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Doenças Ginecológicas

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Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
 
(patologias) 
1. Condiloma acuminado; 
2. Carcinoma e neoplasia intraepitelial; vulva e vagina 
3. Bartholinite; 
4. Metaplasia escamosa; 
5. Pólipos endocervicais; 
6. Neoplasia intraepitelial cervical; 
7. Carcinoma escamoso invasivo; 
8. Adenomiose; 
9. Endometriose; 
10. Pólipos endometriais; 
11. Hiperplasia endometrial; 
12. Neoplasias do corpo uterino 
 Adenocarcinoma do endométrio; 
 Leiomiomas; 
 Leiomiossarcomas miometriais. 
 
 
Condiloma Acuminado 
 
Conceitos 
O HPV, ou papiloma vírus humano, é um vírus transmissível por 
via sexual, o qual pode provocar 99,7% dos cânceres de colo de 
útero. A patologia acomete a mucosa escamosa do aparelho 
genital, principalmente a vulva, a vagina e o colo uterino. 
Normalmente, entre 30%-50% das mulheres têm acometimento 
cervical. 
Importante conceituar que papiloma é uma neoplasia epitelial 
benigna, causada por um vírus. Logo, o condiloma acuminado é 
um papiloma escamoso na vulva, causado pelo HPV. 
Etiologia 
Existem mais de 100 subtipos do papiloma vírus humano, porém 
os principais podem ser agrupados em dois grandes tipos, os 
oncogênicos e os não-oncogênicos. 
 Oncogênicos: subtipos conhecidos como de alto risco. São 
os agentes 16, 18, 31, 33 e 35. Os mais comuns são os 16 e 
18, os quais são os principais agentes etiológicos do câncer 
de colo uterino. Têm características progressivas de, em 
média, 15%. 
 Não-oncogênicos: os principais subtipos são os 6 e 11, os 
quais causam lesões verrucosas, denominadas de condiloma 
acuminado. Normalmente regridem, com índice de 65%. 
Alterações morfológicas 
Caracterizadas principalmente por lesões confluentes, planas 
ou verrucosas. É mais comum em mulheres jovens de vida 
sexual ativa e em contato com parceiros múltiplos. Pode estar 
relacionado a vaginites, diabetes melito, contraceptivos orais e 
estados de imunossupressão. 
A infecção é condição necessária, mas não é suficiente para 
desenvolver a doença, apenas quando se torna persistente. 
Felizmente, o intervalo comum entre uma infecção comum e o 
desenvolvimento de um câncer é de 15 anos. 
Características 
As principais alterações morfológicas são as lesões verrucosas 
que envolvem a vulva e a vagina, podendo expandir até o 
períneo e a região perianal. 
 MACROSCÓPICAS: lesão plana, verrucosa, papilar ou em 
aspecto de couve-flor, que aparece de forma única ou 
múltipla, e de tamanho variável. Normalmente, sofre 
regressão espontânea, mas pode precisar de tratamento 
clínico ou cirúrgico. 
 MICROSCÓPICAS: hiperplasia do epitélio, com papilomatose 
(neoplasia epitelial benigna com a formação de papilomas), 
além de hiperceratose (maturação das células epiteliais, 
onde ocorre a retenção de núcleos na camada córnea, 
caracterizando um processo incompleto de queratinização 
das células superficiais do epitélio, aparecendo nos exames 
com a coloração branca) e disceratose (células da superfície 
da epiderme repletas de queratina). As alterações 
histológicas ocorrem principalmente nas camadas superficial 
e intermediária, com coilocitose e binucleação das células. 
 Só o fato de alguma célula apresentar queratinização não 
indica que é uma lesão por HPV, quem vai indicar a 
infecção pelo vírus é a coilocitose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coilocitose celular 
Ocorre aumento do volume citoplasmático, com 
núcleos hipercorados, irregulares, e chanfrados. 
Mas a maior característica é o citoplasma amplo e 
com halo claro perinuclear. 
É uma característica importante do HPV, pois 
garante um diagnóstico diferencial. 
Esse efeito pode ser chamado também de efeito 
citopáico viral característico. 
corpo uterino 
colo uterino 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
 
 
Importante ressaltar que na gestação, as lesões condilomatosas 
poderão atingir grandes proporções, seja pelo aumento da 
vascularização, seja pelas alterações hormonais e imunológicas 
que ocorrem nesse período. 
 
Manejo Clínico 
As mulheres com condilomas vulvares devem ser examinadas 
em busca de lesões cervicais pelo HPV, com colposcopia e 
citologia oncótica. Os parceiros sexuais de pacientes com 
condilomas devem ser buscados, uma vez que poderão se 
beneficiar de exame clínico para avaliação da presença de 
condilomas não suspeitados, ou de outras DSTs, e pela avaliação 
de lesões subclínicas como NIP (neoplasia intraepitelial do 
pênis). 
Como o tratamento de condilomas não elimina o HPV, os 
pacientes e seus parceiros devem ser cientificados de que 
podem ser infectantes, mesmo na ausência de lesões visíveis. 
Ácido Tricloroacético 
O ácido tricloroacético ajuda na identificação de lesões 
queratinizadas no colo uterino. Quando reage com a queratina, 
sua coloração é branca. 
Uma lesão acetobranca é uma área suspeita que precisa ser 
investigada, pois não é comum haver queratina no epitélio do 
colo uterino. Porém, nem sempre uma lesão queratinizada 
indicará algum tipo de lesão maligna. 
Em um prolapso uterino, o epitélio do colo acaba sofrendo 
mais atrito, induzindo a queratinização (processo de 
adaptação). 
 
