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PONTO 7 (FONTES) - FORÇA JURÍDICA INTERNA DOS TRATADOS

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PONTO 7
FORÇA JURÍDICA INTERNA DOS TRATADOS
1. ASPECTOS GERAIS
	
(CESPE/AGU/2015) – Os tratados incorporados ao sistema jurídico brasileiro, dependendo da matéria a que se refiram e do rito observado no Congresso Nacional para a sua aprovação, podem ocupar três diferentes níveis hierárquicos: hierarquia equivalente à das leis ordinárias federais; hierarquia supralegal; ou hierarquia equivalente à das emendas constitucionais. 
2. TRATADOS COMUNS
A. CRÍTICA INICIAL
	 
B. DOUTRINA INTERNACIONALISTA
a) Status hierárquico – 
b) Fundamento – 
CVDT/69, Artigo 26 (Pacta sunt servanda) – Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé. 
Artigo 27 (Direito Interno e Observância de Tratados) – Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Esta regra não prejudica o artigo 46.
c) Finalidade –
C. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF)
a) Status hierárquico – 
(ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2003) – O Supremo Tribunal Federal consolidou entendimento no sentido de que os tratados internacionais incorporados ao ordenamento jurídico nacional têm estatura de lei ordinária.
	
a. Precedente (leading case) – RE 80.004/SE, de 1977[footnoteRef:1] [1: RE 80004/SE; Relator:  Min. Xavier de Albuquerque; Julgamento:  01/06/1977; Órgão Julgador:  Tribunal Pleno.] 
b. Característica – 
(ESAF/ANAC - ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL/2016) – Supondo que o Brasil tenha celebrado e regularmente incorporado ao sistema jurídico brasileiro um tratado internacional sobre transporte aéreo internacional em 1990, no ano 2000, no Brasil, é promulgada uma lei ordinária que dispõe inversamente ao referido tratado internacional. No caso de conflito entre estas normas a lei brasileira do ano 2000, por ser posterior, é que prevalece.
c. Crítica – 
3. TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS
(VUNESP/CÂMARA DE MONTE ALTO - SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) - A “Teoria do Duplo Estatuto” dos tratados de Direitos Humanos, adotada pelo Supremo Tribunal Federal e por parte da doutrina, consiste em conferir natureza constitucional aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, e natureza supralegal a todos os demais, anteriores ou posteriores à emenda constitucional que estabeleceu o rito do Art. 5°, § 3°, e que tenham sido aprovados pelo rito comum.
	
A. TDH APROVADOS PELO RITO DO ART. 5º, §3º DA CF
	
CF, Art. 5º, § 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 (dois) turnos, por 3/5 (três quintos) dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 
	
