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Apresentação - Controle Estatístico

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CONCEITO
O Diagrama de Pareto é um recurso gráfico utilizado para estabelecer uma ordenação nas causas de perdas que devem ser sanadas.  Ele é útil sempre que classificações gerais de problemas (erros, defeitos, feedback de clientes, etc.) puderem ser compilados na forma de valores para estudo e ações posteriores. Esta ferramenta, tem o objetivo de compreender a relação ação - benefício, ou seja, prioriza a ação que trará o melhor resultado.
Basicamente, o Diagrama de Pareto é composto por dois conjuntos de dados:
1 – um gráfico em que os  fatores a serem analisados (ocorrências, não conformidades, reclamações de clientes, defeitos, etc) devem ser organizados em colunas, começando com os problemas mais recorrentes e avançando gradativamente do mais recorrente para o menos recorrente. Conforme se vê no exemplo abaixo em laranja:
2 – Uma linha que representa a porcentagem acumulada da frequência das ocorrências, como podemos ver no exemplo abaixo em roxo:
Juntos, esses dois conjuntos de dados apresentam um panorama geral de todas as ocorrências e as que mais se repetem no sistema de Gestão da Qualidade. Nesse exemplo do gráfico, pode-se perceber que as duas primeiras colunas são por 65% dos problemas. 
HISTÓRICO
Esse nome do gráfico de Pareto  se originou do trabalho de Vilfredo Pareto, que foi pioneiro no esforço de enunciar uma lei de distribuição de rendimentos. Em 1906, ele percebeu que 80% da riqueza de uma população estava concentrada em apenas 20% dela. A descoberta se tornou amplamente usada na indústria depois de sua proeminência nas Mesas Redondas de Gerenciamento, conduzidas na Universidade de Nova Iorque no início da década de 40.
Entretanto, essa ferramenta não foi criada por Pareto, como muita gente pensa. Quem inventou o diagrama de Pareto foi Joseph Juran. Juran, um dos pioneiros de trabalhos na área de Qualidade, encontrou um padrão na distribuição dos tipos de defeitos de certo produto, semelhante ao encontrado por Pareto. Após diversas análises, ele chegou à conclusão de que, em grande parte das iniciativas de melhoria, poucos tipos de defeitos eram responsáveis pela maioria das rejeições, ou seja, 80% dos problemas de qualidade de uma peça são causados por 20% dos tipos de defeitos.
Da relação entre esses dois trabalhos foi criado o conceito de Pareto, também chamado com frequência de “regra 80/20”. Sendo que o termo “Gráfico de Pareto” foi cunhado por Joseph Juran no início da década de 90.
COMO APLICAR O GRÁFICO DE PARETO?
Um dos objetivos centrais de um programa de qualidade é reduzir perdas provocadas por itens defeituosos que não atendem às especificações, visto que há muitos tipos de defeitos que invalidam o produto. Concentrar esforços no sentido de eliminar todos os tipos de defeitos não é uma política eficaz, assim devemos focar nos tipos de defeitos que são responsáveis pela maioria das rejeições, sendo mais eficaz atacar as causas desses poucos defeitos mais importantes, por isso a necessidade de utilizarmos o Gráfico de Pareto.
Uma empresa de embalagens precisava reduzir custos com peças defeituosas encontrados em sua produção. Como a empresa não sabia por onde começar, decidiu-se utilizar o conceito do Gráfico de Pareto para analisar quais defeitos ocorriam com maior frequência. Durante duas semanas, os dados foram coletados, resultando no gráfico a seguir:
GRÁFICO
Analisando o gráfico, é muito fácil observar o gráfico no que a empresa deve trabalhar primeiro. Defeitos do tipo “não selagem” são responsáveis por mais de 80% de todos os defeitos, assim fica claro que a equipe de melhoria deve começar por essa seção. Se quiserem dar mais foco ainda, podem começar pelo defeito de “não selagem no topo“, pois apenas esse tipo de defeito é responsável por mais de 40% dos defeitos totais.
