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Universidade Estácio de Sá Campus Macaé Desnutrição em idosos com Alzheimer Daniella da Silva Paula Diane Sousa Pinto Pereira Macaé RJ 2021 Universidade Estácio de Sá Campus Macaé Desnutrição em idosos com Alzheimer Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Estácio de Sá como parte dos requisitos para aprovação da disciplina de Estágio de Nutrição Clínica, com orientação da Profª Vanessa Nascimento Moreira Macaé RJ 2021 Malnutrition in elderly with Alzheimer's Desnutrição em idosos com Alzheimer RESUMO: A desnutrição é uma das circunstâncias mais frequentes entre os idosos, que afeta de maneira negativa a qualidade de vida e a saúde. Durante o processo de envelhecimento perder peso é normal, no entanto, com a existência de quadros com declínio progressivo da capacidade intelectual do indivíduo, a desnutrição se torna uma ameaça iminente. A Doença de Alzheimer se apresenta em grande parte da população idosa, com 65 anos ou mais. Ainda que não seja necessária nenhuma restrição alimentar, os portadores da Doença de Alzheimer podem apresentar estado nutricional deficiente e perda de peso consideráveis. Por isso, manter o acompanhamento nutricional destes pacientes é de grande importância, permitindo que tenham o suporte nutricional adequado para conseguir diminuir e/ou recuperar a perda de peso. O presente estudo apresentou dados e informações obtidos através de pesquisa em fontes primárias e terciárias sobre como a Doença de Alzheimer pode interferir no estado nutricional dos idosos, sendo este mais um desafio relacionado com a doença, e demonstrou com isso a importância da avaliação e acompanhamento nutricional para estes pacientes. Palavras-chave: Doença de Alzheimer; Desnutrição; Estado Nutricional; Envelhecimento. ABSTRACT: Malnutrition is one of the most frequent circumstances among the elderly, which negatively affects their quality of life and health. During the aging process, losing weight is normal, however, with the existence of conditions with a progressive decline in the individual's intellectual capacity, malnutrition becomes an imminent threat. Alzheimer's Disease presents itself in a large part of the elderly population, aged 65 years or more. Although no dietary restriction is necessary, people with Alzheimer's Disease may have poor nutritional status and considerable weight loss. Therefore, maintaining the nutritional monitoring of these patients is of great importance, allowing them to have adequate nutritional support to reduce and/or regain weight loss. This study presented data and information obtained through research in primary and tertiary sources on how Alzheimer's Disease can interfere with the nutritional status of the elderly, which is another challenge related to the disease, and thus demonstrated the importance of evaluation and monitoring nutritional status for these patients. Keywords: Alzheimer's Disease; Malnutrition; Nutritional status; Aging. Introdução A política nacional do idoso (PNI), Lei nº8. 842, de 4 de janeiro de 1994, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, define como idosas as pessoas com 60 anos ou mais. Já o Estatuto do Idoso (2007) define como idoso o indivíduo com 60 anos de idade ou mais, limite válido apenas para os países em desenvolvimento. O envelhecimento é o processo natural da vida, acontece gradualmente e resulta na diminuição progressiva das capacidades funcionais do indivíduo. São muitas as variáveis capazes de influenciar as capacidades e limitações do indivíduo, como as biológicas, sociodemográficas e sociais, tornando o idoso mais vulnerável a várias enfermidades, diminuindo assim sua qualidade de vida. Dentre os diversos aspectos que atuam na qualidade de vida do idoso, estão aqueles que acometem a ingestão alimentar e estes influenciam para a desnutrição do idoso, por isso a nutrição é um elemento importante de contribuição para a melhoria da saúde desses indivíduos. (GRACIANO et al., 2017) Segundo o Ministério da saúde a Doença de Alzheimer (DA) ou Mal de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo gradual e fatal que se apresenta pela deterioração cognitiva e da