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Acidente Vascular Cerebral — É uma alteração neurológica decorrente da interrupção do fluxo sanguíneo cerebral. ● Trombolíticos devem ser administrados até 4 horas e meia. Depois desse período, a área de penumbra torna-se uma área isquêmica. Ataque isquêmico transitório (AIT) é um déficit neurológico focal que dura menos de 24 horas e não deixa evidências. As artérias colaterais auxiliam na restauração do fluxo. ● É um preditor de AVC: risco maior nos primeiros 90 dias de desenvolver um AVC após o AIT. Em 5 anos, cerca de 30% de quem teve um AIT, terão um AVC. ● O paciente recebe o mesmo tratamento na fase aguda, que o para AVC e fica internado por no mínimo 7 dias. A circulação cerebral se dá desde o ventrículo esquerdo, passando pela aorta, pelas carótidas (local muito comum de placa aterosclerótica) até o polígono de Willis. Muitos AVCs são decorrentes de alterações cardíacas. ● Artéria aorta -> carótida comum -> carótidas externas e internas. A carótida interna entra no SNC para formar as artérias cerebrais na região anterior do cérebro. ● Carótida média: parte lateral (externa e superiormente) > força e sensação de Face e MMSS. ● Carótida anterior: parte medial (internamente) > força e sensação de MMII contralateral. ○ 70% acomete ACM, devido seu “acotovelamento” (anatomia) e por ser maior e ter mais fluxo (trombo tende a ir para ela). Da artéria subclávia, sai um ramo que passa pelos forames vertebrais cervicais: artéria vertebral que se junta à artéria basilar e irriga a parte posterior do cérebro (tronco encefálico, cerebelo e lobo occipital). A artéria basilar forma algumas artérias: ● Cerebral posterior: lobo occipital > se acometida, provoca perda da visão. ● Cerebelar superior: parte superior do cerebelo ● Cerebelar póstero-inferior ● Cerebelar ântero-inferior ○ Aa. cerebelares são responsáveis por funções cerebelares. ○ A artéria vertebral é muito vulnerável à lesões, principalmente à hiperextensão e rotação excessiva de cabeça. ○ Artérias pontinas irrigam a ponte e se acometidas, provocam a síndrome do encarceramento. Polígono de Willis: rede de artérias que se comunicam e que se ajudam na distribuição do fluxo sanguíneo quando há obstruções. ● Cerebral direita e esquerda se comunicam pela comunicante anterior; ● Cerebral média se comunica com cerebral posterior pela comunicante posterior. Quanto aos fatores de risco, a incidência de se ter um AVC dobra a cada 10 anos. Não modificáveis: ● 1,2 homens : 1 mulher, maior que 65 anos. ● Fatores raciais: negros são mais propensos a desenvolver vasculites e assim, trombos. ● Hereditariedade. Modificáveis: ● Hipertensão arterial: o aumento da PA lesiona o vaso, gerando agregação plaquetária. ● Tabagismo: nicotina é hipercoagulante. ● Sedentarismo: maior chance de desenvolver doenças crônicas ligadas ao AVC. ● Dislipidemia: o aumento do LDL e diminuição de HDL indicam placa na carótida, que predispõe ao AVC. ● Diabetes: hiperglicemia capilar gera lesões microvasculares e agregação. ● Abuso de álcool: desnutrição e inflamação no vaso. ● Obesidade: quanto maior a circunferência abdominal, maior o risco de AVC. ● Contraceptivos hormonais: são hipercoagulantes, quando em excesso. Classificação TOASE (causas) - Aterosclerose de grandes artérias; - Infartos lacunares (parte distal das artérias - AVC pequeno); - Cardioembólicos; - Outras etiologias; - Indeterminado. ➔ AVC isquêmico (80%): obstrução ao fluxo sanguíneo; ➔ AVC hemorrágico (20%): extravasamento de sangue; A identificação é feita por exames de imagem. O isquêmico tem área mais escura devido à morte neuronal. O hemorrágico tem área mais branca devido à alta reflexão do ferro presente na hemoglobina. ● A hemorragia em excesso, em contato com a superfície cerebral, gera excitotoxicidade, gerando despolarização excessiva de alguns neurônios corticais por excesso de glutamato, que entram em overuse e morrem por fadiga, o que gera uma isquemia secundária. Sinais de AVC incluem a paralisia facial, fraqueza de membros e dificuldade na fala. Na presença desses sintomas, deve-se chamar um serviço de urgência URGENTE. ➔ Atendimento na fase aguda Após o exame de imagem (tomografia computadorizada) é definido o tipo de AVC e o paciente por ser submetido a 3 tipos de tratamento: ● Trombolítico: medicamento que quebra a fibrina do trombo, que se dissolve, podendo ser aplicado apenas dentro de 4 horas e meia. Se aplicado fora da janela, o paciente pode sangrar e evoluir para um AVC hemorrágico. ● Intra-arterial: feito pela neurocirurgia, em que é passado um fio-guia e um stent até chegar ao trombo, no qual será lançado uma “redinha” que traciona o trombo e o tira das artérias. Este procedimento pode se estender até 8 horas. ● Hemicraniectomia: retirada da calota craniana (em AVC maligno) e controle da PIC, pois esse AVC gera um edema que empurra a linha média. ○ No AVC hemorrágico, é feita drenagem. Nos pequenos, é apenas medicamentoso. FASES DO AVC ★ Hiper-agudo (>24 horas): há morte celular, expansão da hemorragia/hematoma. Não atendemos o paciente nessa fase. Ocorre despolarização peri-infarto. ★ Aguda (1-7 dias): já podemos intervir. É o período que ainda ocorre o processo inflamatório, com citocinas (pró-inflamatórias) e IL-10 (anti). ○ SAFE score: preditor para recuperação de membro superior; ○ Trunk control score: preditor para marcha. Marcha independente em 6 semanas se pontuar >40. ○ Extensão de quadril. ★ Subagudo precoce (7 dias-3 meses): nesse período, há pico de plasticidade endógena, não podendo deixar de fazer fisioterapia!!! ○ É quando a assimetria cortical se equilibra novamente e o cérebro está se preparando para receber estímulos, devendo dar destaque à terapia orientada à tarefa. ★ Subaguda tardia (3-6 meses): momento em que conseguimos observar melhora das funções. ★ Crônica (>6 meses): há estabilização da melhora da função e plasticidade. ○ O paciente neurológico precisa de especificidade no seu treinamento. ○ Efeito priming: toda vez que o efeito de uma técnica aumenta o efeito de outra (dupla-tarefa + TOT, por exemplo).
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