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Fisiopatologia Trato genital feminino Desenvolvimento e anatomia do trato genital feminino Embriologia e anatomia do trato genital feminino No início do desenvolvimento, os ductos mesonéfricos e müllerianos se fundem ao seio urogenital para formar o tubérculo mülleriano. No momento do nascimento, os ductos müllerianos já se fundiram para formar as tubas uterinas, o útero e a endocérvice, fundindo-se com a mucosa vaginal escamosa. Os ductos mesonéfricos regridem, mas podem ser encontrados como vestígios no ovário, anexos e colo uterino (ducto de Gartner). As células germinativas surgem na parede do saco vitelino até a 4ª semana de gestação. Até a 5ª ou 6ª semana, elas migram para a crista urogenital e induzem a proliferação do epitélio mesodérmico, que gera o epitélio e o estroma do ovário. Os ductos de Müller laterais se formam aproximadamente na 6ª semana de desenvolvimento através da invaginação e fusão do epitélio de revestimento do celoma. Os ductos de Müller crescem progressivamente em direção caudal para entrar na pelve, onde se curvam em direção medial para se fundir com o seio urogenital no tubérculo de Mülle. A continuação do crescimento caudal coloca esses ductos fundidos em contato com o seio urogenital. As porções superiores não fundidas dos ductos de Müller amadurecem para se tornar as tubas uterinas, enquanto a porção inferior fundida se desenvolve para formar o útero, o colo uterino, e a parte superior da vagina. O seio urogenital se desenvolve quando a cloaca é subdividida pelo septo urorretal; ele forma, no final, a parte inferior da vagina e o vestíbulo da genitália externa. Normalmente os ductos mesonéfricos regridem nas mulheres, porém vestígios podem persistir na vida adulta como inclusões epiteliais adjacentes aos ovários, tubas e útero. No colo uterino e na vagina esses vestígios podem ser císticos e são chamados de cistos do ducto de Gartner. O revestimento epitelial do trato genital feminino e a superfície ovariana têm origem comum a partir do epitélio celômico (mesotélio), o que pode explicar porque aparecem lesões benignas e malignas morfologicamente semelhantes em vários locais dentro do trato genital feminino e das superfícies peritoneais adjacentes. Infecções • Microorganismos como Candida, Trichomonas e Gardnerella são extremamente comuns; • Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia são comum, importantes na infertilidade feminina; • Infecções por Ureaplasma urealyticum e Mycoplasma hominis estão implicadas em partos prematuros (pré-termo); 7Vírus, especialmente Herpes simples (HSVs) causam ulcerações genitais dolorosas, e o papilomavírus humanos (HPVs) estão envolvidos na patogenia de cânceres cervicais, vaginais e vulvares. Infecções do trato genital inferior Vírus do Herpes Simples: • Infecção comum, por frequência do colo uterino, a vagina e a vulva, em dois sorotipos. • HSV-1 infecções orofaríngea • HSV-2 mucosa genital e a pele. • 1/3 dos indivíduos infectados é sintomático, e as lesões se desenvolvem tipicamente de 3 a 7 dias após a transmissão, associadas frequentemente a sintomas sistêmicos como febre, mal-estar, e linfonodos inguinais sensíveis. • No início, consiste em papilas vermelhas que evoluem para vesículas, e para úlceras coalescentes dolorosas, visíveis mais em pele e mucosa vulvares, enquanto as lesões cervicais ou vaginais apresentam secreção purulenta intensa e dor pélvica, e quando a lesão está ao redor da uretra podem causar micção dolorosa e retenção urinária. • Taxa de transmissão: alta durante a infecção ativa pelas vesículas e ulceras conterem partículas virais, e a cicatrização de lesões da pele e de mucosa ocorrem espontaneamente em 1 a 3 semanas, mas durante a infecção aguda o vírus migra para os gânglios nervosos lombossacrais regionais, estabelecendo uma infecção latente, que persistem indefinidamente, e qualquer redução da função imunológica, ou estresse, trauma, radiação UV e alterações hormonais, pode desencadear a reativação do vírus e a recorrência das lesões da pele e mucosa. • Morfologia: Biopsia é feita na fase de ulcera, onde o epitélio fica descamado, com inflamação aguda acentuada no leito da úlcera, com células escamosas multinucleadas contendo inclusões virais eosinófilas a basófilas, com um aspecto de vidro fosco; a transmissão ocorre principalmente durante a fase ativa, sendo IST, mulheres são mais suscetíveis; a consequência mais grave é a transmissão ao RN durante o parto; • Diagnóstico: se baseia nos achados clínicos típicos e na detecção de HSV, no aspirado do exsudato purulento das lesões e inoculado em uma cultura de tecido; • Tratamento: não existe nenhum eficaz para HSV latente, contudo agentes antivirais como aciclovir ou fanciclovir podem reduzir a duração da fase sintomática inicial e recorrente. Molusco contagioso: • Lesão cutânea ou das mucosas, causada por um poxvirus, de 4 tipos (MCV-1 a 4), o MCV-1 é mais prevalente e o MCV-2 é o mais frequente transmitido por contato sexual. • As infecções são comuns em crianças de 2 a 12 anos de idade e são transmitidas por contato direto ou artigos compartilhados. Pode afetar qualquer área da pele, mais comum no tronco, braços e pernas. • Em adultos, tem transmissão sexual e afetam os genitais, a porção inferior do abdome, as nádegas e a parte interna das coxas. Período de incubação de 6 semanas. • Diagnostico por aspecto clinico: característico de pápulas peroladas em forma de cúpula com uma depressão central, medem de 1 a 5mm de diâmetro, seu núcleo ceroso central contém células com inclusões virais intracitoplasmáticas; Infecções fúngicas, especialmente aquelas causadas por leveduras (CANDIDA): • São muito comuns, pois as leveduras fazem parte da microflora vaginal, e o desenvolvimento da candidíase sintomática é resultado de uma perturbação no ecossistema microbiano vaginal da paciente. DM, uso de antibióticos, gravidez e condições que resultem em comprometimento da função dos neutrófilos ou da célula T Th17. • São permissivos com a infecção fúngica sintomática, que se manifesta por prurido vulvovaginal acentuado, eritema, inchaço e secreção vaginal semelhante a leite coalhado. • Quando grave pode resultar em ulceração da mucosa; • Diagnostico é pelo encontrado de pseudoesporos ou hifas fúngicas filamentosas, ao se adicionar solução de KOH na lâmina preparada com secreção ou no esfregaço de Papanicolau; não é considerada uma IST Trichomonas vaginalis: • Protozoário ovoide flagelado, transmitido geralmente pelo contato sexual, que se desenvolve de 4 dias a 4 semanas. • Podem ser assintomáticas, ou podem queixar-se de uma secreção vaginal amarela e espumosa, desconforto vulvovaginal, disúria e dispareunia. • As mucosas vaginais apresentam aspecto vermelho-vivo, com acentuada dilatação dos vasos da mucosa cervical e resultam em um aspecto colposcópio característico de - colo uterino em morango. Gardnerella vaginalis • Principal causa de vaginose bacteriana - Vaginite, é um bacilo gram-negativo, as pacientes apresentam secreção vaginal fina, verde-acizentada, com odor desagradável (de peixe). • O esfregaço Papanicolaou revela células escamosas superficiais e intermediárias recobertas por cocobacilos com aspecto piloso. • Em grávidas, podem implicar em parto pré-termo. Ureaplasma urealyticum e Mycoplasma hominis: Alguns casos de vaginite e cervicite, associados à corioamnionite e ao parto prematuro; Chlamydia trachomatis: Forma de cervicite, pode se ascender até o útero e as tubas uterinas, resultando em endometrite e salpingite, sendo uma das causas de DIP. Infecções envolvendo os tratos genitais inferior e superior Doença inflamatória pélvica (DIP): • Mais comum por Neisseria gonorrhoeae, ou Clamydia; • É uma infecção que começa na vulva ou na vagina e se espalha para cima envolvendo a maioria das estruturas dosistema genital feminino, resultando em dor pélvica, sensibilidade dos anexos, febre e secreção vaginal. • As infecções puerperais são causas importantes de DIP, são causadas por polimicrobianos como estafilococos, estreptococos, coliformes e pelo Clostridium perfringens. • Com o gonococo, as reações inflamatórias começam ~2 a 7 dias após a inoculação, iniciando em mucosa endocervical ou na glândula de Bartholin e em outras glândulas vestibulares ou periuretrais, é caracterizada pela inflamado agudo acentuado das superfícies mucosas envolvidas, com diplococos gram-negativos, geralmente poupam o endométrio ao se espalhar, mas causam salpingite superlativa aguda, com mucosa contesta e infiltrada difusamente por neutrófilos, plasmócitos e linfócitos, a luz das tubas é preenchida por um exsudato purulenta que pode vazar pelas fímbrias da extremidade do órgão, e se propagar até o ovário, criando uma Salpingooforite. • Coleções de pus podem se acumular dentro do ovário e da tuba (abscessos tubo-ovariano) ou no lúmen da tuba (piossalpinge); • As infecções bacterianas não gonocócicas, surgem num aborto induzido, dilatação e curetagem do útero se disseminam a partir do útero pra cima, pelos canais linfáticos ou venosos, e não pela superfície mucosa, tendem a produzir mais inflamação dentro das camadas mais profundas dos órgãos, se disseminam através da parede para envolver a serosa, os ligamentos largos, as estruturas pélvicas e o peritônio. • A Bacteremia é uma complicação mais frequente da DIP estreptocócica ou estafilocócica que de infecções gonocócicas. Vulva Cisto de Bartholin: • As infecções produzem uma inflamação aguda (adenite) e pode resultar em abscesso, são relativamente comuns, ocorre em todas as idades, e resultam da obstrução dos ductos por um processo inflamatório. • Os cistos são revestidos por um epitélio transicional ou escamosos, cresce até 3 a 5 cm de diâmetro e produz dor e desconforto local. São