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Júlia Santos, Medicina Patologia (patologias) 1. Condiloma acuminado; 2. Carcinoma e neoplasia intraepitelial; vulva e vagina 3. Bartholinite; 4. Metaplasia escamosa; 5. Pólipos endocervicais; 6. Neoplasia intraepitelial cervical; 7. Carcinoma escamoso invasivo; 8. Adenomiose; 9. Endometriose; 10. Pólipos endometriais; 11. Hiperplasia endometrial; 12. Neoplasias do corpo uterino Adenocarcinoma do endométrio; Leiomiomas; Leiomiossarcomas miometriais. Condiloma Acuminado Conceitos O HPV, ou papiloma vírus humano, é um vírus transmissível por via sexual, o qual pode provocar 99,7% dos cânceres de colo de útero. A patologia acomete a mucosa escamosa do aparelho genital, principalmente a vulva, a vagina e o colo uterino. Normalmente, entre 30%-50% das mulheres têm acometimento cervical. Importante conceituar que papiloma é uma neoplasia epitelial benigna, causada por um vírus. Logo, o condiloma acuminado é um papiloma escamoso na vulva, causado pelo HPV. Etiologia Existem mais de 100 subtipos do papiloma vírus humano, porém os principais podem ser agrupados em dois grandes tipos, os oncogênicos e os não-oncogênicos. Oncogênicos: subtipos conhecidos como de alto risco. São os agentes 16, 18, 31, 33 e 35. Os mais comuns são os 16 e 18, os quais são os principais agentes etiológicos do câncer de colo uterino. Têm características progressivas de, em média, 15%. Não-oncogênicos: os principais subtipos são os 6 e 11, os quais causam lesões verrucosas, denominadas de condiloma acuminado. Normalmente regridem, com índice de 65%. Alterações morfológicas Caracterizadas principalmente por lesões confluentes, planas ou verrucosas. É mais comum em mulheres jovens de vida sexual ativa e em contato com parceiros múltiplos. Pode estar relacionado a vaginites, diabetes melito, contraceptivos orais e estados de imunossupressão. A infecção é condição necessária, mas não é suficiente para desenvolver a doença, apenas quando se torna persistente. Felizmente, o intervalo comum entre uma infecção comum e o desenvolvimento de um câncer é de 15 anos. Características As principais alterações morfológicas são as lesões verrucosas que envolvem a vulva e a vagina, podendo expandir até o períneo e a região perianal. MACROSCÓPICAS: lesão plana, verrucosa, papilar ou em aspecto de couve-flor, que aparece de forma única ou múltipla, e de tamanho variável. Normalmente, sofre regressão espontânea, mas pode precisar de tratamento clínico ou cirúrgico. MICROSCÓPICAS: hiperplasia do epitélio, com papilomatose (neoplasia epitelial benigna com a formação de papilomas), além de hiperceratose (maturação das células epiteliais, onde ocorre a retenção de núcleos na camada córnea, caracterizando um processo incompleto de queratinização das células superficiais do epitélio, aparecendo nos exames com a coloração branca) e disceratose (células da superfície da epiderme repletas de queratina). As alterações histológicas ocorrem principalmente nas camadas superficial e intermediária, com coilocitose e binucleação das células. Só o fato de alguma célula apresentar queratinização não indica que é uma lesão por HPV, quem vai indicar a infecção pelo vírus é a coilocitose. Coilocitose celular Ocorre aumento do volume citoplasmático, com núcleos hipercorados, irregulares, e chanfrados. Mas a maior característica é o citoplasma amplo e com halo claro perinuclear. É uma característica importante do HPV, pois garante um diagnóstico diferencial. Esse efeito pode ser chamado também de efeito citopáico viral característico. corpo uterino colo uterino Júlia Santos, Medicina Patologia Importante ressaltar que na gestação, as lesões condilomatosas poderão atingir grandes proporções, seja pelo aumento da vascularização, seja pelas alterações hormonais e imunológicas que ocorrem nesse período. Manejo Clínico As mulheres com condilomas vulvares devem ser examinadas em busca de lesões cervicais pelo HPV, com colposcopia e citologia oncótica. Os parceiros sexuais de pacientes com condilomas devem ser buscados, uma vez que poderão se beneficiar de exame clínico para avaliação da presença de condilomas não suspeitados, ou de outras DSTs, e pela avaliação de lesões subclínicas como NIP (neoplasia intraepitelial do pênis). Como o tratamento de condilomas não elimina o HPV, os pacientes e seus parceiros devem ser cientificados de que podem ser infectantes, mesmo na ausência de lesões visíveis. Ácido Tricloroacético O ácido tricloroacético ajuda na identificação de lesões queratinizadas no colo uterino. Quando reage com a queratina, sua coloração é branca. Uma lesão acetobranca é uma área suspeita que precisa ser investigada, pois não é comum haver queratina no epitélio do colo uterino. Porém, nem sempre uma lesão queratinizada indicará algum tipo de lesão maligna. Em um prolapso uterino, o epitélio do colo acaba sofrendo mais atrito, induzindo a queratinização (processo de adaptação). Bartholinite Glândulas de Bartholin As glândulas de Bartholin, ou