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1 UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CAMPUS BRASÍLIA BRUNO PIRES CRISTIANO LINO DOS SANTOS ELETRIFICAÇÃO RURAL UTILIZANDO ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA BRASÍLIA 2017 2 BRUNO PIRES & CRISTIANO LINO DOS SANTOS ELETRIFICAÇÃO RURAL UTILIZANDO ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO apresentado como requisito parcial, para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Elétrica do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia, da Universidade Paulista, Campus Brasília. Orientador: Michel Moreale Co-Orientador: (se houver) nome BRASÍLIA 2017 FICHA CATALOGRÁFICA 3 GUIA de normalização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista / Biblioteca Universidade Paulista, UNIP. / revisada e atualizada pelas bibliotecárias Alice Horiuch e Bruna OrglerSchiavi – 2014. 55 p. : il. color. 1. NORMALIZAÇÃO. 2. TRABALHOS ACADÊMICOS. 3. ABNT. I. Biblioteca Universidade Paulista REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Bruno Pires e Cristiano Lino dos Santos (2017), “ELETRIFICAÇÃO RURAL UTILIZANDO ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA”, Trabalho de Conclusão de Curso. Publicação do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia ICET da Universidade Paulista – UNIP, Campus Brasília , Brasília DF. 35 p. CESSÃO DE DIREITO AUTORES: Bruno Pires e Cristiano Lino dos Santos TÍTULO: Eletrificação Rural Utilizando Energia Solar Fotovoltaica GRAU: Bacharel ANO: 2017 É concedida à Universidade Paulista, permissão para reproduzir cópias deste trabalho de conclusão de Curso, para emprestar, ou vender tais cópias, somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor/autores reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desse Trabalho de conclusão de Curso, pode ser reproduzido sem autorização por escrito do autor. 4 Autoria de Bruno Pires e Cristiano Lino dos Santos, intitulado “Eletrificação Rural Utilizando Energia Solar Fotovoltaica”, TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Elétrica do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia, da Universidade Paulista, Campus Brasília, em (Data da aprovação), defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: _________________________________________________ NOME do Orientador: (titulação). UNIP-DF (Orientador) _________________________________________________ NOME do Co-Orientador: (se houver) (titulação). UNIP-DF ( Co-Orientador) __________________________________________________ (Nome do membro da banca) (titulação). UNIP-DF (Examinador) __________________________________________________ (Nome do membro da banca) (titulação). UNIP-DF (Examinador) 5 AGRADECIMENTOS Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе minha vida, е nãо somente nestes anos como universitária, mаs que еm todos оs momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer. Agradeço а todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а mim, nãо somente pоr terem mе ensinado, mаs por terem mе feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs meus eternos agradecimentos. Ao mеυ pai qυе apesar dе todas аs dificuldades mе fortaleceu е qυе pаrа mіm foi muito importante. A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ muito obrigado. 6 PIRES, Bruno e SANTOS, Cristiano Lino dos. Eletrificação Rural Utilizando Energia Solar Fotovoltaica. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO. Curso de Bacharelado em Engenharia Elétrica do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia, da Universidade Paulista, Campus Brasília, 2017. RESUMO O Sol é a fonte de energia mais abundante e intensa ao alcance da Terra. Carência de se fazer energia acompanhou o aumento da qualidade humana e teve uma alta no momento em que, na Revolução Industrial, começou-se a queimar combustíveis fósseis para gerar energia. Por causa disso, nos dias de hoje, investe-se bastante em formas de geração de energia renováveis, isto é, que agridem pouco o meio ambiente, conseguindo, dessa maneira, agradar as necessidades do povo. As células fotovoltaicas são responsáveis por essa transformação e estão recebendo cada vez mais investimentos, uma vez que é um meio de geração de energia inteiramente limpo, no qual se utiliza uma fonte de energia abundante, se considerada a escala de período terrestre. Analisando o desempenho, consegue-se notar que, se tornada mais aberto, essa tecnologia, as células fotovoltaicas, poderão fazer grande parte da base energética do Mundo de uma forma completamente sustentável. Palavras-chave: Energia solar, célula fotovoltaica, geração de energia elétrica. Cristiano Highlight 7 Pires, Bruno e SANTOS, Cristiano Lino dos. Eletrificação Rural Utilizando Energia Solar Fotovoltaica e em inglês. Monograph of the Bachelor of Electrical Engineering. Paulista University, 2017. ABSTRACT The Sun, the star king, is the most abundant and intense source of energy within reach of the Earth. lack of energy has accompanied the increase in human quality and was discharged at a time when the Industrial Revolution began to burn fossil fuels to generate energy. Because of this, these days, you invest heavily in forms of renewable energy generation, that is, that do little harm to the environment, thereby managing to satisfy the needs of the people. Photovoltaic cells are responsible for this transformation and are receiving more and more investments, since it is an entirely clean energy generation medium, in which an abundant energy source is used, considering the terrestrial period scale. Analyzing performance, we note that, if made more open, this technology, photovoltaic cells, can make much of the energy base of the World in a completely sustainable way. Keywords: Solar energy, photovoltaic cell, electric power generation. Keywords: Solar energy, photovoltaic cell, electric power generation. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Índices percentuais de não atendimento rural, por Estado Fonte: Eletronorte, 2006 12 Figura 2: - Distribuição dos domicílios rurais não atendidos pelas regiões do Brasil. 12 Figura 3: Sistema solar fotovoltaico isolado 14 Figura 4: Residências rurais eletrificadas com sistema fotovoltaico 15 Figura 5: Corte de um Módulo Fotovoltaico 16 Figura 6: Controlador de Carga paralelo (shunt) 20 Figura 7: Controlador de carga série (shunt) 21 Figura 8: Inversor CC para CA 21 Figura 9: Configuração Básica de um Sistema Fotovoltaico Isolado 23 Figura 10: Sistema Fotovoltaico Híbrido para CargasndenCorrente Alternada e Contínua 24 Figura 11: Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede Elétrica 25 Figura 12: Modalidades Tecnológicas mais utilizadas nos Sistemas de Bombeamento Fotovoltaico 26 Figura 13: Exemplos de Configuração de Sistemas de Bombeamento Fotovoltaico 27 Figura 14: Radiação Solar Global Diária – Média Anual Típica (Wh/m.dia) 31 Figura 15: Evolução da Produção Mundial de Módulos Fotovoltaicos 32 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Tipos de Baterias 17 Tabela 2: Custo Domiciliar da Eletrificação Rural 29 Tabela 3: Custos Relativos ao Investimento Inicial Sistema Fotovoltaico 30 Tabela 4: Custo Direitos de Fabricação de Módulos Fotovoltaicos 31 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................11 1.1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................111.2 A EXCLUSÃO ELÉTRICA NO BRASIL ..................................................................11 1.3 OBJETIVO .....................................................................................................12 1.3.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS................................................................13 2 DESENVOLVIMENTO ..........................................................................................14 2.1 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA ................................................................14 2.2 SISTEMA FOTOVOLTAICO......................................................................................14 2.3 GERADOR FOTOVOLTAICO ..........................................................................15 2.3.1 BATERIAS ................................................................................................16 2.3.1.1 TIPOS DE BATERIAS .......................................................................................................................................16 2.3.1.2 CARACTERISTICA DAS BATERIAS....................................................................................................................17 2.3.2 CONTROLADORES DE CARGA..............................................................19 2.3.3 INVERSOR CC PARA CA.........................................................................21 2.3.4 CONVERSOR DE CC PARA CC ..............................................................21 2.4 TIPOS DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ......................................................22 2.4.1 SISTEMAS ISOLADOS.............................................................................22 2.4.3 SISTEMAS CONECTADOS À REDE........................................................24 2.4.4 SISTEMS DE BOMBEAMENTO D’AGUA.................................................26 2.5 SUSTENTABILIDADE......................................................................................27 2.6 ASPECTOS ECONOMICOS............................................................................28 2.7 PERSPECTIVAS .............................................................................................31 2.7.1 PROGRAMA DE INCENTIVO...................................................................32 2.7.1.1 PRODEEM ......................................................................................................................................................33 2.7.1.2 PROGRAMA “LUZ PARA TODOS” ..................................................................................................................33 3 CONCLUSÃO ........................................................................................................34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................35 11 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO Os preços elevados do petróleo, a imediata necessidade de proteção do meio ambiente, as dificuldades de geração de energia elétrica em diversas regiões remotas do país apontam para o adiantamento de fontes de energias eficientes, limpas e não poluentes, acarretando vantagens sociais, econômicas e ambientais. A atuação mundial por fontes de energias alternativas é abundância em função do potencial de benefícios econômicos, sociais e ambientais que são gerados. Restrições ambientais estão fazendo com que a indústria utilize os resíduos dos processos agrícolas e industriais para geração de energia por meio da biomassa. É uma saída eficaz para eletrificação de comunidades rurais isoladas, postos de saúde, bombeamento de água, aguagem e luminosidade pública. O sol abundante no decorrer de todo o ano estimula o uso da energia solar para a fabricação de energia elétrica e térmica por meio de painéis solares e células fotovoltaicas. 