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Tubas Uterinas e Ovário → A anatomia das tubas: → As tubas são formadas pela camada adventícia, parede muscular, epitélio, lúmem e tecido conjuntivo. Doenças Inflamatórias das Tubas Salpingite Supurativa → Dentre os organismos piogênicos estão, principalmente: Gonococcus, que representa 60% das infecções e Chlamydia. → Essa condição gera um abcesso tubo-ovariano e desencadeia uma doença inflamatória pélvica (DIP). Salpingite Tuberculosa → É raro com 1 a 2% de casos nos EUA. Hidrossalpingite → É a obstrução das tubas pelo acumulo de liquido, secundário a infecções, endometrioses e cirurgias ginecológicas. → Geralmente, não manifesta sintomas, mas pode acarretar prejuízo a fertilidade. → Ocorre a proliferação de epitélio do tipo tubário, o qual contem células colunares ciliadas e secretoras, em locais extra tubários. A imagem abaixo mostra essa proliferação no peritônio. Cistos Tubários Cistos Paratubários → É a lesão primaria mais comum das tubas, eles são pequenos e translucentes, cerca de 0,1 a 0,2 cm. → A incidência de maiores lesões ocorre na região das fímbrias e ligamentos, sendo chamados Hidatites de Margagni. → Parecem ter origem em remanescentes do ducto Mulleriano. → Na microscopia vemos epitélio seroso benigno do tipo tubário. Gestação Ectópica Tubária Endometriose Tubária → Ocorre focos de glândula e estroma endometrial na parede tubária. Tumores da Tuba Uterina Adenocarcinoma Seroso Primário → É uma massa tumoral predominantemente tubaria, sendo palpável. → Ela pode desencadear sangramento ou secreção anormal e cerca de 50% dos casos são diagnosticados no estágio I. → Tem uma progressão agressiva e ocorrera morte em 40% em até 5 anos. Tumor Adenomatoide → Também conhecido como mesotelioma benigno, sendo o mais comum da tuba. → Pode acometer a subserosa ou mesosalpinge em mulheres na meia idade. → São semelhantes aos tumores adenomatoides dos testículos e epidídimos. → Na macroscopia vemos nódulo unilateral branco amarelado e circunscrito. → Já na microscopia vemos espaços tubulares de tamanho variável composto por células achatadas. Além disso, possui hiperplasia do musculo liso e folículos linfoides com mitoses raras. Cistos Ovarianos → São as lesões mais comuns do parênquima ovariano e podem ser funcionais ou não. Folículos Císticos → São comuns e apresentam múltiplos folículos com fluido seroso claro, originados dos folículos maduros, os de Graaf, não rompidos. → Quando são maiores do que 2 cm de diâmetro são considerados cistos foliculares. Cistos Luteínicos → Também chamados de cistos de corpo lúteo e aparecem em ovários normais de mulheres em idade reprodutiva. → Na macroscopia vemos um cisto de parede aparelho brilhante com hemorragia quando há rompimento. → Na microscopia vemos células da granulosa luteinizadas. Cistos de Inclusão do Epitélio de Superfície → São originários da invaginação do epitélio celômico da superfície cortical do ovário. Endometrioma → Também chamado de cisto endometriótico ou cisto chocolate. Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) → Também chamada de síndrome de Stein-Leventhal, acomete cerca de 6 a 10% das mulheres em idade reprodutiva. → Possui uma desordem endócrina complexa: ↪ Hiperandrogenismo; ↪ Alteração da menstruação; ↪ Ovário policístico; ↪ Anovulação crônica; ↪ Redução da fertilidade. → Possui uma associação com obesidade, DM II e aterosclerose prematura. → A etiologia é pouco compreendida, mas acredita-se ter relação com a produção excessiva e desregulação das enzimas que realizam a biossíntese do andrógeno, também está associada a resistência insulínica e metabolismo de gordura. → Vemos na macroscopia numerosos folículos císticos, que causam um aumento do tamanho