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Fichamento: 1ª UNIDADE Disciplina: DIR147 - Direito Processual Penal I Docente: Roberto de Almeida Borges Gomes Raquel Lemos de Melo Cardoso – T6A 1. PRINCÍPIOS No direito processual penal os princípios são proposições ideais, nas quais todo o ordenamento vai em busca de legitimidade e validade, sendo, conceitualmente, os fundamentos que alicerçam determinada legislação. • INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA A individualização da pena consiste em aplicar o direito a cada caso concreto, levando-se em conta suas particularidades, o grau de lesividade do bem jurídico penal tutelado, bem como as individualidades da personalidade do agente. A pena deverá se adequar à medida da responsabilidade do agente e de suas características pessoais, devendo ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e executivo, evitando a padronização da sanção penal. Segundo o autor Fernando Capez, individualizar a pena é então adaptar às características do condenado individualmente diante da característica de cada um, para que a sua reintegração social seja mais eficaz. Trata-se de uma garantia constitucional, a fim de que o indivíduo receba uma pena de acordo com as suas características e necessidades. Prevista no artigo 5º, inciso XLVI da Constituição Federal, a individualização da pena é o princípio que garante que as penas dos infratores não sejam igualadas, mesmo que tenham praticado crimes idênticos. Consistindo em aplicar o direito a cada caso concreto, tendo em vista suas particularidades, o grau de lesividade do bem jurídico penal tutelado, assim como as individualidades da personalidade do agente. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; • DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO É necessário que haja um equilíbrio, ou seja, que haja a celeridade no atendimento dos prazos processuais, mas que seja garantida uma defesa efetiva. Então, o princípio da duração razoável do processo prescreve a eficiência dos atos processuais e da celeridade, porém, não se descuida do respeito à ampla defesa e ao contraditório. Assim, é necessário que o processo tenha uma duração razoável, a fim de proteger, em última instância, a dignidade da pessoa humana. Segundo Aury Lopes Júnior, o não-prazo provoca lentidão nos processos, uma vez que não há um adequado sistema de sanções em caso de violação da norma constitucional. Tal lentidão pode acarretar consequências como o excesso de duração da prisão preventiva ou bloqueio de contas bancárias por tempo indeterminado. Para o autor, a celeridade processual deve ser aplicada visando a proteção de direitos fundamentais, tendo em vista que a rapidez processual não poderá atropelar garantias e nem as deixar perecer. Esse princípio é previsto pelo artigo 5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal e o artigo 4º do Código de Processo Penal. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Código de Processo Civil Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. • VEDAÇÃO DA DUPLA PUNIÇÃO PELO MESMO FATO – NE BIS IN IDEM O direito penal veda a dupla punição e o duplo processo. Ainda que o acusado seja absolvido por insuficiência de provas, não será possível que, diante da descoberta de prova nova, seja oferecida nova denúncia, visto que tal fato representaria um ne bis in idem. Não se pode processar duas vezes um indivíduo pelo mesmo fato, a aplicação de uma sanção penal exclui a possibilidade de novamente sancionar o agente pelo mesmo fato. Desse modo, não é possível punir-se, mais de uma vez, uma mesma conduta por um mesmo fundamento jurídico, sob pena de violação ao princípio ne bis in idem, que tem dimensão penal, processual e executória, a impedir que o réu ou indiciado possa ser investigado, processado, condenado e punido pelo menos fato. Assim, é vedada a multiplicidade de penas para o mesmo sujeito, por uma mesma ação ou omissão, se tiverem um mesmo fundamento, como previsto nos artigos 8º e 42º do Código penal. Código Penal Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Art. 42º Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior • DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO O princípio do duplo grau de jurisdição traz o direito fundamental de o prejudicado pela decisão poder submeter o caso penal a outro órgão jurisdicional, hierarquicamente superior na estrutura da administração da justiça. Além disso, também compreende a proibição de que o tribunal ad quem conheça além daquilo que foi discutido em primeiro grau, ou seja, é um impedimento à supressão de instância. Dessa forma o princípio do duplo grau de jurisdição determina garantir ao recorrente o direito de submeter a matéria decidida a uma nova apreciação jurisdicional, seja total ou parcial, desde que atendidos determinados pressupostos específicos, previstos em lei. • DEVIDO PROCESSO Devido processo é o princípio que assegura