 
Bartholinite 
Glândulas de Bartholin 
As glândulas de Bartholin, ou glândulas vestibulares maiores, 
estão localizadas uma de cada lado interno dos lábios menores, 
externamente à abertura vaginal. A sua função é produzir um 
fluido mucoso que serve para lubrificar e umidificar a vulva e a 
parte mais externa da vagina, principalmente durante o ato 
sexual. 
Em condições normais, são pequenas e não costumam ser 
visíveis nem palpáveis. 
Fisiopatologia 
As glândulas de Bartholin e as outras glândulas vestibulares 
podem obstruir e causar inflamação e cistificação (adenites) do 
tecido. Haverá dor e incômodo, além da formação de uma 
massa palpável no local. 
É mais comum em mulheres jovens, portanto, se ocorrer em 
mulheres mais velhas, é preciso diferenciar de outras lesões, 
inclusive tumores malignos. 
As doenças da glândula de Bartholin ocorrem basicamente 
quando a saída de um ou ambos os ductos ficam obstruídas, 
impedido a eliminação do muco produzido. 
As duas complicações mais frequentes que surgem deste 
problema são: 
1. Cistos de Bartholin; 
2. Abscesso de Bartholin. 
 
Cisto de Bartholin 
Essa situação é responsável por 2% das consultas ginecológicas 
ao ano em mulheres na idade reprodutiva. Já as crianças não 
costumam desenvolver esse problema, porque as glândulas de 
Bartholin não começam a funcionar até a puberdade. Da mesma 
forma, os cistos são incomuns após a menopausa, pois as 
glândulas tendem a se atrofiar e perder função com a idade. 
Se o orifício de saída da glândula de Bartholin torna-se 
obstruído, todo o muco por ela produzido fica retido ao redor 
da própria glândula, criando um cisto, que nada mais é do que 
uma tumoração com conteúdo líquido. 
Sintomatologia 
Cistos pequenos costumam passar despercebidos, pois além de 
não serem facilmente visíveis ou palpáveis, são indolores na 
maioria dos casos. 
Quando o cisto cresce mais que 1 cm de diâmetro (processo 
pode levar de meses a anos), a mulher pode notar o surgimento 
de uma pequena tumoração em um dos seus pequenos lábios. 
O cisto, nestes casos, costuma ser papável e visível, porém, 
mantém-se indolor. 
Cistos maiores que 3 cm de diâmetro podem causar algum 
desconforto ao toque ou durante a relação sexual. 
 
 
 
Abscesso da glândula de Bartholin 
É uma complicação que surge quando o líquido aprisionado 
dentro do cisto de Bartholin contamina-se com bactérias e 
torna-se purulento. 
Essa complicação também é chamada de Bartholinite. 
 
Lesão pelo HPV 
reagindo com o 
ácido 
tricloroacético. 
 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
Fisiopatologia 
Geralmente é uma lesão unilateral e pode estar relacionada à 
higiene íntima deficiente, a traumas, à estenose do ducto ou ao 
muco espesso. 
O agente etiológico normalmente é o Escherichia coli, o mesmoque habitualmente provoca os quadros de infecção urinária. 
Ao contrário do cisto, o abscesso é uma tumoração que provoca 
intensos sintomas. 
Sintomatologia 
A dor, o inchaço, a vermelhidão e o calor local são as principais 
características do quadro. Febre não é tão frequente e só ocorre 
em cerca de 20% dos casos. Em algumas situações, o abscesso 
pode drenar espontaneamente, liberando um líquido 
claramente purulento. 
Ao ser drenado, os sintomas costumam desaparecer. 
Se, além do abscesso, a paciente também apresentar 
corrimento vaginal amarelado ou esverdeado, o ginecologista 
deve sempre pensar em uma DST como a causa da bartholinite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO! Notar a presença de neutrófilos na lâmina. 
 
Bartholinite Sintomas 
Cistos 
A partir de 1 cm de diâmetro: é quando passa 
a ser palpável e notado pela paciente. 
Geralmente é indolor. 
3 cm de diâmetro: começa a causar 
desconforto. 
Pode chegar até 5 cm. 
Abscesso 
Dor, inchaço, vermelhidão, calor local; pode 
ocorrer febre e liberação de pus. 
Se houver corrimento vaginal amarelado ou 
esverdeado, desconfia-se de DST. 
 
Carcinoma de Células Escamosas 
O carcinoma de células escamosas da vulva normalmente atinge 
mulheres com mais de 60 anos, por estar associado a uma lesão 
neoplásica de evolução lenta. 
Causado pela evolução de lesões do HPV, o carcinoma está 
intimamente associado a lesões intraepiteliais, sendo mais 
comuns as lesões vaginais/cervicais, do que as vulvares. 
Causas principais do CCE 
1. HPV; 
2. Inflamação crônica; 
3. Infecção por líquen escleroso. 
 
Fisiopatologia 
Estágios da Neoplasia Intraepitelial Vulvar (NIV) 
Para o desenvolvimento do câncer de colo de útero invasivo, há 
quatro estágios de alterações morfológicas. 
1. Infecção do epitélio metaplásico por cepa oncogênica (16, 
18, 31, 33 e 35) do vírus; 
2. Persistência da infecção; 
3. Progressão de um clone de células epiteliais anormais para 
uma lesão pré-cancerosa; displasia ou neoplasia 
intraepitelial; 
 A neoplasia pode se desenvolver tanto na vulva 
(neoplasia intraepitelial vulvar) ou na cérvice (neoplasia 
intraepitelial cervical); ambas relacionadas ao HPV. 
4. Desenvolvimento do carcinoma com invasão da camada 
basal do epitélio. 
Patogênese 
Dependendo da proliferação epitelial, a NIV pode variar desde 
uma displasia (acometendo até dois terços da camada basal) 
até um carcinoma in situ (acometendo todo o epitélio). 
Normalmente, mulheres com NIV também tem outras lesões 
genitais, como NIC (neoplasia intraepitelial cervical), e também 
tem histórico de infecção por HPV. 
 
