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RESUMO DE CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (Direito Administrativo)

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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO 
Objetivo de garantir que a Administração Pública atue em conformidade com seus 
princípios e com o ordenamento jurídico. 
 
(CESPE/2012/TRE-RJ) O Controle dos atos adm. representa uma das principais 
características do Estado Democrático de Direito. Vale dizer, o controle permite 
atribuir ao ato eficácia plena, quando observadas as formalidades previstas pela lei. 
 
(CESPE/2015/TRE-GO) O “Checks and Balances” (Sistema de Freios e Contrapesos) 
é forma de Controle HORIZONTAL, por assim dizer, e EXTERNA, pois os poderes, 
através dele, controlam e são controlados uns aos outros. [O Controle Adm., 
por sua vez, é VERTICAL, ou seja, INTERNO, exercido por um superior 
hierárquico.] 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Quanto ao ÓRGÃO 
➢ Controle LEGISLATIVO 
Executado pelo Poder Legislativo diretamente (Controle Parlamentar Direto) ou 
mediante auxílio do Tribunal de Contas. 
➢ Controle JUDICIAL 
Realizado pelo Poder Judiciário, somente em relação aos aspectos de legalidade dos 
atos administrativos (ainda que se trate de ato discricionário). 
 
Quanto à EXTENSÃO ou quanto à ORIGEM 
➢ Controle INTERNO 
Exercido dentro de um mesmo Poder. 
Art. 74, CF: Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de 
forma integrada, SISTEMA DE CONTROLE INTERNO com a 
finalidade de: 
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, 
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; 
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à 
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e 
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem 
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito 
privado; 
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, 
bem como dos direitos e haveres da União; 
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
§ 1º Os RESPONSÁVEIS pelo controle interno, ao tomarem 
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão 
ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de 
responsabilidade solidária. 
§ 2º Qualquer CIDADÃO, PARTIDO POLÍTICO, ASSOCIAÇÃO OU 
SINDICATO é parte legítima para, na forma da lei, denunciar 
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da 
União. 
Órgãos internos de controle 
Controladoria Geral: Não tem função consultiva, mas sim de efetiva fiscalização, 
orientação e revisão de atos praticados dentro da estrutura do Poder Executivo. 
Normalmente são vinculados ao Chefe do Poder Executivo de cada um dos entes. 
Atuam com ampla prerrogativa de investigação. 
Obs. Controladoria-Geral da União: assistir direta e imediatamente ao Presidente 
da República no desempenho de suas atribuições. 
CNJ e CNMP 
CNJ: órgão interno de controle do Poder Judiciário 
CNMP: órgão interno de controle do Ministério Público 
Corregedorias 
 
➢ Controle EXTERNO 
Exercido por um Poder em relação aos atos adm. praticados por outro Poder do 
Estado. (Exemplo: Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo 
que extrapolam o poder regulamentar ou Poder Judiciário determinar nulidade de um 
ato administrativo, analisando ação proposta por particular). 
Obs. O Controle Externo também pode ser exercido diretamente pelos cidadãos, 
chamado Controle Popular. (Exemplo: Art. 31, §3º, CF. Determina que as contas dos 
Municípios ficarão, durante 60 dias, anualmente, à disposição de qualquer 
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, 
nos termos da lei. Existe, ainda, a possibilidade de propositura de ação popular). 
Obs. 2. Por se tratar de mitigação ao princípio da tripartição de poderes, o Controle 
Externo somente pode ser exercido se tiver base constitucional. 
 
