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1 CEEP EM SAÚDE DO CENTRO BAIANO DISCIPLINA: HISTÓRIA PROFESSORA: DÉBORA SANTANA SÉRIE- 1° ANO CURSO/TURMA- 1° ADM A TURNO- VESPERTINO MÓDULO 1° CICLO Temáticas abordadas neste módulo: - Texto 1: A consolidação das monarquias na Europa moderna - Texto 2: A expansão ultramarina europeia - Texto 3: O início da colonização e as dimensões do Brasil colônia 2 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE DO CENTRO BAIANO Disciplina: História Professora: Débora Série- 1° ANO TEXTO 1: A CONSOLIDAÇÃO DAS MONARQUIAS NA EUROPA MODERNA A organização dos Estados nacionais, entre os séculos XV e XVIII, foi desencadeada por diversos acontecimentos importantes, que fizeram parte do contexto histórico europeu na transição do sistema feudal para a sociedade burguesa. Cabe ressaltar, porém, que nem toda Europa participou igualmente dessas transformações. Estado e Nação Até o fim da Idade Média não existiam ainda Estados constituídos, como Portugal, Espanha, França e Inglaterra. O poder político era instituído a partir de relações pessoais, de laços estabelecidos dentro da sociedade de ordens (clero, nobres, setores burgueses e populares). Na Europa Ocidental, os primeiros embriões de Estado germinaram ao longo da Modernidade. O governante, que poderia ser um rei ou um cidadão eleito pelo povo, administrava um território independentemente das relações do compromisso. O longo processo de construção da identidade nacional coube ao governo e às elites, ambos interessados nas vantagens que a centralização do poder poderia proporcionar. A ideia de Nação não se consolidou do dia para a noite, mas resultou de um período de grandes mudanças, tais como a gradativa perda de força dos senhores feudais, o desenvolvimento do comércio e das cidades e a retomada da autoridade dos reis. Nesse contexto, os antigos interesses regionais, baseados nos laços de fidelidade característicos da sociedade medieval, foram lentamente substituídos por necessidades maiores e mais amplas. A autonomia dos feudos cedeu lugar à centralização do poder nas mãos de um monarca – o que firmou a noção de que todos os habitantes de um determinado território, incluindo clero, nobres, burgueses, camponeses, deviam obediência ao rei. A base social do Estado O Estado unificado representou a consonância entre o rei e a comunidade nacional, convertendo-se em base do desenvolvimento socioeconômico. Para a burguesia, um Estado nacional centralizado e forte era indispensável para o estímulo da economia mercantil, enquanto os nobres acreditavam que a nova ordem política significaria um aparelho mais forte de dominação contra as rebeliões camponesas e outras manifestações populares. Assim, para a sociedade europeia ocidental de fins da Idade Média, a unidade nacional parecia ser a palavra de ordem. Exército nacional, moeda única, território demarcado, língua e cultura, administração única – enfim, um caldeirão de sentimentos nacionais borbulhava na Europa Ocidental, anunciando a grave crise do sistema feudal que se tornaria irreversível no século XV. A exacerbação dessa crise favoreceu o surgimento dos Estados modernos, governados por monarquias nacionais. Em alguns casos, estas assumiram um caráter absolutista. Foi o que aconteceu, por exemplo, na França, em Portugal, na Espanha e na Inglaterra. O ABSOLUTISMO E OS TEÓRICOS No início da Idade Moderna, os reis trataram de consolidar seu poder e criar mecanismos que possibilitassem exercê-lo sobre vastas regiões. Para isso, criaram impostos e moedas de circulação nacional e constituíram uma burocracia de funcionários administrativos encarregados de fazer valer as decisões do soberano em todo reino. Além disso, os reis formaram exércitos permanentes e profissionais, subordinados à autoridade da Coroa. 