excitados ou abertos permanentemente (marsupialização). Distúrbios epiteliais não neoplásicos: Líquen escleroso: placas ou máculas lisas, que com o tempo podem ficar maiores e coalescer, produzindo uma superfície que lembra porcelana ou papel-pergaminho. Quando a vulva toda é afetada, os lábios se tornam atróficos e aglutinados, e o orifício vaginal contrai-se. • Histologicamente: Adelgaçamento acentuado da epiderme, degradação das células basais, queratinização excessiva (hiperqueratose), mudanças escleróticas da derme superficial e por um infiltrado linfocítico em forma de faixa na derme subjacente. Mais comum após menopausa; patogenia incerta, mas a presença de células T ativadas no infiltrado inflamatório subepitelial e a maior frenquência de doenças autoimunes concomitantes sugerem que está envolvida uma reação autoimune. Hiperplasia de Células Escamosas (líquen simples crônico): • Distrofia hiperplásica, é uma condição inespecífica resultante da fricção ou arranhadura da pele para aliviar o prurido. • Se apresenta como uma leucoplasia, e o exame histológico revela um espessamento da epiderme (acantose) e hiperqueratose. • O epitelio hiperplásico exibe uma atividade mitótica sem atipia celular, e mesmo sem ser considerada pré-maligna, pode apresentar nas margens dos cânceres vulvares. Lesões Exofíticas benignas: Condiloma Acuminado: são verrugas genitais benignas causadas por HPVs de baixo risco, principalmente HPV-6 e 11. Geralmente multifocais, evolvendo regiões vulvares, perineal e perianal, vaginal e menos comum colo uterino. São lesões idênticas as encontradas no penis e ao redor do ânus em homens. • Histologia: consiste em eixo conjuntivo arborescente, exofítico, papilar, coberto por epitélio escamosos espessado, o epitélio superficial exibe alterações de atipia coilocitótica, que se manifestam como um aumento nuclear, hipercromasia e um halo citoplasmático perinuclear. • Não são considerados lesões pré-cancerosas. Lesões Neoplásicas Escamosas: Neoplasia Intraepitelial vulvar e Carcinoma Vulvar • Carcinoma vulvar é uma neoplasia maligna incomum, acima de 60 anos. São divididos em dois grupos: Carcinomas basaloides e verrucosos relacionados à infecção com HPVs de alto risco, HPV-16, acontece em pacientes mais jovens; se desenvolve a partir de neoplasia intraepitelial vulvar clássica (NIV), em mulheres de idade reprodutiva, inclui lesões designadas anteriormente como carcinoma in situ ou doença de Bowen. • Os fatores de risco são sexarca precoce, múltiplos parceiros sexuais, ou parceiro com múltiplos parceiros, estão relacionadas à infecção por HPV. • A NIV é multicêntrica, com regressão espontânea na NIV clássica. O risco de progressão para carcinoma invasor é mais alto em mulheres com mais de 45 anos de idade ou em imunossuprimidas. • NIV clássica se apresenta como uma lesão branca discreta (hiperqueratótica) ou como uma lesão levemente elevada e pigmentada. Com espessamento epidérmico, atipia nuclear, aumento de mitoses e falta de maturação celular, os carcinomas que surgem a partir disso podem ser exofíticos ou endurecidos, com ulceração central. O Carcinoma basaloides consistem em ninhos e cordões de células pequenas, agrupadas de modo compacto, que não apresentam maturação e lembram a camada basal do epitélio normal. O tumor pode possuir focos de necrose central. O carcinoma verrucoso é caracterizado por arquitetura exofítica e papilar, e atipia coilocitótica proeminente. Carcinomas queratinizantes de células escamosas sem relação com a infecção por HPV • São mais comum e ocorre em mulheres mais idosas; com histórico de longa data de líquen escleroso ou hiperplasia das células escamosas (líquen simples crônico), e não está relacionado ao HPV, pico na 8º década de vida; surge de uma lesão precursora denominada lesão intraepitelial vulvar diferenciada (NIV diferenciada) ou NIV simples. • Tem sido postulado que a irritação epitelial crônica no líquen escleroso ou no líquen simples pode contribuir para uma evolução gradual para o fenótipo maligno. • A NIV diferenciada é caracterizada pela atipia acentuada da camada basal do epitélio escamoso e uma diferenciação de aparência normal das camadas mais superficiais. • Os carcinomas queratinizantes invasores de células escamosas que surgem na NIV diferenciada contêm ninhos e línguas de epitélio escamoso maligno com proeminentes pérolas de queratina centrais. OBS: o risco de desenvolvimento de câncer na NIV depende da duração e extensão da doença, e da condição imunológica do paciente. OBS: Os carcinoma invasores associados ao líquen escleroso, líquen simples crônico e a NIV diferenciada podem se desenvolver de maneira traiçoeira, podendo ser erroneamente interpretado como dermatite ou leucoplasia por longos períodos. A disseminação inicial, metastático, deles ocorre para os linfonodos inguinais, pélvicos, ilíacos e periaórticos, onde ocorrer disseminação linfo-hematogênica para os pulmões, fígado e para outros órgãos internos. Lesões neoplásicas glandulares Hidradenoma papilífero Apresenta-se como um nódulo bem circunscrito, comumente nos lábios maiores ou nas pregas interlabiais, com tendencia a ulceração, sendo confundido clinicamente com carcinoma. • Histologia: idêntica ao papiloma intraductal da mama, e consiste em projeções papilares cobertas com duas camadas de células: o Uma camada superior de células secretoras colunares que cobre uma camada mais profunda de células mioepiteliais aplanadas. Vagina Neoplasias pré-malignas e malignas da vagina A maioria dos tumores benignos da vagina ocorre em mulheres em idade reprodutiva, inclui tumores estromais (pólipos estromais), leiomiomas e hemangiomas. Os malignos mais comum é a propagação do carcinoma do colo uterino, seguido por um carcinoma de células escamosas primário da vagina. Crianças podem desenvolver uma malignidade única e rara - Rabdomiossarcomaembrionário (sarcoma botrioide). Neoplasia intraepitelial vaginal e carcinoma de células escamosas: Quase todos os carcinomas primários da vagina consistem em carcinomas de células escamosas associados a HPVs de alto risco. O carcinoma de células escamosas da vagina surge a partir de uma lesão pré-maligna, a neoplasia intraepitelial vaginal, análoga às lesões intraepiteliais escamosas cervicais. O tumor invasor afeta a porção posterior da vagina, particularmente a parede posterior na junção com a ectocérvice. As lesões nos dois terços inferiores da vagina metastatizam para os linfonodos inguinais, enquanto as lesões da parte superior da vagina tendem a envolver os linfonodos ilíacos regionais. Rabdomiossarcoma embrionário • Sarcoma botrioide, tumor vaginal incomum, composto por rabdomioblastos embrionários malignos, + frequentes em bebês e crianças menores de 5 anos. Tem a tendencia de crescer como massas polipoides, arredondadas e volumosas, que têm a aparência e consistência de cachos de uvas (botrioide). • As células tumorais são pequenas, núcleos ovais, com pequenas protrusões de citoplasmas a partir de uma extremidade, parecidas com uma raquete de tênis. Raro as estriações (diferenciação muscular) são observadas no citoplasma. Abaixo do epitélio vaginal, as células tumorais estão aglomeradas na camada de câmbio, porém profundamente estão situadas em meio a um estroma fibromixomatoso frouxo, que é edematoso e pode conter muitas células inflamatórias. • Pode ser confundidas com pólipos inflamatórios benignos. Os tumores tendem a invadir localmente e causar morte por penetração na cavidade peritonel ou por obstrução do trato urinário. A cirurgia conservadora associada a quimioterapia tem prognostico bom em fases iniciais. Colo Uterino Inflamações: Cervicite Aguda e Crônica: • A flora vaginal e cervical normal é composta em grande parte pelos lactobacilos, esses produzem ácido lático, que mantem o PH vaginal abaixo de 4,5. Em baixo PH esses PRODUZEM peróxido de hidrogênio (H202) bacteriotóxico. • Em PH mais alto e mais alcalino causado por um sangramento, relação sexual, duchas vaginais e durante um tratamento com antibiótico, esses DIMINUEM A PRODUÇÃO de H202, o que permite o crescimento excessivo de outros microrganismos resultando em uma: cervicite ou vaginite. • Infecções por gonococos, clamídia, micoplasma e vírus herpes simples pode resultar em uma cervicite aguda ou crônica. • Contagio: contagiosa se a doença estiver sendo causada por uma DST e se a mulher tiver relação sem proteção. • Inflamação cervical: a produção de alterações reparadoras e reativas no epitélio e o desprendimento das células escamosas atípica: pode causar um resultado anormal e inespecífico no Papanicolau. Possíveis complicações: • Propagação da infecção pelo útero, bexiga, endométrio, ovários e trompa de Falópio levando à doença inflamatória pélvica (DIP); • A doença inflamatória pélvica pode levar a infertilidade e gravidez ectópica; • Aumento do risco de contaminação com o vírus HIV; • As grávidas, estão em risco de aborto espontâneo e parto prematuro, se a cervicite não for tratada; • Permanência ou retorno da infecção mesmo após o tratamento. • Alguns sintomas: dor no útero, inchaço e vermelhidão na vagina, coceira na região, podendo haver também corrimento amarelado ou esverdeado, quando está sendo causada por alguma DST. Pólipos Endocervicais: • São crescimentos exofíticos benignos que ocorre em 2% a 5% das mulheres adultas. • Produz perda sanguínea ou sangramento vaginal irregular que levanta a suspeita de uma lesão grave. • Surgem na maioria das vezes no canal endocervical e pode variar de massas pequenas e imóveis a lesões grandes (5 cm). • Aparência: lesões moles, quase mucoides, composta por um estroma fibromixomatoso frouxo que abriga as glândulas endocervicais dilatadas, secretoras de muco, acompanhadas por inflamação. • Tratamento: curetagem simples ou excisão cirúrgica = cura. Neoplasias Pré-malignas e Malignas: • Existem 15 HPVs de alto risco oncogênico identificados. • Embora o vírus possa infectar apenas as células escamosas imaturas, a replicação de HPV ocorre nas células escamosas em maturação resultando em um efeito citopático―atipia coilocítica que consiste em atipia nuclear (aparência anormal e irregular dos núcleos celulares num determinado tecido), e um halo citoplasmático perinuclear. Para induzir a replicação nestas células o HPV reativa o ciclo mitótico – interfere na função de genes supressores de tumor: p53 e RB. Proteínas E6 e E7 tem efeito oncogênico de HPV. Consequentemente, os oncogenes virais prolonga o ciclo celular epitelial, aumentando a proliferação celular. • Papanicolau: aumentou a detecção de cânceres de baixo estágio e com alto potencial de cura e permitiu a detecção e erradicação de lesões pré-invasivas que poderiam progredir para um câncer se não fossem descobertas e tratadas. • Dados epidemiológicos: implicaram um agente sexualmente transmitido, que atualmente é estabelecido como HPV. O HPV como uma causa do câncer cervical. HPVs de alto risco oncogênico são considerados como o fator de risco isolado mais importante na oncogênese cervical. • Incidência: é maior entre 45 a 50 anos. Câncer Cervical • O HPV 16 e o HPV 18 são os mais importantes no desenvolvimento dessa patologia. HPV 16= 60% dos casos de câncer cervical e o HPV 18 = 10% dos casos. • Os fatores de risco para CC: estão relacionados a características tanto do hospedeiro quanto do vírus, estes incluem: múltiplos parceiros sexuais, idade precoce na primeira relação sexual, alta paridade, infecção persistente por HPV de alto risco oncogênico (HPV-16 e 18), imunossupressão, uso de contraceptivos orais, tabagismo, estado imunológico do indivíduo, influências hormonais e outros fatores influenciam se a infecção por HPV regredirá ou persistirá e progredirá para câncer. • Duração: relacionada ao tipo de HPV; em média, infecções por HPVs de alto risco oncogênico duram mais tempo que as HPVs de baixo risco oncogênico, 13 meses versus 8 meses. • Tratamento: Cirúrgico, químico e radioterápico. • Prevenção: diagnóstico precoce (preventivo). Neoplasia Intraepitelial Cervical Classificação das lesões escamosas CIN I: displasia leve, essa foi renomeada para lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL); CIN II: displasia moderada – (HSIL) CIN III: displasia grave – (HSIL) CIN II e CIN III foram renomeadas como lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL). • As LSILs estão associadas à infecção produtiva por HPV, mas não existem rupturas ou alterações significativas do ciclo da célula hospedeira. A maioria delas regridem espontaneamente, não progridem para carcinoma invasivo e por isso não são tratadas como lesão pré-maligna. • Na HSIL, ocorre uma desregulação progressiva do ciclo celular pelo HPV, que resulta em aumento da proliferação celular, diminuição ou parada da maturação epitelial e uma menor taxa de replicação viral, em comparação a LSIL. • Prevenção: preventivo e vacinação para HPV. • Sintomas: sangramento vaginal, secreção anormal, dispareunia (dor durante o ato sexual) e dor abdominal. • Classificadas em LSIL: se as células escamosas atípicas imaturas estiverem confinadas ao terço inferior do epitélio. • Classificadas em HSIL: se houver expansão para dois terços da espessura epitelial. Carcinoma Cervical • O carcinoma de células escamosas é o subtipo mais comum de câncer cervical, representando aproximadamente 80% dos casos. • O carcinoma cervical invasivo pode se manifestar como um câncer de crescimento exuberante (exofítico) ou infiltrativo. • Os carcinomas de células escamosas são compostos por ninhos e projeções de epitélio escamoso maligno, queratinizado ou não queratinizado, invadindo o estroma cervical subjacente. O Câncer Cervical é estadeado da seguinte forma:Estágio 0: carcinoma in situ (CIN III, HSIL) – Lesão intraepitelial escamosa de alto grau; Estágio I: carcinoma confinado ao colo uterino – diagnosticado apenas por microscopia. Estágio II: carcinoma se estende além do colo uterino, mas não até a parede pélvica. Envolve a vagina, mas não o terço inferior. Estágio III: carcinoma se estende para a parede pélvica, o tumor envolve o terço inferior da vagina. Estágio IV: carcinoma se estende além da pelve renal ou envolve a mucosa da bexiga ou do reto. Este também inclui câncer com disseminação metastática. • Causas: infecção por HPVs de alto risco oncogênico. • Incidência: aos 45 anos. • Prevenção e controle: Detecção precoce: por meio da avaliação de um esfregaço de Papanicolau anormal e o tratamento; Papanicolau regular (preventivo/diagnóstico precoce), e biópsia. Vacinação para HPV. • Sintomas: sangramento vaginal irregular geralmente após relação sexual é um dos primeiros sintomas, corrimento vaginal fétido (neoplasias maiores) e dor pélvica, mas também pode ser assintomático. • Tratamento: cirúrgico, quimioterápico e radioterápico. Corpo do útero e endométrio O útero possui dois componentes principais: o miométrio e o endométrio. O miométrio é composto por feixes entrelaçados de músculo liso que formam a parede do útero. A cavidade interna do útero é revestida pelo endométrio, composto por glândulas embutidas em um estroma celular. Histologia endometrial no ciclo menstrual • O ciclo menstrual tem duração de cerca de 28 dias, entretanto, podem ocorrer variações, como ciclos de 20 a 40 dias. • O endométrio é um tecido dinâmico que sofre alterações fisiológicas e morfológicas características durante o ciclo menstrual como resultado do efeito dos hormônios esteroides sexuais produzidos de modo coordenado no ovário. Em conjunto, os fatores hipotalâmicos, hipofisários e ovarianos e suas interações regulam a maturação dos folículos ovarianos, a ovulação e a menstruação. • A determinação da data do endométrio por seu aspecto histológico muitas vezes é usada clinicamente para avaliar o estado hormonal, documentar a ovulação e determinar causas de sangramento endometrial e infertilidade. • Ínicio Ciclo começa com o desprendimento de 2/3 superiores do endométrio (região funcional), durante a menstruação. E o outro terço sofrendo crescimento extremamente rápido de glândulas e estroma (fase proliferativa) influenciados pelo estrógeno produzidos pelas células da granulosa do folículo em desenvolvimento no ovário. → São estruturas retas e tubulares revestidas por células colunares regulares, altas e pseudoestratificadas, com presença de numerosas figuras mitóticas. • Ovulação O endométrio diminui a velocidade do seu crescimento, e interrompe a atividade mitótica dentro de alguns dias após a ovulação, quando o corpo lúteo está produzindo progesterona além do estrógeno. O endométrio pós-ovulatório é marcado inicialmente por vacúolos secretores abaixo dos núcleos no epitélio glandular. • Na 4º semana as secreções são liberadas na luz das glândulas. Quando a secreção é máxima, entre 18 e 24 dias, as glândulas estão dilatadas → Glândulas são tortuosas, tendo um aspecto serrilhado. Este aspecto é acentuado pela exaustão secretora e encolhimento das glândulas. • As alterações estromais na fase secretora tardia, decorrentes predominantemente de progesterona, são importantes para a determinação da data do endométrio e consistem no desenvolvimento de arteríolas espirais proeminentes nos dias 21 a 22. Ocorre um aumento considerável na substância fundamental e edema entre as células estromais, seguido nos dias 23 a 24 por hipertrofia das células estromais com acúmulo de eosinofilia citoplasmática (alteração pré- decidual) e ressurgimento de mitoses estromais (3º figura) • As alterações pré-deciduais se espalham pela funcional durante os dias 24 a 28 e são acompanhadas por neutrófilos dispersos e linfócitos ocasionais, que neste contexto não implicam em inflamação. • Com a dissolução do corpo lúteo e subsequente ausência de progesterona, a desintegração da funcional começa com o escape de sangue para o estroma, marcando o início da descamação menstrual. Distúrbios endometriais funcionais (sangramento uterino disfuncional) • Durante a vida reprodutiva ativa, o endométrio está em um estado dinâmico de proliferação, diferenciação e descamação, em preparação para a implantação de um embrião. Esse ciclo é controlado pelos hormônios hipofisários e ovarianos. Anormalidades nessa liberação de hormônios resultam em sangramentos anormal. • Embora possa apresentar diversas causas patológicas para esse sangramento anormal, o maior grupo isolado engloba os distúrbios funcionais, citados como sangramento uterinos disfuncionais (SUD). É dado esse nome quando não causado por qualquer anormalidade orgânica (estrutural) subjacente. Ciclo anovulatório • Maior causa de sangramento disfuncional. • É a estimulação estrogênica excessiva e prolongada sem efeito compensador da fase progestacional que regularmente segue a ovulação. • Ciclos anovulatórios são mais comuns na menarca e no período Peri menopausa. Menos comumente, a ausência de ovulação é resultado de: 1. um distúrbio endócrino, ex: tireoide, 2. uma lesão primária do ovário, ex: tumor ovariano, 3. uma perturbação metabólica generalizada, ex: obesidade. • A falha da ovulação resulta em estimulação endometrial prolongada e excessiva por estrógenos, levando as glândulas endometriais sofrerem discretas alterações arquiteturais. O colapso não programado do estroma também pode ocorrer sem evidência de atividade secretora endometrial. Consequências mais graves são as hiperplasias endometriais. Fase lútea inadequada. • Originada da função inadequada do corpo lúteo, causando baixa produção de progesterona, com subsequente menstruação precoce. Se manifesta clinicamente como infertilidade, com aumento do sangramento ou amenorreia. A biópsia endometrial