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CUIDADOS PRE OPERATORIOS

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CIRURGIA Carolina Ferreira 
-Os cuidados no pré-operatório devem ser empregados p/ evitar o surgimento de condições clínicas inesperadas 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
-Internação: Quando o pct é admitido p/ uma cirurgia, é prudente que o cirurgião forneça um relatório médico p/ o 
serviço de internação do hospital c/ todos os dados 
necessários + prescrição pré-operatória+ pedidos de 
reserva de hemocomponentes e/ou de vaga em UTI + 
avaliação pré-anestésica 
-Exames pré-operatórios: devem ser solicitados de 
acordo c/ as condições clínicas e o porte cirúrgico, 
mas ñ a fim de realizar diagnósticos. 
• Na ausência de comorbidades os pcts c/ menos de 
40 anos ñ necessitam de nenhum exame pré-
operatório 
• Naqueles c/ 41 a 50 anos, hemoglobina e 
hematócrito são suficientes 
• Entre 51 e 60 anos, deve-se solicitar também um 
ECG 
• Adicionam-se creatinina e glicemia àqueles c/ + de 
60 anos e Rx de tórax quando a idade é > a 75 anos 
-Avaliação anestésica pré-operatória: são avaliadas as comorbidades do paciente e como podem influenciar o 
resultado do processo de anestesia e/ou a cirurgia. ASA criou a estratificação dos pacientes conforme o seu status 
clínico pré-operatório e o risco anestésico. A escala de Goldman p/ avaliação do risco cardíaco 
-É importante investigar o histórico do paciente na busca de antecedente de hipertermia maligna,é uma condição 
fisiopatológica associada diretamente à anestesia e rapidamente fatal se não tratada prontamente. Os principais 
agentes precipitadores são todos os agentes inalatórios e relaxantes musculares despolarizantes, como a 
succinilcolina e o decametônio. Ocorre hipermetabolismo, rigidez muscular, lesões musculares teciduais e da 
resposta do sistema nervoso simpático. O hipermetabolismo é refletido pela elevada produção de CO2 que precede 
o da temperatura corpórea. As medidas iniciais consistem em suspender os anestésicos inalatórios, aplicar 
ventilação rápida p/ eliminar essas drogas e administrar dantroleno 2,5 mg/kg IV. 
 
PREPAROS ESPECIAIS 
-Dieta e medicações: O jejum pré-operatório pode variar c/ o tipo de pct e difere p/ sólidos e líquidos 
-Ultimamente, a abreviação do jejum pré-operatório com oferta de solução enriquecida de carboidratos (CHO) até 2 
horas antes da operação é vista como um dos fatores benéficos p/ 
a resposta orgânica, a resistência insulínica e o estresse cirúrgico 
e, ainda, melhorar o bem-estar do paciente. Essa prática mostra-se 
ñ apenas segura, mas também essencial p a recuperação + rápida 
do trauma cirúrgico. 
-Hipoglicemiantes orais devem ser substituídos por insulina regular 
ou NPH na véspera do ato cirúrgico. Pacientes em uso de NPH 
podem receber metade da dose habitual na manhã da cirurgia, 
seguida da infusão de soro glicosado a 5%, ou substituir por 
insulina regular na véspera. 
-A prescrição de ansiolítico na véspera da cirurgia pode ser utilizada 
p/ a ansiedade e evitar oscilações de pressão arterial e aumento 
da acidez gástrica. 
-Quem utiliza apenas ácido acetilsalicílico deve descontinuar a medicação 7 dias antes do procedimento, porém, se 
em uso de dupla antiagregação em profilaxia secundária (incluindo o clopidogrel), é necessária a retirada apenas do 
clopidogrel, mantendo o ácido acetilsalicílico. 
CIRURGIA Carolina Ferreira 
-Antibióticos, tricotomia e antissepsia: a prática de banhos de clorexidina ou iodopovidona vem caindo em desuso; 
a maioria dos serviços hoje realiza apenas o banho normal antes da cirurgia, exceto em alguns casos de cirurgia 
cardíaca ou colocação de prótese mamária. Quanto à tricotomia, a preferência é realizá-la no centro cirúrgico e na < 
área possível, de acordo c/ a cirurgia. 
O uso de antibióticos dependerá da 
classificação da cirurgia em limpa, 
potencialmente contaminada, 
contaminada e infectada 
-Preparo de cólon: é desnecessário em 
cirurgias do intestino delgado. Nas 
cirurgias colônicas, ñ há mais 
evidência de que deve ser feito o 
preparo de rotina. Caso seja feito, o preparo objetiva a remoção das fezes de 
sua luz e a redução da população bacteriana. Além disso, pode ser feito por 
meio de preparo mecânico anterógrado c/ manitol associado ou não a 
agentes antimicrobianos 
-Paciente ictérico: além da hidratação, 
devem-se realizar a descompressão das 
vias biliares, a correção de distúrbios hepáticos e uma antibioticoprofilaxia 
adequada. Também pode haver algum grau de desnutrição e deficiência 
vitamínica em pacientes c/ icterícia obstrutiva. Pacientes c/ alteração de 
coagulação devem receber reposição de vitamina K. 
-Estenose pilórica: deve-se realizar aspiração gástrica c/ Fouchet ou SNG 
calibrosa antes da cirurgia. Esses pacientes frequentemente apresentam algum 
grau de desnutrição e distúrbios eletrolíticos e acidobásicos, como 
hipopotassemia e alcalose metabólica hipoclorêmica 
-Feocromocitoma: Além da hidratação vigorosa na véspera, devem ser tomadas medidas p/ prevenir a descarga 
adrenérgica, como bloqueadores alfa-adrenérgicos durante 2 ou 3 semanas antes da cirurgia. Alguns pacientes 
podem necessitar, também, de BB no pré-operatório, caso se mantenham taquicárdicos mesmo c/ o bloqueio 
adrenérgico. 
-Síndrome de Cushing: deve-se bloquear a produção de cortisol semanas antes do procedimento. O cetoconazol, 
além de antimicótico, bloqueia o citocromo p450, impedindo a fase inicial da síntese dos corticosteroides. 
-Síndrome de Addison: preconiza-se administrar dose alta de corticoide na véspera, por exemplo: 50 mg de 
cortisona, e realizar o descalonamento no pós-operatório. 
-Hipertireoidismo: o pct deve ser operado em eutireoidismo. Até a véspera da cirurgia, deve-se administrar 
propiltiouracila de 200 a 800 mg/d ou metimazol de 5 a 50 mg/d. Em taquicárdicos ou intolerantes, é possível 
administrar BB. O lugol vem caindo em desuso. 
-A imunização deve ocorrer 2 semanas antes ou 2 depois da esplenectomia, contra pneumococo, H. influenzae tipo B 
e meningococo tipo C. 
-Marca-passo: é preciso colocá-lo na modalidade “assincrônica”. Outra forma que pode ser adotada em alguns casos 
é mantê-lo apenas na modalidade “demanda”. Essa escolha deve considerar, também, a condição cardiológica de 
base que levou o paciente a necessitar do marca-passo. 
 