3 O fortalecimento do poder real atingiu seu ponto culminante no século XVII, com o regime absolutista. O absolutismo significou a grande concentração do poder político nas mãos dos reis, numa época em que o comércio se expandia e a burguesia acumulava riqueza. Um fator que também contribuiu para fortalecer os reis foi a Reforma Protestante. A divisão do cristianismo enfraqueceu o poder do papa, que deixou de ser aceito como autoridade universal. Para justificar o poder dos reis, os teóricos do absolutismo recorriam a teorias filosóficas que decerto refletiam o desejo das camadas sociais interessadas em manter a autoridade centralizada. A base teórica de apoio ao absolutismo monárquico foi desenvolvida por teóricos importantes, entre eles Thomas Hobbes e Jacques Bossuet. O inglês Thomas Hobbes (1588-1679) um dos principais teóricos do absolutismo, a partir da expressão “o homem é o lobo do homem”, justificou a necessidade de a sociedade civil organizar-se politicamente para sair do estado de natureza, que, para ele, era sinônimo de caos. Hobbes sustentava que, sem um governo forte e capacitado, os homens não respeitariam os limites necessários a uma boa convivência social. O caos estaria sempre presente no cotidiano das pessoas. Sendo assim a sociedade abdicaria de seus direitos em nome do rei, capaz de manter a ordem social e como consequência a segurança nacional. Para Hobbes, autor de Leviatã, o Estado seria então um mal necessário, porém capacitado a assegurar um comportamento social mais pacífico dos membros da sociedade. Ele considerava o Estado um monstruoso aparato administrativo, que, por meio de um Contrato Social firmado com a população poderia absorver o direito de resolver por ela, soberanamente, as questões do bem comum. Portanto, para escapar ao caos e ter assegurada a sobrevivência, o homem perderia a liberdade política. Para outra corrente de pensadores, que divergia da teoria do Contrato Social, a legitimação jurídica da monarquia perpassava pelas questões religiosas. Eles viam nos reis a expressão mais perfeita da autoridade delegada por Deus, e por isso falavam em monarquia pro direito divino. O trecho a seguir é de autoria de Jacques Bossuet (1627-1704), renomado teórico absolutista francês: “Todo o poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem como ministros de Deus e seus representantes na Terra. Consequentemente, o trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus.” É possível perceber uma diferença no pensamento dos dois teóricos. Enquanto Hobbes defendia o absolutismo com base na razão, no argumento de que era necessário garantir a segurança dos indivíduos, o bispo Bossuet fundamentava sua defesa no direito divino dos reis, ou seja, na religião. A POLÍTICA ECONÔMICA DOS ESTADOS NACIONAIS EUROPEUS – MERCANTILISMO Aos poucos e de maneira desigual, iniciou-se um processo de centralização da autoridade política, indispensável ao desenvolvimento econômico. Isso ocorreu principalmente na Europa Ocidental; os Estados nacionais emergentes da região optaram por políticas econômicas diversas, que ficaram conhecidas como práticas mercantilistas. Essas políticas foram responsáveis por uma expansão sem precedentes e desencadearam uma competição predatória. As práticas mercantilistas variaram no tempo e no espaço, ou seja, não foram aplicadas simultaneamente por todos os Estados europeus. E ainda assim, todas elas apresentaram características comuns. Estabeleceu-se desse modo uma verdadeira selva econômica, na qual saíram vencedores aqueles países que demonstraram maior capacidade de adaptação e competitividade. As monarquias nacionais adotaram várias medidas para obter metais preciosos e fortalecer o reino. O conjunto de práticas adotadas recebeu o nome de mercantilismo. Algumas dessas medidas: Imagem 1: O rei Luís XIV é considerado o modelo do monarca absolutista 4 Metalismo: a riquezade um reino era medida pela quantidade de metais nobres que ele possuía. Por essa razão, muitos governos evitavam a saída de ouro e prata dos cofres do Estado. Balança comercial favorável: os governos criavam medidas protecionistas, como a cobrança de altos impostos, para encarecer os produtos importados e reduzir sua entrada no reino. Reduzindo as importações, sairiam menos metais preciosos do país e a balança comercial ficaria positiva. Estímulo as manufaturas locais: uma maneira de os governos diminuírem as importações era aumentar a produção de bens manufaturados, como tecidos e ferramentas. Esses produtos abasteciam o mercado interno e podiam ser exportados, rendendo mais moedas para a Coroa. Conquista de colônias: as riquezas que as colônias poderiam fornecer estimularam os governos a organizar expedições para explorar os mares e conquistar novos territórios na África, na Ásia e na América. As práticas mercantilistas foram adotadas, com variações, por diferentes governos da Europa moderna e contribuíram para enriquecer a economia de seus respectivos países. FONTE: MOTA, Myriam Becho. História das cavernas ao terceiro milênio. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2005. (TEXTO ADAPTADO) PROPOSTA DE ATIVIDADE SOBRE O TEXTO 1: “A CONSOLIDAÇÃO DAS MONARQUIAS NA EUROPA MODERNA” 1) Qual o período de organização dos Estados nacionais? 2) Até o fim da Idade Média não existiam ainda Estados constituídos, como Portugal, Espanha, França e Inglaterra. Como o poder político era instituído? 3) Na Europa Ocidental, os primeiros embriões de Estado germinaram ao longo da Modernidade. O que caracterizava este Estado? 4) O longo processo de construção da identidade nacional coube ao governo e às elites. Quais os interesses dos mesmos? 5) A ideia de Nação se consolidou do dia para a noite? Justifique. 6) A autonomia dos feudos cedeu lugar à centralização do poder nas mãos de um monarca. Qual o resultado disso? 7) Identifique a importância de um Estado nacional centralizado para os grupos abaixo: a) Burguesia b) Nobres 8) Identifique Estados modernos, governados por monarquias nacionais que assumiram um caráter absolutista. 9) No início da Idade Moderna, os reis trataram de consolidar seu poder e criar mecanismos que possibilitassem exercê-lo sobre vastas regiões. Identifique-os. 10) O fortalecimento do poder real atingiu seu ponto culminante no século XVII, com o regime absolutista. O que significou o absolutismo? 11) Para justificar o poder dos reis, os teóricos do absolutismo recorriam a teorias filosóficas que decerto refletiam o desejo das camadas sociais interessadas em manter a autoridade centralizada. Identifique os 2 teóricos do absolutismo citados no texto e identifique uma diferença no pensamento dos mesmos. 12) Que nome recebeu o conjunto de práticas adotadas pelas monarquias nacionais para obter metais preciosos e fortalecer o reino? 13) Identifique 4 práticas mercantilistas. 5 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE DO CENTRO BAIANO Disciplina: História Professora: Débora Série- 1° ANO TEXTO 2: A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPEIA O grande apelo do desconhecido Os mitos que cercavam o homem moderno, e que se ligaram de forma intrínseca ao movimento ultramarino dos séculos XV e XVI, tinham suas origens na mentalidade medieval, que fundia a maravilha e a busca do paraíso com motivos religiosos e a procura de riquezas. Os relatos de Marco Polo e de outros viajantes medievais que haviam percorrido a Ásia e a região do Índico favoreceram o surgimento de fantasias referentes à descoberta de novas terras, nas quais haveria a possibilidade de se encontrar riquezas e “monstros”. Essa tradição mitológica medieval foi fertilizada na modernidade pelos complexos modos de ver e de sentir a aventura do além-mar. Apesar de sua curiosidade, os europeus temiam o desconhecido. Detentores de poucas técnicas náuticas e aterrorizados pelas histórias de monstros marinhos, os navegadores também estavam cientes das dificuldades de comunicação. Outro problema era a insuficiência de mapas cartográficos. Os escassos recursos técnicos disponíveis foram um dos motivos do atraso no início da expansão marítima, que se deu somente a partir do século XV. As limitações da época foram responsáveis por erros consideráveis na descrição da Terra. É verdade que cada expedição marítima melhorava as condições para a expedição seguinte, pois testava aperfeiçoamentos técnicos e proporcionava novos conhecimentos. Objetos como o astrolábio (instrumento circular ou esférico graduado usado para determinar a altura do Sol), a bússola, quadrantes (instrumento óptico que permite medir a altura dos astros) e portulanos (roteiros descritivos de viagens) foram extremamente úteis às grandes navegações. De modo geral, porém, esses instrumentos levavam a conclusões imprecisas. Com o passar do tempo, a