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Método de Projeto de Pavimentos Flexíveis Método DNER - Eng. Murillo Lopes de Souza (1981) Estudos Geotécnicos Os estudos geotécnicos para o Projeto de Pavimentação compreendem: a) Estudos do Subleito O estudo do subleito de estradas de rodagem com terraplenagem concluída tem como objetivo o reconhecimento dos solos visando à caracterização das diversas camadas e o posterior traçado dos perfis dos solos para efeito do projeto de pavimento. Os estudos geotécnicos para o Projeto de Pavimentação compreendem: estudo do subleito de estradas de rodagem com terraplenagem concluída tem como objetivo o reconhecimento dos solos visando à caracterização das diversas camadas e o posterior traçado dos perfis dos solos para efeito do Os estudos geotécnicos para o Projeto de Pavimentação compreendem: b) Estudos de Ocorrências de Materiais para Pavimentação Tem como objetivo o reconhecimento e a caracterização dos materiais de jazidas como fonte de matéria-prima para a utilização na construção das diversas camadas de Reforço do Subleito, Sub-base, Base e Revestimento, de acordo com o projeto do pavimento. Para efeito dos estudos geotécnicos são adotadas as seguintes definições: a) Prospecção e classificação expedida no campo: é a que resulta das sondagens e observação dos materiais quanto a cor, textura e consistência; b) Camadas de solos: são massas de solos contínuas e consideradas homogêneas sob o ponto de vista da classificação; c) Perfil de solos: é o desenho em escala conveniente, de um corte do subleito ou de uma seção de uma jazida até a profundidade sondada e que deverá ser feito de acordo com a classificação de laboratório. Na execução dos estudos geotécnicos para o Projeto de Pavimentação são feitos os seguintes ensaios: a) Granulometria: peneiramento com lavagem do material na peneira de 2,0 mm (n° 10) e de 0,075 mm (n° 200) b) Limite de Liquidez c) Limite de plasticidade; d) Limite de Construção em casos especiais de materiais do subleito e) Compactação f) Massa específica Aparente "in situ"; g) Índice Suporte Califórnia (ISC/CBR) h) Expansibilidade no caso de solos lateríticos. Estudo do Subleito O reconhecimento dos solos do subleito é feito em duas fases: a) Sondagem no eixo e nos bordos da plataforma da rodovia para identificação dosdiversos horizontes de solos (camadas) por intermédio de uma inspeção expedita docampo e coleta de amostras. b) Realização dos ensaios já citados nas amostras das diversas camadas de solo paraum posterior traçado dos perfis de solos. • Para a identificação das diversas camadas de solo, pela inspeção expedita no campo, são feitas sondagens no eixo e nos bordos da estrada, devendo estas, de preferência, serem executadas a 3,50 m do eixo. • Os furos de sondagem são realizados com trado ou pá epicareta. • O espaçamento máximo, entre dois furos de sondagem no sentido longitudinal, é de 100m a 200m, tanto em corte como em aterro, devendo reduzir-se, no caso de grandevariação de tipos de solos. • Nos pontos de passagem de corte para aterro também devem ser realizados furos de sondagem. • A profundidade dos furos de sondagem será, de modo geral, de 0,60m a 1,00m abaixo do greide projetado para a regularização do subleito. • Furos adicionais de sondagem com profundidade de até 1,50m abaixo do greide projetado para regularização poderão serrealizados próximos ao pé de talude de cortes, para verificação do nível do lençol de água (ver Projeto de Drenagem) e da profundidade de camadas rochosas. • Em