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Copyright © 1987, ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro - RJ Tel.: PABX (021) 210 -3122 Telex: (021) 34333 ABNT - BR Endereço Telegráfico: NORMATÉCNICA ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas Palavras-chave: Temperatura. Condicionamento de ar 14 páginas Medição de temperatura em condicionamento de ar NBR 10085NOV 1987 Origem: ABNT - 04:008.04-003/1986 (NB-1020) CB-04 - Comitê Brasileiro de Máquinas e Equipamentos Mecânicos CE-04:008.04 - Comissão de Estudo de Ar-condicionado Comercial e Central NBR 10085 - Air conditioning - Temperature measurement - Procedure Descriptors: Air conditioning. Temperature Procedimento 3 Condições gerais 3.1 O valor do fluxo de calor para onde um fluido em movi- mento é determinado pelo produto da variação da entalpia e o valor da vazão em massa do fluido. A medição dos valores do fluxo de calor envolvem duas situações, as quais reque- rem diferentes níveis de exatidão nas medições do fluxo de calor: a) para o caso de fluxo de ar, água ou refrigerante não - volátil, relativamente pequenas variações de entalpia são predominantemente devidas à variação de calor sensível. Estes são associados comparativamente a grandes fluxos em massa. A pequena magnitude de variação de entalpia requer a determinação de temperatura e, por vezes, diferenças de temperatura com exatidão considerável; b) para o caso de fluxo de refrigerante volátil, uma troca de estado é envolvida e, relativamente, grandes va- riações de entalpia são associadas comparativamen- te a pequenos valores de fluxo. Menor exatidão na medida de temperatura é exigida para obter o nível adequado na medição do valor do fluxo de calor. 3.2 As recomendações desta Norma são apropriadas para medições de temperatura, dentro da faixa de -40ºC até 205ºC. Cuidados adicionais ou refinamentos requeridos para medições, abaixo ou acima desta faixa de temperatura, estão fora do objetivo desta Norma. SUMÁRIO 1 Objetivo 2 Documento complementar 3 Condições gerais 4 Instrumentos 5 Técnicas de medição 6 Medição de temperatura na corrente de ar 7 Medição de temperatura em água, soluções e refrigeran- tes não-voláteis 8 Medição de temperatura do refrigerante volátil 9 Recomendações para o uso adequado de termômetros 1 Objetivo Esta Norma fixa as condições exigíveis para a medição de temperatura em condicionamento de ar, a fim de auxiliar o procedimento de ensaio para uso específico na utilização de outras normas, relacionadas com: a) o estabelecimento das condições de temperatura ambiental desejada para ensaios de aquecimento, refrigeração ou de equipamento de ar-condicionado; b) a determinação dos valores de fluxo de calor para, ou dos fluidos movendo-se através ou dentro de tal equipamento. 2 Documento complementar Na aplicação desta Norma é necessário consultar: American standard for temperature measurement thermal couples AINS 1-C96.1 - 1964 (R 1969) 2 NBR 10085/1987 3.3 Procedimentos de medições de temperatura são reco- mendados para facilitar o ensaio de equipamentos dentro dos limites de temperatura, tolerância de operação, exatidão e precisão do instrumento, conforme mostrado na Tabela 1. 4 Instrumentos 4.1 Medições de temperatura devem ser feitas com instru- mento ou conjunto de instrumentos, de acordo com a pre- cisão e exatidão requeridas na Tabela 1. Os seguintes instru- mentos são de uso comum para este propósito: a) termômetro de mercúrio; b) termopar; c) termômetro elétrico de resistência, incluindo termis- tores. 4.2 Em nenhum caso a menor divisão da escala do instru- mentos deve exceder duas vezes a precisão especificada. Por exemplo, se a precisão especificada é ± 0,1ºC, a menor divisão da escala não deve exceder 0,2ºC. 4.3 Onde uma exatidão melhor que ± 0,3ºC é especificada, o instrumento deve ser calibrado e/ou aferido por compa- ração com padrão do INMETRO. As correções indicadas devem ser aplicadas para se obter a exatidão requerida. Nesta faixa de exatidão, termômetro de mercúrio, termôme- tros de resistência de platina, termopares calibrados indivi- dualmente ou termistores são recomendados. 4.4 Onde possível, instrumentos de medição de temperatura usados para medir a variação de temperatura de um líquido ou gás devem ser preparados de modo que eles possam prontamente ser intercambiáveis entre as posições de saída e entrada depois de cada leitura, para assim aumentar a exatidão. 4.5 Onde possível, medições de temperatura a jusante de uma fonte potencial de calor poderiam ser comparadas com medições a montante, sob condições de temperatura cons- tante com fluxo de fluido, mas com nenhum fluxo de calor. Tabela 1 - Instrumentos e tolerâncias de ensaio para medição de temperatura Tolerância Tolerância recomendada na Exatidão do Precisão do recomendada na condição de ensaio. Faixa usual de Medição instrumento instrumento operação do ensaio. Variação da média medição Toda faixa de especificada na observação (Nota a) condição de ensaio (Nota b) Temperatura de bulbo seco do ± 0,1ºC ± 0,05ºC 0,5ºC 0,3ºC -30ºC a 60ºC ar(A) Temperatura de bulbo úmido do ± 0,1ºC ± 0,05ºC 0,3ºC 0,15ºC -20ºC a 35ºC ar(A) Temperatura da água ou refrigerantes não-voláteis(A) Diferença de temperatura da água ou refrigerantes não-voláteis (B) Refrigerantes voláteis(C) Outras temperaturas para outros propósitos(D) (A) Medições usadas para determinar a mudança de temperatura no fluido e, em conjunto com a vazão, a capacidade de resfriamento ou aquecimento. (B) Aplicável quando a diferença de temperatura é medida com um único instrumento. (C) São aceitáveis medições de temperatura de tubo de refrigerante, no lugar da imersão do sensor do instrumento no fluxo do refrigerante. (D) Outras temperaturas não pedidas pelas normas brasileiras, mas freqüentemente tomadas para outros propósitos, por exemplo: temperatura dos componentes do sistema de refrigeração, temperaturas do estator do motor elétrico ou de componentes elétricos. Notas: a) Esta é a tolerância recomendada a ser especificada em leituras individuais, de uma série de leituras, para obter o valor médio durante o ensaio. Maiores tolerâncias podem ser especificadas em normas específicas para circunstâncias, como congelamento e descongelamento. b) Recomenda-se que as condições do ensaio em média estejam dentro da tolerância especificada. Exceções podem ser especifica- das para situações especiais como congelamento e descongelamento (ver Nota a). ± 0,2ºC ± 0,05ºC 0,3ºC 0,1ºC -1ºC a 45ºC ± 0,1ºC ± 0,05ºC 0,15ºC - 3ºC a 15ºC 3ºC a 45ºC ± 0,3ºC ± 0,3ºC - - -34ºC a 120º - - - - -20ºC a 150ºC NBR 10085/1987 3 4.6 Onde possível, medições de pequenas diferenças de temperatura devem ser feitas com instrumentos de alta pre- cisão, as quais indicam diretamente a diferença de tempe- ratura, como termopares calibrados. 