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3 - Estrutura e Função Humana

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- -1
ESTRUTURA E FUNÇÃO HUMANA
CAPÍTULO 3 – 
CIRCULAÇÃO, 
RESPIRAÇÃO E 
DIGESTÃO
Juliane Cristina de Souza Silva Brito / Vivian 
Alessandra Silva
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Introdução
Neste capítulo, estudaremos os sistemas relacionados ao transporte de gases e nutrientes para cada célula do
nosso corpo. Gases e nutrientes são elementos fundamentais para a manutenção da homeostase celular. Sem
eles, nossas células e tecidos não podem realizar suas funções e os processos vitais para o organismo ficam
insustentáveis.
Inicialmente, veremos como o sistema circulatório está organizado, como o coração funciona, colocando os
elementos do sangue em movimento, e como ocorre a remoção dos resíduos metabólicos pelo sistema
sanguíneo e linfático. Após, estudaremos como o sistema respiratório prepara o ar para que a troca gasosa
ocorra e como funcionam nossos pulmões. Da mesma maneira, estudaremos como os órgãos digestórios
processam os alimentos ingeridos, para que os nutrientes possam ser absorvidos pelos capilares sanguíneos e
conduzidos aos nossos tecidos.
3.1 Sistema cardiovascular e linfático
Quando pensamos em sistema cardiovascular ou circulatório, pensamos que a ele são atribuídas quais
funções? A resposta mais comum é a de fazer circular o sangue.
A resposta está correta, mas fazer o sangue circular com qual objetivo? É no sangue que estão contidos os
nutrientes adequados para a sobrevivência das nossas células; o oxigênio provindo da nossa respiração e os
nutrientes provindos da nossa digestão são carregados pelo sangue para as milhões de células que compõem o
nosso corpo. Portanto, é de fundamental importância que esse sistema esteja ativo 24 horas do nosso dia.
Para que isso aconteça, ele é composto por uma bomba propulsora de sangue, que chamaremos de “coração”,
e está associado a diversos órgãos condutores de sangue, os quais chamaremos de “vasos sanguíneos”. Neste
capítulo, vamos estudar cada um deles, a começar pelo coração.
3.1.1 Coração
O coração é uma bomba propulsora capaz de gerar o impulso que movimenta o sangue. Essa capacidade é
devido a presença do tecido muscular estriado cardíaco (como você estudou no capítulo anterior), chamado de 
 ( = músculo e = coração). Mas o coração não é apenas formado por miocárdio, há aindamiocárdio mio cardio
um tecido epitelial de revestimento interno, o , e o tecido epitelial de revestimento externo,endocárdio
também chamado epicárdio.
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O miocárdio é nutrido por artérias chamadas de artérias coronárias direita e esquerda. O consumo de oxigênio
pelas células do músculo estriado cardíaco é alto e por isso esse órgão é bastante vascularizado. A obstrução
dessas artérias pode levar à redução do fluxo sanguíneo do miocárdio e consequente morte celular (necrose).
Chamamos essa situação de infarto agudo do miocárdio.
A anatomia do coração não apresenta aquela forma romântica que todos conhecemos. Observe as diferenças
na figura abaixo.
Figura 1 - Representação popular da forma do coração e o coração humano. Fonte: Shutterstock.com
Se observarmos bem, o coração é muito mais semelhante a uma pirâmide invertida. Acompanhe a comparação
abaixo.
Figura 2 - Forma geométrica do coração. Fonte: Shutterstock.com
Você sabia?
Para saber mais sobre o infarto agudo do miocárdio e outras doenças do coração, leia o 
quadro azul: Anatomia Clínica, na página 296, do livro MOORE, L. K.; DALLEY, F. 
A.; AGUR, R. A. M. 8. ed. Rio de Janeiro: Anatomia Orientada para Clínica. 
Guanabara Koogan, 2019. [Minha Biblioteca]. Disponível em: <https://integrada.
>.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734608/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734608/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734608/
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Nas aulas de geometria, aprendemos que em uma pirâmide a área mais larga é chamada de “base”, enquanto a
área mais estreita ou ponta, é chamada de “ápice”. Se o coração é uma pirâmide invertida, a base cardíaca será
a porção mais superior e o ápice cardíaco é a porção inferior.
Outro engano muito comum é relacionado à localização do coração no nosso corpo. Muitos acreditam que o
coração se localiza no lado esquerdo do tórax, mas na realidade a maior parte do coração se situa no plano
mediano. Então, por que muitos pensam que ele se localiza à esquerda? Porque o ápice cardíaco se localiza
inclinado para o lado esquerdo da cavidade torácica.
Portanto, o coração se encontra no interior da cavidade torácica, em uma posição mediana, com o ápice
cardíaco voltado para o lado esquerdo do tórax. Esta é a posição anatômica do coração.
O coração se localiza anteriormente à coluna vertebral e posterior ao osso esterno. As faces laterais do coração
fazem limites com os pulmões (direito e esquerdo) e a face inferior do coração faz limite com um músculo
extremamente importante no processo respiratório, chamado diafragma. O espaço do tórax entre os dois
pulmões que aloja o coração recebe o nome de mediastino. Observe na imagem abaixo o mediastino sem o
coração (A) e depois o mediastino ocupado pelo coração (B).
Figura 3 - Mediastino. Fonte: iStock.com
Anatomia viva: vamos encontrar em seu próprio corpo onde se situa o coração? Para isso, você precisa estar
usando uma roupa fina sobre o tórax ou com o tórax desnudo. Palpe o osso esterno próximo ao pescoço e
depois deslize a sua mão sobre ele lentamente, até encontrar uma linha horizontal palpável; esse é o ângulo
esternal. É nessa altura que está a base do seu coração. Já o ápice do coração se situa na altura do 5º espaço
intercostal, na altura da linha clavicular média. Tente palpar as suas costelas até encontrar a 4ª e 5ª costela. A
linha clavicular média é uma linha vertical que está bem no meio da clavícula. Veja as imagens abaixo.
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Figura 4 - Reparos anatômicos para a localização da base e do ápice cardíaco. Fonte: iStock.com, Shutterstock
Agora, veja na imagem B a correspondência da posição do coração com as estruturas do tórax que você
palpou. Também é possível observarmos a posição do coração em exames de imagem. Um desses exames é a
radiografia.
Veja na imagem abaixo a posição da base e do ápice do coração. O coração corresponde à área brilhante
contornada em vermelho. O que você acha que são as duas manchas escuras de cada lado do coração? Muito
bem! São os pulmões!
Figura 5 - Radiografia de tórax. Fonte: iStock.com
Em relação à anatomia interna do coração, encontramos quatro cavidades, duas posteriores e duas anteriores.
Dois e dois , respectivamente. Temos um átrio direito (AD) e um esquerdo (AE) e umátrios ventrículos
ventrículo direito (VD) e um ventrículo esquerdo (VE).
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Figura 6 - Coração em corte. Visualização das câmaras cardíacas. Fonte: iStock.com
Os átrios e os ventrículos são separados por paredes musculares chamadas de septos. Separando o átrio direito
do átrio esquerdo temos o septo interatrial e separando o ventrículo direto do ventrículo esquerdo temos o
septo interventricular.
Figura 7 - Septos cardíacos. Fonte: iStock.com
A circulação sanguínea dos mamíferos (incluindo o ser humano) é uma circulação dita fechada, ou seja, todo o
sangue que sai do coração por meio de vasos retornará ao coração por meio de vasos. Os átrios são
responsáveis pelo recebimento do sangue, já os ventrículos, por sua vez, são responsáveis pelo envio do
sangue.
Clique nas abas a seguir e aprenda mais sobre o tema.
Como já mencionamos anteriormente, a circulação do sangue pelo corpo tem por objetivo principal a
condução de nutrientes e gases para as células.
A quantidade de oxigênio carregada pelo sangue é limitada (estudaremos sobre esse tema mais
adiante, quando estivermos aprendendo sobre o Sistema Respiratório) e precisa ser constantemente
reabastecida. Assim, como o combustível de um carro, conforme a quilometragem rodada, o
combustível vai sendo utilizado, até que chega o momento em que você precisa reabastecer o tanque.
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O lado esquerdo do coração possui um sangue enriquecido em oxigênio, já o ladodireito do coração
possui um sangue empobrecido em oxigênio. Portanto, o lado esquerdo recebe sangue rico em
oxigênio (átrio esquerdo) e envia sangue rico em oxigênio (ventrículo esquerdo). Já o lado direito
recebe sangue pobre em oxigênio (átrio direito) e envia sangue pobre em oxigênio (ventrículo direito).
Mas de onde vem e para onde vai esse sangue?
Pois bem, usando a lógica, que tipo de sangue faz mais sentido que seja enviado para todas as células do
corpo, rico ou pobre em oxigênio? Muito bem, o rico. E o sangue pobre, qual órgão poderia estar relacionado
ao reabastecimento de oxigênio? Os pulmões.
Portanto, o ventrículo esquerdo será o responsável por enviar o sangue a todo o corpo e o ventrículo direito
será o responsável por enviar o sangue aos pulmões, para que sejam enriquecidos de oxigênio.
Se você observar, a espessura da parede do ventrículo esquerdo é realmente mais grossa do que a do
ventrículo direito, isso porque ele precisa exercer mais pressão do que o direito (já que os pulmões estão mais
próximos).
Figura 8 - Espessura das paredes ventriculares cardíacas. Fonte: Shutterstock.com
A seguir, vamos estudar sobre a circulação do sangue.
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3.1.2 Circulação do sangue
Sabendo agora das funções das câmaras cardíacas, estamos preparados para compreender mais sobre a
“Circulação sanguínea”. Vamos lá?
Assim que o sangue sai do VE enriquecido em oxigênio, ele passará por todo o corpo, fazendo a distribuição
desse gás. Ao mesmo tempo, conforme as células fazem uso do oxigênio, o seu metabolismo gera a produção
de gás carbônico. Portanto, aquele sangue que outrora estava enriquecido por oxigênio, agora está enriquecido
de gás carbônico.