Níveis Displásicos 
1. Displasia leve (NIV 1): ceratinócitos volumosos, com núcleos 
hipercorados e pleomórficos, ou seja, características de 
coilocitose. Normalmente não evolui para câncer invasivo, 
sendo considerada rara. Podem ser descritas como 
condiloma plano. 
2. Displasia moderada (NIV 2): já apresenta mitose típica e 
atípica em diferentes níveis do epitélio. A partir de NIV 2, já 
considera-se lesões de alto grau, com evolução comum 
para câncer invasivo. 
Glândula normal Glândula inflamada, com 
células inflamatórias 
permeando o córion e o 
epitélio. 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
3. Displasia acentuada (NIV 3): alterações celulares na camada 
basal, incluindo o carcinoma in situ. O tecido apresenta 
estruturas arredondadas no terço basal, com células de 
citoplasma amplo e eosinofílico exibindo ceratinização. 
 
Houve revisão de terminologia das lesões vulvares para: 
NIV usual e NIV diferenciado. 
 NIV usual: forma mais prevalente e relacionada ao HPV. 
 Forma basoloide: ocorre em mulheres jovens; tem 
grande potencial de malignidade e menor potencial de 
remissão espontânea. 
 Forma verruciforme: lembra o condiloma acuminado. 
 NIV diferenciado: é bem menos comum e é típico em 
mulheres após a menopausa, acima dos 65 anos e sem 
associação ao HPV. É reconhecido como diferenciado por 
causa da diferenciação escamosa da lesão, com lesões 
epiteliais e atipias nucleares basais. 
Profundidade 
Em relação a profundidade, o CCE pode ser superficialmente 
invasivo (medindo até 2,0 cm e confinado à vulva até o períneo) 
ou invasivo. 
 Superficial: em forma de úlcera, pápula ou mácula, escura ou 
branca, com hiperceratose; 
 Invasivo: em forma de lesão vegetante, polipoide, nodular 
ou verrucosa, podendo ter ulceração. 
 Inicia-se nos grandes lábios, acometendo até os 
pequenos lábios e o clitóris. 
 O tumor comumente é solitário (multifocal apenas em 
10% dos casos). 
Características Microscópicas 
Em relação às características microscópicas, podem ser 
ceratinizantes ou basaloides, ambos com NIV do tipo usual. 
 Ceratinizantes: os tipos mais comuns são o verrucoso e o 
condilomatoso. Em relação à capacidade de formação da 
ceratina e do grau da atipia, temos: 
 Grau 1: bem diferenciado, do tipo verrucosoo; 
crescimento lento, podendo formar lesões destrutivas 
locais; já infiltrações profundas são raras. 
 Grau 2: moderadamente diferenciado, do tipo 
codilomatoso; há formação do condiloma gigante, com 
alterações coilocitóticas e ceratinização; tem 
crescimento lento, porém pode ser mais profundo. 
 Grau 3: pouco diferenciado. 
 Basaloide: um tipo de carcinoma mais agressivo, com 
infiltração profunda e células menores não ceratinizadas; 
formam-se ninhos com grande índice de mitose. 
 
Clínica 
Sintomatologia 
 Prurido vulvar (mais comum); 
 Dor; 
 Sensação de queimação; 
 Sangramento; 
 Corrimento; 
 Dispareunia; 
 Disúria. 
Clínica 
Os fatores ligados ao diagnóstico e à evolução do tumor, são o 
tamanho (o pior possível é maior que 2,5 cm), o tipo 
histológico, o grau histológico, a profundidade, o tipo de 
margem da lesão, a invasão vascular e a presença de 
metástase. 
 
 
Metástases 
Normalmente, dá-se por via linfática, acometendo os linfonodos 
inguinais homolaterais, podendo chegar aos linfonodos pélvicos 
distantes. 
Pela via sanguínea, pode chegar ao fígado, pulmão e outros 
órgãos bem irrigados. 
 
O diagnóstico das lesões epiteliais de colo uterino é baseado no 
tripé colposcopia, citopatologia oncótica cervicovaginal e 
biópsia. 
Tripé 
 A citopatologia oncótica é realizada com aplicação do iodo 
na ectocérvice. O iodo reage com o glicogênio, o qual existe 
nas células normais da endocérvice. Quando há áreas da 
endocervice onde o iodo não reagiu, significa a presença de 
células neoplásicas, ou seja, teste de Schiller positivo e lesão 
por HPV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As células normais do colo uterino e da vagina são 
ricas em glicogênio, uma grande molécula feita 
de várias pequenas moléculas de glicose. O iodo 
consegue impregnar os tecidos ricos em glicogênio, 
mantendo-os escuros (pintados). Já as células 
cancerígenas ou pré-cancerígenas são pobres em 
glicogênio e, por isso, não se impregnam com o iodo, 
mantendo-se mais claras, geralmente amareladas, e 
facilmente distinguíveis do resto do tecido saudável, 
que permanecesse corado de marrom (cor do iodo). 
 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
 Enquanto a citopatologia oncótica é a primeira fase de 
rastreio, a próxima escolha é a colposcopia. A colposcopia 
fornece uma visão ampliada do colo e do tecido vaginal, a 
qual permite distinguir o tecido de aparência normal do 
tecido de aparência anormal. 
 Além disso, ela possibilita biópsias direcionadas para realizar 
o exame patológico. 
 Importante ressaltar que a biópsia é a última fase de 
rastreio. 
 