realizada em uma data pós-ovulatória estimada exibe um endométrio secretor que, entretanto, apresenta um atraso em relação a suas características secretoras esperadas naquela data. Endometrite aguda • É rara e limitada a infecções bacterianas originadas após o parto ou aborto. • A resposta inflamatória é limitada principalmente ao interstício e é totalmente inespecífica. A remoção dos fragmentos gestacionais retidos por curetagem, acompanhada por antibioticoterapia, é a conduta seguida rapidamente pela remissão da infecção. Endometrite crônica • Ocorre nos seguintes contextos: • Pacientes sofrendo de DIP crônica; • Pacientes pós-parto ou pós-aborto com tecido gestacional retido; Mulheres com dispositivos contraceptivos intrauterinos; • Mulheres com tuberculose, tanto por disseminação miliar ou, pela drenagem de uma salpingite tuberculosa (rara em países ocidentais). • Alguns sintomas: sangramento vaginal anormal, dor, secreção e infertilidade. • Causas: Não possui uma específica, mas, a Chlamydia pode estar envolvida e é comumente associada a infiltrados de células inflamatórias agudas e crônicas. • Tratamento: antibioticoterapia está indicada porque pode prevenir outras sequelas (salpingite). Endometriose e adenomiose. • Endometriose é a presença de tecido endometrial fora do útero, mais comumente em glândulas endometriais e estroma. (1) ovários; (2) ligamentos uterinos; (3) septo retovaginal; (4) fundo de saco; (5) peritônio pélvico; (6) intestino grosso e delgado e apêndice; (7) mucosa do colo uterino, vagina e tubas uterinas (de Falópio); e (8) cicatrizes de laparotomia. • A endometriose é uma condição clínica importante; frequentemente causa infertilidade, dismenorreia (menstruação dolorosa), dor pélvica e outros problemas. O distúrbio é principalmente uma doença de mulheres na vida reprodutiva ativa mais frequentemente na terceira e quarta década afetando aproximadamente 10%das mulheres. Raramente causa metástase e invasão, então quando apresentam, contribuem para complicações significativas. • Morfologia: Os focos de endometriose respondem tanto à estimulação hormonal cíclica extrínseca (ovarianos) quanto intrínseca com sangramento periódico. Isto produz nódulos com aspecto vermelho azulado a amarelo acastanhado sobre ou logo abaixo da superfície da mucosa e/ou serosa no local de envolvimento. Quando a doença é extensa, a organização da hemorragia causa aderências fibrosas extensas entre as tubas, ovários e outras estruturas e oblitera o saco de Douglas. Os ovários podem ser acentuadamente distorcidos por grandes massas císticas (3 a 5 cm de diâmetro) preenchidas com um líquido marrom resultante de hemorragia prévia; estes são citados frequentemente na clínica como cistos de chocolate ou endometriomas. Formas agressivas de endometriose podem infiltrar os tecidos e causar fibrose e aderências subsequente. • Os sinais e sintomas clínicos geralmente consistem em dismenorreia grave, dispareunia (dor na relação sexual) e dor pélvica decorrente do sangramento intrapélvico e aderência periuterina. Quando atinge outros locais apresentam dores nessa localização, ex: envolvimento da parede retal > dor durante a defecação. • Irregularidades menstruais são comuns e infertilidade é uma queixa de apresentação em 30% a 40% de mulheres. • Um distúrbio muito próximo, a adenomiose, é definido como a presença de tecido endometrial no interior da parede uterina (miométrio). Permanece em continuidade com o endométrio, supostamente significando crescimento para baixo do tecido endometrial na direção de e entre os fascículos de músculo liso do miométrio. É caracterizado por ninhos endometriais funcionais no interior do miométrio, produzindo focos de cistos hemorrágicos na parede uterina. → Ocorre em até 20% dos úteros. • Como na endometriose, os sintomas clínicos da ademiose incluem menometrorragia (menstruações irregulares e intensas), dismenorreia em cólica, dispareunia e dor pélvica, particularmente durante o período pré-menstrual. Teoria de sampson sobre menstruação retrógrada – refluxo: • Talvez uma das teorias de origem mais populares e duradouras seja a menstruação retrógrada, do transporte e da implantação. Esta é a crença de que a endometriose ocorre através de um processo de tecido endometrial que reflui pelas trompas de Falópio durante a menstruação, entrando na cavidade pélvica e implantando e invadindo as superfícies das estruturas pélvicas. • A menstruação retrógrada, no entanto, é um fenômeno comum que ocorre em 90% das mulheres, mas apenas 10% das mulheres desenvolvem endometriose e o nesse refluxo apenas contém depósitos mínimos de tecido endometrial. • Além disso, a endometriose consiste em tecido que é semelhante, mas não idêntico ao endométrio nativo do útero, sugerindo que não é um mero autotransplante. • Outros fenômenos sobre a doença que não podem ser adequadamente explicados por esta teoria incluem a presença de endometriose em fetos, em mulheres sem útero funcional e em um pequeno número de homens submetidos a tratamento para câncer de próstata. • A teoria da menstruação retrógrada prevê que a doença se repita após a cirurgia e piora ao longo do tempo com cada fluxo menstrual, mas a excisão cirúrgica da endometriose tem provado uma efetiva remoção da doença na maioria das pacientes com raro reaparecimento. • Estudos que examinam a extensão da doença em diferentes faixas etárias de pacientes não conseguiram encontrar um aumento na doença com a idade; Teoria da metaplasia celômica: • A metaplasia celômica baseia-se na noção de que qualquer célula do corpo tem potencial para se transformar em outra célula. • Todas as células têm o mesmo código genético básico, mas são diferenciadas pelas diferentes maneiras pelas quais esse código genético é expresso. • A expressão do código genético de uma determinada célula pode ser influenciada por qualquer tipo de fatores (como inflamação, exposição a toxinas e cicatrização de feridas). • No caso da endometriose, a teoria da metaplasia celômica prevê que o material genético em uma célula ou em um grupo de células (tecido) se expressa de forma diferente, fazendo com que o tecido se transforme em endometriose. • Esta teoria poderia explicar a ocorrência de doença em locais distantes no corpo, endometriose cicatricial e a presença da doença em homens submetidos a tratamento para câncer de próstata. Polipos endometriais São massas exofíticas de tamanho variável que se projetam para a cavidade endometrial. Podem ser únicos ou múltiplos e geralmente sésseis. Podem ser assintomáticos ou podem causar sangramento anormal (intramenstrual, menometrorragia ou na pós-menopausa) se sofrerem ulceração ou necrose. Geralmente, as glândulas no interior dos pólipos são hiperplásicas (podem se desenvolver em associação a hiperplasia endometrial, e são sensíveis a efeito de crescimento do estrógeno) ou atróficas (geralmente em mulheres pós menopausa, mas representam atrofia do hiperplásico), mas ocasionalmente podem demonstrar alterações secretoras (pólipos funcionais). Pólipos endometriais foram observados em associação à administração de tamoxifeno. Este medicamento frequentemente é usado na terapia do câncer de mama devido a sua atividade antiestrogênica sobre a mama, contudo, o tamoxifeno possui efeitos estrogênicos fracos no endométrio. Hiperplasia endometrial Importante causa de sangramento anormal, é definida como um aumento da proliferação das glândulas endometriais em relação ao estroma, resultando em maior proporção de glândulas para estroma em comparação ao endométrio proliferativo normal. A hiperplasia endometrial merece atenção especial devido a sua relação com carcinoma endometrial – Estudos clinico patológicos e epidemiológicos suportam o potencial maligno da hiperplasia endometrial e o conceito de um contínuo de lesões glandulares proliferativas culminando, em alguns casos, em carcinoma. Está associada à estimulação estrogênica prolongada do endométrio, que pode ser decorrente de anovulação, aumento da produção de estrógeno a partir de fontes endógenas ou estrógeno exógeno. Portanto, condições associadas à hiperplasia incluem obesidade, menopausa, doença ovariana policística (incluindo síndrome de Stein-Leventhal), tumores de células da granulosa do ovário funcionantes, função cortical excessiva (hiperplasia estromal cortical) e administração prolongada de substâncias estrogênicas (terapia de reposição estrogênica). Com bases nas suas características arquiteturais e citológicas podem ser de 4 categorias: - Hiperplasia simples sem atipia com anormalidades arquiteturais incluindo leve aglomeração glandular e dilatação glandular cística. - Hiperplasia complexa sem atipia demonstra maior aglomeração glandular com áreas de glândulas agrupadas intimamente com propriedades citológicas semelhantes ao endométrio proliferativo. - Hiperplasia complexa com atipia apresenta características arquiteturais semelhantes à hiperplasia complexa sem atipia, porém as propriedades citológicas estão alteradas. - Grande ampliação da hiperplasia complexa com atipia exibindo núcleos vesiculares arredondados com nucléolos proeminentes. • Qualquer avaliação de hiperplasia suspeita deve incluir o grau de atipia de um modo claramente compreensível para o clínico porque o impacto sobre a terapia é grande. Para a paciente isto pode significar a diferença entre terapia com progestina cíclica em um extremo e terapia com progestina em alta dose contínua ou histerectomia (ou ambas) no outro. Tumores malignos do endometrio Carcinoma do Endométrio: é o câncer invasor do trato genital feminino mais comum. Representa 7% de todos os cânceres invasores em mulheres, excluindo-se o câncer de pele. • Patogenia: Estudos clinico patológicos e análises moleculares sustentam a classificaçãodo carcinoma endometrial em duas grandes