5 Técnicas de medição 5.1 As medições de fluxo de calor usualmente envolvem a medição do fluxo de um fluido e a determinação de sua en- talpia de entrada e saída. A entalpia depende da pressão e da temperatura. Para o ar, a pressão barométrica e as tempe- raturas de bulbo seco e úmido estão envolvidas. Para refri- gerantes, são exigidas a pressão e temperaturas absolutas. 5.2 É recomendável que o fluxo de calor seja medido por dois métodos independentes. Isto permite estabelecer a aceitação dos ensaios, obtendo-se um balanço de calor. 5.3 É recomendável que normas de ensaios de equipamen- tos especifiquem que dois métodos independentes de ensaio, cujos resultados concordem dentro de uma faixa percentual, se constituem em um ensaio válido. As normas de ensaio de equipamentos devem especificar se a quantidade de calor aceita é para ser tomada como a média dos resultados depois de ensaios independentes, ou é para ser tomado como o resultado do ensaio primário. 5.4 A aceitação de um balanço de calor que não seja tão perfeito, mas que esteja dentro de umatolerância prees- tabelecida, pode ser feita sempre que se tenha em conta os diferentes fatores que afetam os resultados do ensaio. Estes fatores incluem: a) perdas e ganhos de calor da carcaça, tubos ou fios que podem ser considerados desprezíveis ou per- mitidos para um procedimento de calibração ou de cálculo; b) simplificações introduzidas em procedimentos de cálculos formulados, como utilização de coeficientes constantes em equações, uso de valores médios ou típicos de propriedades físicas dos fluidos, etc.; c) flutuações inevitáveis com respeito ao tempo ou es- paço, temperatura ou pressão do fluido a ser medido; d) os efeitos da ação e da interação das variações de desempenho dos instrumentos, especialmente de autobalanceamento ou do tipo de leitura remota. A variação do desempenho do aparelho que produz as condições ambientais de ensaio. Variações do desempenho do equipamento sendo ensaiado. Pequenos desvios na exatidão, precisão e sensibi- lidade do instrumento de ensaio. 5.5 A partir do precedente, verifica-se que algumas dificul- dades em obter-se balanços de calor aceitáveis não podem ser superados simplesmente pelo alto grau de exatidão do instrumento especificado. 5.6 Os termos exatidão, precisão e sensibilidade são usados no seguinte sentido: a) exatidão: a propriedade de um instrumento em indicar ou registrar o verdadeiro valor da quantidade medida. A indicação do erro, que é a diferença entre o valor indicado e o verdadeiro valor da quantidade medida, expressa a exatidão de um instrumento; b) precisão: proximidade de acordo entre repetidas me- dições de uma mesma quantidade física pelo mesmo método sob as mesmas condições. Um instrumento pode ser preciso mas inexato; c) sensibilidade: é a relação entre uma troca observada na posição da pena, ponteiro ou indicador de um instrumento, e a magnitude de troca na quantidade medida exigida para produzir aquele movimento do indicador. Isto pode ser expresso como uma relação numérica, se as unidades de medidas de duas quan- tidades forem fixadas. Um aumento na sensibilidade significa um aumento correspondente na propriedade de um instrumento reagir a variações extremamente pequenas na quantidades medida. 5.7 É importante medir o nível da temperatura para estabe- lecer dentro de certos limites a temperatura ambiental espe- cificada para a condução do ensaio. Torna-se então neces- sário medir as variações de temperatura. São as variações de temperatura que afetam a exatidão da determinação do fluxo de calor. Diferenças de temperatura podem ser obtidas com maior exatidão pela calibração apropriada de vários instrumentos que podem ser comparados entre si em um ambiente comum a todos, embora este procedimento não garanta exatidão absoluta. Este procedimento é especial- mente útil para instrumentos de leitura remota, onde muitos fatores afetam a exatidão, tendo o mesmo efeito numérico a dois níveis próximos de temperatura e, assim, erros devidos a estes efeitos eliminam-se quando da determinação da di- ferença de temperatura. As seções seguintes incluem suges- tões para melhorar a exatidão das medições de ensaio. 6 Medição de temperatura na corrente do ar 6.1 Determinação de temperatura média A determinação de temperatura média de uma corrente de ar requer convenientes precauções para evitar os efeitos de: a) não-uniformidade de temperatura, através da corrente de ar; b) não-uniformidade da velocidade do ar; c) radiação térmica para um dos elementos sensores do instrumento, se expostos a superfícies circun- dantes com temperaturas diferentes de corrente de ar medida; d) condução de calor, através do suporte ou nos fios de ligação para ou dos elementos sensores do instru- mento, se expostos a temperaturas diferentes da corrente de ar medida; e) não-uniformidade da relação de umidade do ar, quan- do estiver ocorrendo a umidificação ou desumidifica- ção; f) requisitos especiais para a obtenção de medições de temperatura de bulbo úmido. 