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LITERATURAS AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENAS AV

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Local: Sala 1 - Sala de aula / Andar / Polo Bangu / POLO BANGU - RJ 
Acadêmico: EAD-IL80090-20221A
Aluno: CAMILA GONÇALVES FLORES 
Avaliação: A2-
Matrícula: 20214301255 
Data: 7 de Abril de 2022 - 08:00 Finalizado
Correto Incorreto Anulada  Discursiva  Objetiva Total: 7,50/10,00
1  Código: 38287 - Enunciado: "Entre os anos de 1525 e 1851, mais de cinco milhões de africanos foram
trazidos para o Brasil na condição de escravos, não estando incluídos neste número, que é uma
aproximação, aqueles que morreram ainda em solo africano, vitimados pela violência da caça escravista,
nem os que pereceram na travessia oceânica. Não se sabe quantos foram trazidos desde que o tráfico se
tornou ilegal. Ao longo de mais de três séculos, enquanto a própria nação brasileira se formava e tomava
corpo, os africanos foram trazidos das mais diferentes partes do continente africano abaixo do Saara."
(Fonte: PRANDI, R. De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. REVISTA USP, São Paulo, n. 46,
jun.-ago. 2000, p. 52). 
Ao atravessarem o Atlântico, mesmo na condição de escravizados, negros africanos instituíram em nosso
país seu modo de ver, ser e estar no mundo, participando ativamente da forja da cultura nacional. Entre os
povos africanos, dois grupos étnicos se destacam na construção da cultura brasileira. Identifique-os:
 a) Iorubás e nagôs.
 b) Malineses e bantos.
 c) Nagôs e malineses.
 d) Bantos e iorubás.
 e) Malineses e iorubás.
Alternativa marcada:
d) Bantos e iorubás.
Justificativa: Resposta correta: Bantos e iorubás. Foram os bantos, vindos do reino do Congo, que aqui
chegaram, desde o século XVI, até a extinção do tráfico em 1850, e os iorubás, grupo étnico de relevante
influência na construção do Afro-Brasil, apesar de desembarcarem maciçamente no país apenas no final
do século XVIII e princípio do século XIX. Esses dois povos escravizados pelos portugueses foram os
principais grupos africanos que contribuíram para a formação cultural do Brasil. 
Distratores:Iorubás e nagôs. Incorreta. Trata-se de duas nomeações que se referem ao mesmo povo: apesar
de pertencerem a várias etnias, os iorubás que chegaram ao Brasil foram reconhecidos como um mesmo
grupo, recebendo a denominação de nagô.Malineses e bantos. Incorreta. Os malineses, povos do Reino de
Mali, não foram escravizados para o Brasil. Nagôs e malineses. Incorreta. Os malineses, povos do Reino de
Mali, não foram escravizados para o Brasil. Malineses e iorubás. Incorreta. Os malineses, povos do Reino de
Mali, não foram escravizados para o Brasil. 
0,50/ 0,50
2  Código: 38284 - Enunciado: "Em Paris, no período entreguerras, um grupo de estudantes negros oriundos
dos países colonizados (Antilhas e África) iniciou um processo de mobilização cultural. Quando esses
estudantes começaram a frequentar as universidades europeias, sobretudo as de Paris e Londres,
constatou que a civilização ocidental não era um modelo universal e absoluto tal como era ensinado na
colônia."(Fonte: DOMINGUES, P. Movimento da Negritude: uma breve reconstrução histórica. Mediações –
Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 10, n. 1, jan.-jun. 2005, p. 25-40). 
Em Paris, no ano de 1934, estudantes universitários vindos da América e da África criam o Movimento da
Negritude. A respeito desse movimento, podemos afirmar que:
 a) Trata-se de um movimento literário que, se opondo à difusão da cultura europeia nos países
colonizados, propunha a afirmação de valores identitários americanos a fim de sobrepô-los aos europeus.
 b) Refere-se a um movimento sociológico que combatia a opressão da cultura europeia sobre os
demais continentes, reiterando os valores marcantes de cada região.
 c) Relaciona-se com um movimento etnográfico que investigou criticamente a hegemonia da cultura
europeia, enaltecendo ao longo do processo culturas afro-americanas.
 d) Foi um movimento literário que, em contestação às investidas opressoras da cultura europeia
sobre os países colonizados, empenhou-se na afirmação dos valores identitários africanos.
 e) Trata-se de um movimento partidário que denunciou a opressão da cultura europeia sobre os
países africanos, dedicando-se também à afirmação de aspectos culturais africanos.
