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Liderança e Desenvolvimento de Equipes Créditos Institucionais Fundador e Presidente do Conselho de Administração: J anguê Di11iz Diretor-Presidente: Jânyo Diniz Diretor de Inovação e Serviços: Joaldo Diniz Diretoria Executiva de Ensino: Adriano Azevedo Diretoria de Ensino a Distância: Enzo Moreira © 2020 by Telesapiens Todos os direitos reservados LAND Lidera.nça e D esenvolvime11to de Eq11ipes ( 7 ~----- 8 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- N INTRODU AO Você certa111ente já teve a oportunidade de desenvolver algu111a atividade en1 grupo ou em equipe, portanto pare ut11 pouco e reflita: o que é um grupo ou utna equipe? Como e por que são formados? Você é capaz de discernir sobre os diversos tipos de grupos? Pois bem, na prática, você já deve ter vivenciado o contexto de estruturação e de interação existente dentro dos grupos, mas é necessário conhecer teoricamente e objetivamente algu11s conceitos que o notiearão em sua prática profissional quando houver a necessidade de criar e de gerenciar grupos e equipes de trabalho. Diante disso, esta unidade aborda os fundamentos de grupos e de equipes, apresentando, para seu conhecimento, o conceito, tipos, características, bem cotno a formação e o comportamento desses. Iremos então desvendar como podetnos fazer uso desses conhecimentos para alcançar os objetivos para os quais o g1upo ou equipe foi c1iado, fazendo uso de mecanismos como a comunicação e o processo de tomada de decisões. Então, ficou curioso(a)? Então prepare-se, pois, ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar no universo dos grupos e das equipes, desvendando suas origens e seu funcionamento! Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 9 ~---- OBJETIVOS Olá! Já muito bem-vindo(a) à Unidade I. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das segt1intes competências profissionais, até o término desta etapa de estudos: Discernir sobre o conceito e as características de grupos e equipes, be1n co1no sua formação, comparando as definições dos principais autores da área de gestão; Analisar o comportamento de um grupo, com- preendendo seus fundamentos; Diferenciar os tipos de grupos e de equipes, consid.erando os pri1nários, secu11dários, for1nais, inf on11ais, 111ultifatoriais ou 11111ltifuncionais, virtuais, autogerenciados, temporários e as equipes de resolução de problemas; Formar equipes eficazes, observando seu contexto, co1nposição, projeto e processo de trabalho, co1nunicação e tomada de decisão. Então? Está preparado para uma viage111 sem volta ruI110 ao conhecimento? Ao trabalho! 10 J Liderança e Dese11volvime11to de Equipes ----- Introdução aos grupos e equipes: do conceito à formação Ao término deste capítulo, você será capaz de discernir sobre o conceito e as características de grupos e equipes, be1n como sobre sua fonnação. Nesse sentido, você conhecerá algumas definições de g111po fornecidas por autores da á1·ea de gestão, visto que o estudo dos grupos e de suas características e formação é e1nbasado na literatura relacionada ao comportamento organizacional. Diante do exposto, aqui você aprenderá a diferença conceituai entre grupos, equipes e times. Ainda neste capítulo, você entenderá o porquê das fo1mações dos gi11pos e como isso se dá por meio de estágios de desenvolvimento. Esse entendimento irá norteá-lo quando for necessário, no exercício de sua profissão, caracterizar um grupo para fins de 1nelho gestão e/ou de o conduzir, estimular e intervir no processo de fonnação de grupos. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então, vamos lá. Avante! Conceito de grupos e equipes Vamos iniciar o estudo do conceito de g111pos e equipes, refletindo sobre o que, na prática, por meio de nossas experiências, conhecemos como um grupo e/ou equipe. Portanto, antes de adentrarmos nas definições e nos conceitos fo1necidos por pesquisadores e estudiosos da área, pare agar e faça as seguintes reflexões: para você, o que é u1n g111po e/ou equipe? Grupo e eqt1ipe são a 1nesma coisa? Quais caraterísticas Liderança e Desenvolvimento de Eq11ipes ( 11 ~---- você identifica 110s grupos e/ou equipes dos quais você faz ou fez parte? Então, tenho certeza de que você lembrou de momentos compartilhados com pessoas, visto que essa é a primeira image1n que surge em nossa mente quando ouvimos ou fala1nos as palav1·as grupos e equipes. E esses gi·upos e/ou equipes que você recordot1, remetem a algum contexto? Para ajudar em sua reflexão, a11alise as Figuras 1 e 2, dispostas a seguir, basea11do-se no que dissemos anteriormente. Figura l: Representação de um grupo religioso Fonte: Pixabay Figura 2: Representação de uma equipe de trabalho ·- -- - -- Fonte: Pixabay 12 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- Então, ta11to na Figura 1 co1no 11a 2 temos u1n co11junto de pessoas compartilhando algo, certo? Mas quais diferenças você identifica entre elas? Vejamos, na Figt1ra 1, as pessoas estão reunidas, porém cada uma está fazendo sua reflexão de modo isolado, em que não se verifica um compartilhamento de objetivos, de opiniões, mas, sim, uma afinidade entre os membros por simpatia ou sintonia. Já na Figura 2, podemos ve1iiicar na expressão das pessoas uma interação que remete a uma reflexão coletiva, que estão unidas por um objetivo, podendo elas ter afinidades ou não, mas seguem refletindo para chegar a um ponto comum. Neste capítulo, mais à frente, iremos, de for1na conceitua! e objetiva, abordar a diferença entre grupos e equipes. Isso porque que não é tão si1nples defi11ir o que é u1n grupo ou uma equipe, visto que, à p1·i1neira vista, ambos paiiem do princípio da existência de um conjunto de pessoas compartilhando algo, sejam crenças (Figura l) ou objetivos, planos e metas, voltadas para o desempenho (Figura 2). Diante disso, é necessário que você tenha claro em sua mente o que é u1n grupo ou uma equipe. Para tanto, os Quadros 1 e 2, respectiva1nente, apresenta1n de forma objetiva definições dos te11nos ''g1-upo'' e ''equipe'', fornecidas pelos principais autores da área de gestão. Quadro 1: Definições de grupo AUTOR(ANO) Grinberg ( apLtd RODRIGUES, 1981) DEFINIÇÃO , E uma pluralidade de pes- soas que nw11 determinado momento estabelece uma in-- . . , . teraçao precisa e s1ste1nat1ca entre si. Isto significa que, em todo ag1-upamento psicológi- co, as pessoas se conhecem e se identifica1n. Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 13 ~---- CASADO (2002) CHIAVENATO (2005) ROBBINS (2006, p. 101); ROBBINS; JUDGE; SOBRAL (2010) SOBRAL; PECI (2008) Conjunto de pessoas qt1e co1npartill1am valores, cren- ças, visões semelhantes de mt1ndo, possuem identidade e podem ser consideradas um todo. Um grupo pode ser definido co1no u1n conjt1nto de duas ou • mais pessoas que trabalha1n . Juntas para alcançar u1n ou mais objetivos comuns [ ... ] , . . ut11 grupo e 111u1to 111a1s do que um simples conjunto de pessoas, pois seus membros considera1n-se mt1tuamente dependentes para alcançar seus objetivos, e eles intera- gen1 uns co1n os outros regu- larmente para alcançar os ob- jetivos no decorrer do tempo. Um grupo é definido como dois Oll mais i11divíduos in- ' terdependentes e interativos, que se jtmtam visando à ob- tenção de um deten11inado objetivo. Conjunto de dois ou mais in- divíduos que interagem a fi.111 de alcançar objetivos em co- mu1n. Fonte: Elaborado pela autora, 2021. 14 J Liderança e Dese11volvime11to de Equipes ----- Em linl1as gerais, as defi11ições atribuídas a um grupo envolve1n os seguintes termos: conjunto de pessoas; interação; compartilha1nento de valores, crenças; identidade; objetivos comuns. Nesse sentido, podemos assim definir grupo: conj11nto de dois ou mais indivíduos interdependentes e interativos que se juntam visando à obtenção de um detenninado objetivo, possuindo ide11tidade ( originada do compartilhamentode valores, crenças) e cujo dese1npenho é igual à somatória das contribuições individuais. Grupo é um o conjunto de dois ou mais indivíduos interdependentes e interativos que se junta1n visando à obtenção de um dete1minado objetivo, possuindo identidade ( originada do compartilhamento de valores, crenças) e cujo desempenho é igual à somatória das contribuições individuais (ROBBINS, 2005). Quadro 2: Definições de equipe AUTOR(ANO) ,., DEFINIÇAO Equipe é um grupo que compreende seus objetivos e está engajado em MOSCOVICI (1994) alcançá-los de fonna compartilhada. A equipe é Uln g1Lipo co1n funciona- 1nento qualificado. Lidera.nça e Desenvolvimento de Eq11ipes ( 15 ~---- KATZENBACH (2001, p. 231) CASADO (2002, p. 240) DAFT (2005, p. 449) ROBBINS (2005) ''[ ... ] uma equipe verdadeira é um número pequeno de pessoas com habilidades complementares, com- prometidas com objetivos, metas de dese1npenho e abordagens comuns pelos quais se consideram 1nutua- mente responsáveis''. , ''E o conjunto de pessoas que buscam um objetivo comum, clara e explicita- mente fo1mulado. O foco da definição de eqt1ipe é a respo11sabilidade pelo cumprimento das atribuições que ele- varão à consecução dos objetivos co- n1uns''. ''U1na unidade de duas ou 1nais pes- soas que interagem e coordenan1 o seu trabalho para realizar u111a 1neta específica' '. Conjunto de pessoas que atuam com responsabilidade mútua e têm habili- dades compleme11tares. Uma equipe gera sinergia positiva por meio do esforço coordenado. Nesse caso, os esforços coletivos resultam em um nível de desempenl10 maior do que a soma das contribuições individuais Fonte: Elaborado pela autora, 202 1. Quanto à definição de equipes, para fins deste material, dete1IDinamos que são o conjunto de pessoas que atuam com responsabilidade mútua e têm habilidades complementares. 