EXAMES NORMAIS 
 
Cistos de Naboth 
Ao observar o colo uterino, a parte vermelha é a endocérvice 
(epitélio colunar) e a área mais clarinha é a ectocérvice (epitélio 
escamoso, pavimentoso estratificado não queratinizado). Os 
limites desses epitélios são marcados pela JEC (junção 
escamocolunar). É importante identificar essa junção, pois, com 
o passar do tempo, as mulheres que possuem uma endocérvice 
mais exteriorizada sofrem o processo de metaplasia. 
Como o epitélio endocervicalé mais delicado, ele acaba se 
transformando em um epitélio escamoso para aguentar as 
agressões do meio externo. É importante a identificação dessa 
área metaplásica, pois como é um epitélio jovem, em transição, 
ele se trona mais suscetível a ações de carcinógenos, como o 
HPV. 
 
Metaplasia 
A metaplasia é um processo fisiológico, porém, como é um 
epitélio mais suscetível, torna indispensável sua identificação e 
análise cuidadosa. Para isso, é necessário identificar a JEC atual 
e a JEC antiga. 
Para fazer isso, é importante entender que o epitélio colunar 
(endocérvice) é composto por glândulas e que durante o 
processo de metaplasia é formado uma camada de epitélio 
escamoso por cima do epitélio colunar. Como agora existe uma 
camada de epitélio escamoso cobrindo o epitélio colunar, as 
glândulas presentes na endocérvice vão sendo obstruídas e 
retendo sua secreção, formando um cisto, o Cisto de Naboth. 
 
O lugar que é possível observar o último orifício glandular 
marca o local onde era a JEC original. E o local entre a JEC 
original e a JEC atual é a área de metaplasia escamosa, uma 
zona de transição. A última glândula identifica o local de início 
da metaplasia: é o local exato da antiga JEC. 
 
 
 
 
Endocérvice com epitélio escamoso normal 
típico da ectocérvice 
Resumindo: 
 Junção escamocolunar (JEC) divide os 2 epitélios do colo do 
útero; 
 A JEC pode mudar de localização devido à vários fatores 
como idade, uso de anticoncepcional, vida sexual ativa; 
 A JEC anda em direção ao OCE; 
 A última glândula marca o limite do epitélio colunar. Essa 
obstrução das glândulas gera o Cisto de Naboth (permite 
identificar onde tinha epitélio colunar). 
 É normal que o epitélio metaplásico não seja, inicialmente, 
tão uniforme. Ao longo do tempo as células vão 
amadurecendo e adquirindo características do epitélio que 
ele quer se transformar. É importante o médico saber 
quando há ou não anormalidade em cima dessa zona de 
transformação para não biopsiar toda mulher que chegar 
com uma metaplasia. 
 A área de metaplasia não é muito visível a olho nu. É mais 
fácil visualizar através da colposcopia. 
 
Visto ao 
colposcópio 
podemos 
perceber o 
aspecto 
micropapilar da 
endocérvice 
(embaixo) e o 
aspecto mais liso 
do epitélio 
ectocervical, em 
cima. 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
 
 
 
Pólipos Endocervicais 
O pólipo endocervical é uma lesão relativamente comum e mais 
frequente em multíparas, sobretudo entre 40 e 60 anos de 
idade. 
Os pólipos formam-se no canal endocervical e aparecem como 
lesões geralmente pediculadas (mas podem ser sésseis), de 
forma alongada ou arredondada, com superfície esponjosa ou 
lisa e coloração róseo-avermelhada devida à intensa 
vascularização. 
 
 
 
 
Clínica 
Achados 
Os pólipos endocervicais podem ser facilmente identificados ao 
exame direto, não raro se exteriorizando pelo OE. 
Medem de poucos milímetros até 2 a 3 cm na maior dimensão, 
ou mais raramente formam massa volumosa, que pode simular 
neoplasia maligna. 
Clinicamente, os pólipos podem estar associados à inflamação e 
causar sangramento ou corrimento vaginal. 
À microscopia, o pólipo apresenta padrões diversos, desde o 
predomínio de hiperplasia glandular, sem atipias, até 
proliferação do estroma, que geralmente é bem vascularizado. 
Coexistem inflamação crônica e áreas de metaplasia escamosa. 
Pólipos no istmo podem conter glândulas endometriais, sendo 
denominados pólipos mistos. Apesar de inócuos, os pólipos 
endocervicais podem eventualmente ser sede de lesões 
precursoras ou de carcinoma. Pólipos com alterações 
carcinomatosas devem ser distinguidos de adenocarcinomas 
polipoides. O tratamento comumente é a remoção, podendo 
ser realizada por curetagem ou por exérese cirúrgica. 
Diagnóstico Diferencial 
No diagnóstico diferencial, outras lesões poliposas devem 
também ser consideradas, como: 
 Pólipo decidual; 
 Hiperplasia endocervical microglandular; 
 Tecido de granulação; 
 Leiomioma; 
 Adenomioma; 
 Papiloma escamoso; 
 Condiloma acuminado; 
 Granuloma piogênico. 
 