0,50/ 0,50
Alternativa marcada:
d) Foi um movimento literário que, em contestação às investidas opressoras da cultura europeia sobre os
países colonizados, empenhou-se na afirmação dos valores identitários africanos.
Justificativa: Resposta correta: Foi um movimento literário que, em contestação às investidas opressoras
da cultura europeia sobre os países colonizados, empenhou-se na afirmação dos valores identitários
africanos.Refere-se aos escritores Aimé Césaire, da Martinica, que se une aos poetas e políticos Léopold
Sédar Senghor, do Senegal, e Leon Damas, da Guiana Francesa, para fundarem a revista Étudiant Noir,
cujos ensaios, artigos e poemas enfatizam valores positivos sobre a África. 
Distratores:Trata-se de um movimento partidário que denunciou a opressão da cultura europeia sobre os
países africanos, dedicando-se também à afirmação de aspectos culturais africanos. Errada. Não foi um
movimento sociológico e pretendia valorizar aspectos da africanidade.Refere-se a um movimento
sociológico que combatia a opressão da cultura europeia sobre os demais continentes, reiterando os
valores marcantes de cada região. Errada. Não foi um movimento sociológico e pretendia valorizar
aspectos da africanidade.Foi um movimento literário que, em contestação às investidas opressoras da
cultura europeia sobre os países colonizados, empenhou-se na afirmação dos valores identitários
africanos. Relaciona-se com um movimento etnográfico que investigou criticamente a hegemonia da
cultura europeia, enaltecendo ao longo do processo culturas afro-americanas. Errada. Não enalteceu
culturas afro-americanas, mas sim africanas, e porque o movimento não tinha pretensão etnográfica, mas
o estabelecimento de uma literatura marcada pela afirmação da africanidade.Trata-se de um movimento
literário que, se opondo à difusão da cultura europeia nos países colonizados, propunha a afirmação de
valores identitários americanos a fim de sobrepô-los aos europeus. Errada. Não propunha a afirmação de
valores americanos, mas sim de valores africanos.
3  Código: 38422 - Enunciado: Black Friday
Alguns homens sonham com meu corpo 
Entre os seus lençóis 
Eles desejam desesperadamente 
Consumir meu sexo 
Mas não suportariam meu banzo 
Meu clamor 
Não aguentariam vestir a minha pele negra 
Nem por um segundo Eles poderiam tomar posse de tudo que sou 
E até germinar ali os seus filhos 
Mas sairiam sem olhar pra trás 
Esses homens devorariam o meu corpo 
Com ardor 
Como lobos sugariam o meu interior 
Até secar meu ventre… 
Impunes, voltariam para os seus lares brancos 
Sem o meu menor pudor Tenho medo desses homens 
Que rezam para o criador 
Que juram um falso amor 
Eu tenho medo desses homens Não aceito os seus sorrisos 
Nem me iludo com as suas promessas 
Não sou produto com desconto 
Esqueçam as ofertas Black Friday 
Meu corpo nunca estará em liquidação!
Para vocês jamais venderei barato 
O que sempre custará o dobro. 
(Fonte: SOBRAL, C. Só por hoje vou deixar o meu cabelo em paz. Poesia. Brasília: Teixeira, 2014, p. 63-
64). Identifique a relação que se estabelece entre o título e a temática do poema:
 a) Black Friday, termo usado no título e no primeiro verso do poema, apresenta um sentido figurado
para se relacionar, na poesia afro-brasileira feminina, à fragilidade da mulher negra.
 b) Utilizado de forma irônica, o título se contrapõe ao seu significado no poema, pois não há, de fato,
uma liquidação.
 c) Como título do poema, o termo Black Friday remete, de forma denotativa, à sexta-feira negra, data
que precede o feriado de Ações de Graças nos EUA.
