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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO Objetivo de garantir que a Administração Pública atue em conformidade com seus princípios e com o ordenamento jurídico. (CESPE/2012/TRE-RJ) O Controle dos atos adm. representa uma das principais características do Estado Democrático de Direito. Vale dizer, o controle permite atribuir ao ato eficácia plena, quando observadas as formalidades previstas pela lei. (CESPE/2015/TRE-GO) O “Checks and Balances” (Sistema de Freios e Contrapesos) é forma de Controle HORIZONTAL, por assim dizer, e EXTERNA, pois os poderes, através dele, controlam e são controlados uns aos outros. [O Controle Adm., por sua vez, é VERTICAL, ou seja, INTERNO, exercido por um superior hierárquico.] CLASSIFICAÇÃO Quanto ao ÓRGÃO ➢ Controle LEGISLATIVO Executado pelo Poder Legislativo diretamente (Controle Parlamentar Direto) ou mediante auxílio do Tribunal de Contas. ➢ Controle JUDICIAL Realizado pelo Poder Judiciário, somente em relação aos aspectos de legalidade dos atos administrativos (ainda que se trate de ato discricionário). Quanto à EXTENSÃO ou quanto à ORIGEM ➢ Controle INTERNO Exercido dentro de um mesmo Poder. Art. 74, CF: Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, SISTEMA DE CONTROLE INTERNO com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. § 1º Os RESPONSÁVEIS pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. § 2º Qualquer CIDADÃO, PARTIDO POLÍTICO, ASSOCIAÇÃO OU SINDICATO é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. Órgãos internos de controle Controladoria Geral: Não tem função consultiva, mas sim de efetiva fiscalização, orientação e revisão de atos praticados dentro da estrutura do Poder Executivo. Normalmente são vinculados ao Chefe do Poder Executivo de cada um dos entes. Atuam com ampla prerrogativa de investigação. Obs. Controladoria-Geral da União: assistir direta e imediatamente ao Presidente da República no desempenho de suas atribuições. CNJ e CNMP CNJ: órgão interno de controle do Poder Judiciário CNMP: órgão interno de controle do Ministério Público Corregedorias ➢ Controle EXTERNO Exercido por um Poder em relação aos atos adm. praticados por outro Poder do Estado. (Exemplo: Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que extrapolam o poder regulamentar ou Poder Judiciário determinar nulidade de um ato administrativo, analisando ação proposta por particular). Obs. O Controle Externo também pode ser exercido diretamente pelos cidadãos, chamado Controle Popular. (Exemplo: Art. 31, §3º, CF. Determina que as contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Existe, ainda, a possibilidade de propositura de ação popular). Obs. 2. Por se tratar de mitigação ao princípio da tripartição de poderes, o Controle Externo somente pode ser exercido se tiver base constitucional. Quanto ao ÂMBITO DE ATUAÇÃO ➢ Controle por SUBORDINAÇÃO (HIERÁRQUICO) Realizado por autoridade hierarquicamente superior, entre órgãos e agentes de uma mesma PJ. Decorre do escalonamento vertical de órgãos da administração direta ou da adm. indireta. É um controle interno sempre. Trata-se de controle pleno, analisando os aspectos de legitimidade, bem como o mérito de todos os atos praticados pelos órgãos subalternos. Justifica, inclusive, a possibilidade de avocação e de delegação de competências exercidas nos termos da lei. ➢ Controle por VINCULAÇÃO (FINALÍSTICO) É realizado pela adm. direta sobre a indireta, tão somente como uma espécie de supervisão (controle finalístico), ou seja, para verificar se a entidade da adm. indireta está cumprindo os requisitos para o qual foi criada, mediante lei. Também é um controle interno, pois está no âmbito da Adm. Pública, não sendo exercido por outros Poderes do Estado. No âmbito da Adm. Federal, é chamado de Supervisão Ministerial. (Exemplo: Ministério da Previdência exerce supervisão ministerial/controle finalístico em face do INSS, que é uma Autarquia, ou seja, integrante da Adm. Indireta. Observa-se que essa supervisão ocorre dentro do mesmo Poder, que é o Poder Executivo). Obs. O Controle Finalístico depende de norma legal que o estabeleça, delimitando os limites e forma de exercício desta atividade controladora, definindo os aspectos a serem controlados e as hipóteses