Neoplasia Intraepitelial Cervical - NIC 
São consideradas lesões pré-malignas, mas na verdade são 
lesões malignas ainda não invasivas. Pode ser definido como 
um câncer que já está nascendo. Ela indica que as células que 
darão origem ao câncer já estão ocupando parte daquele 
epitélio. 
Fisiopatologia 
 Quando o epitélio suscetível sofre ação de algum agente 
oncogênico, inicia-se um processo de displasia que nada 
mais é do que o crescimento e maturação anormal de 
células. 
 Em condições normais, o epitélio escamoso vai 
amadurecendo da base, onde as células se proliferam e 
recebem informações para se tornarem escamosas. 
 Conforme o tempo passa, essas células vão subindo até 
atingirem o topo do colo, sofrendo descamação. Assim, as 
células mais maduras estarão localizadas no ápice do 
epitélio. 
 São essas células maduras que são coletadas durante o 
Papanicolau e que darão a característica do epitélio. 
 Durante o processo de amadurecimento a célula ganha 
citoplasma, queratina e glicogênio, e o núcleo vai perdendo 
volume até morrer, quando atinge o topo. 
 Assim, as células mais superficiais possuem um pouco de 
queratina, são mais róseas do que o normal, perdem o 
núcleo e possuem um citoplasma achatado. 
Evolução 
 Na NIC, quando há uma evolução desse processo, primeiro 
ocorre uma displasia leve que vai acometer o terço inferior 
desse epitélio onde as células perdem, temporariamente, a 
capacidade de amadurecer. 
 O espaço que elas terão pra amadurecer é apenas o 
caminho dos 2/3 superiores do epitélio. 
 NA NIC AINDA NÃO HÁ INVASÃO. 
1. No NIC 1 é como se as células só começassem o processo de 
amadurecimento no terço inferior do epitélio. Assim, as 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
células que vão descamar no topo estão um pouco menos 
amadurecidas em relação as células que amadureceram 
desde a base do epitélio. 
 Então em uma citologia as células aparecerão um pouco 
diferente do que se espera: com um núcleo maior, um 
citoplasma menos denso e com menos queratina. À 
medida em que o processo de displasia da NIC vai 
evoluindo é possível perceber um aumento dessa 
progressão. 
 Ou seja, no topo haverá células maduras, mas não iguais 
as normais, com descamação. Com a progressão da NIC, 
as células que descamam vão sendo mais imaturas. 
2. Na NIC 2 é possível observar na metade do epitélio células 
sofrendo mitose (processo que deveria ocorrer apenas na 
camada basal), com núcleos muito irregulares que 
apresentam ainda menos tempo para amadurecer. 
3. Na NIC 3 as células que são encontradas no topo estão 
quase totalmente imaturas, parece que são células retiradas 
da parte inferior do epitélio (mais imaturas). 
 A NIC 3 é também chamada de carcinoma escamoso in 
situ. A próxima etapa é a invasão da membrana basal. 
 Outra grande característica dessa lesão é que a 
membrana basal do epitélio é íntegra, não possui área 
de invasão. Na NIC 3 a chance de metástase é nula. Na 
verdade, o risco de metástase acontecerá se alguma área 
de invasão tiver passado despercebida. Então, como não 
tem invasão, a paciente tem uma grande chance de cura 
com a retirada da lesão. Diferentemente do que ocorre 
com o carcinoma escamoso, que é uma lesão invasiva e 
com pior prognóstico. 
Importante! O câncer do colo uterino invasor, em cerca de 
90% dos casos, evolui a partir da NIC, mas nem toda NIC 
progride para um processo invasor. Todas as NIC devem ser 
consideradas lesões significativas e como tal devem ser 
tratadas. 
Importante 2! A coilocitose, alteração que sugere a infecção 
pelo HPV, pode estar presente ou não. 
Importante 3! Quando as alterações celulares se tornam mais 
intensas e o grau de desarranjo é tal que as células invadem o 
tecido conjuntivo do colo do útero abaixo do epitélio, temos o 
carcinoma invasor. Para chegar a câncer invasor, a lesão não 
tem, obrigatoriamente,que passar por todas essas etapas. 
 
 
Clínica 
Os exames realizados para o diagnóstico completo serão o tripé 
colposcopia, citopatologia oncótica cervicovaginal e biópsia. 
Já o método de escolha para o tratamento varia de acordo com 
o grau da NIC e com a experiência do ginecologista em executá-
lo. 
 
 
 
 
Carcinoma Escamoso Invasivo 
Ao avaliar o carcinoma escamoso invasivo é importante 
observar a profundidade da invasão, as margens cirúrgicas 
(quando mais estreitas, mais comprometida), o nível de 
profundidade, o acometimento de estruturas adjacentes 
(progressão para vagina, paramétrios e outros órgãos 
adjacentes) e se há metástases para linfonodos (linfática) e 
órgãos distantes (hematogênica). 
Esses fatores definirão como será o tratamento e o prognóstico 
do paciente. 
 
 Carcinoma 
 Escamoso 
 Invasivo 
 
Exames 
 No câncer de colo uterino, com padrão histológico de 
carcinoma escamoso invasivo, o papel da radiologia é 
apenas de fazer o estadiamento. 
 O estadiamento é o acompanhamento da lesão para notar 
progressão ou regressão do carcinoma; é realizado pela 
ressonância magnética. 
 O rastreio é feito através do exame especular, colposcopia e 
citologia. Importante lembrar que para uma lesão do colo se 
tornar um carcinoma invasivo leva de 10-20 anos. 
 É inadmissível que ainda hoje existam tantas pessoas 
fazendo estadiamento dessa lesão, pois o rastreio são 
exames muito simples de serem feitos. 
 O melhor exame para fazer o estadiamento é a RM. Mesmo 
a USG sendo o exame de rastreio para a cavidade pélvica, a 
escolha é a ressonância, pois a USG não é usado para avaliar 
o carcinoma do colo, pois as estruturas uterinas não 
possuem uma boa visualização. 
 A TC também pode ser usada. 
RM 
É o exame de escolha para o estadiamento! 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
 
Tumor de colo uterino. É importante a identificação do 
estroma cervical, a linha preta em volta do tumor, que indica 
que a lesão ainda está restrita ao colo e não invadiu outras 
estruturas. O próximo passo seria a ruptura do estroma e 
invasão de estruturas adjacentes. Quando a invasão ocorre, 
apenas a cirurgia não será necessária para curar a paciente, 
provavelmente será preciso iniciar sessões de radio e 
quimioterapia. 
 