16 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- Isso porque essa definição, de forma objetiva, remete à soma de habilidades que geratn um resultado sinérgico, e, ao longo deste material, vamos entender como isso é importante para a geração de equipes eficazes. Uma equipe gera sinergia positiva por meio do esforço coordenado das habilidades de seus membros. Nesse caso, os esforços coletivos resultam em um nível de desempenho maior do que a soma das co11tribuições individuais. Analisando as definições de grupo e de equipe dispostas acima, podemos concluir que, embora sejam definições parecidas, conceitt1al1nente há t11na distinção entre o qt1e é um grupo ou uma eqt1ipe. Nesse sentido, não se esqueça: grupo não é a mes1na coisa que equipe! Mas, então, qual a diferença? No contexto das organizações, a diferença entre grupos e equipes remete à existência ou não do trabalho coletivo engajado. A esse respeito, Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 299) afirmam que: Um grupo de trabalho é aquele que interage basicamente para compartilhar inf armações e tomar decisões para ajt1dar cada membro em seu desempenho na área de responsabilidade. Os grupos de trabalho não têm necessidade nem oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo que requeira esforço conjunto. Assim, seu desempenho é apenas o so1natório das contribt1ições individt1ais de set1s me1nbros. Não existe uma sinergia positiva que possa criar tlm nível geral de desempenho 1naior do que a soma das contribuições individuais. U1na equipe de t1·abalho, por sua vez, gera uma sit1ergia positiva por meio do esforço coordenado. Os esforços individuais resultam em um nível de desempenho maior do que a soma de suas contribuições individuais. Lidera.nça e Desenvolvimento de Eq11ipes ( 17 ~---- Equipe é o conjunto de pessoas que atua.m com responsabilidade mútua e têm habilidades complementares, que geram sinergia positiva por meio do esforço coordenado, e os esforços individuais resultam em um nível de desempenho maior do que a soma das contribuições individuais. Para facilitar o nosso entendi1nento da co1nparação entre as definições de grupo e equipe, a Figura 4 aprese11ta u1na representação básica dessas diferenças. Figura 3: Co1nparação enL;e grupos e equipes Grupos de trabalho Equipes de trabalho 1 Compartilhar informações ~Objetivo--t►► Desempenho colettvo Neutra (às vezes negattva) ◄◄t---Sinergia --t►► Positiva Individual Aleatórias e variadas ....,.Responsabilidade ► Individual e mCrtua i-+--Habilidades ► Complementares Fonte: Robbins, Judge e Sobral (20 l O, p. 300). No contexto de grupos e equipes, a sinergia significa cooperação, referindo-se ao esforço para realizar algo 1n1.1ito complexo e ter êxito no final, ou seja, é quando o trabalho conjunto acaba sendo maior que a soma dos trabalhos individuais. Alé1n dos grupos e das eq1.1ipes, podemos verificar na literatura outro termo que re1nete ao conjunto de pessoas: o time. 18 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- Confon11e assevera Casado (2002, p. 240), l1á diferenças 11ítidas entre os conceitos de g111po, equipe e time: Os três conceitos apresentam nítidas diferenças entre si : o grupo enfoca prioritariamente as liga- ções efetivas entre os componentes, enquanto a equipe volta-se principal1nente para o resultado. Já o time reúne os aspectos emocionais presentes 110 conceito de grupo co1n a noção de responsa- bilidade pelo resultado presente no conceito de . equipe. Time é conjunto de pessoas com habilidades e potenciais peculiares a serviço de um objetivo comum. Elas compa1iilha1n valores, buscam resultados comuns e conta1n com alto grau de comprometimento, o que faz se responsabiliza1·em por mais do que a simples realização de suas ta1·efas e contribuições individuais (ROBBINS, 2005). Agora que você já é capaz de discernir sobre os conceitos de grupo, equipe e time, a seguir vamos conhecer co1no eles se desenvolvem e quais são os elementos qt1e os caracteriza1n e os estruturam. Formação dos grupos e equipes Você já parot1 para pensar como surgem os grupos e as equipes, como se desenvolvem e quais são os elementos que estruturam e dão características a eles? Se não pensou, chegou o momento de aprender a esse respeito. Na literatura sobre co1nportamento organizacional, e11contra111os alguns 111odelos Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 19 ~---- que buscan1 elucidar o dese11volvime11to dos grupos, e dentre eles destacamos, para fins de aprendizado, o 1nodelo de cinco estágios, representado na Figm·a 4, e descritos os estágios no Quadro 3. Figura 5: Estágios de desenvolvimento do grupo Pré-estógio I Estógio 1 Formoçõo Est6gio li Tormento Es16gio Ili Est6gio ri/ NormoNzoçõo Desempenho Es16gio V lnlerrupçõo Fonte: Robbins, Judgc e Sobral (20 1 O, p. 265). Os estágios de desenvolvi111ento de grupos e equipes possui peculiaridades e, alén1 disso, é importante destacar que não necessaiiamente todos os grupos devem passar pelas cinco fases destacadas na Figura 5 e descritas, a seguil·, no Quadro 3; gn1pos passam de forma mais clara por trm estágio ot1 ot1tro. Quadro 3: O 1:uodelo de cinco estágios do desenvolvimento do grupo r ESTAGIO -1.FORMAÇAO -DESCRIÇAO Caracterizado por urna grande dose de incerteza sobre os propósitos do grupo, sua estrutura e liderança. Os membros estão ''reconl1ecendo o terreno'' para descobrir quais com-- . , . porta1nentos sao ace1tave1s no gru- po. Esse estágio estará concluído quando os membros começarem a pensar em si mesmos como parte do grupo 20 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- 2.TORMENTA 3.NORMATIZAÇÃO 4.DESEMPENHO O estágio da tormenta é aquele dos conflitos dentro do gi1.1po. Os mem- bros aceitam a existência do grupo, mas resistem aos limites impostos à individualidade. Além disso, existe um conflito sobre que1n controlará o grupo. Quando esse estágio estiver concluído, haverá uma hierarquia de liderança relativamente clara. O terceiro estágio é aquele em que se desenvolve1n os relacio11amentosmais próximos e o grt1po passa a de- n1onstrar coesão. Existe agora U111 forte sentido de identidade coletiva e de camaradagem. Esse estágio de normatização se completa quando a est11.1tU1·a do g11.1po se solidifica e as- si1nila um conjunto de expectativas comuns que definem qual deve ser o co111portamento correto de seus membros. O quarto estágio é o do desempe- nho. A estrutUl·a, neste momento, é totalmente funcional e aceita. A energia do grupo transferiu-se do esforço voltado ao conhecimento e à compreensão mútuos de seus membros para o dese1npenho da ta- refa que deve ser realizada. Lidera.nça e D esenvolvime11to de Eq11ipes ( 21 ~---- -5.INTERRUPÇAO Estágio final do desenvolvimento , . para os grupos temporanos, caracte- rizado por uma preoc11pação maior co1n a co11clusão das atividades do que co1n o dese1npenho para reali- zar a tarefa. Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (20.1 O, p. 265). Com base no exposto no Quadro 3, ve1nos que os grupos têm peculiaridades na sua formação que lhe concede111 características distintas e comporta111entos. Por fim, ao término deste capítulo, você não pode esquecer que grupos e equipes possuem definições diferentes, embora na prática pareçam ser a 1nesma coisa. Nesse sentido, diferenciar grupos e equipes 110 dia a dia requer a observação de co1no os membros de co1nporta1n, interage1n e produzem resultados. Os fundame11tos do co111portamento de u1n grupo será o foco do capítulo seguinte. E agora? Você se sente capaz de discernir sobre o conceito e as caracte1isticas de g1upos e equipes, bem como sobre sua formação? Para garantirmos uma resposta positiva, vamos recordar, objetivamente, o conhecimento obtido neste capítulo. Aqui você aprendeu conceitualmente que grupo, equipe e time não são a mes1na coisa. Por definição, o grupo é um conjunto de dois ou mais indivíduos interdependentes e interativos que se juntam visando à obtenção de um determinado objetivo, possuindo identidade ( originada do compa1iilhamento de valores, crenças) e cujo desempenho é igual à somatória das contribuições individuais. Já a equipe é o conjunto de pessoas que atuam com responsabilidade mútua e têm habilidades complementares, 22 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- que geram sinergia positiva por 1neio do esforço coorde11ado e os esforços individuais resultam em um nível de desempe11ho maior do que a soma das co11tribuições individuais. Qua11to a U111 ti111e, ele é o conjunto de pessoas com habilidades e potenciais peculiares a serviço de u111 objetivo co111um. Elas compa1iilha111 valores, buscam resultados con1uns e conta111 com alto grau de co111prometimento, o que faz co111 qt1e se respo11sabilizem por mais do que a si111ples realização de suas tarefas e contribt1ições i11dividuais. Ainda, 11este capítulo, você estudou que a for1nação de 1.1m grupo passa por ci11co estágios de desenvolvimento: formação, tor111enta, non11atização, desempe11l10 e interrupção. E, por fim, você pôde concluir que os grupos tê111 peculiaridades na sua formação, o que lhes concede características distintas e co111porta111entos, dos quais os fundamentos serão o foco do capítulo seguinte. Lidera.nça e Desenvolvimento de Eq11ipes ( 23 ~---- Fundamentos do comportamento de grupos Ao término deste capítulo, você será capaz de analisar o compo1iamento de um g1upo e compreender seus fu11da111entos. Isso mesmo! Neste capítulo, você vai aprender que o compo1iamento de um grupo é resultado do seu dese11volvimento, estruturação e mecanis111os de tomada de decisão. Esse conheci111ento irá norteá-lo na sua atuação profissional quando você necessitar, na posição de gestor ou líder de um