Quanto ao ÂMBITO DE ATUAÇÃO 
➢ Controle por SUBORDINAÇÃO (HIERÁRQUICO) 
Realizado por autoridade hierarquicamente superior, entre órgãos e agentes de uma 
mesma PJ. 
Decorre do escalonamento vertical de órgãos da administração direta ou da adm. 
indireta. É um controle interno sempre. 
Trata-se de controle pleno, analisando os aspectos de legitimidade, bem como o 
mérito de todos os atos praticados pelos órgãos subalternos. Justifica, inclusive, a 
possibilidade de avocação e de delegação de competências exercidas nos termos da 
lei. 
➢ Controle por VINCULAÇÃO (FINALÍSTICO) 
É realizado pela adm. direta sobre a indireta, tão somente como uma espécie de 
supervisão (controle finalístico), ou seja, para verificar se a entidade da adm. indireta 
está cumprindo os requisitos para o qual foi criada, mediante lei. Também é um 
controle interno, pois está no âmbito da Adm. Pública, não sendo exercido por outros 
Poderes do Estado. 
No âmbito da Adm. Federal, é chamado de Supervisão Ministerial. (Exemplo: 
Ministério da Previdência exerce supervisão ministerial/controle finalístico em face do 
INSS, que é uma Autarquia, ou seja, integrante da Adm. Indireta. Observa-se que 
essa supervisão ocorre dentro do mesmo Poder, que é o Poder Executivo). 
Obs. O Controle Finalístico depende de norma legal que o estabeleça, delimitando os 
limites e forma de exercício desta atividade controladora, definindo os aspectos a 
serem controlados e as hipóteses em que se admite a realização do controle. Deve 
ainda ser indicada a autoridade controladora e as finalidades desta ingerência. 
(FCC/2009/TRT3) Não se pode afirmar genericamente que todos os atos dos 
dirigentes de entidades autárquicas, por exemplo, podem ser revistos de ofício pelo 
Ministério a que se encontra vinculada (depende de lei dizendo os termos e limites 
da tutela). 
 
Quanto à NATUREZA 
➢ Controle de LEGALIDADE 
Analisar se o ato adm. foi praticado em conformidade com o ordenamento jurídico 
(amplamente considerado, ou seja, acabar os princípios administrativos). 
Pode ser realizado pela própria Adm. Pública, de ofício ou mediante provocação, no 
exercício do poder de autotutela. Pelo Poder Judiciário na função jurisdicional, se 
provocado. Pelo Poder Legislativo, nos casos previstos na CF. 
➢ Controle de MÉRITO 
Para verificar a oportunidade e conveniência adm. do ato. Em regra, é exercido pelo 
próprio Poder que praticou a conduta. Excepcionalmente, nos casos previstos na CF, 
o Poder Legislativo tem competência para exercer controle de mérito sobre atos 
praticados pela Adm. 
Já o Poder Judiciário tem o poder de analisar se a conduta foi praticada dentro dos 
limites da discricionariedade, o que é feito com base na análise de princípios como 
razoabilidade e proporcionalidade. 
 
Quanto ao MOMENTO de exercício do Controle 
➢ Controle PRÉVIO 
Realizado antes da formação do ato controlado. (Ex. Mandado de Segurança 
Preventivo para impedir a prática de um ato ilegal). 
➢ Controle CONCOMITANTE 
Exercido durante a execução da atividade controlada. (Exemplo: Fiscalização durante 
a execução de uma obra pública). Parte da Doutrina entende que não se fala mais 
em concomitante, pois na verdade é prévio. 
➢ Controle POSTERIOR/SUBSEQUENTE 
Verificada a regularidade e conveniência diante de atos adm. já praticados, ou seja, 
atos perfeitos, que já cumpriram todas as etapas de formação. (Ex. Homologação de 
Licitações e Concursos). 
 
Quanto à INICIATIVA 
➢ Controle DE OFÍCIO 
Realizado sem a provocação da parte interessada. Ex. Pela própria Adm. e pelo Poder 
Legislativo. 
➢ Controle PROVOCADO 
Depende de iniciativa da parte interessada. Ex. Pelo Poder Judiciário, em razão da 
inércia da jurisdição. 
(FCC/2009/TRT3) A participação popular no controle da legalidade e moralidade da 
atividade adm. pode ser exercida mediante representação perante a própria Adm. ou 
ao órgão do MP que tiver competência para apurar a prática da irregularidade. 
Também mediante Denúncia perante a Assembleia Legislativa ou Tribunal de Contas 
e mediante a propositura de Ação Popular. 
 