 
Tumor invadindo outras estruturas, como a bexiga, o reto e o 
ureter. Provavelmente a paciente apresentará um quadro de 
hidronefrose. 
 
 
Adenomiose 
A adenomiose refere-se ao crescimento da camada basal do 
endométrio para dentro do miométrio. Ninhos de estroma 
endometrial, glândulas ou ambos são encontrados 
profundamente no miométrio interpostos entre os feixes 
musculares 
. 
A presença aberrante de tecido endometrial induz hipertrofia 
reativa do miométrio, resultando em útero globular alargado, 
muitas vezes com parede uterina espessa. 
 
Achados Histológicos e Clínicos 
 Como as glândulas na adenomiose derivam do estrato basal 
do endométrio, elas não passam por sangramento cíclico. 
 No entanto, adenomiose acentuada pode produzir 
menorragia, dismenorreia e dor pélvica antes do início da 
menstruação. 
 É mais comum em mulheres com mais de 48 anos. 
 Microscopicamente, o que se encontra é tecido endometrial 
fora do lugar. 
 Chama a atenção o estroma endometrial circundando as 
glândulas. 
 
Exames 
USG 
Principal exame diagnóstico; seria ideal utilizar transdutor 
endovaginal. Na USG, o endométrio aparece hiperecoico, 
devido aos pontos de acúmulo de sangue. 
 
 ÚTERO NORMAL ÚTERO COM ADENOMIOSE 
Na imagem podemos ver uma USG endovaginal com estruturas 
císticas apresentando em seu interior sangue decorrente da 
menstruação. Progressivamente é possível observar uma perda 
da função desse miométrio, com um espessamento da parede e 
a modificação da consistência. Às vezes o aspecto pode se 
assemelhar bastante ao de um tumor, o leiomioma, só sendo 
possível fazer a diferenciação através da biópsia. 
RM 
Importante lembrar que na ressonância em T2, os acúmulos 
císticos contendo sangue aparecem de forma hiperintensa. 
Além disso, pode ser notado o espessamento as paredes. 
Se houver uma área hipointensa e bem delimitada, indicando 
um tecido mais denso do que o uterino, trata-se de um mioma. 
 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
Endometriose 
O conceito chave da endometriose é o epitélio, glândula ou 
estroma endometrial que se implanta em algum outro lugar 
fora da cavidade endometrial. É uma doença crônica, 
inflamatória, estrogênio-dependente e que ocorre no período 
reprodutivo da mulher. 
Hipóteses 
Há diversas hipóteses sobre a origem dessas lesões dispersas 
características da endometriose. 
São elas: 
1. Teoria do fluxo menstrual retrogrado: é a mais aceita. 
Acredita que existe algum tipo de obstrução do fluxo 
menstrual que dificulta a saída do útero, fazendo com que 
esse fluxo (rico em células endometriais) volte atingindo as 
trompas e colonizando estruturas extrauterinas ou a própria 
parede uterina (adenomiose). 
2. Metastática: surge para explicar endometriose em órgãos 
distantes. Acredita que as células endometriais podem 
atingir a corrente sanguínea ou vasos linfáticos se 
espalhando para outros órgãos, como o pulmão e parede 
intestinal. 
3. Metaplásica: explica alguns casos de endometriose em 
homens. Acredita que a gente tem algumas células 
pluripotenciais, principalmente no celoma, que podem por 
estímulos hormonais se transformarem em células 
endometriais. 
O ponto principal no raciocínio sobre a endometriose é um 
tecido “estranho” crescendo em um local inadequado. Porém, 
esse tecido tem ciclos de descamação. Se há essa descamação 
fora da parede endometrial, pode haver lesões desses órgãos. 
 
 
Achados Clínicos 
 Dor pélvica; 
 Dificuldade em engravidar; 
 Alterações nos ciclos menstruais (de qualquer tipo); 
 Presença de massa pélvica em mulheres na fase reprodutiva, 
de forma isolada ou em associações. 
Na presença destas condições é recomendável a investigação da 
endometriose. O diagnóstico clínico de certeza é difícil. Embora 
estas manifestações sejam muito sugestivas de endometriose, 
não são exclusivas desta doença e requerem o diagnóstico 
diferencial com outras condições: aderências, síndrome do 
intestino irritável, doença inflamatória pélvica, cistite, 
neoplasias e outras mais. 
 
Histologia 
 
Microscopicamente, o que se encontra é tecido endometrial 
fora do lugar. Chama a atenção o estroma endometrial 
circundando as glândulas. 
 
IMPORTANTE! 
 
 
 
 
 
 
Pelo fato de o sangue se acumular nesses focos aberrantes, eles 
geralmente aparecem macroscopicamente como nódulos ou 
implantes marrom-avermelhados. Eles variam em tamanho de 
1-2 cm de diâmetro e se depositam sobre ou sob a superfície 
serosa afetada. 
Muitas vezes, as lesões individuais coalescem formando massas 
maiores. Quando os ovários estão envolvidos, as lesões podem 
formar cistos grandes e cheios de sangue que ficam marrons 
(cistos de chocolate) à medida que o sangue envelhece. 
Com infiltração e organização do sangue, ocorre fibrose 
generalizada, levando a aderências entre as estruturas pélvicas, 
unindo as extremidades das tubas fimbriadas e causando a 
distorção das tubas uterinas e ovários. 
O diagnóstico histológico em todas as localizações depende do 
encontro de duas das três características seguintes no interior 
das lesões: 
 Glândulas do endométrio; 
 Estroma endometrial; 
 Pigmento hemossiderina. 
Evolução 
A endometriose é uma doença que afeta cerca 6 milhões de 
brasileiras! Um grande indicador da doença é a dor pélvica, tipo 
cólica, geralmente no período menstrual e que vai aumentando 
com o evoluir da doença. Outro grande problemaassociado a 
endometriose é a infertilidade, estando relacionada a quase 
metade dos casos. 
 