grupo, incentivar ou i11ibir ce1ios compo1iamentos presentes nele, visto que cada g1upo se comporta de fo11.11a diferente. E então? Motivado(a) para desenvolver essa competência? Então van1os lá. Avante! Desenvolvimento do grupo e um modelo alternativo para grupos temporários Você já parou para pensar como grupos são criados e, ao longo do tempo, se desenvolve111? Bem, vi1nos anteriormente que os grupos são criados quando as pessoas se unem por algm11a afinidade ou objetivo comum. Uma vez fonnados, eles passa1n por estágios que envolvem desde o surgimento de conflitos até a estruturação e a conclusão das atividades. ■ Na literatura sobre comportamento organizacional, encontramos alguns modelos que buscam elucidar o desenvolvi111ento dos grupos, e dentre eles tem-se o 1nodelo de cinco estágios: forn1ação, to11.11enta, 11ormatização, desempenho e interrupção, contudo, existe um outro modelo que descreve de 24 J Liderança e Dese11volvime11to de Equipes ----- forn1a alternativa o desenvolvimento dos grupos quando eles se caracterizam como temporários. Isso porque esses grupos, na prática, aparentam não segt1ir o modelo dos cinco estágios. Um g1-upo temporário é aquele formado para a execução de tarefas com prazos definidos, tendo, portanto, um prazo de existência rigidamente definido (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). Mas se os g1-upos temporários não seguem o modelo de cinco estágios, como podemos explicar seu comportamento de fo11nação e de desenvolvimento? O desenvolvimento dos grupos temporários pode ser entendido por meio do modelo de equilíbrio pontuado, o qual é representado pela Figura 5. (Alto) Primeira ·-reun1ao (Baixo) A Figura 5: Modelo de equilibrio pontuado Fase 1 Fase 2 4 -Transição (A+B)/2 Tempo Fonte: Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 265). i 1 Conclusão Agora que você já sabe o que é llln grupo te1nporário e que ele pode ser entendido pelo modelo de equilíbrio pontuado, é importante co1npreender, basicamente, em que ele consiste. A respeito desse modelo, asseveram Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 267): Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 25 ~---- Os grupos temporários, for111ados para a execução de tarefas com prazos definidos, não parece1n seguir o modelo descrito anteriormente. Os estudos indicam que eles possuem uma sequência de ações ( ou inações) própria: ( 1) o p1·imeiro encontro serve para determinar a direção do grupo; (2) segue-se u111a pri111eira fase de inércia; (3) uma transição acontece no final desta fase, exatamente quando o grupo já gastou mais da metade do tempo alocado para seu funcionamento; ( 4) a transição inicia mudanças i1nportantes; (5) u1na segunda fase de inércia segue-se à transição e ( 6) o último encontro do grupo é caracterizado por atividades marcadamente aceleradas. Esse padrão é chamado modelo de equilíbrio pontuado. Diante do exposto, a pri1neira coisa que você precisa saber para analisar o compo1·ta1nento de um g1upo é como ele foi desenvolvido. Isso porque g1upos fo1mados sem tempo de existência definido previamente se desenvolvem de forma diferente dos que possuem esse prazo rigidamente determinado, de modo q11e isso refletirá no comportamento de seus membros ante os elementos de estJ.uturação de um grupo. Vejamos a seguir quais são esses elementos de estrutura de um grupo e co1no eles influem no compo1iamento de seus me1nbros. 26 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- Estrutura do grupo, elementos e variáveis Além de permanentes ou temporários, os grupos també1n podem ser dos seguintes tipos: formais, informais, de referência, de trabalho, de comando, de tarefa, de interesse e de amizade. Embora possam ser de diferentes tipos, os grupos apresenta1n elementos est1uturantes comuns, que pode1n se apresentar de várias formas, concede11do a eles suas diferenças. Independentemente de como se desenvolveram e do seu tipo, os grupos apresentam elementos estruturantes comuns. Isso porque já aprendemos até aqui qt1e os grupos são conjtmtos de pessoas organizadas, ordenadas. A respeito da estrutura dos grupos e desses elementos/variáveis, assevera1n Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 268): Os grupos de trabalho não são 111ultidões desorganizadas.Eles possuem uma estrutura que modela o comportamento de seus membros e ajuda a explicar e prever o comportamento deles, bem como o dese1npenho do grupo em si. Entre essas . , . . - , . var1ave1s estruturais estao os papeis, as normas, o status, o ta1nanho do grupo e sua coesão. Nesse sentido, para que você seja capaz de compreender um grupo com finalidade de melhor geri-lo, é necessário entender exatamente no que consiste cada uma dessas características/ variáveis. Para facilitar o seu entendimento, o Qt1adro 4 dispõe de fo11na objetiva cada um desses ele1nentos que caracteriza1n os grupos. Liderança e D esenvolvimento de Eq11ipes Quadro 4: Elementos que estruturain e caracterizam os grupos o .... e Q) - E DESCRIÇAO Variáveis relacionadas Q) -w Percepção do Visão que temos sobre como devemos Conjunto de papel agir em determinada situação. padrões com- porta mentais Expectativas Visão que os outros têm de como de- esperados. do papel vemos agir em determinada situação. - atribuídos a Q) a. Acordo tácito entre empregados e em-11! alguém que a. Contrato ocupa determi- psicológico pregadores, o qual estabelece o que estes esperam daqueles e vice-versa. nada posição em uma unida- de social. Conflito de Situação em que uma pessoa é con- .. frontada por diferentes expectativas papeis associadas a seus papéis. Grupos importantes aos quais as Grupos de pessoas pertencem ou gostariam Padrões acei- referência de pertencer e com cujas normas táveis concordam. de com- 1/1 Ajuste do comportamento para que 11! portamento E Conformidade um indivíduo se alinhe às normas do ... o compartilhados z grupo. pelos membros do grupo. Desvios de Comportamento voluntário que viola comportamen- importantes normas organizacionais e. to no ambiente dessa forma, ameaça o bem-estar da de trabalho organização ou de seus membros. 28 J Liderança e Dese11volvin1e11to d.e Equipes ------- O poder que Por provavelmente controlarem os recursos do grupo. as pessoas que uma pessoa controlam seus resultados tendem a exerce sobre ser vistas como possuidoras de um as outras alto status. A capacidade As pessoas cujas contribuições são de contri- importantes para o sucesso do grupo buição para tendem a ser detentoras de um alto as metas do status. Posição social grupo definida ou atribuída pelas Alguém cujas características pessoais são valorizadas positivamente pelo pessoas a um Características grupo (boa aparência. inteligência. g rupo ou a pessoais do dinheiro ou simpatia) em g eral terá um seus membros. individuo status mais elevado do que quem não C/1 De acordo com possui tais características. :s ... "' a teoria de ... VI características Os indivíduos de maior status cos- do status. tumam ter mais liberdade para se esse tende a Status e d esviar das normas do que os demais. derivar de três normas Essas pessoas também demonstram fontes (poder. mais resistência às pressões para a conformidade do que seus colegas capacidade e características). com status menores. Status e intera- As pessoas com alto status tendem a ção coletiva ser membros mais assertivos do g rupo. • E importante que os m embros do grupo percebam a hierarquia de status lnequidade do como justa. Quando é percebida como status injusta. gera-se um desequilíbrio que inspira vários t ipos de comportamento corretivo. o Quantidades Tendência que as pessoas têm de se .r:. e de pessoas esforçar menos ao trabalhar em grupo "' Folga social E que fazem par- do que se estivessem trabalhando ~ te do grupo. sozinhas. Grau em que Se as normas de desempenho para os membros qualidade e cooperação com indiví-o são atraídos lnl Produtividade duos de fora do grupo. por exemplo. C/1 entre si e Q) do grupo forem exigentes. um grupo coeso o motivados a u será mais produtivo do que um menos permanecer coeso. como grupo. Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (201 O, p. 268). Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 29 ~---- Analisando as variáveis dispostas no Quadro 4, pode111os concluir que o comportamento de um grupo é reflexo da combinação dessas variáveis que co1Tespondem aos elementos da s11a estn1tura. Nesse sentido, devemos ter em 1nente as seg11intes pre1nissas a respeito do comportamento de um grupo com base nas seguintes variáveis dispostas no quadro anterior, a saber: papel, normas, status, tamanho e coesão, e a relação entre elas. ■ As exigências do papel dos membros mudam em di- ferentes situações: as pessoas necessitam desempenhar vários papéis diferentes, tanto no trabalho como fora dele, e, em con- sequência disso, un1 dos aspectos da co111preensão do co1npor- tamento de um grupo é perceber qual é o papel que uma pessoa que dele faz parte está dese1npenhando naquele dado 111omento. ■ Normas e status exercem influência sobre o comporta- mento individual de cada 111embro do grupo: conforme o exposto por Robbins (2005), as normas e o status direcionam o compor- tamento do indivíduo e, consequenteme11te, o do grupo. As pessoas cujas contribuições são importantes para o sucesso do gi11po tendem a ser detentoras de um alto status. Os indivíduos de maior status costumam ter mais liberdade para se desviar das normas do que os demais. Essas pessoas também demonstram mais resistência às pressões para a conf onnidade do que se11s colegas com status menores. Ainda, as pessoas com alto status tendem a ser membros mais assertivos do gn1po. Elas se expres- sa1n com mais frequência, fazem mais críticas, dão 1nais