4 NBR 10085/1987 6.2 Medições com relação à determinação de fluxo de calor Quando medições de temperatura são exigidas em relação à determinação da taxa do fluxo de calor, precauções con- sideráveis precisam ser tomadas entre os pontos de medi- ção de entrada e saída do ar para minimizar aceitavelmente o efeito de: a) ganhos ou perdas de calor pela rede de duto do apa- relho do ensaio, em regime permanente e transitório; b) ganhos ou perdas de calor devido a fugas do ar para ou do aparelho de ensaio; c) a criação ou supressão de recirculação ou outros fluxos anormais de ar, causados pela presença de dispositivos de ensaios que modificam a condição ambiental; d) oscilação de temperatura com o tempo; e) tempo de resposta inadequado para o instrumento, resultando em leituras falsas, especialmente se as oscilações de temperatura do ar não tiverem sido adequadamente amortecidas. 6.3 Não-uniformidade de temperatura, umidade e velocidade A não-uniformidade de temperatura, umidade e velocidade pode ser reduzida através de conveniente dispositivo de mistura e amostragem. Dispositivos típicos de mistura e amostragem são ilustrados nas Figuras 1 e 2. Em geral, os misturadores circulares ou retangulares, constituídos por dois jogos de grelhas que produzem um efeito combinado de cortes de ar e deslocamentos relativos nas áreas adja- centes do fluxo de ar, são mais satisfatórios. 6.4 Ventilador Algumas vezes a mistura pode ser obtida através de um orifício ou de um ventilador, instalado no duto, movido pela corrente de ar. Este ventilador não deve ter acionamento próprio, a menos que ajustes convenientes sejam feitos pa- ra o fornecimento de potência ao ventilador. Estes mistu- radores não são tão satisfatórios quanto a ação típica de corte e deslocamentos, como os misturadores mostrados nas Figuras 3 e 4. 6.5 Dispositivos de mistura 6.5.1 O uso de dispositivos de mistura é desejável, em prin- cípio, e pode ser necessário para atingir os limites de não- uniformidade para as condições especificadas de ensaio. 6.5.2 Quando as leituras de temperatura ou velocidade trans- versal indicam uma não-uniformidade, esta pode ser causada por uma falha em obter o balanceamento térmico, e conse- qüentemente deve-se usar misturador. Bons misturadores são de alta densidade e devem ser dimensionados para a vazão de ar requerida. Com baixas velocidades do ar, a sua alta densidade de massa introduz erros devido ao ganho ou perda de calor através de suas células e, além disso, pode atrasar a obtenção das condições de estado unifor- mes, devido ao efeito de armazenagem de calor dos seus materiais de construção. Com altas velocidades, os efeitos acima são relativamente pequenos, mas a potência de acio- namento do ventilador pode tornar-se excessiva. 6.6 Dispositivos de amostragem Os dispositivos de amostragem não são alternativas conve- nientes como misturadores nos casos onde existam campos de velocidade não-uniformes. Onde as velocidades são ra- zoavelmente uniformes, dispositivos de amostragem podem ser usados para medir a temperatura média, necessitando de menor espaço e potência do ventilador que os mistura- dores na corrente principal do ar. Um pequeno ventilador pode ser usado para dirigir o fluxo de ar através dos instru- mentos de medição de temperatura. Este ventilador deve estar a jusante dos instrumentos de medição, para evitar qualquer diferença de leitura de temperatura devido ao ganho de calor. Quando uma amostra de ar é tomada em um ponto intermediário entre o equipamento testado e o instrumento de medição, é necessário retornar o ar de amostra para a corrente principal de ar para evitar que certa parcela de ar seja desviada do instrumento de medição de vazão. 6.7 Centros de setores Quando o fluxo de ar tem uma temperatura e velocidade ra- zoavelmente uniformes, as temperaturas podem ser tomadas, no interior do duto, no centro de setores de iguais áreas transversais ao fluxo de ar. Quatro destes setores devem ser empregados e é de boa prática em dutos retan- gulares usar nove segmentos obtidospela divisão da área transversal em três partes horizontais e três partes verticais. Este procedimento é possível quando são necessárias so- mente as temperaturas de bulbo seco, obtidas por termo- pares conectados em paralelo ou em série. 6.8 Centros de setores, velocidade não-uniforme Deve ser considerado que a média das temperaturas me- didas nos centros de setores de igual área transversal se- rá a leitura correta da média da temperatura do ar, somente quando a velocidade é a mesma para cada área. A não- uniformidade na velocidade introduz erros. Tanto a veloci- dade como a temperatura devem ser tomadas na seção transversal do duto de ar, para estabelecer quando a média aritmética das leituras de temperatura é aceitável ou não. 6.9 Balanço térmico É usual verificar as medidas do fluxo de calor, fazendo o balanço térmico onde as taxas de fluxos de calor são obtidas por dois ou mais conjuntos de instrumentos independentes. Isto serve como uma verificação de diferença de medições de temperatura, mas não garante que as leituras sejam corretas. É sempre desejável controlar as temperaturas do ar em um ou mais pontos por instrumentos independentes, como, por exemplo, termopares e termômetros. 6.10 Erros de radiação 6.10.1 As medições de temperatura no fluxo de ar estão su- jeitas a erro, devido à radiação térmica, quando os elementos sensores estão expostos a superfícies circundantes com diferenças apreciáveis de temperatura do fluxo de ar. Nestes casos, os elementos sensores devem ser blindados con- venientemente da exposição direta. NBR 10085/1987 5 Figura 1 - Dispositivo de mistura Figura 2 - Dispositivo de amostragem 6 NBR 10085/1987 Figura 3 - Dispositivo de mistura Figura 4 - Dispositivo de mistura NBR 10085/1987 7 6.10.2 É recomendável uma blindagem feita com uma peça polida tubular de folha de alumínio. Dois tubos concêntricos de blindagem são mais eficientes do que um só. O compri- mento da blindagem deve ser no mínimo igual ao compri- mento do elemento sensor, mais duas vezes o diâmetro do tubo. Para medidas de temperatura dentro da aplicação desta Norma, os efeitos de radiação são desprezíveis. Eles podem ser importantes, por exemplo, quando os elementos sensores são expostos a grandes superfícies de um con- densador de refrigerante aquecido. É uma boa prática veri- ficar as temperaturas com sensores blindados e não blin- dados, em caso de dúvida da necessidade ou não da blinda- gem. Erros da radiação podem ser minimizados, utilizando- se o menor elemento sensor possível. 