 
 
Em contraste com a adenomiose, a endometriose quase 
sempre contém endométrio funcional que sofre 
sangramento cíclico! 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
Tratamento 
Pode ser realizado por datação histológica do tecido 
endometrial e o acompanhamento por biópsias. 
Dra. Sandra focou que para excluir patologias orgânicas e 
diferenciar da endometriose, fazem-se exames de imagem ou 
biópsia. 
O exame imageneológico de escolha é a histeroscopia. 
 
Tumores 
 
Leiomas 
Os leiomas são tumores benignos, que surgem das células 
musculares lisas da camada miometrial. É tão comum que chega 
a atingir 30-50% das mulheres em idade reprodutiva. Contudo, 
é comum que os leiomiomas encolham na pós-menopausa da 
mulher. 
São associados a anormalidades cromossômicas, principalmente 
o rearranjo nos cromossomos 6 e 12. 
Estrogênios e anticoncepcionais estimulam o crescimento dos 
leiomiomas. 
Morfologia 
São massas firmes brancoacinzentadas e circunscritas, com 
superfície de corte em espiral. 
Podem ser isolados ou múltiplos, sendo de diversos tamanhos e 
disseminados pela cavidade. 
Como pode atingir qualquer camada miometrial, há um tipo de 
tumor diferente para cada parte. 
Normalmente, as lesões são muito pequenas e assintomáticas, 
sendo os miomas que incomodam mais os que se encontram 
próximos à camada endometrial (submucosa, intramural e 
subserosa). 
Fisiopatologia 
Dependendo da camada e da localização; alguns se inserem 
dentro do miométrio (intramurais), enquanto outros podem 
estar diretamente abaixo do endométrio (submucosos) ou 
diretamente abaixo da serosa (subserosos). Neste último local, 
os tumores podem estender-se para fora em pedúnculos 
atenuados e até mesmo tornar-se ligados aos órgãos 
circundantes, de onde podem desenvolver um suprimento de 
sangue (leiomiomas parasitas). 
Importante! O leiomioma parido é uma massa do leiomioma 
intracavitário que escorre pelo canal endovaginal, devido a 
contrações uterinas para expulsão do patógeno. 
 
 
Histologia 
No exame histológico, os tumores são caracterizados por feixes 
de células musculares lisas que imitam a aparência de 
miométrio normal. Focos de fibrose, calcificação e 
amolecimento degenerativo podem estar presentes. 
Os leiomiomas quase nunca se transformam em sarcomas, e a 
presença de lesões múltiplas não aumenta o risco de 
malignidade. 
As características de um leiomioma benigno é ser constituído 
por células musculares lisas típicas, iguais às do miométrio 
normal. Além disso, deve haver limites com o miométrio 
circundante, presença de áreas amolecidas e de necrose. 
 
Epitélio benigno 
 
Tipos de Leiomiomas 
Comumente, os que causam mais sintomas são os 
submucosos. 
Subseroso pediculado 
 Compressão dos órgãos adjacentes através dos pedículos; 
 Torção e necrose dos pedículos; 
 Infarto hemorrágico devido a torção; 
 Causa principalmente dor na paciente; 
 Pode acontecer do mioma pedicular, rompendo a parede e 
gerando um quadro abdominal agudo. 
Subsesoro 
 Assintomáticos em geral, porém podem comprimir alguma 
estrutura adjacente; 
 Contração; 
 Provoca sintomas urinários. 
Submucosa 
 Camada que mais causa sintomas; 
 Os sintomas mais comuns são sangramento abundante; 
 Atrofia por compressão uterina; 
 Distúrbios de fertilidade (infertilidade, aborto precoce e 
espontâneo); 
 Mais fácil de ser retirado. 
Intramural 
 Comumente não apresentam sintomas; 
 Quando há sintomatologia, provavelmente são leiomiomas 
maiores, provocando sintomas urinários, aumento do fluxo 
menstrual, período em menorreia mais longo; 
 Em casos mais graves, a mulher pode ter anemia, levando a 
um caso cirúrgico para retirar a massa; 
 Como o miométrio tem função contrátil, se houver muitos 
leiomiomas intramurais, os sintomas se relacionam aos da 
adenomiose; 
Dra. Sandra: normalmente deixa mais sequelas 
Sinais Clínicos 
 Podem ser assintomáticos; 
 Dismenorreia; 
 Menorragia com ou sem metrorragia; 
 Dores menstruais fortíssimas; 
 Sangramento menstrual abundante; 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
 Aumento dos dias em menorreia durante o ciclo; 
 Infertilidade; 
 Dificuldade durante a gestação (problemas na nidação); 
 Compressão da bexiga urinária (devido ao aumento de 
tamanho), apresentando sintomas urinários; 
 Constipação. 
Exames 
Os exames de escolha são TC e RM; porém pode ser utilizado a 
USG e a histerossonografia. 
 Hidrossonografia ou histerossonografia: para expandir o 
lumen do útero e poder visualizar se alguma ou ambas as 
paredes estão espessas. Injeta-se soro fisiológico por um 
cateter para a expansão da luz. 
 
 
USG e RM 
(nódulos bem formados) 
 
USG 
 
 
 
Histeroscopia 
 
 
Leiomas submucosos. 
Apresenta mucosa preservada e lesão bem delimitada. 
 
Tratamento 
Pode ser realizado através da retirada do leiomioma por 
miomectomia ou através da histerectomia (retirada de todas as 
estruturas de útero e anexos). 
 