visão cartográfica aproximou-se cada vez mais do real, mas as alegorias e os valores ideológicos dominantes no período permaneceram nos mapas da época moderna. Foi somente a partir do século XV que as viagens ultramarinas ganharam impulso. Num primeiro momento, elas eram organizadas por governos e companhias de comércio, com o objetivo de exploração. A necessidade de obter metais preciosos para a cunhagem de moedas impulsionava a expansão ultramarina. Além disso, portugueses e espanhóis precisavam encontrar o caminho marítimo para as Índias, pois isso lhes permitiria aumentar a lucratividade do comércio de artigos orientais, até então monopolizado pelos italianos. Sem o apoio dos governos, esse empreendimento não teria sido possível. Ao lado da necessidade de metais preciosos e produtos orientais – em especial as especiarias -, havia o espírito missionário, o desejo de agradar a Deus com a conversão dos pagãos (indivíduos que ainda não haviam sido batizados), e o espírito de aventura dos navegadores. O expansionismo ibérico No início do século XV, os portugueses iniciaram seus grandes empreendimentos marítimos em direção à Ásia, navegando pelo oceano Atlântico. As viagens tornaram-se mais intensas após a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453. A passagem terrestre da Europa para o Oriente foi bloqueada, o que agravou a urgência de se achar um novo caminho para as Índias. GRANDES NAVEGAÇÕES: PERÍGOS REAIS E IMAGINÁRIOS FONTE: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/expansao- maritima-europeia.htm 6 O pioneirismo português nessa “aventura marítima” pode ser explicado pelos seguintes fatores: consolidação precoce do regime monárquico: relativa escassez de recursos naturais; existência de um grupo mercantil forte e enriquecido; liderança em tecnologia náutica; espírito de aventura. A primeira conquista dos portugueses no continente africano foi a cidade marroquina de Ceuta, em 1415. A seguir, navegadores portugueses atingiram a Ilha da Madeira (1419) e, entre 1427 e 1431, o arquipélago dos Açores. Bartolomeu Dias, entre 1487 e 1488, conseguiu chegar ao extremo meridional do continente africano, que passou a ser chamado de Cabo da Boa Esperança. Em 1497, Vasco da Gama, nomeado pelo rei D. Manoel I, partiu de Portugal à frente de uma expedição que descobriu o caminho marítimo para as Índias. Contornando a costa oriental da África, a frota portuguesa passou por Moçambique e, em 1498, finalmente chegou em Calicute, na costa sudoeste da Índia. Finalmente, em 1500, Pedro Álvares Cabral, nobre que se destacara na corte portuguesa como hábil negociador, viajou para as Índias como enviado especial de D. Manuel, encarregado de estabelecer contatos diplomáticos com os reis daquela região. Cabral aportou na Ilha de Vera Cruz, primeiro nome dado ao Brasil, e depois seguiu viagem à Índia. Ao regressar com a notícia de que havia tomado posse das terras do Novo Mundo, ampliando as possessões lusitanas, recebeu várias homenagens.Diferentemente dos portugueses, os espanhóis optaram por outra rota, na tentativa de descobrir também um caminho para as Índias: o oeste. Cristovão Colombo foi um dos primeiros navegadores a fantasiar a descoberta do que seria a América: ele acreditava que o seu empreendimento abriria as portas para o paraíso. Navegador italiano, ele foi financiado pela Coroa espanhola. Sua chegada em 1492 à América – que ele julgava ser parte das Índias – e as expedições subsequentes ao Novo Mundo acirraram as disputas entre Espanha e Portugal. A rota ocidental para o Oriente foi retomada em 1519, com a expedição de Fernão de Magalhães. Outros Estados como Inglaterra e França seguiram os passos dos ibéricos. Isso acabou por modificar profundamente o conhecimento que os homens tinham do mundo e de si mesmos, abrindo caminho para novos interesses e maneiras de pensar. FONTE: https://infoenem.com.br/historia-geral-jornada-rumo-ao-oriente/ 7 O resultado do encontro entre as duas culturas Os projetos de expansão marítima dos portugueses e espanhóis atendiam aos interesses de diversos grupos sociais e instituições que compunham a sociedade ibérica, visto que lhes oferecia uma saída para a retração