Qual a solução? Retornar ao coração para que seja conduzido ao local de reabastecimento. O sangue então
retorna ao AD, este se comunica com o VD, que impulsiona o sangue para os pulmões e lá, ocorre um
processo denominado que é a troca de gases entre sangue e pulmões. Você inspira oxigênio e expirahematose, 
gás carbônico.
Assim, o sangue é oxigenado e retorna para o AE do coração, o AE se comunica com o VE e do ventrículo
esquerdo o sangue é impulsionado para todo o corpo. Observe o esquema a seguir para compreender melhor
essa distribuição.
Figura 9 - Circulação sanguínea. Em vermelho, sangue rico em oxigênio. Em azul, sangue pobre em oxigênio. Fonte: Elaborada pelas 
autoras, 2019.
Em relação aos vasos sanguíneos, são os condutores desse sangue ao chegar e ao sair do coração. Sempre que
dissermos vasos sanguíneos, estamos nos referindo às seguintes estruturas:
• artérias;
• capilares sanguíneos;
• veias.
•
•
•
Você sabia?
- -9
Você sabe qual a diferença entre eles? É a espessura e a composição da parede vascular, ou calibre vascular.
Veja, o sangue que sai do coração, seja pelo VE ou VD, sai com alta pressão, que não é a mesma pressão ao
retornar ao coração. A comparação que fazemos é com uma mangueira de jardim. Imagine que você precise
regar um jardim que está a uma certa distância da torneira, você decide então fazer uso de uma mangueira. A
água que sai da torneira terá a mesma pressão da água que sai da mangueira? Não, isso porque conforme a
água passa pela mangueira, ela sofre atrito que diminui a sua pressão.
A mesma coisa acontece no nosso corpo. Ao sair do coração, o sangue terá uma alta pressão, pois está sendo
impulsionado diretamente da bomba. Mas conforme o sangue passa pelo nosso corpo, vai perdendo força, a
ponto de retornar ao coração com uma pressão bem mais baixa.
Agora, observe as imagens abaixo.
Figura 10 - Composição das camadas dos vasos sanguíneos. Fonte: Adaptada de iStock.com
Observe, na ilustração A está uma artéria, já na ilustração B está uma veia seccionada em um plano horizontal.
Ambas são compostas por três túnicas ou camadas. A mais interna que faz limite com o sangue chamamos de
túnica íntima, a intermediária, composta por células musculares lisas, chamamos de túnica ou camada média
e, por fim, a mais externa chamamos de .túnica ou camada adventícia
Observe como as túnicas médias da artéria e veia são diferentes em relação a espessura. A artéria apresenta
maior resistência, portanto, está mais capacitada a receber um sangue com alta pressão. Além disso, nas
artérias, o sangue apresenta direção centrífuga, pois flui em direção oposta ao centro do sistema circulatório, o
coração. Nas veias, o sangue apresenta direção centrípeta, uma vez que flui na direção do coração.
A palavra “artéria” vem do grego que significa “guardar ar”. Antigamente, os gregos 
acreditavam que as artérias continham ar dentro de si, isso porque nunca encontravam 
sangue dentro de uma artéria de um cadáver, apenas nas veias.
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Observe na imagem abaixo a maior espessura da túnica média nas artérias. Nessa região, temos várias
camadas de músculo liso (setas) que garantirão que o sangue bombeado pelo coração chegue com pressão aos
tecidos. Nas veias, a túnica média é muito mais delgada, pois o sangue está refluindo ao coração.
Figura 11 - Histologia de artéria e veia. Fonte: iStock.com
Perceba que as artérias sempre saem dos ventrículos e as veias sempre chegam aos átrios. A artéria que
conduz o sangue do VE para todo o nosso corpo é a maior e principal artéria que temos, a A artéria queAorta. 
conduz o sangue do VD para os pulmões é a ouArtéria Pulmonar Artéria Tronco Pulmonar.
Em relação às veias, as que trazem o sangue do corpo para o AD são as e . Já asveias cavas superior inferior
veias que trazem o sangue enriquecido em oxigênio de volta ao AE são as veias pulmonares. Observe o
esquema a seguir para compreender melhor essa distribuição.
Figura 12 - Circulação pulmonar e sistêmica. Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019.
As arteríolas e vênulas são artérias e veias de menor calibre. Nosso sistema circulatório se assemelha à copa
de uma árvore, na qual os galhos principais originam ramos menores, e estes geram ramos menores. Temos
grandes artérias saindo do coração, estas se ramificam em artérias de calibre menor, as arteríolas. Essas
estruturas, por sua vez, ramificam-se em arteríolas cada vez menores até se tornarem tão finas quanto um fio
de cabelo, a esses vasos chamamos de capilares sanguíneos.
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Os capilares sanguíneos estão espalhados por todo o tecido conjuntivo e são os vasos responsáveis pela
nutrição tecidual, isso porque em vez de três túnicas, possuem apenas uma, o endotélio. Isso facilita a difusão.
Posteriormente, esses capilares se unem formando vasos de calibre um pouco maior e assim por diante,
formando as vênulas que, por sua vez, formam as grandes veias, até retornar ao coração.
Vocês perceberam que não temos nenhuma artéria saindo da região inferior dos ventrículos? Esse é outro
motivo para a região superior do coração ser denominada “base”, uma vez que nesta região estão apoiados os
grandes vasos, como aprendemos anteriormente.
Quando os ventrículos contraem (sístole cardíaca), o sangue é impulsionado para a região superior, onde estão
as entradas das artérias. Também na região superior estão os átrios. O fluxo sanguíneo mantém a direção
correta por meio de .valvas cardíacas
Entre átrios e ventrículos, temos um conjunto de válvulas que garantem o uni direcionamento do sangue.
Figura 13 - Valvas atrioventriculares cardíacas direita (tricúspide) e esquerda (bicúspide ou mitral). Fonte: iStock.com
A valva localizada entre o AD e o VD recebe o nome de a valva que separa o AE do VEValva Tricúspide; 
recebe o nome de ou como também é conhecida Essas valvas são suportadasValva Bicúspide Valva Mitral. 
pelas que se fixam aos dos ventrículos.cordas tendíneas, músculos papilares
Você o conhece?
Você sabe quem foi William Harvey? Ele nasceu em 1578 e viveu até 1657. Foi um 
médico britânico. Foi Harvey quem primeiro descreveu a circulação do sangue a partir 
do coração corretamente.
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Figura 14 - Anatomia das valvas atrioventriculares. Fonte: iStock.com
As valvas atrioventriculares se mantêm abertas enquantoo sangue passa do átrio para o ventrículo, porém
quando ocorre a sístole ventricular, o próprio sangue empurra as valvas, fechando-as. Durante o fechamento
das valvas, ausculta-se um som (“tum”). Dessa forma, o sangue não retorna aos átrios, mas é ejetado para as
artérias.
Figura 15 - Funcionamento das valvas cardíacas. Fonte: iStock.com
- -13
Podemos agora completar o esquema sobre a circulação do sangue em nosso organismo. Veja abaixo:
Você sabia?
Sempre que as valvas cardíacas se fecham elas emitem um som. As valvas atrioventriculares emitem um som mais 
abafado, parecido com “tum”. Dentro das artérias aorta e do tronco pulmonar também encontramos valvas: são as 
valvas da aorta e do tronco pulmonar. Ao se fecharem, essas valvas emitem um som mais metálico, parecido com 
“tá”. Os sons das valvas cardíacas são chamados de bulhas e podem ser auscultados. A ausculta consiste no uso de um 
aparelho chamado estetoscópio, que permite que escutemos amplificadamente os sons que são emitidos pelo nosso 
próprio organismo. Provavelmente algum médico já auscultou as suas valvas cardíacas! Você sabe em que região do 
tórax a ausculta é feita? A ausculta da valva da aorta será feita no 2º espaço intercostal, à direita do esterno e perto da 
borda esternal. A ausculta da valva pulmonar será feita no 2º espaço intercostal, à esquerda do esterno, próximo à 
borda do esterno. A ausculta da valva tricúspide será feita na parte esquerda do quarto espaço intercostal, ao longo do 
esterno e a ausculta da valva mitral será feita no quinto espaço intercostal do lado esquerdo da linha média clavicular. 
Observe as imagens abaixo:
Acesse o < /> e site http://www.med.umich.edu/lrc/psb_open/html/repo/primer_heartsound/primer_heartsound.html
aprenda mais sobre o tema.
http://www.med.umich.edu/lrc/psb_open/html/repo/primer_heartsound/primer_heartsound.html
- -14
Figura 16 - Circulação do sangue incluindo vasos da base e valvas atrioventriculares. Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019.
No esquema acima, você estudou o trajeto que o sangue faz no nosso organismo. Para facilitar a compreensão,
costumamos dividir esse trajeto em duas etapas: a pequena e a grande circulação.
A pequena circulação também pode ser chamada de circulação pulmonar e consiste na etapa em que o sangue
sai do ventrículo esquerdo, vai para o pulmão, faz a hematose e volta para o átrio esquerdo. Veja a pequena
circulação no esquema a seguir.
Figura 17 - Circulação do sangue dividida em pequena e grande circulação. Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019.
Agora que você conheceu todas as estruturas cardíacas importantes, vamos verificar o que aprendeu? Para
tanto, realize a atividade a seguir.
Agora, vamos aprender sobre a circulação linfática. Vamos lá?
3.1.3 Circulação da linfa
O sistema linfático é um sistema paralelo e complementar ao sistema circulatório. Ele participa da remoção
dos restos do metabolismo celular na matriz extracelular. Para compreender melhor como o sistema linfático
funciona em paralelo e complementarmente ao sistema sanguíneo, vamos estudar primeiro o sistema
sanguíneo.
O sangue é uma modalidade de tecido conjuntivo com grande quantidade de matriz extracelular entre as
células, o que lhe confere a consistência de um fluido. O sangue é composto por parte celulares (glóbulos
vermelhos e brancos) e parte líquida (que contém água, íons, proteínas, hormônios e etc.) a qual
denominaremos plasma.