a todos o direito a um processo com todas as etapas previstas em lei e todas as garantias constitucionais. Segundo o artigo 5º, inciso LIV da Constituição Federal, o princípio do devido processo afirma que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Se no processo não forem observadas as regras básicas, ele se tornará nulo. Desse princípio derivam duas espécies, o devido processo substancial e processual. O devido processo substancial considera que as leis devem satisfazer ao interesse público, aos anseios do grupo social a que se destinam, evitando ao mesmo tempo o abuso de poder por parte do governo, garantindo ao cidadão a inafastável elaboração legislativa comprometida com os reais interesses sociais. Já o devido processo processual é o princípio em seu sentido estrito, referindo-se tanto ao processo judicial quanto ao processo administrativo, assegurando-se ao litigante vários direitos. Constituição Federal Art. 5°:Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; • LEGALIDADE Aplicado ao Direito Penal, o princípio da legalidade permite dizer que, via de regra, é vedada ao legislador a criação de leis penais que incidam sobre fatos anteriores à sua vigência, tipificando-os como crimes ou aplicando pena aos agentes. O princípio da legalidade é um limite constitucional ao poder do Estado para que não puna arbitrariamente seus indivíduos, impedindo que este haja senão em virtude de lei. Segundo o artigo 22º,inciso I da Constituição Federal, é exigido que a lei tenha sido produzida pelo ente competente, nesse caso a União. Esse princípio tem uma abrangência ampla, estabelecendo que os comandos jurídicos devem ser realizados por regra normativa geral. Está também relacionado ao art. 5°, inciso XXXIX da Constituição Federal, pois revela que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Constituição Federal Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Art. 22º Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,espacial e do trabalho; • FAVOR DO REI – FAVOR LIBERATIS – INDUBIO PRO REO Favor do rei baseia-se na predominância do direito de liberdade do acusado quando colocado em confronto com o direito de punir do Estado, ou seja, na dúvida, sempre prevalece o interesse do réu. No processo penal, para que uma sentença condenatória seja deferida, é necessário que haja prova da existência de todos os elementos objetivos e subjetivos da norma penal, assim como a inexistência de qualquer elemento capaz de excluir a culpabilidade e a pena. Sobre o tema Fernando Capez afirma: “o princípio "favor rei" consiste em que qualquer dúvida ou interpretação na seara do processo penal, deve sempre ser levada pela direção mais benéfica ao réu.” (CAPEZ, Fernando) • ESTADO DE INOCÊNCIA – PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA A presunção de inocência tem como objetivo respeitar o estado de inocência em que todo acusado se encontra até que sua sentença transite em julgado definitivamente. O princípio está disposto artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal e é um estado de inocência, assim, o acusado é inocente durante o processo e seu estado só se modifica com a declaração de culpado por sentença. Deste princípio decorrem duas regras, a regra probatória ou de juízo, que é o fato do ônus da prova caber à acusação e a regra de tratamento, que é a permanência do estado de inocência até o trânsito em julgado da sentença. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; • CONTRADITÓRIO Previsto na Constituição Federal, art. 5º, inciso LV, o contraditório se constitui com o fito de garantir a igualdade processual ou par conditio. Isso significa que a todas a partes é garantido o acesso às provas produzidas pela parte contrária a fim de se manifestar de maneira contrária. Para que o contraditório seja efetivo, as partes devem ser comunicadas dos atos processuais – o que pode se dar por citação, intimação e notificação – e assim decidirem a melhor maneira de se manifestar. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; • AMPLA DEFESA Trata-se de uma garantia constitucional assegurada aos acusados em geral, que permite o exercício da autodefesa, da defesa técnica e a possibilidade de recorrer. Prevista no art. 5º, inciso LV, CF, a defesa deve ser a mais abrangente possível, devendo ser decretada a nulidade do processo em caso de cerceamento. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; A ampla defesa encontra correlação com o princípio do contraditório e é o dever que assiste ao Estado de facultar ao acusado a possibilidade de efetuar a mais completa defesa quanto à imputação que lhe foi realizada. O autor Igor Luis Pereira e Silva expõe que, “O princípio da ampla defesa determina a participação efetiva no processo penal, abrangendo a autodefesa, a defesa técnica, a defesa efetiva e a possibilidade de utilização de todos os meios de prova passíveis de demonstrar a inocência do acusado, incluindo as provas obtidas ilicitamente.” • PLENITUDE DE DEFESA A plenitude de defesa é exercida no Tribunal do Júri, onde poderão ser usados todos os meios de defesa possíveis para convencer os jurados, inclusive argumentos não jurídicos. Na plenitude de defesa, a defesa técnica e a autodefesa possuem total liberdade de argumentos, não se limitando aos jurídicos. A plenitude de defesa é o princípio atribuído ao acusado de crime doloso contra a vida, no Plenário do Júri, e é mais “amplo” do que a ampla defesa garantida a todos os litigantes em processo judicial ou administrativo, e isso se justifica pelo juiz natural do Tribunal do Júri, que são cidadãos leigos. • JUIZ NATURAL E VEDAÇÃO A JUÍZO OU TRIBUNAL DE EXCEÇÃO O artigo 5º, inciso XXXVII da Constituição Federal é um dos componentes do princípio do juiz natural, que garante um julgamento justo aos cidadãos por órgãos independentes e imparciais. Este inciso impede a criação de novos juízos ou tribunais para julgar fatos ocorridos antes de sua criação, constituindo uma garantia de limitação dos poderes do Estado, que não pode instituir juízo ou tribunal de exceção para julgar determinadas matérias nem criar juízo ou tribunal para processar e julgar um caso específico. Juízos ou tribunais de exceção são os que foram criados fora da regra comum, eles são criados em um momento posterior ao fato que será julgado, com o objetivo específico de fazer o tipo de julgamento para o qual foram criados. De maneira análoga, é como se um cidadão praticasse alguma ação qualquer e só posteriormente fosse criado um órgão para analisar especificamente se aquela ação era correta ou não. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…) XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; • PROMOTOR NATURAL O princípio do promotor natural é um princípio constitucional implícito que decorre do princípio do juiz natural previsto no art. 5º, inciso LIII, da Constituição Federal. O princípio consubstancia-se na garantia de que ninguém será acusado e processado senão pela autoridade competente, sendo vedada a designação de promotor de exceção, sendo fundamental para se preservar a independência e imparcialidade do Ministério Público, em todas as suas esferas de atuação. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…) LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; Para Guilherme de Souza Nucci, “o indivíduo deve ser acusado por órgão imparcial do Estado, previamente designado por lei, vedada a indicação de acusador para atuar em casos específicos” • IMPARCIALIDADE A imparcialidade do juiz é pressuposto de validade do processo, devendo o juiz colocar-se entre as partes e acima delas, sendo esta a primeira condição para que possa o magistrado exercer sua função jurisdicional. O princípio consiste na ausência de vínculos subjetivos com o processo, mantendo-se o julgador distante o necessário para conduzi-lo com isenção, é o direitos é o direito de ser julgado de forma equânime e imparcial, em decorrência da opção constitucional brasileira pelo sistema processual penal acusatório. • PUBLICIDADE A publicidade surge como uma garantia individual determinando que os processos civis e penais sejam, em regra, públicos, para evitar abusos dos órgãos julgadores, limitar formas opressivas de atuação da justiça criminal e facilitar o controle social sobre o Judiciário e o Ministério Público. O princípio está previsto na Constituição, em seus artigos 5º, XXXIII, LX, e 93, IX. Ele diz que todos os atos processuais precisam ser realizados de forma pública, possibilitando que qualquer pessoa acompanhe o processo, sem segredos e sem sigilo. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011) Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (...) IX- todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Sobre o princípio Eliana Descovi Pacheco comenta que, “Todo processo é público, isto, é um requisito de democracia e de segurança das partes (exceto aqueles que tramitarem em segredo de justiça). É estipulado com o escopo de garantir a transparência da justiça, a imparcialidade e a responsabilidade do juiz. A possibilidade de qualquer indivíduo verificar os autos de um processo e de estar presente em audiência, revela-se como um instrumento de fiscalização dos trabalhos dos operadores do Direito.” • IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ O princípio define que o juiz que preside a instrução e colhe as provas, deve ser o mesmo que julgará o feito, se vinculando à causa. O artigo 399, § 2º, do CPP consagrou o princípio da identidade física do juiz, de modo que o “juiz” que presidiu a instrução deverá proferir sentença. O princípio da identidade física do juiz exige a observância dos subprincípios da oralidade, concentração dos atos e imediatidade. Dessa forma, o princípio busca, em síntese, a vinculação do magistrado que conduziu o feito e participou efetivamente da sua instrução, à prolação