Diagrama de Pareto (artigo + perguntas)

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS, ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SERVIÇO SOCIAL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
KENNY SHANY MOREIRA
TADEU LUIZ OLIVEIRA
VANESSA MOURA SANTOS
DIAGRAMA DE PARETO 
ITUIUTABA
2018
KENNY SHANY MOREIRA
TADEU LUIZ OLIVEIRA
VANESSA MOURA SANTOS
DIAGRAMA DE PARETO 
Trabalho da disciplina de Gestão da Qualidade que abordará uma das principais ferramentas da qualidade, o Diagrama de Pareto, discorrendo o conceito em torno dela e suas aplicações.
Orientadora: Prof. Dra. Angela Marcia de Souza. 
IUIUTABA 
2018
Introdução
 
Uma das primeiras lições que os engenheiros são convidados a aprender é a de priorizar tarefas. É importante aprender desde cedo a distinguir entre os “poucos pontos vitais” dos “muitos pontos triviais”. Isto significa que é importante concentrar-se nas poucas coisas que realmente importam e não gastar recursos em muitas outras que têm pouco ou nenhum impacto no negócio. Para priorizar o que é realmente importante, podemos utilizar do principio de Pareto, onde os itens significativos de um grupo normalmente representam uma pequena proporção do total de itens desse mesmo grupo. 
O Diagrama de Pareto e sua análise são utilizados por diversas organizações com o intuito de definir os objetivos primordiais e na correção dos defeitos que ocorrem no ambiente corporativo como um todo. Essas informações sobre as causas e seus efeitos são pesquisadas e dispostas em tabelas que mostram a participação detalhada de cada uma em relação ao total, e por fim todas elas são exibidas em um gráfico de barras descendente que apresenta as frequências de ocorrências ou os tamanhos relativos abrangendo as várias categorias de todos as adversidades encontradas. 
Conceitos históricos
Apesar de ter nascido em Paris, em 1848, Vilfredo Pareto é considerado um político, sociólogo e economista italiano por conta do país onde viveu quase toda sua existência. Em 1897, Pareto desenvolveu um estudo sobre a distribuição de renda no seu país. Por meio deste estudo, ele percebeu que a distribuição de riqueza não se dava de maneira equitativa, mas, bem ao contrário, 80% de toda a riqueza nacional estavam concentradas nas mãos de uma pequena parcela da população (20%). Esta distribuição inadequada foi expressa em um gráfico que leva o seu nome e que, mais tarde, viria a transformar-se em uma das mais conhecidas ferramentas da qualidade.
Incentivado pelo estudo de Pareto, Joseph Juran, um dos gurus da qualidade moderna, desenvolveu o que conhecemos hoje por Diagrama de Pareto ou curva ABC, uma ferramenta simples e amplamente utilizada no cenário organizacional. 
De fato, os gráficos de Pareto, por similaridade ao modelo original, podem ser utilizados, por exemplo, para classificar causas que atuam em um processo com maior ou menor intensidade, ou, ainda, com diferentes níveis de importância. Assim, por analogia, pode-se mostrar, por exemplo, que os principais defeitos e problemas nas operações do processo produtivo podem ser derivados de um pequeno número de causas.
O modelo Pareto (que, na verdade, era de Economia – a maior parte da renda está concentrada em poucas pessoas) foi traduzido para a área da Qualidade sob a forma “alguns elementos são vitais; muitos, apenas triviais”, também por Juran. 
Conceitos básicos 
O Diagrama de Pareto é um recurso gráfico utilizado para estabelecer uma ordenação nos problemas que devem ser sanados e sua maior utilidade é a de permitir uma fácil visualização e identificação das causas ou problemas mais importantes. Através de sua utilização, é possível compreender a relação entre as causas e efeitos de um processo, permitindo a localização dos problemas vitais. 
Também é muito útil para tratar não-conformidades, identificar pontos de melhoria e definir que planos de ação devem ser atacados primeiro no que diz respeito à prioridade. Ainda segundo a metodologia, os problemas referentes a qualidade de produtos e processos, que resultam em perdas, podem ser classificados da seguinte maneira:
Poucos vitais: representam poucos problemas que resultam em grandes perdas;
Muitos triviais: representam muitos problemas que resultam em poucas perdas.
Com frequência algumas poucas classificações dominam (os “poucos vitais”), enquanto que todo o resto (os “muitos triviais”) contribui apenas com uma pequena proporção. A fim de melhorar um processo, é importante encontrar quais são as poucas áreas vitais de problemas.
Seu propósito não é o de identificar causas. Outras ferramentas, tais como gráficos de controle, gráficos de dispersão e experimentos planejados podem ajudar a identificar as causas.