1.2 A EXCLUSÃO ELÉTRICA NO BRASIL “O desafio do atendimento em energia elétrica no Brasil é proporcional ao enfrentamento do alto nível de desigualdade social e regional do País” (ELETRONORTE, 2006). Cerca de 2 milhões de domicílios rurais não são atendidos por energia elétrica (10 milhões de pessoas), correspondendo a 80% do total nacional e cerca de 90% dessas famílias possuem renda inferior a 3 salários mínimos (ELETRONORTE, 2006). A Figura 01 mostra o índice percentual de exclusão de eletrificação rural por Estados e a figura 02 ilustra a distribuição dos domicílios rurais não atendidos pelas regiões do Brasil. 12 Figura 1: Índices percentuais de não atendimento rural, por Estado Fonte: Eletronorte, 2006 Figura 2: - Distribuição dos domicílios rurais não atendidos pelas regiões do Brasil. Fonte: Eletronorte, 2006 As regiões Norte e Nordeste contem os maiores índices de afastamento elétrica. As famílias sem acesso a energia são de baixa renda e, na maior parte, localizadas nas localidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A implantação de energia nas áreas rurais contribui para o progresso econômico, financeiro e social dos municípios, reduzindo o emigração rural e os impactos financeiros e sociais dele consecutivos, melhorando a qualidade de vida como o acesso a serviços de saúde, educação, abastecimento de água, comunicação e saneamento. O alto nível de debandada das residências no povoado, as grandes distâncias até a série de abastecimento, o alto esforço de setor de linhas de abastecimento viabilizam a implantação da energia fotovoltaica. 1.3 OBJETIVO Esse trabalho visa abordar os aspectos da eletrificação Rural em regiões isoladas e locais de complicado acesso, bem como analisar os vantagens e Cristiano Highlight 13 potencialidades do uso de sistemas fotovoltaicos adotados como alternativa de pré- eletrificação rural pelas concessionárias em atendimento à legislação da Aneel que disciplina esse programa 1.3.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS Mostrar a viabilidade do sistema fotovoltaico na geração de eletricidade em regiões isoladas; Cristiano Highlight 14 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA A energia solar fotovoltaica é a energia obtida por intermédio da comutação direta da luz em eletricidade (efeito fotovoltaico). O efeito fotovoltaico, relatado por Edmond Becquerel, em 1839, é o aparecimento de uma diferença de potencial nos extremos de uma estrutura de material semicondutor, criada pela absorvimento da luz. A célula fotovoltaica é a unidade essencial do processamento de comutação. 2.2 SISTEMA FOTOVOLTAICO Um dos principais fatores para a bem sucedida utilização de um sistema fotovoltaico é a confiabilidade dos componentes que o integram. Torna-se fundamental uma avaliação técnica criteriosa destes componentes, bem como o conhecimento dos parâmetros que os caracterizam e qualificam, observando ainda suas aplicações e limitações. A figura 03 mostra um sistema solar fotovoltaico isolado. Figura 3: Sistema solar fotovoltaico isolado Fonte: Panorama energético. Curso de energia solar fotovoltaica, a eletricidade que vem do sol. A figura 04 mostra residências rurais alimentadas por sistema fotovoltaico Cristiano Highlight Cristiano Sticky Note Temos uma situação de d uma estação fotovoltaico numa residencial, isolada do norte do Brasil. Cristiano Sticky Note Nessa estalação temo os componente de uma estalação, como painel, bateria, inversor de corrente, regulador de bateria , mostrando como funciona uma estalação fotovoltaica. 15 Figura 4: Residências rurais eletrificadas com sistema fotovoltaico Fonte: Workshop Rio06 - Fotovoltaica na eletrificação rural. Apresentação da Coelba. Rio de Janeiro/2006 2.3 GERADOR FOTOVOLTAICO Esse equipamento permite converter de modo direto em energia elétrica a energia derivado do sol que incide na sua superfície. Cada módulo fotovoltaico, composto por células de materiais semicondutores, similarmente chamadas de células solares, é o causador da comutação daradiação solar em eletricidade, por intermédio do acontecimento físico conhecido por “resultado fotovoltaico”. As células solares comerciais, frequentemente elaboradas a base de silício com alto nível de pureza são encapsuladas de forma a proporcionar proteção contra intempéries, permitindo ao mesmo tempo um caminho óptico para a luz. Cada célula é capaz de oferecer uma tensão de poucos Volts (V), mais ou menos 0,5 V e uma corrente entre 13 1,5 e 4,5 Ampéres (A), sendo essencial a acoplamento em série de um certo número de células para criar tensões adequadas às aplicações elétricas. Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Sticky Note Os material que são usado numa placa são; Pefil de borracha, vidro, encapsulante (EVA), Célula fotovoltaica (tedlar) e marco de aluminio Cristiano Highlight Cristiano Sticky Note Temos tecnologia mais avançada para aconha a direção do sol, ja nas maioria das pessoas de baixa renda fazem isso manual mente virando a placa pra onde o sol a ponta. Cristiano Highlight 16 Figura 5: Corte de um Módulo Fotovoltaico FONTE: (PRIEB, 2002) A eficiência de conversão do processamento fotovoltaico está de modo direto relacionada com a parcela do espectro solar absorvida pelas células, uma vez que somente os fótons que efetivamente forem absorvidos pelo material semicondutor é que contribuirão para a geração da corrente elétrica. Ao iluminar uma célula solar, cria-se uma diferença de potencial em seus pólos que pode ser usada para criar um trabalho. 