memória, compromete de forma gradativa das atividades cotidianas e apresenta diversos sintomas neuropsiquiátricos e variações de comportamento. A perda da memória recente é o mais característico e o primeiro sintoma do Mal de Alzheimer. Sintomas mais graves se apresentam conforme o desenvolvimento da doença como, a perda da memória remota (dos acontecimentos antigos), falha na linguagem, irritabilidade e a incapacidade de orientação no espaço e no tempo. O processo de envelhecer implica em modificações na composição corporal, nas funções orgânicas, no ajuste da quantidade de energia utilizada, assim como também na capacidade de se alimentar. Desta forma, uma condição das mais relevantes que afetam negativamente a saúde das pessoas idosas é a deficiência nutricional. Especialmente nos casos da Doença de Alzheimer, percebe-se a princípio uma perda de peso, independente da ingestão alimentar, inclusive podendo utilizar essa mudança no diagnóstico. (GALDINO, 2012) Souza, et al., (2012) afirma que a Doença de Alzheimer (DA) tem algumas peculiaridades no processo de avanço da doença, em razão das restrições que apresenta aos doentes. Além da perda de memória, a DA implica em modificações fisiológicas que podem alterar o olfato, paladar, disfagia, desorientação e dificuldades de locomoção, que podem ser obstáculos para a realização de atividades básicas como adquirir, preparar e conduzir o alimento até a boca. Para Edson, et al., (2011) Os pacientes com a Doença de Alzheimer geralmente têm deficiência nutricional, e normalmente, o responsável pelos cuidados com esses indivíduos não tem conhecimento dos cuidados necessários para com esses idosos. Quando a alimentação é inadequada esses pacientes podem apresentar quadros de desnutrição, diferente de quando ocorre de maneira adequada, propiciando uma qualidade de vida melhor. Os cuidados nutricionais se apresentam como fatores de extrema importância, com isso, o objetivo do presente trabalho é verificar que o Alzheimer pode afetar também a saúde nutricional e não somente a parte neurológica dos idosos portadores da doença. Metodologia Utilizou-se revisão bibliográfica como metodologia do presente estudo, com principal função de realizar a exploração e análise dos conceitos e fundamentos teóricos que envolvem o tema do trabalho. Foram utilizados artigos científicos, nas bases eletrônicas PubMed, Scielo e Google Acadêmico, considerando as palavras-chave: Alzheimer; Desnutrição; Envelhecimento; Idosos. Os conteúdos foram estudados e apresentados através da citação indireta e relacionados a partir do tema principal da pesquisa. Resultado e Discussão O cuidador do idoso com a DA precisa receber as orientações nutricionais necessárias para oferecer ao paciente a assessoria adequada para facilitar o processo da alimentação como: reduzir as distrações no período das refeições; simplificar a refeição eliminando ossos e cascas, amassando e cortando os alimentos. (DIAS, et al., 2011) Segundo Schnell (2017), as informações apropriadas sobre nutrição direcionadas para os cuidadores dos idosos portadores de DA, tem sido considerada uma das formas mais eficazes de evitar a perda de peso e a desnutrição.É necessário que em cada etapa da doença seja feita uma intervenção nutricional diferente. é possível acompanhar a alimentação de sua família e, quando começar a precisar de ajuda, irá necessitar de um cardápio diferenciado. A princípio o paciente deve se alimentar de alimentos ricos em fibras e vitaminas, com frutas, hortaliças, folhas verde-escuras, cereais, pães integrais e carnes magras; com uma consistência branda e calórica, dividida em média, em seis refeições por dia, evitando alimentos ricos em açúcar, sal e gorduras saturadas, com consumo de ao menos oito copos de água (200ml) ao dia. Essas intervenções auxiliam na prevenção de alguns agravantes, adiandoperdas nutricionais e funcionais, visto que muitos idosos chegam com desnutrição grave nos estágios mais avançados da doença por carência de cuidados desde o início da DA. Conforme a doença avança, o paciente começa a apresentar déficits cognitivos, agitação, agressividade e perambulações, aumentando o gasto calórico. Portanto, é necessário