6.10.3 Somando-se aos erros de radiação, podem existir erros de condução térmica do ou para o elemento sensor. 6.10.4 Tanto os erros devidos à radiação quanto os devidos à condução térmica tendem a se tornar mais significantes quando a velocidade do ar diminui (ver 8.2). 6.11 Combinação entre o bulbo seco e o bulbo úmido 6.11.1 Quando a umidade do ar deve ser estabelecida atra- vés das medições de temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido, é importante a compatibilidade dos instrumentos, isto é, eles devem indicar a mesma temperatura quando ambos são usados secos e no mesmo ambiente, ou então uma correção deve ser usada. Isto assegura determina- ções mais precisas da depressão do bulbo úmido. Os dois elementos sensores devem ser colocados o mais próximo possível da corrente de ar para que meçam a mesma amos- tra de ar, mas o sensor do bulbo seco deve estar sempre a montante ou ao lado do sensor do bulbo úmido, de tal ma- neira que as medidas de bulbo seco não sejam influencia- das pela evaporação da umidade do bulbo úmido. 6.11.2 Acúmulos indesejáveis de umidade de quaisquer fon- tes sobre o elemento sensor da temperatura de bulbo seco causam erros. Isto ocorre com grande probabilidade duran- te os testes com umidade alta, tanto abaixo como acima da temperatura de congelamento, especialmente quando exis- tem condições de névoa. 6.12 Velocidade do ar para determinação da temperatura de bulbo úmido 6.12.1 As medidas de temperatura de bulbo úmido devem ser feitas sob condições que possibilitem velocidades do ar próprias sobre o bulbo úmido e somente após o tempo sufi- ciente para atingir o equilíbrio evaporativo. A velocidade do ar deve estar dentro da faixa de calibração do instrumento. Para termômetros de vidro com mercúrio ou outros elemen- tos sensores de diâmetros semelhantes, uma velocidade do ar de 3,5 m/s a 10,0 m/s, preferencialmente próximo a 5,0 m/s, é necessária para garantir resultados precisos. 6.12.2 Instrumentos de menor diâmetro, com psicrômetros de termistores ou termopares, necessitam proporcional- mente de velocidades do ar mais baixas e calibração conve- niente. As medidas de bulbo úmido requerem técnicas e cuidados adicionais, como as indicadas abaixo. 6.13 Mecha do termômetro de bulbo úmido 6.13.1 Um bom material para a mecha é um tubo de algodão macio de fina malha entrelaçada. Antes de ser usada, a me- cha deve ser completamente limpa, lavando ou fervendo em água destilada. É necessário um bom ajuste da mecha sobre o elemento sensor. 6.13.2 Para evitar excessiva condução de calor pelo corpo do termômetro de vidro, a mecha deve cobrir pelo menos 25 mm além do bulbo propriamente dito (ver Figura 6). 6.13.3 Com o uso contínuo, a mecha fica incrustada com impurezas que interferem no seu desempenho, tornando- se fundamental a sua limpeza ou troca freqüente. Deve-se usar somente água destilada. Quando esta é fornecida continuamente por um reservatório, é importante ter uma parte da mecha de aproximadamente 12 mm entre o sensor e o reservatório, exposta ao fluxo de ar. 6.13.4 A distância é suficiente para permitir que a água desti- lada obtenha a temperatura de bulbo úmido antes de atingir o bulbo sensor, mas não tão longa, a ponto de secar a me- cha antes de molhá-lo adequadamente. 6.13.5 O uso da técnica de mecha do bulbo molhada continua- mente deve ser evitado, pois as relações físicas entre com- primento de imersão do bulbo, comprimento, da mecha, nível de água e velocidade da corrente de ar, etc. afetam a pre- cisão desta leitura. Se esta técnica for usada, deve-se prever que o reservatório possa ser removido ou esvaziado para verificar a medição com uma mecha convencional, curta e molhada manualmente. 6.13.6 Outra técnica que pode ser usada para evitar a remo- ção do sensor de temperatura do psicrômetro, toda vez que for necessário molhá-lo, é a da caixa especial do psicrômetro (ver Figura 5), a qual permite molhá-lo manual ou continua- mente. Utiliza-se um tubo plástico colocado na caixa, prolon- gado até uma área conveniente para que o operador do en- saio reponha ao psicrômetro. 6.14 Psicrômetros ou termopares 6.14.1 A temperatura do reservatório de água é mais impor- tante para um termômetro de vidro com uma mecha maior do que para um termopar que usa menor diâmetro de mecha. 6.14.2 Maior quantidade de água mais quente (comparada com a temperatura da água na mecha) é levada ao bulbo de mercúrio por unidade de tempo, do que a um termopar de mecha de menor diâmetro. Está comprovado que, tendo suficiente imersão na corrente de ar e boa blindagem contra radiação, uma velocidade de 1,75 m/s é suficiente para os psicrômetros com termopares. A Figura 6 mostra um psicrômetro com termopar de boa performance. 6.15 Temperatura termodinâmica de bulbo úmido Na prática, o termômetro de bulbo úmido nem sempre lê a verdadeira temperatura termodinâmica de bulbo úmido e, sob certas condições, pode apresentar desvios considerá- veis desta. A interação do fluxo de difusão da umidade com a difusão do calor do ar ao redor da superfície molhada ten- de a tornar a temperatura do bulbo úmido menor do que a temperatura termodinâmica de bulbo úmido. Por outro lado, o calor recebido por condução e por radiação de objetos ao redor, na temperatura de bulbo seco, tende a aumentar a leitura da temperatura do bulbo úmido. Estes dois efeitos tendem a se cancelar mutuamente, o que resulta que a tem- peratura de bulbo úmido pode corresponder à temperatura termodinâmica de bulbo úmido em certasvelocidades do ar, e geralmente estes efeitos desviam menos dos valores teóricos do que se cada um deles estivesse presente sem o outro. 