2.3.1 BATERIAS Devido às características de variabilidade da radiação solar, a eletricidade produzida pelos módulos fotovoltaicos apresenta níveis variáveis dependendo das condições de insolação. Durante a noite, não há nenhuma geração e, no início da manhã ou no final da tarde, os níveis de energia elétrica gerados são baixos. Entretanto, na maioria das aplicações de sistemas isolados, necessita-se que a energia elétrica esteja disponível durante as 24 horas do dia e, principalmente, à noite para iluminação. O armazenamento da energia elétrica contínua gerada pelos módulos é normalmente realizado através de acumuladores elétricos ou baterias. 2.3.1.1 TIPOS DE BATERIAS A tabela 1 apresenta algumas características de diversos tipos de baterias disponíveis comercialmente e em desenvolvimento. Existem as baterias Cristiano Highlight Cristiano Highlight 17 automotivas, especificamente projetadas para veículos onde se desejam correntes elevadas e onde ocorrem poucas descargas profundas. Existem as baterias próprias para tração, como as utilizadas em veículos elétricos, adequadas às descargas profundas, características dessa aplicação. As baterias estacionárias, usadas como backup em condições de emergência, trabalham mais em flutuação, fornecendo energia para a carga com esporádicos ciclos mais profundos de descarga e carga. Já as baterias fotovoltaicas trabalham com ciclos diários de carga e descarga com esporádicos ciclos mais profundos em épocas de chuva. Tipos de baterías Densidade de energia Wh/kg (. 'usto IJSS/kWh Vida útil (1) ciclos Convencionais Chumbo - ácida 10-30 80-160 500 2000 Níquel - cadmio 10 - 4? 100-700 >1000 Níquel - ferro 22 - 45 500 >2000 Níquel zinco 60 - 90 250 550 Em desenvolvimento Células de combustível >2000 Lítio-sulfeto metálico 100 - 225 20-30 1000 Níquel hidrogênio 44 - 60 >2000 >3000 Sódio - enxofre 120-250 400- 1200 900-2000 Zinco - bromo 65- 75 500 - 1500 600 1800 Zinco — cloro 60-90 500-800 1 - Para profundidade de descargas de 60 a 80% Tabela 1: Tipos de Baterias As baterias mais utilizadas em sistemas fotovoltaicos são as de chumbo- ácido. Existem baterias especificamente projetadas para sistemas fotovoltaicos que levam em conta as características próprias desse tipo de aplicação. Deve ser evitado o uso de baterias automotivas comuns utilizadas em veículos. 2.3.1.2 CARACTERISTICA DAS BATERIAS As características das baterias para sistemas fotovoltaicos são assim definidas: Tensão - As baterias mais utilizadas em sistemas fotovoltaicos são de 12 V de tensão nominal, sendo também usadas baterias de 6 V. Esta é a tensão nominal já que a tensão realmente presente nos terminais da bateria depende de sua condição de carga e do fornecimento ou solicitação externa de energia. Normalmente a bateria está a plena carga com 14,3 V, não devendo receber mais corrente e, quando atinge 11,3 V, as cargas devem ser desligadas. Essas providências aumentam a vida útil da bateria. Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight 18 Capacidade de armazenamento de energia - Quanto maior é a capacidade da bateria em armazenar energia, maior autonomia de funcionamento na ausência de radiação solar tem o sistema. A capacidade das baterias determina o número de dias que um dado pode fornecer energia para os equipamentos consumidores sem a presença do sol. Esta capacidade pode ser expressa em Wh ou kWh, mas a forma mais comum é expressá-la em Ah (Ampère-hora). Esta unidade quantifica a corrente elétrica que se pode tirar em determinado tempo da bateria considerando-se condições específicas de descarga, temperatura e tensão mínima. Uma bateria típica utilizada em sistemas fotovoltaicos tem uma capacidade nominal de descarga de 110 Ah em 20 horas - referência a 25°C. Isto significa que se pode tirar 5,5 A durante 20 h quando a temperatura é de 25°C ou 55A durante 2 horas . Entretanto, à medida que a descarga for mais rápida do que o especificado, a capacidade da bateria será ligeiramente diminuída. É preciso considerar que não se deve usar normalmente toda a capacidade da bateria, pois, quando a profundidade da descarga ultrapassa 50% da capacidade total, ocorre uma descarga profunda. Este tipo de descarga reduz a vida útil da bateria e deve ser evitada. Autodescarga - As baterias, devido a seus processos internos, estão permanentemente se descarregando, mesmo quando não conectadas a um circuito externo. Considerando que a energia solar fotovoltaica é normalmente gerada em pequena escala, deve-se reduzir ao mínimo essa energia perdida internamente. O ideal é que essa autodescarga não ultrapasse 4% ao mês. Eficiência - Mostra a relação entre a energia retirada de uma bateria e a quantidade de energia que se tem de colocar para que ela volte ao mesmo estado de carga anterior. Considerando o ciclo diário de carga e descarga das baterias em sistemas fotovoltaicos, é importante que estas apresentem nível de eficiência elevado. Vida útil - A vida útil de uma bateria termina quando ela não consegue mais armazenar 80% da energia que armazenava quando nova. Isso significa que ela precisa ser substituída. E é um problema quando se considera que os sistemas fotovoltaicos estão situados em locais remotos, distantes de centros de manutenção. Além disso, os custos das baterias são relativamente altos para muitos usuários. Portanto, é importante que as baterias para sistemas fotovoltaicos tenham vida longa, de preferência acima de 3 ou 4 anos. Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight 19 Manutenção - Podem ser usadas em sistemas fotovoltaicos tanto as baterias abertas, que necessitam de inspeção periódica do eletrólito e eventual adição de água, quanto as baterias seladas, do tipo "livre de manutenção”, sem necessidade de reposição de água. Em aplicações pequenas em locais remotos, sem estrutura de manutenção, é recomendável que se use a bateria selada. Na compra de baterias, deve-se procurar examinar a documentação técnica do fabricante, principalmente: ciclo de vida para operação em sistemas fotovoltaicos com descarga de 20%; eficiência média por ciclo carga-descarga, tensão máxima de recarga; se há exigência de equalizaçõesperiódicas das baterias, qual é a periodicidade e os parâmetros a serem utilizados; corrente de carga; capacidade útil em Ah a uma corrente determinada; gráficos de números de ciclos versus profundidade de descarga, capacidade versus temperatura; tensão versus peso específico do eletrólito (mostrando região de formação de gás); tempo de vida projetado e taxa de autodescarga. 