APLICAÇÕES
Ajuda a selecionar os principais pontos críticos de uma organização para que ela possa focar seus esforços na resolução dos problemas que realmente importam;
- Facilita a organização dos dados, fornecendo uma apresentação deles conforme uma prioridade ou importância que foi definida;
- Auxilia na tomada de decisão, mostrando dados que sejam realmente reais;
- Resolve problemas, de forma eficiente e organizada, fazendo um levantamento das principais causas das falhas que ocorrem, levando em consideração a importância de cada uma delas;
- Permite que os recursos sejam melhor utilizados, principalmente quando são limitados.
COMO FAZER UM GRÁFICO DE PARETO?
1. Identifique o objetivo da ação, ou seja, qual o problema que deve ser sanado;
2. Analise as causas para o específico erro e as liste em uma tabela em ordem decrescente do número de ocorrências;
3. Acrescente na tabela as colunas de número de ocorrências acumuladas, porcentagem das causas e porcentagem acumuladas das causas do erro;
4. Realize os cálculos necessários em cada coluna lista no item anterior;
5. Aplique os dados em um gráfico de frequência. Aqui, as séries serão os números de ocorrências e as categorias os tipos de causas;
6. Aplique os dados de frequência acumulada e transforme em um gráfico de linhas, criando a Curva de Pareto.
DIAGRAMA DE PARETO NA GESTÃO DE QUALIDADE
O Diagrama de Pareto, pode ser usado em diferentes contextos.
Dentro da gestão da qualidade, ele ajuda a identificar as fontes mais comuns dos seus problemas para que você possa criar um plano de ação focado em melhorias.
Assim, sabemos exatamente para onde direcionar os esforços e garantir o máximo de resultado com o mínimo de esforço.
Ele ajuda também a detectar desperdícios no ciclo de produção, indicando se é possível cortar alguma atividade que atualmente compõe o fluxo de produção, mas não gera valor ao cliente.
Toda essa otimização dos insumos e recursos humanos gera reflexos junto ao cliente que, sem saber das causas dos problemas, percebe apenas uma melhoria geral na qualidade.
CASO PRÁTICO
Para verificar qual seria o ponto estratégico para abrir uma filial, a direção da Pizzaria Veridiana, localizada na cidade de São Paulo, está analisando em qual bairro da cidade a empresa faz mais entregas de pizza. Diariamente, durante 15 dias, o entregador de pizzas anotou a quantidade de viagens que foram feitas para cada um dos bairros, dessa forma:
TABELA
O diretor da pizzaria tabulou os dados, organizando-os em ordem decrescente de acordo com a porcentagem que cada bairro obteve de vendas (4ª coluna) e, depois, somou a frequência acumulada (5ª coluna) dos bairros, somando o percentual de vendas de cada bairro ao percentual de vendas do bairro anterior, como na tabela a seguir:
TABELA
Organizando os dados em uma tabela, a direção da pizzaria obteve um Diagrama de Pareto com a situação das vendas por bairro. Tendo como resultado este diagrama:
GRÁFICO
Analisando o gráfico, a Alta Direção da pizzaria pôde perceber que os bairros do Jd. São Bento e Bom Retiro representavam mais da metade das vendas delivery (60%), e decidiram que o melhor local para abrir uma filial seria no ponto mais próximo aos dois bairros.
CONCLUSÃO
O que surgiu no século XIX como uma ferramenta de análise da macroeconomia, evoluiu através das décadas, chegando ao século XXI como uma importante ferramenta de gestão e controle da qualidade.
O Princípio de Pareto prega que 80% das ocorrências são, em geral, ocasionadas por 20% das causas.
O conceito acabou se expandindo e, hoje, é aplicado na ciência da computação, saúde, gestão, marketing, entre outras áreas.
O diagrama que deriva do princípio é simples e prático, permitindo uma análise rápida sobre quais melhorias precisam ser priorizadas para garantir a qualidade da produção.

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