CONTROLE ADMINISTRATIVO 
Realizado pela própria Adm. Públicaem relação a suas condutas (AUTOTUTELA). Visa 
a confirmação, correção ou alteração de comportamentos administrativos. 
Realizado pelo Poder Executivo. Também pode ser realizado pelo Poder Legislativo e 
pelo Judiciário, quando no exercício da função administrativo (atípico). 
Pode ser de Legalidade ou de Mérito 
Pode ser de ofício ou por provocação. 
É uma forma de Controle Interno. 
 
➢ RECURSOS ADM. EM SENTIDO AMPLO: 
 
1) REPRESENTAÇÃO 
Denúncia de irregularidades internas ou de abuso de poder na prática de atos da 
Adm., feitas por qualquer pessoa à autoridade competente para conhecer e coibir tal 
ilegalidade (CESPE/2009/TRE-MA) (FCC/2008/TRT2) 
 
2) RECLAMAÇÃO ADMINISTRATIVA 
Sentido Amplo: manifestação de inconformismo com alguma decisão adm. que afete 
interesse do administrado. 
Reclamação Constitucional: ao STF, contra atos que contrariem Súmula Vinculante 
(após esgotar as vias adm.). 
 
3) PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO 
peticionamento requerendo a retratação da autoridade pública de uma conduta 
previamente praticada. Ou seja, o interessado requer o reexame do ato à própria 
autoridade que o emitiu. Se não reconsiderar em 5 dias: encaminhar à Autoridade 
Superior. 
 
➢ RECURSO HIERÁRQUICO: 
Próprio: dirigido à Autoridade/Órgão imediatamente superior da mesma pessoa 
jurídica. Pode ser interposto sem previsão legal. 
Impróprio: dirigido à Autoridade/Órgão não integrante da hierarquia da autoridade 
que decidiu, ou seja, de outra pessoa jurídica. Depende de expressa previsão legal. 
Obs. Em regra, não há vedação da reformatio in pejus, em respeito ao princípio da 
verdade material e da legalidade estrita da atuação administrativa, e da Autotutela. 
Obs.2. Em regra, efeito meramente devolutivo, não suspendendo a eficácia da 
decisão impugnada, salvo disposição legal em contrário. (Em razão do ato adm. 
impugnado gozar de presunção de legitimidade. 
Obs.3. O recurso adm. interposto fora do prazo não será conhecido, o que não impede 
que a Adm. reveja, de ofício, ato ilegal. Desde que não ocorrida preclusão adm. 
REVISÃO: Em processos de que resultem sanções. (aqui já não pode agravar a 
situação anterior). Feita a qualquer tempo (de ofício ou a pedido). Quando houver: 
Fato Novo ou Circunstâncias Relevantes – que justifiquem a inadequação da sanção 
aplicada. 
 
CONTROLE LEGISLATIVO 
Exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos da Adm. Pública, nos limites definidos 
na CF, podendo ser controle político ou financeiro. 
(CESPE/2010/TRE-BA) O Controle Parlamentar exercido pelo Poder Legislativo limita-
se às hipóteses previstas na CF. 
Pode ser de ofício ou mediante provocação e pode ser prévio, concomitante ou 
posterior à prática do ato. Pode recair sobre os aspectos de legalidade e de mérito 
(conveniência). 
Obs. O controle da Adm. pelo Poder Legislativo configura função típica desse poder. 
Controle Político: Sobre o próprio exercício da função administrativa. (CPI’s) 
Controle Financeiro: Sobre a gestão dos gastos públicos dos três poderes (CN c/ 
auxílio do TCU) 
(CESPE/2016/PGE-AM) As CPI’s são instrumentos de controle externo destinados a 
investigar fato determinado em prazo determinado, mas desprovidos de poder 
condenatório. 
(FCC/2011/TRT4) O Controle Legislativo da Adm. é um controle EXTERNO e 
POLÍTICO, motivo pelo qual pode-se controlar os aspectos relativos à legalidade e à 
conveniência pública dos atos do Poder Executivo que estejam sendo controlados. 
➢ Controle Parlamentar Direto 
Manifestado pelo Congresso Nacional ou por meio de suas casas. 
Exemplos: 
➢ CN precisar autorizar o Presidente a declarar guerra e celebrar a paz e permitir 
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional. 
➢ CN precisa autorizar o Presidente e o Vice a se ausentarem do país quando 
extrapolar 15 dias 
➢ CN pode suspender atos normativos do Presidente que extrapolem o poder 
regulamentar 
➢ CN julga anualmente as contas do Presidente 
➢ Senado julga o Presidente em crimes de responsabilidade, após autorização 
da Câmara 
➢ CN pode sustar contratos mediante parecer do TCU 
➢ Senado aprova nomeação de alguns agentes políticos 
(CESPE/2013/TRE-MS) A necessidade de obtenção de autorização do Senado para 
que os Estados possam contrair empréstimos externos configura CONTROLE 
PREVENTIVO DA ADM. PÚBLICA. 
 