glândulas vestibulares maiores, estão localizadas uma de cada lado interno dos lábios menores, externamente à abertura vaginal. A sua função é produzir um fluido mucoso que serve para lubrificar e umidificar a vulva e a parte mais externa da vagina, principalmente durante o ato sexual. Em condições normais, são pequenas e não costumam ser visíveis nem palpáveis. Fisiopatologia As glândulas de Bartholin e as outras glândulas vestibulares podem obstruir e causar inflamação e cistificação (adenites) do tecido. Haverá dor e incômodo, além da formação de uma massa palpável no local. É mais comum em mulheres jovens, portanto, se ocorrer em mulheres mais velhas, é preciso diferenciar de outras lesões, inclusive tumores malignos. As doenças da glândula de Bartholin ocorrem basicamente quando a saída de um ou ambos os ductos ficam obstruídas, impedido a eliminação do muco produzido. As duas complicações mais frequentes que surgem deste problema são: 1. Cistos de Bartholin; 2. Abscesso de Bartholin. Cisto de Bartholin Essa situação é responsável por 2% das consultas ginecológicas ao ano em mulheres na idade reprodutiva. Já as crianças não costumam desenvolver esse problema, porque as glândulas de Bartholin não começam a funcionar até a puberdade. Da mesma forma, os cistos são incomuns após a menopausa, pois as glândulas tendem a se atrofiar e perder função com a idade. Se o orifício de saída da glândula de Bartholin torna-se obstruído, todo o muco por ela produzido fica retido ao redor da própria glândula, criando um cisto, que nada mais é do que uma tumoração com conteúdo líquido. Sintomatologia Cistos pequenos costumam passar despercebidos, pois além de não serem facilmente visíveis ou palpáveis, são indolores na maioria dos casos. Quando o cisto cresce mais que 1 cm de diâmetro (processo pode levar de meses a anos), a mulher pode notar o surgimento de uma pequena tumoração em um dos seus pequenos lábios. O cisto, nestes casos, costuma ser papável e visível, porém, mantém-se indolor. Cistos maiores que 3 cm de diâmetro podem causar algum desconforto ao toque ou durante a relação sexual. Abscesso da glândula de Bartholin É uma complicação que surge quando o líquido aprisionado dentro do cisto de Bartholin contamina-se com bactérias e torna-se purulento. Essa complicação também é chamada de Bartholinite. Lesão pelo HPV reagindo com o ácido tricloroacético. Júlia Santos, Medicina Patologia Fisiopatologia Geralmente é uma lesão unilateral e pode estar relacionada à higiene íntima deficiente, a traumas, à estenose do ducto ou ao muco espesso. O agente etiológico normalmente é o Escherichia coli, o mesmoque habitualmente provoca os quadros de infecção urinária. Ao contrário do cisto, o abscesso é uma tumoração que provoca intensos sintomas. Sintomatologia A dor, o inchaço, a vermelhidão e o calor local são as principais características do quadro. Febre não é tão frequente e só ocorre em cerca de 20% dos casos. Em algumas situações, o abscesso pode drenar espontaneamente, liberando um líquido claramente purulento. Ao ser drenado, os sintomas costumam desaparecer. Se, além do abscesso, a paciente também apresentar corrimento vaginal amarelado ou esverdeado, o ginecologista deve sempre pensar em uma DST como a causa da bartholinite. ATENÇÃO! Notar a presença de neutrófilos na lâmina. Bartholinite Sintomas Cistos A partir de 1 cm de diâmetro: é quando passa a ser palpável e notado pela paciente. Geralmente é indolor. 3 cm de diâmetro: começa a causar desconforto. Pode chegar até 5 cm. Abscesso Dor, inchaço, vermelhidão, calor local; pode ocorrer febre e liberação de pus. Se houver corrimento vaginal amarelado ou esverdeado, desconfia-se de DST. Carcinoma de Células Escamosas O carcinoma de células escamosas da vulva normalmente atinge mulheres com mais de 60 anos, por estar associado a uma lesão neoplásica de evolução lenta. Causado pela evolução de lesões do HPV, o carcinoma está intimamente associado a lesões intraepiteliais, sendo mais comuns as lesões vaginais/cervicais, do que as vulvares. Causas principais do CCE 1. HPV; 2. Inflamação crônica; 3. Infecção por líquen escleroso. Fisiopatologia Estágios da Neoplasia Intraepitelial Vulvar (NIV) Para o desenvolvimento do câncer de colo de útero invasivo, há quatro estágios de alterações morfológicas. 1. Infecção do epitélio metaplásico por cepa oncogênica (16, 18, 31, 33 e 35) do vírus; 2. Persistência da infecção; 3. Progressão de um clone de células epiteliais anormais para uma lesão pré-cancerosa; displasia ou neoplasia intraepitelial; A neoplasia pode se desenvolver tanto na vulva (neoplasia intraepitelial vulvar) ou na cérvice (neoplasia intraepitelial cervical); ambas relacionadas ao HPV. 4. Desenvolvimento do carcinoma com invasão da camada basal do epitélio. Patogênese Dependendo da proliferação epitelial, a NIV pode variar desde uma displasia (acometendo até dois terços da camada basal) até um carcinoma in situ (acometendo todo o epitélio). Normalmente, mulheres com NIV também tem outras lesões genitais, como NIC (neoplasia intraepitelial cervical), e também tem histórico de infecção por HPV. Níveis Displásicos 1. Displasia leve (NIV 1): ceratinócitos volumosos, com núcleos hipercorados e pleomórficos, ou seja, características de coilocitose. Normalmente não evolui para câncer invasivo, sendo considerada rara. Podem ser descritas como condiloma plano. 