ovariano. → Na microscopia vemos uma hiperplasia cortical estromal. Doenças Inflamatórias dos Ovários Ooforites → Incomuns e raramente possuem base autoimune. Doença Inflamatória Pélvica (DIP) → É desencadeada por uma infecção polimicrobiana do trato genital superior, que engloba endométrio, tubas, ovários e peritônio pélvico, de mulheres em idade reprodutiva. → Dentre os principais agentes estão o Gonococcus, Chlamydia e bactérias entéricas. → Ocorre abcesso tubo-ovariano. Neoplasia de Ovário → A neoplasia possui diferentes linhagens: ↪ Epiteliais, que são derivados da superfície ovariana: → São as mais frequentes e com maior taxa de letalidade dentre os tumores ginecológicos, sendo que a sobrevida em 5 anos é de 30%. → Geralmente é assintomático e, por isso, possui diagnóstico tardio, sendo que mais de 2/3 já é encontrado em estágio avançado. → O diagnóstico é feito pelo USG e RM, esse último possui maior acurácia para malignidade. Por isso, a associação de USG e RM diminui os falsos positivos. • Também é usado o marcador tumoral CA 125: idade inferior a 50 anos, esse marcador elevado indica tumores malignos em 25% dos casos; idade superior a 50 anos, o marcador elevado indica tumores malignos em 80% dos casos. Quando os marcados se apresentam acima de 100u/ml indica uma associação a câncer mesmo em jovens. ⭑ Esse marcador tumoral pode estar elevado em DIP, leiomioma, gravidez e endometriose. ↪ Células germinativas; ↪ Cordão sexual-estromal. Tumores Epiteliais → Corresponder a cerca de 85 a 90% das neoplasias ovarianas, sendo que 80% ocorre na pós menopausa. → A gravidez e multiparidade reduz risco de acometimento, além de que o uso de ACO atua como fator protetor. → 10% é hereditário devido a mutações. → Eles podem ser classificados de acordo com o grau e tipo: ↪ Baixo grau - Tipo I: inclui carcinoma seroso, mucinoso, endometrioide e células claras de baixo grau. A maioria se apresenta em estágio I e são desenvolvidos através da via precursora tumor borderline-carcinoma, possui um prognostico favorável. A foto abaixo indica um carcinoma seroso de baixo grau: ↪ Alto grau – Tipo II: inclui carcinoma seroso de alto grau e carcinoma indiferenciado, sendo que a maioria se apresenta nos estádios III/IV. Não possui lesão precursora e tem curso agressivo e diagnóstico desfavorável. A foto abaixo indica um carcinoma seroso de alto grau: Carcinoma Seroso → Na macroscopia vemos acometimento bilateral, com cistos sólidos, formação de papilas e crescimento exofítico ou endofítico. → Na microscopia apresenta corpos psamomatosos com microcalcificações. → Existem duas teorias para a carcinogênese que não são muito aceitas pelo fato de não existir evidencias de lesões precursoras no epitélio ovariano: ↪ Fathalla diz que a ovulação gera uma ruptura e um consequente reparo do tecido, o que desencadeia uma transformação maligna; ↪ Scully diz que a ovulação gera uma ruptura e um consequente reparo do tecido, o que desencadeia a formação de cistos de inclusão, que progridem para metaplasia Mulleriana e posterior transformação maligna. ↪ Sendo assim, acredita-se que há uma relação com a neoplasia intraepitelial tubária (NIT), pelo fato de ela estar presente em 61% dos casos de alto grau. → A neoplasia quando primaria na tuba uterina causa envolvimento posterior do ovário e peritônio; → A neoplasia quando primaria em ovário e peritônio, gera um desenvolvimento secundário pagetoide da tuba uterina. → Já origem nas tubas uterinas existe a presença de NIT tanto nas pacientes com predisposição genética, quanto nas sem. A preferência das NIT se dá nas fimbrias e estão presentes nos casos primários de tuba. → A NIT não está presente em todos os casos, por isso, acredita-se que uma parte pode ser proveniente da superfície