econômica e outros aspectos da crise da ordem feudal. As grandes navegações receberam apoio financeiro da nobreza e da burguesia, interessadas na exploração de outras terras e no alargamento do comércio, e também dos reis, desejosos de encontrar novas fontes de renda. A Igreja, por sua vez, sonhava em conquistar novos fiéis e em empreender seu trabalho de catequese em novos territórios – ideais que não se opunham à descoberta e à posse de novas riquezas. A verdade é que a Europa do século XV sofria as consequências da escassez de metais preciosos. A formação das monarquias nacionais e a expansão do comércio, que em parte encontrava barreiras devido ao monopólio muçulmano, exigiam o aumento da circulação monetária, insuficiente para atender às necessidades sociais. As conquistas ultramarinas produziram grandes transformações tanto na Europa como nas Américas. No final do século XVII, tais modificações eram claramente perceptíveis. A base geográfica da Europa ocidental foi ampliada. O comércio tornou-se mundial, deslocando o eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico. Os italianos perderam de vez o monopólio comercial e o declínio das repúblicas italianas acentuou-se. Portugal, Espanha, Inglaterra e França passaram a ocupar papéis de destaque na economia da modernidade. O grande afluxo de metais provenientes das colônias americanas provocou uma verdadeira revolução nos preços dos produtos. FONTE: MOTA, Myriam Becho. História das cavernas ao terceiro milênio. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2005. (TEXTO ADAPTADO) PROPOSTA DE ATIVIDADE SOBRE O TEXTO 2: “A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPEIA” 1) Quais as origens dos mitos que cercavam o homem moderno, e que se ligaram de forma intrínseca ao movimento ultramarino dos séculos XV e XVI? 2) Identifique as principais dificuldades dos europeus para navegar, que contribuíram para que temessem o desconhecido. 3) Identifique os objetos que foram extremamente úteis às grandes navegações. 4) A partir do século XV as viagens ultramarinas ganharam impulso. Identifique os fatores que contribuíram para isso. 5) Identifique os fatos que contribuíram para que Portugal intensificasse suas viagens marítimas pelo oceano Atlântico no século XV. 6) Identifique os fatores que explicam o pioneirismo português na “aventura marítima”. 7) Registre as conquistas dos navegadores portugueses relacionados abaixo: a) Bartolomeu Dias b) Vasco da Gama c) Pedro Álvares Cabral 8) Quem foi Cristóvão Colombo, em que ele acreditava, quem financiou suas expedições e as consequências de suas conquistas. 9) Identifique os grupos que apoiaram as expedições marítimas e os interesses dos mesmos. 10) Identifique as transformações que ocorreram tanto na Europa como nas Américas produzidas pelas conquistas ultramarinas. 8 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE DO CENTRO BAIANO Disciplina: História Professora: Débora Série- 1° ANO TEXTO 3: O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO E AS DIMENSÕES DO BRASIL COLÔNIA O encontro com os indígenas e o início da colonização do Brasil Um dos únicos documentos históricos sobre o primeiro encontro entre indígenas e portugueses é a Carta de Pero Vaz de Caminha. Ele era o escrivão da frota de treze navios comandada por Pedro Álvares Cabral que chegou à Bahia em 22 de abril de 1500. Conforme essa carta não houve hostilidade entre as duas culturas. Ambos os lados se surpreenderam com hábitos tão distintos. Para os portugueses, era estranho ver os indígenas andarem nus. Já para os indígenas, o inusitado era ver aquelas pessoas cobertas com tantos panos e adereços. Nesse primeiro encontro, europeus e indígenas tiveram a oportunidade de entrar em contato com uma cultura que lhes era estranha. Esses moradores da terra falavam línguas próprias, tinham outros hábitos, rituais e formas de viver desconhecidas dos europeus. No 1ᵒ de maio de 1500, os portugueses fincaram uma grande cruz cristã nas terras que começavam a conquistar. A religião foi, nos anos seguintes, um importante instrumento para que os portugueses transmitissem sua visão de mundo e seus valores. A princípio, não houve conflito entre o povo indígena