categorias, citadas como tipo I e tipo II. Devido às suas patogenias distintas, elas serão discutidas separadamente. Carcinoma tipo 1 (endometrioide): Representa o tipo mais comum, respondendo por mais de 80% de todos os casos. A maioria é bem diferenciada e imita as glândulas endometriais proliferativas, e como tais, são chamados de carcinomas endometrioides. • Eles surgem tipicamente nas condições de hiperplasia endometrial, e como a hiperplasia endometrial, são associados com (1) obesidade, (2) diabetes (a tolerância anormal à glicose é encontrada em mais de 60%), (3) hipertensão, (4) infertilidade e (5) estimulação estrogênica sem antagonismo. • O desenvolvimento de um carcinoma endometrial envolve a aquisição em etapas de várias alterações genéticas nos genes supressores de tumores e oncogenes. Em espécimes de histerectomia contendo tanto hiperplasia atípica quanto carcinoma, as mutações idênticas do PTEN foram identificadas em cada componente, apoiando a ideia de que a hiperplasia atípica é precursora do carcinoma, e que as mutações no PTEN ocorrem antes do desenvolvimento evidente do carcinoma. • O sequenciamento dos genomas dos carcinomas endometrioides tipo I tem mostrado que as mutações mais comuns agem de maneira a aumentar a sinalização através da via PI3K/AKT, que é a marca desse tipo específico de tumor. Conforme mencionado, a sinalização PI3K/AKT aumenta de alguma forma a expressão dos genes-alvo dependentes de receptores de estrogênio em células endometriais. Entre as mutações que exercem impacto na via PI3K/AKT nos carcinomas endometriais estão as seguintes: • Mutações no gene supressor de tumores PTEN foram identificadas em 30% a 80% dos carcinomas endometriais. • O PIK3CA, um oncogene que codifica a subunidade catalítica da PI3K, abriga mutações ativadoras em aproximadamente 40% dos carcinomas endometrioides. As mutações do PIK3CA raramente ocorrem em hiperplasias atípicas, sugerindo que as mutações no PIK3CA desempenham um papel na invasão. • As mutações que ativam o KRAS, que também estimulam a sinalização PI3K/AKT, são encontradas em aproximadamente 25% dos casos. • As mutações com perda de função no ARID1A, um regulador da estrutura da cromatina, ocorrem em aproximadamente um terço dos tumores. Interessante salientar que o ARID1A também sofre mutações frequentemente nos carcinomas endometrioides e nos carcinomas de células claras do ovário, tumores que surgem em meio à endometriose. Embora os mecanismos ainda não estejam claros, a perda da função do ARID1Atambém melhora a sinalização PI3K/AKT. Morfologia: o carcinoma endometrioide pode tomar a forma de um tumor polipoide localizado, ou de um tumor que infiltra difusamente o revestimento endometrial. A disseminação geralmente ocorre através de invasão do miométrio, seguida pela extensão direta a órgãos/estruturas adjacentes. A invasão para os ligamentos largos pode criar uma massa palpável. A disseminação para os linfonodos regionais eventualmente ocorre e, nos últimos estádios, o tumor pode se disseminar para os pulmões, fígado, ossos e outros órgãos. • Adenocarcinomas endometrioides: demonstram padrões de crescimento das glândulas que lembram o epitélio endometrial normal. Há três graus histológicos: bem diferenciado (grau 1), composto quase que inteiramente de glândulas bem formadas; moderadamente diferenciado (grau 2), que mostra glândulas bem formadas, misturadas com áreas compostas por lençóis celulares sólidos que, por definição, constituem 50% ou menos do tumor; e pouco diferenciado (grau 3), caracterizado por mais do que 50% de padrão de crescimento sólido. Pode-se distinguir os tumores bem diferenciados das hiperplasias pela falta de estroma entre as glândulas. Até 20% dos carcinomas endometrioides contêm focos de diferenciação escamosa. Os elementos escamosos podem ter aspecto histológico benigno quando estão associados a adenocarcinomas bem diferenciados. Menos comumente, carcinomas endometrioides moderadamente ou pouco diferenciados contêm elementos escamosos que parecem francamente malignos. Os sistemas de classificação atuais graduam os carcinomas com base apenas na diferenciação glandular e não incluem áreas de diferenciação escamosa sólida ao considerar a graduação. Os estádios patológicos tanto do adenocarcinoma endometrial dos tipos I e II, quanto dos tumores müllerianos mistos malignos são os seguintes: • Estádio I — O carcinoma está confinado apenas ao corpo uterino. • Estádio II — O carcinoma envolve o corpo e o colo uterino. • Estádio III — O carcinoma se estende para fora do útero, mas não para fora da pelve verdadeira. • Estádio IV — O carcinoma se estende para fora da pelve verdadeira ou envolve a mucosa da bexiga ou o reto. Tubas uterinas As tubas uterinas são os distúrbios mais comuns que afetam a tuba uterina são as infecções e condições inflamatórias associadas, seguidas em frequência pela gravidez ectópica (tubária) e pela endometriose. Inflamações A salpingite supurativa pode ser causada por qualquer organismo piogênico, e, em alguns casos, mais de um organismo está envolvido. Em mais de 60% dos casos deste distúrbio o agente causador é o Gonococcus, sendo as Chlamydiae as responsáveis por muitos dos casos restantes. Essas infecções tubárias fazem parte da doença inflamatória pélvica, descrita anteriormente neste capítulo. • A salpingite tuberculosa é rara nos Estados Unidos e não representa mais do que 1% a 2% de todas as formas de salpingite. Contudo, é mais comum em partes do mundo onde a tuberculose é prevalente, e é uma causa importante de infertilidade nessas áreas. Tumores e cistos • As lesões primárias mais comuns da tuba uterina (excluindo-se endometriose) são cistos mínimos, translúcidos, de 0,1 a 2 cm, preenchidos por um líquido seroso claro, chamados cistos paratubários. Variantes maiores são encontradas próximo à extremidade fimbriada da tuba ou nos ligamentos largos e são citadas como hidátides de Morgagni. Esses cistos, revestidos por epitélio seroso benigno (tipo tubário), são supostamente originados de vestígios do ducto de Müller e têm pouca importância. • Os tumores da tuba uterina são pouco comuns. Os tumores benignos incluem tumores adenomatoides (mesoteliomas), que ocorrem na subserosa da tuba ou, algumas vezes, na mesossalpinge. Esses pequenos nódulos são os equivalentes dos tumores adenomatoides que ocorrem no testículo ou no epidídimo. O adenocarcinoma primário das tubas uterinas é raro. Geralmente se apresenta como uma massa tubária dominante, que pode ser detectada através do exame pélvico. • Outros adenocarcinomas das tubas uterinas chamam a atenção devido à secreção anormal, sangramento ou (ocasionalmente) células anormais em um esfregaço de Papanicolaou. Aproximadamente metade dos tumores está no estádio I no momento do diagnóstico, mas quase 40% das pacientes afetadas morrem dentro de 5 anos, enquanto tumores em estádios mais avançados seguem um curso ainda mais agressivo. Os pacientes são tipicamente tratados com protocolos de quimioterapia para câncer ovariano. Recentemente, tem havido um acúmulo de dados sugerindo que, em pelo menos um subgrupo dos ―cânceres serosos do ovário―, surge de fato do epitélio tubário. • Hidrosalpinge: dilatação da tuba • Piosalpinge: pócitos e/ou abcesso tubário • Hemotosalpinge: sangue na tuba • Salpinge: inflamação na tuba • Mesoteliomas: derivam do mesotelio (serosa) ou da mesossalpinge – benignos • Adenocarcinomas: raros Ovários Ovários: mais comuns lesões encontradas no ovário incluem cistos benignos ou funcionais e tumores. Os distúrbios neoplásicos podem ser agrupados de acordo com a sua origem a partir de cada um dos três tipos de células principais dos ovários: (1) o epitélio mülleriano; (2) as células germinativas; e (3) as células estromais dos cordões sexuais. As inflamaçõesprimárias do ovário (ooforite) são incomuns, e em raras ocasiões podem ter uma base autoimune (ooforite autoimune); as reações autoimunes afetam os folículos ovarianos e podem levar à infertilidade. Cistos funcionais e não neoplásicos Cistos foliculares e luteínicos: são muito comuns nos ovários. São originados em folículos graafianos não rompidos ou em folículos que foram rompidos e imediatamente fechados. Morfologia: estes cistos geralmente são múltiplos. Eles alcançam um tamanho de até 2 cm de diâmetro, são preenchidos por um líquido seroso claro e revestidos por uma membrana cinza-brilhante. Às vezes, cistos maiores, excedendo 2 cm (cistos foliculares), podem ser diagnosticados por palpação ou ultrassonografia, e podem causar dor pélvica. As células da camada granulosa, que revestem os cistos, estarão presentes se a pressão intraluminal não tiver sido grande o suficiente para causar sua atrofia. As células tecais que envolvem os cistos podem ser proeminentes devido à maior quantidade de citoplasma pálido (uma mudança conhecida como luteinização). Como discutido adiante, quando esta alteração é pronunciada (hipertecose), ela pode estar associada ao aumento na produção de estrogênio e anormalidades endometriais. • Os cistos luteínicos (corpora lúteas) estão presentes nos ovários normais de mulheres em idade reprodutiva. Esses cistos são revestidos por uma borda de tecido amarelo-brilhante contendo células da granulosa luteinizadas. Ocasionalmente sofrem ruptura e causam reação peritoneal. Algumas vezes, a combinação de hemorragia antiga e fibrose pode dificultar sua distinção com os cistos endometrióticos Ovários policísticos e hipertecose estromal: A síndrome do ovário policístico (SOP) é um distúrbio endócrino complexo, caracterizado por hiperandrogenismo, anormalidades menstruais, ovários policísticos, anovulação crônica e diminuição de fertilidade. Antes chamada de síndrome de Stein- Leventhal, afeta mundialmente de 6% a 10% das mulheres em idade reprodutiva. Também