RESERVA DE SANGUE E HEMODERIVADOS 
-As reações transfusionais hemolíticas, normalmente causadas por incompatibilidade do sistema ABO, manifestam-
se por dor e vermelhidão ao longo da veia infundida, dor e opressão torácica, febre, calafrios, oligúria, 
hemoglobinemia e hemoglobinúria. Choque e hipotensão podem evoluir a óbito se ñ rapidamente tratados. O tto 
consiste em interromper a transfusão, corrigir a hipotensão e estimular a diurese c/ manitol ou furosemida. 
CIRURGIA Carolina Ferreira 
-Apesar de ser rara, uma das principais causas de morte 
relacionada às hemotransfusões é a lesão pulmonar aguda 
(Transfusion Related Acute Lung Injury — TRALI). Manifesta-se por 
dispneia, hipotensão, hipoxemia, febre e edema pulmonar ñ 
cardiogênico bilateral 6 horas após a transfusão. O tto consiste em 
suportes hemodinâmico e respiratório. 
 
DIETA E SUPORTE NUTRICIONAL 
-A má nutrição  o risco de mortalidade operatória, e pode ser 
empregada nutrição enteral ou parenteral. 
 -Em idosos e debilitados no seu estado nutricional que se pode 
aplicar a regra geral: se o grau de perda de peso, o nível de 
albumina sérica ou a contagem geral de linfócitos sugerem má 
nutrição, o apoio nutricional deve ser estabelecido por um período 
de 5 a 10 dias no pré-operatório. 
-Pode-se definir que elementos como o pesocorpóreo prévio e 
atual, os níveis de albumina sérica, a contagem de linfócitos, a creatinina urinária, os testes cutâneos de 
hipersensibilidade e a transferrina são 
marcadores laboratoriais da nutrição. 
-A síntese de albumina na presença de má 
nutrição severa. Contudo, como a meia-vida da 
albumina é de 2 semanas, a má nutrição já 
estará instalada antes da do nível. A contagem 
total de linfócitos menor que 1.500 células/mm3 
implica má nutrição severa. 
-A perda urinária de creatinina é proporcional à 
massa muscular. Níveis anormalmente baixos de creatinina urinária indicam má nutrição. Taxas a 90% do normal 
significam má nutrição leve; 80% do normal, má nutrição moderada; 70% do normal, má nutrição severa. 
-A síntese de transferrina é inibida pela desnutrição. Como a meia-vida é de 1 semana, o nível de transferrina é um 
indicador + precoce da privação nutricional do que o nível de albumina. O problema é que os níveis variam muito em 
relação aos pacientes anêmicos. Níveis abaixo de 170 mg/dL são anormais, e níveis cada vez < indicam desnutrição 
em evolução. 
-Apoio nutricional: avia enteral deve ser sempre preferencial; pode ser realizada em domicílio, o que evita 
internações prolongadas e o risco de infecções hospitalares. A Nutrição Parenteral Total (NPT) deve ser utilizada 
em situações precisas e iniciar-se, pelo menos, 10 dias antes da cirurgia. 
 
PERIOPERATÓRIO 
-C/ o objetivo de  a segurança dos pacientes que serão submetidos a procedimentos cirúrgicos, a OMS criou as 
chamadas Orientações p/ Cirurgia Segura, a serem adotadas pelos serviços médicos.É proposto um check-list: 
• Antes da cirurgia: logo após a internação, os termos de consentimento devem ser verificados. O paciente deve 
confirmar jejum+ alergias + demarcação do local a ser operado 
• Na sala de cirurgia: checar o nome do paciente, jejum, alergias conhecidas, procedimento, demarcação de lateralidade, 
risco de perda sanguínea e se há reserva de hemoderivados, posicionamento do paciente, protocolo de prevenção de 
TVP/TEP, necessidade de antibiótico profilático, previsão de via aérea difícil e se o material necessário está disponível, 
monitorização completa e seringas identificadas c/ as medicações anestésicas + incisão da pele 
• Ao término da cirurgia: conferência de gazes, compressas e agulhas, nome e quantidade de peças que devem ser 
enviadas p/ anatomia patológica e cuidados mediatos de pós-operatório como drenos, sondas e massageador 
pneumático.

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