a) Característica – 
b) Precedentes – 
a. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007[footnoteRef:2]. [2: Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009 – Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.] 
(FGV-DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO/2019) - A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo foram aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos de seus respectivos membros, no ano de 2008. No âmbito da hierarquia das leis no Brasil, a Convenção de Direitos Humanos tem o status de: norma constitucional.
b. Tratado de Marraqueche para facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades para ter acesso ao texto impresso, de 2013[footnoteRef:3] [3: Decreto nº 9.522, de 8 de outubro de 2018. Promulga o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com Outras Dificuldades para ter Acesso ao Texto Impresso, firmado em Marraqueche, em 27 de junho de 2013.] 
(FCC/DPE-SP - DEFENSOR PÚBLICO/2019) - É documento internacional de direitos humanos incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro sob o rito estabelecido pelo artigo 5º, parágrafo 3º, da Constituição Federal: Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com Outras Dificuldades para ter Acesso ao Texto Impresso.
c) Natureza do instrumento internacional – 
(OAB/SP/2007) – Os tratados internacionais sobre direitos humanos, na ordem interna: podem equivaler à Emenda à Constituição.
d) Efeitos 
a. Denúncia
(TRT-21/JUIZ/2010) –  As normas de um tratado internacional sobre direitos humanos, devidamente incorporado ao direito brasileiro, poderão integrar o elenco das denominadas "cláusulas pétreas" constitucionais.
b. Controle de constitucionalidade ou de convencionalidade? 
CF, Art. 5º, § 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 (dois) turnos, por 3/5 (três quintos) dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 
(FCC/TST - JUIZ DO TRABALHO/2017) – O chamado controle de convencionalidade funda-se na ideia de que as leis ordinárias podem ser controladas não apenas em relação à sua compatibilidade com a constituição, mas também com tratados e convenções internacionais. Tendo como base a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre tratados internacionais, o controle concentrado de convencionalidade somente seria possível nos casos em que um tratado ou convenção tenha sido aprovado pelo Poder Legislativo seguindo o processo de aprovação de emendas constitucionais.
B. TIDH APROVADOS PELO RITO ORDINÁRIO
a) Supremo Tribunal Federal (STF) – 
a. Precedente: RE 466.343/SP, de 2008 – Prisão civil por dívidas prevista no Art. 5º, LXVII, regulada à época pelo Art. 4º do Decreto-Lei n. 911/1969[footnoteRef:4] assim como pelo o artigo 652 do Código Civil[footnoteRef:5]. [4: Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na posse do devedor, o credor poderá requerer a conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma prevista no Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código de Processo Civil.] [5: Em conclusão, entendo que, desde a ratificação, pelo Brasil, sem qualquer reserva, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (art. 11) e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica (art. 7º, 7), ambos no ano de 1992, não há mais base legal para prisão civil do depositário infiel, pois o caráter especial desses diplomas internacionais sobre direitos humanos lhes reserva lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, dessa forma, torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de ratificação. Assim ocorreu com o art. 1.287 do Código Civil de 1916 e com o Decreto-Lei n° 911/69, assim como em relação ao art. 652 do Novo Código Civil (Lei n° 10.406/2002). Voto do Ministro Gilmar Mendes no RE 466.343-1/08. Disponível na internet em < http://www.stf.jus.br/imprensa/pdf/re466343.pdf >. Acesso em 09 Dez 2019.] 
Art. 5º, LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
(a) Objeto de discussão – 
CADH, Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal, 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
(b) Efeitos –
(FGV-OAB/2014)– Considere a seguinte informação jurisprudencial: “Súmula Vinculante nº 25 do STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.” Os debates no STF que levaram à alteração de sua própria jurisprudência e à adoção da Súmula acima consagraram a prevalência do Pacto de São José da Costa Rica e de sua proibição de prisão civil (Artigo 7º, item 7, do Pacto). Assinale a opção que contém a tese majoritária que fundamentou a decisão do STF: A natureza supralegal das Convenções de Direitos Humanos que faz com que elas sejam hierarquicamente superiores ao código civil e ao de processo civil. 
Súmula vinculante 25 do STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
b. Característica – 
C. CONTROLE OU EXAME INTERNO DE CONVENCIONALIDADE
MARQUES, Miguel Ângelo. CONTROLE INTERNO DE CONVENCIONALIDADE: UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE OS AVANÇOS, LIMITES E DESAFIOS À APLICAÇÃO DO INSTITUTO NO BRASIL: < https://revistades.jur.puc-rio.br/index.php/revistades/article/view/1623#:~:text=resumo%3a%20o%20controle%20interno%20de,brasileiro%2c%20sobre%20a%20legisla%c3%a7%c3%a3o%20interna. >
a) Aspectos Gerais
a. Conceito – Consiste no método por meio do qual a autoridade nacional competente (nas três esferas de Poder) realiza um exame de aferição vertical material entre uma norma jurídica interna (ou sua proposta) com as disposições contidas em convenções (tratados) internacionais de direitos humanos, ratificadas e vigentes no país[footnoteRef:6]. [6: Outras definições: [...] “o controle de convencionalidade das que nada mais é que o processo de compatibilização vertical (sobretudo material) das normas domésticas com os comandos encontrados nas convenções internacionais de direitos humanos” (MAZZUOLI, 2018, p. 323); “O controle de convencionalidade é aquele exercido para verificar a compatibilidade das regras locais (direito interno) às convenções internacionais” (FIGUEIREDO, 2016, p. 87). ] 
 
(FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/2018) – No âmbito da proteção dos direitos humanos, entende-se por controle de convencionalidade o trabalho de compatibilização ou controle de validade das normas do ordenamento jurídico interno de um Estado tendo como parâmetro os tratados de direitos humanos ratificados por este Estado que estejam em vigor.
b. Característica –
(FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2019) – O controle de convencionalidade deve ser realizado ex officio como função e tarefa de qualquer autoridade pública, no marco de suas competências, e não apenas por juízes ou tribunais, que sejam competentes, independentes, imparciais e estabelecidos anteriormente por lei.
(FGV-OAB/2019 - Adaptada) – Uma Organização de Direitos Humanos afirma estar tramitando, no Congresso Nacional, um Projeto de Lei propondo que o trabalhador tenha direito a férias, mas que seja possível que o empregador determine a não remuneração dessas férias. No mesmo Projeto de Lei, fica estipulado que, nos feriados nacionais, não haverá remuneração. A Organização procura você, como advogado(a), para redigir um parecer quanto a um eventual controle de convencionalidade, caso esse projeto seja transformado em lei. Assim, com base no Protocolo Adicional à Convenção Americana Sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – Protocolo de San Salvador – tanto o direito a férias remuneradas quanto o direito à remuneração nos feriados nacionais estão presentes no Protocolo de San Salvador. Considerando que o Brasil é signatário desse Protocolo, caso o Projeto de Lei venha a ser convertido em Lei pelo Congresso Nacional, é possível submetê-lo ao controle de convencionalidade, com base no Protocolo de San Salvador. 
4. TRATADOS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA
A. INTERPRETAÇÃO DO ART. 98 DO CTN
CTN, Art. 98 do CTN – os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
		