cada furo de sondagem, devem ser anotadas as profundidades inicial e final de cada camada, a presença e a cota do lençol de água, material com excesso de umidade, ocorrência de mica e matéria orgânica. Os materiais para efeito de sua inspeção expedita no campo, - serão classificados deacordo com a textura, nos seguintes grupos: a) Bloco de rocha: pedaço isolado de rocha que tenha diâmetro superior a1m; b) Matacão: pedaço de rocha que tenha diâmetro médio superior a 25cm e inferior a 1m; c) Pedra de mão: pedaço de rocha que tenha diâmetro médio compreendido entre 76mm e 25 m; d) Pedregulho: fração de solo que passa na peneira de 76mm (3") e é retida na peneirade 2,0mm (n° 10); e) Areia: − Grossa: fração do solo compreendida entre as peneiras de 2,0mm (n° 10) e 0,42mm (n°40); − Fina: fração de solos compreendida entre as peneiras de 0,42mm (n°40) e 0,075mm (n° 200); f) Silte e Argila: fração de solo constituída por grãos de diâmetro abaixo de 0,075 mm.São usadas, na descrição das camadas de solos, combinações dos termos citados como,por exemplo, pedregulho areno-siltoso, areia fina-argilosa, etc. • Deverão também ser anotadas as presenças de mica e matéria orgânica. • É feita separadamente, para cada grupo de solos daclassificação TRB, uma análise estatística dos seguintes valores: Percentagem, em peso, passando nas peneiras utilizadas no ensaio de granulometria, geralmente são analisadas as percentagens, passando nas peneiras n° 10, n° 40 en° 200. LL IP IG Expansão (ISC/CBR) ISC (CBR) Análise estatística dosresultados de CBR do subleito para a determinação do CBR de projeto (CBRp) Chamando X1, X2,..., Xn, os valores individuais dos resultados obtidos nos ensaios de CBR do subleito analisado, tem-se: • N = Número de amostras • X = valor individual • X = média aritmética • σ = desvio padrão • X min = valor mínimo provável, estatisticamente = CBRp ��í� = ��� = � − 1,29. �√� � = �∑�� − � ��� − 1 � = ∑ �� Exemplo O estudo geotécnico do subleito de um trecho de rodovia fornece os resultados constantes no boletim de sondagem e o quadro resumo dos ensaios, determinar o CBR de projeto. � = ∑ �� = ����� = 7,5 Exemplo O estudo geotécnico do subleito de um trecho de rodovia fornece os resultados constantes no boletim de sondagem e o quadro resumo dos ensaios, determinar o CBR de projeto. � ! # !é%&#, '#(')(#* + − +, Exemplo O estudo geotécnico do subleito de um trecho de rodovia fornece os resultados constantes no boletim de sondagem e o quadro resumo dos ensaios, determinar o CBR de projeto. � ! -#( * %. + − + , '#(')(#* /+ − +,01 . 2/+ − +,01 Exemplo O estudo geotécnico do subleito de um trecho de rodovia fornece os resultados constantes no boletim de sondagem e o quadro resumo dos ensaios, determinar o CBR de projeto. �345 = +, − 6, 17. 8√9 = :, ; − 6, 17 . <, =√6; = > Com os dados calcula-se O desvio padrão: � = ?∑�+@+,�19@6 = ?��A,A��@� = 4,3 E o CBR de projeto: Capacidade de Suporte A determinação da capacidade de suporte do subleito e dos materiais granulares que constituem o pavimento é feita pelo CBR, em corpos de prova indeformados ou moldados em laboratório, nas condições de massa específica e umidade especificadas para o serviço no campo e submetidos a imersão em água durante o período de quatro dias. Quando se desejar e for justificável uma segurança maior, em vez de CBR poderá se utilizar o CBR corrigido em função do Índice de Grupo (IG), que é denominando Índice de Suporte (IS). O Índice de Suporte é dado por: Com a condição de que IS ≤ CBR e CBRIG dado pela