É a parte plasmática do sangue que pode se difundir para os tecidos adjacentes, nutrindo-os. O processo de
difusão é lento, mais lento do que a velocidade da circulação sanguínea, portanto, a tendência é que esse
plasma comece a se acumular entre os tecidos, causando edema (ou inchaço, como alguns chamam).
- -15
A maior parte do líquido extracelular (LEC) retorna aos vasos sanguíneos, mas as macromoléculas não
conseguem passar pela parede do capilar sanguíneo e precisam ser removidas pelo sistema linfático. A função
dos capilares linfáticos é recolher esse líquido extracelular contendo macromoléculas e devolvê-lo à circulação
sanguínea nas grandes veias. A partir do momento que esse líquido é recolhido, nós o chamamos de linfa.
No intestino delgado, os nutrientes provenientes da nossa alimentação são absorvidos pelos capilares
sanguíneos. Porém os lipídeos são macromoléculas e não podem ser absorvidos pelos capilares sanguíneos,
sendo absorvidos então pelos capilares linfáticos.
Por causa do grande teor de gordura, a linfa do intestino delgado fica esbranquiçada e recebe um nome
especial: quilo.
Figura 18 - Localização do sistema linfático associado ao sistema cardiovascular. Fonte: Shutterstock.com
Mas por que devolver a linfa à circulação sanguínea? Por dois motivos, o primeiro é porque ainda nessa linfa
existem nutrientes que podem ser utilizados pelas células, portanto, retornar à circulação significa dar uma
nova chance de se difundirem. O segundo motivo é que, ao mesmo tempo que as células absorvem muitos
Você quer ler?
Leia o capitulo 34 – Aspectos Morfofuncionais da Microcirculação do livro Fisiologia 
da autora Margarida de Melo Alves, 4. ed., e aprenda mais sobre o sistema linfático e 
sua relação com o sistema circulatório.
- -16
nutrientes plasmáticos, elas também excretam muitos resíduos metabólicos, que comumente chamamos de
toxinas. Para serem excretadas do nosso corpo, é necessário que sejam enviadas aos rins, o meio de transporte
de quase tudo no nosso corpo é a corrente sanguínea.
É muito comum também que nesse líquido intersticial se acumule algum antígeno. Para que este não fique
circulante em nosso corpo, temos os linfonodos. Linfonodos são órgãos arredondados, semelhantes a um grão
de feijão, localizados em meio aos vasos linfáticos, que contêm em seu interior células de defesa (linfócitos).
Assim, para conhecer as funções do sistema linfático, clique nos itens abaixo.
Sistema auxiliar de drenagem tecidual
Retorna o excesso de líquido extracelular (lec) e proteínas plasmáticas para a corrente sanguínea. Além disso,
mantém o volume sanguíneo normal e elimina variações locais na composição química do líquido intersticial
(a pressão no capilar sanguíneo impulsiona água e soluto para o líquido intersticial, que retorna à corrente
sanguínea por meio dos vasos linfáticos – a ruptura do vaso linfático calibroso causa queda abrupta do volume
sanguíneo).
Defesa do organismo
Produz, mantém e distribui os linfócitos.
Absorção de lipídeos
Absorve lipídeos e vitaminas lipossolúveis nas vilosidades intestinais.
Os principais grupos de linfonodos estão situados no pescoço (linfonodos cervicais), na axila (linfonodos
axilares), no cotovelo (linfonodos cubitais), posteriormente ao joelho (linfonodos poplíteos) e na virilha
(linfonodos inguinais).
Quando um linfonodo recebe grande quantidade de antígenos, como no caso de uma infecção, os linfonodos
ficam edemaciados e por vezes proeminentes. Esse aspecto é popularmente conhecido por íngua; o termo
científico, no entanto, é linfonodo infartado.
Você quer ver?
Veja no objeto 3D abaixo a distribuição dos linfonodos e dos vasos linfáticos no nosso 
organismo. Movimente a imagem e aplique o para compreender em que posição zoom
do corpo encontramos esses órgãos.
- -17
Agora que você conheceu os principais grupos de linfonodos e vasos linfáticos, realize a atividade abaixo e
teste seus conhecimentos sobre o assunto.
Além dos linfonodos ja descritos, as tonsilas, o baco e o timo constituem orgaos linfaticos. As tonsilas
palatinas, popularmente chamadas de amígdalas, quando ficam edemaciadas causam dor de garganta, porque
provavelmente algum antígeno está tentando invadir seu sistema respiratório e digestório. Veja na imagem
abaixo a posição dos órgãos linfoides em nosso organismo.
Figura 19 - Principais constituintes do sistema linfático: tonsilas, timo, plexo mamário, ducto torácico, linfonodos intestinais, linfonodos 
inguinais, baço e linfonodos axilares. Fonte: Shutterstock.com
Paravocê compreender melhor a formação da linfa e o funcionamento do sistema linfático, assista a videoaula!
https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id
/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1552497697&entry_id=1_gbmhuv3v
Diferente do sistema cardiovascular, o sistema linfático não possui uma bomba propulsora, a gravidade
dificulta esse retorno da linfa ao coração. A movimentação da linfa ocorre pela movimentação do nosso corpo,
ao caminhar, por exemplo, os músculos dos membros inferiores empurram esse líquido para cima.
Por isso, é muito comum pessoas que trabalham muito tempo em pé ou sentadas terem os pés edemaciados.
Portanto, se você quer ajudar o sistema linfático a trabalhar, mexa-se!
A rede de vasos linfáticos comeca no tecido com os capilares linfaticos. Os capilares linfaticos formam uma
extensa rede na matriz extracelular de nossos tecidos. No intestino delgado, esses capilares linfáticos
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- -18
absorveram os lipídeos oriundos da digestão, formando uma linfa leitosa, esbranquiçada, chamada de quilo.
Por causa da coloração esbranquiçada do quilo, os capilares linfáticos do intestino receberam o nome de vasos
lácteos.
Os capilares linfáticos se fundem para formar vasos maiores, chamados de vasos coletores. Os vasos coletores
se unem e formam os troncos linfáticos. Temos NOVE troncos linfáticos no nosso organismo. Para saber mais
sobre eles, clique nos itens abaixo.
Tronco jugular direito e esquerdo: drenam a linfa da cabeça e do pescoço.
Tronco subclávio direito e esquerdo: drenam a linfa dos membros superiores e da parede do tórax.
Tronco broncomediastinal direito e esquerdo: drenam a linfa das vísceras do tórax.
Tronco intestinal: drena a linfa do intestino.
Tronco lombar direito e esquerdo: drenam a linfa dos membros inferiores e da parede do abdome.
Os troncos linfáticos se unem e formam dois ductos linfáticos. Confira a seguir.
: formado pelos troncos lombares e intestinais que se unem, formando a cisterna do quilo. DaDucto torácico
cisterna do quilo, o ducto torácico tem um trajeto ascendente pelo tórax, no qual recebe a linfa do tronco
broncomediastinal esquerdo, subclávio esquerdo e cervical esquerdo. O ducto torácico drena a linfa dos
membros inferiores, do abdome, da região esquerda do torax, do membro superior esquerdo e do lado
esquerdo da cabeça e do pescoco. Desemboca na circulação sanguínea.
Ducto linfático direito: formado pelos troncos broncomediastinal direito, subclávio direito e jugular direito.
O pequeno ducto linfático direito drena a linfa do membro superior direito, da região toracica direita e do lado
direito da cabeça e do pescoco. O ducto torácico se abre na veia subclávia esquerda, misturando a linfa ao
plasma sanguíneo.
Você sabia?
Os vasos linfaticos contêm valvulas para evitar o refluxo da linfa. As válvulas mantem a 
movimentacao da linfa em uma so direcao. O linfedema é a perturbação da circulação 
linfática por obstrução ou compressão de um vaso linfático ou mal funcionamento das 
válvulas linfáticas. Pode causar desconforto e até mesmo dor de acordo com a 
quantidade de líquido acumulado nos tecidos.
- -19
A medida que a linfa vai passando pelos linfonodos que estão nos trajetos dos vasos linfáticos, ela vai sendo
filtrada até atingir a corrente sanguínea. Veja nos esquemas abaixo o trajeto da linfa de acordo com a região
do corpo.
- -20
Figura 20 - Trajeto da linfa por segmento corpóreo. Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019.
O trajeto da linfa não é completamente correspondente dos lados direito e esquerdo do corpo, sendo bastante
desproporcional o calibre do ducto torácico e do ducto linfático direito.
Para testar os conhecimentos adquiridos até aqui, realize a atividade proposta abaixo.
Vamos avançar nos estudos da estrutura e função do sistema circulatório? Agora que já conhecemos o
coração, os vasos sanguíneos e linfáticos, será mais fácil compreendermos o papel desse sistema na
manutenção da homeostase.
- -21
3.2 Ciclo e débito cardíaco
A pequena e a grande circulação ocorrem constantemente durante a vida, formando um ciclo. A cada
batimento cardíaco esse ciclo se renova. Já ouviu falar que, mesmo após a morte de uma pessoa, o coração
pode continuar funcionando por alguns momentos? Obviamente estamos falando de uma causa de morte não
cardíaca, mas sim, isso é possível e muito comum. Essa capacidade cardíaca de se manter vivo, independente
de outros sistemas ocorre graças ao Sistema de Condução Elétrica do coração.
Na região superior do AD, encontramos um grupo de células especializadas, denominadas quemarcapasso, 
em conjunto formam uma região que chamamos de Essas células têm a capacidadenó sinusal ou nó sinoatrial. 
de entrar em potencial de ação sem um estímulo, pois a presença de sódio no MEC já é suficiente para iniciar
o processo de despolarização.
Assim que essas células geram o potencial de ação, as células musculares estriadas cardíacas que se localizam
ao redor das células marcapasso são estimuladas a também se despolarizar. Assim como um condutor elétrico,
em milésimos de segundos, os dois átrios se encontram em potencial de ação, ou seja, em sístole.
