600,00 R$ 1.600,00 R$ 1.900,00 R$ 1.600,00 R$ 1.950,00 R$ 1.600,00 
Impostos R$ 358,00 R$ 452,30 R$ 358,00 R$ 358,00 R$ 452,30 R$ 710,40 R$ 710,40 
Enc. Sociais R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 R$ 2.221,02 
Receita Líquida R$ 7.829,46 R$ 10.077,26 R$ 12.212,99 R$ 13.647,98 R$ 6.250,55 R$ 10.284,56 R$ 19.156,72 
 
Fonte: Dados do Autor 
Metodologia 
O trabalho foi realizado com base no livro Valoração Ambiental, do professor José 
Barbosa, da Universidade Federal do Amazonas, onde é exemplificada a análise de alguns 
projetos, através dos indicadores, para saber se tais projetos são viáveis economicamente ou 
não. Para a elaboração da tabela, cálculo dos indicadores VPL, B/C, TIR, Pay-Back e PN e 
receitas e despesas sob diferentes cenários foi usado o software Microsof Excel. Os dados do 
Projeto foram obtidos através de pesquisa própria. 
Após a coleta de dados, foi elaborado um fluxo de caixa de 15 períodos, contendo a 
descrição de todas as receitas e despesas presentes no processo produtivo. Logo em seguida, 
foi calculado o Valor Presente dos Benefícios e dos Custos, que é base para o cálculo de VPL. 
Também, foram calculados os indicadores B/C, TIR, Pay-Back e PN. Ademais, foi realizado 
o cálculo o cálculo dos indicadores diante de cenários normais, com a taxa de referência de 
12%, com redução de receitas de 10% e custos normais, redução de receita de 20% e custos 
normais, receitas normais e aumento de custos de 10%, receitas normais e custos com 
aumento de 20%, receitas com redução de 10% e custos com aumento de 10% e por fim, com 
receitas com redução de 20% e custos com aumento de 20%. Os diferentes cenários 
demonstram até qual determinada circunstancia o projeto suporta e tem viabilidade 
econômica. 
 
Resultados e Discussões 
Com base nos dados obtidos através das diferentes taxas de desconto e do 
conhecimento de matemática financeira das aulas ministradas, analisaremos a viabilidade 
econômica do Projeto. 
Para regra de decisão, há viabilidade econômica se os indicadores apresentarem os 
seguintes valores: 
VPL maior ou igual a zero, B/C maior ou igual a 1 e TIR maior que a taxa de 
referência. Neste caso, a taxa de referencia será a da poupança, no valor de 6%. 
 
Indicadores Financeiros: 
 
Taxa de 
desconto 
VPL B/C PN Pay-Back TIR 
08% R$ 65.503,08 1,205918244 3º ANO 20 
10% R$ 71.311,92 1,27492196 3º ANO 20 
 
 
 
87% 
12% R$ 64.324,42 1,289095955 3º ANO 20 
14% R$ 55.648,63 1,281281779 3º ANO 20 
16% R$ 48.155,24 1,277471088 3º ANO 20 
 
Quanto ao primeiro indicador, o Valor Presente Líquido – VPL, percebemos que ele 
permaneceu positivo em todas as taxas de desconto. Seguindo a regra de decisão de que o 
VPL precisa ser maior ou igual a zero, evidenciamos que, nesse caso, o projeto apresenta 
viabilidade econômica. 
O segundo indicador, Benefício / Custo – B/C, teve, em todos as taxas de desconto um 
valor acima de 1, o que nos remete, também a indicação de viabilidade econômica. 
O Ponto de Nivelamento PN, que representa a partir de que ano o projeto começa a dar 
lucro, diante de todas as taxas da tabela acima, apontou que a partir do 3º ano, o projeto 
começa de fato a ser lucrativo. 
O Pay-Back, em todas as taxas de desconto apresentou um percentual de 20%, ou seja, 
nos demonstra que o projeto se torna lucrativo a partir de 20% de vida útil. 
Por fim, a Taxa Interna de Retorno -TIR, neste trabalho, considera como referência a taxa 
mais segura e atraente do mercado, a poupança, com um percentual de 6%. Sendo assim, 
percebemos que, investir neste projeto se torna interessante, pois o mesmo apresenta uma TIR 
bem superior, com valor de 87%. 
Portanto, através dos indicadores sob as taxas de desconto de 8%, 10%, 12%, 14% e 
16%, evidenciamos que o projeto de produção de tambaqui apresenta viabilidade econômica. 
Também, abaixo será realizada uma análise de sensibilidade com alteração nos custos e 
despesas para sabermos o cenário limite que o projeto em questão suporta e até onde ele 
apresenta viabilidade econômica. 
 