2. Displasia moderada (NIV 2): já apresenta mitose típica e atípica em diferentes níveis do epitélio. A partir de NIV 2, já considera-se lesões de alto grau, com evolução comum para câncer invasivo. Glândula normal Glândula inflamada, com células inflamatórias permeando o córion e o epitélio. Júlia Santos, Medicina Patologia 3. Displasia acentuada (NIV 3): alterações celulares na camada basal, incluindo o carcinoma in situ. O tecido apresenta estruturas arredondadas no terço basal, com células de citoplasma amplo e eosinofílico exibindo ceratinização. Houve revisão de terminologia das lesões vulvares para: NIV usual e NIV diferenciado. NIV usual: forma mais prevalente e relacionada ao HPV. Forma basoloide: ocorre em mulheres jovens; tem grande potencial de malignidade e menor potencial de remissão espontânea. Forma verruciforme: lembra o condiloma acuminado. NIV diferenciado: é bem menos comum e é típico em mulheres após a menopausa, acima dos 65 anos e sem associação ao HPV. É reconhecido como diferenciado por causa da diferenciação escamosa da lesão, com lesões epiteliais e atipias nucleares basais. Profundidade Em relação a profundidade, o CCE pode ser superficialmente invasivo (medindo até 2,0 cm e confinado à vulva até o períneo) ou invasivo. Superficial: em forma de úlcera, pápula ou mácula, escura ou branca, com hiperceratose; Invasivo: em forma de lesão vegetante, polipoide, nodular ou verrucosa, podendo ter ulceração. Inicia-se nos grandes lábios, acometendo até os pequenos lábios e o clitóris. O tumor comumente é solitário (multifocal apenas em 10% dos casos). Características Microscópicas Em relação às características microscópicas, podem ser ceratinizantes ou basaloides, ambos com NIV do tipo usual. Ceratinizantes: os tipos mais comuns são o verrucoso e o condilomatoso. Em relação à capacidade de formação da ceratina e do grau da atipia, temos: Grau 1: bem diferenciado, do tipo verrucosoo; crescimento lento, podendo formar lesões destrutivas locais; já infiltrações profundas são raras. Grau 2: moderadamente diferenciado, do tipo codilomatoso; há formação do condiloma gigante, com alterações coilocitóticas e ceratinização; tem crescimento lento, porém pode ser mais profundo. Grau 3: pouco diferenciado. Basaloide: um tipo de carcinoma mais agressivo, com infiltração profunda e células menores não ceratinizadas; formam-se ninhos com grande índice de mitose. Clínica Sintomatologia Prurido vulvar (mais comum); Dor; Sensação de queimação; Sangramento; Corrimento; Dispareunia; Disúria. Clínica Os fatores ligados ao diagnóstico e à evolução do tumor, são o tamanho (o pior possível é maior que 2,5 cm), o tipo histológico, o grau histológico, a profundidade, o tipo de margem da lesão, a invasão vascular e a presença de metástase. Metástases Normalmente, dá-se por via linfática, acometendo os linfonodos inguinais homolaterais, podendo chegar aos linfonodos pélvicos distantes. Pela via sanguínea, pode chegar ao fígado, pulmão e outros órgãos bem irrigados. O diagnóstico das lesões epiteliais de colo uterino é baseado no tripé colposcopia, citopatologia oncótica cervicovaginal e biópsia. Tripé A citopatologia oncótica é realizada com aplicação do iodo na ectocérvice. O iodo reage com o glicogênio, o qual existe nas células normais da endocérvice. Quando há áreas da endocervice onde o iodo não reagiu, significa a presença de células neoplásicas, ou seja, teste de Schiller positivo e lesão por HPV. As células normais do colo uterino e da vagina são ricas em glicogênio, uma grande molécula feita de várias pequenas moléculas de glicose. O iodo consegue impregnar os tecidos ricos em glicogênio, mantendo-os escuros (pintados). Já as células cancerígenas ou pré-cancerígenas são pobres em glicogênio e, por isso, não se impregnam com o iodo, mantendo-se mais claras, geralmente amareladas, e facilmente distinguíveis do resto do tecido saudável, que permanecesse corado de marrom (cor do iodo). Júlia Santos, Medicina Patologia Enquanto a citopatologia oncótica é a primeira fase de rastreio, a próxima escolha é a colposcopia. A colposcopia fornece uma visão ampliada do colo e do tecido vaginal, a qual permite distinguir o tecido de aparência normal do tecido de aparência anormal. Além disso, ela possibilita biópsias direcionadas para realizar o exame patológico. Importante ressaltar que a biópsia é a última fase de rastreio. EXAMES NORMAIS Cistos de Naboth Ao observar o colo uterino, a parte vermelha é a endocérvice (epitélio colunar) e a área mais clarinha é a ectocérvice (epitélio escamoso, pavimentoso estratificado não queratinizado). Os limites desses epitélios são