0,00/ 0,50
 d) Empregado no primeiro verso da última estrofe do poema, o termo recupera o sentido original do
termo em inglês, como data de grandes liquidações. 
 e) Relacionado ao universo semântico do poema, o títuloé justificado pelo emprego dos termos
“desconto”, “ofertas”, “liquidação”, “vender”, “custar”, “barato”.
Alternativa marcada:
e) Relacionado ao universo semântico do poema, o título é justificado pelo emprego dos termos
“desconto”, “ofertas”, “liquidação”, “vender”, “custar”, “barato”.
Justificativa: Resposta correta: Utilizado de forma irônica, o título se contrapõe ao seu significado no
poema, pois não há, de fato, uma liquidação. Seguindo a temática recorrente na poesia afro-brasileira
feminina, a autora se contrapõe à imagem da mulher negra sexualizada, estereótipo criado no período
colonial, não se sujeitando a se tornar objeto, ou seja, de não se vender numa liquidação. 
Distratores:Como título do poema, o termo Black Friday remete, de forma denotativa, à sexta-feira negra,
data que precede o feriado de ações de graças no EUA. Incorreta. O termo não é empregado
denotativamente, significando, de forma literal, o sentido de liquidação.Empregado no primeiro verso da
última estrofe do poema, o termo recupera o sentido original do termo em inglês, como data de grandes
liquidações. Incorreta.Relacionado ao universo semântico do poema, o título é justificado pelo emprego
dos termos “desconto”, “ofertas”, “liquidação”, “vender”, “custar”, “barato”. Incorreta. Não é a relação
semântica entre o título e os termos a ele relacionados que estabelece a sua correlação com a temática do
poema. Black Friday, termo usado no título e no primeiro verso do poema, apresenta um sentido figurado
para se relacionar, na poesia afro-brasileira feminina, à fragilidade da mulher negra. Incorreta. O poema
traduz exatamente o contrário: deseja expressar a imagem de uma mulher forte, que se recusa a tornar-se
apenas um objeto sexual do homem. 
4  Código: 38587 - Enunciado: "Mas digo sempre: creio que a gênese de minha escrita está no acúmulo de
tudo que ouvi desde a infância. O acúmulo das palavras, das histórias que habitavam em nossa casa e
adjacências. [...] Na origem da minha escrita ouço os gritos, os chamados das vizinhas debruçadas sobre as
janelas, ou nos vãos das portas contando em voz alta uma para outras as suas mazelas, assim como as
suas alegrias. Como ouvi conversas de mulheres! [...] E se inconscientemente desde pequena, nas redações
escolares eu inventava outro mundo, pois dentro dos meus limites de compreensão, eu já havia entendido
a precariedade da vida que nos era oferecida, aos poucos fui ganhando uma consciência. Consciência que
compromete a minha escrita como um lugar de autoafirmação de minhas particularidades, de minhas
especificidades como sujeito-mulher-negra. [...] O que levaria determinadas mulheres, nascidas e criadas
em ambientes não letrados, e quando muito, semialfabetizados, a romperem com a passividade da leitura
e buscarem o movimento da escrita? Tento responder. Talvez, estas mulheres (como eu) tenham percebido
que se o ato de ler oferece a apreensão do mundo, o de escrever ultrapassa os limites de uma percepção
da vida. Escrever pressupõe um dinamismo próprio do sujeito da escrita, proporcionando-lhe a sua
autoinscrição no interior do mundo. E, em se tratando de um ato empreendido por mulheres negras, que
historicamente transitam por espaços culturais diferenciados dos lugares ocupados pela cultura das elites,
escrever adquire um sentido de insubordinação. Insubordinação que pode se evidenciar, muitas vezes,
desde uma escrita que fere 'as normas cultas' da língua, caso exemplar o de Carolina Maria de Jesus, como
também pela escolha da matéria narrada. A nossa escrevivência não pode ser lida como histórias para
'ninar os da casa grande' e sim para incomodá-los em seus sonos injustos."(Fonte: EVARISTO, C. Da grafia-
desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. In: MARCOS, A. A. [org.].
Representações performáticas brasileiras: teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza, 2007,
p. 16-21. Disponível em: http://nossaescrevivencia.blogspot.com/2012/08/da-grafia-desenho-de-minha-
mae-um-dos.html. Accesso em: 12 jul. 2020). 