8 NBR 10085/1987 Figura 5 - Caixa do psicrômetro Figura 6 - Componentes do bulbo úmido NBR 10085/1987 9 6.16 Erros no diferencial da temperatura de bulbo úmido A Figura 7 mostra o erro na leitura do diferencial da tempe- ratura de bulbo úmido para várias velocidades do ar. Deve ser notado que para temperaturas na faixa de ar-condicio- nado, a velocidade do ar de aproximadamente 5 m/s é reco- mendada para minimizar o erro. Para menores temperaturas, o valor recomendável é consideravelmente menor. Esta curva deve ser usada para corrigir as leituras de termôme- tros de bulbo úmido, quando for impraticável manter a alta velocidade desejada. 6.17 Diâmetros da haste 6.17.1 Deve-se notar que as curvas da Figura 7 se aplicam para um termômetro de bulbo de tamanho convencional (diâmetro ligeiramente inferior a 6,3 mm). 6.17.2 Para outros diâmetros, a escala da velocidade varia diretamente proporcional ao diâmetro. As velocidades de- vem ser reduzidas para instrumentos com termopares e termistores, cujas dimensões reduzidas típicas dos elemen- tos sensores de temperatura são comparativamente iguais. Nestes casos, a velocidade correta deve ser estabelecida para calibração dos equipamentos comparados simultanea- mente aos valores obtidos com um termômetro de bulbo úmido de vidro de mercúrio. 6.18 Erros de radiação Se o termômetro de bulbo úmido está localizado próximo a superfície de resfriamento ou de aquecimento, pode resul- tar em erro, devido à radiação proveniente destas superfí- cies. Para evitar este erro, deve ser construída uma blinda- gem de metal polido entre o termômetro e as superfícies ra- diantes. 6.19 Blindagem contra radiação Se a temperatura da parede do duto está próxima a tempe- ratura do bulbo seco, os termômetros de bulbo úmido locali- zados em dutos de ar não precisam ser blindados. Se neces- sário, a superfície externa do duto pode ser isolada para evitar grandes diferenças entre a temperatura interna da parede do duto e a temperatura de bulbo seco do ar. 6.20 Uso de termopares para leituras de psicrometria Os termopares são satisfatórios para leitura de psicrometria, desde que se utilizem os equipamentos adequados e se to- mem as precauções relativas ao seu uso. Os termopares de bulbo seco ou de bulbo úmido podem ser conectados em série para dar leitura direta do diferencial de temperatura entre dois pontos. Quando medidos em um instrumento de boa precisão, este conjunto forma um dos melhores métodos na obtenção de dados psicrométricos. 6.21 Leituras de temperatura de bulbo úmido próximo a temperaturas de congelamento As considerações anteriores aplicam-se a medições de temperatura de bulbo úmido acima da temperatura de con- gelamento. Para temperaturas iguais ou inferiores ao con- gelamento, podem surgir erros na medição, pois a verda- deira temperatura de bulbo úmido existe somente quando o termômetro está coberto de gelo ou, existindo mecha, sua superfície externa estiver coberta de gelo. A água cobrindo o termômetro pode não estar congelada, mas sim super- resfriada. A temperatura de equilíbrio entre o ar úmido e a água super resfriada é diferente daquela entre o ar úmi- do e o gelo. Para evitar de se estabelecer qual é o tipo de equilíbrio existente, recomenda-se que a amostra de ar seja aquecida acima do ponto de congelamento antes de medir o seu conteúdo de umidade. 6.22 Leituras da temperatura de bulbo úmido próximas à temperatura de congelamento em uma corrente de ar Quando é necessário medir a temperatura de bulbo úmido igual ou próxima a temperatura de congelamento em uma corrente de ar, o problema do gelo pode ser evitado remo- vendo-se continuamente a amostra de ar. Determina-se ini- cialmente a temperatura de bulbo seco do ar. Então esta amostra de ar é aquecida eletricamente até um valor con- veniente acima do congelamento. Mede-se então a tempera- tura de bulbo seco e bulbo úmido da amostra de ar aquecido. Destes valores é determinada a umidade absoluta, isto é, o peso, em gramas, de vapor de água por quilograma de ar seco. Esta umidade absoluta com o menor valor da tempera- tura de bulbo seco e as propriedades termodinâmicas do ar úmido são usadas para determinar a temperatura de bulbo úmido existente no menor valor da temperatura de bulbo seco. 6.23 Leituras de temperatura de bulbo úmido abaixo da temperatura de congelamento Onde for possível e conveniente a medida da temperatura de bulbo úmido em temperaturas abaixo do congelamento, é preferível usar um termômetro com o bulbo coberto de gelo sem a mecha. A mecha sobre o bulbo nessas condições não realiza a sua função para o gelo, diferente da água, pois não responde às forças de capilaridade. As leituras da ver- dadeira temperatura de bulbo úmido são obtidas somente quando a superfície da mecha está completamente coberta com uma camada de gelo. O gelo contido na malha da me- cha é inútil. 6.24 Equilíbrio em temperaturas abaixo do congelamento Como resultado da reduzida pressão de vapor em baixas temperaturas, um maior tempo é necessário para atingir o equilíbrio do que em temperaturas maiores; porém esta condição é contrabalanceada pela permanência do gelo sobre o bulbo por um maior período de tempo. As leituras da temperatura de bulbo úmido devem ser tomadas continua- damente por um longo período, suficiente para garantir que o equilíbrio tenha sido atingido. 6.25 Congelamento da água diretamente sobre o bulbo Ensaios cuidadosos indicam que bons resultados são obti- dos, retirando-se a mecha e congelando uma camada de gelo diretamente sobre o bulbo do termômetro. Determinou- se que uma camada de gelo com 0,5 mm de espessura, tem uma vida em torno de 1 h, quando exposta a uma velo- cidade do ar de 4,5 m/s, com uma diferença para atingir saturação de 0,2 g/kg de ar seco. A camada de gelo pode ser obtida mergulhando o termômetro gelado em água desti- lada a 0ºC. O termômetro é então removido da água para permitir o congelamento da camada. O processo pode ser repetido quantas vezes for necessário até obter-se a es- pessura desejada. 