marcados pela JEC (junção escamocolunar). É importante identificar essa junção, pois, com o passar do tempo, as mulheres que possuem uma endocérvice mais exteriorizada sofrem o processo de metaplasia. Como o epitélio endocervicalé mais delicado, ele acaba se transformando em um epitélio escamoso para aguentar as agressões do meio externo. É importante a identificação dessa área metaplásica, pois como é um epitélio jovem, em transição, ele se trona mais suscetível a ações de carcinógenos, como o HPV. Metaplasia A metaplasia é um processo fisiológico, porém, como é um epitélio mais suscetível, torna indispensável sua identificação e análise cuidadosa. Para isso, é necessário identificar a JEC atual e a JEC antiga. Para fazer isso, é importante entender que o epitélio colunar (endocérvice) é composto por glândulas e que durante o processo de metaplasia é formado uma camada de epitélio escamoso por cima do epitélio colunar. Como agora existe uma camada de epitélio escamoso cobrindo o epitélio colunar, as glândulas presentes na endocérvice vão sendo obstruídas e retendo sua secreção, formando um cisto, o Cisto de Naboth. O lugar que é possível observar o último orifício glandular marca o local onde era a JEC original. E o local entre a JEC original e a JEC atual é a área de metaplasia escamosa, uma zona de transição. A última glândula identifica o local de início da metaplasia: é o local exato da antiga JEC. Endocérvice com epitélio escamoso normal típico da ectocérvice Resumindo: Junção escamocolunar (JEC) divide os 2 epitélios do colo do útero; A JEC pode mudar de localização devido à vários fatores como idade, uso de anticoncepcional, vida sexual ativa; A JEC anda em direção ao OCE; A última glândula marca o limite do epitélio colunar. Essa obstrução das glândulas gera o Cisto de Naboth (permite identificar onde tinha epitélio colunar). É normal que o epitélio metaplásico não seja, inicialmente, tão uniforme. Ao longo do tempo as células vão amadurecendo e adquirindo características do epitélio que ele quer se transformar. É importante o médico saber quando há ou não anormalidade em cima dessa zona de transformação para não biopsiar toda mulher que chegar com uma metaplasia. A área de metaplasia não é muito visível a olho nu. É mais fácil visualizar através da colposcopia. Visto ao colposcópio podemos perceber o aspecto micropapilar da endocérvice (embaixo) e o aspecto mais liso do epitélio ectocervical, em cima. Júlia Santos, Medicina Patologia Pólipos Endocervicais O pólipo endocervical é uma lesão relativamente comum e mais frequente em multíparas, sobretudo entre 40 e 60 anos de idade. Os pólipos formam-se no canal endocervical e aparecem como lesões geralmente pediculadas (mas podem ser sésseis), de forma alongada ou arredondada, com superfície esponjosa ou lisa e coloração róseo-avermelhada devida à intensa vascularização. Clínica Achados Os pólipos endocervicais podem ser facilmente identificados ao exame direto, não raro se exteriorizando pelo OE. Medem de poucos milímetros até 2 a 3 cm na maior dimensão, ou mais raramente formam massa volumosa, que pode simular neoplasia maligna. Clinicamente, os pólipos podem estar associados à inflamação e causar sangramento ou corrimento vaginal. À microscopia, o pólipo apresenta padrões diversos, desde o predomínio de hiperplasia glandular, sem atipias, até proliferação do estroma, que geralmente é bem vascularizado. Coexistem inflamação crônica e áreas de metaplasia escamosa. Pólipos no istmo podem conter glândulas endometriais, sendo denominados pólipos mistos. Apesar de inócuos, os pólipos endocervicais podem eventualmente ser sede de lesões precursoras ou de carcinoma. Pólipos com alterações carcinomatosas devem ser distinguidos de adenocarcinomas polipoides. O tratamento comumente é a remoção, podendo ser realizada por curetagem ou por exérese cirúrgica. Diagnóstico Diferencial No diagnóstico diferencial, outras lesões poliposas devem também ser consideradas, como: Pólipo decidual; Hiperplasia endocervical microglandular; Tecido de granulação; Leiomioma; Adenomioma; Papiloma escamoso; Condiloma acuminado; Granuloma piogênico. Neoplasia Intraepitelial Cervical - NIC São consideradas lesões pré-malignas, mas na verdade são lesões malignas ainda não invasivas. Pode ser definido como um câncer que já está nascendo. Ela indica que as células que darão origem ao câncer já estão ocupando parte daquele epitélio. Fisiopatologia Quando o epitélio suscetível sofre ação de algum agente oncogênico, inicia-se um processo de displasia que nada mais é do que o crescimento e maturação anormal de células. Em condições normais, o epitélio escamoso vai amadurecendo da base, onde as células se proliferam e recebem informações para se tornarem escamosas. Conforme o tempo passa, essas células vão subindo até atingirem o topo do colo, sofrendo descamação. Assim, as células mais maduras estarão localizadas no ápice do epitélio. São essas células maduras que são coletadas durante o Papanicolau e que darão a característica do epitélio. Durante o processo de amadurecimento a célula ganha citoplasma, queratina e glicogênio, e o núcleo vai perdendo volume até morrer, quando atinge o topo. Assim, as células mais superficiais possuem um pouco de queratina, são mais róseas do que o normal, perdem o núcleo e possuem um citoplasma achatado. Evolução Na NIC, quando há uma evolução desse processo, primeiro ocorre uma displasia leve que vai acometer o terço inferior desse epitélio onde as células perdem, temporariamente, a capacidade de amadurecer. O espaço que elas terão pra amadurecer é apenas o caminho dos 2/3 superiores do epitélio. NA NIC AINDA NÃO HÁ INVASÃO. 