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DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR

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Esforço histórico 
Nos primórdios das civilizações, a família 
era uma instituição que tinha base política, 
principalmente, religiosa; 
O afeto não era o esteio da família, mas 
tão somente o poder, personificado pela 
figura paterna; 
As Constituições do Brasil não 
referenciavam em momento algum a 
família, e seus integrantes também não 
tinham proteção jurídica; 
Somente após a promulgação da 
Constituição Federal de 1988, todos os 
familiares foram reconhecidos e tratados 
como sujeitos de direitos, respeitando-se 
suas individualidades e seus direitos 
fundamentais; 
A partir de então, a conceituação de família 
foi ampliada, reconhecendo-se a 
possibilidade de sua origem na 
informalidade, na uniparentalidade e 
principalmente, no afeto; 
DUDH + Pacto de San José da Costa Rica: 
“A família é o núcleo natural e 
fundamental da sociedade e tem direito à 
proteção da sociedade e do Estado”. 
Convenção das Nações Unidas sobre os 
Direitos da Criança: Os Estados-Partes 
deverão zelar para que a criança não seja 
separada dos pais contra a vontade dos 
mesmos, exceto quando, sujeita à revisão 
judicial, as autoridades competentes 
determinarem, em conformidade com a lei 
e com os procedimentos legais cabíveis, 
 
 
 
 
que tal separação é necessária ao interesse 
maior da criança. 
Tarcísio José Martins Costa: direito à 
convivência familiar, antes de ser um 
direito, é uma necessidade vital da criança, 
no mesmo patamar de importância do 
direito fundamental à vida. 
Assim, família não é uma instituição 
decorrente somente do matrimônio, nem 
de conceituações políticas, econômicas e 
religiosas. 
Família agora é: ambiente de 
desenvolvimento da personalidade e da 
promoção da dignidade de seus membros, 
sejam adultos ou infantes, o qual pode 
apresentar uma pluralidade de formas 
decorrentes das variadas origens e que 
possui como elemento nuclear o afeto. 
Conceito 
A convivência familiar é um o direito 
fundamental de toda pessoa humana de 
viver junto à família de origem, em 
ambiente de afeto e de cuidado mútuos, 
configurando-se como um direito vital 
quando se tratar de pessoa em formação 
(criança e adolescente). 
Convivência familiar + comunitária = 
somente com a presença de ambos haverá 
um bom e saudável desenvolvimento do ser 
humano em processo de formação 
Art. 4º ECA: É dever da família, da 
comunidade, da sociedade em geral e do 
poder público assegurar, com absoluta 
prioridade, a efetivação dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade e à convivência 
familiar e comunitária. 
Art. 227 CF: É dever da família, da 
sociedade e do Estado assegurar à criança, 
ao adolescente e ao jovem, com absoluta 
prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade e à convivência 
familiar e comunitária, além de colocá-los 
a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. 
 Assegura expressamente, como 
direito fundamental disperso, a 
convivência familiar para toda criança 
e adolescente. 
Art. 16, V, ECA: V - participar da vida familiar 
e comunitária, sem discriminação; 
Art. 100, X ECA - prevalência da família: na 
promoção de direitos e na proteção da 
criança e do adolescente deve ser dada 
prevalência às medidas que os mantenham 
ou reintegrem na sua família natural ou 
extensa ou, se isso não for possível, que 
promovam a sua integração em família 
adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, 
de 2017) 
Princípios norteadores da 
família: 
A CF/88 deslocou o enfoque principal da 
família do instituto do casamento e passou 
a olhar com mais atenção para as relações 
entre pessoas unidas por laços de sangue 
ou de afeto. 
Destacam-se: 
 Princípio da isonomia entre filhos; 
 Igualdade de direitos entre os 
gêneros, e entre os conjugues e 
companheiros; 
 Princípio da dignidade da pessoa 
humana; 
 Princípio da prioridade absoluta dos 
direitos da criança; 
 Princípio da parentalidade 
responsável; 
 Dada a preocupação da 
sociedade e do Estado com 
todos os membros da família, 
em especial com aqueles 
cujas vozes pouco ou nada 
ecoavam. 
 Doutrina da proteção integral; 
 Princípio do superior interesse da 
criança; 
 Reconhecimento do afeto e do 
cuidado. 
No ECA, destacam-se: 
Art. 100, parágrafo único: 
 Incisos IX e X do parágrafo único: 
Princípio da responsabilidade parental 
e princípio da prevalência da família. 
 Inciso XII: Oitiva e participação 
obrigatória da criança e do 
adolescente. 
 Arts. 15, 16 II: Direito de a 
pessoa menor de 18 anos 
expressar sua opinião com 
direito ao respeito, à 
dignidade e à liberdade; 
 
Apontamentos sobre o art. 98 
do ECA 
Art. 98. As medidas de proteção à criança e 
ao adolescente são aplicáveis sempre que os 
direitos reconhecidos nesta Lei forem 
ameaçados ou violados: 
I - por ação ou omissão da sociedade ou do 
Estado; 
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou 
responsável; 
III - em razão de sua conduta. 
 
Plano Nacional de Promoção, Proteção e 
Defesa do Direito de Crianças e 
Adolescentes à Convivência Familiar e 
Comunitária: prioriza a recuperação do 
ambiente familiar vulnerável, prevendo 
novas políticas públicas a fim de evitar o 
afastamento de crianças e de adolescentes 
do convívio familiar. 
 
Em hipóteses excepcionais, e somente por 
determinação judicial, quando necessário o 
afastamento do convívio familiar e 
encaminhamento para serviço de 
acolhimento, esforços devem ser 
empreendidos para manter a criança e o 
adolescente o mais próximo possível de seu 
domicílio, a fim de facilitar o contato com a 
família e o trabalho pela reintegração 
familiar. 
O objetivo é preservar os vínculos 
comunitários já existentes e evitar que, além 
do afastamento da família, o acolhimento 
implique a privação da criança e do 
adolescente da comunidade. 
 
Lei 12.010/2009 (Adoção): Versa sobre o 
princípio da prevalência da família. A 
promoção de direitos e na proteção da 
criança e do adolescente, deve ser dada 
prioridade às medidas que mantenham ou 
reintegrem os filhos menores na sua família 
natural ou extensa ou, se isto não for 
possível, que promovam a sua integração em 
família adotiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
de forma fundamentada pela possibilidade 
de reintegração familiar ou pela colocação 
em família substituta, em quaisquer das 
modalidades previstas no art. 28 desta Lei.

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