oferecer constantemente líquidos ao paciente; atentar-se aos tamanhos, cortes e consistência dos alimentos, que devem adequados as necessidades individuais a fim de evitar que o indivíduo se engasgue. Nas situações mais avançadas da Doença de Alzheimer, quando os pacientes são incapazes de realizarem as refeições sozinhos, as possibilidades de deficiência nutricional e calóricas são mais altas, e é quando as situações de desnutrição et al., 2010) Em qualquer estágio da doença, se a ingestão de alimentos do paciente for inferior às suas necessidades nutricionais, deve-se introduzir suplemento alimentar. Os estágios em que mais utilizam-se os suplementos são quando as dietas são líquidas, pastosas ou enteral, necessitando que sejam balanceadas em valor calórico e nutrientes.(DIAS, et al., 2011) De acordo com Griza (2014) os pacientes podem se negar a comer nas fases mais avançadas da doença. Além da perda de peso e estado de desnutrição, o déficit de vitaminas, minerais e proteínas deixam esses indivíduos mais vulneráveis a infecções, pneumonia e outras ameaças à saúde. A maior parte dos pacientes idosos apresenta diminuição do apetite e mudanças no paladar. Portanto, para incentivar a alimentação e minimizar as distrações deve-se investir na variação dos alimentos e bebidas, o cuidador deve promover um ambiente limpo e aconchegante para realizar as refeições, oferecer os utensílios que o paciente se sinta mais confortável e manter a rotina de horários em que as refeições ocorrem. (DIAS, et al., 2011) Griza (2014) afirma que é deve-se atentar que a qualidade nutricional é mais importante do que a quantidade dos alimentos. Normalmente os idosos precisam de menor quantidade de calorias, devido a diminuição das atividades físicas. Porém, se estiverem em déficit calórico, o corpo irá utilizar das proteínas disponíveis para outros processos corporais, como a manutenção dos músculos. Já os carboidratos são fontes importantes de combustível para o corpo, além de impedir que o corpo gaste com energia as proteínas próprias do organismo. A ingestão das fibras é importante para preservar as funções gastrointestinais. Já as gorduras auxiliam na absorção de vitaminas e ácidos graxos essenciais para o organismo. Em geral, pacientes de DA têm baixa ingestão de vitaminas e minerais, principalmente vitaminas A e B, cálcio, ferro e zinco, sendo essas substâncias fundamentais para o bom funcionamento do organismo, englobando aquelas que influenciam os processos mentais. Conclusão A qualidade de vida dos idosos diagnosticados com a Doença de Alzheimer (DA) é comprometida também pelo seu desequilíbrio nutricional. Pacientes com desnutrição são capazes de desencadear uma piora em seu estado de saúde e por isso o nutricionista tem tamanha importância. O acompanhamento nutricional possibilita uma melhor escolha dos alimentos, forma de preparo e quantidades adequadas para as necessidades de cada indivíduo. Portanto, o acompanhamento nutricional é uma forma de assessorar o idoso com DA a combater a desnutrição. Sobre os autores Adriana de Azevedo Batista. Graduanda em Nutrição da Universidade Estácio de Sá (UNESA Macaé). Camila Macedo Maria. Graduanda em Nutrição da Universidade Estácio de Sá (UNESA Macaé). Daniella de Paula Viana. Graduanda em Nutrição da Universidade Estácio de Sá (UNESA Macaé). Diane Sousa Pinto Pereira. Graduanda em Nutrição da Universidade Estácio de Sá (UNESA Macaé). Prof.ª Vanessa Nascimento Moreira. Nutricionista e Mestre em Nutrição Humana pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Especialista em Segurança, Qualidade e Gestão em Alimentação para Coletividades pela UNESA. Referências ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Envelhecimento Saudável. Disponível em: <https://www.paho.org/pt/envelhecimento-saudavel> Acesso em: 17 set. 2021. LEI Nº 8.842. Política Nacional Do Idoso. 4 de janeiro de 1994. Disponível em: <L8842 (planalto.gov.br)> Acesso em: 18 set. 2021. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estatuto do Idoso - 2ª edição. Brasília 2007. Disponível em: <estatuto_idoso2edicao.pdf (saude.gov.br)> Acesso em: 18 set. 2021. 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