1. No NIC 1 é como se as células só começassem o processo de amadurecimento no terço inferior do epitélio. Assim, as Júlia Santos, Medicina Patologia células que vão descamar no topo estão um pouco menos amadurecidas em relação as células que amadureceram desde a base do epitélio. Então em uma citologia as células aparecerão um pouco diferente do que se espera: com um núcleo maior, um citoplasma menos denso e com menos queratina. À medida em que o processo de displasia da NIC vai evoluindo é possível perceber um aumento dessa progressão. Ou seja, no topo haverá células maduras, mas não iguais as normais, com descamação. Com a progressão da NIC, as células que descamam vão sendo mais imaturas. 2. Na NIC 2 é possível observar na metade do epitélio células sofrendo mitose (processo que deveria ocorrer apenas na camada basal), com núcleos muito irregulares que apresentam ainda menos tempo para amadurecer. 3. Na NIC 3 as células que são encontradas no topo estão quase totalmente imaturas, parece que são células retiradas da parte inferior do epitélio (mais imaturas). A NIC 3 é também chamada de carcinoma escamoso in situ. A próxima etapa é a invasão da membrana basal. Outra grande característica dessa lesão é que a membrana basal do epitélio é íntegra, não possui área de invasão. Na NIC 3 a chance de metástase é nula. Na verdade, o risco de metástase acontecerá se alguma área de invasão tiver passado despercebida. Então, como não tem invasão, a paciente tem uma grande chance de cura com a retirada da lesão. Diferentemente do que ocorre com o carcinoma escamoso, que é uma lesão invasiva e com pior prognóstico. Importante! O câncer do colo uterino invasor, em cerca de 90% dos casos, evolui a partir da NIC, mas nem toda NIC progride para um processo invasor. Todas as NIC devem ser consideradas lesões significativas e como tal devem ser tratadas. Importante 2! A coilocitose, alteração que sugere a infecção pelo HPV, pode estar presente ou não. Importante 3! Quando as alterações celulares se tornam mais intensas e o grau de desarranjo é tal que as células invadem o tecido conjuntivo do colo do útero abaixo do epitélio, temos o carcinoma invasor. Para chegar a câncer invasor, a lesão não tem, obrigatoriamente,que passar por todas essas etapas. Clínica Os exames realizados para o diagnóstico completo serão o tripé colposcopia, citopatologia oncótica cervicovaginal e biópsia. Já o método de escolha para o tratamento varia de acordo com o grau da NIC e com a experiência do ginecologista em executá- lo. Carcinoma Escamoso Invasivo Ao avaliar o carcinoma escamoso invasivo é importante observar a profundidade da invasão, as margens cirúrgicas (quando mais estreitas, mais comprometida), o nível de profundidade, o acometimento de estruturas adjacentes (progressão para vagina, paramétrios e outros órgãos adjacentes) e se há metástases para linfonodos (linfática) e órgãos distantes (hematogênica). Esses fatores definirão como será o tratamento e o prognóstico do paciente. Carcinoma Escamoso Invasivo Exames No câncer de colo uterino, com padrão histológico de carcinoma escamoso invasivo, o papel da radiologia é apenas de fazer o estadiamento. O estadiamento é o acompanhamento da lesão para notar progressão ou regressão do carcinoma; é realizado pela ressonância magnética. O rastreio é feito através do exame especular, colposcopia e citologia. Importante lembrar que para uma lesão do colo se tornar um carcinoma invasivo leva de 10-20 anos. É inadmissível que ainda hoje existam tantas pessoas fazendo estadiamento dessa lesão, pois o rastreio são exames muito simples de serem feitos. O melhor exame para fazer o estadiamento é a RM. Mesmo a USG sendo o exame de rastreio para a cavidade pélvica, a escolha é a ressonância, pois a USG não é usado para avaliar o carcinoma do colo, pois as estruturas uterinas não possuem uma boa visualização. A TC também pode ser usada. RM É o exame de escolha para o estadiamento! Júlia Santos, Medicina Patologia Tumor de colo uterino. É importante a identificação do estroma cervical, a linha preta em volta do tumor, que indica que a lesão ainda está restrita ao colo e não invadiu outras estruturas. O próximo passo seria a ruptura do estroma e invasão de estruturas adjacentes. Quando a invasão ocorre, apenas a cirurgia não será necessária para curar a paciente, provavelmente