Aplicação da Ferramenta 
O que o diagrama de Pareto sugere é que existem elementos críticos e a eles deve-se conferir prioridade de análise. Pode-se, assim, empregar um modelo gráfico que classifica tais elementos em ordem crescente de importância, a partir da esquerda. Os elementos sob estudo (apresentados na linha horizontal) são associados a uma escala de valor (que aparece na vertical), constituída de medidas em unidades financeiras, frequências de ocorrência, percentuais, número de itens etc.
Como aplicar a ferramenta:
1. Todo gráfico de Pareto tem uma finalidade. Entender o que se deseja resolver com ele é fundamental para decidir quais dados será necessário coletar.
2. Só se faz um Diagrama de Pareto com dados. Para se coletar bons dados, pode se valer de outras ferramentas, como formulários de coleta de dados ou folhas de verificação. Essa etapa de planejamento é importante para construir um gráfico de Pareto porque leva a equipe a considerar fatores como variáveis envolvendo o local da coleta e as questões que serão abordadas.
3. Com os dados coletados em mãos, pode-se iniciar o processo de análise e compilação dos mesmos. Pode-se contabilizar a frequência de cada defeito (ou seja lá o que estiver analisando no gráfico de Pareto) e montar uma tabela com as cinco colunas principais: o nome da razão (ou do que estiver em análise), o número de ocorrências de cada razão, o número acumulado de ocorrências, o percentual unitário e também o percentual acumulado de cada razão estudada. 
4. Com a tabela finalizada, pode-se iniciar o processo de construção do gráfico, desenhando barras com as frequências organizadas da maior (com maior número de ocorrências) para a menor (com menor número de ocorrências) seguindo da esquerda para a direita. 
5. Em seguida deve-se inserir um gráfico de linha com as porcentagens acumuladas de cada classificação utilizando das porcentagens acumuladas encontradas na tabela do item 3. 
6. Uma vez finalizado o gráfico, pode-se analisar se há alguma classificação se sobressaindo. Caso haja, deve-se traçar um plano de ação o mais rápido possível e começar a aplicá-lo de imediato. 
A interpretação dos resultados é imediata graças ao impacto visual do diagrama, levando em conta que a força visual é uma característica comum à maioria das ferramentas da qualidade.
Estudo de caso 
A empresa Mello, situada na cidade de São Paulo desde 1989, é uma indústria brasileira que opera no processamento de carnes e embutidos cárneos, que atendem os principais mercados atacadistas e varejistas do país. Com o comprometimento de aproximadamente 3.000 colaboradores, a empresa tem sido destaque no fornecimento de seus principais produtos que vão desde cortes de carnes até pratos prontos para consumo. Aliado a seus colaboradores, a empresa está permanentemente comprometida com a qualidade dos seus produtos, aprimoramento do conhecimento dos envolvidos em seus processos e serviços com o objetivo principal de oferecer produtos de qualidade e satisfação dos clientes.
Os objetivos da ferramenta da qualidade e seus respectivos indicadores de desempenho são acompanhados durante reuniões de análise crítica periódica, avaliando:
· Satisfação de clientes;
· Cumprimento dos prazos de entrega;
· Comprometimento dos colaboradores. 
Quando estes indicadores ficam abaixodo esperado, resultam em um grande número de problemas e não conformidades que necessitam de avaliação e planos de ações para correção.
Com objetivo de classificar os tipos de problemas envolvidos na devolução de produtos no período de janeiro de 2013 a julho de 2014, realizou-se um levantamento das devoluções e os prejuízos em reais que cada uma das causas gerava para a empresa.
Para construção do Diagrama de Pareto os dados devem ser ordenados em tabela, com os valores em ordem decrescente. As frequências relativas e acumulada devem ser determinadas e incluídas na mesma tabela:
Com estes dados tabulados podemos construir o diagrama de Pareto.
Resultados obtidos 
Com a pesquisa
Com toda a pesquisa acerca do Diagrama de Pareto, concluímos que ele é usado para priorizar esforços de melhoria, oferecendo um melhor controle sobre as atividades que se busca realizar ou os problemas que se procura resolver. Sempre que se estiver em dúvida sobre onde focalizar os esforços de melhoria deve usar uma análise de Pareto
É uma ferramenta que é aprimorada pela consideração cuidadosa das oportunidades de estratificação e de valores significativos para a escala vertical, que dispostos em um gráfico que une barras e linhas, deixa visualmente claro quais os pontos que devem ser atacados para um aumento significativo de performance. 
O conhecimento relacionado à estabilidade do processo torna o gráfico de Pareto uma ferramenta valiosa e indispensável a qualquer pessoa ou organização que almeje uma gestão eficiente e solidificação no mercado em que atua.
Com o estudo de caso
Com o auxílio do Diagrama de Pareto conclui-se que ao eliminar 5 problemas dos 25 apontados será eliminando 83% dos problemas que geram as devoluções, resultado em economia para a empresa e uma melhoria no atendimento aos clientes.