10 NBR 10085/1987 Figura 7 - Efeito da velocidade do ar no psicrômetro de bulbo úmido (para bulbo de tamanho convencional) 6.26 Eliminação das tensões de gelo Existem evidências de que a expansão mecânica do gelo no congelamento pode gerar deformações em alguns tipos de termômetros, provocando erros. Um método para eliminar esta condição é construir um tubo com o mesmo tamanho do bulbo do termômetro. Congelando-se uma camada de gelo sobre o mesmo, retire-a aquecendo o tubo interna- mente e, coloque o copo de gelo resultante sobre o bulbo do termômetro. 6.27 Controle da condução de calor Para evitar excessiva condução de calor através da haste do termômetro de vidro para o bulbo, é importante que a camada de gelo cubra 2,5 mm da haste além do bulbo. 6.28 Utilização de água super-resfriada A tendência da água de resistir ao congelamento em tempe- raturas abaixo da temperatura de congelamento é bem conhecida. Esta condição de super-resfriamento pode e existe em uma mecha do termômetro de bulbo úmido e pode gerar erros consideráveis. Embora seja possível pela utilização de uma carga psicrométrica especial obter as leituras corretas das propriedades psicrométricas com uma mecha molhada com água super-resfriada, é mais acon- selhável cobrir o bulbo com gelo. 7 Medição de temperatura em água, soluções e refrigerantes não-voláteis 7.1 As medições de temperaturas em água, soluções e re- frigerantes não-voláteis (nas condições de uso) necessitam de um mínimo de precauções, considerando-se que as me- didas podem ser feitas pela inserção conveniente do ele- mento sensor na corrente do fluido, preferencialmente após um joelho ou uma correção em “T” ou outro misturador (ver Figura 8). O elemento sensor de temperatura deve ser colocado diretamente no fluido ou em um poço da tubulação. A profundidade de imersão não deve ser menorque 10 diâmetros do poço ou do bulbo. Os termômetros de vidro não devem ser colocados diretamente no fluido sem uma calibração para compensar os efeitos de pressão existentes. Quando um elemento sensor é colocado em um poço, um bom contato térmico deve ser obtido, enchendo o poço com um óleo leve, a menos que outro processo seja possível para assegurar um bom contato, como, por exemplo, fixando o termopar com solda dentro do poço. Para garantir respos- tas rápidas de temperatura, o poço não deve ser maior que o necessário para receber o elemento sensor. Alguns termô- metros são feitos especificamente para uma determinada profundidade de imersão. Isto deve ser considerado para se estabelecer a profundidade do poço. São necessárias correções de escala quando forem utilizadas outras di- mensões que não as recomendadas. NBR 10085/1987 11 Figura 8 - Métodos sugeridos para assegurar a mistura da água 7.2 Sempre que possível, medições de pequenas diferenças de temperatura devem ser feitas com instrumentos de alta precisão que leiam esta diferença diretamente como termo- pares calibrados. 8 Medição de temperatura do refrigerante volátil 8.1 A determinação da temperatura de vapores deve ser executada inserindo-se elemento sensor diretamente no refrigerante ou em um poço inserido na corrente. Quando o elemento sensor está dentro do poço, deve ser obtido um bom contato térmico, adicionando-se óleo leve, a menos que seja possível assegurar melhor contato como, por exemplo, pelo uso de um termopar soldado internamente ao poço. O poço deve ter o menor diâmetro possível. É de boa prática inserir o poço em curva de 90º na linha. A profun- didade do poço deve levar em consideração a correta imersão do elemento sensor. 8.2 A determinação da temperatura do vapor, medindo-se a temperatura da superfície do conduto ao invés de inserir-se internamente no conduto, em geral não é recomendada, mas às vezes é desejada para medições não críticas onde não é possível desmontar os componentes montados em fábrica. 8.2.1 Precauções dadas sobre técnicas de medições devem ser observadas conforme 9.2.11. A medição da temperatura superficial com o propósito de restabelecer a condição de temperatura a ser repetida em um ensaio subseqüente é um exemplo de uso aceitável. 8.3 A determinação da temperatura de um líquido pode ser feita como para vapores, exceto que a medição da tempera- tura superficial do conduto pode ser aceita como a medição da temperatura do líquido. 8.4 É de boa prática comparar as medições da temperatura do refrigerante com a correspondente temperatura de satu- ração para pressões de refrigerantes, medidas em posições onde o refrigerante pode ser que esteja na condição de sa- turação. 8.5 Devem-se ler simultaneamente a pressão e a temperatura para estabelecer se o refrigerante está na condição saturada, superaquecida ou sub-resfriada. 8.6 Para garantir o uso correto das propriedades termodinâ- micas do refrigerante, é apropriado assumir que o refrigerante não é todo vapor, a menos que uma quantidade mínima de superaquecimento fixada, seja indicada pela medição da temperatura e pressão. Igualmente, é apropriado assumir que o refrigerante não é no todo líquido, a menos que uma quantidade mínima de sub-resfriamento fixada seja indicada pela medição da temperatura e pressão. Esta Norma não especifica os valores mínimos de superaquecimento e sub- resfriamento, mas a necessidade para ensaios deve ser aceita. 12 NBR 10085/1987 8.7 Temperatura e outras medições devem ser obtidas a ju- sante do medidor de vazão do refrigerante volátil para deter- minar se existe adequado sub-resfriamento. 9 Recomendações para o uso adequado de termômetros 9.1 Termômetro visor de mercúrio 9.1.1 O termômetro visor de mercúrio é de leitura direta e pode ser obtido com calibração precisa (± 0,03ºC para imer- são total e ± 0,3ºC para imersão parcial). Ele mantém a cali- bração. Deve ser localizado de modo que a escala de tem- peratura permita o acesso para leitura. 