2.3.2 CONTROLADORES DE CARGA Os controladores de carga são componentes indispensáveis para o sistema fotovoltaico, pois permitem o controle do limite de carga que os módulos de baterias podem receber evitando desta forma a sua queima por sobrecarga e conseqüente aumento do ciclo de vida destes módulos. São especificados pela tensão de trabalho dos módulos e da corrente. Sua capacidade deve superar a corrente total dos painéis a serem conectados. Caso a corrente supere o valor do controlador, deve ser considerada a possibilidade de divisão de instalação. São compostos por um circuito de controle e outro de comutação. O circuito de controle monitora as grandezas do sistema, como tensão, corrente e temperatura na bateria, processando essas informações e gerando sinais de controle que são utilizados para comandar o circuito de comutação. O circuito de comutação é formado por chaves semicondutoras que controlam a tensão e/ou a corrente de carga ou de descarga das baterias. As principais funções atribuídas aos controladores de carga das baterias são: providenciar o carregamento da bateria Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight 20 evitar sobrecarga na bateria bloquear corrente reversa entre a bateria e o painel prevenir descargas profundas (no caso de baterias chumbo-ácido) Existem basicamente dois tipos de controladores, os que são conectados em paralelo e os que são conectados em série. Os controladores conectados em paralelo são constituídos de transistores que dissipam a potência gerada em excesso, quando a tensão nos pólos da bateria atingir um determinado valor. A tensão de corte recomendada é de 2,35 V / elemento 20 quando a temperatura for de 25ºC. Neste caso, é conveniente instalar um diodo de bloqueio entre a bateria e o transistor para evitar dissipação da energia das baterias através dos transistores. Os controladores conectados em série desconectam os painéis das baterias quando a tensão atinge um determinado valor pré-fixado. O interruptor utilizado pode ser um dispositivo eletromecânico, como um relé, ou estático, por exemplo, um transistor. Para a proteção de sobrecarga, desconecta-se o gerador fotovoltaico da bateria quando a tensão em seus pólos atinge cerca de 2,45 V / elemento, voltando a conectá-la quando a tensão cair para 2,2 V / elemento. Para a proteção de sobredescarga, desconecta-se a carga da bateria quando a tensão em seus pólos atingir um valor determinado pela profundidade de descarga máxima estipulada para o subsistema de acumulação em questão. O controlador de carga volta a conectar a carga na bateria quando a tensão nos pólos desta atingir cerca de 2,1 V / elemento. Estes valores de tensão podem variar segundo o tipo e o regime de trabalho dos acumuladores. Figura 6: Controlador de Carga paralelo (shunt) Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight 21 Figura 7: Controlador de carga série (shunt) Fonte: Alvarenga. Energia Solar, UFLA/FAEPE 2001 2.3.3 INVERSOR CC PARA CA Muitos equipamentos consumidores existentes no mercado, principalmente eletrodomésticos, estão disponíveis apenas em corrente alternada, usualmente na faixa de 127 V e 220 V. Alvarenga (2001) descreve que o mercado ainda não disponibiliza, em corrente contínua, toda a gama de equipamentos que podem ser usados em sistemas fotovoltaicos, destacando-se principalmente televisores, videocassetes e antenas parabólicas. A função do inversor é transformar a energia elétrica contínua das baterias em energia elétrica alternada adequada para os consumidores. Trabalham com tensões de entrada de 12, 24, 48 ou 120 Vcc e convertem para 120 ou 240 Vac na freqüência de 50 ou 60 Hz. Os inversores permitem usar equipamentos disponíveis no mercado. Como se eleva o nível de tensão de trabalho, reduz o diâmetro dos cabos elétricos e as perdas ôhmicas já que se trabalha com correntes menores. A especificação técnica de cada tipo de inversor dependerá da necessidade de acordo com a capacidade de geração das placas fotovoltaicas e dos tipos de consumidores (Figura 08). Figura 8: Inversor CC para CA Fonte: Solar Brasil Outubro/2004 2.3.4 CONVERSOR DE CC PARA CC 22 De acordo com Alvarenga (2001), muitas instalações isoladas não utilizam inversores, o que reduz o custo e a complexidade e aumenta a eficiência do sistema. Nesses casos, todos os equipamentos consumidores devem ser adequados para trabalharem com corrente contínua. A tensão usual em pequenos sistemas é de 12 Vcc, variando normalmente de acordo com o estado das baterias entre 11,5 e 14,5Vcc. Entretanto, existem aparelhos eletrodomésticos que operam com pilhas, que trabalham com tensões menores, múltiplas de 1,5 Vcc que é a tensão de uma pilha. Enquadram-se nesse caso os rádios transistorizados, gravadores, aparelhos de CD e pequenos televisores, muito comuns principalmente em residências rurais. Os conversares CC/CC são utilizados para tornar disponíveis essas tensões, permitindo aos usuários economizarem os recursos que seriam gastos com pilhas. Tais aparelhos ainda não são comuns no mercado, mas tendem a ser mais facilmente encontrados à medida que os sistemas a baterias forem sendo disseminados. 