a) Característica – 
b) Função – 
(TRF2/JUIZ FEDERAL/2014) – Os tratados internacionais firmados com a finalidade de evitar a bitributação entre dois países, uma vez assinados e devidamente publicado o Decreto Legislativo respectivo, deverão prevalecer em relação à legislação tributária ordinária. 
c) Efeito – 
a. Doutrina – 
(a) Alcance – 
(b) Natureza dos tratados tributários – 
(c) Critério invocado para prevalência – 
b. STJ – 
(a) Alcance – 
(b) Natureza – 
(c) Critério empregado para prevalência – 
TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO DO AFRMM EM RELAÇÃO A MERCADORIAS IMPORTADAS SOB A ÉGIDE DO GATT. IMPOSSIBILIDADE. O mandamento contido no artigo 98 do CTN não atribui ascendência às normas de direito internacional em detrimento do direito positivo interno, mas, ao revés, posiciona-as em nível idêntico, conferindo-lhes efeitos semelhantes. O artigo 98 do CTN, ao preceituar que tratado ou convenção não são revogados por lei tributária interna, refere-se aos acordos firmados pelo Brasil a propósito de assuntos específicos e só é aplicável aos tratados de natureza contratual. Se o ato internacional não estabelecer, de forma expressa, a desobrigação de contribuições para a intervenção no domínio econômico, inexiste isenção pertinente ao AFRMM. Recurso provido. Decisão unânime. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp 196560/RJ; Recurso Especial 1998/0087967-6; Relator(a): Ministro Demócrito Reinaldo (1095); Órgão Julgador: T1 - Primeira Turma; Data do Julgamento: 18/03/1999; Data da Publicação/Fonte; DJ 10/05/1999 p. 118).
B. ISENÇÃO HETERÔNOMA
	