ovariana. → Os critérios de avaliação do sitio primário da neoplasia levam em consideração o local de predomínioda doença: ↪ Doença peritoneal, onde os ovários não são aumentados e morfologia serosa; ↪ Doença ovariana; ↪ Doença tubária. → A metaplasia ocorre quando há uma mudança de uma célula diferenciada em outra, sendo que as células devem manter as características de celular tronco pluripotentes. → Dualidade da carcinogênese: ↪ Tipo I: de baixo grau, os serosos, mucinosos, endometrioides, células claras e Brenner. → São pouco agressivos e diagnosticados em estágios precoces. → São associados a cistadenomas e tumores de borderline. • A carcinogênese começa na superfície ovariana, que é acometida por cistos de inclusão, os quais progridem para metaplasia Mulleriana, causando desenvolvimento de lesões precursoras e posterior transformação maligna. Tem crescimento lento e ficam confinados ao ovário. ↪ Tipo II: são de alto grau e incluem serosos, endometrioide, carcinossarcoma e indiferenciado. → São agressivos e diagnosticados em estágios tardios. → Não possuem lesões precursoras. • A carcinogênese começa na superfície ovariana, que é acometida por cistos de inclusão, os quais progridem para metaplasia mulleriana, causando desenvolvimento de lesões precursoras e posterior transformação maligna. A tuba uterina pode ser o sitio de origem da maioria, o crescimento é rápido e agressivo. → O tratamento é a retirada cirúrgica das tubas de forma profilática em pacientes de alto risco. Cistadenoma Seroso → Macroscopicamente ele apresenta cistos multi ou uniloculares, com conteúdo liquido seroso, paredes lisas e sem formação de papilas. → Na microscopia: Tumor Seroso Borderline → A lesão é complexa e papilífera, apresenta atipia celular sem invasão estromal. → Na microscopia: Carcinoma Mucinoso → Em 95% dos casos tem acometimento unilateral com cistos multinoculados, tem um tamanho de aproximadamente 10cm. → Microscopicamente vemos uma invasão estromal → Devemos, obrigatoriamente, descartar metástases do TGI (colón, apêndice, pâncreas e estomago), mama e colo uterino. Cistadenoma Endometrioide → 25% dos casos são associados a endometriose. → Sua macroscopia evidencia cistos com conteúdo seroso ou hemorrágico. Tumor Borderline Endometrioide Carcinoma Endometrioide → Na macroscopia vemos um grande volume, com cerca de 10cm, são unilaterais, apresentam áreas hemorrágicas e cistos sólidos. Adenofibroma de Células Claras Tumor de Células Claras Borderline Carcinoma de Células Claras → É unilateral, com tamanho médio de 15 cm, podendo ser solido ou cístico. → Na microscopia, apresenta padrão túbulo cístico, papilar ou solido. As respectivas imagens estão abaixo: → Os tumores de alto grau são indicados para cirurgia redutora e posterior quimioterapia com platina-taxano. → A recorrência acontece cerca de 30 a 40% em 12 meses e a taxa de sobrevida em 5 anos é de 30%. As taxas de sobrevida de carcinomas epiteliais estão abaixo. Teratoma Maduro → Esse tumor é composto por tecidos maduros derivados de 2 ou 3 camadas germinativas, a ectoderme, mesoderme e endoderme. → Representa cerca de 20% dos tumores ovarianos, acometendo mulheres em idade reprodutiva. → A clínica se apresenta com massa abdominal e dor. Fibroma Ovariano → É um tumor estromal composto de células fibroblasticas com quantidade variável de estroma, sendo o tumor ovariano estromal mais comum. → A clínica apresentada é, em geral, assintomática e pode acometer qualquer idade. Tumor de Células da Granulosa do Adulto → É composto por células da granulosa com padrões variados de crescimento e proporção variável de fibroblastos e células teca. → A clínica é dor abdominal, sangramento e peri menopausa.
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