2.4 TIPOS DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS Os sistemas fotovoltaicos podem ser classificados em quatro categorias distintas: isolados, híbridos, conectados à rede e de bombeamento de água. O emprego de cada um dos sistemas depende diretamente da finalidade do uso final, da avaliação econômica, do nível de confiabilidade e de características específicas do projeto. 2.4.1 SISTEMAS ISOLADOS Também conhecidos como autônomos, isto é, independentes da rede elétrica convencional, estes sistemas utilizam alguma forma de armazenamento de energia. Este armazenamento é obtido através de baterias, as quais são associadas a um dispositivo de controle de carga e de descarga. A figura 09 representa a configuração básica de um sistema fotovoltaico isolado. Cristiano Highlight Cristiano Highlight 23 Figura 9: Configuração Básica de um Sistema Fotovoltaico Isolado FONTE:(FILHO, 2003) O painel solar, através dos módulos fotovoltaicos, carrega as baterias durante os períodos de insolação. Estas baterias fornecem energia elétrica ao sistema. As cargas cc podem ser alimentadas diretamente pela bateria. O inversor será necessário para a alimentação das cargas de corrente alternada (ca). O controlador de carga é responsável pela vida útil da bateria, impedindo-a de carregar ou descarregar demasiadamente (ALVARENGA, 2001). Cristiano Highlight 24 2.4.2 SISTEMAS HÍBRIDOS Consistem na combinação de outros sistemas fotovoltaicos com outras fontes de energia que assegurem a carga das baterias na ausência de sol. As fontes de energia auxiliares podem ser, geradores eólicos, diesel, gás, gasolina e outros combustíveis (figura 10). Figura 10: Sistema Fotovoltaico Híbrido para CargasndenCorrente Alternada e Contínua FONTE:(ALVARENGA, 2001) Devem possuir sistemas de controle mais eficientes que os sistemas isolados de pequeno porte, pois são mais complexos devido à integração de várias formas de geração de energia elétrica. São utilizados em sistemas de maior porte, com potência gerada na faixa de dezenas e centenas de quilowatt-hora-pico (kWp). Devido a grande complexidade de arranjos e multiplicidade de opções, a forma de otimização do sistema torna-se um estudo particular para cada caso, exigindoainda uma criteriosa análise econômica. 2.4.3 SISTEMAS CONECTADOS À REDE Representam uma fonte complementar ao sistema elétrico de grande porte ao qual estão conectados. Normalmente não utilizam armazenamento de energia, pois toda a gerada é entregue diretamente à rede. Para a injeção de energia na rede são utilizados inversores especiais que devem satisfazer a severas exigências de qualidade e de segurança. 25 A potência fotovoltaica instalada neste tipo de sistema é muito variável, podendo atingir centenas de kWp em centrais fotovoltaicas e dezenas de kWp para alimentação de cargas residenciais. Figura 11: Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede Elétrica FONTE:(CRESESB, 2006) A figura 07 representa um sistema fotovoltaico residencial conectado à rede elétrica de distribuição, onde normalmente a energia é injetada na rede de baixa tensão e o medidor do usuário é bidirecional, efetuando um balanço entre a energia gerada e a consumida. Cristiano Highlight 26 2.4.4 SISTEMS DE BOMBEAMENTO D’AGUA Este sistema representa uma variação de um sistema isolado com uma característica específica, dispensando o armazenamento de energia, pois a água é armazenada em reservatórios, através de bombeamento. Um sistema de bombeamento fotovoltaico típico consiste basicamente de gerador fotovoltaico, sistema de acondicionamento de potência, conjunto moto bomba e equipamentos complementares. A figura 12 representa as modalidades tecnológicas mais utilizadas nos sistemas de bombeamento fotovoltaico. Figura 12: Modalidades Tecnológicas mais utilizadas nos Sistemas de Bombeamento Fotovoltaico FONTE:(FEDRIZZI, 1997) A figura 13 ilustra algumas das possíveis configurações utilizadas neste tipo de sistema, sendo: Configuração A : grupo motobomba submersa Configuração B: bomba submersa e motor em superfície Configuração C: grupo motobomba flutuante Configuração D: grupo motobomba em superfície Cristiano Highlight Cristiano Highlight 27 Figura 13: Exemplos de Configuração de Sistemas de Bombeamento Fotovoltaico FONTE:(FEDRIZZI, 1997) 2.5 SUSTENTABILIDADE Para garantir a sustentabilidade destes projetos, é necessária a realização de ações como, diagnóstico e o levantamento do perfil sócio-econômico-energético da comunidade; a capacitação e formação dos usuários; o correto dimensionamento do sistema; a instalação dentro de requisitos e normas técnicas e o monitoramento. Para que um programa de eletrificação rural, utilizando a energia solar fotovoltaica, tenha sucesso, não basta apenas instalar os equipamentos, é necessário um trabalho de capacitação, manutenção, assistência técnica e gerenciamento do novo recurso energético, que as comunidades passarão a utilizar. A capacitação e informação são uma exigência quando se trata de implantar eletrificação rural fotovoltaica. O usuário é um dos objetivos maiores da capacitação. Na maioria dos casos, a eletricidade é um fator completamente novo na vida destas 28 pessoas, o que requer uma extensa campanha de informação e educação, motivando o uso racional da eletricidade proporcionada pelos sistemas fotovoltaicos. O usuário deve participar diretamente na manutenção preventiva, requerida pelos equipamentos utilizados. A capacitação técnica dos usuários pode ser feita através de cursos sobre o uso e a gestão dos sistemas com energia solar e a formação da modalidade, eletricista solar . O treinamento e capacitação fornecidos aos usuários devem permitir que o gerenciamento técnico, administrativo e financeiro, seja