 
Tabela2: Análise de sensibilidade: (Somente para a taxa de desconto de 12%) 
 
Cenário VPL B/C PN Pay-Back TIR 
a) Receitas e custos 
normais 
R$ 64.324,42 1,289095955 3º ANO 20 87% 
b) Receitas menos 
10% e custos 
normais 
R$ 62.124,52 1,279208849 3º ANO 20 82% 
 
c) Receitas menos 
20% e custos 
normais 
R$ 59.924,62 1,269321744 3º ANO 20 76% 
d) Receitas 
normais e custos 
mais 10% 
R$ 42.074,22 1,171905414 5º ANO 33,33 35% 
e) Receitas 
normais e custos 
mais 20% 
R$ 19.824,03 1,074246629 - - 9% 
f) Receitas menos 
10% e custos 
mais 10% 
R$ 39.874,32 1,162917136 6º ANO 40 32% 
g) Receitas menos 
20% e custos 
mais 20% 
R$ 15.424,22 1,05776812 - - 6% 
 
A análise de sensibilidade será feita com base na taxa de desconto de 12%, a de 
referência. 
No primeiro cenário, temos tanto as receitas quanto os custos normais, a indicador 
VPL é positivo, o B/C é maior que 1, o PN demonstra que o projeto começará a dar lucro a 
partir do terceiro ano e o Pay-Back demonstra que a partir de 20% de vida útil do projeto, ele 
se tornará lucrativo. A TIR apresenta um percentual de 87%, maior que a taxa de referência 
6% da poupança. Logo, neste caso, percebemos que o projeto apresenta viabilidade 
econômica. 
No segundo cenário, houve a redução de receita na ordem de 10% mas os custos 
permaneceram normais. O VPL se manteve positivo, o B/C se manteve acima de 1, o PN 
continuou apresentando lucro a partir do terceiro ano, o Pay-Back se manteve em 20%, 
apresentando rentabilidade a partir de 20% de vida útil do projeto e por fim, tivemos a 
redução da TIR para 82%, ainda superior a taxa de referência, da poupança. Sendo assim, 
mesmo com uma redução de receita de 10%, o projeto ainda se mantém viável 
economicamente. 
No terceiro cenário, houve uma redução de receita de 20% e os custos não tiveram 
nenhuma alteração. O VPL se manteve positivo, o B/C se manteve acima de 1, o PN se 
manteve no terceiro ano, o Pay-Back se manteve em 20%, ou seja, dando lucro a partir de 
20% do projeto. A TIR teve uma redução, apresentando neste caso um percentual de 76%. 
Evidenciamos que mesmo com uma redução de receita de 20%, o projeto ainda permanece 
viável economicamente. 
No quarto cenário, houve um aumento dos custos em 10%, com as receitas 
permanecendo normais. O VPL se manteve interessante, com seu valor positivo, o B/C se 
manteve acima de 1, mas o PN aumentou para o quinto ano, e consequentemente o Pay-Back 
irá apresentar rentabilidade com 33,33% de vida útil do projeto. Também, tivemos uma 
redução grande da TIR, que agora apresenta um percentual de 35%. Logo, o cenário de 
aumento de custos de 10% e mantimento das receitas não tira a viabilidade econômica do 
projeto, mas aumenta o período para que o próprio seja lucrativo, agora no quinto ano, 
aumenta o Pay-Back e reduz a TIR. 
No quinto cenário houve um aumento de 20% nos custos e mantimento das receitas. O 
VPL se manteve positivo, o B/C se manteve acima de 1, mas o PN não apresentou lucro em 
nenhum dos 15 períodos, consequentemente, não é possível calcular o Pay-Back. A TIR 
reduziu para o percentual de 9%. Sendo assim, atravésdos indicadores, percebemos que o 
projeto apresenta viabilidade econômica, mas precisa de um período maior do que 15 anos 
para então apresentar lucro. 
No sexto cenário, houve uma redução das receitas de 10% e aumento dos custos de 
10%. O VPL teve um valor acima de 0, o B/C teve um valor acima de 1, o PN demonstrou 
que o projeto começa a dar lucro a partir do sexto ano, o Pay-Back nos remete que a partir de 
40% de vida útil do projeto ele se torna lucrativo e a TIR tem percentual de 32%.Logo, neste 
caso, percebemos que o projeto tem viabilidade econômica, através dos indicadores, mas com 
uma variação de 10% nas receitas e custos, o projeto precisa de 6 anos para começar a dar 
lucro. 
No último cenário, houve redução de receitas de 20% e aumento dos custos de 20%. 
Nesse caso, o VPL ficou acima de 0, sendo um indicador positivo, o B/C ficou acima de 1, 
também sendo um bom indicador, mas o PN não apresentou lucro em nenhum período dos 15 
estipulados, consequentemente, não foi possível medir o Pay-Back. A TIR, apesar de ter 
reduzido bastante, chegando a 9%, ainda é maior que a taxa de referência, a poupança com 
6%. Portanto, percebemos que com uma redução das receitas de 20% e um aumento dos 
custos de 20% o projeto tem uma queda brusca, em relação aos outros cenários, mas ainda 
apresenta os índices demonstrando viabilidade econômica. Mas, como já dito antes, o projeto 
não apresenta lucro nos períodos estipulados, sendo assim, ainda que ele seja viável, ele 
precisa de mais que 15 períodos para ser lucrativo. 
 
 
Conclusão 
Portanto produção de tambaqui e de alevinos em tanques-rede no Sítio Araras é 
economicamente viável, se realizada em estado de normalidade e atendidas as condições do 
projeto. Em todos os cenários, os indicadores obtidos foram interessantes para que o proketo 
fosse implementado. Mas, percebemos conforme a análise de sensibilidade que o projeto não 
suporta um aumento de custos de 20%, pois nesse cenário, não apresenta lucro em nenhum 
período dos 15 estipulados e precisaria de uma quantidade de tempo maior para ser rentàvel. 
Também, podemos verificar que o projeto apresentou viabilidade em todas as taxas de 
desconto. Sendo assim, o projeto tem muito potencial se não sofrer uma alteração muito 
grande nos custos, pois sob esse cenário, o mesmo deixa de ser viável. 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
 
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