ordens e costumam interromper os demais membros mais vezes. ■ O tama11ho do grupo afeta seu desempenho: ''As evidências indicam que os grupos menores são mais rápidos na realização de tarefas e que os indivíduos trabalham melhor em grupos menores do que nos maiores'' (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 278). Entretanto, quando é observada are- lação existente entre ta1nanho do grupo e a capacidade de resol- ver problemas, os grupos 1naiores se destaca1n nesse sentido. ■ O compo1tamento de coesão revela aspectos co1nporta- mentais de u1n grupo: a esse respeito, destaca1n Robbins, J11dge e Sobral (201 O, p. 279) que: ''Alguns grupos de trabalho são coe- 30 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- sos porque seus 111e111bros passam a 1naior parte do te111po ju11tos, ou porque seu tamanho reduzido facilita a interação, ou porque ameaças externas resultaram na aproximação de seus membros entre si''. Se, por exemplo, a coesão for grande e as normas de desempenho forem fracas, a produtividade será baixa. Se a co- esão for pequena e as nonnas estabelecerem níveis elevados, a produtividade será mais alta, 1nas 1nenor do que em un1 grupo coeso com normas exigentes. Quando tanto a coesão como as no1mas de desen1penho são fracas, a produtividade fica entre baixa e moderada. , E importante salientar que a coesão de un1 grupo possui vantagens de desvantagens. Como exemplo das vantagens da coesão em grupos, temos: maior cooperação; comunicação mais ampla e fácil; menor absentismo e baixa tolerância com os preguiçosos. Já como desvantagens pode1nos listai·: restrição a novas ideias; resistência a mudanças, por respeitar as práticas existentes; entre outras. Nesse sentido cabe aos gestores da organização definirem até que ponto estimular a coesão por meio de nor1nas, porque a coesão influencia direta111e11te na produtividade de t11n grupo, confor1ne ilt1stra a Figura 6. Figura 6: Relação entre coesão, nonnas de desempenho e produtividade do grupo o ..e e B. i "' CD -o CD Alta -o "' Baixa a E o z Coesão Alta Alta produtividade Baixa produtividade Baixa Produtividade moderada Produtividade de moderada a baixa Fonte: Robbins, Judge e Sobral (201 O, p. 279). Se você chegou até aqui nos estudos já sabe que para analisar o comportamento de um grupo deve verificar o seu percurso de desenvolvimento e os elementos de sua estrutura,Liderança e Desenvolvimento de Eq11ipes ( 31 ~---- co11tudo soma-se a esses itens a fonna co1110 os grupos gerencia1n e tomam suas decisões. A tomada de decisão em grupo Você, ao longo da sua vida,j á to1nou decisões como membro de um grupo? Ou melhor, já se deparou com uma situação em qt1e teve que gerenciar opiniões discordantes dos membros de u111 grupo a respeito de uma decisão a ser tomada? Bem, acredito qt1e e1n algum momento de sua vida você deve ter passado por situações que respondem a esse questionamento. No contexto das organizações, as decisões em grupo são muito valorizadas, mas quais são as vantagens (pontos fortes) e desvantagens (pontos fracos) de se tomar decisões gerenciais em gn1po? A Figtrra 7 lista algumas dessas vantagens e desvantagens. Figura 7: Vantagens de desvantagens das decisões en1 grupos Vantagens Pontos fortes Geração de inf 01n1ações e conhecimentos mais abrangentes. Maior diversidade de pontos de vista. Aceitação - 1nembros de tlffi giupo que pa1ticipam da tomada de uma decisão tendem. a ~poiar a solução escolhida e a estimular os demais a aceitá-la. Desvantagens Pontos fracos Conso1ne1n n111ito te1npo para chegada de co11senso. Existência de pressões para a conformidade. Podem ser don1inadas por 11m indivíduo 01.1 1m1 pequeno s11bgr11po. Decisões em g11.1po sofrem de ceita ambiguidade sobre a responsabilidade. No processo decisó1io individual, é óbvia a responsabilidade pelo res1tltado. No processo em gi·upo, a responsabilidade de um membro fica diluída. Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (20 10). 32 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- Analisando o conteúdo da figura anterior, podemos concli1ir que o compo1tamento de um grupo pode ser analisado pela f arma como as decisões são tomadas por sei1s me1nbros. Gn1pos podem ir de encontro às mudanças organizacionais caso não participem das decisões a esse respeito. Pode-se ainda verificar o perfil de responsabilidade de unidade de grupo quando se observa se seus membros se responsabilizam por igual a respeito dos resultados das decisões. Se você fosse convocado para analisar o comportamento de um gi11po, por onde você iria começar sua missão? A resposta dessa questão foi conteúdo de aprendizado deste capítulo. Nesse sentido, você deve saber que uma análise desse tipo deve se pautar pelos seguintes fundamentos dos grupos: estágios de desenvolvimento, estrutura e variáveis e tomada de decisão. Quanto aos estágios de desenvolvitnento, eles indicam se um grupo é permanente ou temporário. No que tange à estrutura, temos que um grupo se estrutura e se caracteriza por meio da variação dos seguintes elementos: papéis, normas, status tamanho e coesão, cabendo, nesse caso, no contexto das organizações e dos grupos de trabalho, aos gestores analisarem cada uma das variáveis relacionadas a esses elementos de modo a incentivar ou inibir certos comportamentos presentes no grupo. Por último, quanto às decisões em grupo, pode1nos concluir que o comportamento de um grupo pode ser analisado pela f arma como as decisões são tomadas por seus membros. Lidera.nça e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 33 ~---- Tipos de equipes Ao término deste capítulo, você será capaz de diferenciar os tipos de grupos e de equipes, considerando os primários, secundários, formais, informais, multifatoriais ou multifuncionais, virtuais, autogerenciados, temporários e as equipes de resolução de problemas. Isso porque neste capítulo você aprenderá os tipos de equipes, bem como as suas características e suas implicações pa1·a a dinâmica e o desempenl10. Esse conhecimento será útil na sua profissão quando você necessitar criar e gerenciar equipes, aliando os objetivos que almeja conseguir com o desenvolvimento da equipe ao tipo de equipe mais adequado ao contexto. E então? Pronto(a) para desenvolver essa habilidade? Então vamos lá. Avante! Tipos de grupos Grupo é um o conjunto de dois ou mais indivíduos interdependentes e interativos que se juntam visando à obtenção de um determinado objetivo, possuindo identidade (originada do compartilha1nento de valores, crenças) e cujo desempenho é igual à so1natória das contribuições individuais. Agora que relembrou o que é um g1upo, é importante saber que grupos podem ser classificados, de um modo geral, em dois tipos: fonnais e informais, conforme asseveram Sobral e Perci (2008, p. 206): Os grupos podem ser formais e informais. O grupo for1nal se estrutura em to1no de tarefas específicas, com base ern determinada dist1·ibuição 34 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- de autoridades e responsabilidade. [ ... ] Por sua vez, os grupos informais surgem naturalmente no âmbito das organizações por razões diferentes das instru1nentais, tais como convívio social, amizades, afetos e interesses. [ ... ] Os grupos informais podem trabalhar para promover os objetivos e interesses da organização, con10 encontros causais que estirnule1n os laços dos funcionários com a organização, mas tatnbém podem se construir e1n torno dos interesses contrários à organização, uma busca natural de preservação das identidades individuais no processo de controle organizacional. No contexto das organizações, os grupos f armais recebem várias denominações, por exemplo: comissão, co1nitê, conselho, entre outros. Em suma, esses grupos são de natureza mais per1nanente, criados para lidar com problemas e decisões do dia a dia das . ~ orgamzaçoes. Dentro dessa classificação de grupo formal e informal se enquadram os g11.1pos de comando e os de referência. Além desses tipos de gn1pos, na literatura pertinente podemos listar outros, os quais são ap1·esentados, de forma resumida, no Quad1·0 5 a seguir. Liderança e Desenvolvimento de Eq11ipes ( 35 ~---- Quadro 5: Tipos de grupos Tipo de grupo Grupo de co1nando G1upos de tarefa Grupo de interesse Grupos de amizade -DEFINIÇAO Grupo que interage, basicamente, para co1npartilhar inf 01mações e tomar decisões para ajudar cada 1nembro e1n seu desempenho na área de responsabilidade. Grupo composto por indivíduos que se reportam diretamente a um superior hierárquico. Grupos de pessoas que se reúne1n para executar determinada tarefa. Grupo de pessoas que trabalham em conjunto para atingir u1n objetivo co1num, relacionado com cada un1a delas. Grupos de pessoas que se tmiram por compartilharem . , . u1na ou mais caracter1st1cas. Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobra l (20 1 O). Note que no quatro 5 te1nos seis tipos de grupos, é importante que você tenha claro que o grupos f or1nais são os de trabalho, comando e tarefa, já os g1upos de interesse e de a111izade são grupos infon11ais. Então, qual a importância de você saber a classificação dos grupos? Vou responder a você, isso é importante para que em sua prática profissional você possa gerenciar cada gn1po, respeitando suas características 36 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----~ peculiares. Por exe1nplo, se o foco do grupo de trabalho é o co1npartilha1nento de informações e a tomada de decisão, você deve fortalecer os mecanis1nos de compartilhamento e gerir a tomada de decisão e1n equipe em vez de dar prioridade às características das pessoas, que seria o caso se o grupo fosse de amizade. U1na vez que já conhece os tipos de grupos, vamos agora conl1ecer os tipos de equipes. Tipos de equipes Vamos começar relembrando que equipes são diferentes de grupos, embora 1nais à frente iremos estudar que as características básicas das equipes são as mesmas da estrutura dos grupos. Conforme vimos anteriormente, wna eqt1ipe é o conjunto de pessoas que atuam com responsabilidade mútua e têm habilidades comple1nentares, que geram sinergia positiva por meio do esforço coordenado, e os esforços individuais resultam e1n um nível de dese111penl10 maior do que a soma das cont1ibuições individuais. Com essadefinição, podemos apontar as seguintes diferenças entre grupos e equipes, dispostas na Figura 8. Figura 8: Diferenças entre grupos e eqLtipes. •Tem um forte líder designado. •Responsabilidade final individual. •Propósito idêntico para o grupo e para a organização. •Produtos de trabalho Individuais. •Executa reunições eficientes. •Eficácia medida indiretamente pela influência sobre o négocio (como o desenpenho fiananceiro) . •Discute, decide, delega trabalho aos indivíduos. • Compartilha o papel de líder ou há rotação desse papel. •Responsabilidade individual e mútua (responsáveis um pelo outro). •Produtos de trabalho coletivos. •Reniões encorajam a discussão aberta e a solução de problemas. •Eficácia medida diretamente ao avaliar o trabalho coletivo. •Discute, decide e compartilha o trabalho. Fonte: Adaptado de Daft (2005, p. 450). Liderança e D esenvolvime11to de Eq11ipes ( 37 ~---- Como consequê11cia da diferença entre grupos e equipes, temos que os tipos de equipes também são diferentes dos tipos de grt1pos. Os grupos, como estudamos no início deste material, podem ser dos seguintes tipos: formais, informais, de referência, de trabalho, de comando, de tarefa, de interesse e de amizade. Já as equipes são tipificadas em quatro tipos, conforme ilustra a Figura 9. Figura 9: Os quatro tipos de equjpes. 1 1 RMolução de Autogerenciada Multifuncional Virtual Fonte: Robbins, J udge e Sobral (201 O, p. 300). Analisando a figura anterior, quais as dife1·enças que você identifica em cada tipo de equipe em termos estruturais? Vou responder a você: cada tipo tem 11ma forma diferente de interação e11tre os membros. Para facilitar, veja os exemplos dispostos do Quadro 6. 38 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ------ Quadro 6: Tipos de equipes, segundo Robbins, Judge e Sobral (2010) TIPO Equipes de resolt1ção de proble1nas Equipes auto- gere11ciadas Exemplo Nas cha1nadas equipes de resolução de problemas, os membros trocam ideias o·u oferecem sugestões sobre processos e métodos de trabalho que podem ser 1nell1orados. No banco 11orte-americano Me11·il Ly11cl1, por exe1nplo, foi c1iad.a un1a equipe de resolução de problemas para descobrir maneiras de red11zir o tempo necessário para a realização de alguns processos de adn,inistração contábil. Ao sugerir cortes em etapas do processo de 46 para 36, a eqt1ipe reduziu o prazo 1nédio dos procedin1entos de 15 para 8 dias. Da mesn1a fom1a, na Tupy Ft1ndições, de J oinville, e1n Santa Catarina, os funcionários formam equipes de cinco a dez i11tegrantes que percorren1 as instalações ind·ustriais para propor sugestões a problemas relacionados ao desperdício e às falhas na segtrrança dos trabalhadores. Um g1upo de funcio11ários realiza trabalhos muito relacio11ados ou ii1terdependentes e assumem muitas das responsabilidades q11e antes eram de set1s antigos supervisores para desenvolver un1a sol11ção em forma de produto a 111na nova 11ecessidade dos clientes da empresa. A Boeing crio11 u1na eq11ipe co1nposta por fui1cio11ários das áreas de produção, planejamento, q11alidade, ferra1nentaria, enge1:iharia de projeto e sistemas de Equipes 1nulti- i1úorn1ação para auto1natizar o progran1a de fabricação ft111cio11ais da aeronave de transporte C-17. As sugestões d.adas por esse grupo res11ltara1n e1n uma grande redução de custos e de te1npo dos processos, além da melhoria da q11alidade. Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (201 O, p. 300-302). No Quadt·o 6, você viu exemplos de todos os tipos de equipes, com exceção das eq11ipes virtt1ais e globais. Isso porque essas equipes merecem um destaque devido a re1neterem à interação dos membros por meio tecnologia da informação. Nesse sentido, vejan1os no Q11adro 7 con10 se deu o s11rgin1ento dessas equipes Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 39 ~----- e o seu comporta111e11to. Leia co1n atenção o quadro, buscando identificar quais são as caraterísticas dessas equipes. Quadro 7: Equipes virtuais e globais COMPORTAMENTO ORGAl~ZACIONAL INTERNACIONAL Equipes virtuais globais Há 1n1ritos a11os, antes 1nesmo do e-111ail, das 1nensage11s instai1tâ11eas 01-1 das videoco1úerências, os membros das equipes de trabalho costumavam se re·unir no mes1110 local, com provavelme11te um o·u dois me1nbros que vinham para o trabalho de trem 011 avião. Hoje, no entanto, as corporações operam em m11itos países, daí a necessidade de as equipes trabalharem em conjunto por n1eio de li11has inte1nacionais. As multinacionais usan1 equipes virtuais globais para atrair uma vantage1n competitiva. As eq1.1ipes virtt1ais globais têm prós e contras. Do lado positivo, por virem de países diferentes, co1n co11l1ecimentos e pontos de vista diversos, poden1 d.esenvolver ideias criativas e sol11ções para problemas que funcionem para várias culturas. Do lado 11egativo, essas equipes enfrentan11nais desafios q11e as equipes tradicionais. Os n1embros que não aceitam indivíduos de diferentes c11ltt1ras podem hesitar em co1npai·till1ar abertame11te as i1úo1mações, o que pode gerar problemas de confia11ça. 011tro desafio é q11e os me1nbros das equipes vi1tuais globais pode1n ter ideias diferentes sobre como devem interagir. Un1 estu.do de equipes belgas, indianas e norte-america11as revelou que as belgas e india11as tendia1n a valorizar o respeito em s11as interações virtt1ais. Faz sentido, visto que a , . Bélgica e a India posst1em alto grau de distância do poder, o que significa que as pessoas estão mais ligadas e1n diferenças de status, hierarquia e poder. Para criar e i1nplementar equipes virh.1ais globais eficazes, os gestores tên1 de selecionar c11idadosamente os membros q11e eles acreditam q11e venham a prosperar em tal ambiente. Os e1npregados devem se se11tir co11fortáveis ao se com11nicar eletronicamente e estarem abertos a diferentes ideias. Pode ser necessário saber falar outras linguas. Alé1n disso, os n1embros das eq11ipes devem perceber q11e os valores que possue1n podem ser muito difere11tes dos de seus con11Ja11l1eiros de eq11ipe. Apesar de as eqt.1ipes virtt1ais globais enfrentarem muitos desafios, as empresas q11e as i1nplementam de maneira eficaz podem gerar recompensas enormes por meio do grande conl1ecimento que adqt1irem. Fonte: Adaptado de Robbius, Judge e Sobral (201 0, p. 302). 40 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- Então, conseguiu identificar no texto disposto 110 quadro anterior quais são as caraterísticas que diferem as equipes virtuais e globais das demais? Vamos lá. Diferentemente dos outros tipos de equipes, obrigatoriamente interagem sem a presença física dos me1nbros, e sim por meio de equipa1nentos e de tecnologia de infor1nação. Isso possui pontos positivos e negativos. Como ponto positivo tem-se a possibilidade de formar grupos co1n membros de vários países sem a preocupação de :fluxo de pessoas e custos com viagens, por exemplo; já um ponto negativo, ou seja, t11n desafio, é manter a coesão da equipe diante a diversidade cultural dos membros. Além dessa classificação de equipes apresentada anteriormente, pode1nos, segundo de Daft (2005), dividir as equipes en1 formal, autogere11ciada, de solução de problemas, virtual e global. Perceba que, no Quadro 8, cada tipo apresenta subtipos, por exemplo, as equipes formais podem ser verticais, horizontais, comitê ou equipes de propósitos especiais. Essa distinção é importante para que você, em sua prática profissional, apropriando-se desse conhecimento, possa incentivar a criação de equipes ante a necessidade da existência delas. Por exemplo, em uma situação em que as tarefas diárias e repetitivas precisa111 de constante revisão e supervisão permanente, você deve incentivar a criação de um comitê. Equipes formais Equipe at1todirigida Liderança e D esenvolvimento de Eq11ipes ( 41 ------ Quadro 8: Tipos de equipes, segundo Daft (2005) TIPOEquipe criada pela organização como parte da sua estrutura fo11na l. DESCRIÇÃO Equipe formal, composta por um gere11te e os set1s subordinados, na cadeia forn1al de co1nando da . ~ orgaL11zaça o. Equipe f 01mal, co111posta por funcionários aprox i n,adamente do mesmo nível hierárquico, mas de áreas difere11tes de conhecimento. Uma equipe dt1rado11ra, às vezes permanente, na estn1tt.ua da organização, criada para lidar com as tarefas que se repete111 regularmente. Uma equipe c1iada fora da orga11ização formal para assumir um projeto de Ílnportância ou de criatividade especial. Equipe q11e consiste de cin.co a 20 h·abalhadores com múltiplas qualificações e que se revezam nas tarefas para JJroduzir t11n produto ot1 serviço co1npleto, e a qual , muitas vezes, é supervisionada por 111n rnembro eleito. 