em que se admite a realização do controle. Deve ainda ser indicada a autoridade controladora e as finalidades desta ingerência. (FCC/2009/TRT3) Não se pode afirmar genericamente que todos os atos dos dirigentes de entidades autárquicas, por exemplo, podem ser revistos de ofício pelo Ministério a que se encontra vinculada (depende de lei dizendo os termos e limites da tutela). Quanto à NATUREZA ➢ Controle de LEGALIDADE Analisar se o ato adm. foi praticado em conformidade com o ordenamento jurídico (amplamente considerado, ou seja, acabar os princípios administrativos). Pode ser realizado pela própria Adm. Pública, de ofício ou mediante provocação, no exercício do poder de autotutela. Pelo Poder Judiciário na função jurisdicional, se provocado. Pelo Poder Legislativo, nos casos previstos na CF. ➢ Controle de MÉRITO Para verificar a oportunidade e conveniência adm. do ato. Em regra, é exercido pelo próprio Poder que praticou a conduta. Excepcionalmente, nos casos previstos na CF, o Poder Legislativo tem competência para exercer controle de mérito sobre atos praticados pela Adm. Já o Poder Judiciário tem o poder de analisar se a conduta foi praticada dentro dos limites da discricionariedade, o que é feito com base na análise de princípios como razoabilidade e proporcionalidade. Quanto ao MOMENTO de exercício do Controle ➢ Controle PRÉVIO Realizado antes da formação do ato controlado. (Ex. Mandado de Segurança Preventivo para impedir a prática de um ato ilegal). ➢ Controle CONCOMITANTE Exercido durante a execução da atividade controlada. (Exemplo: Fiscalização durante a execução de uma obra pública). Parte da Doutrina entende que não se fala mais em concomitante, pois na verdade é prévio. ➢ Controle POSTERIOR/SUBSEQUENTE Verificada a regularidade e conveniência diante de atos adm. já praticados, ou seja, atos perfeitos, que já cumpriram todas as etapas de formação. (Ex. Homologação de Licitações e Concursos). Quanto à INICIATIVA ➢ Controle DE OFÍCIO Realizado sem a provocação da parte interessada. Ex. Pela própria Adm. e pelo Poder Legislativo. ➢ Controle PROVOCADO Depende de iniciativa da parte interessada. Ex. Pelo Poder Judiciário, em razão da inércia da jurisdição. (FCC/2009/TRT3) A participação popular no controle da legalidade e moralidade da atividade adm. pode ser exercida mediante representação perante a própria Adm. ou ao órgão do MP que tiver competência para apurar a prática da irregularidade. Também mediante Denúncia perante a Assembleia Legislativa ou Tribunal de Contas e mediante a propositura de Ação Popular. CONTROLE ADMINISTRATIVO Realizado pela própria Adm. Públicaem relação a suas condutas (AUTOTUTELA). Visa a confirmação, correção ou alteração de comportamentos administrativos. Realizado pelo Poder Executivo. Também pode ser realizado pelo Poder Legislativo e pelo Judiciário, quando no exercício da função administrativo (atípico). Pode ser de Legalidade ou de Mérito Pode ser de ofício ou por provocação. É uma forma de Controle Interno. ➢ RECURSOS ADM. EM SENTIDO AMPLO: 1) REPRESENTAÇÃO Denúncia de irregularidades internas ou de abuso de poder na prática de atos da Adm., feitas por qualquer pessoa à autoridade competente para conhecer e coibir tal ilegalidade (CESPE/2009/TRE-MA) (FCC/2008/TRT2) 2) RECLAMAÇÃO ADMINISTRATIVA Sentido Amplo: manifestação de inconformismo com alguma decisão adm. que afete interesse do administrado. Reclamação Constitucional: ao STF, contra atos que contrariem Súmula Vinculante (após esgotar as vias adm.). 3) PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO peticionamento requerendo a retratação da autoridade pública de uma conduta previamente praticada. Ou seja, o interessado requer o reexame do ato à própria autoridade que o emitiu. Se não reconsiderar em 5 dias: encaminhar à Autoridade Superior. ➢ RECURSO HIERÁRQUICO: Próprio: dirigido à Autoridade/Órgão imediatamente superior da mesma pessoa jurídica. Pode ser interposto sem previsão legal. Impróprio: dirigido à Autoridade/Órgão não integrante da hierarquia da autoridade que decidiu, ou seja, de outra pessoa jurídica. Depende de expressa previsão legal. Obs. Em regra, não há vedação da reformatio in pejus, em respeito ao princípio da verdade material e da legalidade estrita da atuação administrativa, e da