será preciso iniciar sessões de radio e quimioterapia. Tumor invadindo outras estruturas, como a bexiga, o reto e o ureter. Provavelmente a paciente apresentará um quadro de hidronefrose. Adenomiose A adenomiose refere-se ao crescimento da camada basal do endométrio para dentro do miométrio. Ninhos de estroma endometrial, glândulas ou ambos são encontrados profundamente no miométrio interpostos entre os feixes musculares . A presença aberrante de tecido endometrial induz hipertrofia reativa do miométrio, resultando em útero globular alargado, muitas vezes com parede uterina espessa. Achados Histológicos e Clínicos Como as glândulas na adenomiose derivam do estrato basal do endométrio, elas não passam por sangramento cíclico. No entanto, adenomiose acentuada pode produzir menorragia, dismenorreia e dor pélvica antes do início da menstruação. É mais comum em mulheres com mais de 48 anos. Microscopicamente, o que se encontra é tecido endometrial fora do lugar. Chama a atenção o estroma endometrial circundando as glândulas. Exames USG Principal exame diagnóstico; seria ideal utilizar transdutor endovaginal. Na USG, o endométrio aparece hiperecoico, devido aos pontos de acúmulo de sangue. ÚTERO NORMAL ÚTERO COM ADENOMIOSE Na imagem podemos ver uma USG endovaginal com estruturas císticas apresentando em seu interior sangue decorrente da menstruação. Progressivamente é possível observar uma perda da função desse miométrio, com um espessamento da parede e a modificação da consistência. Às vezes o aspecto pode se assemelhar bastante ao de um tumor, o leiomioma, só sendo possível fazer a diferenciação através da biópsia. RM Importante lembrar que na ressonância em T2, os acúmulos císticos contendo sangue aparecem de forma hiperintensa. Além disso, pode ser notado o espessamento as paredes. Se houver uma área hipointensa e bem delimitada, indicando um tecido mais denso do que o uterino, trata-se de um mioma. Júlia Santos, Medicina Patologia Endometriose O conceito chave da endometriose é o epitélio, glândula ou estroma endometrial que se implanta em algum outro lugar fora da cavidade endometrial. É uma doença crônica, inflamatória, estrogênio-dependente e que ocorre no período reprodutivo da mulher. Hipóteses Há diversas hipóteses sobre a origem dessas lesões dispersas características da endometriose. São elas: 1. Teoria do fluxo menstrual retrogrado: é a mais aceita. Acredita que existe algum tipo de obstrução do fluxo menstrual que dificulta a saída do útero, fazendo com que esse fluxo (rico em células endometriais) volte atingindo as trompas e colonizando estruturas extrauterinas ou a própria parede uterina (adenomiose). 2. Metastática: surge para explicar endometriose em órgãos distantes. Acredita que as células endometriais podem atingir a corrente sanguínea ou vasos linfáticos se espalhando para outros órgãos, como o pulmão e parede intestinal. 3. Metaplásica: explica alguns casos de endometriose em homens. Acredita que a gente tem algumas células pluripotenciais, principalmente no celoma, que podem por estímulos hormonais se transformarem em células endometriais. O ponto principal no raciocínio sobre a endometriose é um tecido “estranho” crescendo em um local inadequado. Porém, esse tecido tem ciclos de descamação. Se há essa descamação fora da parede endometrial, pode haver lesões desses órgãos. Achados Clínicos Dor pélvica; Dificuldade em engravidar; Alterações nos ciclos menstruais (de qualquer tipo); Presença de massa pélvica em mulheres na fase reprodutiva, de forma isolada ou em associações. Na presença destas condições é recomendável a investigação da endometriose. O diagnóstico clínico de certeza é difícil. Embora estas manifestações sejam muito sugestivas de endometriose, não são exclusivas desta doença e requerem o diagnóstico diferencial com outras condições: aderências, síndrome do intestino irritável, doença inflamatória pélvica, cistite, neoplasias e outras mais. Histologia Microscopicamente, o que se encontra é tecido endometrial fora do lugar. Chama a atenção o estroma endometrial circundando as glândulas. IMPORTANTE! Pelo fato de o sangue se acumular nesses focos aberrantes, eles geralmente aparecem macroscopicamente como nódulos ou implantes marrom-avermelhados. Eles variam em tamanho de 1-2 cm de diâmetro e se depositam sobre ou sob a superfície serosa afetada. Muitas vezes, as lesões individuais coalescem formando massas maiores. Quando os ovários estão envolvidos, as lesões podem formar cistos grandes e cheios de sangue que ficam marrons (cistos de chocolate) à medida que o sangue envelhece. Com infiltração e organização do sangue, ocorre fibrose generalizada, levando a aderências entre as estruturas pélvicas, unindo as extremidades das tubas fimbriadas e causando a distorção das tubas uterinas e ovários. O diagnóstico histológico em todas as localizações depende do encontro de duas das três características seguintes no interior das lesões: Glândulas do endométrio; Estroma endometrial; Pigmento