realizado pelos próprios beneficiários da eletricidade solar. A manutenção seja ela, preventiva ou corretiva é de fundamental importância para garantir que o sistema de geração de energia elétrica local com energia solar possa funcionar por toda a vida útil do sistema. Devido à ausência de assistência técnica por um longo período, o estado de abandono das instalações de energia fotovoltaica, pode gerar na população um descrédito quanto à tecnologia solar, prejudicando imensamente a trajetória de uma das alternativas mais promissoras para a eletrificação de comunidades rurais. A reposição de peças e serviços deve se valer de esquemas que garantam a disponibilidade local de peças de reposição (ex.: lâmpadas, inversores eletrônicos, baterias, etc.,) e serviços de manutenção são fundamentais para a eficácia do programa em longo prazo. Um sistema fotovoltaico deve durar ao menos vinte anos fornecendo serviço útil, se as condições acima mencionadas forem levadas em conta. 2.6 ASPECTOS ECONOMICOS A viabilidade econômica da instalação de um sistema fotovoltaico depende do custo de produção de eletricidade cobrir os custos suplementares em relação ao sistema de atendimento convencional. No caso de instalações em propriedades rurais isoladas os custos de produção de eletricidade, utilizando um sistema fotovoltaico, geralmente são comparados com os custos relacionados à expansão da rede elétrica convencional. A avaliação do custo de eletricidade para o sistema fotovoltaico leva em consideração os investimentos necessários na aquisição, instalação e os gastos na manutenção do sistema. As linhas de distribuição no meio rural podem ser trifásicas ou monofásicas (NAPER, 2006) dependendo da carga a ser alimentada e das perspectivas de Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight Cristiano Highlight 29 expansão do sistema, mas como as necessidades energéticas do consumidor rural de baixa renda são pequenas e, por haver pouca ou nenhuma perspectiva de aumento da demanda de energia elétrica devido aos fatores sócio-econômicos, o modelo mais utilizado para as linhas de distribuição é a linha Monofásica com Retorno por Terra (MRT- Alumínio). TABELA 02 CUSTO DOMICILIAR DA ELETRIFICAÇÃO RURAL CONVENCIONAL EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE RESIDÊNCIAS A SEREM ATENDIDAS E DA DISTÂNCIA À REDE ELÉTRICA. Tabela 2: Custo Domiciliar da Eletrificação Rural Valores em dólar FONTE: (NAPER, 2006) Analisando o sistema de eletrificação rural convencional, verifica-se que os custos crescem com a distância da linha de distribuição e diminui com o aumento do número de residências beneficiadas (tabela 01). No sistema fotovoltaico, os custos permanecerão constantes pois o sistema é dimensionado para uso específico, não possuindo variáveis. A tabela 02 mostra a composição de custos de um sistema fotovoltaico autônomo para uma residência rural. Cristiano Highlight 30 TABELA 03 CUSTOS RELATIVOS AO INVESTIMENTO INICIAL SISTEMA FOTOVOLTAICO RESIDENCIAL (EQUIPAMENTOS E MÃO DE OBRA). Tabela 3: Custos Relativos ao Investimento Inicial Sistema Fotovoltaico Valores em dólar FONTE:(NAPER, 2006) A viabilidade econômica deve ser analisada caso a caso, observando os critérios técnicos a serem adotados, tais como, a distância do consumidor em relação à linha de distribuição mais próxima e do número de domicílios a serem atendidos. Para uma edificação rural isolada, ou seja, distante da rede elétrica convencional, torna-se clara que a opção pelo sistema fotovoltaico torna-se bem mais vantajosa economicamente. De acordo com ALVARENGA (2000), os custos de sistemas fotovoltaicos vêm reduzindo com o aperfeiçoamento dos processos de fabricação, com o aumento de escala de produção e com o aumento da concorrência. A tabela 03 indica os custos com a fabricação de módulos fotovoltaicos e as projeções de declínio de preços. Cristiano Highlight 31 TABELA 04 - CUSTOS DIRETOS DE FABRICAÇÃO DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS – US$/Wp Tabela 4: Custo Direitos de Fabricação de Módulos Fotovoltaicos 2.7 PERSPECTIVAS O Brasil apresenta uma das melhores condições para o uso da energia solar, com uma das maiores médias de radiação, principalmente na região Nordeste,conforme observado figura 14. Figura 14: Radiação Solar Global Diária – Média Anual Típica (Wh/m.dia) Cristiano Highlight 32 FONTE: (ANEEL, 2006) Embora a tecnologia fotovoltaica venha sendo usada no Brasil nas últimas duas décadas, somente recentemente vem sendo reconhecida como uma opção potencial para localidades e domicílios situados longe da rede de distribuição de energia elétrica. O avanço da tecnologia, principalmente na área de energia solar, vem criando opções para a geração alternativa de eletricidade, com a vantagem de ser não poluente. Altas taxas de eficiência na conversão luz-eletricidade , obtidas através de novas tecnologias, significam que mais energia poderá ser gerada por célula, reduzindo o custo de cada unidade de eletricidade (watt) gerada e aumentando o fator de escala de utilização de sistemas fotovoltaicos no futuro. A utilização da energia solar fotovoltaica teve nos últimos anos um acelerado crescimento, como observado na figura 15. Figura 15: Evolução da Produção Mundial de Módulos Fotovoltaicos (FONTE: GREENPEACE, 2006) O incremento no crescimento observado na figura 12 se deve aos programas de incentivo para ampliar a geração de eletricidade com fontes renováveis visando reduzir a emissão de gases de efeito estufa. 