9.1.2 Precauções são necessárias para garantir que o calor do corpo do leitor de uma lâmpada elétrica ou de outras fon- tes térmicas não afetem a leitura. 9.1.3 Os termômetros de vidro não devem ser inseridos di- retamente dentro de um condutor de fluido, a menos que te- nha calibração corrigida para compensar quaisquer efeitos de pressão aplicados. Para tais medições o termômetro de- ve preferivelmente ser colocado dentro de um poço. 9.1.4 Os termômetros de vidro necessitam de correção pa- ra profundidade de imersão e para a temperatura do ambien- te ao redor da haste. Isto serve para permitir correções da haste exposta. 9.1.5 Os termômetros de vidro necessitam de correção para posição. Por exemplo, em termômetro inserido virado para baixo em um duto de ar pode ter erros de leituras até 0,06ºC. 9.1.6 Os termômetros de vidro são comparativamente fáceis para trocar entre duas posições para leituras alternadas, de modo a obter uma leitura média da diferença de temperatura, sem afetar a calibração dos termômetros, onde a diferença for pequena. 9.2 Termopares 9.2.1 Os termopares oferecem grande flexibilidade em aplica- ções de leitura à distância e com instrumentos adequados são facilmente adaptados para a medição de temperaturas de diversos pontos em sucessão rápida. 9.2.2 Os termopares devem ser corretamente construídos e conectados aos instrumentos de medição com ou sem o uso de fiação para extensão (AINS 1-C96.1 - 1964 (R 1969)). 9.2.2.1 Um dispositivo para medição de tensão, digital ou analógico, deve ser utilizado para medir a tensão gerada pelo termopar, que inclui o ponto de referência às vezes de- nominado junção fria. A exatidão na medição da tempe- ratura é sujeita a erros em cada um dos componentes dos circuitos de termopares, incluindo as junções dos termopa- res, chaves e fios de extensão. 9.2.2.2 Os termopares comerciais e fios de extensão são sujeitos a tolerâncias que, sob condições de uso, podem ou não estar dentro de faixas de tolerâncias (ver Tabela 2). A calibração individual de termopares pode ser necessária para garantir a exatidão requerida. Deve ser evitado o uso de metais diferentes em circuitos de chaves seletoras, a menos que medidas sejam tomadas para eliminar efeitos de termopares indesejáveis. 9.2.2.3 Junções de conexões à mesma temperatura podem ser utilizadas para eliminar os efeitos de junções de termo- pares na fiação das chaves seletoras. Medição de tempera- tura é adicionalmente objeto de erros nas medições de poten- cial elétrico por um aparelho de medição de tensão. 9.2.3 Em uma situação de teste individual utilizando um ou mais termopares, é necessário estabelecer a exatidão da medição, observando um ou mais termopares representa- tivos, com referência a uma medição de temperatura inde- pendentemente, medida e conhecida. Por exemplo, um ter- mopar deve ser colocado em um banho de água em uma garrafa térmica cuja temperatura é estabelecida a um nível representativo e conferido com um termômetro tipo visor de mercúrio que possua uma precisão e exatidão da Tabela 1. Termopares devem ser calibrados individualmente para uso onde 0,1ºC ou exatidão melhor for especificada. Em adição, é recomendada uma verificação a 0ºC, utilizando um banho composto de água destilada e gelo de água destilada. A abundância do gelo deve ser mantida em mistura aproximada para evitar a estratificação da água à temperatura acima de 0ºC no fundo do banho. 9.2.4 Para se obter uma exatidão de 0,08ºC ou 0,3ºC, fios de termopares devem ser calibrados individualmente com instrumentos de exatidão, como um termômetro de resis- tência em um banho líquido, ou um segundo instrumento, como um termômetro de vidro com lupa e uma escala com divisão suficientemente pequena. No caso de cobre Constantan, é suficiente calibrar o fio de Constantan em al- guns pontos do carretel, mas os fios devem ser homogê- neos em toda parte do comprimento utilizado. A homoge- neidade pode ser determinada passando-se uma pequena fonte de calor ao longo do comprimento a ser utilizado,um de cada vez. A deflexão em um galvanômetro indica a não homogeneidade da fiação e com isto deve ser rejeitada. 9.2.5 Termopares podem ser utilizados para medições de temperatura do bulbo úmido do ar. Uma sugestão de arranjo é mostrada na Figura 6. 9.2.6 Termopares individuais podem ter erros introduzidos pelo trabalho do metal a frio para formar a junção, e para tra- balhos precisos deve ser feita a calibração após formar a junção. 9.2.7 Diferenças de temperatura ou outros problemas de leitura podem ser medidos por meio de termopares arran- jados em múltiplas ligações, como em série, paralelo ou arranjo série-paralelo. 9.2.8 Na fabricação do termopar, os dois elementos devem estar permanentemente juntos em uma das extremidades para formar a junção de medição. Para a faixa de temperatura a que se refere esta Norma, as junções devem ser soldadas. Para pares tipo “T” (cobre Constantan), as junções podem ser feitas com solda leve. Para tipo “K” (cromo-alumínio) ou tipo “J” (ferro Constantan), as junções podem ser feitas com solda prata. Quando a junção é para ser ligada a uma superfície metálica, o mesmo material é empregado como se fosse para formar a junção normal. N B R 10085/1987 13 Tabela 2 - Limites de erro de termopares, fios de extensão e alternativas para tamanho padrão de fios Termopares Faixa de Limites de erro(A) Tipos de fios Faixa de Limites de erro Tipos de fios Faixa de Limites de tipos de materiais típicos(B) temperatura de extensão temperatura de extensão temperatura erros (ºC) Padrão Especial (ºC) Padrão Especial (ºC) E - Níquel 10% cromo 0º a 315º ± 1,5º ±1,25 EX -15 a 200 ± 1,5 - - - - Constantan J - Ferro Constantan 0º a 275º ± 2º ± 1,00 JX -15 a 200 ± 1,0 ± 1,0 - - - K - Níquel 10 % cromo níquel 5% alumínio + 0º a 277º ± 2º ± 1,0 KX -15 a 200 - - WX 25 a 200 ± 3,3 silício S - Platina 10% radioplatina 0º a 535º ± 1,4º - - - - - SX 25 a 200 ± 6,6 R - Platina 13% radioplatina 0º a 535º ± 1,4 - - - - - SX 25 a 200 ± 6,6 T - Cobre Constantan - 60º a 90º ± 0,8º 0,4º TX - 60 a 90 ± 0,8º ± 0,4 - - - + 90º a 370º ± 0,4º 0,4º TX - 60 a 90 ± 0,8 ± 0,4 - - - (A) Os limites de erros de termopares estão baseados na temperatura da junção de referência de 0ºC. (B) O fio positivo é mostrado em letras maiúsculas. Notas: a) Os limites de erros listados para tipos de fios de extensão alternativos são aplicáveis a uma temperatura de 20ºC somente no ponto onde o termopar e os fios de extensão são ligados. b) Não estão incluídos erros de uso ou instalação. 