hemossiderina. Evolução A endometriose é uma doença que afeta cerca 6 milhões de brasileiras! Um grande indicador da doença é a dor pélvica, tipo cólica, geralmente no período menstrual e que vai aumentando com o evoluir da doença. Outro grande problemaassociado a endometriose é a infertilidade, estando relacionada a quase metade dos casos. Em contraste com a adenomiose, a endometriose quase sempre contém endométrio funcional que sofre sangramento cíclico! Júlia Santos, Medicina Patologia Tratamento Pode ser realizado por datação histológica do tecido endometrial e o acompanhamento por biópsias. Dra. Sandra focou que para excluir patologias orgânicas e diferenciar da endometriose, fazem-se exames de imagem ou biópsia. O exame imageneológico de escolha é a histeroscopia. Tumores Leiomas Os leiomas são tumores benignos, que surgem das células musculares lisas da camada miometrial. É tão comum que chega a atingir 30-50% das mulheres em idade reprodutiva. Contudo, é comum que os leiomiomas encolham na pós-menopausa da mulher. São associados a anormalidades cromossômicas, principalmente o rearranjo nos cromossomos 6 e 12. Estrogênios e anticoncepcionais estimulam o crescimento dos leiomiomas. Morfologia São massas firmes brancoacinzentadas e circunscritas, com superfície de corte em espiral. Podem ser isolados ou múltiplos, sendo de diversos tamanhos e disseminados pela cavidade. Como pode atingir qualquer camada miometrial, há um tipo de tumor diferente para cada parte. Normalmente, as lesões são muito pequenas e assintomáticas, sendo os miomas que incomodam mais os que se encontram próximos à camada endometrial (submucosa, intramural e subserosa). Fisiopatologia Dependendo da camada e da localização; alguns se inserem dentro do miométrio (intramurais), enquanto outros podem estar diretamente abaixo do endométrio (submucosos) ou diretamente abaixo da serosa (subserosos). Neste último local, os tumores podem estender-se para fora em pedúnculos atenuados e até mesmo tornar-se ligados aos órgãos circundantes, de onde podem desenvolver um suprimento de sangue (leiomiomas parasitas). Importante! O leiomioma parido é uma massa do leiomioma intracavitário que escorre pelo canal endovaginal, devido a contrações uterinas para expulsão do patógeno. Histologia No exame histológico, os tumores são caracterizados por feixes de células musculares lisas que imitam a aparência de miométrio normal. Focos de fibrose, calcificação e amolecimento degenerativo podem estar presentes. Os leiomiomas quase nunca se transformam em sarcomas, e a presença de lesões múltiplas não aumenta o risco de malignidade. As características de um leiomioma benigno é ser constituído por células musculares lisas típicas, iguais às do miométrio normal. Além disso, deve haver limites com o miométrio circundante, presença de áreas amolecidas e de necrose. Epitélio benigno Tipos de Leiomiomas Comumente, os que causam mais sintomas são os submucosos. Subseroso pediculado Compressão dos órgãos adjacentes através dos pedículos; Torção e necrose dos pedículos; Infarto hemorrágico devido a torção; Causa principalmente dor na paciente; Pode acontecer do mioma pedicular, rompendo a parede e gerando um quadro abdominal agudo. Subsesoro Assintomáticos em geral, porém podem comprimir alguma estrutura adjacente; Contração; Provoca sintomas urinários. Submucosa Camada que mais causa sintomas; Os sintomas mais comuns são sangramento abundante; Atrofia por compressão uterina; Distúrbios de fertilidade (infertilidade, aborto precoce e espontâneo); Mais fácil de ser retirado. Intramural Comumente não apresentam sintomas; Quando há sintomatologia, provavelmente são leiomiomas maiores, provocando sintomas urinários, aumento do fluxo menstrual, período em menorreia mais longo; Em casos mais graves, a mulher pode ter anemia, levando a um caso cirúrgico para retirar a massa; Como o miométrio tem função contrátil, se houver muitos leiomiomas intramurais, os sintomas se relacionam aos da adenomiose; Dra. Sandra: normalmente deixa mais sequelas Sinais Clínicos Podem ser assintomáticos; Dismenorreia; Menorragia com ou sem metrorragia; Dores menstruais fortíssimas; Sangramento menstrual abundante; Júlia Santos, Medicina Patologia Aumento dos dias em menorreia durante o ciclo; Infertilidade; Dificuldade durante a gestação (problemas na nidação); Compressão da bexiga urinária (devido ao aumento de tamanho), apresentando sintomas urinários; Constipação. Exames Os exames de escolha são TC e RM; porém pode ser utilizado a USG e a histerossonografia. Hidrossonografia ou histerossonografia: para expandir o lumen do útero e poder visualizar se alguma ou ambas as paredes estão espessas. Injeta-se soro fisiológico por um cateter para a expansão da luz. USG e RM (nódulos bem formados) USG Histeroscopia Leiomas submucosos. Apresenta mucosa preservada e lesão bem delimitada. Tratamento Pode ser realizado através da retirada do leiomioma por miomectomia ou através da histerectomia (retirada de todas as estruturas de