Somente dois tipos de células são passiveis de fazer potencial de ação: neurônios e células musculares.
Nenhum outro tipo celular ou tecido possui tal capacidade. As valvas atrioventriculares são formadas por
tecido conjuntivo, portanto, a propagação elétrica que deveria continuar para os ventrículos, ao chegar nas
valvas, cessa.
Porém, na região do septo interatrial existe um segundo nó, o Somente quando o estimulonó atrioventricular.
elétrico alcança esse grupo de células, o potencial de ação consegue ser propagado para os ventrículos.
Devido a esse processo, o impulso elétrico do nó sinusal faz com que os átrios se contraiam. Até que o nó
atrioventricular despolarize, ocorre um pequeno atraso na condução do impulso, para que este então seja
conduzido aos ventrículos. Esse atraso é necessário para que os ventrículos se encham do sangue provindo dos
átrios. Se esse atraso não ocorresse, o impulso do nó sinusal se espalharia por todo o coração
simultaneamente, fazendo com que átrios e ventrículos se contraiam ao mesmo tempo. Se átrios e ventrículos
tivessem a sístole (contração) no mesmo instante, como o coração se encheria de sangue? Seria impossível!
Portanto, átrios devem se contrair (sístole) enquanto ventrículos estão relaxados (diástole) e vice-versa:
ventrículos em sístole enquanto átrios em diástole.
- -22
Figura 21 - Complexo estimulante do coração. Fonte: iStock.com
Na imagem acima você vê as células marcapasso localizadas na região do nó sino atrial que se despolarizam,
propagando esse potencial de ação para as células musculares dos átrios (direito e esquerdo). Contudo, esse
impulso só consegue migrar para os ventrículos por meio da região do nó atrioventricular que, por sua vez,
conduz o impulso elétrico para os ventrículos por meio do feixe , até atingiratrioventricular (feixe de His)
ambos os ventrículos.
Dessa forma, o coração garante seu funcionamento independente de outros sistemas. Uma pessoa em estado
vegetativo teve morte cerebral, mas o coração continua atuando e enviando sangue para que os demais órgãos
continuem funcionando graças ao sistema estimulante do coração (marcapasso cardíaco).
Em média, uma pessoa adulta em repouso possui de 60 a 80 batimentos cardíacos por minuto (bpm), isso é o
que o complexo estimulante do coração permite. Porém, esses batimentos precisam ser alterados de acordo
com a necessidade fisiológica, como uma prática esportiva, porexemplo. A partir daí, precisaremos da
influência do sistema nervoso. No entanto, esses mecanismos de controle da pressão arterial serão estudados
adiante, no próximo capítulo.
A contração cardíaca é mediada também por um potencial de ação, mas ele não pode ser rápido, como o de
um neurônio. A contração precisa ser duradoura para que o sangue tenha tempo de sair completamente. Você
se lembra do potencial de ação do neurônio? Este acontecia em três etapas e necessitava de apenas dois íons:
sódio e potássio. Mas lembre-se de que para um músculo contrair, precisamos também de cálcio. Sendo assim,
o potencial de ação das células musculares estriadas cardíacas é composto por quatro etapas. São elas: 
Como ilustrado no gráfico a seguir.despolarização, repolarização temporária, platô, repolarização. 
Você quer ver?
Veja no objeto 3D abaixo o coração e as estruturas anatômicas cardíacas. Movimente a 
imagem e aplique o para compreender como as valvas, as câmaras cardíacas e os zoom
vasos da base interatuam para permitir que o ciclo cardíaco aconteça.
- -23
Figura 22 - Potencial de ação de uma fibra muscular cardíaca. Fisiologia, revisão e questões comentadas. Fonte: Constanzo, 2014.
Perceba que a etapa 0 corresponde à despolarização, causada pelo influxo de sódio no MIC (meio
intracelular). Já a etapa 1 corresponde à repolarização temporária, há abertura de canais de potássio e este
começa a sair para o MEC (meio extracelular). Por sua vez, a etapa 2 corresponde ao platô, o cálcio está
armazenado no retículo sarcoplasmático (RS) e durante o potencial de ação o RS lança o cálcio no MIC. Por
fim, na etapa 3, o cálcio retorna ao RS e há apenas a saída de potássio.
Não há hiperpolarização, pois nesses milissegundos de potencial de ação a célula marcapasso já inicia sua
nova propagação estimulante.
Não confunda essa curva de potencial de ação cardíaco com as ondas vistas num eletrocardiograma. As ondas
vistas nesse exame correspondem ao complexo estimulante do coração.
Figura 23 - Ciclo cardíaco – eletrocardiograma. Fonte: Shutterstock.com
- -24
Como pudemos ver na imagem anterior, as ondas do eletrocardiograma correspondem às despolarizações e às
repolarizações nas diferentes regiões do coração. Dessa forma, o médico consegue visualizar se a pessoa está
tendo alguma deficiência na estimulação ou condução elétrica cardíaca.
Antes de lermos sobre o ciclo cardíaco, assista à videoaula.
https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id
/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1552498265&entry_id=1_hzkugvkt
O ciclo cardíaco é o período que vai desde o início de um batimento cardíaco até o início do próximo. Durante
esse ciclo, a sequência de eventos elétricos e mecânicos deve se repetir, enviando um fluxo sanguíneo
adequado para todas as partes do corpo. O ciclo cardíaco se caracteriza por uma sequência de contrações
(sístoles) e relaxamentos (diástoles).
Vamos considerar como sendo a primeira fase do ciclo cardíaco, a sístole ventricular. Nessa fase, os
ventrículos se contraem para ejetar o sangue para dentro das artérias. Para que isso ocorra, é necessário que as
valvas mitral e tricúspide estejam fechadas e que, conforme os ventrículos se contraiam, a pressão do sangue
aumente e force as valvas da aorta e do tronco pulmonar a se abrirem. A abertura das valvas da aorta e
pulmonar permitirá a saída do sangue do coração e sua distribuição para o organismo.
Você sabia?
As pessoas que possuem algum mau funcionamento nesse complexo estimulante do 
coração desenvolvem arritmia cardíaca e por isso necessitam colocar, por meio de uma 
cirurgia, um marcapasso. Esse equipamento recebe esse nome pois irá fazer exatamente 
a mesma função das células marcapasso originais As arritmias fazem com que os sons .
(bulhas) do coração apresentem alteração. O popularmente conhecido “sopro” no 
coração é um som anômalo que normalmente ocorre em decorrência de uma má 
formação em alguma valva cardíaca ou nos septos que separam átrios de ventrículos e 
por isso permite o refluxo de sangue. Muito comum em crianças, pois logo após o 
nascimento o coração ainda não está completamente pronto. Porém, caso persista, 
mesmo após a fase adulta, alguns tratamentos podem ser necessários; em casos mais 
graves cirurgias com a substituição da valva defeituosa por uma valva cardíaca de porco 
ou artificial. Para conhecer os sons anômalos durante a ausculta cardíaca, tanto de 
arritmias quanto de sopros, acesse o disponível em: <link https://www.
>.practicalclinicalskills.com/heart-lung-sounds-reference-guide/
https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1552498265&entry_id=1_hzkugvkt
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https://www.practicalclinicalskills.com/heart-lung-sounds-reference-guide/
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Na sequência da sístole (contração), ocorrerá o esvaziamento dos ventrículos, pois o sangue foi para o
organismo. Quando os ventrículos esvaziam, eles entram em diástole (relaxamento) e a redução na pressão
ventricular faz com que haja entrada de sangue no ventrículo. Para que o sangue que está na aorta e no tronco
pulmonar não retorne ao coração, as valvas da aorta e pulmonar se fecham. Após esse primeiro momento, a
valva mitral e a valva tricúspide se abrem, permitindo que o sangue que está nos átrios entre nos ventrículos.
Quando os ventrículos estiverem quase cheios, os átrios se contraem e preenchem os ventrículos
completamente. Agora, com os ventrículos bem cheios, um novo ciclo pode começar e os ventrículos se
contraem ejetando novamente o sangue no interior das artérias.
O eletrocardiograma é um exame que capta sinais elétricos captados do sistema de condução durante o ciclo
cardíaco. Vamos fazer a relação entre eles?
O ciclo cardíaco consiste nas seguintes cinco fases. Para conhecê-las, clique nas abas abaixo.
Contração ventricular volumétrica
Fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) e das valvas arteriais (valva da aorta e
pulmonar).
Ejeção ventricular
Pressão do ventrículo excede a pressão nas artérias e as valvas arteriais (valva da aorta e pulmonar) abrem,
permitindo a ejeção, saída do sangue dos ventrículos.
Relaxamento isovolumétrico
Todas as valvas estão fechadas. Ocorre a diástole atrial.
Enchimento ventricular
As valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) se abrem e ocorre enchimento de 70% do volume dos
ventrículos.
Você quer ler?
Para consolidar tudo que você aprendeu neste capítulo e viu na videoaula, leia o capítulo 
7 – Sistema Circulatório, do livro Anatomia & Fisiologia.
SPRINGHOUSE. Anatomia & Fisiologia - Série Incrivelmente Fácil. [Minha 
Biblioteca]. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-
>.277-2445-6/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2445-6/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2445-6/
- -26
Sístole atrial
Supre os ventrículos com 30% do sangue remanescente.
No eletrocardiograma, são captadas fundamentalmente três ondas: a onda P, o complexo QRS e a onda T.
Veja na figura abaixo.
Figura 24 - Traçado típico de um eletrocardiograma. Fonte: Shutterstock.com
A onda P corresponde à despolarização atrial, momento em que os átrios iniciarão a sístole. O complexo QRS
corresponde à despolarização ventricular, momento em que os ventrículos darão início à sístole. E a onda T
corresponde à repolarização ventricular, momento em que terá início a diástole ventricular.