da sentença, de molde a privilegiar, ao máximo possível, o processo cognitivo desenvolvido ao longo do iter processual. Código de Processo Penal Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). • IMPULSO OFICIAL Com esse princípio, se impede a paralisação do processo pela inércia ou omissão das partes. Desse modo, não se pode abandonar a causa ou paralisar o processo sem nenhum motivo que justifique essa atitude. Assim, cumpre ao juiz e aos seus auxiliares zelar para que o processo tenha andamento, na forma da lei, impulsionando-o até atingir o seu desfecho, excetuada as hipóteses em que o andamento do processo depende de ato a ser realizado pelo autor. O artigo 251 do Código de Processo Penal é a materialização desse dispositivo, uma vez que ele afirma que incumbe ao juiz, manter a regularidade do processo. Código de Processo Penal Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública. • MOTIVAÇÃO A Constituição Federal, em seu artigo 93, IX, dispõe que o fundamento das decisões ou motivação judicial tem como premissa ou mesmo natureza o pressuposto de validez do processo, revestindo-se de nulidade absoluta as decisões sem fundamentação. Esse princípio obriga o magistrado a fundamentar suas decisões, sob pena de nulidade da sentença, proibindo a decisão infundada do juiz. No direito brasileiro, duas correntes se formaram para justificar o dogma da necessidade da fundamentação das decisões judiciais. A primeira corrente é formada por constitucionalistas, a motivação seria a demonstração do raciocínio do juiz para chegar à sua conclusão, servindo, portanto, a que se conheçam tais razões. Trata-se do caminho percorrido pelo magistrado, um verdadeiro iter, razão pela qual este frequentemente é comparado a um historiador. Para a segunda corrente, a motivação não seria um caminho percorrido pelo juiz, e sim um discurso para justificar a decisão, visando convencer os jurisdicionados a respeito de seu acerto. O discurso seria elemento legitimador para a decisão judicial Constituição Federal Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (...) IX- todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) • ECONOMIA PROCESSUAL E CELERIDADE PROCESSUAL Pelo princípio da economia processual, os atos processuais devem ser realizados com a intenção de produzir o máximo possível de resultado com o mínimo possível de esforço, visando evitar perda de tempo e dinheiro desnecessários. Enquanto no princípio da celeridade, o processo, na medida do possível, tem que tramitar em tempo razoável, para que os fins da legislação sejam alcançados. O princípio tem fundamentação no artigo 5°, inciso LXXVIII, da CF. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392) • INADMISSIBILIDADE DE PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS A prova ilícita configura-se quando sua obtenção infringir direito material ou principio constitucional, como por exemplo a prática de tortura para conseguir alguma informação, a escuta telefónica ou a quebra de sigilo bancário sem autorização judicial. Sobre o princípio fundamentam o artigo 5º, inciso LVI da CF e o artigo 157 do CPP. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; Código de Processo Penal Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) • VERDADE REAL O princípio da verdade real estabelece que o julgador sempre deve buscar estar mais próximo possível das verdades ocorridas no fato, devendo existir sempre um sentimento de busca pela verdade quando da aplicação da pena e da apuração dos fatos. A doutrina clássica, ensina que o Direito Processual Penal adota o princípio da verdade real, material ou substancial, baseando-se no termos do artigo 156 do CPP, que confere ao magistrado a possibilidade, de ofício, de determinar diligências probatórias. Código de Processo Penal Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) • INEXIGIBILIDADE DA AUTOINCRIMINAÇÃO – NEMO TENETUR SE DETEGERE Também chamado de princípio da não auto-incriminação, o nemo tenetur se detegere afirma que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. O exercício desse direito por parte do imputado não pode acarretar nenhuma presunção de culpabilidade ou qualquer outro tipo de prejuízo jurídico, como previsto no artigo 186 do Código de Processo Penal e no artigo 5º, LXIII da CF, que declara que o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo assegurada a assistência da família e de advogado. Código de Processo Penal Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; • IGUALDADE PROCESSUAL As partes devem ter, em juizo, as mesmas oportunidades de fazer valer suas razões e ser tratadas igualitariamente, na medida de suas igualdades, e desigualmente, na proporção de suas desigualdades. Desse modo, o princípio é fundamentado pelo artigo 5º da Constituição Federal. Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) • OFICIOSIDADE A autoridade policial e o Ministério Público, regra geral, tomando conhecimento da possível ocorrência de um delito, deverão agir ex officio, não aguardando qualquer provocação. Tal situação é excepcionada nos casos de ação penal privada, na qual será necessária a provocação da vítima. • OFICIALIDADE Esse princípio significa que a persecução penal é uma função primordial e obrigatória do Estado, com isso, funções como investigar, processar e punir o agente do crime cabem aos órgãos constituídos do Estado, através da polícia judiciária, do Ministério Público e do Poder Judiciário. Assim, nos termos do artigo 129, inciso I da Constituição Federal, somente os membros do MP estadual ou federal, devidamente investidos no cargo, é que podem exercê-la através da “denúncia”. Constituição Federal Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; • OBRIGATORIEDADE DE AÇÃO PENAL PÚBLICA Como afirma o autor Afrânio Silva Jardim, o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública não é uma opção arbitrária do legislador, mas está inserido dentro de um contexto democratico, no qual ao funcionário do Estado não é dado dispor do interesse coletivo. Assim, é aquele que obriga a autoridade policial a instalar inquérito policial e o órgão do Ministério Público, a promover a ação penal quando da ocorrência da prática de um crime que se apure mediante ação penal pública. Impõe-se, portanto, ao Ministério Público o dever de promover a ação penal. Este princípio funda-se na ideia latina nec delicta maneant impunita, ou seja, nenhum crime deve ficar impune. Tourinho Filho afirma sobre o princípio que, "melhor atende aos interesses do Estado, dispondo o Ministério Público dos elementos mínimos para a propositura da ação penal, deve promovê-la, sem inspirar-se em critério políticos ou de utilidade social" • INDISPONIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PÚBLICA Esse princípio decorre do princípio da obrigatoriedade, estabelecendo que os órgãos responsáveis pela persecução penal não podem dispor da investigação ou do processo penal iniciado. Significa então que em se tratando de ação penal pública, depois de interposta, nenhum dos componentes do processo poderá dispô-la. Ademais, o princípio não é aplicado às ações penais de iniciativa privada, em que o querelante tem completa disponibilidade do conteúdo material da demanda. 2. INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL PENAL • FONTES A fonte é a origem do processo penal, é o estudo da origem de uma norma, de onde, como e de que forma ela surge. Toda norma, seja qual for sua matéria ou ramo do Direito, tem sua fonte. Assim, as fontes são pilares que servem de suporte para a interpretação precisa do sistema e são divididas em fontes materiais e fontes formais. ▪ Fonte material: é a fonte de produção, refere-se ao ente que tem competência para elaborar as normas, ou seja, é aquela que cria o Direito. Nesse sentido são fundamentadas pelo artigo 22, I da Constituição Federal. Constituição Federal Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; ▪ Fonte formal: é aquela que revela o Direito, é a exteriorização. As fontes formais se subdividem em fontes primárias/imediatas, aquelas que têm sua origem no próprio ordenamento jurídico, diretamente, sem intermediação, e fontes secundárias/imediatas, aquelas que têm sua origem na interpretação do ordenamento jurídico, indiretamente. Dentro dessas classificações é possível abranger a Constituição Federal em seu artigo 103, A. ConstituiçãoFederal Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. • LEI PROCESSUAL NO TEMPO Quanto à lei processual penal no tempo, utiliza-se o princípio da aplicação imediata, conforme o artigo 2º do Código de Processo Penal, de forma que, uma vez promulgada e vigente determinada lei processual penal, ela deve ser imediatamente aplicada aos processos em curso, mesmo que seja mais gravosa. A lei processual penal aplica-se então, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Desse modo, os atos processuais anteriormente praticados sob a vigência da lei revogada permanecem íntegros. Ademais, é a consagração legal do princípio tempus regit actum, denominado como princípio do efeito imediato ou da aplicação imediata da lei processual. Assim, a lei processual, mesmo que mais rígida que a lei anterior, aplica-se de imediato, sem prejuízo da validade dos atos processuais anteriores que eram regidos pela lei revogada. Código de Processo Penal Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. • LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO A lei processual penal no espaço orienta-se pelo princípio da territorialidade, de forma que a lei brasileira nesse âmbito aplica-se apenas aos crimes praticados dentro do território brasileiro. A previsão legal deste princípio está no artigo 1º do Código de Processo Penal. Código de Processo Penal Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade; III - os processos da competência da Justiça Militar; IV - os processos da competência do tribunal especial; V - os processos por crimes de imprensa. Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso 3. SISTEMAS PROCESSUAIS São as formas encontradas de sistematizar as funções basilares do processo penal, acusar, defender e julgar, quando o processo tem natureza condenatória, ou seja, sendo utilizado como meio de se impor uma sanção ao possível autor de um ilícito penal. • SISTEMA INQUISITIVO Segundo o autor Aury Lopes Jr. é da essência do sistema inquisitivo a aglutinação de funções na mão do juiz e atribuição de poderes instrutórios ao julgador, senhor soberano do processo. Portanto, não há uma estrutura dialética e tampouco contraditória. Não existe imparcialidade, pois uma mesma pessoa busca a prova e decide a partir da prova que ela mesma produziu. Dessa forma o sistema inquisitivo foi então desacreditado, por crer que uma mesma pessoa poderia exercer funções tão antagônicas. • SISTEMA ACUSATÓRIO O sistema acusatório é aquele que se pauta num procedimento de partes muito bem definidas, cada uma com sua função, onde o julgador se vê distante da produção de provas, sendo ela ônus da acusação e defesa, respeitando o contraditório, a oralidade e a publicidade dos atos do processo. Ele revela a separação das funções de acusar, defender e julgar. Exigindo um juiz imparcial que respeite a paridade de armas, o contraditório e a ampla defesa. • SISTEMA MISTO Existe uma fase inicial de apuração preliminar de provas de autoria e materialidade presidida por magistrado, onde não se asseguram o contraditório e a ampla defesa; após esta fase, que é eminentemente inquisitiva, segue-se a fase acusatória do processo, separando-se as funções de acusar, defender e julgar, entre órgãos distintos, garantindo-se, neste momento, ao acusado, o direito à ampla defesa e ao contraditório. É o chamado Juizado de Instrução. • SISTEMA ADOTADO NO BRASIL O processo penal brasileiro é classificado por grande parte da doutrina como misto, ou seja, seria inquisitivo na primeira fase e acusatório na fase processual. De modo contrário, Jacinto Nelson de Miranda Coutinho alega que o sistema brasileiro é, na essência, inquisitório, porque regido pelo princípio inquisitivo, já que a gestão da prova está, primordialmente, nas mãos do juiz. Contudo, o STF afirma que o Brasil adota o sistema acusatório decorrente da análise dos princípios da publicidade, funções distintas, contraditório e ampla defesa, assim, as funções de acusar e julgar pertencem a órgãos distintos. Além disso, no sistema brasileiro vigora um sistema lastreado pelos princípios constitucionais vigentes, como o contraditório, a ampla defesa, a publicidade e a imparcialidade do juiz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPEZ, Fernando. Execução Penal Simplificado. São Paulo: Editora Saraiva, 2011 CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 10ª Edição revista e atualizada. São Paulo: Editora Saraiva, 2003, p. 39 COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. O papel do novo juiz no processo penal. Crítica à teoria geral do direito processual penal. Rio de Janeiro, 2001 Disponível em: http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/42516/sistema-processual- penal-brasileiro-inquisitorio-acusatorio-ou-misto#_ftnref18. Acesso em: 23 Mar. 2022. PEREIRA E SILVA, Igor Luis. Princípios Penais. 1ª Ed. Editora Juspodivm, 2012. LOPES JUNIOR, Aury. Direito processual penal. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019. DO LAGO, Cristiano Álvares Valladares. Sistemas processuais penais. Disponível em:https://biblioteca.cejamericas.org/bitstream/handle/2015/5400/art_30005.pdf ?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 23 Mar. 2022. JARDIM, Afrânio Silva. Ação Penal Pública: Princípio da Obrigatoriedade. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. Ed. 11. Rio de Janeiro: Forense, 2014. PACHECO, Eliana Descovi. Princípios norteadores do Direito Processo Penal. 2007. Disponível em: https://www.jornaljurid.com.br/noticias/principios-norteadores-do-direito- processo-penal Acesso em: 07 Abr. 2022. TOURINHO Filho, Fernando da Costa. Processo Penal, v.1. 25. Ed. Saraiva. 2003. http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/42516/sistema-processual-penal-brasileiro-inquisitorio-acusatorio-ou-misto#_ftnref18 http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/42516/sistema-processual-penal-brasileiro-inquisitorio-acusatorio-ou-misto#_ftnref18 https://biblioteca.cejamericas.org/bitstream/handle/2015/5400/art_30005.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://biblioteca.cejamericas.org/bitstream/handle/2015/5400/art_30005.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://www.jornaljurid.com.br/noticias/principios-norteadores-do-direito-processo-penal https://www.jornaljurid.com.br/noticias/principios-norteadores-do-direito-processo-penal
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