Considerando as ideias apresentadas pela escritora Conceição Evaristo analise as afirmações a seguir.I. Ao
relatar a origem da sua escrita, Conceição Evaristo associa-a ao que denominou como “escrevivência”, uma
escrita que nasce do cotidiano, das lembranças, da experiência de vida da própria autora e do seu povo. A
escrevivência produz ficção a partir de recordações da realidade vivida.II. “Consciência que compromete a
minha escrita como um lugar de autoafirmação de minhas particularidades, de minhas especificidades
como sujeito-mulher.” Tal afirmação associa-se à característica de uma literatura afro-brasileira feminina
na qual fazem-se presentes marcas sociais, de gênero e de etnicidade.III. “Uma escrita que fere 'as normas
cultas' da língua, caso exemplar o de Carolina Maria de Jesus, como também pela escolha da matéria
narrada.” Nesse fragmento a autora se penaliza pelo fato de a escrita negra feminina não ter condições de
se incluir no modelo de uma literatura canônica. IV. “A nossa escrevivência não pode ser lida como
histórias para 'ninar os da casa grande' e sim para incomodá-los em seus sonos injustos.” Nessa
1,50/ 1,50
declaração, Evaristo indicia o papel de uma escrita comprometida com a denúncia contra o racismo e as
injustiças sociais que pesam sobre o negro na sociedade brasileira. 
Indique quais estão corretas:
 a) Somente a afirmativa IV é correta.
 b) As afirmativas I e II são corretas.
 c) As afirmativas I, II e IV são corretas.
 d) Somente a afirmativa III é correta.
 e) As afirmativas I, II e III são corretas.
Alternativa marcada:
c) As afirmativas I, II e IV são corretas.
Justificativa: Resposta correta: As afirmativas I, II e IV são corretas.Ao relatar a origem da sua escrita,
Conceição Evaristo associa-a ao que denominou como “escrevivência”, uma escrita que nasce do
cotidiano, das lembranças, da experiência de vida da própria autora e do seu povo e que se faz porta-voz
da coletividade negra. A escrevivência produz ficção a partir de recordações da realidade vivida. Correta.
No primeiro e no segundo parágrafos, a autora associa sua escrita às histórias que escutou na infância e às
lembranças das conversas ouvidas das vizinhas, vozes coletivas que se unem às suas lembranças pessoais
para alimentar a sua ficção. "Consciência que compromete a minha escrita como um lugar de
autoafirmação de minhas particularidades, de minhas especificidades como sujeito-mulher”. Tal afirmação
associa-se à característica de uma literatura afro-brasileira feminina na qual se fazem presentes marcas
sociais, de gênero e de etnicidade. Correta. A obra da escritora se insere na produção literária afro-
feminina, marcada pela condição feminina da escritora, por sua situação periférica e étnica. "A nossa
escrevivência não pode ser lida como histórias para 'ninar os da casa grande' e sim para incomodá-los em
seus sonos injustos”. Nessa declaração, Evaristo indicia o papel de uma escrita comprometida com a
denúncia contra o racismo e as injustiças sociais que pesam sobre o negro na sociedade brasileira. Correta.
A literatura afro-brasileira se alicerça em uma proposta de afirmação do pertencimento étnico, de
desconstrução dos estereótipos construídos desde a escravização dos povos africanos, cuja interiorização
ainda se mantém no preconceito e na discriminação racial. Distratores:“Uma escrita que fere 'as normas
cultas' da língua, caso exemplar o de Carolina Maria de Jesus, como também pela escolha da matéria
narrada”. Nesse fragmento a autora se penaliza pelo fato de a escrita negra feminina não ter condições de
se incluir no modelo de uma literatura canônica. Incorreta. Tendo a oralidade como marca da sua escritura,
a literatura afro-brasileira se constrói como um contradiscurso literário que rasura não só tematicamente a
literatura canônica, mas também fere a norma culta como forma de insubordinação à hegemonia de uma
norma linguística estabelecida por uma elite branca.