Estudo de Caso
Ariovaldo, 60 anos, chegou ao pronto socorro com dor de forte intensidade no tórax há 
duas horas. Ariovaldo contou que a dor irradiava para o membro superior esquerdo e 
paraa mandíbula. Ele também relatou que tem diabetes, pressão alta e é tabagista de 
dois maços/dia há 35 anos. O paciente relatou ainda que sua mãe faleceu de infarto 
agudo do miocárdio (IAM), aos 50 anos. No exame físico, Ariovaldo apresentou bulhas 
normofonéticas sem sopros e pressão arterial de 180x11mgHg. Imediatamente, o 
paciente foi medicado e tratado com melhora parcial dos sintomas. Foi realizado um 
eletrocardiograma (ECG) de urgência que evidenciou alterações na onda T, a qual 
corresponde à repolarização ventricular, com diagnóstico clínico de IAM.
O IAM ocorre quando há necrose das células do miocárdio. Frequentemente, é causado 
por obstrução das artérias coronárias e obesidade; a hipertensão e o tabagismo são 
importantes fatores de risco. No caso de Ariovaldo, houve lesão na parede dos 
ventrículos, pois o eletrocardiograma apresentou alteração na onda T. Dessa maneira, 
sabemos que, após o infarto, poderá ser mais difícil para Ariovaldo manter um débito 
- -27
O eletrocardiograma é uma ferramenta importante para que os médicos e os profissionais de saúde, como
fisioterapeutas e educadores físicos, conheçam as condições de saúde e eficiência cardíaca. Muito da
reabilitação de cardiopatas e da preparação física de atletas é decidido por esses profissionais, a partir dos
dados observados no eletrocardiograma. Vamos verificar se você realmente compreendeu o ciclo cardíaco e
sua relação com o eletrocardiograma?
Seu coração é uma máquina fenomenal! O volume de sangue ejetado pelos ventrículos a cada minuto é
chamado de débito cardíaco. Se a sua frequência cardíaca aumenta, o débito também aumenta. Normalmente,
o coração bate cerca de 70 vezes por minuto durante o repouso (frequência cardíaca de repouso) e ejeta um
volume sistólico de cerca de 70 ml a cada contração. Se fizermos o cálculo, veremos que em um adulto
normal, por minuto, o débito é de 70 contrações X 70 ml = 4900 ml de sangue por minuto.
Agora, veja a imagem abaixo.
Figura 25 - Aferição da frequência cardíaca. Fonte: Shuterstock.com
Imagine que você tenha realizado uma atividade física e que sua frequência cardíaca subiu para 120
batimentos por minuto. Quanto é o seu débito nesse momento? Vamos ver? Fazendo as contas:
Débito cardíaco = Frequência cardíaca X volume sistólico
Débito cardíaco = 120 X 70 = 8400 ml/min
cardíaco adequado, já que o débito depende da força de contração da parede ventricular. 
Você sabia que alguns atletas também a presentam alteração na onda T? É claro que é 
uma alteração diferente da que vimos em Ariovaldo, mas também pode ocorrer. A 
atividade física aeróbia pode levar ao crescimento do miocárdio (hipertrofia) como uma 
forma de o coração se tornar mais eficiente e aumentar o débito cardíaco. A hipertrofia 
ventricular em atletas pode levar à uma onda T atípica no eletrocardiograma, sem, no 
entanto, significar lesão miocárdica.
- -28
Então, 8,4l de sangue seria o volume ejetado do seu coração, por minuto, a uma frequência de 120 batimentos
por minuto. Percebeu o quanto seu coração trabalha? Imagine o quanto ele consome de energia! Para manter a
homeostase, é necessário que o pulmão ajuste o seu funcionamento de acordo com o funcionamento do
coração.
Na sequência, você vai estudar sobre o tecido epitelial e o sistema respiratório. Fique atento!
3.3 Tecido epitelial e sistema respiratório
Para estudarmos o próximo sistema, precisamos antes compreender melhor mais um dos tecidos fundamentais.
Isso porque a função do sistema respiratório só é possível graças ao tecido epitelial.
Apenas relembrando, o tecido epitelial não é uma especialização do tecido conjuntivo, portanto, aquelas
características básicas do tecido conjuntivo não se aplicarão ao tecido epitelial. Na realidade elas são bem
opostas, observe no quadro abaixo.
Quadro 1 - Comparação entre as características do tecido conjuntivo e do tecido epitelial. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
Podemos encontrar o tecido epitelial de duas formas: revestimento ou glandular. O tecido epitelial de
revestimento, como o nome mesmo sugere, apresenta-se revestindo superfícies externas, como a pele; ou
internas, como a superfície dos órgãos. É o tecido que faz limite entre dois meios e garante proteção e
absorção. Já o tecido epitelial glandular apresenta a capacidade de secreção de substâncias. Estudaremos
melhor o tecido glandular mais adiante.
De qualquer forma, o tecido epitelial não se mostra sempre igual, independentemente do local, ao contrário,
pode apresentar formas celulares e quantidades de camadas celulares diferentes.
Em relação à forma celular, podemos classificar o tecido epitelial em três tipos: pavimentoso, cúbico ou
cilíndrico (colunar ou prismático).
- -29
Figura 26 - Classificação do tecido epitelial quanto à forma celular. Fonte: Shuterstock.com
Mas o tecido epitelial também pode ser classificado quanto a quantidade de camadas celulares. Se apresentar
uma única camada celular, denominaremos . Porém, apresentando duas ou mais camadas,simples
denominaremos Observe o quadro comparativo a seguir, para melhor compreensão dessaestratificado. 
classificação.
Figura 27 - Classificação do tecido epitelial quanto a forma e quantidade de camadas celulares. Fonte: Shutterstock.com
Agora, observe no quadro abaixo esses tecidos em lâminas.
- -30
Quadro 2 - Tecido epitelial de revestimento. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
Quanto maior o número de camadas celulares, maior a variação nas formas celulares, observe na sequência.
- -31
Figura 28 - Formas celulares do tecido epitelial estratificado. Fonte: Shutterstock.com
Sabemos que se trata de um tecido epitelial estratificado, mas você sabe qual é a forma celular?
Consideraremos o formato das células que estão mais profundas, cuboides, ou das mais superficiais,
achatadas? Para essas situações, padronizou-se que o tecido seria classificado pela camada mais superficial,
portanto, pavimentoso. O motivo pelo qual a forma celular varia tanto, tem a ver com outra característica do
tecido epitelial, a falta de vascularização.
Veja abaixo as características do epitélio de revestimento.
O único tecido vascularizado é o tecido conjuntivo, portanto ele estará associado a todos os demais tecidos,
incluindo o epitelial. A nutrição tecidual vem por difusão, célula a célula. Quanto mais distante do tecido
conjuntivo a camada estiver, menos nutrientes ela receberá, isso faz com que a célula comece a diminuir seu
tamanho até a apoptose. Quando fazemos um procedimento de esfoliação da pele, estamos na realidade
retirando essas camadas mais superficiais de células que estão morrendo.
Toda regra tem a sua exceção. Pois bem, vamos apresentar duas exceções: o tecido epitelial
pseudoestratificado ciliado (epitélio respiratório) e o tecido epitelial de transição (urinário).
Observe a lâmina abaixo que apresenta várias alturas de núcleos e, portanto, podemos aferir que seja um
tecido estratificado. Porém, quando analisamos a forma celular, o que encontramos na realidade é uma única
camada celular, com células em formatos diversos, portanto um “falso estratificado”, chamado de
pseudoestratificado.
Figura 29 - Lâmina e esquema ilustrando o tecido epitelial pseudoestratificado ciliado. Fonte: Shutterstock.com
O epitélio pseudoestratificado é encontrado nas vias aéreas, nas quais é chamado de epitélio respiratório. A
presença dos cílios favorece em muito a função das vias aéreas, que estudaremos mais adiante.
Por fim, outra exceção é o tecido epitelial de transição, ou como também encontramos na literatura, urotélio,
por ser um tipo de epitélio frequente nas vias urinárias.
- -32
Figura 30 - (A) Lâmina histológica do tecido epitelial de transição. A esquerda, a bexiga urinária relaxada e à direita, estendida. (B) 
Esquema ilustrando a transição de forma do epitélio de uma bexiga vazia e cheia. Fonte: Junqueira; Carneiro, 2018, p. 75.
Observe que as células do tecido epitelial não se misturam com o tecido conjuntivo.Isso porque o tecido
epitelial possui uma especialização chamada uma camada de gel e proteínas adesivas quelâmina basal, 
compartimentaliza os tecidos e ao mesmo tempo serve de barreira filtradora para as substâncias transportadas
entre os tecidos.
Agora que sabemos as funções do tecido epitelial e de que forma ele pode ser classificado, poderemos
compreender melhor as funções dos demais sistemas, a começar pelo sistema respiratório.
O sistema respiratório é um sistema que possui as seguintes funções: . Compostorespiração, olfação e fonação
por diversos órgãos tais como: mariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões.
Você quer ler?
Quer saber mais sobre o tecido epitelial e de que forma ele pode ser importante para sua 
profissão? Leia o capítulo 4 – Tecido Epitelial do livro Histologia Básica, dos autores 
Junqueira e Carneiro 13. ed.
- -33
Figura 31 - Órgãos que compõem o sistema respiratório. Fonte: iStock.com
O ar é uma mistura de gases que compõem a atmosfera terrestre. Dessa mistura, para o nosso organismo, o
oxigênio é a parte mais importante.
Se eu perguntasse a você com qual órgão respiramos, provavelmente sua resposta seria: pulmões. Você está
correto, mas se pegarmos o ar da forma como ele está e já o inserirmos no pulmão, muito provavelmente
mataríamos as células pulmonares. Por isso, o sistema respiratório é composto por outras estruturas, além do
pulmão. Serão essas estruturas que irão preparar o ar até a hematose (troca de gases entre pulmões e vasos
sanguíneos).
O nariz, por exemplo, que vemos ao olharmos uns para os outros, é apenas uma parte desse órgão; é o que
chamamos de Internamente, o nariz é formado pela cavidade nasal. No interior da cavidadenariz externo. 
nasal, encontramos as conchas nasais e o septo nasal. Toda a cavidade nasal é recoberta por um tecido epitelial
secretor de muco. Esse tecido tem por objetivo umidificar o ar e fazer com que pequenas partículas de sujeira
grudem no nariz, impedindo de descer até os pulmões.