é associada à obesidade, diabetes tipo 2 e aterosclerose prematura, condições que podem ser indicadores de um distúrbio metabólico subjacente. A etiologia da SOP ainda não é totalmente compreendida. É marcada por uma desregulação das enzimas envolvidas na biossíntese de andrógenos e na produção excessiva de andrógenos, o que é considerado uma característica central desse distúrbio. Além disso, as mulheres com SOP mostram resistência à insulina e metabolismo do tecido adiposo alterado, o que contribui para o desenvolvimento de diabetes e obesidade. • A anormalidade morfológica central da SOP consiste em numerosos folículos císticos, ou cistos foliculares, que aumentam os ovários. Entretanto, ovários policísticos são detectados em 20% a 30% de todas as mulheres, então este achado não é específico. Além disso, devido a um aumento nos níveis séricos de estrona livre, as mulheres com SOP estão sob o rico de hiperplasia endometrial e carcinoma. • A hipertecose estromal, também chamada de hiperplasia estromal cortical, é um distúrbio do estroma ovariano observado mais comumente em mulheres na pós-menopausa, mas pode haver sobreposição com a SOP em mulheres mais jovens. O distúrbio é caracterizado pelo aumento uniforme do ovário (até 7 cm), que apresenta um aspecto branco a marrom-claro aos cortes. O envolvimento geralmente é bilateral e exibe microscopicamente estroma hipercelular e luteinização das células estromais, que são visíveis como ninhos nítidos de células com citoplasma vacuolado. • A apresentação clínica e os efeitos sobre o endométrio são semelhantes aos encontrados na SOP, embora a virilização possa ser ainda mais notável. Uma condição fisiológica que mimetiza as síndromes relatadas é a hiperplasia da teca luteínica da gravidez. Em resposta aos hormônios da gravidez (gonadotrofinas), ocorre proliferação das células da teca e expansão da zona perifolicular. Conforme os folículos regridem, a hiperplasia da teca luteínica concêntrica pode parecer nodular. Essa alteração não se deve ser confundida com os verdadeiros luteomas da gravidez. Tumores ovarianos • 80% dos tumores ovarianos são benignos e ocorrem na faixa entre 20 a 45 anos de idade • Os de borderline ocorre mais na idade avançada • Os tumores malignos já ocorrem na faixa entre 45 a 64 anos • Considerado a 5°causa de mortalidade feminina, o que o caracteriza com incidência de mortalidade alta • Geralmente já em descoberto em fases avançadas, quando já houve ocorrências de disseminação Os tumores são classificados de acordo com a origem de seu tecido: • Epitélio tubário/superfície • Células germinativas – Migram do saco vitelínico e são pluripotenciais • Células estromais –Cordões sexuais que são precursores do aparato endócrino pós-natal Tumores epiteliais tendem a ser bilaterais • Sintomas mais comuns são dor e distensão abdominais, sintomas dos tratos urinário e gastrointestinal decorrentes de compressão pelo tumor ou invasão por câncer, e sangramento vaginal • Formas benignas tendem a ser assintomáticas, encontradas ocasionalmente em exames Tumores epiteliais • A maioria surge do epitélio mulleriano • Classificados de acordo com sua diferenciação e grau de proliferação dos tecidos • Os tipos principais de diferenciação são os: Serosos, mucinosos e endometrioides • A proliferação é classificada em borderline (Pode apresentar composto cístico), benignas (Subclassificado com base em componentes como em: Áreas císticas – Cistadenomas; cística e fibrosas – cistadenofibromas; e apenas fibrosas – adenofibromas) e malignas (Pode apresentar composto cístico – cistoadenocarcinomas) • Os tumores podem ser pequenas ou preencher completamente a pelve Pelo um olhar clinicopatologico, os tumores ovarianos podem ser classificados em 2 tipos: • Tipo 1: Tumores de baixo grau, podem estar associados a boderline ou endometriose, vários subtipos histológicos – Serosos, endometriosides, mucinoso de baixo grau • Tipo 2: Frequente os carcinomas serosos de alto grau que surgem a partir da carcinoma intraepitelial seroso Tumores serosos • Incluis os tumores ovarianos malignos mais comuns • Apresenta cerca de 40% dos canceres de ovários ocorridos • São tumores císticos (seroso é o seu liquido), recebem o nome de seroso por se considerado sinônimo ao epitélio de tipo tubário desses tumores Patogenia: Pouco se sabe sobre os fatores de risco para tumor benignos e malignos, entretanto para este ultimo a nuliparidade, histórico familiar e mutações hereditárias desempenham um papel no desenvolvimento tumoral. o Mulheres entre 40-59 anos que já utilizaram anticoncepcionais ou realizaram ligação tubária apresentam risco reduzido para desenvolver câncer ovariano o Fatores de risco mais intrigante são genéticos o Divido em 2 grupos: o Carcinoma de baixo grau (bem diferenciado) – Podem virem associados com tumores serosos borderline; Carcinoma de alto grau (Moderada a pouco diferenciado) – Surgem a partir de lesões (carcinomas intraepiteliais tubários serosos (CITS)) que ocorrem nas fimbrias das tubas (forma esporádica) ou de cistos de inclusão serosa no ovário. Leva em conta o grau de atipia nuclear e sobrevida dos pacientes. Morfologia: Lesão multicística, contendo epitélio papilar dentro de poucos cistos com paredes fibrosas (intracístico) ou como uma massa se projetando na superfície ovariana o Benignos: parede cística lisa e brilhante, sem espessamento epitelial, ou com pequenas projeções papilares o Borderline: Maior número de projeções papilares o Malignas: áreas de massa tumoral sólida ou de projeções papilares, irregularidades na massa tumoral, e fixação ou nodularidade da cápsula o Comum ocorrência de bilateralidade, com maior ocorrência para os malignos o No microscópio são visualizados células colunares com abundancia em cílios (benignos). Podem ser encontrados papilas. Onde no tumores borderline aumento na complexidadedas papilas estromais, estratificação do epitélio e atipia nuclear leve mas sem invasão no estroma. A proliferação epitelial cresce com padrão papilar denominado ―carcinoma micropapilar’ que origina os carcinomas de baixo grau. Já os carcinomas de alto grau tem padrão de crescimento mais complexo e infiltração generalizada ou evidente apagamento do estroma subjacente o Tumores benignos e malignos possuem propensão à disseminação para a superfície peritoneal e para o omento, e comumente estão associados à presença de ascite o Extensão da disseminação fora do ovário determina o estádio da doença • Esses tumores ocorrem na superfície do ovário • Os tumores que não são encapsulados possuem maiores propensão a se estender pela superfície peritoneal • Tumores benignos possuem crescimento lento, enquanto o maligno pelas amplas metástases tem um quadro mais rápido • Taxa de sobrevida em 5 anos para os tumores borderline malignos que são confinados no ovário (100 e 70%), já quando envolve o peritônio (90 e 25%) Tumores mucinosos • Representam cerca de 20-25% dos tumores ovarianos • Ocorrem mais na vida adulta média e são raros antes da puberdade e após a menopausa • Maioria é benigno ou borderline, sendo raro os carcinomas mucinoso ovarianos • Patogenia: Alteração genética no proto oncogênese KRAS • Morfologia: Raramente envolve a superfície do ovário e pequena porcentagem são bilaterais o Possuem tendência a produzirem massas císticas grandes o São multiloculados, cheios de um fluido gelatinoso e viscoso, rico em glicoproteínas o Carcinoma mucinoso possui crescimento glandular confluente, sendo uma forma de invasão expansível – Carcinomas intraepiteliais.. o Taxas de sobrevida de 10 anos para os carcinomas intraepiteliasi não invasivos em estádio 1 e tumores malignos francamente invasivos (95 e 90%) o Os carcinomas que se espalham além do ovário são fatais • Uma condição clinica denominada pseudomixoma peritoneal é marcada por extensa ascite mucinosa, implantes epiteliais císticos na superfície peritoneal, aderências e frequente envolvimento dos ovários. Geram obstrução intestinal e morte. Tumores endometrioides: • Representa 10-15% dos casos de câncer do ovário • Possui formas benignas – Adenofibromas endometrioides; e os borderline que são mais raros. Além da forma de carcinoma endometrioides • Possuem glândulas tubulares • Os carcinomas endometrioides surgem em contexto de endometriose (ocorrência de 15-20%) e estão associados a área de tumor borderline. • 15 – 30% desses tumores endometrioides são acompanhadas por carcinoma do endométrio (porem surgem independentes um do outro) • Morfologia: Apresentam áreas de crescimento sólidas e císticas. o Em 42% ocorre bilateralidade o que implica a extensão da neoplasia além do trato genital o Taxa de sobrevida de 5 anos em pacientes com tumores de estádio 1 é de 75% Carcinoma de células claras: • Os benignos e borderline são raros, e o carcinoma é pouco comum • Células epiteliais grandes com citoplasma claro abundante, semelhante ao endométrio gestacional hipersecretor • Geralmente ocorrem em associação com endometriose ou carcinoma endometrioide do ovário, acredita-se que são variantes do adenocarcinoma endometrioide • São predominantemente sólidos ou císticos • Sobrevida em 5 anos de 90%, em estágio avançado a morfologia das células indica prognostico ruim Cistadenofibroma • Pouco comuns • Proliferação pronunciada do estroma fibroso subjacente ao epitélio de revestimento colunar • Os benignos são pequenos, multiloculares, processos papilares simples. • Contém epitélio mucinoso, seroso, endometrioide transicional • Borderline possui atipias celularese raramente com tumores carcinoma focal • Disseminação metastática é rara Tumores de células transicionais (tumores de brenner) • Possuem células epiteliais semelhantes ao urotélio e são no geral benignos • Compreendem cerca de 10% dos tumores ovarianos • Raro a ocorrência