Autotutela. Obs.2. Em regra, efeito meramente devolutivo, não suspendendo a eficácia da decisão impugnada, salvo disposição legal em contrário. (Em razão do ato adm. impugnado gozar de presunção de legitimidade. Obs.3. O recurso adm. interposto fora do prazo não será conhecido, o que não impede que a Adm. reveja, de ofício, ato ilegal. Desde que não ocorrida preclusão adm. REVISÃO: Em processos de que resultem sanções. (aqui já não pode agravar a situação anterior). Feita a qualquer tempo (de ofício ou a pedido). Quando houver: Fato Novo ou Circunstâncias Relevantes – que justifiquem a inadequação da sanção aplicada. CONTROLE LEGISLATIVO Exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos da Adm. Pública, nos limites definidos na CF, podendo ser controle político ou financeiro. (CESPE/2010/TRE-BA) O Controle Parlamentar exercido pelo Poder Legislativo limita- se às hipóteses previstas na CF. Pode ser de ofício ou mediante provocação e pode ser prévio, concomitante ou posterior à prática do ato. Pode recair sobre os aspectos de legalidade e de mérito (conveniência). Obs. O controle da Adm. pelo Poder Legislativo configura função típica desse poder. Controle Político: Sobre o próprio exercício da função administrativa. (CPI’s) Controle Financeiro: Sobre a gestão dos gastos públicos dos três poderes (CN c/ auxílio do TCU) (CESPE/2016/PGE-AM) As CPI’s são instrumentos de controle externo destinados a investigar fato determinado em prazo determinado, mas desprovidos de poder condenatório. (FCC/2011/TRT4) O Controle Legislativo da Adm. é um controle EXTERNO e POLÍTICO, motivo pelo qual pode-se controlar os aspectos relativos à legalidade e à conveniência pública dos atos do Poder Executivo que estejam sendo controlados. ➢ Controle Parlamentar Direto Manifestado pelo Congresso Nacional ou por meio de suas casas. Exemplos: ➢ CN precisar autorizar o Presidente a declarar guerra e celebrar a paz e permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional. ➢ CN precisa autorizar o Presidente e o Vice a se ausentarem do país quando extrapolar 15 dias ➢ CN pode suspender atos normativos do Presidente que extrapolem o poder regulamentar ➢ CN julga anualmente as contas do Presidente ➢ Senado julga o Presidente em crimes de responsabilidade, após autorização da Câmara ➢ CN pode sustar contratos mediante parecer do TCU ➢ Senado aprova nomeação de alguns agentes políticos (CESPE/2013/TRE-MS) A necessidade de obtenção de autorização do Senado para que os Estados possam contrair empréstimos externos configura CONTROLE PREVENTIVO DA ADM. PÚBLICA. ➢ Controle exercido pelos Tribunais de Contas O Tribunal de Contas é órgão auxiliar do Poder Legislativo no controle externo. Tem competência para fiscalização de quaisquer entidades públicas, assim como entidades privadas que utilizem dinheiro público para execução de suas atividades. *TCU: nNos seus julgamentos, poderá declarar, incidenter tantum, a inconstitucionalidade de leis e normas. Súmula 347, do STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. (CESPE/2009/TRE-PR) O TCU mesmo como órgão integrante da estrutura da adm. pública direta, tem competência para deixar de aplicar uma lei que entenda ser inconstitucional. Obs. Em regra, conforme Súmula Vinculante 03, “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão resultar anulação ou revogação de ato adm. que beneficie o interessado, excetuada a apreciação de legalidade do ato de concessão inicial de pensão, reforma e aposentadoria (atos complexos). Principais atribuições: ➢ Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente, mediante parecer prévio. É um parecer obrigatório, mas que não tem natureza vinculante. ➢ Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da adm. direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal. (FCC/2009/TRT3) Essa decisão vincula a autoridade adm. ao seu cumprimento, somente sendo passível de revisão ou rescisão, na esfera adm, pelo próprio Tribunal. ➢ Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelece, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário. Essa multa tem natureza de título executivo extrajudicial. ➢ Sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado. (Lembrando que se for contrato adm. ilícito é atribuição do Congresso sustar) CONTROLE JUDICIAL O BR