2.7.1 PROGRAMA DE INCENTIVO No Brasil foram formulados e implementados alguns programas de difusão dessa tecnologia consolidando grupos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Cristiano Highlight 33 2.7.1.1 PRODEEM Desde 1995 está em vigência no Brasil um programa de grande porte de caráter publico, PRODEEM (Programa de Desenvolvimento de Estados e Municípios, MME1 ). O Programa, baseado principalmente nos sistemas fotovoltaicos, destina-se a melhorar as condições de vida da população rural 1 instalando de equipamentos de eletrificação rural, incluindo sistemas de bombeamento. Três tipos de sistemas fotovoltaicos autônomos têm sido empregados no PRODEEM: sistemas fotovoltaicos de geração de energia elétrica, sistemas fotovoltaicos de bombeamento d’água e sistemas fotovoltaicos de iluminação pública. Pela importância social que possui é fundamental a continuidade do PRODEEM. Entretanto, diante de grandes dificuldades, especialmente na falta de recursos para assistência técnica e manutenção dos equipamentos, o PRODEEM está parcialmente paralisado. 2.7.1.2 PROGRAMA “LUZ PARA TODOS” O Programa “Luz para Todos”, instituído através do Decreto n. º 4.873 de 11 de novembro de 2003, é uma iniciativa do governo federal que conta com a parceria dos governos estaduais e das distribuidoras de energia elétrica. O objetivo é levar eletricidade a mais de doze milhões de pessoas, em todo o território nacional, até 2008, com investimentos estimados em sete bilhões.de reais O mercado-alvo do programa são os pequenos produtores rurais, que utilizarão a energia como bem de consumo e, quando aplicável, como fator de produção em processos agropecuários. É também um programa de caráter social, o que pode ser expresso pelo fato de que todas as ligações efetuadas não terão participação financeira dos beneficiados. O programa contempla o atendimento das demandas do meio rural mediante de uma das três possibilidades: extensões de redes de distribuição, sistemas de geração descentralizada com redes isoladas ou sistemas individuais. Para a escolha de cada possibilidade são analisados os critérios técnicos, econômicos, ambientais e sociais. Cristiano Highlight 34 Os sistemas de geração individuais compreendem as seguintes opções tecnológicas: Hidroeletricidade Solar fotovoltaica Energia eólica Biomassa Gerador diesel Sistemas híbridos Para atendimentos domiciliares, utilizando o sistema de geração individual, o programa prevê além da implantação do sistema, a distribuição interna completa, isto é, fiação, eletrodutos, disjuntores de proteção, tomadas, lâmpadas e demais materiais de instalações. Nos locais onde a rede convencional não se mostrar viável, ou seja, em áreas remotas e isoladas com difícil acesso à rede elétrica, serão instalados sistemas com painéis fotovoltaicos. 3 CONCLUSÃO A indústria solar é um elemento-chave para diminuir a emissão de gases geradores do efeito- estufa. uso de painéis solares fotovoltaicos criará milhões de empregos e levará eletricidade a bilhões de indivíduos que hoje não abrange acesso à rede elétrica. adiantamento da energia solar, tanto como fonte térmica quanto elétrica, é uma das opção energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios do novo milênio. A energia solar, abastado, limpa e permanente, renovável a cada dia, que não polui nem sequer prejudica o ecossistema é a saída ideal para áreas afastadas e também não eletrificadas, especificamente num país como o Brasil no qual se encontram bons índices de insolação em qualquer parte do país. Os nichos de mercado são capazes de e precisam ser atendidos por sistemas fotovoltaicos autônomos, reduzindo o custo total da eletrificação rural de áreas ainda não servidas, permitindo que um número maior de consumidores seja atendido. No Brasil, a falta de uma política nacional que incentive o emprego de energia fotovoltaica nas residências das grandes metrópoles está associada ao imposto de importação bastante elevado com relação às células fotovoltaicas. 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Ministério de Minas e Energia, 2003. Manual do Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia. Disponíveis em http://www.mme.gov.br e http://www.prodeem.mme.gov.br. Acesso em set. 2007. 2. ELETRONORTE, 2006. Exclusão Elétrica. Disponível em http://www.eletronorte.gov.br. Acesso em jun. 2007. 3. Panorama Energético, 2007. Curso de energia solar fotovoltaica, a eletricidade que vem do sol. Disponível em http://www.panoramaenergetico.com. Acesso em set. 2007. 4. Notícias do Greenpeace Brasil, 2007. Disponível em http://www.greenpeace.org.br. Acesso em jun. 2007. 5. Revista Mundo Lusíada on line. Economia. Disponível em http://www.mundolusiada.com.br/ECONOMIA/econ163 mar07.htm. Acesso em jun. 2007. 6. Custo médio do atendimento por sistema fotovoltaico no mercado nacional. Acesso em out. 2007. Disponível em http://www.solenerg.com.br 7. Revista Eco 21, Julho 2004. ANO XIV, Edição 92. Acesso em out. 2007. Disponível em www.eco21.com.br 8. Fábio Rosa. Melhores Práticas de Gestão em Geração Descentralizadas, Porto Alegre, 2007. Disponível em www.ideaas.org.com.br. Acesso em 27 de out. 2007. 9. Governo do Chile, 2005. Sistemas fotovoltaicos de electrificación para vivendas rurales. Remoçión de barreras para la electrificación rural com energias renovables. Disponível em www.renovables-rural.cl. Acesso em out. 2007. 10. COELBA. Apresentação de Uso de Sistemas Individuais de Geração Fotovoltaica. Workshop Rio de Janeiro, novembro de 2006. 11. CEMIG. Manual de Utilização de Sistemas Fotovoltaicos para Eletrificação Rural. Junho de 2003. 12. CEMIG. Luz para Todos. Manual de Projetos. Abril de 2004. 13. CEMIG. Especificação Técnica Sistemas Fotovoltaicos para Eletrificação Rural. Julho de 2006. 14. Alvarenga, Carlos Alberto. Energia Solar. Lavras: UFLA / FAEPE, 2001.
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