➢ Controle exercido pelos Tribunais de Contas 
O Tribunal de Contas é órgão auxiliar do Poder Legislativo no controle externo. Tem 
competência para fiscalização de quaisquer entidades públicas, assim como 
entidades privadas que utilizem dinheiro público para execução de suas atividades. 
*TCU: nNos seus julgamentos, poderá declarar, incidenter tantum, a 
inconstitucionalidade de leis e normas. Súmula 347, do STF: O Tribunal de Contas, 
no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos 
atos do poder público. 
(CESPE/2009/TRE-PR) O TCU mesmo como órgão integrante da estrutura da adm. 
pública direta, tem competência para deixar de aplicar uma lei que entenda ser 
inconstitucional. 
Obs. Em regra, conforme Súmula Vinculante 03, “Nos processos perante o Tribunal 
de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão 
resultar anulação ou revogação de ato adm. que beneficie o interessado, excetuada 
a apreciação de legalidade do ato de concessão inicial de pensão, reforma e 
aposentadoria (atos complexos). 
Principais atribuições: 
➢ Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente, mediante parecer 
prévio. É um parecer obrigatório, mas que não tem natureza vinculante. 
➢ Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, 
bens e valores públicos da adm. direta e indireta, incluídas as fundações e 
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal. 
(FCC/2009/TRT3) Essa decisão vincula a autoridade adm. ao seu 
cumprimento, somente sendo passível de revisão ou rescisão, na esfera adm, 
pelo próprio Tribunal. 
➢ Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade 
de contas, as sanções previstas em lei, que estabelece, entre outras 
cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário. Essa multa tem 
natureza de título executivo extrajudicial. 
➢ Sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado. (Lembrando que se 
for contrato adm. ilícito é atribuição do Congresso sustar) 
 
CONTROLE JUDICIAL 
O BR adota o Sistema de Jurisdição Única (Sistema Inglês), segundo o qual todos os 
litígios podem ser levados ao Poder Judiciário, e esse é o único com competência 
para dizer o direito aplicável aos casos litigiosos, de forma definitiva, com força de 
coisa julgada material. 
Somente mediante provocação, podendo ser um controle prévio ou posterior. 
Somente controle dos aspectos de legalidade (dos atos vinculados ou discricionários). 
(FCC/2014/TRT2) Mas também pode abarcar aspectos técnicos dos atos 
discricionários. 
(FCC/2014/TRT19) Não há invasão do mérito adm. na apreciação judicial dos motivos 
do ato. (Quando o motivo for vinculado). 
Limites do Controle Jurisdicional: a Atividade Política do Estado (Atos Políticos) e os 
Atos Interna Corporis. 
(CESPE/2005/TRE-GO) Os atos políticos e os interna corporis sofrerão controle 
judicial, desde que atendidos certos requisitos. 
(FCC/2011/TRT20) Tanto os atos políticos quanto os interna corporis podem ser 
apreciados pelo Poder Judiciário, desde que cause, lesão a direitos individuais ou 
coletivos. (Ou seja, é exceção). (Obs. Não se submetem ao controle abstrato). 
Instrumentos para efetivação do controle jurisdicional, sendo os mais importantes: 
Mandado de Segurança, Habeas Data, Mandado de Injunção, Ação Popular, Ação Civil 
Pública, Ação de Improbidade, ações ordinárias que visam a anulação de atos adm. 
ou a imposição de obrigação de fazer. 
 