adota o Sistema de Jurisdição Única (Sistema Inglês), segundo o qual todos os litígios podem ser levados ao Poder Judiciário, e esse é o único com competência para dizer o direito aplicável aos casos litigiosos, de forma definitiva, com força de coisa julgada material. Somente mediante provocação, podendo ser um controle prévio ou posterior. Somente controle dos aspectos de legalidade (dos atos vinculados ou discricionários). (FCC/2014/TRT2) Mas também pode abarcar aspectos técnicos dos atos discricionários. (FCC/2014/TRT19) Não há invasão do mérito adm. na apreciação judicial dos motivos do ato. (Quando o motivo for vinculado). Limites do Controle Jurisdicional: a Atividade Política do Estado (Atos Políticos) e os Atos Interna Corporis. (CESPE/2005/TRE-GO) Os atos políticos e os interna corporis sofrerão controle judicial, desde que atendidos certos requisitos. (FCC/2011/TRT20) Tanto os atos políticos quanto os interna corporis podem ser apreciados pelo Poder Judiciário, desde que cause, lesão a direitos individuais ou coletivos. (Ou seja, é exceção). (Obs. Não se submetem ao controle abstrato). Instrumentos para efetivação do controle jurisdicional, sendo os mais importantes: Mandado de Segurança, Habeas Data, Mandado de Injunção, Ação Popular, Ação Civil Pública, Ação de Improbidade, ações ordinárias que visam a anulação de atos adm. ou a imposição de obrigação de fazer. ➢ MANDADO DE SEGURANÇA Ato ilegal que viola direito líquido e certo de particular, sendo possível requerer,através de MS, que se declare a nulidade desta conduta. Mandado de Segurança Preventivo: quando o particular estiver se sentido ameaçado da prática de ato adm. ilícito que lhe causa danos. Mandado de Segurança Coletivo e Individual Será Individual ainda que impetrado por diversas pessoas em litisconsórcio ativo, pois não se trata de substituição processual de uma coletividade. Mandado de Segurança Coletivo: remédio para proteção de direitos coletivos (transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrário por uma relação jurídica) ou direitos individuais homogêneos (decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante). A ação é proposta por substitutos processuais, sendo legitimados: I. Partidos Políticos com representação no Congresso; II. Organização Sindical, Entidade de Classe ou Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 01 ano (dispensam autorização especial dos integrantes). O réu é a entidade pública em cujos quadros esteja lotado o agente que praticou o ato lesivo, e a autoridade coatora atua como informante no processo. A autoridade coatora é notificada para prestar informações no prazo de 10 dias, e o réu (entidade da Adm. Pública) deverá ser cientificada para apresentar Defesa no prazo legal. Direito líquido e certo: cuja prova está pré-constituída. Obs. Súmula 625 do STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança. Prazo: 120 dias (decadencial) Súmula 269 do STF: O Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de cobrança. Cabe MS em face de ato praticado por empresa estatal na execução de atividades de interesse público. Súmula 333 do STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. Não cabe MS quando se tratar de ato do qual caiba recurso adm. ou judicial com efeito suspensivo e de decisão judicial transitada em julgado. Competência para julgamento do MS: STF: Contra atos do Presidente, Mesas da Câmara e do Senado, TCU, PGR e do próprio STF. STJ: Contra ato de Ministro de Estado, Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica e do próprio STJ. TRF: Contra ato do próprio TRF e de juiz federal. TJ: Definido nas constituições estaduais, normalmente contra ato de governador, secretário estadual e prefeitos. Juiz Federal: Contra ato de outras autoridades federais. Juiz Estadual: Contra outras autoridades estaduais ou municipais. ➢ AÇÃO POPULAR Proposta por cidadão, mesmo que não tenha sido diretamente lesado pelo ato. (Comprovação da cidadania = juntada do título de eleitor). Serve para requerer anulação de ato lesivo ao interesse coletivo. Réus: agente público, entidade que esse agente representa e o beneficiado pelo ato. Não há prerrogativa de foro. Compete ao juiz singular (da justiça federal ou estadual, conforme o caso – CF). A Lei dispõe que “na defesa do patrimônio público, caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado”. O autor não pleiteia indenização para si, mas sim para a coletividade, e também pleiteia o ressarcimento ao erário pelo prejuízo causado. A Lei determina a participação do Ministério Público, como fiscal da lei. Prescrição: 5 anos. ➢ HABEAS DATA Ação cabível para garantir o direito a informação acerca da pessoa do impetrante. Não cabe para o fornecimento de certidões (para isso é Mandado de Segurança). É possível para as seguintes situações: 1) Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 2) Retificação de dados. 3) Anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável, que esteja sob pendência judicial ou amigável. A Petição Inicial deve ser instruída com a prova de que o agente público se recusou a prestar as informações ou não o fez no prazo de 10 dias (recusa tácita). Em casos de acréscimo ou retificação de informações, a recusa tácita ocorre após 15 dias. Trata-se de requisito específico que demonstra a legitimidade de agir. Devem ser observadas as regras de prerrogativa de foro. O pedido de Habeas Data poderá ser renovado se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. Será notificado o coator para que em 10 dias preste as informações que julgar necessárias, e a intimação do MP para atuar como fiscal da lei. ➢ AÇÃO CIVIL PÚBLICA Intenção de garantir a proteção a interesses difusos e coletivos, assim como os direitos individuais homogêneos. Cabe para defesa do meio ambiente, do direito do consumidor, da ordem econômica, entre outros, sendo vedada a sua propositura para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o FGTS ou outros fundos de natureza institucional, cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. Cabe também como forma de ação cautelar. Legitimados para propositura da ação: MP, DP, União, Estados, DF, Municípios, entidades da adm. indireta, associação constituída há pelo menos 01 ano, que inclua entre suas finalidades institucionais a proteção ao meio ambiente, consumidor, ordem econômica, direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos, livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico ou paisagístico. Legitimados passivos: pessoa física ou jurídica que der causa a qualquer conduta que ensejar prejuízos ao meio ambiente, etc. A ação civil poderá ter por objeto condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. (CONSULPLAN/2016/TJMG) É indispensável, para caracterizar o interesse de agir no HD, a provocação prévia da via adm. ➢ MANDADO DE INJUNÇÃO CF: Sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania. Normalmente, é necessária quando se está diante de uma norma de eficácia limitada, ou seja, que define uma garantia cujo exercício dependa da existência de norma infraconstitucional posterior que a regulamente. Pode ser proposta por qualquer pessoa lesada pela omissão legislativa, produzindo efeitos inter partes. STF pacificou que não cabe tutela de urgência, não cabe decisão liminar. Obs. Lembrar da impossibilidade de que o Poder Judiciário determine ao legislador o dever de atuar. Assim, o que acontece é que o Judiciário determina a aplicação de outras normas, de forma analógica, como forma de suprir a omissão legislativa. (FCC/2010) Cabe ao Judiciário assegurar concretamente o exercício do direito individualizado pela falta da norma. A decisão pode ter efeito inter partes ou erga omnes, dependendo da amplitude da matéria. ➢ RECLAMAÇÃO AO STF O ato adm. ou a omissão da adm. pública que contrarie SUMULA VINCULANTE só pode ser alvo de reclamação ao STF, depois de esgotadas as vias adm. (CONSULPLAN/2016/TJMG). ATOS INTERNA CORPORIS São atos praticados na estrutura interna dos tribunais ou das casas do Poder Legislativo, dentro dos limites de sua competência definida por lei, para a INSTITUIÇÃO DE NORMAS INTERNAS. Diante da ampla discricionariedade, como forma de garantia da separação de Poderes, não é possível a análise destes atos por decisão jurisdicional, salvo em casos de lesão direta ou ameaça de lesão a direitos individuais. Em se tratando de ato praticado ilicitamente, afrontando direitos e garantias de particulares, compete ao Judiciário a sua correção, ainda que decorram de normas internas da entidade.
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