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Sistema Genital Feminino → É composto por vulva, coto uterino, ovários, tubas uterinas e mamas. Vulva → É revestida pelo epitélio escamoso não queratinizante na parte interna e queratinizante na parte externa; epitélio glandular e anexos cutâneos. → A vulva engloba o monte pubiano, grandes e pequenos lábios, clitóris, prepúcio, frênulo e vestíbulo. → Esse órgão está propenso contrair infecções e desenvolver tumores benignos: ↪ Glândulas de Skene são parauretrais e homólogas à próstata, sendo revestidas por epitélio transicional (urotelial); ↪ Glândulas vulvovaginais de Bartholin são mucossecretoras, nelas podem ocorrer o cisto de Bartholin (obstrução do canal), a Bartholinite e o Abscesso de Bartholin; ↪ Lesões cutâneas podem ocorrer na pele da vulva, são elas: líquen escleroso que acomete o epitélio escamoso vulvar e hiperplasia escamosa, ambas podem ocorrem em homens e na cavidade oral. Quando acometida regiões genitais masculinas ou femininas elas são classificadas como lesões leucoplásicas devido ao aspecto esbranquiçado ou arroxeada. • Acomete pessoas na faixa etária de 30 a 60 anos e estão associadas com tumores da vulva. Tumores Benignos → A pele possui anexos cutâneos, sendo que na vulva estão presentes as glândulas écrinas (regulação do calor) e as apócrinas (odor genital). → Os tumores benignos acometem as glândulas apócrinas é chamado de hidroadenoma papilífero. ↪ É o mais comum e aparece, geralmente, no sulco labial ou face lateral do pequeno lábio. ↪ Na macroscopia encontramos nódulos menores do que 2cm e pode ulcerar. ↪ Na microscopia vemos estruturas tubulares e ácinos revestidos por dupla população celular (colunares e mioepiteliais). ↪ O tratamento é feito através da remoção cirúrgica do nódulo. → Temos outros tumores: siringoma, pólipo fibroepitelial, linfangioma circunscrito. Infecções Genitais → Dentre as infecções genitais temos a candida sp que não é uma IST. → Já em relação as infecções que são transmitidas por via sexual, temos: ↪ Herpes vírus; ↪ Molusco contagioso; ↪ Trichomonas vaginalis; ↪ Chlamydia trachomatis e Niesseria gonorrhoeae, ambas podem desencadear DIP, que pode gerar infertilidade, aderências intestinais e obstrução, peritonite e bacteremia; ↪ HPV: a infeção por esse vírus pode ser de baixo ou alto risco, dependendo da cepa responsável pela infeção: → Baixo risco: causados pelo tipo 6 e 11, sendo o 6 mais frequente. Essa infecção ocorre por via sexual, sendo que 30 a 50% das mulheres infectadas apresentam acometimento cervical concomitante ao vulvar. • Macroscopia: apresentam lesões solitárias ou múltiplas, planas ou verrucosas (crista de galo) em períneo, perianal, vagina, vulva e colo. • Microscopia: apresenta hiperplasia do epitélio, com papilomatose, hiper e paraceratose com alterações coilocitoticas virais em camada superficial e intermediária do epitélio. • É mais comum em jovens com vida sexual ativa com múltiplos parceiros e possui relação com higiene precária. • Pode ser facilitada por vulvovaginites, diabetes e imunossupressão. Neoplasia Intraepitelial Vulvar (NIV) → São alterações que ficam restritas ao epitélio da vulva, não ultrapassando a membrana basal, por isso são consideradas displasias. → Elas podem apresentar grau 1, 2 e 3. ↪ NIV 1: lesões de baixo grau (terço basal do epitélio); ↪ NIV 2 e 3: lesão de alto grau (terço médio e superior), sendo classificados como carcinoma in situ ou não invasivo, ou seja, primeiro estágio canceroso, se limitando a proliferação anormal na mesma camada em que elas se desenvolveram. → As imagens abaixo são de lesões de grau 3, sendo que a segunda apresenta alterações celulares como atipias, hipercromasia e pleomorfismo nuclear em toda a espessura do epitélio e atipias coilocitoticas pelo HPV. → As condições que podem gerar NIV são infecção pelo HPV, lesão precursora do carcinoma espinocelular vulvar (CEC) e é semelhante a neoplasia intraepitelial vaginal (NIVA). → Macroscopia: encontramos lesões pigmentares, papulares, verrucosas ou placas acastanhadas ou acinzentadas, únicas ou múltiplas. → O diagnóstico é feito através da biópsia. Carcinoma Espinocelular de Vulva e Vagina → É um carcinoma que acomete células escamosas ou escamocelular. → É a neoplasia vulvar e vaginal mais comum, cerca de 90% dos casos. → Maior incidência em pessoas acima dos 60 anos, sendo 2/3 dos casos nessa faixa etária. → Pessoas com histórico de outras IST’s e múltiplos parceiros tem maior chance de desenvolver