e os europeus. No entanto, nos anos seguintes isso não ocorreria da mesma forma. Conforme relato de Caminha, os portugueses não viram sinais de riquezas que pudessem ser exploradas nas terras brasileiras. Nos anos seguintes, foi pequeno o interesse dos portugueses em explorá- las. Preferiram se dedicar ao comércio com o Oriente, que era mais lucrativo. A exploração do pau-brasil e as feitorias. Em 1502, os lusitanos começaram a explorar o pau-brasil. Da sua madeira era possível produzir uma tintura vermelha ou púrpura usada para tingir tecidos. Para explorar o pau-brasil e fortalecer a defesa do território, os portugueses criaram, entre 1504 e 1517, as feitorias (Fortificações usadas como depósitos de toras de pau-brasil. Além disso, constituíam pontos militares estratégicos de defesa do território a partir do litoral). As toras de pau-brasil eram retiradas das florestas pelos indígenas e trocadas por objetos de baixo valor para os europeus, mas inovadores para os povos da América. Esse era o caso dos machados, facas e outros utensílios de metal desconhecidos desses povos até então. O comércio realizado pela troca direta de mercadorias sem o uso de moeda é denominado escambo. Além da exploração do pau-brasil, nos primeiros anos de ocupação, foram organizadas as expedições de reconhecimento do território e as chamadas expedições guarda-costas. Elas tinham como objetivo defender o território de ataques inimigos ou de outras nações europeias interessadas em explorar e colonizar a terra. As capitanias hereditárias e os governos-gerais Somente em 1530, a metrópole portuguesa demonstrou efetivo interesse na colonização do Brasil. O comércio de especiarias com as Índias entrou em declínio. Portugal passou a viver uma enorme crise financeira. Assim, colonizar as terras portuguesas da América passou a ser uma chance de encontrar riquezas. Entretanto, isso deveria ser feito com baixos custos, pois com a crise econômica pela qual passava, Portugal não teria como investir recursos na Colônia. FONTE: https://historiahoje.com/a-carta-de-pero-vaz-de- caminha-o-achamento-do-brasil/ 9 Por tudo isso, Portugal optou pelo sistema de Capitanias Hereditárias. Portugal dividiu o território considerado possessão portuguesa em 15 faixas de terras paralelas. A partir de 1534, entregou a nobres portugueses cartas de doação hereditária dessas capitanias, isto é, que passariam de pai para filho. Os nobres que recebiam essas terras não se tornavam proprietários, somente tinham o direito deexplorá-las. Como obrigação, deveriam cultivar a cana-de- açúcar, fazer todos os investimentos necessários para o desenvolvimento do local e até mesmo levar novos habitantes para as capitanias, além de policiar o território contra ataques de índios e estrangeiros. Doze donatários – como eram chamados os que recebiam as capitanias – tomaram posse das terras. Em duas capitanias, houve significativo desenvolvimento econômico: São Vicente, concedida a Martim Afonso de Sousa, e Pernambuco, entregue a Duarte Coelho. Nas demais capitanias, a ocupação efetiva não chegou a ocorrer de maneira que garantisse a defesa do território ou gerasse riquezas para a metrópole. Em 1548, a Coroa portuguesa decidiu criar o chamado Governo-Geral. Desse modo, a Colônia passaria a ter um representante direto de Portugal, o governador-geral, que seria responsável por administrar e realizar a defesa militar da Colônia. Com isso, foram criados no Brasil, cuja capital era Salvador, vários órgãos da administração portuguesa encarregados de fiscalizar e dinamizar os negócios coloniais. Ao mesmo tempo, constituiu-se o que se denomina de sistema colonial. O sistema colonial: cana-de-açúcar e escravidão No sistema colonial instituiu-se o Pacto Colonial, no qual o Brasil seria um fornecedor, entre outras coisas de matérias-primas, para Portugal e também um comprador de produtos manufaturados vendidos pelos comerciantes portugueses. Era proibida à Colônia desenvolver qualquer atividade industrial. Do mesmo modo, toda forma de comércio que não passasse pelos comerciantes portugueses era considerada contrabando. Ou seja, o comércio brasileiro era monopólio dos portugueses. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS FONTE: https://www.todoestudo.com.br/historia/capitanias-hereditarias SISTEMA COLONIAL FONTE: https://brainly.com.br/tarefa/23849051 10 Outra peça fundamental do sistema colonial foi a escravidão africana. Para os portugueses, ela se justificava pela necessidade de abastecer de trabalhadores as plantações brasileiras. No entanto, é importante lembrar que o tráfico negreiro em si era um negócio muito lucrativo. Os escravos africanos vinham para o Brasil para trabalhar principalmente nas lavouras de cana-de- açúcar, que foram instaladas no litoral nordestino a partir da segunda metade do século XVI e prosperaram no século XVII. O tráfico negreiro contribuiu para que se ampliassem os conflitos entre grupos tribais africanos, uma vez que o negócio acirrava os embates em território africano. Estimulados pelos ganhos com o comércio de escravos, grupos africanos praticavam a guerra para aprisionar inimigos que seriam vendidos aos europeus. Os africanos capturados na África pertenciam a diferentes reinos e culturas. É importante considerar que, uma vez no Brasil, os africanos estavam em território estranho e diante de culturas desconhecidas. Mesmo entre os africanos, havia o estranhamento, pois eles falavam diferentes línguas e pertenciam a culturas distintas. Isso demonstra a grande diversidade cultural dos povos africanos trazidos para o Brasil. Na segunda metade do século XVI e durante todo o século XVII, o plantio de cana-de-açúcar espalhou- se por longo trecho do litoral nordestino, destruindo grande parte da mata atlântica. Imensas áreas de mata foram derrubadas para dar lugar à monocultura da cana-de-açúcar. O açúcar era um produto que poderia ser vendido por alto preço na Europa. Trazida da Ásia, a cana- de-açúcar encontrou boa adaptação nas terras litorâneas brasileiras. Conforme a lógica do sistema colonial, o objetivo dos portugueses era encontrar produtos que pudessem ser produzidos na Colônia e oferecessem boa oportunidade de lucros na Europa. A produção se organizaria em latifúndios monocultores baseados no trabalho escravo do negro vindo da África. A economia açucareira, contudo, não se limitou ao plantio e à colheita da cana-de-açúcar. Em grandes propriedades rurais, chamadas de engenho, concentravam-se o plantio e também a fabricação do açúcar. Na mesma grande propriedade viviam o senhor de engenho, os homens livres agregados ao senhor, os escravos e até mesmo um padre, que podia manter uma capela nas dependências do engenho. Em uma sociedade em que a maior parte da população habitava o mundo rural, o senhor de engenho tinha grande poder e influência, ditando normas de conduta e mantendo grande número de pessoas sob sua dependência. Ele vivia na chamada casa-grande, moradia e sede dos negócios. Os escravos, por sua vez, ocupavam as senzalas e trabalhavam até 16 horas por dia nas várias etapas de produção do açúcar. A fabricação de açúcar não era a única atividade econômica do Brasil colonial no século XVII. Eram extraídas as chamadas drogas do sertão no Norte, cultivava-se algodão no Nordeste, e depois, no Sul, passou-se a ser produzida a carne que abastecia várias regiões do país. ENGENHO AÇUCAREIRO FONTE: http://professor.pucgoias.edu.br/sitedocente/admin/arquivosUpload/17497/material/aula14%20- %20arq%20colonial%20oficial.pdf 11 A corrida do ouro Enquanto na América espanhola os espanhóis já haviam extraído muitas toneladas de ouro e prata, os portugueses se ressentiam de não terem conseguido até o começo do século XVII descobrir na sua colônia veios de metais preciosos. Isso só ocorreria nos últimos anos desse século, quando os bandeirantes encontraram os primeiros veios no atual estado de Minas Gerais. A notícia gerou uma rápida mobilização da Coroa e também de muitos colonos interessados em obter grandes lucros com o negócio. Já em 1702, a Coroa portuguesa criou o regimento das minas, que estabelecia regras para a concessão de áreas de exploração de ouro sob o seu controle. Ocorreu então o chamado represamento das minas: ninguém poderia entrar ou sair da região sem autorização e fiscalização dos funcionários da Coroa. Queria- se evitar o contrabando, ou seja, que o ouro