14 NBR 10085/1987 9.2.9 Existem três métodos de soldagem de uso comum, denominados: a) solda a gás; b) solda a arco elétrico; c) solda por resistência. Informação detalhada dos procedimentos de solda é dada na norma citada no Capítulo 2. 9.2.10 Os termopares podem ser ligados a superfícies me- tálicas pela solda. É importante estar seguro de que a junção está realmente na superfície e não formada inadvertidamente pela solda, conectando os fios no ponto não apropriado da superfície. É necessário estar seguro de que os fios do ter- mopar não estão em contato um com o outro, o que causaria um curto-circuito, especialmente onde o isolamento de fio foi removido durante a solda. 9.2.11 É necessário que adicionalmente se assegure que a temperatura indicada não esteja alterada pelo calor trans- ferido de ou para os fios do termopar, particularmente se os fios estão expostos ao movimento de um fluxo de ar. São possíveis erros da ordem de 10% ou mais, devido à diferen- ça de temperatura entre a superfície e o ambiente. Para mi- nimizar tais erros, os fios do termopar devem ser fixados com fita na superfície do metal até 25 mm ou 50 mm após a junção, aproximando-se à temperatura dos fios à tempera- tura a ser medida. Existe sempre um mínimo de isolação térmica entre os fios e a superfície, pois é necessário manter a isolação elétrica dos fios. Se os termopares são eletrica- mente aterrados no ponto de medida, devem ser tomadas precauções para eliminar as diferenças de tensão entre o ponto de medida e o instrumento de medição, se necessário. Isolamento térmico com barreira de vapor pode ser então colocado sobre a junção, se necessário, nos fios adjacentes, onde as diferenças de temperatura são grandes e/ou veloci- dades no ambiente são altas. Para estabelecer a necessida- de para estas precauções extras, é prudente ligar dois pares, um com o mínimo de atenção para este efeito e o outro ade- quadamente isolado. A comparação de leituras das tempera- turas indica se a elaboração de mais precauções é ne- cessária. 9.2.12 Os termopares com as extremidades descobertas com imersão apropriada em uma corrente de ar dão melhor resultado em um duto, porque as extremidades condutoras têm aproximadamente a temperatura do ar. 9.3 Termômetros de resistência 9.3.1 Um termômetro de resistência mede a temperatura como uma função da resistência elétrica de um fio, quando submetido a várias temperaturas. O termômetro de resis- tência oferece as vantagens de: a) alta exatidão; b) alta velocidade de resposta; c) resposta aproximadamente linear à mudança de tem- peratura. Virtualmente não existe limite para a distância entre o ponto de medição e o ponto de registro. A exatidão da medida é muito pouco afetada pelas mudanças de temperatura do ambiente. Não se exigem fios condutores especiais como nos termopares. O elemento resistivo é relativamente dis- pendioso, quando comparado a um termopar. Os termôme- tros de resistência exigem calibração antes de serem uti- lizados. 9.3.2 Os termômetros de resistência de precisão são usados como padrões de medição de temperatura na calibração de outros instrumentos, para utilização na faixa de temperatura desta Norma. 9.3.3 Os termistores são um tipo especial de termômetro de resistência. Eles são fabricados como materiais semicon- dutores que proporcionam alta exatidão, sensibilidade e rápida resposta em conjunto com as pequenas dimensões. Os termistores medem temperatura com função de uma resistência elétrica, mas têm maior coeficiente de resistivi- dade a altas temperaturas do que os termômetros de resis- tência (feitos de fios ou metais). São, entretanto, particular- mente usuais para medidas dentro de uma pequena faixa de temperatura. 9.3.3.1 Cada termistor deve ser calibrado individualmente em um banho líquido, se uma exatidão de 0,1ºC ou melhor for exigida. Devido à resistência relativamente alta dos ter- mistores, deve-se tomar cuidado em manter a isolação elétrica nos terminais dos temistores para evitar a associa- ção de resistência em paralelo com a resistência do elemento sensor. Os termistores apresentam tendência para desvio, caso não tenham sido corretamente calibrados pelo fabricante. Quando tratados com cuidado, mantêm sua precisão por longos períodos dentro de 0,03ºC ou melhor. 9.3.3.2 As constantes de tempo dos termistores são da ordem de 1s a 2 s. Conseqüentemente é recomendado o amorteci- mento da corrente de ar. Em geral, termômetros de resistên- cia (incluindo os termistores) são usados onde a alta exatidão é exigida. A instalação e a utilização do termômetro de re- sistência são semelhantes às do termômetro de vidro com bulbo mercúrio; entretanto, os termômetros de resistência possuem a vantagem de leituras à distância, como a ins- trumentação de termopares. 9.3.4 As técnicas sugeridas para os termômetros de vidro com mercúrio e termopares são igualmente aplicadas ao uso de termômetros de resistência, exceto quando obvia- mente inapropriado devido à construção mecânica do instru- mento. Sob condições controladas e com a devida calibra- ção, termômetros de resistência podem ser usados para proporcionar eletricamente a medição da média das tem- peraturas dos diversos pontos de leitura. licenca: Cópia não autorizada
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