Além disso, a cavidade nasal possui um tecido conjuntivo extremamente vascularizado, fazendo com que o ar
seja aquecido. Veja, a nossa temperatura corporal oscila em torno de 36,5° a 37°C, a temperatura do meio
ambiente é diferente disso, por isso, precisamos aquecer o ar para não necrosar as células.
Os espaços entre as conchas nasais são os , nestes, existem pequenos orifícios que comunicam ameatos nasais
cavidade nasal com os ossos pneumáticos do crânio. Pensando no ponto de vista do sistema esquelético, essa
- -34
comunicação é ótima, pois o ar entra nessas cavidades ósseas tornando o crânio mais leve. Por outro lado,
também é extremamente vantajoso para o sistema respiratório, pois é mais uma região de aquecimento e
umidificação do ar. Esses ossos pneumáticos são chamados de Veja essas estruturas nasseios paranasais. 
imagens abaixo.
Figura 32 - (A) Estruturas anatômicas da cavidade nasal. (B) Seios paranasais: seio frontal, seio maxilar, células etmoidais e seio 
esfenoidal. Fonte: iStock.com
Também é na superfície das conchas nasais, situadas na região mais superior da cavidade nasal, que
encontramos o nervo olfatório, que nos garante a função do olfato.
Figura 33 - (A) Localização do nervo olfatório, responsável pela percepção de odor. Após a passagem pelo nariz, o ar é conduzido para 
a faringe. A faringe é um canal muscular em comum com o sistema digestório, isso significa que neste canal há passagem de ar e de 
alimentos. (B) Partes da faringe. Fonte: Shutterstock.com/iStock.com
Inferiormente à faringe, encontraremos a laringe, uma estrutura altamente complexa formada por várias
cartilagens. A cartilagem mais superficial e mais proeminente é a popularmentecartilagem da tireoide, 
chamada de “gogó” ou “pomo de adão”. A cartilagem da tireoide recebe esse nome por ser a cartilagem de
apoio da glândula tireoide.
- -35
Figura 34 - Estrutura anatômica da laringe. Fonte: Shutterstock.com
Apesar de muitos pensarem que somente homens tem essa cartilagem, as mulheres também têm, porém são
menos proeminentes. Isso está relacionado aos níveis de testosterona de cada um.
Essa cartilagem serve de suporte também para outra cartilagem de extrema importância, chamada epiglote.
Figura 35 - Vista lateral da laringe em um corte sagital. Fonte: iStock.com
Repare que enquanto você engole qualquer tipo de alimento, você não respira. Isso porque a sua epiglote está
fechando o canal respiratório.
Você quer ver?
Enquanto você respira, sua epiglote se mantém aberta para a passagem do ar, porém 
quando engolimos, a epiglote fecha o trato respiratório e obriga o alimento a passar para 
o trato digestório. Assista o vídeo de deglutograma na sequência e veja a deglutição em 
um paciente normal, no qual o alimento passa da faringe e depois para o esôfago. Logo 
- -36
Inferiormente à epiglote e posterior à cartilagem da tireoide, temos as , erroneamente chamadaspregas vocais
de cordas vocais. As pregas vocais são duas pregas mucosas que vibram com a passagem, tal vibração emite
som, a nossa voz.
: quer sentir a vibração das pregas vocais? Encontre no seu pescoço onde fica a cartilagem daAnatomia viva
tireóide (popularmente conhecida como pomo de Adão), coloque seus dedos sobre ela. Veja na imagem na
sequência como palpar a cartilagem da tireóide:
Figura 36 - Palpação da laringe. Fonte: iStock.com
Palpe suavemente a região e emita um som vibratório, por exemplo: zzzzzzzzzzzzzzzzzzz bem forte! Sentiu a
vibração das pregas vocais? É exatamente nessa posição do pescoço que elas se localizam e onde sua voz é
produzida.
depois, assista em um paciente com disfagia (dificuldade de deglutição), como o 
alimento passa da faringe e invade as vias aéreas. Observe a importância da epiglote 
para a deglutição.
Disponível em: < >.https://youtu.be/CjLvG7rz684/
Você quer ver?
https://youtu.be/CjLvG7rz684/
- -37
Assim que o ar passa pela laringe, chega a um canal formado por cartilagens e músculo liso que se localiza
anteriormente ao esôfago, chamado . Internamente, a traqueia é formada pelo tecido epitelialtraqueia
pseudoestratificado ciliado; esses cílios auxiliam na limpeza do ar. Ao final da traqueia, encontramos uma
bifurcação que dá origem a dois novos canais, os . Esses brônquios se ramificam embrônquios principais
segmentos cada vez menores, denominados bronquíolos.
3.3.1 Traqueia e brônquios
A medida que os brônquios se ramificam e passam a serem chamados de bronquíolos, a nomenclatura muda
não apenas porque são menores, mas também porque a composição tecidual também se altera. Veja na
imagem a seguir.
Figura 37 - Composição tecidual do sistema respiratório. Fonte: Constanzo, 2014.
Observe a tabela e entenda o motivo de termos estudado o tecido epitelial antes de entrarmos em discussão
sobre o sistema respiratório. No interior da traqueia temos os seguintes tecidos: tecido epitelial
pseudoestratificado ciliado, tecido cartilaginoso, tecido muscular, para só então depois destes todos
encontrarmos o tecido conjuntivo rico em vascularização. Você percebe que são muitas barreiras a serem
percorridas pelo oxigênio até o sangue?
Agora que você sentiu a presença das pregas vocais durante a palpação da laringe, você 
quer vê-las funcionando? As pregas vocais também podem ser visualizadas por exames 
de imagem. Assista o vídeo de uma nasofibrolaringoscopia e compreenda melhor o 
funcionamento dessas pregas: < >.https://youtu.be/dpRPYD-rEqE/
https://youtu.be/dpRPYD-rEqE/
- -38
Agora, reparem em como essas quantidades de tecidos começam a se tornar escassas à medida que os ductos
se tornam menores, até chegarmos aos sacos alveolares que não possuem cartilagens, nem músculos e nem
cílios. Apenas um tecido epitelial simples pavimentoso, ou seja, uma única barreira de células “achatadas”.
Percebem como agora o processo de difusão pode acontecer de maneira mais simples?
Portanto, o que temos é o seguinte: da cavidade nasal até alguns bronquíolos o ar estará apenas sendoconduzido (filtrado, umidificado e aquecido), e somente na região dos alvéolos (porção final dos bronquíolos
respiratórios) é que teremos o processo de hematose. Chamaremos a primeira porção de dozona de condução
ar e a segunda de .zona respiratória
Mas e os pulmões? Pois bem, os pulmões são um conjunto de alvéolos e bronquíolos, como você pode
observar na imagem abaixo.
Figura 38 - Composição pulmonar. Fonte: Shutterstock.com
Cada alvéolo é envolto por muitos capilares sanguíneos (capilares que estão vindo lá da artéria pulmonar) com
sangue empobrecido de oxigênio. Por outro lado, cada alvéolo contém ar enriquecido de oxigênio, dessa
forma, por difusão, ocorrem as trocas gasosas (hematose).
Figura 39 - Alvéolos pulmonares cobertos pelos capilares sanguíneos, nos quais ocorrerá a troca gasosa. Fonte: iStock.com
Após passar pelos brônquios, o ar chega aos pulmões. Os pulmões formam a parte respiratória das vias aéreas.
Eles são em número de dois e ficam na cavidade torácica, apoiados sobre o músculo diafragma. Os pulmões
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apresentam um ápice, superior, e uma base. O pulmão direito é formado por três lobos (superior, médio e
inferior), que são separados pelas fissuras oblíqua e horizontal. O pulmão esquerdo tem somente dois lobos
(superior e inferior), separados pela fissura oblíqua.
Veja os pulmões, seus lobos e fissuras na imagem abaixo.
Figura 40 - Morfologia do pulmão. Fonte: Shutterstock.com
Externamente, os pulmões são revestidos pelas pleuras parietal e visceral, um tecido seroso de proteção que
sintetiza o líquido pleural. Esse líquido permite o deslizamento de uma pleura sobre a outra, reduzindo o atrito
e mantendo a pressão que permite a mecânica respiratória.
Agora que você conheceu os órgãos do sistema respiratório, vamos fazer uma verificação dos seus
conhecimentos por meio do exercício abaixo.
Você viu até agora o trajeto do ar desde a cavidade nasal até os pulmões e o que vai acontecendo com ele. Mas
como o processo de respiração é possível? Por que o ar entra ou sai? Alguém controla a respiração? Todas
essas perguntas serão agora respondidas.
Para que a respiração seja efetiva, três etapas são necessárias. Vamos conhecê-las? Clique nos e confira!cards 
Você sabia?
A bronquite é uma inflamação de brônquios e a bronquiolite é uma inflamação de 
bronquíolos. Já a asma é uma inflamação mais crônica de bronquíolos, na qual estes, 
devido à inflamação, tornam-se mais estreitos, dificultando a passagem de ar.
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Etapa 1
Ventilação pulmonar, ou seja, a capacidade que o nosso corpo tem de fazer o ar entrar e sair.
Etapa 2
Hematose, ou seja, a troca gasosa, difusão entre alvéolos e vasos sanguíneos.
Etapa 3
Transporte de gases até os tecidos.
O objetivo da nossa respiração é levar o oxigênio para as células (pois é a partir dele que as células produzem
ATP), portanto, o objetivo é alcançar a terceira etapa. Qualquer dificuldade que haja em qualquer uma dessas
etapas poderá levar à falta de oferta de oxigênio para as células e, como consequência, à necrose tecidual.
Além disso, não é simplesmente cumprir as três etapas, precisamos também fazer com que ora elas aconteçam
mais rapidamente, ora mais lentamente, de acordo com a necessidade dos tecidos.