 
Leiomiossarcoma 
Os leiomiossarcomas surgem originalmente das células 
mesenquimais do miométrio, não de leiomiomas preexistentes. 
Eles são quase sempre solitários e ocorrem mais 
frequentemente em mulheres na pós-menopausa, em oposição 
aos leiomiomas, que frequentemente são múltiplos e 
geralmente aparecem na pré-menopausa. 
Os leiomiossarcomas normalmente tomam a forma de massas 
necrosadas moles e hemorrágicas. 
 
Histologia 
A aparência histológica varia muito, de tumores que se 
assemelham a leiomiomas até neoplasias descontroladamente 
anaplásicas. 
Esses tumores bem diferenciados, que estão na 
RESSONÂNCIA 
BENIGNO 
(APRESENTA-SE 
COM HIPERSSINAL) 
MALIGNO 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
interface entre leiomioma e leiomiossarcoma, às vezes são 
designados tumores do músculo liso de potencial maligno 
incerto; em tais casos, só o tempo vai dizer se o 
comportamento do tumor é benigno ou maligno. 
 
 
 
 
 
Lesão tem áreas de limites irregulares, amolecida, hemorragia 
e necrose. Sua histologia demonstrou atipia celular, figuras de 
mitose e necrose de células tumorais, que são critérios 
histológicos de malignidade. Leiomiossarcarcoma. 
 
Diagnóstico 
Os recursos diagnósticos do leiomiossarcoma evidente incluem 
necrose tumoral, atipia citológica e atividade mitótica. Como a 
atividade mitótica aumentada às vezes é observada em tumores 
benignos do músculo liso, particularmente em mulheres jovens, 
uma avaliação das três características é necessária para fazer 
um diagnóstico de malignidade. 
Exames 
TC 
 Geralmente heterogêneo; 
 Comumente demonstram baixa atenuação central 
representando necrose; 
 Calcificação é extremamente rara. 
RM 
O tumor frequentemente demonstra focos císticos. As 
características do sinal incluem: 
 T1: isointenso ao músculo; 
 T2 sem gordura suprimido : intermediário a hipointenso 
para a gordura vizinha; 
 T2 FS : predominantemente hiperintenso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lesões Endometriais 
No endométrio é possível encontrar pólipos, as hiperplasias e 
neoplasias. 
 
Pólipos 
Muitas vezes podem se confundir com um leiomioma 
submucoso. Porém, quanto cortado ao meio, o pólipo típico 
apresenta várias cavidades císticas e o mioma apresenta um 
tecido mais denso. A diferença é pela histologia. 
Macroscopicamente é possível observar uma lesão polipoide, 
porém, não é possível afirmar se é um pólipo ou não. Assim, é 
preciso analisar cuidadosamente a tumoração para dar o 
diagnóstico definitivo. 
 
Dra. Sandra: Um diagnóstico diferencial importante são os 
leiomiomas submucosos. Mas histologicamente há grande 
diferença. Os pólipos endometriais devem ser estudados 
histologicamente para excluir atipias celulares, que indicam 
que a lesão pode progredir para a malignização. 
Exames 
O exame de rastreio usado para investigar o útero é a USG. 
Porém, como os folhetos endometriais estão justapostos não é 
possível observara distensão da cavidade endometrial, fazendo 
com que algumas lesões passem despercebidas. 
Dessa forma, é preciso utilizar alguns artifícios para tentar 
visualizar as lesões menores. 
 
Quando uma parede do útero sofre um grande 
sangramento, sua união com a outra parede pode 
causar adesão, por causa da grande atividade de 
coagulação. Pode gerar fibrose das duas paredes. 
Dra. Sandra: no caso dos leiomiosarcomas, os 
maiores indicadores de malignidade são velocidade 
de crescimento e angiogênese. 
Júlia Santos, Medicina 
 
 Patologia 
 
USG endovaginal 
 
 
 
A outra indicação é a HISTEROSCOPIA para visualizar as 
estruturas sobrepostas. 
 
 Hiperplasias 
A lesão nesse caso mais difusa, não restrita a uma lesão focal, 
como no pólipo. Essa condição é chamada de hiperplasia 
endometrial. 
Raciocinando da mesma forma, é preciso amostrar para verificar 
se há displasia. 
Se houver atipia celular ou maior complexidade na arquitetura 
das glândulas, observada na microscopia, há risco elevado de 
progressão para o câncer. 
 
Diagnóstico diferencial 
Lesões de hiperplasia definidas histologicamente que traduzem 
o risco de desenvolvimento de câncer. As com atipia em geral 
são tratadas com retirada do útero (histerectomia). 
 
 
 
 
 
 
 
Neoplasias 
Quando existe malignidade franca, as células se arranjam em 
glândulas que passam a infiltrar o estroma endometrial, que 
pode desaparecer em algumas áreas. Com o progredir da 
doença, passa a invadir o miométrio e progressivamente em 
direção à serosa, colo uterino, tuba, ovários. 
Sarcoma Endometrial 
O sarcoma endometrial contém uma diferença da textura dos 
miomas e do adenocarcinoma, que normalmente é um tumor 
que se projeta para a cavidade endometrial. 
Seu aspecto é em carne de peixe típico dos sarcomas. Quando 
em contato com a cavidade endometrial, há um alerta para 
sarcoma endometrial como possibilidade diagnóstica. 
Se não tivesse contato com o endométrio, o mais provável seria 
ser um leiomiossarcoma. 
 
 
 
Corte histológico 
 
Adenocarcinoma de endométrio 
 
Lesão infiltrativa, necrótica e hemorrágica. A profundidade de 
invasão do miométrio e extensão ao canal e parede cervical 
são importantes para o prognóstico. 
 
Invasão macroscópica do endométrio

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