5  Código: 38294 - Enunciado: No romanceÚrsula, a escritora Maria Firmina se mantém aliada à estética
romântica do seu tempo, entretanto faz com que a obra se diferencie das demais produções literárias
abolicionistas da época. O aspecto mencionado é comprovado na medida em que:
 a) Coloca em destaque a voz narrativa solidária aos cativos e seus descendentes, representados pelos
personagens negros Túlio e a velha escrava negra Suzana.
 b) Utiliza como tema o amor impossível, protagonizado pelos jovens Tancredo e Úrsula, de acordo
com a concepção do Romantismo.
 c) Evidencia o processo de revolta do jovem escravo Túlio, que deseja se vingar contra o autoritarismo
patriarcal do homem branco, representado pelo personagem Tancredo.
 d) Ressalta que a presença de senhores patriarcais e escravocratas impede a manifestação da
africanidade dos personagens negros Túlio e Suzana.
 e) Nega o valor da amizade entre negros e brancos, a partir do comportamento interesseiro do negro
Túlio em relação a Tancredo, o protagonista romântico da narrativa.
Alternativa marcada:
a) Coloca em destaque a voz narrativa solidária aos cativos e seus descendentes, representados pelos
personagens negros Túlio e a velha escrava negra Suzana.
Justificativa: Resposta correta: Coloca em destaque a voz narrativa solidária aos cativos e seus
descendentes, representados pelos personagens negros Túlio e a velha escrava negra Suzana. A escritora,
sendo negra, pobre e bastarda, expressa o seu pertencimento à história da diáspora africana em nosso
país, ao comungar com as dores dos escravos, ressaltando a dignidade e bondade do personagem negro
Túlio e abrindo espaço para a voz da narração da preta Suzana, que, em primeira pessoa, conta suas
1,50/ 1,50
experiências de liberdade na África, deixando ecoar no seu discurso a voz coletiva que denuncia a
barbaridade do europeu no processo de escravização. Nesse sentido, o romance desconstrói os
estereótipos criados pelos próprios autores abolicionistas, ainda influenciados por uma visão
eurocêntrica. 
Distratores:Utiliza como tema o amor impossível protagonizado pelos jovens Tancredo e Úrsula, de acordo
com a concepção do Romantismo. Errada. Trata-se do jovem casal branco, protagonistas do romance, o
que não os relaciona à questão da escravização e da luta dos negros pela liberdade.Ressalta que a
presença de senhores patriarcais e escravocratas impede a manifestação da africanidade dos personagens
negros Túlio e Suzana. Errada. Apesar da estrutura social escravocrata, a escritora conseguiu dar voz aos
personagens negros Túlio e Suzana, humanizando-os, ao lhes conceder a oportunidade de ganharem
espaço para expressar sua dores e esperanças. Nega o valor da amizade entre negros e brancos, a partir do
comportamento interesseiro do negro Túlio em relação a Tancredo, o protagonista romântico da narrativa.
Errada. A partir do momento em que o jovem escravo Túlio salva a vida do jovem branco Tancredo,
estabelece-se entre os dois uma forte e sincera amizade. Evidencia o processo de revolta do jovem escravo
Túlio, que deseja se vingar contra o autoritarismo patriarcal do homem branco, representado pelo
personagem Tancredo. Errada. Apesar de cativo, o jovem escravo cultiva bons sentimentos, não deixando
sua alma se tomar pelo ódio: Túlio é vítima, não algoz, como os escravos presentes em As vítimas-algozes,
de Joaquim Manoel de Macedo. O jovem escravo é parâmetro moral da bondade, da elevação humana
diante dos infortúnios que o cometem.
6  Código: 38295 - Enunciado: "A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras
instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao
pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha-de-flandres. A máscara fazia perder o vício
da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e
era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber. perdiam a tentação de furtar, porque
geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados
extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas ordem social e humana nem
sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na
porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras. O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões.
Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e
fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim,
onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado. [...] Ora, pegar escravos
fugidios era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por ser instrumento da força com que se mantêm a
lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. Ninguém se metia em tal
ofício por desfastio ou estudo; a pobreza, a necessidade de uma achega, a inaptidão para outros trabalhos,
o acaso, e alguma vez o gosto de servir também, ainda que por outra via, davam o impulso ao homem que
se sentia bastante rijo para pôr ordem à desordem." (Fonte:
MACHADO DE ASSIS. 50 contos de Machado de Assis: seleção, introdução e notas de John Gledson. São
Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 466). 