Vamos compreender o funcionamento de cada uma das etapas: a ventilação pulmonar é uma etapa mecânica
que envolve a contração e o relaxamento de alguns músculos, tais como, diafragma e músculos intercostais.
Veja abaixo suas localizações.
Figura 41 - Localização anatômica dos principais músculos respiratórios. Fonte: Shutterstock.com
Os músculos intercostais recebem esses nomes justamente por se posicionarem entre as costelas. Ao
contraírem, eles tracionam as costelas, aumentando a cavidade torácica no sentido anteroposterior. Por outro
lado, observe a posição anatômica do músculo diafragma, ao contrair, ele puxa as costelas para baixo,
aumentando a cavidade torácica no sentido superior-inferior. Dessa forma, a pressão interna corporal se torna
menor do que a pressão externa, o ar tende a entrar e os pulmões têm espaço para se encher de ar. Para esse
processo de entrada de ar nos pulmões, damos o nome de inspiração.
Por outro lado, para que o ar saia para o meio externo, basta acontecer o relaxamento desses músculos; a
pressão interna aumenta e o ar tende a sair. Para esse processo, damos o nome de expiração.
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Vale ressaltar que o processo inspiratório é um processo ativo, a contração dos músculos exige gasto
energético; já a expiração é um processo passivo. Outra característica importante é que apesar de se tratarem
de músculos estriados esqueléticos, temos sobre eles um controle involuntário do sistema nervoso na maior
parte das vezes.
Você consegue decidir respirar mais rápido ou mais devagar, ou simplesmente parar de respirar, mas quando
os níveis de oxigênio no sangue começam a diminuir, você volta a respirar mesmo contra vontade. Esses
músculos respiratórios são controlados por um automatismo, de maneira que podem se contrair mesmo
quando não estamos controlando. Portanto, você até tem certo controle sobre sua respiração, mas é limitado.
Existe ainda o que chamamos de que acontece quando você decide respirar fundo ou emrespiração forçada, 
práticas esportivas, por exemplo. Nessas situações, além dos músculos que já vimos, temos o auxílio de mais
outros: o músculo esternocleidomastóideo, os escalenos, os intercostais internos e os músculos abdominais.
Veja abaixo as suas localizações.
Figura 42 - Músculos principais e acessórios da respiração. Fonte: Silverthorn, 2010.
Esses músculos auxiliarão na inspiração, aumentando ainda mais o espaço interno, ou seja, diminuindo a
pressão interna para que o ar possa entrar; e na expiração, diminuindo ainda mais a cavidade, ou seja,
aumentando a pressão interna para que o ar saia.
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Chamamos de volume corrente a quantidade de ar expirado em cada respiração normal. O volume inspirado
em uma respiração forçada recebe o nome de capacidade vital. Aprenda no infográfico abaixo sobre os
volumes e as capacidades pulmonares.
Agora que sabemos como o ar consegue entrar e sair e que o sistema nervoso é capaz de controlar esse
processo, podemos seguir em frente para a segunda etapa: hematose.
Não basta ter um pulmão cheio de ar, lembre-se de que nosso objetivo é fazer com que o oxigênio contido no
ar chegue até os demais tecidos. Portanto, a segunda etapa consiste na capacidade de retirar desse ar o
oxigênio e difundi-lo para o sangue; ao mesmo tempo, o sangue enriquecido com gás carbônico (produto do
metabolismo celular) precisa excretá-lo para o meio externo.
Esse processo ocorre por difusão simples, ou seja, sem gasto energético, a favor do gradiente de concentração.
Como já explicado anteriormente e como você pode ver na imagem abaixo, o ar que chega aos alvéolos tem
uma concentração maior do que o sangue em oxigênio. Por outro lado, o sangue possui maior concentração
em gás carbônico do que o ar contido nos alvéolos. Logo, esses gases se difundem do meio mais concentrado
para o menos concentrado.
Figura 43 - Processo de hematose e difusão tecidual. Fonte: Shutterstock.com
Esses gases percorrem a corrente sanguínea de duas formas: diluídos no plasma sanguíneo (cerca de 2%
apenas) e fixados numa proteína chamada (98%), contida no interior das hemácias.hemoglobina
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Figura 44 - Transporte de oxigênio pela hemoglobina. Fonte: Shutterstock.com
Cada hemoglobina possui quatro sítios de ligação, aos quais atribuíram o nome grupo . Para que oheme
oxigênio possa se ligar a esse grupo heme, é necessário a presença de um átomo de ferro. Cada hemoglobina
consegue carregar cerca de quatro oxigênios.
A partir daí, o oxigênio é carregado pelo sangue para todo o corpo e à medida que as hemácias vão passando
pelos capilares sanguíneos, ocorre a terceira etapa: a perfusão tecidual, também por difusão simples.
Agora, assista à videoaula sobre o sistema respiratório e reforce os conceitos aprendidosaté aqui!
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O próximo tema de estudo é acerca do epitélio glandular exócrino. Vamos lá?!
3.4 Epitélio glandular exócrino, tubo digestório e glândulas 
anexas
Você o conhece?
Louis Pasteur em 1881 descobriu a existência de uma bactéria chamada estreptococo 
, maior agente causador de pneumonia no mundo. Ela causa uma infecção pneumonia
pulmonar que dificulta a ventilação pulmonar.
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O tecido epitelial, estudado anteriormente possui além da função de revestimento, a função glandular.
Glândulas são, portanto, formadas por células epiteliais que, isoladamente ou em grupo, possuem a capacidade
de secreção de substâncias. Funcionalmente, existem dois tipos principais de glândulas: exócrinas e
endócrinas. Para conhecer sobre elas, clique nas abas abaixo.
Glândulas exócrinas
São glândulas que secretam substâncias para o meio externo ou para o interior de uma cavidade. Exemplo:
glândulas lacrimais, glândulas salivares, glândulas sudoríparas, entre outras.
Glândulas endócrinas
Secretam substâncias para o interior dos vasos sanguíneos e estas são carregadas para todo o corpo por meio
do sangue. A essas substâncias damos o nome de hormônios.
Neste capítulo, estudaremos as glândulas exócrinas, já as endócrinas serão estudadas mais adiante.
Figura 45 - Morfologia das glândulas. Fonte: Shuttersctok.com
Geralmente, as glândulas exócrinas são constituídas por nas quais é sintetizada eunidades secretoras, 
secretada a secreção, e por ductos excretores que conduzem a secreção. Essas glândulas podem apresentar de
uma a várias unidades secretoras e, um ou muitos ductos excretores.
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Figura 46 - Regiões da glândula exócrina. Fonte: Shuttestock.com
A nas glândulas exócrinas é critério para sua classificação. As glândulas com ducto único sãoramificação
denominadas , as glândulas com ductos ramificados são as . Por fim,glândulas simples glândulas compostas
as glândulas com unidades secretoras ramificadas são denominadas .glândulas ramificadas
Ainda podemos classificar as glândulas exócrinas quanto à . Há dois tipos deforma das unidades secretoras
formato de unidades secretoras: , em forma de tubos, e ou glândulas tubulosas glândulas acinosas alveolares
, que são arredondadas.
Veja na imagem abaixo alguns exemplos de glândulas exócrinas.
Figura 47 - Classificação das glândulas exócrinas. Fonte: Shutterstock.com
Sobre o produto secretado, ele pode ser de origem proteica (glândula serosa) ou de mucinas (glândula
mucosa). Facilmente identificado em cortes histológicos pela sua coloração, geralmente, o produto mucoso
não é corado facilmente, mostrando-se mais claro do que quando comparado a uma glândula serosa.
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Figura 48 - Glândula serosa (A) e glândula mucosa (B). Fonte: Shutterstock.com
As glândulas também apresentam três formas principais de secretar seus produtos: merócrina, apócrina ou
holócrina. Clique nas abas a seguir e aprenda mais sobre elas.
Merócrina
Quando a secreção presente em vesículas é transferida por exocitose.
Apócrina
Quando uma delgada região do citoplasma apical da célula é eliminada juntamente aos grãos de secreção.
Holócrina 
Na região próxima ao ducto excretor as células involuem, morrem e se rompem. Todo o conteúdo das células
se transforma em secreção, que é então conduzida ao longo do seu ducto.
Veja abaixo as características do epitélio glandular.
A compreensão do que é e de que forma as glândulas exócrinas se apresentam será importante para a
compreensão do funcionamento do sistema digestório.
Se te perguntássemos qual a função do sistema digestório, provavelmente você diria digerir. Não está errado,
apenas incompleto. Isso porque digerir significa quebrar em moléculas menores. Os alimentos que nós
consumimos são formados por nutrientes importantíssimos para a sobrevivência de nossas células, portanto,
mais do que quebrar em moléculas menores, precisamos distribuir esses nutrientes para cada um de nossos
tecidos.
Nosso sistema digestório é formado por uma série de estruturas que desempenharão funções desde a preensão
do alimento até a eliminação daquilo que não será absorvido pelo nosso corpo, ou seja, da boca ao ânus.
A cavidade oral será responsável pela preensão, mastigação, digestão e deglutição do alimento. No interior da
boca, encontraremos os dentes. Temos quatro tipos de dentes: incisivos, caninos, pré-molares e molares, que
desempenham funções de corte e maceração dos alimentos.
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Figura 49 - Dentes humanos. Fonte: iStock.com
Os dentes não são ossos. São estruturas rígidas e esbranquiçadas que se articulam com a mandíbula e a maxila.
Sua função é participar da mastigação, com o auxílio de alguns músculos. Alguns desses músculos, já
conhecidos por nós como o , serão os principais responsáveis pelo processo de movimentação dam. masseter
mandíbula, gerando a mastigação dos alimentos.
Figura 50 - Localização anatômica do músculo masseter. Fonte: iStock.com
Porém, os dentes estão localizados em uma “meia lua” fixa. Por isso, caso os alimentos caiam fora da
localização dos dentes, eles não serão mastigados. Assim, para minimizar as possíveis consequências desse
problema, temos o músculo bucinador. O músculo bucinador forma o limite lateral da cavidade oral, as
bochechas.