Art. 151. É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
a) Característica – 
b) Efeito –
(CESPE/TRF-5/JUIZ FEDERAL/2015 - adapatada) – Considerando um acordo bilateral celebrado entre Brasil e Bolívia, no qual a União tenha concedido isenção de tributos estaduais e municipais para as operações do gasoduto Brasil-Bolívia, pode-se afirmar (com base na jurisprudência do STF) que o Estado Federal brasileiro, por ser representado pela União, não ultrapassou os limites do seu poder tributário ao instituir a referida isenção de tributos de competência de estados e municípios. 
5. CONVENÇÕES DE VARSÓVIA E DE MONTREAL VS CDC
Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional (Convenção de Varsóvia), de 12 de outubro de 1929 (promulgada pelo decreto nº 20.704 de 24 de novembro de 1931).
Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional (Convenção de Montreal), de 28 de maio de 1999 (promulgada pelo decreto nº 5.910, de 27 de setembro de 2006).
a) Característica –
a. Alcance – 
[...] 2. O STF, no julgamento do RE nº 636.331/RJ, com repercussão geral reconhecida, fixou a seguinte tese jurídica: Nos termos do artigo 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor.
3. Referido entendimento tem aplicação apenas aos pedidos de reparação por danos materiais (REsp 1.842.066-RS, Rel. Min. Moura Ribeiro, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 09/06/2020, DJe 15/06/2020)
b. Efeito –
As indenizações por danos morais decorrentes de extravio de bagagem e de atraso de voo internacional não estão submetidas à tarifação prevista na Convenção de Montreal, devendo-se observar, nesses casos, a efetiva reparação do consumidor preceituada pelo CDC (Informativo nº 0673 do STJ, publicado em 3 de julho de 2020).
b) Precedente – 
a. Efeito – 
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Extravio de bagagem. Dano material. Limitação. Antinomia. Convenção de Varsóvia. Código de Defesa do Consumidor. 3. Julgamento de mérito. É aplicável o limite indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e demais acordos internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às condenações por dano material decorrente deextravio de bagagem, em voos internacionais. 5. Repercussão geral. Tema 210. Fixação da tese: "Nos termos do Art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor". 6. Caso concreto. Acórdão que aplicou o Código de Defesa do Consumidor. Indenização superior ao limite previsto no Art. 22 da Convenção de Varsóvia, com as modificações efetuadas pelos acordos internacionais posteriores. Decisão recorrida reformada, para reduzir o valor da condenação por danos materiais, limitando-o ao patamar estabelecido na legislação internacional. 7. Recurso a que se dá provimento (RE 636331/RJ - Rio de Janeiro. Recurso Extraordinário. Relator:  Min. Gilmar Mendes. Julgamento:  25/05/2017. Órgão Julgador:  Tribunal Pleno)
b. Fundamento – 
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)
c. Característica – 
d. Efeitos – 
DIREITO DO CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL. CONFLITO ENTRE LEI E TRATADO. INDENIZAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL PREVISTO EM CONVENÇÃO INTERNACIONAL. APLICABILIDADE. 1. Salvo quando versem sobre direitos humanos, os tratados e convenções internacionais ingressam no direito brasileiro com status equivalente ao de lei ordinária. Em princípio, portanto, as antinomias entre normas domésticas e convencionais resolvem-se pelos tradicionais critérios da cronologia e da especialidade. 2. Nada obstante, quanto à ordenação do transporte internacional, o Art. 178 da Constituição estabelece regra especial de solução de antinomias, no sentido da prevalência dos tratados sobre a legislação doméstica, seja ela anterior ou posterior àqueles. Essa conclusão também se aplica quando o conflito envolve o Código de Defesa do Consumidor. 3. Tese afirmada em sede de repercussão geral: “Nos termos do Art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor”. (STF, ARE 766.618/SP - SÃO PAULO; Recurso Extraordinário com Agravo; Relator(a):  Min. Roberto Barroso; Julgamento:  25/05/2017; Órgão Julgador:  Tribunal Pleno; Publicação: Acórdão Eletrônico: DJE-257 Divulg 10-11-2017 Public 13-11-2017). (Grifamos)
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Luís Ivani de Amorim. Curso de direito internacional público. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. 22. ed. São Paulo: Editora Verbatim, 2018.
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de direito constitucional. 12. ed. Salvador: JusPODIVM, 2018. 
DOMINIQUE CARREAU, Jahyr, Philippe Bichara. Direito Internacional. 2.ed. Rio de. Janeiro: Lumen Juris, 2016. 
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 10. ed. Salvador: Juspodivm, 2018.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
FINKELSTEIN, Cláudio. Direito Internacional. 2. ed. São Paulo. Atlas, 2013. 
GODINHO, Thiago José Zanini. Elementos de direito internacional público. São Paulo: Atlas, 2010.
GOMES, Luiz Flavio. Direito supraconstitucional: do absolutismo ao estado constitucional e humanista de direito / Luiz Flávio Gomes, Valerio de Oliveira Mazzuoli. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.
GUIMARÃES, Antônio Marcio da Cunha. Tratados Internacionais. São Paulo: Aduaneiras, 2009.
HUSEK, Carlos Roberto. Curso de direito internacional público. 14. ed. São Paulo: LTr, 2017.
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Manual de direitos humanos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 22. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
MACHADO, Jónatas E. M.. Direito Internacional: do paradigma clássico ao pós-11 de setembro. 4ª ed. Portugal: Coimbra Editora, 2013.
MARINONI in SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de Direito Constitucional / Ingo Wolfgand Sarlet, Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero. 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
MARINONI, Luiz Guimerme. Controle de convencionalidade (na perspectiva do direito brasileiro) in Controle de convencionalidade: um panorama latino-americano: Brasil, Argentina, Chile, México, Peru, Uruguai, coordenação Luiz Guimerme Marinoni, Valerio de Oliveira Mazzuoli, ed Brasília, DF: Gazeta Jurídica 2013.
MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MARQUES, Miguel Ângelo.; OLIVEIRA, Ana Carla Vastag Ribeiro de. Início da vigência dos tratados internacionais de direitos humanos no Brasil: Críticas e novos paradigmas. v. 26, São Paulo: Revista de direito constitucional e internacional, RDCI, 2018.
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
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MELLO, Celso Duvivier de Albuquerque. Direito Constitucional Internacional. 2 ed. Rio de janeiro: Renovar, 2000.
MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2017
MIRANDA, Jorge. Curso de Direito Internacional Público: Uma Visão Sistêmica do Direito Internacional dos Nossos Dias. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. 
MIRANDA, Jorge. Teoria do Estado e da Constituição. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
MIRANDA, Pontes. Comentários à Constituição de 1967, com a emenda nº 1 de 1969. Tomo IV. 2 ed. São Paulo: Ed Revista dos Tribunais, 1970. 
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PIOVESAN, FLÁVIA. Reforma do Judiciário e Direitos Humanos. Escola da Magistratura do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. 2006. P. 27–39. Disponível na internet em: http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/flaviapiovesan/piovesan_dh_direito_constitucional.pdf. Acesso em 15 de março de 2018.
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REZEK, Francisco. Direito Internacional Público. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
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TIBURCIO, Carmem & BARROSO, Luís Roberto. Direito constitucional internacional. Ed Rio de Janeiro: Renovar, 2013. 
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VARELLA, Marcelo Dias. Direito internacional público. 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.

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