42 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----~ Equipe de Tipica1nente de cinco a 12 fi:mcionários l1oristas do mes1no solução de departamento que se reúnem para disct1tir maneiras de problemas melhorar a qualidade, a eficiência e o ambiente de traball10. Equipe Equipe qtte usa tecnologias avançadas de teleco1nunicação e de informação para que os me1nbros geograficamente distantes virtual possam colaborar nos projetos e chegar às metas comum. Eqttipes Equipes de trabalho co1nposta por 1nembros de nacionalidades diferentes cujas atividades engloba1n múltiplos países; podem globa is operar como uma equipe virtual ot1 se ret1nir pessoal111ente. Fonte: Adaptado de Daft (2005, p. 45 1- 455). No mundo dos negócios, com a amadurecimento da empresa, as equipes de solução de problemas podem se transfonnar em equipes direcionadas. Ainda sobre os tipos de equipes, Katzenbach e S1nith ( apud Moscovic, 1994) classificam em: pseudoequipe; equipe potencial, equipe real e equipe de elevado desempenho. O Quadro 9 permite que você entenda em que consiste cada tipo de equipe e, em sua prática profissional, saiba fazer essa distinção, incentivando os comportamentos desejados pelos membros das equipes. Por exemplo, uma pseudoequipe deve ser gerenciada para que seus membros despertem sobre a importância do trabalho coletivo. Nesse sentido, você, como profissional, pode buscar incentivar a interação entre os 1nembros, visa11do que essa equipe deixe de ser uma pseudoequipe e passe a ser uma equipe real. 1 Liderança e Desenvolvimento de Eq11ipes ( 43 ~----- Quadro 9: Tipos de equipes, seglll1do Katzenbacb e Smith (apud Moscovic, 1994) Pse11doequipe Equipe potencial Eq11ipe real 1 Equipe de 1 elevado desen1- pe11l10 Gru.po qtte pode defu1ir un1 t1·abalho a fazer, mas não b11sca 11e1n se preocupa co1n o desempenho coletivo. As i11terações entre os participantes iniben1 o desempe11ho individu.al e não produzem ga11ho oriundo do esforço coletivo. Modalidade de eq11ipe na q11al há disposição para prod11zir algo em co11junto. Seus membros, contudo, precisam de maior entendimento sobre a finalidade, os objetivos e mesmo sobre a tarefa. Eq11ipe e1n que l1á comprometime11to dos membros co1n os resultados, atuação responsável e co1úiança, direcio11ados por objetivos comuns. Nessa modalidade, existe a legítima e produtiva preocupação e o compron1eti1ne11to con1 o cresci1ne11to pessoal e o s11cesso de cada 11m dos me1nbros. Fonte: Adaptado de Katzenbacb e Smith (apud Moscovic, 1994). Agora que você já conhece os tipos de grupos e equipes, quais abo1·dagens teóricas continuem para o entendimento desses e set1s membros, para que se se pudesse hoje identificar os tipos que aqui aprendemos. Segundo Casado (2002), as principais abordagens sobre g1upos que te1n contribuído nesse sentido são as teorias destacadas no Quadro 1 O. 44 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ------ Quadro 10: Teorias ou abordagens que conduziram ao entendilnento dos grupos • TEORIA DE CAMPO DE KUR LEWIN: Lewin afirma que o comporta1ne11to é produto de tun campo de dete1mii1a11tes independentes cujas características estn1turais são representadas por conceitos da topologia e da teoria dos conjt1ntos e cujas características dinâmicas são represe11tadas por meio de forças e conceitos psicológicos e sociais. • TEORIA DA INTERAÇÃO: nessa abordagem, o grt1po ou equipe é con.cebido como tLm sistema de i11dividt1os em interação. Os co1:1ceitos básicos trazidos por essa vertente são atividade, i11teração e sentin1ento. • TEORIA DE SISTEMAS NO ESTUDO DO GRUPO: Co11cebe que as atitudes dos indivíduos estão fortemente arraigadas nos grupos de que fazem parte e que a inflt1ênci.a do grupo sobre as atitudes de u1n indivíduo depende da natureza da relaçã.o entre eles. - , • ORIENTAÇAO SOCIOMETRICA DE MORENO: o criador do psicodraina vê o giupo em termos de tabulação e de análise de escolhas interpessoais. As dinfunicas que envolvem os vários papéis desempenhados pelos integrantes do grupo são identificadas pelo levantamento das relações preferenciais para as taretàs desenvolvidas. • ABORDAGEM COGNITIVA: dá importâ11cia à forma como os indivíduos recebem e i11tegram as informações sobre o mundo social e co1no essa informação influi em seu comportan1ento individual e reflete 110 gi·upo. - , , • ORIENTAÇAO EMPIRICO-ESTATISTICA: bt1sca 110s processos de gi·upo as relações e os entendimentos aprendidos com o uso de processos estatísticos. Nessa visão, proct1rain-se os aspectos da dinâmica grupa1 pelo uso de 111etodologias estatísticas, de corre1ação e de interação entre as variáveis, e não conceitos construidos ou selecionados, a priori, por um teórico. Fonte: Casado (2002, p. 241 ). Prontinho! Se você chegou até aqui, já estudou o suficiente para entender que cada tipo de equipe remete a objetivos diferentes e a uma dinâmica de interação distinta entre seus membros. Nesse sentido, não se esqueça que no co11texto das orga11izações as equipes são criadas para colaborarem para o crescimento e o desenvolvimento da organização, de modo que as equipes nela existentes deve111 ser do tipo que contrib1.1i para Lidera.nça e Desenvolvimento de Eq11ipes ( 45 ~---- tal fi.111, cabendo ao profissional responsável zelar e incentivar a manutenção dessas equipes, observando suas peculiaridades. Opa! Gostou de diferenciar os tipos de grupos e equipes? Motivado( a) para criar equipes ou participar delas e1n st1a vivência social? Para que você não se esqueça os diferentes tipos de equipes, vamos recordar o que vimos neste capítulo. Aqui você aprendet1 que as equipes podem ser formais, de solução de problemas, autogerenciadas, multifuncionais, virtuais e globais. Equipes formais são criadas pela organização como parte da sua estrutura formal. Já as equipes de solução de problemas se caracterizam por serem compostas tipicamente por cinco a 12 funcionários horistas do mesmo departamento que se reúnem para discutir maneiras de melhorar a qualidade, a eficiência e o ambiente de trabalho. No que tange às eqt1ipes autogerenciadas, elas consistem em cinco a 20 trabalhadores com múltiplas qualificações e que se revezam nas tarefas para prodt1zir um produto ou serviço completo, e, muitas vezes, são supervisionadas por um 1nembro eleito. Por ot1tro lado, as eqt1ipes multifuncionais de destacam por consistirem em um grupo de funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da empresa, que se juntam para cump1ir uma tarefa. Por fim, as equipes virtuais têm como principal característica o uso de tecnologias para propiciar o desenvolvimento de suas atividades. 46 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- Formação de equipes eficazes Ao término deste capítulo, você compreenderá como formar equipes eficazes, observando seu contexto, composição, projeto e processo de traball10, comunicação e tomada de decisão. A seguir, você irá apreender que equipes eficazes são de alto desempenho, elogiadas por sua capacidade de alcançar resultados. Também vaientender quais são as p1incipais características dessas equipes. Nesse sentido, esse conheciinento irá ajudar você em sua prática profissional a desenvolver equipes de alto desempenho que, no mundo dos negócios, colaborem para o atendimento dos objetivos organizacionais. E então? Pronto(a) para desenvolver essa habilidade? Então vamos lá. Avante! Características das equipes eficazes Muitas pesquisas buscam elucidar quais são as principais características de equipes concebidas como eficazes. A esse respeito, elucida1n Robbins, Judge e Sobral (201 O, p. 304): Podemos organizar os co1nponentes básicos das equipes eficazes em três categorias. A primeira delas se refere aos recursos e outras influências contextuais. A segunda diz respeito à composição da equipe. Por fim, as variáveis do processo refletem o que acontece na equipe de modo a influenciar st1a eficácia. O qt1e significa a eficácia da equipe nesse 1nodelo? Em geral, ela engloba 1nedidas objetivas da produtividade da equipe, a avaliação dos executivos com relação ao Lidera.nça e Desenvolvimento de Eq11ipes ( 47 ~----- desempenho da equipe e 1nedidas agregadas da satisfação de seus membros. Diante do exposto anteriormente, temos, na Figura 10, um modelo que busca explicar de forma objetiva as características das equipes eficazes. Os elementos desse modelo ( contexto, composição e processo) serão detalhados nos tópicos seguintes. Figura I O: Modelo de eficácia da equipe Contexto • Recursos adequados • Liderança e estrutura • C lima de confiança • Sistemas de avaliação de desempenho e recompensas Composiçõo • Capocidade dos membros • Personalídode • Alocação de papéis • Dlversídode • Tamanho do equipe • Flexibilidade dos membros • Preferências dos membros Proces.so • Propósito comum • Meros especlficos • Autoconflonço • Modelos mentais • Nlvels de conflito • Folgo social Efic6cio do equipe Fonte: Robbins, Judge e Sobral (20 1 O, p. 303). Contexto O contexto é o resultado da co111binação de fatores que influencia111 o desempenho das equipes. Pode111os destacar, nesse sentido, quatro fatores que compõem o contexto das equipes eficazes: recursos adequados, liderança e estrutura, clima de confiança e sistema de avaliação e recompensas. O Quadro 11 1·esume os principais aspectos 1·elacionados a cada um desses fatores. 