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Figura 51 - Músculo bucinador, localização anatômica. Fonte: Shuttersttcok.com
Dentre outras funções, esse músculo será responsável por jogar o alimento que caiu no vestíbulo da boca para
a região mais central da cavidade oral. Outro músculo importante na função de preensão será o músculo
orbicular da boca. Cada vez que mordemos um alimento e o jogamos para a cavidade oral a boca se fecha,
mantendo o alimento no seu interior. O músculo principal responsável por essa ação é o músculo orbicular da
boca. O músculo orbicular da boca também forma os lábios superiores e inferiores.
Figura 52 - Músculo orbicular da boca (interior do círculo amarelo). Fonte: Shutterstock.com
O limite superior da boca é formado pela maxila e pelo osso palatino (já conhecido anteriormente), revestido
por epitélio e mucosa, a qual chamaremos de palato duro. Posteriormente ao palato duro, encontraremos o
palato mole, formado por músculos que auxiliarão no processo de deglutição do alimento. A porção final do
palato mole é uma região chamada de úvula palatina (popularmente conhecida como campainha ou sininho),
que impedirá que o alimento suba para a cavidade nasal.
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Figura 53 - Limite superior da cavidade oral. Fonte: Shutterstock.com
E a língua? Pois bem, ela fica no assoalho da cavidade oral e terá um papel importantíssimo em diversas ações
no processo interno da boca. Por possuir fibras musculares em diversos sentidos, ela será capaz de
movimentos nessas mesmas direções. Auxiliando por exemplo o músculo bucinador, enquanto este joga o
alimento para o centro da cavidade oral, a língua joga para a periferia. O movimento alinhado dos dois
músculos faz com que o alimento fique exatamente ao alcance dos dentes.
Além disso, na superfície superior da língua, encontraremos a maior concentração de papilas gustativas (que
possuem terminações nervosas – quimiorreceptores), que são responsáveis pelo paladar. Existem em torno de
quatro tipos de papilas gustativas: papilas fungiformes, papilas foliadas, papilas circunvaladas e papilas
filiformes.
De maneira geral, a percepção de sabor acontece conforme a figura abaixo.
Figura 54 - Áreas de sabor na língua humana: doce, salgado, azedo, amargo e umami.Fonte: Shutterstock.com
Além disso, a língua também auxiliará no processo de deglutição, que abordaremos mais adiante.
O processo de mastigação é classificado como uma digestão mecânica na cavidade oral. No entanto, teremos
também a digestão química, que será realizada com o auxílio de algumas glândulas acessórias denominadas
glândulas salivares.
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Essas glândulas são exócrinas e sua substância secretada para a cavidade oral é a saliva. Essas glândulas estão
espalhadas por toda a cavidade oral, secretando a todo o momento, a fim de garantir a umidade necessária no
interior da boca. No entanto, durante a ingestão a produção é aumentada.
Existem duas classificações para as glândulas salivares: maiores e menores. Há três pares de glândulas
salivares maiores: as glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais. Já as glândulas salivares menores
são as glândulas labial, bucal e palatina, encontradas respectivamente nos lábios, bochechas e palato.
Daremos mais ênfase às glândulas salivares maiores, por serem as maiores produtoras de saliva, sendo que das
três, priorizaremos a glândula salivar parótida.
Figura 55 - Localização anatômica da glândula parótida e seu ducto parotídeo. Fonte: Netter, 2014.
Essa glândula secreta a saliva e a libera para seu ducto (ducto parotídeo) que, assim como a glândula, está
localizado na região externa à cavidade oral. Esse ducto adentra a cavidade oral e libera a saliva na região
posterior da cavidade no vestíbulo da boca.
Sobre a constituição química da saliva, temos três tipos principais: aquelas que produzem uma saliva rica em
amilase, outras que produzem uma saliva rica em mucina e ainda aquelas que chamamos de mistas, por
produzirem ambos os tipos.
A amilase é uma enzima que digere componentes de origem amido, ou seja, carboidratos de maneira geral.
Portanto, a digestão desse grupo alimentar é iniciada na região oral, graças a presença dessas glândulas. A
secreção de mucina (muco) se faz necessária uma vez que o alimento irá passar por canais estreitos que podem
ser lesionados por atrito com o alimento. A secreção da glândula parótida é do tipo serosa, rica na proteína
amilase.
Você sabia?
A parotidite é a infecção viral da glândula parótida, conhecida popularmente como 
caxumba. A caxumba pode ser fatal para crianças pequenas e trazer complicações como 
a infecção dos testículos (orquidite) e possível esterilidade masculina e meningite. A 
melhor maneira de se prevenir da caxumba é a vacinação. A vacina para caxumba é 
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O processo de deglutição se inicia com o levantar da língua, o alimento desliza para a região posterior da boca
e a úvula palatina protege a cavidade nasal, a fim de garantir o sentido único de direção do alimento. Este, será
conduzido para um canal já conhecido anteriormente por nós, a faringe.
Diferente do ar, o alimento não prosseguirá para a laringe, uma vez que a epiglote fechou o canal respiratório.
Portanto, o alimento prosseguirá a caminho do esôfago.
Tanto faringe quanto esôfago serão responsáveis pela condução do alimento de uma região a outra. Isso
acontecerá graças ao muco que envolve o alimento e ao peristaltismo exercido pela musculatura do esôfago.
O esôfago é um tubo de músculo liso que se inicia na altura de sexta vértebra cervical e se estende até o
estômago. Conforme o alimento passa através do esôfago, as glândulas esofágicas secretam muco, que
lubrifica o bolo e protege o esôfago do atrito provocado por alimentos mal mastigados.
O estômago é uma bolsa muscular localizada na cavidade abdominal, mais voltado para a porção esquerda do
abdome. Anatomicamente, o estômago é formado pelas seguintes regiões: cárdia, fundo gástrico, corpo
gástrico, piloro.
A função principal do estômago é a digestão mecânica, quando formada por músculos, ou química e quando
formada pela secreção de enzimas.
Quando o alimento chega ao estômago através da cárdia, a parede do estômago se distende e estimula o
estômago a liberar gastrina. A gastrina aumenta as contrações do estômago e a secreção de suco gástrico pelas
glândulas gástricas. O pH dessa secreção é extremamente ácido, varia de 0,9 a 1,5 e forma o suco gástrico que
contém pepsina, ácido clorídrico, fator intrínseco e enzimas proteolíticas. Diariamente são secretados pela
mucosa gástrica de dois a três litros de suco gástrico.
muito segura (gestantes e imunodeprimidos devem consultar o médico antes de se 
vacinar) e pode ser tomada gratuitamente em postos de saúde do SUS. Não deixe de se 
vacinar com a tríplice viral e vacinar as crianças pequenas. Para saber mais acesse o site
do Ministério da Saúde. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z
>./caxumba/
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/caxumba/
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/caxumba/
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A pepsina contida no suco gástrico é uma enzima de pH ácido e com ação proteolítica. Portanto, aquele
alimento que veio da região oral com pH neutro deverá ser acidificado para poder ser digerido. Dessa forma,
no interior do estômago será secretado, além da pepsina, o ácido clorídrico (HCl), a fim de acidificar a
cavidade estomacal.
Daí surge o questionamento: esse ácido não faz mal ao epitélio estomacal? Faria, se não fosse um epitélio
adaptado. Entre as células de revestimento, encontraremos glândulas mucosas que produzem uma camada
protetora contra o ácido e protegem o estômago da autodigestão.
Justamente porque apenas o epitélio gástrico está preparado para essa condição que se faz necessário dois
esfíncteres, cuja função é manter o alimento ácido no interior do estômago. Esses esfíncteres são a cárdia e o
piloro, que farão limite à região superior do estômago com o limite inferior do esôfago e o limite inferior do
estômago com a porção inicial do intestino delgado, respectivamente.
Figura 56 - Localização dos esfíncteres cárdia e piloro. Fonte: Shutterstock.com
Você o conhece?
Barry J. Marshall e J. Robin Warren ganharam o prêmio Nobel da medicina em 2005 
pela descoberta da . A gastrite é a inflamação crônica na mucosa do Helicobater Pylori
estômago pela bactéria e é responsável por sintomas como sensação Helicobacter Pylori
de dor no estômago, náusea e ou vômitos. Acredita-se que a incidência de gastrite na 
população brasileira seja de até 70% e seu agravamento pode levar à úlcera e até câncer.
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Um mau fechamento da cárdia poderá resultar em refluxo gastroesofágico. Sabe aquela sensação de
queimação quando você vomita ou quando apenas o alimento tenta retornar ao esôfago? Pois bem, essa
sensação ruim é devido ao epitélio esofágico não estar tão bem protegido quanto o epitélio estomacal.
As contrações peristálticas do estômago transformam o bolo alimentar em pequenas partículas e o misturam
com sucos gástricos, formando uma massa semilíquida, o quimo. Em seguida, o quimo é conduzido em
direção ao antro pilórico e é liberado no intestino delgado, dando início à fase intestinal da digestão.
O intestino delgado é um tubo muscular de aproximadamente seis metros de comprimento. Anatomicamente
possui três regiões: duodeno, jejuno e íleo.
Figura 57 - Regiões do intestino delgado: duodeno, jejuno e íleo. Fonte: iStock.com
No duodeno proximal, as glândulas de Brunner também secretam grandes quantidades de muco para lubrificar
e proteger o duodeno contra sucos potencialmente corrosivos do quimo ácido e suco gástrico. O duodeno
produz ainda os hormônios secretina e colecistocinina. As células absortivas consistem em um grande número
de microvilosidades densamente juntas sobre uma membrana plasmática, que contém os mecanismos de
transporte para absorção e produz enzimas para a etapa final na digestão.
A região inicial, duodeno, é também responsável pela digestão lipídica. Associadas a ele temos duas glândulas
anexas de extrema importância: fígado e pâncreas.
Figura 58 - Posição do fígado (A) e do pâncreas (B) no abdome. Fonte: iStock.com
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O fígado é a maior glândula do nosso corpo, com múltiplas funções.

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