CEC. → Ela possui duas patogêneses diferentes: ↪ Associada a HPV alto risco (tipos 16 e 18): até 40% dos carcinomas vulvares, acometendo mais jovens e dentre os fatores de risco estão: tabagismo, múltiplos parceiros e situações de imunossupressão. ↪ Associada a inflamações crônicas (líquens): mais comum em pacientes mais velhas, na menopausa e tem relação com a mutação de um gene supressor tumoral (P53). → Em pacientes acometidos, cerca de 10 a 30% possuem lesões concomitantes (neoplasia intraepitelial) em colo NIC e vagina NIVA e os outros 70% tem história prévia e/ou subsequente. → Geralmente, inicia no grande lábio acometendo também pequeno lábio e clitóris. → A macroscopia pode variar de invasivo para superficial: ↪ Invasivo: lesões vegetantes, polipoides, nodulares e verrucosas; ↪ Superficial: lesões tipo úlcera, pápula ou mácula branca ou escura, menor do que 2cm confinado a vulva. → O carcinoma espinocelular pode ser classificado da seguinte maneira: ↪ CEC ceratinizante: cerca de 65% dos casos, podendo ser pouco, moderadamente ou muito diferenciado; ↪ Carcinoma verrucoso: possui padrão de crescimento verruciforme, muito bem diferenciado, crescimento lento, podendo formar grandes lesões destrutivas locais e sem infiltrações profundas; ↪ Carcinoma condilomatoso: também possui padrão de crescimento verruciforme, crescimento lento e podendo formar grandes lesões destrutivas locais com infiltração profunda – causado pelo HPV 16. ↪ CEC basaloide: mais agressivo e possui invasão mais profunda – causado pelo HPV 16. → A imagem abaixo apresenta CEC bem a moderadamente diferenciado, com células atípicas invadindo estroma vulvar com atipias e pleomorfismo e tendência a formar queratina. → A imagem representa CEC basaloide com neoplasia de células escamosas atípicas basaloides invadindo estroma vulvar. → A disseminação ocorre de maneira linfática, iniciando nos inguinais homolaterais, indo para pélvicos e cadeias distantes. → A disseminação hematogênica segue fígado, pulmões e outros órgãos. → O prognóstico depende do tamanho do tumor, quando maior que 2,5 cm, pior prognóstico; da profundidade da invasão; do tipo e grau histológico; se tem ou não acometimento de margens; presença de invasão vascular e perineural e presença de metástase ao diagnóstico. → O tratamento é realizado dependendo do estadiamento, podendo ser realizada cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Colo Uterino → É revestido por epitélio escamoso estratificado (ectocervical) e glandular colunar mucinoso (endocervical). → No colo existe uma junção escamo colunar (JEC), onde o epitélio escamoso se une ao glandular. ↪ Possui localização variável de acordo com a idade e período do ciclo menstrual, dependendo desses fatores, há a formação do ectrópio, que é um fenômeno fisiológico comum que consiste na eversão do endocérvice para fora do canal cervical, facilitando uma cervicite e posterior metaplasia escamosa que torna o epitélio mais resistente. → A região entre a JEC original e a JEC nova é chamada de zona de transformação ZT, onde há epitélio metaplásico. → A inflamação pode ser crônica ou aguda. Quando crônica acomete mulheres em idade fértile não apresentam alterações clínicas, já quando aguda apresenta pólipos endocervicais e metaplasia escamosa. → A infecção por HPV de baixo e alto risco ocorre através da infecção do epitélio escamoso, particularmente células basais, que são imaturas e possuem capacidade replicativa ou células com metaplasia escamosa, onde existem erosões que facilitam a infecção das células basais. → A infecção pelo HPV se dá pela via sexual e partúrica: ↪ Pessoas com múltiplos parceiros tendem a apresentar maior risco; ↪ Maior incidência na faixa etária de 18 a 30 anos, com pico dos 20 aos 24 e redução após os 30 anos, o pico secundário se concentra após a menopausa. Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) → São alterações que ficam restritas ao epitélio cervical, não ultrapassando a membrana basal, consideradas displasias. → Elas podem apresentar grau 1, 2 e 3. ↪ NIC 1: lesões de baixo grau; ↪ NIC 2 e 3: lesão de alto grau, sendo classificados como carcinoma in situ ou não invasivo, ou seja, primeiro estágio canceroso, se limitando a proliferação anormal na mesma camada em que elas se desenvolveram. → As condições que podem gerar NIC são as lesões precursora do carcinoma espinocelular de colo uterino (CEC) e é semelhante a neoplasia intraepitelial vaginal (NIVA) e neoplasia intraepitelial vaginal e vulvar (NIV). → Macroscopia: possível a presença de lesões não visíveis na colposcopia como a presença de lesões planas ou erosadas, avermelhadas ou esbranquiçadas, únicas ou múltiplas. → O diagnóstico é feito através da colposcopia com biopsia. ↪ Diagnostico complementar utilizando métodos moleculares na biopsia: → Hibridização in situ com detecção e tipagem do HPV; → Captura hibrida; → PCR. → A prevenção é feita com o Papanicolaou. → Já na microscopia podemos encontrar dois diferentes graus de displasia: ↪ Leve: proliferação e atipias no terço basal inferior do epitélio escamoso com atipias coilocitoticas pelo HPV. ↪ Moderada: proliferação e atipias até terço médio do epitélio escamoso, com atipias coilocitoticas pelo HPV. → As lesões podem ter uma regressão espontânea, cerca de 90% dos casos devido a uma renovação do epitélio e eliminação do vírus pelo SI ou uma progressão da doença. Carcinoma Epidermoide de Colo Uterino → É um carcinoma de celular escamosas ou escamocelulares. → É a mais comum do colo, cerca de 85%, seguida pelo adenocarcinoma, que representa 15%. → É causada pelo HPV de alto risco. → Acomete mulheres acima dos 35 anos em idade fértil e produtiva e possui uma progressão lenta. → Os fatores de risco são: ↪ Baixa condição socioeconômica; ↪ Múltiplos parceiros; ↪ Inicio precoce da vida sexual (antes dos 16 anos); ↪ Multíparas. Adenocarcinoma → Pode ser puro ou associado ao carcinoma espinocelular. → Esse tipo de neoplasia aumenta a tendencia do número de lesões glandulares pré malignas e malignas em mulheres jovens. → Também associado ao HPV de alto risco, em especial o tipo 18. → Dentre os fatores de risco estão: ↪ Baixa condição socioeconômica; ↪ Múltiplos parceiros; ↪ Inicio precoce da vida sexual (antes dos 16 anos); ↪ Multíparas. ↪ Existe a hipótese de associação com anticoncepcional oral (ACO). → A progressão para câncer está relacionada a duas variantes: ↪ Vírus: o que leva em conta o tipo viral, coinfecção por mais de um tipo, oncogenicidade de variantes especificas, taxa de integração na célula do hospedeiro e número de partículas virais. ↪ Hospedeiro: relaciona à resposta imune, hábitos e condições de vida. → Existem alguns tipos histológicos: ↪ CEC usual: bem, moderadamente ou pouco diferenciado. ↪ Variantes: CEC basaloide. ↪ Adenocarcinoma dos tipos endocervical (70%) e endometrioide (30%), os quais também podem ser bem, moderadamente ou pouco diferenciados. → Possui aspectos macroscópicos semelhantes ao adeno e CEC, tanto o precoce, quanto o avançado. ↪ Encontramos neoplasias exofíticas, ou seja, é superficialmente invasivo e sua massa cresce para dentro da luz vaginal, sendo poliploide, verrucoso ou papilífero; ↪ Ulcerado; ↪ Endofítico: ou seja, cresce para fora ou envolvendo o órgão; ↪ Cerca de 15% dos adenocarcinomas não são visíveis macroscopicamente. Carcinoma de Células Escamosas → Na microscopia vemos blocos infiltrativos de células escamosas atípicas. → No adenocarcinoma in situ vemos uma lesão precursora glandular endocervical benigna com pseudoestratificação de núcleos, ora comprimidos, ora arredondados. → Na figura abaixo vemos a tendencia a formar estruturas papilíferas, com núcleos empilhados e arquitetura glandular complexa. → Possui aspectos clínicos semelhantes ao CEC: sangramento vaginal e corrimento. → Tratamento depende do estadiamento, mas segue padrão cirúrgico, quimioterapia e radioterapia. → Dentre os fatores que modificam o prognostico: ↪ Estadiamento; ↪ Idade do paciente; ↪ Dimensão e profundidade de invasão (IB e IIA); ↪ Presença de invasão angiolinfática possuindo correlação com metástases linfonodais e sistêmicas; ↪ Grau de diferenciação neoplásica. → A evolução pode ocorrer: ↪ Metástase via linfática para linfonodos pélvicos, através das cadeias sacrais, ilíacas, para-aórticas e inguinais; ↪ metástase via hematogênica, sendo esses, menos comuns e causam tumores mais avançados, acometendo ossos, pulmões e fígado. ↪ A extensão do tumor pode chegar nos órgãos vizinhos como bexiga, ureter, uretra e reto. → A sobrevida em cinco anos chega a 90% quando descoberto em estagio I e a 10% quando estágio IV. → As vacinas são o método profilático e terapêutico utilizados na atualidade, podendo ser: ↪ Quadrivalente: 6, 11, 16 e 18; ↪ Bivalente. → O declínio da incidência e mortalidade por esse câncer se deu devido as vacinas, mesmo elas não conferindo proteção ótima contra outros tipos de HPV. → Ainda existe a busca para a erradicação desse câncer.
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