de carcinomas • Morfologia: Sólidos ou císticas, geralmente unilaterais, variam de pequenas a grandes tamanhos o Estroma fibroso lembra epitélio do trato urinário frequentemente com glândulas mucinosas no centro o Estroma pode conter fibroblastos com citoplasma amplo o A maioria é benigno, mas pode ocorrer borderline e malignos • Mesmo quando grande são de forma benigna. • Os malignos geralmente apresentam estádio 1 e são considerados carcinomas de baixo grau Curso clinico, detecção e prevenção: • Todos os tipos produzem manifestações clínicas semelhantes, mais comumente dor na parte inferior do abdome e aumento abdominal. • Podem aparecer ainda queixas gastrointestinais, frequência urinária, disúria, pressão pélvica e muitos outros sintomas. • Formas benignas podem ser ressecadas e curadas • Formas malignas geram fraqueza progressiva, perda de peso e caquexia • Se os carcinomas estenderem e disseminarem podem gerar ascite (cheio de células tumorais esfoliadas) • Pode ocorrer envolvimento de linfonodos regionais e gerar metástases podem ser encontradas no fígado, pulmões, trato gastrointestinal e em qualquer outro local • Devido a ser de difícil descoberta nas fases inicias, possui sobrevida que varia de 10 a 5 anos, por não ter métodos eficazes para detecção, sendo quase sempre um prognostico ruim para as mulheres • Um marcador sérico CA-125 é usado em pacientes com doença conhecida para monitorar • Tratamento com salpingo-ooforectomia profilática Tumores de células germinativas • Representam cerca de 15-20% dos tumores ovarianos • Maioria é teratoma cístico benigno • A ocorrência em adultos jovens e crianças podem ter comportamento mais maligno e dificultar diagnostico histológico e a terapia • Possuem semelhança a tumores de células germinativas dos testículos Teratomas Teratomas maduros (benignos): • Maioria é cística – Cisto dermoides, revestidos com estruturas parecidas com a pele. Encontrado em mulheres jovens em idade reprodutiva • São descobertos por acaso e em alguns casos associados a síndromes paraneoplasicas (encefalite límbica inflamatória), podendo entrar em remissão com a retirada do tumor Morfologia: 10-15% bilaterais. Uniloculares com pelos e material sebáceo. Podem ser encontradas estruturas dentárias e áreas de calcificação. Podem ser encontrados também estruturas de outras camadas germinativas – cartilagens, osso, tecido tireoidiano e neurais o Algumas vezes o cisto dermoides podem ser incorporados a parede de um cistadenoma mucinoso o 1% pode transforma-se para forma maligna comumente para carcinoma de células escamosas, mas também outros tipos (carcinoma tireoide, melanoma) o Raramente podem ser solido e com coleções heterogêneas com aspecto benigno de tecidos e estruturas organizadas, que podem derivas das 3 camadas germinativas. Pode ser difícil de diferenciar de um teratoma imaturo Teratomas imaturos (malignos) • São raros, os tecidos componentes lembram tecido embrionário ou imaturo • Encontrado em adolescente pré-puberes e mulheres jovens (idade média 18 anos) • Morfologia: Volumosos, superfícies externa lisa, aparência solida. o Podem ser encontrados pelos, material sebáceo, cartilagem, osso e calcificação, também áreas de necrose e hemorragia o Microscopia pode ser visualizados quantidades variáveis de elementos imaturos de neuroepitelio, cartilagem, osso, músculos e outros. o Um risco de disseminação extraovariana é devido ao grau histológico do tumor (1 a 3) baseando-se na proporção quantidade de neuroepitelio imaturo • Crescem rapidamente, frequente penetração na capsula e disseminação local ou a distancia • Tumores em estádio 1 –baixo grau, melhor prognostico • Tumores de maior grau confinados no ovário tratados com quimioterapia profilatica Teratomas monodérmicos/altamente especializados: • Incluem tumores raros, sendo Struma ovarii (Composto por tecido tireoide maduro podendo ate ocasionar hipertireoidismo)e carcinoide 9Surge do tecido intestinal, em tamanhos >7cm podem produzir 5-hidroxitriptamina que pode ocasionar síndrome carcinoide). • São unilaterais, podendo ter ocorrência de contralateral • Apenas 2% dos carcinoides sofrem metástase Disgerminoma • Equivalente ovariano do seminoma dos testículos • Representam cerca de 2% dos canceres ovarianos e 50% dos tumores malignos de células germinativas ovarianas • Podem ocorrer na infância, mas 75% ocorre na 2° e 3° década • Alguns podem produzir níveis de gonadotrofina coriônica, achado que se correlaciona com células gigantes sinciciotrofobasticas Morfologia: A grande maioria são unilaterais que variam de tamanho, são maciços e carnosos. o Possuem células vesiculares o As células do tumor crescem em formas que são separadas por escasso estroma fibroso, infiltrado po linfócitos maduros e ocasionalmente com granulomas o Podem ser encontrados em algumas ocasiões pequenos nódulos dele em um teratoma cístico benigno o Pode ocorre também a presença de um pequeno teratoma cístico no disgerminomatoso • Todos são maligno, porem o grau de atipia varia, sendo apenas 1/3 agressivo. • Os que não ultrapassam a capsula e se espalham do ovário possuem melhor prognostico (realiza salpigo- ooforectomia simples) • São sensíveis a neoplasia • Sobrevida >80% Tumor do saco vitelino (tumor do seio endodérmico): • Raro, mas classificado como 2° tumor maligno comum de células germinativas • Derivado da diferenciação de células germinativas malignas ao longo da linhagem extraembrionária do saco vitelino • Característica semelhante a um glomérulo • Produzem alfa-fetoproteina • Ocorrência em crianças ou mulheres jovens que apresentam dor abdominal e uma massa pélvica de crescimento rápido que parece envolver um único ovário. • Com quimioterapia, sobrevida chega a 80%, independente do estagio da doença Coriocarcinoma • Origem placentária • É uma diferenciação extraembrionária de células germinativas malignas • Mais confirmada em meninas pré-puberes • A maioria são combinados com outros tumores de células germinativas • As formas puras são raras • Geram níveis altos de gonadotrofina coriônicas (Util para o diagnostico) • Os que originam do ovário são insensíveis a quimioterapia e geralmente fatais Outros tumores de células germinativas Incluem: Carcinoma embrionário – Altamente maligno de elementos embrionários primitivos, semelhante a tumores dos testículos. Poliembrioma – Tumor maligno, com corpos embrioides. Tumor de células germinativas mistos - várias combinações de disgerminoma, teratoma, tumor do saco vitelino e coriocarcinoma Tumores do estroma e dos cordões sexuais Neoplasias ovarianas derivadas do estroma do ovário, que são derivados dos cordões sexuais da gonada embrionária. Tumores que lembram todos esses tipos celulares (homens – sertoli e leydig, mulheres – granulosa e teca) podem ser identificados no ovário. Tumores de células da granulosa: • São células que lembram as células da granulosa de um folículo ovariano em desenvolvimento • São classificados em tipo adulto e juvenil (com base na idade do paciente, juntamente com achados morfológicos) • Representam cerca de 5% dos tumores ovarianos • O tipo adulto representa 95% das ocorrências do tipo de tumores de células granulosas • 2/3 são descobertos em mulheres na pós-menopausa Fibromas, tecomas e fibrotecomas • Tumores do estroma dos ovários composto por fibroblastos (fibromas – Hormonalmente inativos) ou células fusiformes amplas com gotículas lipídicas (tecomas – Ele puro é raro, mas os tumores com predominância desse tipo células é hormonalmente ativo) são comuns e representam 4% dos tumores ovarianos. Tumor com mistura dessas 2 é denominado fibrotecomas • São unilaterais em 90% e sendo na formas solidas, esféricas, levemente lobulados, encapsulados, duras, cinza- esbranquiçado, cobertas pela serosa intacta e brilhante • Compostos por fibroblastos bem diferenciados, entremeados por escasso estroma colagenoso. • Geralmente são percebidos como massa pélvica, acompanhadas de dor e outras associações como ascite (ocorre 40% dos tumores >6cm), e raramente como ocorrência de hidrotorax (somente do lado direito) SINDROME DE MEIGS: Combinação de achados de tumor ovariano, hidrotórax e ascite • A maioria desses tumores é benigno • Raramente ocorre atividade mitótica e maior razão núcleo citoplasma • Curso malingo é denominado Fibrossarcomas Tumores de células de sertoli-leydig • Geralmente funcionais, podendo produzir masculinização ou desfeminilização. Alguns tem efeitos estrogênicos • Ocorre em todas as idades, mas com maior prevalência entre a 2° e 3° década de vida • Morfologia: São unilaterais e em microscopia lembram tumores de células da granulosa o Podendo ser visualizados na microscopia graus de diferenciação o Alto grau de diferenciação apresentam células de sertoli ou leydig intercalados com estroma. Os intermediários apenas com esboços de túbulos imaturos e grandes células de leydig eosinofilas. E os poucos possuem padrão sarcomatoso, e disposição desordenada de cordões de células epiteliais o Elementos heretologos como glândulas mucinosas, osso e cartilagem pode estar presente • Recorrência ou metástase ocorrem em 5% • Essas neoplasias podem bloquear o desenvolvimento sexual feminino normal em crianças e desfeminilização em mulheres (atrofia das mamas, amenorreia, esterilidade e perda de cabelo. Pode progredir para virilização – hisurtismo, com distribuição masculina dos pelos, hipertrofia do clitóris e alterações da voz) Outros tumores do estroma e do cordão sexual Tumores de células do hilo (Tumores de Leydig puro): • Derivam de células que estão dispostas em torno de vasos hilares • Unilaterais são raros são compostas por grandes células de leydig carregadas de lipídios com estruturas chamadas cristaloides de Reinke • Mulheres com esse tumor apresentam masculinização na forma de