útero e anexos). Leiomiossarcoma Os leiomiossarcomas surgem originalmente das células mesenquimais do miométrio, não de leiomiomas preexistentes. Eles são quase sempre solitários e ocorrem mais frequentemente em mulheres na pós-menopausa, em oposição aos leiomiomas, que frequentemente são múltiplos e geralmente aparecem na pré-menopausa. Os leiomiossarcomas normalmente tomam a forma de massas necrosadas moles e hemorrágicas. Histologia A aparência histológica varia muito, de tumores que se assemelham a leiomiomas até neoplasias descontroladamente anaplásicas. Esses tumores bem diferenciados, que estão na RESSONÂNCIA BENIGNO (APRESENTA-SE COM HIPERSSINAL) MALIGNO Júlia Santos, Medicina Patologia interface entre leiomioma e leiomiossarcoma, às vezes são designados tumores do músculo liso de potencial maligno incerto; em tais casos, só o tempo vai dizer se o comportamento do tumor é benigno ou maligno. Lesão tem áreas de limites irregulares, amolecida, hemorragia e necrose. Sua histologia demonstrou atipia celular, figuras de mitose e necrose de células tumorais, que são critérios histológicos de malignidade. Leiomiossarcarcoma. Diagnóstico Os recursos diagnósticos do leiomiossarcoma evidente incluem necrose tumoral, atipia citológica e atividade mitótica. Como a atividade mitótica aumentada às vezes é observada em tumores benignos do músculo liso, particularmente em mulheres jovens, uma avaliação das três características é necessária para fazer um diagnóstico de malignidade. Exames TC Geralmente heterogêneo; Comumente demonstram baixa atenuação central representando necrose; Calcificação é extremamente rara. RM O tumor frequentemente demonstra focos císticos. As características do sinal incluem: T1: isointenso ao músculo; T2 sem gordura suprimido : intermediário a hipointenso para a gordura vizinha; T2 FS : predominantemente hiperintenso. Lesões Endometriais No endométrio é possível encontrar pólipos, as hiperplasias e neoplasias. Pólipos Muitas vezes podem se confundir com um leiomioma submucoso. Porém, quanto cortado ao meio, o pólipo típico apresenta várias cavidades císticas e o mioma apresenta um tecido mais denso. A diferença é pela histologia. Macroscopicamente é possível observar uma lesão polipoide, porém, não é possível afirmar se é um pólipo ou não. Assim, é preciso analisar cuidadosamente a tumoração para dar o diagnóstico definitivo. Dra. Sandra: Um diagnóstico diferencial importante são os leiomiomas submucosos. Mas histologicamente há grande diferença. Os pólipos endometriais devem ser estudados histologicamente para excluir atipias celulares, que indicam que a lesão pode progredir para a malignização. Exames O exame de rastreio usado para investigar o útero é a USG. Porém, como os folhetos endometriais estão justapostos não é possível observara distensão da cavidade endometrial, fazendo com que algumas lesões passem despercebidas. Dessa forma, é preciso utilizar alguns artifícios para tentar visualizar as lesões menores. Quando uma parede do útero sofre um grande sangramento, sua união com a outra parede pode causar adesão, por causa da grande atividade de coagulação. Pode gerar fibrose das duas paredes. Dra. Sandra: no caso dos leiomiosarcomas, os maiores indicadores de malignidade são velocidade de crescimento e angiogênese. Júlia Santos, Medicina Patologia USG endovaginal A outra indicação é a HISTEROSCOPIA para visualizar as estruturas sobrepostas. Hiperplasias A lesão nesse caso mais difusa, não restrita a uma lesão focal, como no pólipo. Essa condição é chamada de hiperplasia endometrial. Raciocinando da mesma forma, é preciso amostrar para verificar se há displasia. Se houver atipia celular ou maior complexidade na arquitetura das glândulas, observada na microscopia, há risco elevado de progressão para o câncer. Diagnóstico diferencial Lesões de hiperplasia definidas histologicamente que traduzem o risco de desenvolvimento de câncer. As com atipia em geral são tratadas com retirada do útero (histerectomia). Neoplasias Quando existe malignidade franca, as células se arranjam em glândulas que passam a infiltrar o estroma endometrial, que pode desaparecer em algumas áreas. Com o progredir da doença, passa a invadir o miométrio e progressivamente em direção à serosa, colo uterino, tuba, ovários. Sarcoma Endometrial O sarcoma endometrial contém uma diferença da textura dos miomas e do adenocarcinoma, que normalmente é um tumor que se projeta para a cavidade endometrial. Seu aspecto é em carne de peixe típico dos sarcomas. Quando em contato com a cavidade endometrial, há um alerta para sarcoma endometrial como possibilidade diagnóstica. Se não tivesse contato com o endométrio, o mais provável seria ser um leiomiossarcoma. Corte histológico Adenocarcinoma de endométrio Lesão infiltrativa, necrótica e hemorrágica. A profundidade de invasão do miométrio e extensão ao canal e parede cervical são importantes para o prognóstico. Invasão macroscópica do endométrio
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