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AÇÃO DE FALÊNCIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAPÁ
Supermercados Porto Grande Ltda, pessoa jurídica de direito privado, situada na rua, bairro CEP nº, inscrita no CNPJ sob o nº, contrato social devidamente registrado, com seu representante João Santana, vem respeitosamente, por seu procurador in fine assinado, perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 94 e 97, IV da Lei nº 11.101/05, requerer, o processamento do presente
PEDIDO DE FALÊNCIA
em face de e Ferreira Gomes & Cia Ltda, pessoa jurídica de direito privado, situada na rua, bairro, CEP nº, inscrita no CNPJ/GO sob o nº, cujo contrato social, devidamente registrado, segue anexo, com fulcro no art. 94, I e II, da Lei nº 11.101/2005, juntamente com Art. 97 § 1º e demais disposições legais aplicáveis à espécie, pelos motivos de fato e de direito que se seguem:
I- DOS FATOS
João Santana, representante da empresa Supermercados Porto Grande Ltda, exige a cobrança imediata de diversos débitos em aberto de Ferreira Gomes & Cia Ltda que está em situação financeira crítica desde 2018, com diversos títulos em atraso e cadastro negativo nos órgãos de proteção de crédito juntamente com ação executiva de diversos credores.
O credor apresenta as seguintes cobranças:
Uma nota promissória subscrita por Ferreira Gomes & Cia Ltda no valor de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), com vencimento em 30/09/2019, que foi protestada em 17/03/2020, com medida judicial de sustação de protesto deferida e em vigor;
Boleto de cobrança no valor de R$ 12.900,00 referente ao fornecimento de alimentos no período de janeiro março de 2020, vencido, com repactuação de dívida com parcelamento em seis meses, a contar de outubro de 2020.
23 duplicatas de compra e venda, acompanhadas das faturas vencidas entre os meses de janeiro de 2019 a fevereiro de 2020, com valor total de R$ 310.000,00, todas aceitas por Ferreira Gomes & Cia Ltda e submetidas ao protesto falimentar em 26/03/2020.
Por fim, solicita-se a medida judicial para a execução coletiva dos vens do devedor em caso da procedência do pedido.
II- DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A) DA LEGITIMIDADE ATIVA
Sendo a João Santana empresário, inscrito na junta comercial representante administrador do Supermercados Porto Grande Ltda, abrangido e preenchendo todos os requisitos da Lei nº 11.101/2005.
A Lei de Falência, em seu art. 94, incisos I e II, prevê a possibilidade do Exequente que executa individualmente um título, pedir falência do Executado que não satisfez a execução, acerca dos títulos líquidos, certos e exigíveis firmados por ela:
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I- Sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação liquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a quarenta salários-mínimos na data do pedido de falência;
Nesse sentido, leciona FAZZIO, JR:
“Se, na execução individual, o empresário devedor não paga, não deposita o quantum reclamado ou não nomeia bens à penhora, no prazo legal, o credor pode requere o encerramento da execução singular e ingressar com o pedido de falência do mesmo devedor em processo próprio”.(COELHO, Fábio Ulhôa: Comentários à Nova Lei de Falência e de Recuperação de Empresas: 6 ed: São Paulo: Saraiva, 2009. P. 642)
A corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento de MARLON TOMAZETTE, que preleciona acerca do despacho inicial e citação:
“Estando a petição formalmente adequada e regularmente instruída, o juiz deverá determinar a citação do requerido e, caso se trate de pedido de falência, baseado na impontualidade ou na execução frustrada, o juiz deverá fixar imediatamente os honorários, considerando a possibilidade do depósito elisivo (Lei nº 11.101/2005 – art. 98, parágrafo único)” (TOMAZETTE, Marlon: Falências e Recuperação de Empresas, Curso de Direito Empresarial v.3, ed.3, p 331.)
B) OBRIGAÇÃO LIQUÍDA NÃO PAGA SEM RELEVANTE RAZÃO DE DIREITO
O fato dos títulos executivos se tratar de títulos de crédito, caracterizando títulos executivos, torna líquida a obrigação de pagamento pelo devedor sem razão de direito, sendo que elas já foram cobradas para fim falimentar de acordo com o Art. 94, inciso II Da Lei de Falências: 
Art. 94, inc. I - sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II – Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
Se caracterizam título executivo extrajudicial as duplicatas de compra e venda com finalidade de crédito pela Ferreira Gomes & Cia Ltda como prevê o Art. 784 do Código Processual Civil:
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
Complementando também com a lei específica de duplicadas, se caracterizando no processo aplicável conforme a redação do Art. 15, Inciso I da Lei 5.474/68:
Art. 15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil, quando se tratar: (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)
l - De duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não; (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)
C) DO SALÁRIO MINÍMO
Tendo seu valor total de R$ 310.000,00 ultrapassando o total de 40 salários-mínimos que totalizaria R$44.000,00, sendo de forma válida o pedido de falência pela parte credora conforme prevê o Art. 94, inciso I da Lei 11.101/05:
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I – Sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
D) DAS DUPLICATAS
Como expresso na presente ação, os títulos executivos extrajudiciais, bem como as duplicatas foram cobradas e sem o êxito de recebimento. Após isso, foram a título de protesto pelo credor, prevendo assim na legislação o requisito da presente ação conforme o Art. 94, §3 da Lei 11.101/2005
§ 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.
III- DOS PEDIDOS
Dessarte, por todo o exposto nas linhas volvidas, comparece o autor perante Vossa Excelência para requerer:
a) determinar a citação da Ré, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, contestar a ação em 10 (dez) dias, e/ou depositar a referida importância, devidamente corrigida e acrescida de custas e honorários, nos termos do art. 98, parágrafo único, elidindo assim o decreto de sua quebra, sob pena de, não fazendo nem uma e nem outra coisa, ser-lhe, de imediato, declarada a FALÊNCIA para todos os efeitos legais;
b) apresentada ou não a contestação, seja julgado procedente o pedido, com a consequente declaração da FALÊNCIA da Ré para todos os efeitos legais;
c) seja a Ré condenada ao pagamento do principal, acrescido de juros de mora e correção monetária, custas judiciais e extrajudiciais, além dos honorários sucumbenciais.
Protesta provar o alegado por todos os meios em Direito admitidos, tais como prova documental, a começar pelos documentos que instruem esta exordial, testemunhal, pericial, bem como depoimento pessoal da Ré.
IV – DAS PROVAS
a) 23 duplicatas de compra e venda, acompanhadas das respectivas faturas, exibidas no original, em conformidade com o Art. 9°, parágrafo único, da Lei n° 11.101/2005;
b) Certidões (ou instrumentos) do protesto especial das duplicatas;
c) Certidão do Registro Público de empresas Mercantis ou Junta Comercial do Estadodo Amapá) comprovando a regularidade das atividades do autor na base do Art. 97 da Lei n° 11.101/2005
Dá-se à causa o valor de R$ 310.000,00 (trezentos e dez mil reais), com fulcro no Art. 292, inciso I, do Código Processual Civil.
Nestes termos, pede deferimento.
Cidade, __de_____de_____
Advogado
OAB XXXX

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