48 J Liderança e Dese11volvime11to de Equipes ------ Quadro 11 : Fatores que compõem o contexto das equipes eficazes • Recursos adequados: as equipes são parte de u1n siste1na organizacional n1aior. Dessa forma, todas as equipes de traball10 depende1n de recursos exter11os para sua sustentação. A escassez de rect1rsos redtlZ diretamente a capacidade da eqt1ipe desempenhar seu trabalho de maneira eficaz e atingir seLLS objetivos. Como concluiu UITI estudo que analisou 13 fatores JJOtencialmente relacio11ados ao desempenho dos grupos,"[ ... ] talvez uma das caracte1ísticas mais importantes de ttm giupo de trabalho eficaz seja o apoio que ele recebe da orgruúzaçã.o" (ROBBINS, JUDGE E SOBRAL, 2010) Isso inclui recUI·sos co.mo: disponibilização de n1formações em tempo l1ábil, tecnologia apropriada, pessoal adequado, incentivo e apoio administrativo. • Liderança e estrt1htra: as eqllipes não funcionan1 se sel1s membros não entrarem em acordo sobre quem faz o que e assegL1rar que todos co11tribua1n igualme11te 11esse arranjo. O acordo em relação às especificidades do trabalho e como elas deve1n ser organizadas para i11tegrar as habilidades individuais requer liderança e estrunu·a para a equipe, seja da parte dos gestores, seja dos seus próprios membros. , E certo que, nas equipes autogerenciadas, os 1nembros assume1n 1nuitas das funções que geralmente :fica1n a cargo dos chefes. No enta11to, a ft1nção de um gestor, nesse caso, consiste em administrai· as relações da equipe co1n pessoas de fora dela (e 11ão o traball10 realizado interna1nente pelos me1nbros). A lidera11ça é pa1t icularmente necessária em sistemas de equipes múltiplas, 110s quais diferentes equipes coordena1n set1s esforços para produzir o rest1ltado desejado. Aqt1i os líderes precisam otttorgru· poderes a st1as equipes por meio da delegação de responsabilidade e fazer o papel de facilitadores, assegt1rando qt1e as equipes trabalharão em co11ju11to, e não em UITI ambie11te conflituoso. • Clima de confiança: os 1nembros das eql1ipes eficazes confiam uns 110s Olltros. Eles também demonstram con:fia11ça em seus lideres. A confiança interpessoal e11tre os membros da equipe facilita a cooperação, reduz a necessidade de 1nonitorame11to dos co1nportamentos individuais e une as pessoas em tomo da crença de que nenl1t1111a delas tentará tirar proveito da outra. Os 1ne1nbros da equipe apresentam mais disposição para asstlIDir riscos Oll mostrar vulnerabilidade qt1a11do acreditam ql1e pode1n co11:fiar nos ot1tros membros. • Sistemas de avaliação de desempenho e recompensas: as avaliações individuais de dese111penho e os incentivos podem interferir no desenvolvimento de equipes de alto desem.penho. Assim, ao lado da avaliação e das recompensas individt1ais pela contribuição de cada funcionátio, os dirigentes JJrecisam modificar o sistema h·adicio11al de avaliação, baseado nas recompensas u1dividuais, para refletu· o desempenl10 da eql1ipe. As avaliações em grt1po, a participação nos lt1cros e nos resultados, os i11centivos aos gi·upos pequenos e ot1tras modificações 110 siste1na podem reforçar o empenho e o comprometimento das equipes. Fonte: Robbins, Judge e Sobral (20 1 O, p. 304-305). Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 49 ~---- Be111, você já parou para pensar con10 os fatores listados no Quadro 11 podem ser identificados nas equipes das quais você faz parte? Pense: essas equipes, com base nesses fatores, podem ser classificas como eficazes? Independentemente de sua resposta, tenha sempre na cabeça que existe um contexto que pe1111ite que equipes eficazes se desenvolva1n, e ele, com base no exposto no quadro anterior, é caracterizado por: disponibilidade de recursos, existência de liderança, organização e clareza na distribuição dos papéis dos 1nembros, confiança entre os membros e existência de avaliação e reco1npensa de desempenho. Nesse sentido, se s11a resposta foi negativa a respeito da eficácia das equipes das quais você faz parte, você pode m11dar essa resposta para positiva a partir do mo1nento e1n que conseguir dispor de recursos, exercer a liderança, pron1over a confiança etc. Composição das equipes De certo que as equipes, assi111 como os giupos, são compostas por pessoas, contudo, a composição de mna equipe de forma mais detall1ada envolve as variáveis relacionadas com quem deve integrá-la, habilidades e personalidades de seus membros, alocação de papéis e diversidade, tamanho da equipe e preferências dos me1nbros pelo trabalho e1n equipe. De fonna objetiva, nesse sentido podemos listar como co1nponentes de mna equipe: capacidade dos 111embros, personalidade dos 111e1nbros, alocação de papéis, diversidade dos membros, tamanho das equipes e preferência dos membros. No que tange à capacidade dos membros, asseveram Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 305) que: Pa1ie do desempenl10 de uma equipe depende dos conheci1nentos, das habilidades e das capacidades , individuais de seus 1nembros. E verdade que, ocasionalmente, lemos a respeito de equipes esportivas co1npostas de atletas medíocres, mas que, graças a um técnico excelente, à determinação do grupo e à precisão do trabalho em equipe, 50 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- vencem u111 grupo de atletas muito 111ais talentosos. Mas tais casos ficam fa1nosos exatamente porque são exceções. O desempenho de t1ma equipe não é apenas o somatório das capacidades individuais de seus membros. Contudo, essas capacidades determinam parâ1netros do que os 1nembros pode1n fazer e do quão eficientes serão dentro da equipe. Com base nas colocaçõesacima, podemos concluir que as capacidades dos 1nembros de mna equipe detenninam a eficiência dela. Mas que capacidades são essas? Segundo Robbins, Judge e Sobral (201 O), as eqt1ipes precisam de três tipos de capacidades, as quais se encontram dispostas na Figura 11. Figura 11 : Capacidades dos 111embros de u1na equipe FoDte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (201 O, p. 306). Quanto à personalidade dos membros, ela influencia no co1nportamento do indivíduo e do grupo. Po1· exemplo, u1na pessoa cujo traço de personalidade é a si1npatia pode ajudar a motivar os 1nen1bros dos g1upos a desenvolvere1n as atividades por meio do convencimento. A exemplo disso, destaca111 Robbins, Judge e Sobral (201 O, p. 307) que: As pessoas conscienciosas têm um grande valor nas equipes, pois são boas em dar apoio a outros me1nbros e também em sentir quando esse apoio é necessário . Os membros mais abertos a Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 51 ~---- experiências comunicam-se 111ell1or com os outros e lançam 1nais ideias, o que faz com que as equipes compostas de pessoas abertas a experiências sejam mais criativas e inovadoras. Em relação aos papéis, sabe1nos que as equipes possue1n vá1ios objetivos e/ou necessidades, e, em consequência disso, os me111bros dos grupos devem desempenhar papéis que atenda111 a todas essas demandas. Para Robbins, Judge e Sobral (2010), é possível identificar de forma genérica nove papéis que geralmente são distribuídos entre os membros de uma equipe, conforme ilt1stra a Figura 12. Figura 12: Papéis básicos de un,a equipe Produtor Controlodor Luto em batolhas Mantenedor ~I ---------ili.,► externas Equipe Conselheiro Organizador Criador Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (20 .1 O, p. 308). As.sessor Promotor Outra distribuição dos papéis dos membros das equipes é proposta por Daft (2005). Segundo ele, em equipes bem- sucedidas são verificados dois tipos de papéis: de especialista e1n tarefas e de socioemocional. Nesse sentido, os membros de uma equipe podem dese1npenhar um papel individual ( especialista ou socioemocional), um papel duplo ( contribuindo tanto para 52 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----~ a tarefa e111 equipe como ao apoio às necessidades e111ocionais dos 1nembros ), ou ainda o papel de não participador. A Figura 13 ilt1stra os papéis dos membros de equipes, conforme a visão de Daft (2005). Quando um membro do grupo desempenha o papel de não participai·, ele contribui pouco para a tarefa e para as necessidades socioe111ocionais dos me111bros. Identificar esses n1embros é i111portante, pois, caso eles estejam co111prometendo o desempenho da equipe, é necessário intervir com uma orientação ou até mesmo com a substih1ição desse 1nembro. ALTO Figura 13: Papéis dos 111en1bros de equipes Papel do especialista em tarefas. Foca na realização da tarefa acima das necessidades humanas. Papel importante, mas se for por todos, as necessidades sociais da eq11ipe não serão satisfeitas . Papel do não participador. Contribui po11co para as necessidades da tarefa ou das pessoas da equipe. Não é u1n papel importante - se adotado por muitos membros, a equipe de dissolverá. Papel dt1plo. Foca nas tarefas e nas pessoas. Pode ser um líder. Papel i1nportante, porén1, não essencial se os membros adotarem os papeis de especialistas e1n tarefas e socioe1nocional. Papel socioe1nocional. Foca nas necessidades das pessoas da eq11ipe acima da tarefa. Papel i1nportante, porém, se for adotado por todos, as tarefas da equipe não serão desempenl1adas. BAIXO COMPORTAMENTO SOCIAL DO MEMBRO Fonte: Daft (2005, p. 457). ALTO Quanto à diversidade, à preferê11cia dos 1nembros e ao tamanho das equipes, o Quadro 12 resume os principais aspectos relacionados à co1nposição de equipes. Note, com base no Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 53 ~----- co11teúdo do quadro a seguir, que a diversidade dos 1nembros, o tamanho da equipe e a preferência entre os 1nembros influencia1n diretamente no desempenho do grupo. Por exemplo, e1n equipes com diversidade, os diferentes pontos de vista dos membros pode1n contribuir para o surgi1nento de soluções criativas e rápidas para os problemas da 01·ganização. Sendo assim, o grupo é visto como de alto desempenl10 pela rapidez com que a solução foi gerada. Por outro lado, se a adversidade gerar conflitos por falta dos diferentes pontos de vista, isso pode comprometer a produtividade da equipe. - Quadro 12: Diversidade, preferência dos membros e tamanho das equipes Componentes Diversidade dos membros Tamanho das . equipes Aspectos importantes -Heterogêneas podem se beneficiar de diferentes perspectivas e se saíre1n n1elhor. - Diversidade demográfica não tem essencialme11te algi:1ma relação co1n o desempenho geral de 11ma . eq111pe. -Diversidade de ft1nções e de conl1ecimentos está positivame11te relacionada ao desempenl10 dos gr11pos, mas se11 efeito é n1ínimo e depende da situação. - Equipes 1nais eficazes são con1postas por cinco a dez eleme11tos. - Q11ando a equipe tem excesso de con1po11entes, se11s membros têm dific11ldades de desenvolver a coesão e o comprometi1nento, e há aume11to da folga social, além do fato de q11e um número maior de pessoas diinin11i a com11nicação . - Membros de equipes grandes têm proble1nas e1n coordenarem-se com os outros, pri11cipal1ne11te q11ando estão sob pressão de tempo. Se 11ma estação de trabalho que surgiu 11aturalme11te for maior e você deseja um esforço de eqttipe, pense em dividir esse . gr11po en1 equipes 1nenores. 