tabela a seguir: BC = ��� + ���EF2 Índice de Gupo (IG) CBRIG 0 20 1 18 2 15 3 13 4 12 5 10 6 9 7 8 8 7 9 a 10 6 11 a 12 5 13 a 14 4 15 a 17 3 18 a 20 2 O DNIT tem admitido para dimensionamentos de pavimentos pelo método DNER a exclusão de valores de CBR abaixo e acima de uma faixa padrão, de acordo com as expressões abaixo. ����í� = � − 1,29. �√� − 0,68. � ����áK = � − 1,29. �√� + 0,68. � Para o exemplo anterior, os cálculos ficariam assim: CBRmín = 3 CBRmáx = 9 Dimensionamentodo Pavimento O dimensionamento de pavimentos flexíveis em função dos seguintes fatores: – Capacidade do subleito (CBR) e índice de grupo IG – Número equivalente de operações do eixo padrão (N) – Espessura total do pavimento durante um período de projeto • Com base na espessura total determinam-se as espessuras das camadas constituintes, multiplicando-se as espessuras obtidas para o material padrão (base granular) pelos coeficientes estruturais parciais correspondentes a cada tipo de material. • Com o número de solicitações N, o CBR das camadas, e os coeficientes de equivalência estrutural (k), mediante a análise do ábaco de dimensionamento forma-se o sistema de inequações para a obtenção das espessuras das camadas. Espessuras das camadas e coeficientes de equivalência estrutural • Os valores dos coeficientes de equivalência estrutural dependem do tipo de material construtivo utilizado no pavimento. • Cada camada possui um coeficiente de equivalência estrutural (k), que relaciona a espessura que a camada deve possuir de material padrão (base granular), com a espessura equivalente do material que realmente irá compor a camada. Tabela de Coeficientes Estruturais (k) Obs.: Pesquisas futuras podem justificar mudanças nestes coeficientes. Componentes do pavimento Coeficiente K Base ou revestimento de concreto betuminoso 2 Base ou revestimento pré-misturado a quente, de graduação densa 1,7 Base ou revestimento pré-misturado a frio, de graduação densa 1,4 Base ou revestimento betuminoso por penetração 1,2 Camadas granulares 1 Solo cimento com resistência à compressão a 7 dias, superior a 45 kg/cm 1,7 Idem, com resistência à compressão a 7 dias, entre 45 kg/cm e 28 kg/cm 1,4 Idem, com resistência à compressão a 7 dias, entre 28 kg/cm e 21 kg/cm 1,2 Espessuras mínimas de revestimentos – São dadas em função de N e do tipo de material do revestimento – Finalidade: proteger a camada de base dos esforços impostos pelo tráfego e preservar o revestimento de uma ruptura Determinação da espessura total do pavimento CBR ou ISC = m Uma vez determinadas as espessuras Hm, Hn, H20, pelo gráfico, e R pela Tabela de espessuras mínimas de revestimento betuminoso, as espessuras da base (B), sub-base (h20) e reforço do subleito (hn) são obtidas pela resolução sucessiva das seguintes inequações: KR·R + KB·B ≥ H20 KR·R + KB·B + KS·h20 ≥ Hn KR·R + KB·B + KS·h20 + Kref·hn ≥ Hm Observações: 1. As espessuras máxima e mínima de compactação das camadas granulares são de 20cm e 10cm, respectivamente. 2. A espessura construtiva mínima das camadas de BASE, SUB- BASE e REFORÇO DO SUBLEITO = 15 cm 3. Quando o CBR da sub-base for ≥40 e para N≤106, admite-se substituir na inequação H20 por 0,8xH20 4. Para N >107, recomenda-se substituir na inequação H20 por 1,2xH20 Onde: KR: coeficiente de equivalência estrutural do revestimento R: espessura do revestimento KB: coeficiente de equivalência estrutural da base B: espessura da base H20: espessura de pavimento sobre a sub-base Ks: coeficiente de equivalência estrutural da sub-base h20: espessura da sub-base com CBR igual a 20 Hn: espessura do pavimento sobre a camada com CBR (ISC) = n Kref: coeficiente de equivalência estrutural do reforço de subleito hn: espessura do reforço do subleito com CBR (ISC) = n Hm: espessura total do pavimento necessária para proteger um material com CBR (ISC) = m Considerações sobre o controle tecnológico dos materiais Características desejáveis para material do subleito – CBR (ISC) ≥ 2% – Expansão ≤ 2 % (medida com sobrecarga de 10lb) Características desejáveis para materiais a se utilizar em reforço de subleito – CBR (ISC) > CBR subleito – Expansão ≤ 1 % (medida com sobrecarga de 10lb) Características desejáveis para materiais a se utilizar em sub-base – CBR (ISC) ≥ 20 – IG = 0 – Expansão ≤ 1 % (medida com sobrecarga de 10lb) Características desejáveis para materiais a se utilizar em base: – CBR (ISC) ≥ 80 ( para N ≥ 5×106) – CBR (ISC) ≥ 60 (para N < 5×106) – Expansão ≤ 0,5 % (medida com sobrecarga de 10lb) – Limite de liquidez ≤ 25 % – Índice de Plasticidade ≤ 6 Exemplos 1) Dimensionar o pavimento para uma estrada, em que N = 5x106, sabendo-se que o CBR do subleito é igual a 3 e que se dispõe de material para reforço do subleito com CBR igual a 9, de material para sub-base com CBR igual a 20 e material para base com CBR igual a 80. Solução: – O revestimento será um concreto betuminoso com espessura de 5cm com coeficiente estrutural KR = 2 – A base tem coeficiente estrutural KB = 1, a sub-base KS = 1 e o reforço do subleito KRef = 1. – Pelo gráfico da espessura total de pavimento para um N = 5x106 e CBR do subleito = 3, Hm(H3) = 82cm, Hn(H9) = 45cm e H20 = 25cm. – R = 5cm – 2 · 5 + 1 · B≥ 25 -----B≥ 25 – 10 = 15cm (Base) – 2 · 5 + 1 · 15 + 1 · h20 ≥ 45 ----- h20 ≥ 45 – 10 – 15 = 20cm (Sub-base) – 2 · 5 + 1 · 15 + 1 · 20 + 1 · hn ≥ 82 ----- hn ≥ 82 – 10 – 15 – 20 = 37cm (Reforço do subleito) 2) Dimensionar o pavimento de uma rodovia, onde N = 104, sabendo- se que o CBR do subleito é igual a 5 e que se dispõe de material para reforço do subleito com CBR igual a 8, de material para sub-base com CBR igual a 40 e material para base com CBR igual a 80. Solução: – O revestimento será um tratamento superficial cuja espessura pode-se desprezar – A base tem coeficiente estrutural KB = 1, a sub-base KS = 1 e o reforço do subleito KRef = 1. – Como o material da sub-base tem CBR = 40, pode-se substituir H20 por 0,8xH20. – Pelo gráfico da espessura total de pavimento para um N = 104 e CBR do subleito = 5, Hm(H5) = 43cm, Hn(H8) = 33cm e H20 = 18cm, podendo ser substituído por 0,8x18 =14,4 ... adota-se 15cm. – R = 0cm (tratamento superficial) – 2 · 0+ 1 · B ≥ 15 ----- B ≥ 15 = 15cm (Base) – 2 · 0 + 1 · 15 + 1 · h20 ≥ 33 ----- h20 ≥ 33 – 15 = 18cm (Sub-base) – 2 · 0 + 1 · 15 + 1 · 18 + 1 · hn ≥ 43 ----- hn ≥ 43 – 15 – 18 = 10cm (Reforço do subleito) 3) Determinar o CBR de projeto para os trechos de rodovias de acordo com os valores encontrados nos ensaios nas amostras coletadas do subleito em campo. a) Amostra CBR ( X ) 1 4 2 8 3 2 4 3 5 2 6 5 7 4 8 7 9 5 10 3 11 5 b) Amostra CBR ( X ) 1 10 2 12 3 9 4 8 5 6 6 5 7 9 8 7 9 10 10 15 11 9 12 7 13 8 4) Dimensionar o pavimento para uma estrada, em que N = 5x107, dispondo-se dos resultados de ensaios de CBR do subleito, de material para reforço do subleito com CBR igual a 10, de material para sub-base com CBR igual a 50 e material para base com CBR igual a 80. Amostra CBR ( X ) 1 3 2 9 3 6 4 5 5 2 6 5 7 4 8 10 9 9 10 3 11 1 12 5 13 6 14 7
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