O próximo passo é a elaboração de um plano de ação para tratamento das causas: Produto com cor e odor alterados, diferença de peso, especificação do produto, ausência de vácuo, temperatura fora de padrão.
Conclusão 
Com a utilização do Diagrama de Pareto, torna-se muito mais fácil a identificação dos itens mais problemáticos para uma organização, assim como, o resultado (prejuízos) gerados por esses problemas. Essa ferramenta é de extrema importância para ressaltarmos a prioridade relativa de vários problemas constantes nos processos de uma organização, usando-a para aprimorar cada vez mais os processos internos da mesma. Como foi ressaltado em vários pontos, o diagrama possui a simples finalidade de separar os elementos da tabela em classes e com isso auxiliar na definição de itens prioritários e não prioritários.
Essa divisão contribui significativamente para a estratificação dos dados selecionados, ou seja, na divisão dos dados coletados em duas ou mais camadas, propiciando assim, a obtenção de uma gama maior de informações relativas aos processos organizacionais. O Diagrama de Pareto constitui uma das principais e mais utilizadas ferramentas da qualidade, permitindo uma fácil visualização e identificação das causas ou problemas mais importantes e possibilitando a concentração de esforços para saná-los. O objetivo não é demonstrar que nem todos os problemas são importantes, mas sim que alguns precisam ser solucionados com maior urgência.
Perguntas 
1. O Diagrama de Pareto se originou a partir de um estudo feito pelo engenheiro e economista Vilfredo Pareto no país onde vivia. O estudo causou grande influência e estabeleceu um princípio que acompanhou seu diagrama. Qual foi o estudo realizado por ele e os resultados obtidos? 
a) Um estudo matemático que introduziu as “curvas de indiferença” como instrumento analítico.
b) Um estudo sobre a distribuição de renda que constatou que 80% de toda a riqueza nacional estava concentrada nas mãos de uma pequena parcela da população (20%).
c) Um estudo sobre a lógica na gestão da qualidade que demonstrava como implementar ações corretivas utilizando conceitos sociológicos.
d) Um estudo sobre gerenciamento de estoque que deu origem a Curva ABC. 
Resposta correta: letra B.
2. Embasado pelo princípio de Pareto, Joseph Juran desenvolveu o que conhecemos hoje por Diagrama de Pareto, traduzindo para a qualidade um estudo direcionado à economia. Qual citação melhor resume essa tradução feita por Juran? 
a) “Muitos elementos são triviais e vitais ao diagrama”.
b) “Os elementos triviais são tão importantes quanto os vitais”.
c) “Elementos vitais podem ser retirados para que o foco seja direcionado aos triviais”. 
d) “Alguns elementos são vitais, muitos, apenas triviais”.
Resposta correta: letra D.
3. Qual dessas etapas não pertence a construção do Diagrama de Pareto?
a) Encontrar a amplitude e o número de classes. 
b) Construir uma coluna para as porcentagens acumuladas.
c) Ordenar os dados de maneira decrescente. 
d) Calcular as porcentagens individuais de cada ocorrência.
Resposta correta: letra A 
4. O Diagrama de Pareto apresenta uma maneira simples de analisar, identificar e visualizar os problemas e as atividades que temos de realizar. Qual análise conseguimos realizar a partir dele?
a) Sempre devemos dispor os mesmos recursos para todas as atividades apresentadas no diagrama. 
b) As atividades podem ser escolhidas à critério de quem vai realizá-las. 	
c) A importância de priorizar os processos que acontecem com maior frequência, aos quais os esforços devem ser direcionados com certa urgência. 
d) Não é necessário priorizar os procedimentos, basta gerenciar todos de maneira equivalente. 
Resposta correta: letra C. 
Referências Bibliográficas 
PALADINI, E. P, BOUER, G.; FERREIRA, J. J. A.; CARVALHO, M. M.; MIGUEL, P. A. C.; SAMOHYL, R. W.; ROTONDARO, R. G. Gestão da qualidade: teoria e casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
SILVA, A.M; PINHEIRO, M.S.F.; FRANÇA; M.N. Guia para normalização de trabalho técnico-científicos. Uberlândia: Edufu, 2008.
 
SILVEIRA, C. B. Diagrama de Pareto. Disponível em: <https://www.citisystems.com.br/diagrama-de-pareto> Acesso em 5 de junho de 2018. 
FOODSAFETYBRAZIL. Estudo de caso: aplicação das ferramentas Pareto e CEP para solução de problema de temperatura em produto cárneo. Disponível em:
<https://foodsafetybrazil.org/estudo-de-caso-aplicacao-das-ferramentas-pareto-e-cep-para-solucao-de-problema-de-temperatura-em-produto-carneo/> Acesso em 6 de junho de 2018. 
BLOG DA QUALIDADE. Diagrama de Pareto. Disponível em:
< http://www.blogdaqualidade.com.br/diagrama-de-pareto/> Acesso em 6 de junho de 2018.