54 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----~ Preferências dos 111e111bros - Quand.o as pessoas q1Le preferem trabalhar sozi11l1as são requisitadas para o trabalho em equipe, l1á wna ameaça direta ao moral do grupo e à satisfação individual de seus me1nbros. - Ao selecionar os membros da equipe, os gestores deve1n co11siderar as preferências individ11ais junta1nente com as l1abilidades, personalidades e capacidades. - Eq1Lipes com excelente desempenho em geral são compostas por pessoas que preferem traball1ar em gr11po. Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (201 O, p. 307-309). A composição de t1ma eqt1ipe, considerando os co1nponentes que você aprendeu aqui, é primordial para que ela seja considerada uma equipe eficaz. Processos da equipe Essa categoria envolve as características das equipes eficazes, listadas e descritas a seguir. ■ Plano e propósito comuns: as equipes eficazes inicia1n seus trabalhos analisando a missão, definindo os objetivos para atingi-la e desenvolvendo estratégias para isso. São eqt1ipes qt1e estabelecem tlm sentido claro do que precisa ser feito e como apresentar um dese1npe11ho consistentemente superior. Os n1e111bros das equipes ben1-sucedidas dedica111 bastante esforço e tempo para configurar um propósito, tanto em termos individuais como coletivos. As equipes eficazes também mostram reflexibilidade, ou seja, refletem sobre seu plano principal e o ajustam quando necessário. Uma equipe deve ter tlm bom plano, 1nas ta1nbém tem de estar disposta a se adaptar quando as condições requerem que isso aconteça. ■ Metas específicas: as equipes bem-sucedidas traduze111 seu propósito comum em metas de dese1npenho específicas, men- suráveis e realistas. Essas metas ajudam a tomar a comunicação Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 55 ~---- mais clara e ta111bén1 ajuda111 a equipe a manter seu foco na obten- ção de resultados. Coerentemente com as pesquisas sobre metas individuais, as 1netas das equipes ta1nbém devem ser desafiadoras. As metas dificeis elevam o desempenho da equipe nos critérios para os quais foram estabelecidas. Dessa for1na, metas para au- mentar o volume de produção levam ao aumento da produção, metas para au1nentar a rapidez aceleran1 a velocidade, 1netas para a exatidão aumentaina exatidão, e assim por diante. ■ Autoconfiança da equipe: as equipes eficazes tê1n confiança em si mesmas, pois acreditam que terão sucesso. Chama1nos isso de at1toconfiança da equipe. As equipes bem- sucedidas aumentam a convicção sobre seus sucessos futuros, que, por sua vez, motivam-nas a trabalhar mais a1·duamente. ■ Níveis de conflito: o conflito dentro de t11na equipe não é necessariamente uma coisa negativa. As equipes totaln1e11te isentas de conflitos tendem a se tomar apáticas e estagnadas. Assim, os conflitos (mas não de todos os tipos) pode1n, na verdade, melhorar a efetividade das equipes. Os conflitos de relacionamento - aqueles baseados em incompatibilidades interpessoais, tensões e animosidade entre as pessoas quase sen1pre são disfuncionais. No desempenho de tarefas não rotineiras, contudo, o desacordo entre os membros sobre o conteúdo da tarefa ( chamado conflito de tarefa) estimula a disct1ssão, promove a avaliação crítica de problemas e opções e pode conduzir a melhores decisões da equipe. ■ Folga social: os indivíduos pode1n se entregar à folga social e se aproveitare1n do esforço do grupo, já que as cont1ibuições individuais não pode1n ser identificadas. As equipes eficazes não correm esse risco qua11do responsabiliza111 seus me1nbros, individual e conjuntamente, pelos propósitos, pelas metas e pela abordagem da equipe. Portanto, set1s membros devem deixar claro quais são suas responsabilidades individuais e quais são aquelas do grupo como 111n todo. Fonte: Adaptado Robbins, Judge e Sobral (20 1 O, p. 3 10-31 1 ). 56 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- U111a vez que você se apropriou do conteúdo acima será capaz de identificar uma equipe eficaz pelo comportamento de seus 1ne1nbros. Isso porqt1e equipes eficazes possuem claros seus propósitos (planos e metas), os membros confiam uns nos outros, tiram beneficias dos conflitos inte1nos e os membros delas reconhecem quais são suas responsabilidades individuais e quais são aquelas do grupo co1110 u111 todo. Não se esqueça disso: sempre que em sua prática profissional for avaliar uma equipe, considere esses elementos destacados no ref e1ido quadro anterior. Tomada de decisão Conforme estudamos anterio1mente, o co1nportrunento de um gn1po pode ser analisado pela forma como as decisões são tomadas por seus membros. Grupos podem ir de encontro às mudanças organizacionais caso não pa11icipem das decisões a esse respeito. Pode-se ainda verificar o perfil de responsabilidade de unidade de gi11po, quando se observa se seus membros se responsabiliza1n por igual a respeito dos resultados das decisões. Mas como as decisões são tomadas no contexto das equipes eficazes? No contexto delas, a tomada de decisão em equipe se dá por 1neio da aplicação de técnicas de tomada de decisão em grupo. São algumas das técnicas de tomada de decisão e1n grupo aplicadas e1n equipes eficazes: grupos de interação, brainstorming, técnica de g111po nominal. O Quadro 13 define cada uma dessas técnicas e a Figm·a 14 mostra a eficácia de cada uma delas com base em alguns critérios. Quadro 13: Técn.icas de tomada de decisão em grupo. r TECNICA -DEFINIÇAO - Grupos de Gr11pos típicos 110s quais os membros interagem entre interação si, face a face. Processo de geração de ideias que estim11la as pessoas Brainstonning a expressare1n toda e q11alq11er alternativa ao mesm.o te1npo em q11e i1npede críticas a elas. Téc11ica de gru- po no1ninal Ret1nião eletrô11ica Liderança e Desenvolvimento de Eq11ipes ( 57 ~----- Métod.o d.e to1nada de d.ecisões em grupo en1 que os membros se reúnem para escolher uma solução de 1naneira sistemática, porém independente. Reunião na qu.al os participru1tes interagen1 por n1eio de con1p11tadores, permiti11do o anonimato dos comentários e da votação de cada u1n. Fonte: Adaptado Robbins, Judge e Sobral (201 O, p. 285). No Quadro 13 você conheceu essas técnicas, 1nas como escolher qual utilizar? Bem, você deve focar no que al1neja co11seguir com a aplicação da técnica. Por exe111plo, se você quer evitar relações interpessoais no grupo e orientar os membros à tarefa, você pode escolher aplicar a técnica de brainstorming porque ela tem t11n baixo potencial de gerar conflitos e alta orie11tação para a tarefa. Para tomar decisões como essa, é necessário que você se aproprie, portanto, das informações dispostas na Figura 14. Figura 14: Avaljação de eficácia das técnicas no grupo Tipo de grupo Critério de eficácia Interação Brainstorming Nominal Eletrônico Número e qualidade de ideias Baixo Moderado Alto Alto Pressão social Alta Baixa Moderada Baixa Custo Baixo Baixo Baixo Alto Veloádade Moderada Moderada Moderada Moderada Orientação para a tarefa Baixa Alta Alta Alta Potencial de conflitos interpessoais Alto Baixo Moderado Baixo Comprometimento <X>m a solução Alto Não se aplica Moderado Moderado Desenvolvimento da coesão do grupo Alto Alto Moderado Baixo Fonte: Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 285). A respeito das técnicas de to1nada de decisão e1n grupo, podemos concluir que cada uma possui pontos positivos e negativos, cabendo aos gestores das organizações definirem qual técnica é mais adequada para cada contexto. 58 J Liderança e Dese11volvime11to d.e Equipes ----- Chegamos ao fim desta unidade, e nesse finalzinho você adqun·iu conhecimento suficiente para formar equipes eficazes, observando seu contexto, composição, projeto e processo de trabalho, comunicação e tomada de decisão. Neste capítulo, você estudou que podemos organizar os componentes básicos das equipes eficazes em três categorias. A primeira delas se refere aos recursos e a outras influências contextuais. A segunda diz respeito à co1nposição da equipe. E, na terceira, as variáveis do processo refletem o que acontece na equipe de modo a influenciar sua eficácia. Além dessas categorias, você aprendeu que, para criar equipes eficazes, é necessário saber conduzir a to1nada de decisão em grupo, isso porque, no contexto dessas equipes, a tomada de decisão em equipe se dá por 1neio da aplicação de técnicas de tomada de decisão em g1upo. São algumas das técnicas de tomada de decisão em grupo aplicadas a equipes eficazes: grupos de interação, brainstorming e técnica de grupo nominal. Liderança e Desenvolvime11to de Eq11ipes ( 59 ~---- A REFERENCIAS CASADO, T. O indivíduo e o grupo: a chave do desenvolvimento. ln: FLEURY, M. T. L. et al. As pessoas na organização. [S. 1.]: Editora Gente, 2002. p. 235-246. CHIAVENATO, I. Comportamento organizacional. 2 . ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. DAFT, R. L. Organizações: teoria e projetos. Rio de Janei1·0: Pioneira Thomson Leraning, 2005. KATZENBACH, J. R.; SMITH, D. K . Equipes de alta performance - the discipline of tearns: conceitos, princípios e técnicas para potencializar o desempenho das equipes. 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