 
 
➢ MANDADO DE SEGURANÇA 
Ato ilegal que viola direito líquido e certo de particular, sendo possível requerer,através de MS, que se declare a nulidade desta conduta. 
Mandado de Segurança Preventivo: quando o particular estiver se sentido ameaçado 
da prática de ato adm. ilícito que lhe causa danos. 
Mandado de Segurança Coletivo e Individual 
Será Individual ainda que impetrado por diversas pessoas em litisconsórcio ativo, 
pois não se trata de substituição processual de uma coletividade. 
Mandado de Segurança Coletivo: remédio para proteção de direitos coletivos 
(transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo ou categoria de 
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrário por uma relação jurídica) ou direitos 
individuais homogêneos (decorrentes de origem comum e da atividade ou situação 
específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante). 
A ação é proposta por substitutos processuais, sendo legitimados: I. Partidos Políticos 
com representação no Congresso; II. Organização Sindical, Entidade de Classe ou 
Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 01 ano 
(dispensam autorização especial dos integrantes). 
O réu é a entidade pública em cujos quadros esteja lotado o agente que praticou o 
ato lesivo, e a autoridade coatora atua como informante no processo. 
A autoridade coatora é notificada para prestar informações no prazo de 10 dias, e o 
réu (entidade da Adm. Pública) deverá ser cientificada para apresentar Defesa no 
prazo legal. 
Direito líquido e certo: cuja prova está pré-constituída. 
Obs. Súmula 625 do STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede 
concessão de mandado de segurança. 
Prazo: 120 dias (decadencial) 
Súmula 269 do STF: O Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de 
cobrança. 
Cabe MS em face de ato praticado por empresa estatal na execução de atividades de 
interesse público. 
Súmula 333 do STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação 
promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. 
Não cabe MS quando se tratar de ato do qual caiba recurso adm. ou judicial com 
efeito suspensivo e de decisão judicial transitada em julgado. 
Competência para julgamento do MS: 
STF: Contra atos do Presidente, Mesas da Câmara e do Senado, TCU, PGR e do 
próprio STF. 
STJ: Contra ato de Ministro de Estado, Comandantes da Marinha, Exército e 
Aeronáutica e do próprio STJ. 
TRF: Contra ato do próprio TRF e de juiz federal. 
TJ: Definido nas constituições estaduais, normalmente contra ato de governador, 
secretário estadual e prefeitos. 
Juiz Federal: Contra ato de outras autoridades federais. 
Juiz Estadual: Contra outras autoridades estaduais ou municipais. 
 
➢ AÇÃO POPULAR 
Proposta por cidadão, mesmo que não tenha sido diretamente lesado pelo ato. 
(Comprovação da cidadania = juntada do título de eleitor). 
Serve para requerer anulação de ato lesivo ao interesse coletivo. 
Réus: agente público, entidade que esse agente representa e o beneficiado pelo ato. 
Não há prerrogativa de foro. Compete ao juiz singular (da justiça federal ou estadual, 
conforme o caso – CF). 
A Lei dispõe que “na defesa do patrimônio público, caberá a suspensão liminar do ato 
lesivo impugnado”. 
O autor não pleiteia indenização para si, mas sim para a coletividade, e também 
pleiteia o ressarcimento ao erário pelo prejuízo causado. 
A Lei determina a participação do Ministério Público, como fiscal da lei. 
Prescrição: 5 anos. 
 