saísse da região sem que se pagassem os impostos estipulados pela Coroa. Em 1725, criou-se o quinto, que determinava que um quinto de todo ouro extraído deveria ser entregue à Coroa portuguesa. Para evitar o contrabando do ouro em pó, foram criadas as casas de fundição, que transformavam o ouro em barras e extraíam o quinto. Em 1750, a Coroa determinou uma quantia fixa para o quinto. A capitania das Minas deveria entregar 100 arrobas (aproximadamente 1500 quilos de ouro) por ano à Coroa. Quando essa meta não fosse alcançada, ocorreria a derrama, ou seja, todos os moradores da região das Minas seriam obrigados a fornecer valores que completassem a quantia estipulada. Apesar das várias medidas para controlar o contrabando, ele ocorria com muita frequência. Também era constante a tensão entre a Coroa e os mineradores, que reclamavam dos altos impostos. Deve-se considerar ainda que a região das Minas distinguiu-se da região produtora de açúcar do Nordeste devido à sua intensa vida urbana. Metade da população da capitania era composta de escravos. Esse foi um dos períodos em que o tráfico de escravos da África foi mais intenso, pois era preciso abastecer a rica sociedade mineradora. Em fins do século XVIII, contudo, as minas de ouro já começavam a dar sinais de exaustão. As escavações nas rochas para obter o ouro eram cada mais trabalhosas e exigiam que se alcançasse maior profundidade. Com isso, algumas minas foram abandonadas e, na última década do século XVIII, a região entrou em um período de decadência. FONTE: Tempo, espaço e cultura: ciências humanas: ensino médio: Educação de Jovens e Adultos.- 1. ed. – São Paulo: Global, 2013. (Vários autores) TEXTO ADAPTADO. A CORRIDA DO OURO NO BRASIL FONTE: http://historiaemcartaz.blogspot.com/2015/09/livros-boa-ventura-corrida-do-ouro-no.html 12 PROPOSTA DE ATIVIDADE SOBRE O TEXTO 3: “O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO E AS DIMENSÕES DO BRASIL COLÔNIA” 1) Um dos únicos documentos históricossobre o primeiro encontro entre indígenas e portugueses é a Carta de Pero Vaz de Caminha. Quem foi Pero Vaz de Caminha? E como ele relata o primeiro contato entre os dois povos? 2) Conforme relato de Caminha, os portugueses não viram sinais de riquezas que pudessem ser explorados nas terras brasileiras. Quais as consequências disso? 3) Para explorar o pau-brasil e fortalecer a defesa do território, os portugueses criaram, entre 1504 e 1517, as feitorias. Caracterize-as. 4) Caracterize o escambo. 5) Qual o objetivo das expedições de reconhecimento e as chamadas expedições guarda-costas? 6) Somente em 1530, a metrópole portuguesa demonstrou efetivo interesse na colonização do Brasil. Identifique os fatores que contribuíram para isso. 7) Caracterize o sistema de Capitanias Hereditárias. 8) Por que apenas em duas capitanias, São Vicente e Pernambuco, houve significativo desenvolvimento econômico? 9) Em 1548, a Coroa portuguesa decidiu criar o chamado Governo-Geral. Caracterize-o. 10) Caracterize o Pacto Colonial. 11) Do ponto de vista dos portugueses como a escravidão africana se justificava? 12) Conforme a lógica do sistema colonial, qual o objetivo dos portugueses? E como a produção se organizaria? 13) Caracterize o senhor de engenho e o escravo vindo da África. 14) A fabricação do açúcar era a única atividade econômica do Brasil colonial no século XVII? Justifique. 15) Enquanto na América espanhola os espanhóis já haviam extraído muitas toneladas de ouro e prata, os portugueses se ressentiam de não terem conseguido até o começo do século XVII descobrir na sua colônia veios de metais preciosos. Quando e como isso aconteceu? 16) Caracterize o represamento das minas? E explique por que ele foi instituído. 17) Caracterize o quinto, criado em 1725. 18) Caracterize as casas de fundição. 19) Em 1750, a Coroa determinou uma quantia fixa para o quinto. A capitania das Minas deveria entregar 100 arrobas (aproximadamente 1500 quilos de ouro) por ano à Coroa. O que deveria acontecer quando essa meta não fosse alcançada? 20) Identifique os fatores que contribuíram para a decadência do ciclo do ouro no Brasil em fins do século XVIII.
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