hirsutismo, mudanças vocais e aumento clitoriano (mudanças mais leves) • Os tumores podem produzir testosterona • Tratamento consiste em excisão cirúrgica • Quase sempre são benignos Luteoma de gravidez: • Tumor raro que lembra o corpo lúteo da gravidez • Associados a virilização em pacientes gravidas e seus respectivos bebes do sexo feminino Gonadoblastoma: • Incomum • Composto por células germinativas e derivados do estroma do cordão sexual semelhante a células de sertoli e granulosa imaturas • Ocorre em indivíduos com desenvolvimento sexual anormal e gônadas de natureza indeterminada • Oitenta por cento dos pacientes têm fenótipo feminino e 20% têm fenótipo masculino, com testículos criptorquídicos e órgãos secundários internos femininos • Disgerminoma coexiste em 50% dos casos • Prognostico bom se o tumor for completamente removido Tumores metastáticos • Os mais comuns são derivados de tumores de origem mulleriana: útero, a tuba uterina, o ovário contralateral ou o peritônio pélvico • Os extramullerianos metastáticos do ovário mais comum são os carcinomas da mama e do trato gastrointestinal (cólon, estomago, trato biliar e pâncreas • Raros casos de psudomixona peritonei derivados de tumores do apêndice • Carcinoma gastrointestinal metastático envolvendo os ovários é chamado de tumor de Krukenberg • Metástase bilaterais com anéis de sinete produtoras de mucina, origem gástrica Distúrbios gestacionais e placentários Doenças da gravidez e condições patologicas da placenta: São causas de morte fetal intrauterina ou perinatal, malformações congênitas, retardo do crescimento uterino, morte materna e morbidades. Placenta: • Composta por vilosidade coriônicas que crescem do córion p/ fornecer uma grande área de contato entras circulações fetal e materna. Na placenta madura, o sangue materno entra no espaço interviloso pelas artérias endometriais (artérias espiraladas) e circula ao redor dos vilos, permitindo atroca gasosa e de nutrientes. Sangue desoxigenado flui de volta do espaço interviloso para a decídua e entra nas veias endometriais. • Sangue fetal desoxigenado, entra na placenta por duas artérias umbilicais que formam as artérias coriônica, se ramificam nas vilosidades e formam um extenso sistema capilar deixando o sangue fetal muito próximo do materno. A difusão de gases e nutrientes ocorre pelas células endoteliais dos capilares vilosos e pelo sinciciotrofoblastos e citotrofoblasto adelgaçados. • Em circunstâncias normais não ocorre mistura entre o sangue materno e o fetal. Pequena quantidade de DNA fetal atinge a circulação materna que permite teste genético pré-natal. • Sangue oxigenado na placenta volta p/ o feto via veia umbilical. Distúrbios do inicio da gravidez: Aborto • Definido como perda da gravidez antes de 20 semanas de gestação. Maioria ocorre ate 12 semanas. 10 a 15% das gestações detectadas podem resultar em abordo espontâneo. 22% das gestações iniciais em mulheres saudáveis sob outros aspectos terminam espontaneamente. • Múltiplas causas maternas e fetais, mais importantes: o Anomalias cromossômicas fetais – aneuploidias poliploidias e translocações: em 50% dos abortos precoces. o Fatores endócrinos maternos – defeito na fase lútea, diabetes não controlado. Defeitos físicos do útero – leiomiomas submucosos, pólipos uterinos ou malformações uterinas. o Distúrbios sistêmicos que afetem a vasculatura materna – síndrome do anticorpo o Antifosfolipidico, coagulopatias e hipertensão. o Infecções por protozoários (toxoplasmose), bactérias (mycoplasma, listeria) ou vírus. Gravidez ectópica Termo aplicado a implantação do feto em qualquer outro local diferente de uma localização intrauterina normal. O local mais comum é a tuba uterina – região ampular, outros locais incluem ovário, cavidade abdominal e porção intrauterina da tuba uterina (gravidez cornual). A condição predisponente presente 35% a 50% das pacientes, é a doença inflamatória pélvica previa resultando em cicatrização da tuba uterina – salpingite folicular crônica. Outros fatores que levam a cicatrização e aderências peritubarias são apendicite, endometriose e cirurgia prévia. DIU aumentam o risco de gravidez ectópica aproximadamente 2,5x. Morfologia A gravidez tubaria é a causa mais comum de HEMATOSSALPINGE – tuba uterina preenchida com sangue e deve ser suspeitada quando um hematoma tubário estiver presente. Inicialmente o saco embrionário cercado por tecido placentário composto por vilos coriônicos imaturo, é implantado na luz da tuba uterina. Com o tempo, células trofoblasticas e vilos coriônicos começam a invadir a parede da tuba uterina como fazem no útero durante uma gravidez normal. O crescimento do saco embrionário, distende a tuba uterina, causando adelgaçamento e ruptura da tuba frequentemente resulta em hemorragia intraperitoneal maciça (emergência medica – pode ser fatal) Aspectos clinicos: Gravidez ectópica é marcada pelo inicio de dor abdominal grave, mais comumente cerca de 6 semanas após um período menstrual normal prévio, amenorreia, sangramento na primeira semana de gestação. Ruptura da tuba uterina provoca hemorragia pélvica, emergência medica, pode desenvolver rapidamente um choque hemorrágico com sinais de abdômen aguda e o diagnostico precoce é critico. Diagnostico: teste de gonadotrofina coriônica - β-hCG >1500, USTV- útero vazio e presença de massa anexial e laparoscopia, amostras de biopsia do endométrio podem ou não revelar alterações deciduais. Diagnóstico diferenciais: apendicite, anexite, torção de cisto de ovário, ruptura de folículo ovariano Distúrbios do final da gravidez Ocorre no terceiro trimestre esta relacionado a complexa anatomia da placenta em maturação. A interrupção completa do fluxo sanguíneo pelo cordão umbilical decorrente de qualquer causa (nós estenosantes ou compressão) pode ser letal p/ o feto. Infecções ascendentes que envolvem membranas corioamnióticas, causa ruptura e parto prematuro. Hemorragia retroplacentária entre a placenta e o miométrio (deslocamento da placenta) ameaça a mãe e o feto. A ruptura dos vasos fetais nas vilosidade terminais pode produzir uma perda significativa de sangue fetal, com lesão ou morte fetal. A má perfusão uteroplacentária pode ser precipitada por implantação ou desenvolvimento anormal da placenta ou por doença vascular materna (pré-eclâmpsia materna). Anomalidades da implantação placentária: A placenta previa é uma condição na qual a placenta apresenta implantação no segmento uterino inferior ou no colo uterino, muitas vezes com hemorragia seria no 3º trimestre. Placenta previa completa cobre o ostio cervical interno e consequentemente requer o parto por incisão cesariana p/ evitar a ruptura da placenta e hemorragia materna fatal durante o parto vaginal. A placenta acreta é causada por ausência parcial ou completa da decídua, com aderência do tecido viloso placentário diretamente ao miométrio e falha na separação da placenta, essa é uma causa importante de hemorragia pós-parto coloca em risco a vida da mãe. Fatores predisponentes comuns são placenta previa (60% dos casos) e historia de incisão cesariana anterior. Inflamações e infecções placentárias 1. Ascensão através do canal vaginal: As infecções ascendentes são de longe as mais comuns; na maioria dos casos, são bacterianas e estão associadas à ruptura prematura das membranas fetais. Infecções ascendentes são causadas por: micoplasma, cândida e as numerosas bactérias da flora vaginal. Sífilis, tuberculose, listeriose, to xoplasmose e diversos vírus (rubéola, citomegalovírus, vírus herpes simples) podem causar vilosite placentária. 2. Disseminação hematogênica (transplacentária): Infecções transplacentárias podem afetar o feto e dar origem ao chamado complexo TORCH (toxoplasmose, outras infecções, rubéola, infecção por citomegalovírus, herpes. Microscópico: O corioâmnio apresenta infiltração neutrofílica associada a edema e congestão (corioamnionite aguda). Com extensão para além das membranas, a infecção pode envolver o cordão umbilical e as vilosidades placentárias, resultando em vasculite aguda do cordão (funisite). Pré-eclâmpsia/eclâmpsia (toxemia da gravidez) pré-eclâmpsia: Síndrome sistêmica caracterizada por disfunção endotelial materna generalizada durante a gravidez, manifestada por hipertensão, edema e proteinúria. Geralmente no ultimo trimestre, mais comum em primíparas (mulheres que estão gravidas pela primeira vez) 10% das mulheres com pré-eclampsia grave desenvolvem hemólise, elevação das enzimas hepáticas e baixas plaquetas, conhecida como síndrome HELLP, anemia hemolítica microangiopática, elevação das enzimas hepáticas e plaquetopenia. Distinção de hipertensão gestacional – sem proteinuria e Pré-eclampsia – tem proteinuria. ECLAMPSIA: forma mais grave, pode haver convulsões, pode haver hipercoagulabilidade, insuficiência renal aguda e edema pulmonar. Atinge SNC. Patogenia Ainda está sendo investigado, mas se sabe que a placenta desempenha um papel central na patogenia da síndrome, uma vez que os sintomas desaparecem rapidamente após a retirada da placenta. As anormalidades críticas na pré-eclampsia consistem em disfunção endotelial difusa, vasoconstrição (levando a hipertensão) e aumento da permeabilidade vascular (resultando em proteinuria e edema). Alterações fisiopatológicas Vasculatura placentária anormal: O evento inicial na patogenia da pré-eclâmpsia é a implantação trofoblastica anormal e a falta de desenvolvimento das alterações fisiológicas nos vasos maternos necessárias p/ a perfusão adequada do leito placentário. Na gravidez normal, as células trofoblasticas extravilosas fetais no local de implantação invadem a decídua materna e os vasos deciduais, destroem a musculatura lisa vascular e substituem as células endotelias maternas por
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