 
 
➢ HABEAS DATA 
Ação cabível para garantir o direito a informação acerca da pessoa do impetrante. 
Não cabe para o fornecimento de certidões (para isso é Mandado de Segurança). 
É possível para as seguintes situações: 
1) Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público. 
2) Retificação de dados. 
3) Anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação 
sobre dado verdadeiro, mas justificável, que esteja sob pendência judicial ou 
amigável. 
A Petição Inicial deve ser instruída com a prova de que o agente público se recusou 
a prestar as informações ou não o fez no prazo de 10 dias (recusa tácita). Em casos 
de acréscimo ou retificação de informações, a recusa tácita ocorre após 15 dias. 
Trata-se de requisito específico que demonstra a legitimidade de agir. 
Devem ser observadas as regras de prerrogativa de foro. 
O pedido de Habeas Data poderá ser renovado se a decisão denegatória não lhe 
houver apreciado o mérito. 
Será notificado o coator para que em 10 dias preste as informações que julgar 
necessárias, e a intimação do MP para atuar como fiscal da lei. 
 
➢ AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
Intenção de garantir a proteção a interesses difusos e coletivos, assim como os 
direitos individuais homogêneos. Cabe para defesa do meio ambiente, do direito do 
consumidor, da ordem econômica, entre outros, sendo vedada a sua propositura para 
veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o FGTS ou 
outros fundos de natureza institucional, cujos beneficiários podem ser 
individualmente determinados. Cabe também como forma de ação cautelar. 
Legitimados para propositura da ação: MP, DP, União, Estados, DF, Municípios, 
entidades da adm. indireta, associação constituída há pelo menos 01 ano, que inclua 
entre suas finalidades institucionais a proteção ao meio ambiente, consumidor, 
ordem econômica, direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos, livre concorrência 
ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico ou paisagístico. 
Legitimados passivos: pessoa física ou jurídica que der causa a qualquer conduta que 
ensejar prejuízos ao meio ambiente, etc. 
A ação civil poderá ter por objeto condenação em dinheiro ou o cumprimento de 
obrigação de fazer ou não fazer. 
(CONSULPLAN/2016/TJMG) É indispensável, para caracterizar o interesse de agir no 
HD, a provocação prévia da via adm. 
 
➢ MANDADO DE INJUNÇÃO 
CF: Sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, 
soberania e cidadania. 
Normalmente, é necessária quando se está diante de uma norma de eficácia limitada, 
ou seja, que define uma garantia cujo exercício dependa da existência de norma 
infraconstitucional posterior que a regulamente. 
Pode ser proposta por qualquer pessoa lesada pela omissão legislativa, produzindo 
efeitos inter partes. 
STF pacificou que não cabe tutela de urgência, não cabe decisão liminar. 
Obs. Lembrar da impossibilidade de que o Poder Judiciário determine ao legislador o 
dever de atuar. Assim, o que acontece é que o Judiciário determina a aplicação de 
outras normas, de forma analógica, como forma de suprir a omissão legislativa. 
(FCC/2010) Cabe ao Judiciário assegurar concretamente o exercício do direito 
individualizado pela falta da norma. 
A decisão pode ter efeito inter partes ou erga omnes, dependendo da amplitude da 
matéria. 
 
➢ RECLAMAÇÃO AO STF 
O ato adm. ou a omissão da adm. pública que contrarie SUMULA VINCULANTE só 
pode ser alvo de reclamação ao STF, depois de esgotadas as vias adm. 
(CONSULPLAN/2016/TJMG). 
 
 
ATOS INTERNA CORPORIS 
São atos praticados na estrutura interna dos tribunais ou das casas do Poder 
Legislativo, dentro dos limites de sua competência definida por lei, para a 
INSTITUIÇÃO DE NORMAS INTERNAS. 
Diante da ampla discricionariedade, como forma de garantia da separação de 
Poderes, não é possível a análise destes atos por decisão jurisdicional, salvo em casos 
de lesão direta ou ameaça de lesão a direitos individuais. 
Em se tratando de ato praticado ilicitamente, afrontando direitos e garantias de 
particulares, compete ao Judiciário a sua correção, ainda que decorram de normas 
internas da entidade.

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