O conto, de 1906, foi publicado no volume intitulado Relíquias da casa velha e data de dois anos antes da
morte do escritor. A escravidão fora abolida em 1888 e, portanto, Machado, aparentemente, falava de
coisas antigas, realizando uma análise aguda das relações sociais do Brasil-Império, como podemos
constatar nos fragmentos transcritos a seguir:I- “Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo
ofício” (primeiro parágrafo): O narrador mostra ao leitor que seu interesse reside na descrição dos
aparelhos usados nos escravos durante a escravidão.II- "Era grotesca tal máscara, mas ordem social e
humana nem sempre se alcançam sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham
penduradas, à venda, na porta das lojas" (segundo parágrafo): O narrador demonstra que a escravidão era
tratada como uma instituição social e comercial. III- "Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que
sinal” (segundo parágrafo): Ao empregar o vocábulo naturalmente, o narrador emite, de forma irônica, a
sua opinião, porque fala de algo sério e grotesco num tom de fingida naturalidade.IV- “Não seria nobre,
mas por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza
implícita das ações reivindicadoras” (terceiro parágrafo): O narrador utiliza a expressão nobreza implícita
 para justificar a necessidade dos caçadores de escravo na manutenção da ordem social no Brasil-Império. 
Estão corretas seguintes interpretações:
 a) Apenas I e II.
 b) Apenas I e IV.
 c) Todas.
 d) Apenas II e III.
 e) Apenas II e IV.
0,00/ 1,50
Alternativa marcada:
a) Apenas I e II.
Justificativa: Resposta correta: Apenas II e III."Era grotesca tal máscara, mas ordem social e humana nem
sempre se alcançam sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na
porta das lojas" (segundo parágrafo): O narrador demonstra que a escravidão era tratada como uma
instituição social e comercial. Correta. Na própria citação inclui-se a ordem social e, pelo fato de as
máscaras serem vendidas, inclui-se a ordem comercial. 
"Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal” (segundo parágrafo): Ao empregar o vocábulo
naturalmente, o narrador emite, de forma irônica, a sua opinião, porque fala de algo sério e grotesco num
tom de fingida naturalidade. Correta. O termo “naturalmente” é um modalizador que indica a ironia, pois,
pelo sentido do texto como um todo, o narrador demonstra não concordar com o sistema escravocrata e a
ironia significa sua interrogação, seu questionamento das regras que regem o comportamento sociale os
critérios que determinam o certo e o errado, o bem e o mal, a razão e a loucura, o normal e o anormal. 
Distratores:"Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício” (primeiro parágrafo): O narrador
mostra ao leitor que seu interesse reside na descrição dos aparelhos usados nos escravos durante a
escravidão. Incorreta. Machado de Assis usa a negação para fazer uma preterição, ou seja, uma figura de
retórica cara aos amantes da ironia. Por meio dela, é possível tratar de um assunto ao mesmo tempo em
que se afirma não o estar fazendo. O narrador parece querer mostrar ao leitor que seu interesse reside
apenas na descrição dos aparelhos usados nos escravos durante a escravidão, quando, na verdade, deseja
apontar sua crueldade. Dessa maneira, o assunto surge de maneira enviesada, mas é exatamente pelo fato
de ser anunciado como secundário (ser preterido) que a atenção se volta para ele. “Não seria nobre, mas
por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita
das ações reivindicadoras” (terceiro parágrafo): O narrador utiliza a expressão nobreza implícita para
justificar a necessidade dos caçadores de escravo na manutenção da ordem social no Brasil-Império.
Incorreta. Machado de Assis emprega a expressão "nobreza implícita" com a carga irônica que serve para
questionar a posição dos caçadores de escravos, que, como aponta no decorrer desse parágrafo, tal
atividade era desempenhada por homens não "ajustados" socialmente, ou muito pobres, ou inaptos, ou
servis. O caçador de escravos era um ser socialmente necessário para a manutenção da ordem
escravocrata, com todos os horrores que ela impunha aos escravizados, como o autor demonstra na
crueldade dos aparelhos de tortura.
7  Código: 38272 - Enunciado: Alterando a Lei nº 10.639/2003 que tratava da temática afro-brasileira, a Lei nº
11.645/2008 inclui a obrigatoriedade do ensino de história e da cultura indígena nas instituições de ensino
do Brasil. Ainda que essa lei não tenha possibilitado às culturas negras e indígenas o espaço almejado
pelos movimentos sociais que lutaram por elas, os ganhos promovidos por ela são relevantes
contribuições.Exemplifique como as leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008 contribuíram com o cenário
brasileiro da educação para as relações étnico-raciais.
Resposta:
As leis mencionadas acima trazem para a sala de aula a importância do protagonismo dos próprios
indígenas e negros na criação de suas histórias. Dessa forma, surgiu o interesse por parte das editoras de
publicar histórias desses autores, além de almejarem a criação de materiais didáticos que abordem de
forma clara a cultura indígena e negra. Sendo assim, os alunos passam a compreender a história mais além
da escravidão e da submissão ou seja, passam a ressignificar a história afro-indígena brasileira. Outro
ponto que vale ressaltar, é a instituição do Dia da Consciência Negra, em homenagem ao líder Zumbi dos
Palmares. 
Justificativa: Expectativa de resposta: 
As leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008 ofereceram maior visibilidade aos mais distintos aspectos das
culturas negro-africanas e indígenas, incluindo a literatura, as artes e a religiosidade. Essas leis vêm
impulsionando os estudos antropológicos sobre esses grupos étnicos, além de provocarem a expansão de
cursos de formação. Outro importante incentivo refere-se à publicação de livros didáticos que apresentam
uma nova perspectiva desse povos — agora sob um olhar descolonizador, abordando sua história e cultura
não mais a partir da aculturação, ou seja, da inferiorizarão dos seus conhecimentos em relação aos do
colonizador.
1,50/ 1,50
8  2,00/ 2,50
Código: 38411 - Enunciado: Reconhecido por uma ficção erudita, Machado de Assis foi referenciado, por
longa data, pelos seus romances sofisticados, de linguagem clássica e dinamizada por personagens
brancos da classe média e da alta burguesia carioca. Em decorrência disso, o escritor foi acusado de ser um
negro assimilado, por se manter indiferente às questões abolicionistas e aos dramas vividos por seus
iguais. Após longos anos de pesquisa, o pesquisador brasileiro Eduardo de Assis Duarte (UFMG) propõe
uma releitura do perfil de Machado, sinalizando marcas de sua relação com as causas
afrodescendentes. Considerando a obra Memórias Póstumas de Brás Cubas e ancorado pelas reflexões do
citado pesquisador mineiro, justifique como Machado de Assis pode ser absolvido da acusação de
negligência diante das questões referentes ao negro.
Resposta:
De acordo com o que foi estudado na matéria, Assis pode ser absolvido das acusações citadas
anteriormente, visto que, após análises feitas em suas obras, foi possível perceber que o autor usou do
anonimato e de pseudônimos, a fim de se proteger das censuras da época. Para tanto, Machado usava da
ironia, do humor e da polifonia para então denunciar a falsa benevolência dos abolicionistas, criticar o
bom-mocismo por parte dos políticos, além de, claro, condenar a hipersexualização da mulher negra. 
Comentários: Parabéns,Camila !Resposta completíssima, com fundamentos teóricos e excelente
argumentação! Grande abraço, Cristina
Justificativa: Expectativa de resposta:Machado de Assis demonstra nas entrelinhas de alguns dos seus
textos suas preocupações com a situação de abandono a que estavam relegados os negros, sem direitos
inerentes à cidadania e sem uma legislação trabalhista que os protegesse. Em Memórias póstumas de Brás
Cubas, se o protagonista foi um homem branco, da elite de seu tempo, por outro lado, trata-se de um
morto. Nesse romance, Machado mata o senhor de escravos oito anos antes da Abolição. A fala do defunto-
senhor, ou melhor, do senhor-defunto não seria um acerto de contas com o regime que tratava os brancos
como gente e os negros como força de trabalho?”. Conforme sinaliza Eduardo de Assis Duarte, o autor mata
o senhor, mas deixa o livro, “um antídoto satírico contra a ordem escravista que Machado quer, a seu
modo, sepultar”.

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